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SAÚDE E ESPIRITUALIDADE
REFLEXÕES SOBRE TRATAMENTOS
VIBRACIONAIS E MEDIANÍMICOS
COLEÇÃO CULTURA DE PAZ E MEDIUNIDADE
SAÚDE E ESPIRITUALIDADE
REFLEXÕES SOBRE TRATAMENTOS
VIBRACIONAIS E MEDIANÍMICOS
ADILSON MARQUES
2012
© do autor 2012
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COLEÇÃO CULTURA DE PAZ E MEDIUNIDADE
Introdução ................................................................................... 9
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lutar com os que pensam de forma diferente. Para alguns, pode
fazer sentido o que vamos relatar e para outros pode não passar
de bobagem, mistificação, coisa de médiuns fascinados etc.
Enfim, cada um deve ser respeitado, independentemente de con-
cordar ou não com a nossa experiência.
Tudo começou em 2001, quando o projeto Homospiritualis
iniciou as atividades do Centro de Estudos e Vivências Cooperati-
vas e para a Paz, uma organização espiritualista que funcionou até
o ano de 2003, em uma ampla casa na Rua Marechal Deodoro,
perto do teatro municipal de São Carlos. Nele, o projeto Homospi-
ritualis oferecia, gratuitamente, aulas de Hatha-Yoga, Danças Cir-
culares, Tai-Chi-Chuan, Meditação, Jogos Cooperativos, Reiki etc.,
além de manter grupos de estudo sobre os ensinamentos (Psico-
sofia) de Buda, Lao-Tsé, Krishna, entre outros mestres espiri-
tualistas.
Porém, ainda em 2001, após a visita de dois médiuns karde-
cistas, o grupo original sofreu sua primeira divisão, com a saída
daqueles que não aceitavam o intercâmbio mediúnico. O grupo que
continuou no projeto participou de um profícuo intercâmbio com
os Espíritos e realizou uma singular pesquisa sobre as diferentes
terapias vibracionais e bioenergéticas que o centro oferecia e ou-
tras, como Do-in, técnicas de massagem etc.
Este intercâmbio mediúnico foi importante para o nascimen-
to da ONG Círculo de São Francisco (2003-2007), que realizou
várias pesquisas sobre a mediunidade, em suas diferentes manifes-
tações. Esta prática que utilizou os métodos das ciências huma-
nas (observação participante, pesquisa-ação, história oral etc.) foi
chamada de Espiritologia (para não ser confundida com o espiri-
tismo) e, entre os anos de 2001 e 2003, entrevistou, semanalmente,
vários Espíritos, através de dois médiuns, um inconsciente e ou-
tro semi-consciente, coletando as informações que resultaram na
edição de cinco livros, entre os anos de 2004 e 2005.
O primeiro livro denominou-se Introdução ao Mandala-
Reiki, no qual apresentei a primeira sistematização de um traba-
lho psico-sócio-espiritual que denominei, na época, de Mandala-
Reiki e hoje chamo de Terapia Vibracional Integrativa (TVI), uma
forma de meditação comunitária unindo Reiki, Danças Circulares,
Meditação em movimento e Cromosofia (cromoterapia mental),
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algumas das terapias e técnicas que usávamos na ONG Círculo de
São Francisco, até o seu fechamento em 2007. Em seguida, lança-
mos o livro Dharma-reiki: o aprimoramento espiritual e a carida-
de como caminhos para a cura, relatando minha experiência pes-
soal, da iniciação na técnica criada pelo provável monge budista
Mikao Usui e como aconteceu esse contato singular com a espiri-
tualidade.
O terceiro livro reuniu os ensinamentos transmitidos pelos
entrevistados, enfatizando a necessidade de uma mudança de sen-
sibilidade diante da vida, o que, desde 2003, chamamos de Anima-
gogia. Este livro foi denominado Os símbolos do Reiki e seus
ensinamentos morais. Por vários anos ele foi utilizado como ma-
terial didático nos vários cursos de Reiki que ministrei na ONG
Círculo de São Francisco (CSF), na Fundação Educacional São
Carlos (FESC), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
e em escolas públicas e particulares do ensino básico e médio, lo-
calizadas no município de São Carlos e de outros municípios, além
de centros espiritualistas das mais diferentes orientações doutri-
nárias.
O quarto livro chamou-se O Reiki segundo o Espiritismo.
Esse livro foi o mais lido e também o mais criticado. Sua primeira
tiragem de 1.000 (hum mil exemplares) esgotou-se rapidamente
e, na Internet, sua primeira versão e-book recebeu mais de 3 mil
acessos em um ano. O livro gerou muita polêmica, tanto com os
que se dizem reikianos, como com aqueles que se consideram
espíritas. Os reikianos não aceitavam as informações que afir-
mavam não ser necessário nenhum símbolo para se enviar energia
e que o Reiki, a Cura Prânica, o Passe, o Johrey etc. eram, essencial-
mente, a mesma coisa, apesar de diferentes na forma exterior de
se conduzir o trabalho de cura vibracional. Por seu turno, os espí-
ritas ficaram indignados, afirmando que os espíritos superiores
não responderiam questões sobre mistificações como o Reiki e
que não se interessariam por terapias alternativas ou complemen-
tares que, segundo estes espiritistas, não tinham comprovação
científica e eram coisas de médiuns fascinados.
Para evitar mais confusões, ainda em 2005 lançamos uma nova
edição do livro com um novo título: O Reiki, a TVI e outros tra-
tamentos complementares, inserindo uma ampla reflexão sobre
O Livro dos Espíritos e apresentando a primeira sistematização do
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que passamos a chamar de Ciências do Espírito ou Espiritologia, a
arte de entrevistar Espíritos utilizando os recursos da História Oral.
Em 2010, o Projeto Homospiritualis criou o Instituto de Ciên-
cias do Espírito para revisar e publicar as pesquisas realizadas na
ONG Círculo de São Francisco, através da coleção Cultura de Paz
e Mediunidade. Foi nesse contexto que nasceu a idéia de fazer a
terceira edição do livro, reformulando-o profundamente. Assim, em
2011, novas perguntas foram formuladas e, abaixo de todas as
respostas, tanto das antigas como das novas, as opiniões expressa-
das por estes seres incorpóreos são comentadas.
É preciso salientar que, inicialmente, no Centro de Estudos e
Vivências Cooperativas e para a Paz, utilizávamos o Reiki confor-
me tínhamos aprendido nos cursos que fizemos (nível 1, 2 e 3 do
Reiki, mais o nível 1 e 2 do chamado Karuna-Reiki). Porém, a partir
do intercâmbio mediúnico, e com o aprofundamento das pesqui-
sas realizadas na ONG Círculo de São Francisco, nós abandona-
mos, gradativamente, os símbolos e outros procedimentos ritua-
lísticos aprendidos naqueles cursos.
Apesar de não termos nada contra os que utilizam rituais e
formas exteriores, passamos a enfatizar a importância do pensa-
mento elevado, da vontade e do amor nos tratamentos bioner-
géticos e vibracionais realizados no Projeto Homospiritualis. Além
disso, para não criar dependência em relação à técnica, passamos
a orientar a pessoa que vem em busca de auxílio para que procure
mudar interiormente e possa, mobilizando seus próprios recursos
interiores, superar uma enfermidade física, mental ou emocional.
Enfim, através das orientações transmitidas recebidas mediuni-
camente, passamos a compreender que são as nossas atitudes as
principais responsáveis por nossas enfermidades e não a ação de
bactérias, vírus ou qualquer outro fator exterior e que o Reiki, ou
qualquer outra técnica similar, não é capaz de romper com a Lei
de causa e efeito, portanto, não é capaz de curar de forma
indiscriminada.
Hoje acreditamos que sem o merecimento do consulente,
nenhuma cura se processa, e rompemos com o discurso miraculoso
de alguns mestres de Reiki que afirmam que a técnica é capaz de
curar todos os problemas físicos, mentais, emocionais e espiritu-
ais da humanidade. Assim, nossa ênfase, hoje em dia, é no caráter
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psicossomático das enfermidades, estimulando a pessoa a mudar
interiormente para que ela possa se tornar eletiva ou merecer para
obter uma cura. E o Reiki, ou outro tratamento similar, será ape-
nas um instrumento complementar a mais nesse processo.
