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25/08/2018 ConJur - Erick Linhares: A contagem de prazos e os juizados especiais

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OPINIÃO

A contagem de prazos processuais no novo


CPC e os juizados especiais
17 de março de 2016, 15h18 Imprimir Enviar 0 0 0

Por Erick Linhares

1. Novo CPC é fonte subsidiária indireta


Dispõe o artigo 52 da Lei 9.099/1995 que a legislação processual comum será
aplicada aos juizados especiais, apenas na execução e no que couber. Isso
significa que, na fase de conhecimento, excetuada a hipótese do artigo 30 da
mencionada lei[1], não há previsão de incidência subsidiária do Código de
Processo Civil.

Tem mais. A expressão "no que couber", prevista no citado artigo 52,
objetiva evitar a importação de normas do processo ordinário que
contrariem os critérios informadores dos juizados especiais, contemplados LEIA TAMBÉM
no artigo 2º da Lei 9.099/1995. Ou seja, funciona como um filtro, uma OPINIÃO
cláusula de validação da legislação processual comum. O objetivo é manter a É possível uma teoria crítica do
integridade do Sistema dos Juizados Especiais. Direito sem Marx e Engels?

Como lembra Chimenti, isso não impede a aplicação analógica do Código de OPINIÃO
Processo Civil (artigo 4º da LINDB[2]), "mas recomenda a superação das Ilan Presser: Limites do foro
omissões do legislador com base nos princípios do novo sistema[3]". privilegiado de acordo com o
Supremo
Vale dizer, a importação de normas do Código de Processo Civil exige, além
da omissão normativa, a necessidade de suprir lacuna no sistema dos OPINIÃO
juizados especiais. E isso ocorre quando a legislação processual ordinária Yarochewsky: Não há porque
der mais densidade aos princípios do artigo 2º da Lei 9.099/1995, para questionar Lula como ministro
buscar resultados compatíveis com a efetividade, a oralidade, a OPINIÃO
simplicidade, a informalidade, a economia processual e a celeridade. David Azevedo: Lula como ministro é
crime contra administração
Seguramente, por isso, o novo Código de Processo Civil, que se funda no
paradigma de um processo constitucional (artigo 1º do novo CPC), dispõe, OPINIÃO
expressamente, que suas normas serão aplicadas supletiva e Marcello Silva: É necessário
subsidiariamente aos processos eleitorais, trabalhistas e administrativos planejamento para preservar herança
(artigo 15 do novo CPC). A omissão aos juizados especiais não foi acidental,
buscou-se assegurar a autonomia processual desse sistema, conforme OPINIÃO
preconiza o artigo 98, inciso I, da Constituição da República. Swarai Cervone: TJ-SP tenta
destravar regras sobre reserva legal
Como se vê, quando o legislador quis aplicar o novo código aos juizados, o
fez expressamente nos artigos 985 (inciso I) e 1.062. Em nenhum momento
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se previu a incidência generalizada do novo CPC aos juizados especiais.


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Inclusive, na nova legislação processual, o rito sumário foi suprimido,
subsistindo apenas o procedimento comum, o que reforça a tese da
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inaplicabilidade do novo CPC à Lei 9.099/1995.

O processo, nos feitos sujeitos a rito sumaríssimo, é disciplinado pelas


normas que lhe são peculiares, para os feitos cíveis (Lei 9.099/1995), para os
federais (Lei 10.259/2001), para os fazendários (Lei 12.153/2009) e para o
processo trabalhista (a CLT com as alterações feitas pela Lei 9.957/2000).

O que se busca é um diálogo entre esses diplomas normativos que seguem o


mesmo rito, pois a subsidiariedade não se restringe ao texto do Código do
Processo Civil, mas às normas processuais cíveis sumaríssimas.

