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Ética no Serviço Público

Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de todos nós, alunos do Curso
de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve presente no decorrer do semestre na
disciplina: Cidadania, ética pública e ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços
prestados ao público, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes
em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcionários sem mandato, é sabido
que muitas pessoas que confiaram no trabalho se decepcionaram. O presente texto pretende
trabalhar estas idéias, de modo que possamos olhar através da perspectiva do direito, o
desrespeito que vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os
serviços públicos visam prestar.

O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou muito tempo para ser
construído e respeitado vem, como sabemos, sofrendo com a grande dificuldade que a
população enfrenta no dia a dia para fazer valer seus direitos que às vezes desaparecem
porque não são postos em prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de
consciência dos próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por
nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cidadão e seus direitos.
Estes efeitos citados são objetivados pelos governantes que enriquecem justamente através
da ignorância em relação aos direitos conquistados pela população o que gera um grande
desrespeito para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua.

Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que estes atos de
desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos funcionários públicos em relação
à população, viola a moral, os direitos e principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando
a impressão de que os serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é
inalienável.

Para que possamos esclarecer melhor nossas idéias, chegamos à questão da ética no serviço
público. Mas, o que é "ética"? Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra
ética é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por objetivo a
moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e a boa fé, inclusive. Por
sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente ligada ao comportamento humano, na mesma
medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc; presumindo portanto, que também a
ética pode ser avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.

Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse conceito analisando
certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao
comportamento de determinados profissionais podendo ser desde um médico, jornalista,
advogado, administrador, um político e até mesmo um professor; expressões como: ética
médica, ética jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.

Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de comportamento do


indivíduo, dos profissionais e também do político, como falamos anteriormente. O ser
humano elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas necessidades
(direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei
ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante que é a
cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhecimento
adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função
social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o
ponto fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética
na vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do tema central
dessa pesquisa.

A questão da ética no serviço Público.

Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência,
etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço
público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem
envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é necessário
que esse padrão seja ético, acima de tudo .

O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos dos servidores
públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter público, e sua relação com o
público. A questão da ética pública está diretamente relacionada aos princípios
fundamentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de "Norma
Fundamental", uma norma hipotética com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais
o que estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás,
podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da boa conduta, a
boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais a uma vida equilibrada do
cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver".

Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao contrário do que


muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores devem primar pela questão da
"impessoalidade", deixando claro que o termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a
questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela
igualdade. No ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei".

E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo que é público e
aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito
entre os interesses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar abertamente
nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos
principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar
acima de seus interesses.

Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), sem falar de


moralidade. Esta também é um dos principais valores que define a conduta ética, não só dos
servidores públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o ordenamento
jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto,
numa violação dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores
dos bons costumes em uma sociedade.

A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se reproduzir , pois o
comportamento de autoridades públicas estão longe de se basearem em princípios éticos e
isto ocorre devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especialmente,
por falta de mecanismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos.

A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta situação, pois não se
mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes casos vergonhosos de abuso de
poder por parte do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização social se
dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A
cidadania Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser
descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa
evolução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa a ter direitos
sociais. A luta por esses direitos garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua
vez, tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a
cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém Milton Santos
questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam
de seus pais e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo
contestados posteriormente com a formação de idéias de cada um, porém a maioria das
pessoas não sabem se são ou não cidadãos.

A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão consciente para a


construção de um futuro melhor.

No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princípios éticos que


convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de
ética tendem a assimilar por este rol "cultural" de aproveitamento em beneficio próprio.

Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como regra de conduta para
uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como
uma razão, desculpa ou oportunidade para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de
sua atribuição publica.

A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo ser humano, assim, a
ética na administração publica, pode e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos
ocasionando assim, uma mudança na administração publica que deve ser sentida pelo
contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de
procedimentos, isto é, a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela
forma de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos.

A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gradativa, mas necessária
"transformação cultura" dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto
é, uma reavaliação e valorização das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e
se forma ao longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da
organização.
Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem nas máquinas
administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à existência de governos
autoritários, governos regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que,
mesmo após o advento de regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos
interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e
injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações,
aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos públicos e os resultados dos
contratos firmados pela Administração Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade
que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação,
ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os funcionários
públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.

Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade resolver lutar para
exercer os seus direitos respondendo positivamente o questionamento feito por Milton
Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e poderemos responder em alto e bom som que "
SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.".

Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que baseado neste estudo,
julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão ético, impessoal e moralístico:

1. Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de comportamento


orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade humana.
2. O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantidade" de valores e
princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um padrão de comportamento
ético: Maior valor atribuído (bem), maior ética; Menor valor atribuído (bem), menor
ética.
3. A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referimos a palavra
cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade
na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo
mais que diz respeito ao bem maior do ser humano .
4. A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento jurídico.
5. Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade humana, dos bons
costumes e da boa fé.
6. Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor padrão de ética.

A ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO:


ASPECTOS JURÍDICOS
PROF. DR. TASSOS LYCURGO, UFRN

www.lycurgo.org
Índice

I. Dados Gerais do Curso


II. Vocabulário
III. Constituição Federal (Arts 1º-5º; art. 37)
IV. Jurisprudência: Princípio da Moralidade
V. Jurisprudência: Moralidade e Razoabilidade
VI. Jurisprudência: Substantive Due Process of Law
VII. Código de Ética
VIII. Perguntas Sobre o Código de Ética
IX. Lei 8.112/90 (Artigos 116-117)
X. Lei 8.429/92 (Arts 10-12)

I – DADOS GERAIS DO CURSO

1. Nome do Curso: A Ética no Serviço Público: Aspectos Jurídicos

2. Nome do Professor: Tassos Lycurgo | Website: www.lycurgo.org | E-mail:


TL@ufrnet.br

3. Público-alvo: Servidores Públicos, Estudantes e Interessados em Geral.

4. Dados Profissionais do Professor.: Professor Adjunto da UFRN, Advogado,


Membro Titular do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN e Pesquisador Permanente da
“Base Lógica, Conhecimento e Ética” da UFRN.
5. Data de Realização: 08, 09 e 10 de Agosto, das 13h30min às 15h, na sala H13 do
Setor I da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

6. Número de Vagas: 30

7. Carga horária: 6 horas

8. Ementa: Introdução à Ética no serviço público. Conseqüências Legais. Análise dos


Pontos Fundamentais da Constituição Federal, do Código de Ética do Servidor Público
(Dec. N.º 1.171, de 22.06.94), da Lei do Servidor Público (Lei 8.112, de 1994) e da
Lei da Improbidade Administrativa (Lei 8.429, de 1992), no que tangem à questão da
ética profissional. Principais Deveres do Servidor Público. Vedações ao Servidor
Público.

9. Objetivos: Apresentar as questões éticas ao servidor público, mostrando-lhe,


inclusive, implicações legais de eventual aeticidade. Discutir a ética profissional e
incentivar a tomada de decisões eticamente convalidada pelos diplomas legais pátrios.

10. Conteúdo programático:

10.1. Conceitos de Ética (do grego ethos) e Moral (do latim mos).

10.2. Usos da palavra “ética” (C. Reis): Uso convencional e Uso valorativo.

10.3. Critérios gerais de eticidade na ação do agente público.

10.4. Análise de Como garantir e controlar a moralidade administrativa.

10.5. Questionamento sobre se A Ética Encontra Respaldo no Mundo Jurídico.

10.6. Características específicas do Padrão Ético

10.7. Os Limites da Confiança Pública

10.8. Os limites constitucionais da Ética

10.9. Breve Introdução aos Sistemas de Moralidade


10.10. A Saída da Razoabilidade (Substantive Due Process of Law)

10.11. Aplicações Práticas (expostas por C. Reis)

10.12. Código de Ética do Servidor Público

11. Metodologia: Exposição dos temas; debates; leituras; uso de recursos


audiovisuais.

12. Material pedagógico Necessário: Cópia da legislação pertinente; Quadro-branco


e pincel.

13. Bibliográfica Básica para Download disponível em www.lycurgo.org:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

___. Dec. N.º 1.171. Brasília: Planalto, 1994. [Código de Ética do Servidor Público].

___. Lei 8.112. Brasília: Senado, 11.12.1990. [Lei do Servidor Público, especialmente
os artigos 116 e 117].

___. Lei 8.429. Brasília: Senado, 02.06.1992. [Lei da Improbidade Administrativa,


especialmente os artigos 10, 11 e 12].

LYCURGO, Tassos. Material para o mini-curso. Disponível em www.lycurgo.org

II – VOCABULÁRIO

Nota: Vocabulário elaborado e organizado pelos professores Ana ÉDam Wuensch, Carla
Bordignon, Ubirajara C. Carvalho e Wilton Barroso Filho para o Programa Permanente
de Capacitação e Atualização de Pessoal da UnB – CESPE – SRH.

Ética: (ethos) disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus
motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se
considera o bem. Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável
por sua conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral.

Antiético: contra uma ética estabelecida ou contra a idéia (da ética) de estabelecer o
que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em consideração. Muitas
vezes, o antiético tem idéias éticas próprias.

Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética.

Moral: (mores) conjunto dos costumes, hábitos, valores (fins) e procedimentos(meios)


que regem as relações humanas, considerados válidos e apreciados, individual e
coletivamente. Embora possam variar entre grupos e ao longo da história, tendem a
ser considerados absolutos. Podem ser justificados pelo costume, pela natureza, pela
educação, pela sociedade, pela religião. Pode ser considerado o mesmo que ética, com
a diferença de que a ética acrescenta a reflexão e o estudo continuado sobre aquilo
que se faz ou o que se deveria fazer, pensa sobre o bem e o mal, a felicidade, o
prazer, a compaixão, a solidariedade e outros valores.

Imoral: contra uma moral ou a idéia moral vigente. Muitas vezes, o indivíduo que
questiona uma ética dominante tem idéias morais próprias ou diferentes.

Amoral: sem moral (aquém ou além dela), mas não contra uma ou outra moral.

Deontologia: estudo dos códigos de condutas considerados válidos entre grupos e


classes (profissionais) de pessoas.

Legal: aquilo que está conforme a lei civil de um estado nacional.

Ilegal: aquilo que contraria a lei civil de um estado nacional.