Ainda em 2010, foi criado o Núcleo de Animagogia e Práti-
cas Bionergéticas Rosa de Nazaré para retomar e revitalizar as ati-
vidades que eram praticadas gratuitamente no antigo Centro de
Estudos e Vivências Cooperativas e para a Paz. E uma das gratas
surpresas durante as sessões de Reiki foi a manifestação mais os-
tensiva dos médicos incorpóreos através dos atendentes com po-
tencial mediúnico. Assim, sem abandonar o atendimento com o
Reiki, surgiu a necessidade de criar um novo serviço terapêutico
que passou a ser denominado Atendimento Espiritual de Saúde
(AES). Na prática, a diferença é que este último é realizado com a
manifestação dos seres incorpóreos, através de médiuns de incor-
poração e, em alguns casos, acontecem trabalhos de desobsessão
ali mesmo, na frente do consulente.
No AES, os Espíritos também conversam com os consulentes,
passando alguma orientação sobre a enfermidade, quase sempre
enfatizando também o aspecto psicossomático dela, e transmitin-
do esperança e força para que o enfermo possa superar essa vicis-
situde existencial. Porém, como afirmam os entrevistados, as duas
práticas têm o mesmo efeito, uma vez que é o merecimento do
consulente que vai garantir ou não o efeito positivo das terapias.
E as duas são hoje praticadas no referido centro, em dias diferen-
tes, e o consulente fica livre para escolher a que melhor lhe convém.
Nem todos se sentem a vontade em um trabalho que tem incorpo-
ração de Espíritos; outros, ao contrário, acreditam que esse tipo de
atendimento aumenta a fé e a esperança na cura.
O mais importante, porém, é que toda essa modesta experiên-
cia nos ajudou a compreender que a espiritualidade não é mono-
pólio de nenhuma religião e nem mesmo de filosofias espiritualistas
codificadas, como seria o Espiritismo. Não foi essa religião que
inventou os Espíritos e Kardec, com seu olhar cientificista, bus-
cou apenas estudar as possíveis relações entre o mundo espírita (ou
seja, dos Espíritos) e o mundo material, utilizando a mediunidade
como principal heurística.
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Para o projeto Homospiritualis, o sentido profundo dos valo-
res espirituais encontra-se sempre em uma dimensão pessoal e
intransferível, e cada Espírito humanizado sempre possui o seu
livre-arbítrio para escolher a religião que melhor corresponda ao
seu grau de entendimento espiritual. Porém, não podemos deixar
de assinalar que, paradoxalmente, as doutrinas religiosas costumam
embaçar nossa experiência única com Deus e, muitas vezes, até
impedem-na.
Assim, em vez de iluminar, elas ofuscam quando deixamos que
o nosso individualismo (ego) fale mais alto. Quando isso aconte-
ce, começamos a julgar a nossa religião como a certa e a conde-
nar as demais como as erradas. Assim, as religiões que poderiam
nos conectar a Deus, ou seja, preparar o neófito para o grande mer-
gulho na realidade suprema e inefável de um Deus vivo, acolhe-
dor e misericordioso, transformam-se em bezerros de ouro.
Ofuscados pela luz do ego, passamos a idolatrar a religião ou
seus criadores, esquecendo-se de amar a Deus acima de todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo, objetivo, por exemplo, de
Jesus. É por isso também que Sidarta, o Buda, afirmava que as
doutrinas religiosas são como canoas para chegarmos ao outro
extremo do rio. Porém, assim que a travessia termina, elas devem
ser abandonadas para o uso de outras pessoas, e não carregadas
sobre os ombros. A idolatria nos deixa cegos e por isso o Buda
também dizia: não aceite nada daquilo que vos digo; não aceite
nada daquilo que está escrito em livro considerado sagrado; aceite
somente aquilo que passar por vossa compreensão.
Em outras palavras, não existe religião verdadeira e religião
falsa. Deus é misericordioso e abençoa todos os caminhos que
buscam a regeneração da Terra e a purificação do Espírito eterno,
respeitando a compreensão de cada um.
E dentro dessa perspectiva universalista, contemplada pela
Cultura de Paz, em nenhum momento classificamos os Espíritos
que entrevistamos em superiores ou inferiores. Mais do que
julgar, o objetivo foi ouvi-los para compreendê-los. E a partir des-
ta experiência passamos a identificar o trabalho de pesquisa junto
aos Espíritos não como espiritismo, uma vez que isso nos causou
muito problema em 2005, mas o identificando como Espiritologia
ou de Ciências do Espírito, uma prática de História Oral que não
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se fecha sobre uma doutrina exclusivista, mas que se abre para o
estudo e para a elaboração de teorias sobre a possível existência
da vida espiritual e as relações que esta pode ter com a vida mate-
rial, sobretudo no século XX e XXI, buscando compreender os fa-
tos espíritas contemporâneos, quase sempre chamados de ele-
mentos estranhos ao espiritismo pela maioria dos adeptos dessa
religião medianímica.
Nesse sentido, as Ciências do Espírito estudam, obviamente,
o espiritismo, mas não se resume a ele e nem visa legitimá-lo. As
Ciências do Espírito não podem ignorar a rica manifestação mediú-
nica que acontece também nos terreiros de Umbanda, na Apo-
metria ou em outros trabalhos, como neste que descrevemos nes-
te livro, independentemente dos espiritistas classificarem essas
manifestações como erradas ou praticadas por Espíritos inferio-
res. Quem somos nós para julgar quem é inferior ou superior,
quando sabemos que Deus não abandona nenhum de seus filhos?
Sabemos também que nos cursos de Reiki raramente se fala
na presença dos Espíritos. Nestes cursos se ensina que a energia
cósmica é inteligente e é ela que faz os tratamentos. Porém, em
nossa pesquisa, utilizando as várias formas de comunicação me-
diúnica, constatamos que sem a participação de consciências
incorpóreas nenhuma cura seria obtida através dessa técnica. As-
sim, podemos estudar o Reiki como mais um fato espírita.
Alguns reikianos escrevem sobre a presença de Espíritos nas
sessões de cura, mas afirmam que não são meros desencarnados
que ainda necessitam da reencarnação, como aconteceria, em tese,
nos trabalhos espiritistas. Para eles, seriam os mestres ascen-
sionados, entre eles, Jesus, Maria, Arcanjo Gabriel, Saint Germain,
e outros que estariam presentes em suas sessões que, em alguns
casos, chegam a custar até 200 dólares.
Porém, se são os meros desencarnados ou os mestres
ascensionados, continuaríamos diante de um fato espírita, pois
esta prática dependeria, como já salientamos, da intervenção des-
sas consciências incorpóreas para se processar. Mas não acredita-
mos que Kardec usaria a expressão elementos estranhos ao espi-
ritismo para se referir aos fenômenos mediúnicos desconhecidos
no século XIX, uma vez que sua preocupação era científica e, como
afirmou em O Livro dos Médiuns: a instrução espírita não com-
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preende apenas o ensinamento moral dado pelos Espíritos, mas
também o estudo dos fatos; a ela incumbe a teoria de todos os
fenômenos, a procura das causas e, como consequência, a cons-
tatação do que é possível e do que não o é; em uma palavra, a
observação de tudo o que pode fazer avançar a ciência. (...) Esses
fatos, que seria impossível enumerar, surgem de uma multidão de
circunstâncias fortuitas; embora menos salientes, não deixam de
ser do mais alto interesse para o observador, que neles encontra,
ou a confirmação do princípio conhecido, ou a revelação de um
princípio novo, que o faz penetrar mais adiante nos mistérios do
mundo invisível.
Enfim, como base nessa argumentação tão enfática, não nos
parece que Kardec trataria o Reiki como um elemento estranho
ao espiritismo, mas da forma como estudou as famosas mesas
girantes do século XIX e tantos outros fatos, inclusive ligados ao
magnetismo humano, questionaria os Espíritos sobre os supostos
símbolos miraculosos, sobre a história de que o Reiki seria capaz
de curar todos os problemas físicos, mentais, emocionais e espiri-
tuais da humanidade ou se essa técnica usaria uma energia dife-
rente, acessada apenas por quem foi sintonizado nela.
Provavelmente, se estivesse encarnado no século XXI, teria
grande interesse em estudar os fatos espíritas que acontecem no
Reiki, como também na Umbanda, na Apometria ou em qualquer
outra prática onde o intercâmbio com os Espíritos de todos os
graus, de forma oculta ou patente, se realiza, buscando constatar
o que é possível e o que não é em tais práticas, pois, para ele, o
estudo dos fatos também era objetivo do espiritismo kardequiano.