A Lei 9.957/2000 estabeleceu o procedimento sumaríssimo no Direito do


Trabalho, a par das disposições gerais estabelecidas na CLT e com muita
similitude com o rito dos juizados especiais, como se pode ver:

a) admissibilidade de pedido oral reduzido a termo: LJE (artigo 14) e


CLT (artigo 786);

b) a capacidade postulatória pode ser exercida pelas próprias partes:


LJE (artigo 9º) e CLT (artigo 791);

c) admissibilidade de representação do réu por preposto: LJE (artigo 9º,


parágrafo 4º) e CLT (artigo 843, parágrafo 1º);

d) competência para causas de até 40 vezes o salário mínimo: LJE


(artigo 3º, inciso I) e CLT (artigo 852-A);

e) vedação à citação por edital: LJE (artigo 18, parágrafo 2º) e CLT
(artigo 852-B, inciso II);

f) comunicação de mudança de endereço das partes: LJE (artigo 19,


parágrafo 2º) e CLT (artigo 852-B, parágrafo 2º);

g) unicidade da audiência: LJE (artigo 28) e CLT (artigo 852-C);

h) obrigatoriedade de comparecimento pessoal das partes à audiência:


LJE (artigo 9º) e CLT (artigo 843);

i) ausência do autor à audiência resulta em extinção do processo: LJE


(artigo 51, inciso I) e CLT (artigo 844);

j) ausência do réu à audiência resulta em revelia: LJE (artigo 20) e CLT


(artigo 844);

k) mesmos poderes instrutórios do juiz: LJE (artigo 5º) e CLT (artigo 852-
D);

l) prioridade à solução conciliatória: LJE (artigo 21) e CLT (artigo 852-E);

m) registro resumido dos atos ocorridos em audiência: LJE (artigo 13,


parágrafo 3º) e CLT (artigo 852-F);

n) decisão de plano dos incidentes processuais ocorridos em audiência:


LJE (artigo 29) e CLT (artigo 852-G);

o) concentração da produção de provas em audiência: LJE (artigo 33) e


CLT (artigo 852-H);

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p) manifestação imediata e em audiência sobre os documentos


apresentados pelas partes: LJE (artigo 29, parágrafo único) e CLT (artigo
852-H, parágrafo 1º);

q) dispensa do relatório da sentença: LJE (artigo 38) e CLT (artigo 852-I);

r) admissibilidade de julgamento por equidade: LJE (artigo 6º) e CLT


(artigo 852-I, parágrafo 1º).

Por isso, a Justiça do Trabalho tem recorrido constantemente à Lei


9.099/1995, como fonte subsidiária, para a aplicação da CLT (com as
alterações efetuadas pela Lei 9.957/2000), por ser "subsistema de identidade
principiológica e valorativa com o processo do trabalho"[4].

O próprio Tribunal Superior do Trabalho[5] pontuou que a questão da


aplicação de normas da Lei 9.099/1995 ao rito trabalhista "deve ser
analisada a partir da interpretação simétrica com as leis que disciplinam
mecanismos de celeridade na prestação jurisdicional".

E conclui: "A jurisdição como exercício do poder soberano do Estado é una,


motivo pelo qual a instituição de procedimentos que busquem impingir
celeridade na prestação jurisdicional a causas com valores limitados deve
buscar a harmonia entre institutos correlatos. Com fulcro no princípio da
duração razoável do processo e amparo no art. 769 da CLT, a lacuna de
norma específica na legislação do trabalho deve ser suprida pela
observância do disposto nos artigos 31 da Lei 9.099/95 e 278, parágrafo 1º, do
CPC"[6].

No mesmo sentido, admitindo a incidência da Lei 9.099/1995 ao rito


processual trabalhista, há numerosos precedentes de vários tribunais
regionais: 1ª Região[7], 2ª Região[8], 3ª Região[9], 4ª Região[10], 5ª
Região[11], 10ª Região[12], 14ª Região[13], 15ª Região[14], 20ª Região[15], 21ª
Região[16], 23ª Região[17] e 24ª Região[18], dentre outros.

O caminho inverso também é possível, principalmente no que permitir


maior celeridade, simplicidade e efetividade na prestação jurisdicional.
Ainda que contrarie norma do novo CPC (não endereçada expressamente
aos juizados), pois se trata de fonte secundária e externa ao Sistema dos
Juizados Especiais, como deixa bastante claro o artigo 15 do novo CPC.