Autonomia: auto (próprio ) nomos (lei humana ). Literalmente, do grego, fazer a


própria lei, seguir a lei feita por si mesmo. Na antiga Grécia, esta era a prerrogativa
dos homens livres, cidadãos, que faziam as leis da cidade onde viviam e conviviam
entre outros iguais. Autonomia é um princípio de liberdade civil, mas também
significava, como hoje em dia, aquela capacidade de responder por si mesmo, prover-
se economicamente e ser emancipado.

Heteronomia: hetero (outro) nomos (lei humana) O contrário de autonomia, o termo


significava na Antigüidade grega aquele que segue a lei feita por outro, o que se
aplicava aos homens que não eram livres, como os escravos, os prisioneiros de guerra,
as crianças menores de idade. Além de indicar um princípio de exclusão ou submissão
civil arbitrária, também se refere a uma exclusão ou submissão econômica e moral, a
incapacidade de prover-se e de responder por si mesmo. Não emancipado.

Cidadania: (polis, civitas, cidade) A cidadania se refere às relações entre os cidadãos,


aqueles que pertencem a uma cidade, por meio dos procedimentos e leis acordados
entre eles. Da nossa herança grega e latina, traz o sentido de pertencimento à uma
comunidade organizada igualitariamente, regida pelo direito, baseada na liberdade,
participação e valorização individual de cada um em um em uma esfera pública (não
privada, como a família), mas este é um sentido que sofreu mutações históricas. Um
dos sentidos atuais da cidadania de massa, em Estados que congregam muitas
diversidades culturais é o esforço por participar e usufruir dos direitos pensados pelos
representantes de um Estado para seus virtuais cidadãos; é vir a ser, de fato, e não
apenas de direito, um cidadão. Os valores da cidadania são políticos: igualdade,
eqüidade, justiça., bem comum.

Trabalho: (ergon, tripalium, lavoro, labor, serviço) Atividade que produz riqueza
econômica e articulação social entre as pessoas, embora possa não ser remunerado
(voluntário ou escravo). Remunerado, pode não corresponder ao esforço empreendido;
assalariado, gera mais-valia para quem detém os meios de produção. Não confundir
trabalho com emprego, que é o trabalho remunerado e reconhecido socialmente.
Trabalhar significa aprender a fazer e saber fazer alguma coisa que transforma a
realidade e a própria pessoa que trabalha. Do mais simples ao mais complexo
trabalho, pelo corpo humano (mãos, braços, voz, olhos, ouvidos, cérebro...) criamos o

mundo à nossa volta e participamos, conscientes ou não, de um movimento social que


tanto conserva e regenera quanto muda a realidade. Ainda que não se compreenda
bem o que se faz, o trabalho pode revelar o que somos capazes de fazer, para o bem
ou para o mal. Os valores do trabalho são instrumentais, técnicos: competência,
eficiência, eficácia.

IIi – constituição federal (arts 1º-5º, art. 37, caput)


PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte


para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais
e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I – independência nacional;

II – prevalência dos direitos humanos;

III – autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V – igualdade entre os Estados;

VI – defesa da paz;

VII – solução pacífica dos conflitos;

VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

(...)

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado;

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

(...)

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

(...)

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes


do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,


em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(...)

CAPÍTULO VII

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)
IV – Jurisprudência: Princípio da Moralidade

1. RMS 25367 / DF – DISTRITO FEDERAL

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Relator(a): Min. CARLOS BRITTO

Julgamento: 04/10/2005 – Órgão Julgador: Primeira Turma

Publicação: DJ 21-10-2005 PP-00027 EMENT VOL-02210-01 PP-00120

EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO.


PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PENA DE DEMISSÃO. ALEGAÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE COATORA. DECRETO Nº 3.035/99. Nos termos do
parágrafo único do art. 84 da Magna Carta, o Presidente da República pode delegar
aos Ministros de Estado a competência para julgar processos administrativos e aplicar
pena de demissão aos servidores públicos federais. Para esse fim é que foi editado o
Decreto nº 3.035/99. Facultado ao servidor o exercício da ampla defesa, e inexistente
qualquer irregularidade na condução do respectivo processo administrativo disciplinar,
convalida-se o ato que demitiu o acusado por conduta incompatível com a moralidade
administrativa. Recurso ordinário desprovido.

2. HC 84367 / RJ – RIO DE JANEIRO

HABEAS CORPUS

Relator(a): Min. CARLOS BRITTO

Julgamento: 09/11/2004 – Órgão Julgador: Primeira Turma

Publicação: DJ 18-02-2005 PP-00029 EMENT VOL-02180-04 PP-00877 RT v. 94, n.


835, 2005, p. 476-479 LJSTF v. 27, n. 316, 2005, p. 420-427

EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE DENUNCIADA POR OMITIR DADO TÉCNICO


INDISPENSÁVEL À PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ART. 10 DA LEI Nº
7.347/85). ALEGADA NULIDADE DA AÇÃO PENAL, QUE TERIA ORIGEM EM
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E INCOMPATIBILIDADE
DO TIPO PENAL EM CAUSA COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Caso em que os fatos
que basearam a inicial acusatória emergiram durante o Inquérito Civil, não
caracterizando investigação criminal, como quer sustentar a impetração. A validade da
denúncia nesses casos — proveniente de elementos colhidos em Inquérito civil — se
impõe, até porque jamais se discutiu a competência investigativa do Ministério Público
diante da cristalina previsão constitucional (art. 129, II, da CF). Na espécie, não está
em debate a inviolabilidade da vida privada e da intimidade de qualquer pessoa. A
questão apresentada é outra. Consiste na obediência aos princípios regentes da
Administração Pública, especialmente a igualdade, a moralidade, a publicidade e a
eficiência, que estariam sendo afrontados se de fato ocorrentes as irregularidades
apontadas no inquérito civil. Daí porque essencial a apresentação das informações
negadas, que não são dados pessoais da paciente, mas dados técnicos da Companhia
de Limpeza de Niterói, cabendo ao Ministério Público zelar por aqueles princípios, como
custos iuris, no alto da competência constitucional prevista no art. 127, caput. Habeas
corpus indeferido.