Mas, para se evitar novas confusões, afirmamos apenas que o
Reiki, a Umbanda e a Apometria, entre outros fenômenos, são
fatos ou manifestações espíritas. Porém, o estudo de todas essas
manifestações é realizado pela Espiritologia, uma disciplina que não
parte de nenhum preconceito doutrinário, tendo como objetivo o
estudo das relações possíveis entre o mundo espiritual (invisível)
e o material (visível). Portanto, mesmo que tais práticas sejam clas-
sificadas como elementos estranhos ao espiritismo, são objetos
privilegiados de estudo para as Ciências do Espírito, que resgata a
experiência e a comunicação com os Espíritos para se estudar as
relações possíveis entre a dimensão visível e a invisível da vida.
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Para a Espiritologia, todas as manifestações mediúnicas (ou
espíritas) podem ser estudadas sem preconceito. E não importa o
que paramos para observar, vamos sempre perceber que existem
várias maneiras de se fazer a mesma coisa. Por isso, é algo meio
patológico acreditar que existe uma única forma certa para se
fazer algo, normalmente a que seguimos, e as erradas, as que os
outros seguem.
E como afirmou Kardec, ... Não podendo provocar os fatos,
é preciso esperar que eles se apresentem e, no geral, eles são con-
duzidos por circunstâncias das quais nem ao menos se sonha. Para
o observador atento e paciente, os fatos se produzem em quanti-
dade, porque ele descobre milhares de nuanças características que
são, para ele, rasgos de luz. Assim o é nas ciências vulgares; enquan-
to que o homem superficial não vê numa flor senão uma forma
elegante, o sábio nela descobre tesouros pelo pensamento. (...)
Portanto, não nos enganemos, o estudo do Espiritismo é imen-
so, toca em todas as questões da metafísica e da ordem social,
e é todo um mundo que se abre diante de nós (O Livro dos
Espíritos. Grifo meu).
A frase acima parece elucidar que para Kardec não existiam
elementos estranhos, uma vez que o seu espiritismo tocava em
todas as questões metafísicas e sociais do século XIX. Mas, para
se evitar novas confusões, preferimos chamar de Espiritologia a
forma sistematizada de estudo da possível ação dos Espíritos du-
rante um atendimento de Reiki, esclarecendo, através da própria
consulta aos Espíritos que atuam nessa prática espiritualista, como
é que eles manipulam a bioenergia disponibilizada pelos aten-
dentes e realizam as curas nos pacientes que possuem merecimen-
to, construindo, assim, uma teoria diferente daquela vigente nos
cursos de Reiki que afirma, até hoje, ser o desenho de um símbolo
gráfico o responsável pelas curas.
E para não mais nos alongarmos sobre este assunto, recomen-
do aos interessados a leitura do primeiro livro desta coleção: His-
tória Oral, Imaginário e Transcendentalismo: mitocrítica dos
ensinamentos do espírito Pai Joaquim de Aruanda. Nele, apresen-
tamos um estudo mais completo do que entendemos por Espiri-
tologia ou Ciências do Espírito.
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E o que os seres incorpóreos entrevistados falam sobre o Reiki?
De forma resumida, afirmam que o trabalho acontece graças à
intervenção de uma equipe de médicos desencarnados, prepa-
rados para esse trabalho socorrista e que é, sobretudo, através do
amor incondicional que se forma um verdadeiro reikiano, indepen-
dentemente do número de sintonizações que o mesmo faça.
Quanto aos símbolos, ensinam que nenhuma serventia metafísica
eles possuem, mas trazem valiosos ensinamentos morais baseados
no Budismo e em outras filosofias orientais, além de servirem para
dar confiança ao atendente ou estimular a Fé, através do emprego
de símbolos gráficos, informação que não contraria o ensinamento
da questão 653 de O Livro dos Espíritos, por exemplo.
E o tratamento seria realizado por estes socorristas através
da utilização do ectoplasma fornecido pelos reikianos. E todo o
tratamento envolve a questão do merecimento, desfazendo as
informações que apresentam o Reiki como uma terapia miraculosa
e capaz de curar todas as doenças físicas, mentais, emocionais e
espirituais.
Como afirmamos no texto que abre essa coleção de livros, há
seis teorias sobre a mediunidade. E, como nosso objetivo não é
provar a existência da vida após a morte, a partir dos próximos ca-
pítulos, quando utilizarmos a palavra Espírito, estamos nos refe-
rindo a quem respondeu à pergunta, sem afirmar se era, de fato,
um ser incorpóreo, o inconsciente do médium, o próprio demônio
ou qualquer outra hipótese sobre o tema. O importante é que al-
guém responde às perguntas e é a esse alguém que nos referimos
com a palavra Espírito a partir desse momento.
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CAPÍTULO 1
O REIKI EXPLICADO PELOS ESPÍRITOS
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tatamos vários reikianos e mestres de Reiki esgotados após a
sessão ou iniciação de outros reikianos. Por que acontece isso?
Resposta Um outro erro que existe na difusão do Reiki é afirmar que o
terapeuta não precisa se concentrar. Por isso, muitos enquanto aplicam o
Reiki conversam sobre o jogo de futebol que aconteceu no final de semana,
sobre o galã da novela etc. Quem não se concentra, não doa energia. E,
obviamente, não se cansa. Uma pessoa concentrada por vinte minutos emite
uma quantidade similar e uma qualidade fluídica superior a de uma pes-
soa que fica por duas horas enviando energia sem se concentrar no que
está fazendo, assistindo a TV ou jogando conversa fora com o paciente.
Comentário Mais uma vez temos a ênfase no poder da mente.
Se a pessoa não consegue se concentrar, ou seja, manter sua aten-
ção no processo bioenergético, ficando o tempo todo conversan-
do ou com o pensamento longe, não consegue ser um instrumen-
to adequado e, portanto, não se cansa, não se sente esgotado. Mas
se conseguir ficar durante 20 minutos com atenção e foco no pro-
cesso de doação energética será um importante instrumento para
a espiritualidade que atua naquele centro espiritualista. Porém,
mesmo que o atendente fique cansado durante o trabalho, se o
processo for bem conduzido, ela vai sair melhor do que entrou.
Normalmente, as pessoas comentam que saem renovadas, como
se recebessem em dobro o que doaram. Para que isso ocorra, é
preciso saber estar receptivo à energia cósmica para sair bem do
trabalho, sem desgaste nenhum, repondo a energia dissipada no
atendimento E para isso se faz necessário muita humildade, reco-
nhecendo-se como um mero instrumento da justiça divina e não
como um curador.
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preciso tomar certos cuidados: mudar nossos padrões de pensamento, atitu-
des e sentimentos; vencer os vícios e, gradativamente, adotar uma alimen-
tação saudável, além de abandonar práticas sexuais promíscuas.
Comentário Aqui o Espírito fala sobre a reforma íntima, o que
chamamos de animagogia, um processo de mudança de sensibili-
dade ou metanóia. Quanto mais o doador se transforma interna-
mente, ou seja, liberta-se do ego, mais a sua Luz espiritual se ma-
nifesta e melhor a energia doada no atendimento. Assim, tanto
para ser um bom instrumento, como para receber a ajuda, o pro-
cesso metanóico é de fundamental importância. Aproveito para
explicar ao leitor o que seria práticas sexuais promíscuas segun-
do a espiritualidade. O mesmo Espírito disse que seria causar dor,
sobretudo moral, em outra pessoa através do ato sexual. Dentro
desse enfoque, a homossexualidade não seria considerada promis-
cuidade e o homossexual também pode ser um ótimo doador de
energia, ao contrário do que fazem alguns centros espíritas que
proíbem homossexuais de trabalhar com o passe. A opção sexu-
al não traria, em tese, nenhum problema e todos podem vir a ser
ótimos atendentes nos trabalhos vibracionais e bionergéticos. A
promiscuidade, conforme definida acima, produziria uma aura
energética egoísta e não amorosa, dificultando a presença dos tra-
balhadores espirituais que, em tese, atuam nestes atendimentos.
Obviamente que ninguém precisa ser santo para trabalhar com te-
rapias vibracionais, porém, a qualidade da energia disponibilizada
tende a melhorar com a mudança interior do atendente. Dessa for-
ma, podemos dizer que ele também ganha merecimento para aten-
der pacientes que necessitam de energias mais puras e saudáveis.