Na prática, isso gera muitas consequências. Por exemplo, significa que a


contagem de prazos que, segundo o novo CPC (artigo 219), será feita apenas
em dias úteis, não se aplicará ao rito sumaríssimo — e, por conseguinte, ao
Sistema dos Juizados — por invocação subsidiária do artigo 775 da CLT, que
manda contar os prazos de forma corrida e que melhor atende aos
princípios insculpidos no artigo 2º da Lei 9.099/1995.

Aliás, confira-se:

Artigo 775 (da CLT). Os prazos estabelecidos neste título[19] contam-se


com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são
contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo
tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de
força maior, devidamente comprovada. 

Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou


dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.

Esse artigo da CLT é plenamente compatível com o rito dos juizados


especializados, já que o ordenamento jurídico dos feitos sumaríssimos, como

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um todo, tem os mesmos fundamentos e busca, sempre que possível, a


conciliação ou a transação, princípios prestigiados de longa data no processo
trabalhista.

A ideia que permeia a estrutura dos juizados é de um ordenamento jurídico


autônomo, ancorado em princípios próprios e desenvolvido em teorias
processuais distantes daquelas em que se fundamenta o Código de Processo
Civil.

A importação de normas do procedimento ordinário para o especial ocorre


na definição de institutos jurídicos, por exemplo: partes, juiz, suspeição,
impedimento, coisa julgada e litigância de má-fé, dentre outros. Bem como,
quando se tratar de dispositivo compatível com os princípios que animam os
juizados, por garantir maior celeridade ao sistema e mais efetividade na
prestação jurisdicional, como ocorre com a antecipação da tutela.

2. Conclusões

O Sistema dos Juizados Especiais tem eixo teórico diverso


daquele em que se funda o Código de Processo Civil e goza de
autonomia processual.
O legislador, quando quis aplicar o novo código aos juizados
especiais, o fez expressamente nos artigos 985 (inciso I) e 1.062; em
nenhum momento, previu a incidência generalizada do novo CPC
aos juizados.
Na nova legislação processual, o rito sumário foi suprimido,
subsistindo apenas o procedimento comum, o que reforça a tese de
inaplicabilidade do novo CPC aos feitos sujeitos a rito sumaríssimo.
A integração deve ser buscada nos diplomas normativos que
seguem o mesmo rito, pois a subsidiariedade não se restringe ao
texto do Código do Processo Civil, mas às normas processuais cíveis
sumaríssimas, desde que haja a concomitância de dois pressupostos,
a omissão e a compatibilidade com os critérios do artigo 2º da Lei
9.099/1995.
A CLT forma um subsistema de identidade principiológica e
valorativa com a Lei 9.099/1995.
A Lei 9.957/2000 estabeleceu o procedimento sumaríssimo no
Direito do Trabalho, a par das disposições gerais estabelecidas na
CLT e com muita similitude com rito dos juizados especiais. A
Justiça do Trabalho tem recorrido constantemente à Lei 9.099/1995,
como fonte subsidiária. O caminho inverso também é possível,
principalmente no que permitir maior celeridade, simplicidade e
efetividade na prestação jurisdicional.
A contagem de prazos que, segundo o novo CPC (artigo 219), será
feita apenas em dias úteis, não se aplicará ao rito sumaríssimo — e,
por conseguinte, ao Sistema dos Juizados — por invocação
subsidiária do artigo 775 da CLT, que manda contar os prazos de
forma corrida e que melhor atende aos princípios insculpidos no
artigo 2º da Lei 9.099/1995.

[1] Suspeição ou impedimento do juiz que se processará na forma da


legislação processual em vigor.
[2] Decreto-Lei 4.657/1942, antiga Lei de Introdução ao Código Civil
Brasileiro, redenominada, pela Lei 12.376/2010, como Lei de Introdução às
normas do Direito Brasileiro.
[3] CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e Prática dos Juizados Especiais Cíveis
Estaduais e Federais. 13ª ed. – São Paulo:Saraiva, 2012, p. 31
[4] CHAVES, Luciano Athayde. A Recente Reforma no Processo Comum e seus