V – Jurisprudência: Moralidade e razoabilidade

1. RE 300507 / RS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Relator(a): Min. – CARLOS VELLOSO DJ DATA-01/09/2005 P OOO55

Julgamento: 23/08/2005

DECISÃO: - Vistos. O acórdão recorrido, proferido pela Segunda Câmara Cível do Eg.
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em apelação cível, está assim
ementado: (...) E continua: ‘A obrigatoriedade do pagamento da ‘multa civil’ decorre
da afronta ao princípio da moralidade administrativa ou da probidade administrativa.
É verdadeira sanção pecuniária ao agente ímprobo, tendo por parâmetro o valor do
acréscimo patrimonial havido com a conduta ilícita.’ Ante o exposto, opina o Ministério
Público pelo improvimento do presente recurso, ante a ausência da alegada
inconstitucionalidade do art. 12 e seus incisos I, II e III da Lei 8.429/92. (...).” (Fls.
1.363-1.366) Correto o parecer, que adoto. De fato, o art. 37, § 4º, da Constituição
atribuiu à lei ordinária a forma e a gradação das sanções nele previstas, aplicáveis aos
responsáveis pelos atos de improbidade administrativa. Nesse sentido, legítimo o
estabelecimento de multa civil pela Lei 8.429/92. A previsão em lei desta sanção
atende ao requisito de razoabilidade e encontra-se em uma relação de
proporcionalidade com a importância do bem jurídico que se pretende salvaguardar.
Do exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 557, caput, do CPC, 38 da Lei 8.038/90
e 21, § 1º, do RI/STF). Publique-se. Brasília, 23 de agosto de 2005. Ministro CARLOS
VELLOSO – Relator –

2. ADI 3473 MC / DF

MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Relator(a): Min. – MARCO AURÉLIO DJ DATA-01/08/2005 P OOO81

Julgamento: 01/07/2005

Despacho

ÉD. CAUT. EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.473-1 DISTRITO


FEDERAL RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REQUERENTE(S): PARTIDO DA FRENTE
LIBERAL – PFL ADVOGADO(A/S): ADMAR GONZAGA E OUTRO(A/S) REQUERIDO(A/S):
PRESIDENTE DA REPÚBLICA ADVOGADO(A/S): ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO ÉD.
CAUT. EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.505-3 DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO REQUERENTE(S): PARTIDO POPULAR SOCIALISTA –
PPS ADVOGADO(A/S): JULIANA CARLA DE FREITAS E OUTRO(A/S) REQUERIDO(A/S):
PRESIDENTE DA REPÚBLICA ADVOGADO(A/S): ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
DECISÃO AUXÍLIO-DOENÇA – DISCIPLINA – MEDIDA PROVISÓRIA – IMPROPRIEDADE
– AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE – LIMINAR DEFERIDA – REFERENDO
DO PLENÁRIO. (...) Violados estariam, segundo as razões expendidas, os princípios da
presunção de inocência – artigo 5º, inciso LVII -, de que a pena não pode passar da
pessoa do agente – inciso XLV do mesmo artigo -, da dignidade da pessoa humana –
artigo 1º, inciso III -, da proporcionalidade – artigo 5º, inciso LIV – e da
moralidade administrativa – artigo 37, cabeça, todos da Constituição Federal. (...).

3. AI 527303 / MG

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Relator(a): Min. – JOAQUIM BARBOSA DJ DATA-09/08/2005 P OOO27

Julgamento: 08/06/2005

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra despacho que inadmitiu recurso


extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de decisão em que o
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais negou provimento a apelação por
entender preservados os princípios da ampla defesa e do contraditório no
procedimento que resultou na exclusão de policial militar da corporação e considerando
que ao Poder Judiciário é vedado analisar o mérito de ato administrativo. 2. No recurso
extraordinário, o ora agravante alega que o ato administrativo que o excluiu dos
quadros da Polícia Militar desrespeita os princípios da impessoalidade, da moralidade,
da razoabilidade e da proporcionalidade, inscritos no caput do art. 37 da
Constituição. Nesse sentido, argumenta que da falta cometida não decorreu nenhum
tipo de prejuízo à Administração Pública, de sorte que a penalidade imposta se mostra
desproporcional. Sustenta ainda que o Poder Judiciário pode apreciar o mérito das
decisões administrativas quando estas forem desproporcionais. 3. O acórdão recorrido
está em consonância com a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal. A Corte
considera legítimo o ato de exclusão de servidor público, desde que precedido de
procedimento administrativo em que sejam respeitados os princípios da ampla defesa
e do contraditório. O Tribunal também entende que ao Poder Judiciário é vedado
analisar o mérito do ato administrativo (cf. RMS 24.256, rel. min. Ilmar Galvão, DJ
18.10.2002; RE 337.560-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, DJ 14.11.2002, e MS 23.261,
rel. min. Ellen Gracie, DJ 15.03.2002). 4. Por outro lado, é inviável a apreciação do
mérito do ato de exclusão do recorrente. É que, embora o recorrente sustente a
possibilidade de o Judiciário analisar os fundamentos do ato administrativo que
ensejaram sua expulsão dos quadros da Polícia Militar, porquanto desarrazoados,
limita-se a apontar violação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,
sem indicar os vícios contidos no próprio ato que pudessem ensejar sua revisão.
Impõe-se ao caso, portanto, a aplicação da Súmula 284. 5. Do exposto, nego
seguimento ao agravo. Brasília, 08 de junho de 2005. Ministro JOAQUIM BARBOSA
Relator.