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livre-arbítrio, porém, enfatizam que o agir de forma desinteressada
e não visando retorno financeiro ajudaria o Espírito em seu aprimo-
ramento. Ou seja, sempre haverá um pagamento, mas, segundo a
resposta, aquele que age motivado pelo amor incondicional recebe-
rá o pagamento após a morte, em iluminação espiritual. Assim,
valeria a pena não receber na forma de um tesouro que a traça rói,
o bandido rouba, a ferrugem consome etc., para receber na forma
de um tesouro que, em tese, seria eterno e indestrutível.
Particularmente, apesar de fazermos um trabalho gratuito em São
Carlos/SP, seja atendendo ou ensinando, nunca julgamos ou con-
denamos quem cobra. Aliás, costumamos dizer que é melhor co-
brar, mas colocar amor no ato do que fazer de graça, mas sem Graça
nenhuma, apenas por obrigação ou para não sentir dor de cabeça
etc., como falam muitos passistas que atuam em centros espíritas
ou terreiros de umbanda. É comum encontrar passistas que afirmam
que só fazem isso porque foram informados que se não doassem
energia ficariam doentes. Essa atitude é egoísta e não, necessaria-
mente, a daquele que cobra algum valor de quem pode pagar para
cobrir as despesas de aluguel, água etc., mas que se dedica de cor-
po e alma àquilo que está fazendo.
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está relacionado a um aprendizado espiritual que se sustenta sobre um tripé:
Amor, Pensamento e Ação. Cada um dos símbolos nos apresenta um
ensinamento moral que, ao ser praticado, expande o respectivo chakra ao
qual está associado.
Comentário Roger Feraudy, em seu estudo profundo sobre a
Umbanda (Umbanda, essa desconhecida...), afirma que os pontos
riscados devem ser acompanhados pela vontade e pelo comando
mental que orienta a energia (a quem é dirigida, sua qualidade e
intensidade). Sem estas chaves (vontade, sabedoria e ação) es-
tas figuras geométricas não produzirão resultado algum, afirma.
O mesmo aconteceria com os símbolos do Reiki, segundo os
ensinamentos da espiritualidade.
Além disso, como aparece na resposta, 90% do trabalho é fruto do
amor e da vontade de servir. Esta atitude é que faria do atendente
um trabalhador útil. Nesse sentido, a discussão que encontramos
rotineiramente sobre os símbolos, discutindo qual seria o certo
e quais seriam errados não teria a menor importância. Ao invés
do desenho, a espiritualidade sugere que se preocupe em colocar
em prática os ensinamentos que eles representam, esclarecendo,
inclusive, a importância dos símbolos na cultura oriental e não
como instrumentos para se enviar energia.
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apenas para colocar o Espírito em contato com as vibrações capta-
das pelos sentidos. Iludido pela materialidade do mundo, durante
sua humanização, ele pode deixar de agir com equanimidade e ao
invés de expressar amor em seus atos, passa a expressar egoís-
mo. E a energia, mesmo não sendo visível para nós encarnados,
teria uma forma. As mais harmoniosas ajudariam nos tratamen-
tos espiritualistas, enquanto as desarmoniosas prejudicariam. Além
disso, segundo a resposta acima, tudo o que emitimos para o Uni-
verso volta para nós mesmos. Assim, o pensamento positivo ou
negativo emanado, volta para a fonte. O Espírito não falou, mas
temos indícios que demonstram que o retorno da energia é qua-
se sempre potencializado, para o Bem ou para o mal. E pode-
mos interpretar que traçar os símbolos corretamente, mas vibrar
sentimentos e pensamentos negativos transformaria o atendimento
em um serviço de magia negra ou macumba.
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CAPÍTULO 2
O PAPEL DOS CHAKRAS NO
APRENDIZADO ESPIRITUAL
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No caso dos Espíritos que entrevistamos, os chakras seriam
uma realidade e, a relação deles com o Reiki estaria presente nos
sete símbolos que não serviriam para se enviar energia, mas que
trariam informações importantes para quem deseja vivenciar um
processo de despertar espiritual e que passa, necessariamente, do
fogo kundalínico (energia adormecida ou latente no chakra bá-
sico) à integração cósmica (a expansão do chakra coronário),
passando pelos demais chakras, potencializando-os.
Em suma, segundo a espiritualidade, o papel de um mestre
de Reiki seria o de fazer com que o Kundalini desperte lentamen-
te através de um constante aprimoramento moral, estimulando a
vontade de praticar o Bem (amor universal).
No caso dos símbolos, os cursos tradicionais de Reiki costu-
mam ensinar quatro deles. O chamado mestre aprende um quinto
símbolo. Muitos acreditam que este símbolo é necessário para a
sintonização de outras pessoas. Com a espiritualidade aprende-
mos mais dois símbolos que serão apresentados no decorrer desse
livro, fechando assim o processo iniciático do aprendiz.
E, dentro dessa perspectiva, evoluir espiritualmente seria o
processo para despertar o gigante adormecido, no caso, o Espí-
rito. A idéia é que ele assuma o seu destino, deixando, assim, de
ser dirigido pelo ego para o dirigir, pois, como afirma Krishna, na
Baghavad Gita: o ego é um péssimo patrão, mas um ótimo servi-
dor. Uma analogia que fazem é a de uma carruagem em que o
cocheiro se encontra dormindo e quem a leva são dois cavalos
descontrolados. A carruagem seria o corpo físico e os cavalos re-
presentam o ego, perdido na dualidade da vida material. O cocheiro
seria o Espírito. Enquanto este dorme, a vida humanizada é
conduzida pelo ego. Se o Espírito despertar somente após a mor-
te, não vence o jogo e precisa recomeçar uma nova partida, como
em um vídeo-game.
Assim, o verdadeiro mestre de Reiki, segundo estes Espíritos,
não é aquele que inicia ou sintoniza alguém, mas o que orienta
seu discípulo no processo de atualização dessa energia, enfatizando
sempre a dimensão moral e a prática do amor incondicional para
que ela não seja mal canalizada, pois todos sempre colhem o que
semeiam, afirmam.
30
A seguir apresento as questões que foram formuladas para os
Espíritos e as respostas que nos foram transmitidas através dos
médiuns que participaram da pesquisa.
31
sa e menos egoísta. Podemos dizer que o processo metanóico con-
siste em despertar e ativar as energias captadas por estes chakras
para o espírito humanizado ter uma vida mais plena e feliz duran-
te sua encarnação. Nesse processo entra o livre-arbítrio do Espíri-
to humanizado: escolher a programação que deseja acessar, lem-
brando que a programação de cada campo vibratório já foi cria-
da pelo diretor geral do Universo.
32
histeria emocional. Quando equilibrado, este chakra ajuda a estabelecer
relações sociais saudáveis.
Comentário Podemos notar na resposta uma relação recursiva,
ou seja, por um lado, o Espírito pode desarmonizar seus chakras
através de seus pensamentos e sentimentos, mas também pode ter
dificuldade em agir com equanimidade quando os chakras estão
em desequilíbrio, que pode ser causado pela reação do Espírito a
uma determinada vicissitude por ele vivida. Já constatamos em
nossa experiência que praticamente todos os tratamentos bioner-
géticos e vibracionais ajudam a reequilibrá-los, mas se o próprio
espírito humanizado não fizer a sua parte, em pouco tempo o
desequilíbrio se instala novamente nos chakras. Assim, até mes-
mo o Reiki pode se transformar em mais um paliativo que, se não
for seguido por um processo metanóico, torna-se inócuo. E o pior,
pode tornar a pessoa viciada em querer sempre receber Reiki, quan-
do ela própria tem todos os recursos necessários para se manter
em equilíbrio, realizando sua própria animagogia, independente-
mente do caminho que siga (a evangelização para os cristãos, o
dharma para os budistas etc.)
33
sive, nos desequilíbrios dos chakras, algumas enfermidades podem
ter sido programadas antes da encarnação, em decorrência das
provas ou expiações. Ou seja, neste caso, a enfermidade é a mate-
rialização das toxinas que já estavam presentes no corpo astral do
Espírito que, para limpá-lo, são drenadas para o corpo físico. As-
sim, por mais equilíbrio emocional e mental que a pessoa possa
ter na encarnação atual, não estaria livre das doenças cármicas.
Porém, segundo alguns Espíritos com os quais dialogamos, o nú-
mero de enfermidades cármicas é menor que as adquiridas na atual
encarnação por invigilância ou imprudência do próprio encar-
nado. Muitas doenças seriam evitadas se o espírito humanizado
controlasse melhor suas emoções e pensamentos.