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Reflexos no Direito Judiciário do Trabalho. 3ª ed. São Paulo: LTr, 2007, p. 60.
[5] TST - AIRR: 6396120115030151 639-61.2011.5.03.0151, relator ministro
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, julgamento em 15/8/2012.
[6] AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO - PEDIDO CONTRAPOSTO FORMULADO EM CONTESTAÇÃO -
COMPATIBILIDADE. A Lei 9.957/2000, que acrescentou os dispositivos da CLT
referentes à instituição do procedimento sumaríssimo para dissídios
individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário - mínimo, não
contém disposição expressa quanto à admissão de pedido contraposto, nem
de reconvenção nos processos sob esse rito. A questão deve ser analisada a
partir da interpretação simétrica com as leis que disciplinam mecanismos
de celeridade na prestação jurisdicional em causas de valores limitados.
Nesse sentido, a Lei 9.099/95, que disciplina os Juizados Especiais Cíveis para
causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário - mínimo, e a
Lei 9.245/95, que instituiu dispositivos do Código de Processo Civil para
adoção do rito sumário nas causas cujo valor não exceda a sessenta vezes o
salário-mínimo, não admitem a reconvenção, restringindo a resposta do réu
à formulação de pedido contraposto, que deve ser fundado nos mesmos
fatos da inicial . A jurisdição como exercício do poder soberano do Estado é
una, motivo pelo qual a instituição de procedimentos que busquem impingir
celeridade na prestação jurisdicional a causas com valores limitados deve
buscar a harmonia entre institutos correlatos. Com fulcro no princípio da
duração razoável do processo e amparo no artigo 769 da CLT, a lacuna de
norma específica na legislação do trabalho deve ser suprida pela
observância do disposto nos artigos 31 da Lei 9.099/95 e 278, parágrafo 1º, do
CPC. Por corolário, deve ser admitida, em processos submetidos ao rito
sumaríssimo, a pretensão formulada em contestação como pedido
contraposto, a qual deve ser fundada nos mesmos fatos da inicial. Logo,
incólume o princípio do devido processo legal gravado no artigo 5º, LIV, da
Constituição Federal, em face da compatibilidade do instituto do pedido
contraposto nas reclamações trabalhistas sob rito sumaríssimo. Agravo de
instrumento desprovido. (TST - AIRR: 6396120115030151  639-
61.2011.5.03.0151, Relator: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data de
Julgamento: 15/08/2012, 4ª Turma)
[7] RO 8932120115010044 (julgado: 30/7/2013)
[8] RO 28606820125020 (publicação: 19/12/2013)
[9] RO 00137201314303007 (publicação: 29/5/2014) e RO 00726201410603006
(publicação: 13/7/2015)
[10] RO 1007001420095040751 (julgamento: 07/12/2011)
[11] RO 00777-2006-463-05-00-6 (julgado: 12/7/2007)
[12] RO 815200900410006 (publicação: 9/10/2009) e RO 201201280210002
(publicação: 3/8/2012)
[13] RO 00299.2009.005.14.00-4 (julgado: 5 de agosto de 2009)
[14] AgvPet 12192 SP 012192/2003 (publicação: 16/5/2003) e RO 8167 SP
008167/2010 (publicação: 26/2/2010)
[15] RO 00550.2008.002.20.00.8 (julgado: 10/11/2009)
[16] RO 56200-08.2010.5.21.0021 (Publicado em 30/9/2011)
[17] RO 1404201102123007 (publicação: 23/5/2012)
[18] RO 40900420095246 (julgado: 17/3/2010)
[19] Refere-se ao título X da CLT, que regula o Processo Judiciário do
Trabalho. O artigo 775 se insere no capítulo II (do Processo em Geral), na
Seção I (dos atos, termos e prazos processuais).

Bibliografia
CHAVES, Luciano Athayde. A Recente Reforma no Processo Comum e seus
Reflexos no Direito Judiciário do Trabalho. 3ª ed. São Paulo: LTr, 2007.

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CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e Prática dos Juizados Especiais Cíveis


Estaduais e Federais. 13ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.

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Erick Linhares é juiz de Direito em Roraima. Doutor em Relações Internacionais


(Universidade de Brasília - UnB) e pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos
(Universidade de Coimbra). É membro da Comissão Legislativa do Fonaje.