VI — JURISPRUDÊNCIA: SUBSTANTIVE DUE PROCESS OF LAW

17/03/2005 STF — TRIBUNAL PLENO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO
413.782-8 SANTA CATARINA
RELATOR : MIN. MARCO AURÉLIO

RECORRENTE(S) : VARIG S/A – VIAÇÃO AÉREA RIO GRANDENSE

RECORRIDO(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINA

DÉBITO FISCAL – IMPRESSÃO DE NOTAS FISCAIS – PROIBIÇÃO –


INSUBSISTÊNCIA. Surge conflitante com a Carta da República legislação estadual que
proíbe a impressão de notas fiscais em bloco, subordinando o contribuinte, quando este se
encontra em débito para com o fisco, ao requerimento de expedição, negócio a negócio, de
nota fiscal avulsa.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do Supremo


Tribunal Federal, em sessão plenária, na conformidade da ata do julgamento e das
notas taquigráficas, por unanimidade, em conhecer do recurso e, por maioria, em dar-
lhe provimento, nos termos do voto do relator, vencido o ministro Eros Grau.

Brasília, 17 de março de 2005.

NELSON JOBIM – PRESIDENTE

Supremo Tribunal Federal

(...)

VOTO DO SR. MIN. CELSO DE MELLO

TRIBUNAL PLENO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO 413.782-8 SANTA CATARINA

VOTO

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO:

(...)
O Estado brasileiro, talvez em exemplo único em todo o mundo ocidental,
exerce, de forma cada vez mais criativa, o seu poder de estabelecer sanções políticas
(ou indiretas), objetivando compelir o sujeito passivo a cumprir o seu dever tributário.
Tantas foram as sanções tributárias indiretas criadas pelo Estado brasileiro que deram
origem a três Súmulas do Supremo Tribunal Federal.

Enfim, sempre que houver a possibilidade de se impor medida menos


gravosa à esfera jurídica do indivíduo infrator, cujo efeito seja semelhante àquele
decorrente da aplicação de sanção mais limitadora, deve o Estado optar pela primeira,
por exigência do princípio da proporcionalidade em seu aspecto necessidade.

...................................................

As sanções tributárias podem revelar-se inconstitucionais, por


desatendimento à proporcionalidade em sentido estrito (...), quando a limitação
imposta à esfera jurídica dos indivíduos, embora arrimada na busca do alcance de um
objetivo protegido pela ordem jurídica, assume uma dimensão que inviabiliza o
exercício de outros direitos e garantias individuais, igualmente assegurados pela
ordem constitucional.

...................................................

Exemplo de sanção tributária claramente desproporcional em sentido estrito


é a interdição de estabelecimento comercial ou industrial motivada pela
impontualidade do sujeito passivo tributário relativamente ao cumprimento de seus
deveres tributários. Embora contumaz devedor tributário, um sujeito passivo jamais
pode ver aniquilado completamente o seu direito à livre iniciativa em razão do
descumprimento do dever de recolher os tributos por ele devidos aos cofres públicos.
O Estado deve responder à impontualidade do sujeito passivo com o lançamento e a
execução céleres dos tributos que entende devidos, jamais com o fechamento da
unidade econômica.

Neste sentido, revelam-se flagrantemente inconstitucionais as medidas


aplicadas, no âmbito federal, em conseqüência da decretação do chamado‘regime
especial de fiscalização’. Tais medidas, pela gravidade das limitações que impõem à
livre iniciativa econômica, conduzem à completa impossibilidade do exercício desta
liberdade, negligenciam, por completo, o verdadeiro papel da fiscalização tributária em
um Estado Democrático de Direito e ignoram o entendimento já consolidado do
Supremo Tribunal Federal acerca dassanções indiretas em matéria tributária. Esta
Corte,aliás, rotineiramente afasta os regimes especiais de fiscalização, por considerá-
los verdadeiras sanções indiretas, que se chocam frontalmente com outros princípios
constitucionais, notadamente com a liberdade de iniciativa econômica.”

É por essa razão que EDUARDO FORTUNATO BIM, em excelente trabalho


dedicado ao tema ora em análise (“A Inconstitucionalidade das Sanções Políticas
Tributárias no Estado de Direito: Violação ao ‘Substantive due process of law’
(Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade)” in “Grandes Questões Atuais
do Direito Tributário”, vol. 8/67-92, 83, 2004, Dialética), conclui, com indiscutível
acerto, “que as sanções indiretas afrontam, de maneira autônoma, cada um dos
subprincípios da proporcionalidade, sendo inconstitucionais em um Estado de
Direito, por violarem não somente este, mais ainda o ‘substantive due process of
law’”

(...)