E podemos dizer também que existem as enfermidades oriundas
das obsessões espirituais e as causadas por elementos externos:
cigarros e bebidas alcoólicas, por exemplo. Porém, mesmo nestes
casos, a mudança de pensamento e de sentimento age no sentido
de minorar ou até mesmo eliminar a chamada obsessão. E as
enfermidades vindas do exterior, como as citadas acima, demons-
tram que o Espírito não é mais forte que o vício. Ou seja, o Espí-
rito não consegue ainda sobrepujar a matéria.
34
diferente daquele que seu ego estiver programado para achar bo-
nito, ele pode, se aprender a se amar, se ele se aceitar e for feliz
com a aparência que possui, os seus chakras se manterão em equi-
líbrio. Ao contrário, quando não se aceita e sofre, aí sim criaria um
desequilíbrio que pode resultar em deformidade nos chakras e o
surgimento de enfermidades. O sofrimento diante de um fato
material é que parece ocasionar o desequilíbrio energético nos
chakras e, consequentemente, a formação das enfermidades. No
exemplo citado pelo Espírito, por alguma razão alguém teve que
nascer em um corpo feminino, porém, masculinizado (muitos pe-
los, músculos etc.). Se o fato incomodar o Espírito, fazendo-o so-
frer por causa disso, seus chakras vão se desequilibrar, resultando
em alguma enfermidade em seu corpo.
Vou ilustrar com um exemplo. Certa vez fomos procurados por um
rapaz que tinha psoríase. Ele já havia tentado todos os tratamentos
dermatológicos existentes. Ao questioná-lo se ele tinha algum segredo
que temia ser descoberto, ele disse que era homossexual e que te-
mia que o pai descobrisse. Constatamos que no medo residia a cau-
sa da sua enfermidade e não no fato de ser homossexual. Se ele não
sofresse pelo medo de ter sua opção sexual descoberta pelo pai, não
desenvolveria a psoríase. Neste caso, por alguma razão aquele Espí-
rito encarnou como homossexual. Mas a enfermidade que desen-
volveu foi fruto da forma como vivenciava a homossexualidade.
35
e ficar enfermos. Nesse sentido, a melhor maneira de enfrentar, por
exemplo, as injustiças do mundo é com paz interior e não com
revolta, como também ensina Dalai Lama em suas campanhas pela
libertação do Tibet e ensinou Mahatma Gandhi em suas campa-
nhas não-violentas contra a opressão inglesa na Índia. Não se
ofender, não significa que vamos fechar os olhos para as injusti-
ças. Mas se compreendermos que o outro também é um Espíri-
to eterno em evolução e que suas ações também são reguladas
pela Lei de causa e efeito, podemos tentar mudar o quadro opres-
sor seguindo os passos desses líderes citados acima, ou seja, sem
perder a paz interior.
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Ar e sua vibração eletromagnética se manifesta aos videntes na cor verde.
Algumas escolhas espiritualistas associam esse chakra a vibração da nota
musical F (fá). Este chakra está relacionado, sobretudo, com a harmonização
e integração das nossas sombras, ou seja, com as provas que temos que
vencer na Terra. O aprendizado necessário para o harmonizar está relaci-
onado com a resignação diante das perdas (materiais, sentimentais e cul-
turais) e com a vivência da compaixão. Este chakra está relacionado dire-
tamente ao coração, aos pulmões e ao timo, glândula relacionada ao nosso
sistema imunológico. Se falamos do segundo chakra como relacionado às
emoções (frutos das paixões do ego), este está associado aos sentimentos
(amor/não-amor) emanados pelo Espírito. Assim, quando em equilibro, ele
gera a vontade, a alegria e a força para suportar a dor; favorece a relação
amorosa com as pessoas e com o mundo circundante. A pessoa sente em si
a força do amor incondicional, da compaixão e se torna altruísta. Com esse
chakra equilibrado é capaz de libertar-se do pensamento dualista (certo
e errado, bem e mal etc.) e dos apegos que nos impedem de ser feliz
incondicionalmente. Possibilita, também, integrar as forças inferiores dos
chakras já descritos com os superiores.
Comentário Temos notado que muitas pessoas que vêm em bus-
ca de auxílio através do Reiki têm o terceiro chakra desequilibrado,
normalmente muito quente (pessoas nervosas, ansiosas ou revolta-
das) ou muito frio (pessoas deprimidas, desanimadas, enlutadas ou
que se sentem injustiçadas, mas sem forças para reagir). Mas como
afirma o espírito comunicante, este chakra não absorve energia
negativa do exterior. Portanto, ele se desequilibra quando a pessoa
guarda muita revolta ou é muito intelectualista e crítica, pensando
demais e amando pouco ou se encontra desanimada, sem um pro-
pósito na vida. Porém, quando começa a despertar a energia do
quarto chakra, o cardíaco, naturalmente o plexo solar vai se harmo-
nizando. Normalmente, o quarto chakra começa a despertar com o
limiar do processo metanóico, quando o ego começa a perder força
e a vivência do amor universal começa a ser uma realidade na vida
daquele espírito humanizado. Podemos dizer, usando a analogia da
carruagem, quando o Espírito começa a despertar e a domar o ego,
permitindo que o desânimo dê lugar ao entusiasmo.
37
teínas, sais minerais e de vitaminas pelo corpo físico, isso seria
verdade?
Resposta Sim, e também harmoniza as ondas cerebrais, favorecendo o
bom funcionamento da memória e do raciocínio. Porém, quando ambos se
encontram em desequilíbrio, obscurecem a emoção, causam entorpecimento
intelectual, agitação, mudança brusca de humor e o enfraquecimento da
memória. Podem surgir desse desequilíbrio energético problemas também nos
pulmões e no coração, e aumentar a tendência à osteoporose e o enfraqueci-
mento do sistema imunológico.
Comentário Sendo a matéria uma condensação da energia
cósmica, quando esta não se encontra harmonizada, o funciona-
mento do organismo físico se compromete. E a resposta acima
demonstra que, muitas vezes, mais importante que uma alimen-
tação cheia de regras é o equilíbrio emocional. Se este estiver em
desequilíbrio, os nutrientes dos alimentos podem não ser absorvi-
dos pelo organismo. Além disso, demonstra também o papel das
emoções na manutenção do sistema imunológico. Assim, mais efi-
caz do que lutar contra vírus, fungos, mosquitos da dengue etc.,
seria ensinar as pessoas a controlar suas emoções e, com isso, per-
manecer com alta imunidade.
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Pergunta 21 Alguns autores afirmam que estes chakras em
desequilíbrio favorecerem a fuga da realidade, a inflamação
da garganta e a sonolência. Isso é correto?
Resposta Sim. E, em desequilíbrio, ocasionam também a queda de cabelo,
o odor ocre na cabeça, boca e axilas, a agressividade e os julgamentos con-
tundentes, a histeria, o egocentrismo intelectual, a esquizoidia, a persona-
lidade paranóide e o abstracionismo excessivo. Os sentimentos e atitudes
que costumam gerar desequilíbrios nestes chakras são, essencialmente, o
orgulho, a prepotência e o materialismo. Porém, em equilíbrio, refletem em
alegria, em comedimento, em gestos delicados e harmoniosos, em julgamen-
tos moderados, inteligentes e sensatos.
Comentário Temos notado, em nosso trabalho de atendimento
animagógico, a grande quantidade de pessoas com mediunidade
ostensiva que apresentam os sintomas acima. São pessoas agressi-
vas, egocêntricas, intelectualistas etc., e que, ao equilibrar estes
chakras, mudam rapidamente de comportamento, tornando-se
mais compreensivas e tolerantes, como se os dois hemisférios ce-
rebrais (o racional e o emocional) passassem a trabalhar em
equilíbrio. Muitas doenças mentais também podem ser ameniza-
das com a energização dos chakras inferiores. Temos acompanha-
do muito casos de pessoas que os familiares dizem viver no mun-
do da lua que estavam apenas com os chakras superiores muito
expandidos e sem energia nos inferiores, faltando um aterra-
mento em suas vidas. Com sessões de Reiki, muitos conseguiram
se equilibrar e recuperar a saúde mental.
40
De forma geral, apresentaremos abaixo um quadro com a localiza-
ção de cada chakra estudado acima e os órgãos físicos diretamen-
te afetados por cada um deles:
Muladhara (básico). Localizado próximo ao cóccix (área do
períneo). Relacionado aos órgãos sexuais, aos testículos, aos ová-
rios, à bexiga, ao reto, ao ânus etc.