Revista Consultor Jurídico, 17 de março de 2016, 15h18

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COMENTÁRIOS DE LEITORES
2 comentários

NOVO CPC E A LEI 9.099/1995


José Tacla (Advogado Associado a Escritório)
17 de março de 2016, 17h09

Gostei muito do texto, pois me trouxe uma informação que jamais pensei a respeito: a
aplicação, subsidiária, das normas processuais da CLT ao JECível Estadual, em detrimento
do CPC.
Mas, além disso, gostaria de expor que o novo enunciado 162 do FONAJE, que prevê a não
aplicação do art. 489 do NCPC ao Sistema do JEC, fora as questões de legitimidade já
sustentadas pelo Prof. Streck, salvo melhor juízo, é indevido.
Sabe-se que o art. 38 da Lei 9.099/95 prevê como a sentença deve ser produzida, contudo,
o art. 1.065 NCPC altera o art. 48 da Lei 9.099/95, para determinar que cabe ED nos casos
previstos no NCPC.
Ao analisar os arts. referentes ao ED no NCPC (1.022 - 1.026), constata-se no inciso II, do §
único do artigo 1.022 que omissão será considerada qualquer uma das condutas do art.
489, § 1º do NCPC, que traz as hipóteses de não fundamentação da decisão judicial.
Ou seja, existe sim, por força normativa, obrigatoriedade de que os Magistrados, ao
proferirem suas decisões, observem o artigo 489 (ao menos seu §1º) do NCPC, sob pena de
omitirem-se a aplicação expressa do texto legal, o que não pode ser admitido.
No mais, parabenizo o articulista pelo texto, bem como pelas próprias obras voltadas aos
Juizados, as quais já tive a oportunidade de ler e que me foi muito útil em diversas
circunstâncias.

ENTENDIMENTO QUESTIONÁVEL
Rodrigo Cunha Ribas (Outros)
17 de março de 2016, 16h26

Com o devido respeito, não concordo com as conclusões do articulista. Eis as principais
razões para tanto:
a) o artigo 52 prevê a aplicação subsidiária do CPC na execução da sentença. Claramente,
portanto, refere-se à aplicação, no que couber, do cumprimento de sentença regulado
pelo CPC aos juizados especiais . Em suma, esse dispositivo tem uma redação muito
diversa da do artigo 769 da CLT;
b) o fato de o Legislador ter previsto expressamente a aplicação do CPC aos juizados
especiais nos artigos 985, I e 1.062 e não ter feito isso em outros casos tem uma razão
muito simples: por exemplo, quanto a esse último dispositivo, foi necessário porque o
artigo 10 da Lei nº 9.099/1995 veda expressamente a intervenção de terceiros nesse
procedimento, e o incidente de desconsideração é uma forma de intervenção de
terceiros. Por isso, era imprescindível um dispositivo expresso nesse sentido, para evitar
contradição. Diferente é a situação da contagem dos prazos, em que a Lei nº 9.099/1995 é
omissa, de modo que não há qualquer contradição entre o artigo 219 do NCPC e algum
dispositivo da referida lei;
c) a princípio, somente o artigo 775 da CLT prevê a contagem de prazos em dias úteis. Não
vejo como esse dispositivo possa ser aplicado ao procedimento dos juizados especiais
cíveis em detrimento do CPC. Afinal, inexiste qualquer amparo legal para tanto. Nem
sequer há um enunciado do FONAJE nesse sentido;
d) o maior problema desse entendimento é dificultar a operacionalização do direito pelos
profissionais que atuam no âmbito cível, o que não se coaduna com as tendências atuais
https://www.conjur.com.br/2016-mar-17/erick-linhares-contagem-prazos-juizados-especiais 6/7
25/08/2018 ConJur - Erick Linhares: A contagem de prazos e os juizados especiais
do direito processual civil . A professora Teresa Wambier, em recente artigo sobre prazos
processuais, no Migalhas, lembrou que, na dúvida, deve-se escolher a opção mais
operacional.

Comentários encerrados em 25/03/2016.


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