Não se pode perder de perspectiva, neste ponto, em face do conteúdo


evidentemente arbitrário da exigência estatal ora questionada na presente sede
recursal, o fato de que, especialmente quando se tratar de matéria tributária, impõe-
se, ao Estado, no processo de elaboração das leis, a observância do necessário
coeficiente de razoabilidade, pois, como se sabe, todas as normas emanadas do
Poder Público devem ajustar-se à cláusula que consagra, em sua dimensão material, o
princípio do “substantive due process of law” (CF, art. 5º, LIV), eis que, no tema
em questão, o postulado da proporcionalidade qualifica-se como parâmetro de aferição
da própria constitucionalidade material dos atos estatais, consoante tem proclamado a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 160/140-141 – RTJ 178/22-24, v.g.):
“O Estado não pode legislar abusivamente. A atividade legislativa está
necessariamente sujeita à rígida observância de diretriz fundamental, que,
encontrando suporte teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos
normativos e as prescrições irrazoáveis do Poder Público. O princípio da
proporcionalidade – que extrai a sua justificação dogmática de diversas cláusulas
constitucionais, notadamente daquela que veicula a garantia do substantive due
process of law – acha-se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do Poder
Público no exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de aferição da
própria constitucionalidade material dos atos estatais. A norma estatal, que não
veicula qualquer conteúdo de irrazoabilidade, presta obséquio ao postulado da
proporcionalidade, ajustando-se à cláusula que consagra, em sua dimensão
material, o princípio do substantive due process of law (CF, art. 5º, LIV). Essa
cláusula tutelar, ao inibir os efeitos prejudiciais decorrentes do abuso de poder
legislativo, enfatiza a noção de que a prerrogativa de legislar outorgada ao Estado
constitui atribuição jurídica essencialmente limitada, ainda que o momento de abstrata
instauração normativa possa repousar em juízo meramente político ou discricionário
do legislador.” (RTJ 176/578-580, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)
(…)

VII – código de ética (DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994)

Aprova o Código de Ética Profissional do


Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal.

0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem
como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10,
11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do


Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta


implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética,
integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à


Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos
respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO

Romildo Canhim

ANEXO

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo


Federal

CAPÍTULO I
Seção I

Das Regras Deontológicas

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais


são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo
ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação
da honra e da tradição dos serviços públicos.

II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua


conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
caput. E § 4°, da Constituição Federal.

III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem


e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que
poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou


indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida,
que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de
legalidade.

V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser


entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante
da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se


integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional.

VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse


superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-
la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público


caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar
dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido
ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou
ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete


ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas
atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral
aos usuários dos serviços públicos.

XI – 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus


superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes,
difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
pública.

XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de


desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas
relações humanas.

XIII – 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,


respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e
o engrandecimento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV – São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de


que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou


procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante
de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão


dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de


comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade,
religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra


qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,


interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens
indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa


da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca


danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato


contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos


mais adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do


exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação


pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as


tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam


atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos
usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com


finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades
legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência


deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV – E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências,


para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos


que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou


infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito


por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu


conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou


interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda


financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,
para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para
influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para


providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em


serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer


documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu


serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a


honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos


de cunho duvidoso.
CAPÍTULO II

DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,


indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética,
encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVII – Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e


respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta
que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-profissional,
podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas contra
o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a falta, cuja análise e
deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do cargo ou
função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados
administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades
associativas regularmente constituídas.

XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da


execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética,
para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XIX – Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a


apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em
conformidade com este Código, terão o rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o
servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo
sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado.

XX – Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência,


poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a
Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e,
cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o
servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da
própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o
seu conhecimento e providências.

XXI – As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato


submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com
a omissão dos nomes dos interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como
remetidas às demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da
consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia completa de todo o
expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da Presidência
da República.

XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura


e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus
integrantes, com ciência do faltoso.
XXIII – A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento
da falta de ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando
a falta de previsão neste Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos
princípios éticos e morais conhecidos em outras profissões;

XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor


público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado.

XXV – Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão


houver de tomar posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado,
perante a respectiva Comissão de Ética, um compromisso solene de acatamento e
observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princípios
éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes.

VIII – PERGUNTAS INTERESSANTES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA

Nota: Perguntas elaboradas pelos professores Ana Míriam Wuensch, Carla Bordignon,
Ubirajara C. Carvalho e Wilton Barroso Filho para o Programa Permanente de
Capacitação e Atualização de Pessoal da UnB – CESPE – SRH.

Pergunta 1: Que relações entre cidadania, serviço público, moralidade (ética) e


legalidade podemos verificar no texto do Código de Ética do Servidor Público?

R.: Cap. I, Seção I, itens IV, V, VI, XIII.

Pergunta 2: Que conteúdos da ética (moral) são destacados como os mais


importantes no texto? Em que medida nele a ética (moral) se relaciona com o trabalho
do servidor público, a cidadania e o direito?