Svaddhisthana (umbilical). Localizado entre a sacral e a 5ª lom-
bar (área dos órgãos sexuais). Relacionado aos rins, ao intestino
grosso, à vesícula seminal, ao útero etc.
Manipura (plexo solar). Localizado entre a 8ª e a 12ª dorsal (área
do estômago). Relacionado ao fígado, ao estômago, ao baço, ao
duodeno, ao intestino delgado, ao pâncreas etc.
Anáhata (cardíaco). Localizado entre a 4ª e a 6ª dorsal (área do
coração). Relacionado ao coração, aos pulmões, à traquéia, ao
esôfago etc.
Vishuddha (laríngeo). Localizado entre a 3ª e 5ª cervical (região
da garganta). Relacionado à tiróide, às amígdalas, às glândulas
salivares, aos ouvidos etc.
Ájna (frontal). Localizado entre os olhos. Relacionado ao cérebro,
à hipófise, ao cerebelo, ao bulbo etc.
Saháshara (coronário). Localizado na região hipofisiária coroa
da cabeça. Relacionado também ao cérebro, à pineal etc.
42
Resposta Da mesma forma que ninguém chega à universidade sem
passar pelo ensino fundamental, existem etapas de amadurecimento espiri-
tual que devem ser respeitados. Se observarmos com atenção, veremos que
todos os ensinamentos espirituais ou esotéricos são caminhos diferentes para
se atingir o mesmo fim. A sequência dos símbolos do Reiki, assim como as
iniciações da Umbanda ou o despertar do Kundalini, no Yoga, servem para
despertar o Espírito humanizado da ilusão materialista e o conduzir com
segurança para a plenitude e integração cósmica, libertando-se dos agrega-
dos do ego (formas materiais, sensações, percepções, formações mentais e
memória).
Comentário Mais uma vez, na resposta do espírito, encontra-
mos a universalidade do processo metanóico, que se processa in-
dependente do ritual ou da escola espiritualista. De forma geral,
todas as escolas possuem passos que vão da emergência espiritual
à ressurreição na carne, ou seja, a vivência da vida humanizada
com consciência espiritual. A pessoa que atinge este estágio final
vivencia com equanimidade qualquer vicissitude e é capaz de amor
incondicionalmente, inclusive, os inimigos.
43
CAPÍTULO 3
OS ENSINAMENTOS MORAIS DE CADA
SÍMBOLO DO REIKI
44
energia se movimentar são os seguintes atributos do Espírito: o
pensamento, a vontade e a ação amorosa. O símbolo pode ser útil
para estimular a concentração, focar no atendimento, mas o seu
papel não é o de curar e, por isso mesmo, para se ter uma ade-
quada companhia espiritual durante os atendimentos se faz mister
atentar ao que realmente é importante, vencendo a vaidade, o
orgulho e o egoísmo. Ao desenhar um símbolo, o atendente esta-
ria mostrando o tipo de energia que pretende emanar. Enfim, te-
ria o mesmo efeito do ponto riscado na Umbanda. O símbolo é
uma forma de comunicação.
45
mentalmente para ele. Por exemplo, ao mentalizar que um símbo-
lo nos fará liberar determinada vibração que ajude a equilibrar a
energia do estômago, por exemplo, é como mentalizar a cor do
chakra relacionado àquele órgão do corpo físico ou simplesmente
ter a intenção de mandar energia para curar o estômago de alguém.
Independentemente do processo, a energia vai chegar. Mas, como
já foi exaustivamente apresentado em outros capítulos, depende
da pessoa estar receptiva à energia curativa. Se ela se bloqueia ou
não quer ser curada, nem Jesus se atreve a passar por cima do li-
vre-arbítrio dela. No caso do símbolo em questão, por ele repre-
sentar o chakra básico, a energia emanada seria mais adequada para
curas físicas.
46
Comentário O símbolo, segundo os Espíritos entrevistados, seria
como um elemento para estimular a meditação e, além disso, uma
representação do grau de compreensão daquele discípulo, como se
fosse uma espécie de diploma. Enfim, os símbolos do Reiki seri-
am como as faixas no Judô, indicando o estágio em que o prati-
cante se encontra dentro de um determinado processo iniciático.
47
seja, da doação desinteressada. No primeiro símbolo, o discípulo foi impe-
lido para o desconhecido (mundo espiritual), mas ainda falta-lhe o impul-
so para a mudança interior. Sem esta, a viagem espiritual pode ser perigo-
sa. Nesse estágio, o discípulo necessita mudar seus paradigmas, ou seja, ao
invés de acreditar que é um ser humano vivendo uma experiência espiri-
tualista, ele deve compreender que é um Espírito eterno vivenciando uma
experiência humanizada. Sem mudanças interiores, a jornada pode deixar
de ser celestial e se transformar em uma viagem sombria e tenebrosa. É por
isso que as verdadeiras escolas de meditação costumam ensinar que antes
de se partir para a prática, o iniciante deve se envolver com atividades
altruístas e com estudos morais. É preciso antes aumentar nosso padrão
vibratório e nos conectarmos com as consciências elevadas do plano astral.
O segundo símbolo trata também da sabedoria de que poucos estão prepa-
rados para atingir a Iluminação (o estado de Buda) ou a salvação dos
Cristãos, justamente porque se esquecem de praticar a caridade (ser bene-
volente, indulgente e perdoar) ou realizar atividades altruístas. No imagi-
nário cristão encontrarmos homologia com a parábola da porta estreita.
Ou seja, é somente através da prática da caridade ou do amor incondicio-
nal que nos libertamos. Não é, necessariamente, a verdade humana ou as
religiões que libertam. Toma-se consciência, portanto, da existência da
ambiguidade espiritual, ou seja, que a Luz e as Trevas coexistem dentro de
cada um. O iniciante está, portanto, diante de uma encruzilhada. Precisa
decidir qual caminho deseja seguir. Aqui reside o seu livre-arbítrio. Se de-
sejar o caminho da Luz necessitará praticar a caridade, a doação desinte-
ressada, lembrando mais uma vez que caridade significa ser benevolente,
indulgente e perdoar sempre. A cor desse símbolo é o laranja e, na cromosofia,
é útil também para ajudar pessoas em convalescença, por exemplo.
Comentário Prosseguindo nessa jornada heróica, o segundo
símbolo deveria ser transmitido para aqueles que assumem o de-
sejo de elevar-se espiritualmente, para aquele que opta em seguir
o caminho proporcionado pela porta estreita. Se na física mate-
rial, os pólos opostos se atraem, na física transcendental são os
iguais que se atraem. Assim, o discípulo aprende que ao emitir ódio
ou sentimentos negativos, atrairá para o seu lado consciências
incorpóreas similares. E, ao emanar amor, compreensão etc., ele
estará envolvido também por consciências incorpóreas que valori-
zam os mesmos sentimentos.
A resposta também valoriza o estudo e a necessária preparação do
discípulo antes de assumir responsabilidades maiores. Podemos
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aqui nos lembrar da história narrada por Gandhi quando procu-
rado por dois europeus em seu ashran, desejando evoluir espiritu-
almente. Primeiro Gandhi mandou os dois lavar latrinas e em se-
guida lavar batatas. Quando os dois perguntaram quando come-
çariam a praticar atividades espiritualistas, Gandhi respondeu que
assim que fizessem o que estavam fazendo com amor e não mais
com má vontade.
Pergunta 30 E o Hon-Sha-Ze-Sho-Nem?
Resposta Este simboliza, finalmente, a tomada de consciência de que
somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade ou sofrimento. Este sím-
bolo representa a Lei do Carma e o caminho para superar o samsara (a
roda da encarnação). A homologia com o imaginário Cristão pode ser en-
contrada em Paulo, quando afirma que cada um colherá o que semear.
O iniciante descobre que somos governados pelo livre-arbítrio e que, antes
de encarnar, escolhemos nossas provas. Após a encarnação, temos o livre-
arbítrio moral, ou seja, escolher amar incondicionalmente o outro, ou se
apegar às verdades criadas pelo ego. É por isso que, quanto maior o conhe-
cimento, maior é a responsabilidade. Esse ensinamento nos ajuda a com-
preender que cada Espírito humanizado é um instrumento para a prova
do outro e que, por isso mesmo, não existe injustiça, apenas a Lei do carma
em ação. Tendo essa compreensão, o julgamento, a crítica ou a condenação
do outro deixa de fazer sentido, uma vez que não existe o erro, apenas
Deus dando a cada um de seus filhos o que cada um necessita e merece,
naquele momento. A cor desse símbolo é o amarelo e, na cromosofia, pode
ser usada para aliviar o estresse mental e a falta de concentração.
Comentário Este símbolo, por exemplo, deveria ser transmiti-
do para aquele discípulo que venceu toda e qualquer tendência a
criticar, que não se faz de vítima, pois compreende que só vai re-
ceber o que necessita e merece, em função de suas provas ou
expiações. Na Psicosofia de Ramakrishna encontramos uma pará-
bola que ilustra esse ensinamento. Um monge é assaltado em uma
praça e apanha do bandido, ficando desmaiado no chão. Pedestres
vão até o mosteiro e avisam o que aconteceu. Outros monges vão
resgatá-lo e quando aquele acorda, perguntam a ele quem havia
feito aquilo com ele e a resposta é elucidativa: o mesmo que ago-
ra me socorre. Ou seja, por trás da ação do bandido e por trás da
ação dos monges que o resgataram estaria a presença de Deus atra-
vés da lei do carma. Assim, se no primeiro símbolo, o discípulo
49
descobre o mundo espiritual e, no segundo, que nele há a Luz e as
trevas; o terceiro demonstra que é o próprio Espírito o responsá-
vel pela criação do seu destino, escolhendo os pensamentos e os
sentimentos que vão criar a roda do carma, pois se a plantação é
livre, a colheita é, necessariamente, obrigatória.
50
para outras pessoas. O mestre de Reiki deveria ter a atitude de um
Bodhissattva, e por que ele é o símbolo do mestre? Porque representa aque-
le que ajuda o próximo a alcançar também a iluminação. A cor desse sím-
bolo é o azul celeste, cor ótima para ser usada em trabalho de relaxamento,
contra o estresse e a ansiedade, como também para pessoas com insônia.
Em excesso, porém, pode estimular a depressão.
Comentário Estes cinco símbolos representam, na tradição orien-
tal, os cinco elementos: Terra, Água, Fogo, Ar e Éter, respectiva-
mente. E como já dizia Einstein, a imaginação é mais importante
que o conhecimento. E os símbolos, no Oriente, tinham como
objetivo ajudar no processo de treinamento da mente, através de
visualizações complexas e concentração. Os símbolos, também
chamados de Yantras, favorecem o controle mental e a capacidade
de criar imagens mentais e alcançar verdadeiros estados amplia-
dos de consciência, interiorizando esses ensinamentos morais e os
colocando em prática. Conforme o iniciado medita no primeiro
símbolo e incorpora em sua vida o ensinamento moral que ele traz,
ele vai, gradativamente, libertando-se do ego. O ensinamento do
segundo símbolo está ligado ao controle das emoções criadas pelo
ego, quando algo que nos desagrada acontece. Aceitando-se como
Espírito eterno e que o outro é o instrumento necessário para as
ações carmáticas que necessitamos vivenciar, em função do gêne-
ro de provas que solicitamos antes de encarnar, deixamos de so-
frer ou de ver erro na ação alheia. O ensinamento do terceiro
símbolo está associado à idéia de que a mente é tudo. Ou seja, tudo
que vivenciamos ou acreditamos só existe em nossa mente. Assim,
libertos da ilusão (maya) podemos amar incondicionalmente, sem
críticas, julgamentos ou condenações. O quarto símbolo ensina que
somente através da doação desinteressada é possível alcançar a Ilu-
minação e ser feliz incondicionalmente. Enquanto isso, o quinto,
representa o papel do Bodhissattva, ou seja, da pessoa que é ca-
paz de se doar, de disponibilizar esse ensinamento sem exigir nada
em troca.
Trata-se daquele ser que tem compaixão por todos, independen-
temente de idade, sexo, classe social, religião etc. Bodhissattva re-
presenta no Budismo Tibetano o Iluminado que não necessita
mais reencarnar, mas que decide não se dirigir ao Nirvana. Ao
contrário, por livre e espontânea vontade, decide ficar na Terra e
ajudar na libertação daqueles que se encontram presos na dor, no
51
ego e na ilusão (maya). Representa também aquele que alcançou
a união entre a sabedoria e a compaixão, ou entre o aprimoramen-
to intelectual e o moral. No taoísmo seria aquele que vivencia ple-
namente o não-saber e a não-ação. Estes são os símbolos que
se aprendem em um curso de Reiki. Porém, com a espiritualidade,
aprendemos mais dois símbolos relacionados, respectivamente, ao
sexto e ao sétimo chakras, como veremos a seguir.
52
arrogância, a inflexibilidade e o orgulho. É o símbolo da verdadeira humil-
dade. Esta vibração amorosa que corresponde ao Orixá Oxalá na Umbanda
nos leva a lutar por princípios e não mais por paixões. Os desafios da
vida são enfrentados a partir de uma base espiritual sólida (a Fé de Jó).
Trata-se da manifestação de confiança incondicional nos desígnios da Pro-
vidência. Jesus é o exemplo máximo de bodhicitta que passou pela Terra.
União lembra o mantra OM (aum), que tem correspondência com os nos-
sos famosos Amém e ao Assim seja!. Em sânscrito o OM significa a
centelha divina, ou seja, a parcela divina que carregamos em nosso ser. Seu
ensinamento moral é o seguinte: se somos Espíritos eternos vivendo experi-
ências humanas, e que escolhemos o gênero de provas antes da encarnação,
quem é o responsável em criar nossas provas? Obviamente que é Deus.
Assim, esse símbolo representa também a fé incondicional nos desígnios de
Deus. A aceitação de que nada acontece conosco sem que merecêssemos passar
por aquela situação. Ou seja, que a Justiça Divina não falha. Assim, o
iniciado pode, quando assimila o ensinamento moral de um determinado
símbolo, abandoná-lo e se concentrar no seguinte, pois, o mais importante,
é colocar em prática o ensinamento moral que cada um nos apresenta.
Podemos verificar que o caminho iniciático acima é similar ao da Umbanda
e de tantas outras práticas espiritualistas: a descoberta do plano espiritu-
al, a lei do Carma, o livre-arbítrio, a caridade (amor universal) etc. até se
chegar a plenitude do Ser e à Fé incondicional nos desígnios de Deus.
Comentário - Fala-se muito, hoje em dia, em evolução espiritual.
Muitas escolas religiosas, reencarnacionistas ou não, defendem que
o Espírito deve evoluir através da realização de atos materiais. Mas
se o Espírito foi criado a imagem e semelhança de Deus, ele pode
ter sido criado impuro, ignorante, selvagem? Obviamente que não.
Mas se o Espírito é perfeito e puro por que nos deparamos diante
de tanto orgulho e egoísmo? Para responder a essa questão vamos
imaginar, primeiramente, um escultor diante de uma coluna de
mármore. Dentro daquela coluna está uma bela estátua de Apolo.
E como o escultor vai libertar essa imagem? Esculpindo e lapidan-
do a pedra até que a estátua fique pronta. Ou seja, ele não colo-
cou a imagem dentro do mármore, mas foi, gradativamente, tirando
o excesso de massa que nos impedia de vê-la. É isso que acontece
com o Espírito que vive nos chamados mundos de provas e expia-
ções, como é o caso atual da Terra. O Espírito puro e perfeito está
envolvido por um campo energético exterior que chamaremos de
ego. Ao longo das encarnações, o Espírito eterno e puro vai se li-
53
bertando desse agregado sempre que usa a única ferramenta ca-
paz de libertá-lo: o amor universal ou incondicional. Em outras
palavras, ele não precisa evoluir, mas libertar-se do agregado que
impede a manifestação de sua Luz própria, já que ele é a imagem
e a semelhança de Deus. Acreditar que o Espírito foi criado im-
perfeito e ignorante é o mesmo que dizer que Deus também é
imperfeito e ignorante. Por isso, não importa o ato exterior prati-
cado pelo Espírito preso ao ego. Se nesse ato não houver uma in-
tenção amorosa, não se usou a ferramenta necessária para arran-
car mais um pedacinho desse agregado que o prende nos mundos
de provas e expiações.
Em suma, apenas o amor liberta o Espírito, não importando a for-
ma como este sentimento vai se manifestar no mundo fenomênico.