Cap. I, Seção I, itens I, II, III, IX, X; Seção II, itens c, f, g.

Pergunta 3: Como se relaciona o princípio hierárquico do trabalho do servidor público


com a ética (moralidade)? É possível cumprir ordens, respeitar hierarquias e ser ético,
ou seja, responsável e autônomo?

Cap. I, Seção I, item XI; Seção II, itens h, i, m, t, u.


IX - LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (arts. 116-117)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais.

PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990,


DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

(...)

Título IV

Do Regime Disciplinar

Capítulo I

Dos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as


protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento


de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.


VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver
ciência em razão do cargo;

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada


pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é
formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Capítulo II

Das Proibições

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de


4.9.2001)

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe


imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento


ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou


execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o


desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação


profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento


da dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada


ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação
no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus
membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo


quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em


razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou


atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do


cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído


pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

(...)

Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência e 103° da República.

MAURO BENEVIDES
X – LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. (arts. 10-12).

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos


agentes públicos nos casos de enriquecimento
ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública
direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte lei:

(...)

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio


particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda
que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do


patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por


preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e


regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou


regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que


diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou


influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação
de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades
previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia


dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela
Lei nº 11.107, de 2005)

Seção III

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da


Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele


previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e
que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;


VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da


respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o
preço de mercadoria, bem ou serviço.

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas,


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito
às seguintes cominações:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até
três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou


valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de
multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da


função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de
multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

(...)

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de
21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.


FERNANDO COLLOR
Célio Borja

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal.

0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho
de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta


implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de
Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da


Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros
titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim

Eate texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

ANEXO

Código de Ética Profissional do


Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I

Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são


primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou
fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,
comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos
serviços públicos.

II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a
legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do
ato administrativo.

IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente
por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua
finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido
como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em
sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do


Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado
sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de
eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum,
imputável a quem a negar.

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que
contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum
Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou
da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam


o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em
que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de
atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o
descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até
mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização
do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus
colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja


titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer
outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com
o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo
sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens,
direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação


e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na
adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as


limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de
preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição
social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e


outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de
ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da
segurança coletiva;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao
trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao


interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais


adequados à sua organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de


suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao


órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu


cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre
em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e
dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade
estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de
Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter
qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles


dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este
Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer
pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento


para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem


pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira,


gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou
bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em


benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a
dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho


duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta


autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo
poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar
sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.

XVII -- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos
suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível
de infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas,
denúncias ou representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que
haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o
exercício do cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor,
jurisdicionados administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades
associativas regularmente constituídas. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do
quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor
público.

XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato
ou ato que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o
rito sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de
conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado. (Revogado
pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a
Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão
Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o
caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as
providências disciplinares cabíveis. O retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará
comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão
hierarquicamente superior o seu conhecimento e providências. (Revogado pelo Decreto nº 6.029,
de 2007)
XXI - As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua
apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos
interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética,
criadas com o fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia
completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da
Presidência da República. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com
ciência do faltoso.

XXIII - A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de


ética do servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão
neste Código, cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais
conhecidos em outras profissões; (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou
em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar
posse ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de
Ética, um compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este
Código de Ética e de todos os princípios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons
costumes. (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
ARTIGO “DIREITONET” - http://www.direitonet.com.br/artigos/x/26/74/2674/

Ética e serviço público


Demonstra como está se dando o serviço público, a insatisfação da população, bem como
elucida a aplicação de princípios éticos para atuação dos serviços públicos.

Desirée Brandão Muller


08/06/2006

A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato que vem sendo
constantemente criticado pela sociedade brasileira. De modo geral, o país enfrenta o
descrédito da opinião pública a respeito do comportamento dos administradores públicos e
da classe política em todas as suas esferas: municipal, estadual e federal. A partir desse
cenário, é natural que a expectativa da sociedade seja mais exigente com a conduta
daqueles que desempenham atividades no serviço e na gestão de bens públicos.

Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral, moralidade e ética. A moral
pode ser entendida como o conjunto de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para
qualquer tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, como a ciência dos
costumes, a qual difere de país para país, sendo que, em nenhum lugar, permanece a mesma
por muito tempo. Portanto, observa-se que a moral é mutável, variando de acordo com o
desenvolvimento de cada sociedade. Em conseqüência, deste conceito, surgiria outro: o da
moralidade, como a qualidade do que é moral. A ética, no entanto, representaria uma
abordagem sobre as constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou
menos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é a ciência da moral ou aquela
que estuda o comportamento dos homens na sociedade.

A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do serviço público por
administradores e políticos, generaliza a todos, colocando-os no mesmo patamar, além de
constituir-se em uma visão imediatista.

É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço público, seja ela por causa das
longas filas ou da morosidade no andamento de processos, muitas vezes tem fundamento.
Também, com referência ao gerenciamento dos recursos financeiros, têm-se notícia, em
todas as esferas de governo, de denúncias sobre desvio de verbas públicas, envolvendo
administradores públicos e políticos em geral.

A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque desfazer a imagem negativa
do padrão ético do serviço público brasileiro é tarefa das mais difíceis.
Refletindo sobre a questão, acredita-se que um alternativa, para o governo, poderia ser a
oferta à sociedade de ações educativas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem
ter, desde o início da sua formação, valores arraigados e trilhados na moralidade. Dessa
forma, seriam garantidos aos mesmos, comportamentos mais duradouros e interiorização de
princípios éticos.

Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse ponto há de se levar em


consideração as leis punitivas e os diversos códigos de ética de categorias profissionais e de
servidores públicos, os quais trazem severas penalidades aos maus administradores.

As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem, em seu conteúdo, penalidades


de advertência, suspensão e reclusão do servidor público que infringir dispositivos previstos
na legislação vigente. Uma das mais comentadas na atualidade é a Lei de Responsabilidade
Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal.

Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de normas a serem seguidas e as


penalidades aplicáveis no caso do não cumprimento das mesmas. Normalmente, os códigos
lembram aos funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, zelo e eficácia, para
preservar a honra do serviço público. Enfatizam que é dever do servidor ser cortês,
atencioso, respeitoso com os usuários do serviço público. Também, é dever do servidor ser
rápido, assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção que beneficie o maior
número de pessoas. Os códigos discorrem, ainda, sobre as obrigações, regras, cuidados e
cautelas que devem ser observadas para cumprimento do objetivo maior que é o bem
comum, prestando serviço público de qualidade à população. Afinal, esta última é quem
alimenta a máquina governamental dos recursos financeiros necessários à prestação dos
serviços públicos, através do pagamento dos tributos previstos na legislação brasileira –
ressalta-se, aqui, a grande carga tributária imposta aos contribuintes brasileiros. Também,
destaca-se nos códigos que a função do servidor deve ser exercida com transparência,
competência, seriedade e compromisso com o bem estar da coletividade.

Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envolvem interesses particulares, as
quais, jamais, devem ser priorizadas em detrimento daquelas de interesses públicos, ainda
mais se forem caracterizadas como situações ilícitas. Dentre as proibições elencadas, tem-
se o uso do cargo para obter favores, receber presentes, prejudicar alguém através de
perseguições por qualquer que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em
proveito próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas elas evocam os
princípios fundamentais da administração pública: legalidade, impessoalidade, publicidade
e moralidade – este último princípio intimamente ligado à ética no serviço público. Além
desses, também se podem destacar os princípios da igualdade e da probidade.

Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Comissão de Ética Pública


entende que o aperfeiçoamento da conduta ética decorreria da explicitação de regras claras
de comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia específica para a sua
implementação. Na formulação dessa estratégia, a Comissão considera que é
imprescindível levar em conta, como pressuposto, que a base do funcionalismo é
estruturalmente sólida, pois deriva de valores tradicionais da classe média, onde ele é
recrutado. Portanto, qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante de
um problema endêmico de corrupção generalizada será inevitavelmente equivocada, injusta
e contraproducente, pois alienaria o funcionalismo do esforço de aperfeiçoamento que a
sociedade está a exigir. Afinal, não se poderia responsabilizar nem cobrar algo de alguém
que sequer teve a oportunidade de conhecê-lo.

Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a repressão, na prática, é quase sempre


ineficaz. O ideal seria a prevenção, através de identificação e de tratamento específico, das
áreas da administração pública em que ocorressem, com maior freqüência, condutas
incompatíveis com o padrão ético almejado para o serviço público. Essa é uma tarefa
complicada, que deveria ser iniciada pelo nível mais alto da administração, aqueles que
detém poder decisório.

A Comissão defende que o administrador público deva ter Código de Conduta de


linguagem simples e acessível, evitando termos jurídicos excessivamente técnicos, que
norteie o seu comportamento enquanto permanecer no cargo e o proteja de acusações
infundadas. E vai mais longe ao defender que, na ausência de regras claras e práticas de
conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão honesto de aceitar cargo público de relevo.
Além disso, afirma ser necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas regras,
assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma instância à qual os
administradores públicos pudessem recorrer em caso de dúvida e de apuração de
transgressões, que seria, no caso, a Comissão de Ética Pública, como órgão de consulta da
Presidência da República.

Diante dessas reflexões, a ética deveria ser considerada como um caminho no qual os
indivíduos tivessem condições de escolha livre e, nesse particular, é de grande importância
a formação e as informações recebidas por cada cidadão ao longo da vida.

A moralidade administrativa constitui-se, atualmente, num pressuposto de validade de todo


ato da administração pública. A moral administrativa é imposta ao agente público para sua
conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua
ação: o bem comum. O administrador público, ao atuar, não poderia desprezar o elemento
ético de sua conduta.

A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade, porque se vem exigindo
valores morais em todas as instâncias da sociedade, sejam elas políticas, científicas ou
econômicas.

É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral e imoral, justo e injusto.


Desse conflito é que se ergue a ética, tão discutida pelos filósofos de toda a história
mundial.

Referências Bibliográficas:
PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações: uma introdução. Salvador: Passos & Passos,
2000.

LOPES, Maurício. Ética e Administração Pública. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993.

PIQUET, Carneiro. O novo Código de Ética do Servidor Público. In: SEMINÁRIO


NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL, 3, anais; Salvador, 2000.

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