Por isso Jesus é considerado o caminho para a libertação do ego,
pois vivenciou o amor universal em todos os seus atos, inclusive
quando foi necessário expulsar os vendilhões do Templo. Muitas
vezes, alguém necessita de uma palavra ou de uma atitude enérgi-
ca para se corrigir, mas é possível expressar essa ação mais enfática
com amor no coração. Enfim, seria algo como o endurecer sem
perder a ternura, ensinado por Che Guevara. Amar não quer di-
zer que se deve passar a mão na cabeça dos outros, assim como ser
humilde não quer dizer se rebaixar e se deixar pisar.
E se atentarmos para o desenrolar dos ensinamentos apresentados
acima, vamos notar que eles nos levam a uma mudança interior e
não exterior. A cada passo conquistado, vamos aprendendo a viven-
ciar nossa vida humanizada com amor, felicidade e Fé. Nesse senti-
do, o símbolo não vai enviar energia, mas conforme interiorizamos
os seus ensinamentos, teremos condições de vivenciar uma metanóia,
ou seja, um processo de mudança de sensibilidade, ou, em lingua-
gem esotérica, ressuscitarmos como Espíritos eternos, mesmo que
ainda nos encontremos presos aos laços do corpo físico.
A reforma íntima é um processo de mudança interior ou de sen-
sibilidade. Não precisamos mudar nossos atos, mas apenas acres-
centar amor a eles. Assim, se a pessoa for balconista de uma loja,
ela não precisa mudar de emprego para iluminar-se, mas precisa
tratar com amor seus clientes, patrões e fornecedores. O mesmo
princípio vale para o médico, para o professor, para o advogado,
para o lixeiro ou para a prostituta.
54
CAPÍTULO 4
O PROCESSO DE SINTONIZAÇÃO
NO REIKI
55
intervenção do além é importante para o iniciante abrir seus campos
energéticos. Mas, em seguida, ele deve aprender através dos ensinamentos
morais de cada símbolo a se livrar sozinho dessas cargas deletérias, reno-
vando-se intimamente, ou seja, mudando o padrão de seus pensamentos,
sentimentos e atitudes.
Comentário A resposta acima foi muito criticada por vários
mestres de Reiki, inconformados com o argumento de que não é
necessário fazer sintonizações, pois quem atua em terapias como
o Reiki, ou similares, já reencarnou com esse dom. Ou seja, já
nasceu com um corpo físico preparado para ser um doador de
energia. Alguns estudiosos da mediunidade de cura acreditam
que a resposta estaria no sistema nervoso da pessoa, permitindo a
ela doar mais energia que as pessoas normais. Por terem essa pré-
disposição, não se cansam quando doam energia e quando ficam
muito tempo sem doar essa energia passam mal, manifestando
dores de cabeça, nervosismo excessivo e sem causa aparente.
Ramatís, um Espírito, afirma em um de seus livros psicografados
que o médium de cura é como uma usina hidrelétrica que entra
em pane se a energia produzida não for constantemente distribu-
ída.
Lembro-me que, ao fazer as sintonizações, o mestre de Reiki nos
disse que de cada 10 pessoas que ele iniciava, apenas 3 ou 4 real-
mente aplicavam energia em outras pessoas ou em si. Provavelmen-
te, se não houve o comprometimento anterior, como disse o Espí-
rito, ser iniciado na técnica não garante que a pessoa será mais
um reikiano, independente do valor pago na iniciação.
A opinião do Espírito que respondeu o questionamento me fez
lembrar também da reflexão de Huberto Rohden em seu livro so-
bre Mahatma Gandhi, no qual afirma que as palavras iniciação e
guru representam verdadeiras fraudes espirituais no Ocidente e
no Oriente, pois não existe alo-iniciação; só existe auto-iniciação. O
mestre externo pode apenas apontar o caminho a seu discípulo, mas
não o pode iniciar espiritualmente, sem falar na necessidade de um
ambiente ético caracterizado pela humildade, despretensão e soli-
dariedade. Cerimônias ou rituais simbólicos não substituem a úni-
ca e verdadeira iniciação que caracteriza o processo de mudança
espiritual ou de libertação das verdades criadas pelo ego.
56
Pergunta 35 É necessário ser sintonizado no Reiki para se
enviar boas energias e auxiliar na recuperação de enfermos?
Resposta Para se enviar energia são necessárias três coisas: o pensamen-
to elevado, a vontade de ajudar o próximo e o amor desinteressado. Todo o
resto é instrumento ou muletas criadas pelos homens, em todos os tempos,
para auxiliar neste processo. Poucos estão preparados para acreditar no po-
der mental que possuem. Poucos sabem que a mente é uma poderosa usina.
Poucos sabem que é possível direcionar nossa energia para diferentes fins,
inclusive ajudar na cura de um irmão enfermo, desde que este tenha o mere-
cimento para ser curado através da imposição das mãos, pois nenhuma téc-
nica, incluindo o Reiki, é capaz de transcender a Lei do carma e o livre-ar-
bítrio. Todos, cristãos ou não, sabem que a plantação é livre, mas a colheita
será sempre obrigatória. O que não significa que Deus seja punitivo, apenas
que existe uma verdadeira justiça cósmica regendo o universo. A energia uti-
lizada no Reiki é a mesma que o ser humano, nas mais diferentes e distantes
culturas e civilizações, aprendeu a manipular, dando nomes diferentes e uti-
lizando formas exteriores distintas para tanto. Assim, o que menos importa
é o nome da técnica. Porém, todas sempre funcionarão quando apresentar as
três condições básicas: pensamento, vontade e amor.
Comentário Como salientando em respostas anteriores, para os
Espíritos entrevistados o que realmente conta é vontade, pensa-
mento elevado e amor. O resto pode ou não usar, mas não vai fa-
zer diferença. Assim, rituais de sintonização ou qualquer objeto
material pode ser útil se ajudar a pessoa a trabalhar interiormente
a sua vontade, sua concentração mental e a qualidade da energia
que vai disponibilizar, tornando-a cada vez mais amorosa e menos
egoísta, dispensando a espiritualidade da necessidade de filtrar
essa energia quando o consulente merecer uma energia de melhor
qualidade.
57
este símbolo criado em algum tempo remoto. A própria pessoa pode ter uti-
lizado tal símbolo em alguma encarnação, em algum ritual da comunidade
em que viveu. Como já dissemos, no passado, o homem criava instrumen-
tos que o auxiliavam a manter seu pensamento concentrado e canalizar sua
vontade. Mas hoje, com a evolução mental e moral já alcançada, pode
prescindir de tais elementos gráficos, principalmente, quando utilizados para
charlatanismo e mistificação.
Comentário É possível, hoje em dia, encontrar diferentes siste-
mas de Reiki, cada um com seus próprios símbolos. Há aqueles
específicos para curar câncer e outras enfermidades. Tais símbolos
costumam ser caros e só pessoas especiais podem adquiri-los.
Enfim, se esquecem que o câncer, por exemplo, é fruto de mágoas,
ressentimentos, ódios profundos, etc. e nenhum símbolo mágico
será capaz de mudar o sentimento das pessoas, aquilo que somen-
te o perdão autêntico é capaz de fazer. Assim, mais importante que
a aquisição de símbolos, é a mudança interior.
58
Dor, quando são, então, drenadas para o corpo físico na forma de graves
enfermidades.
Por isso não importa se o símbolo foi transmitido por Buda, dr. Lagar-
to, Saint-Germain, Jesus ou outro Espírito que diz ter vindo de Sírius
ou de Júpiter... A toxina será drenada pelo suor do trabalho amoroso ou
pela dor da expiação. E por que dizem que são símbolos valiosos? Porque
servem para a mistificação, para estimular o orgulho e o egoísmo do mé-
dium invigilante que o canalizou. Jesus e São Francisco usaram algum sím-
bolo para curar? Não. Eles usavam apenas o grande poder mental que
possuíam e contavam com o amparo da espiritualidade superior.
Comentário Aqui, pela primeira vez, o Espírito fala em misti-
ficação e charlatanismo. Mas, o interessante, é que a lei do carma
também parece regular esse comércio, pois afirma que havendo
pessoas interessadas em comprar esses símbolos, vão existir aque-
les prontos para vender. Enfim, quem, por carma, merecer sem
enganado, será. Tudo está perfeito no Universo!
59
ciou ao símbolo, à imagem gráfica, uma função. Ou seja, ele sabe que ao
desenhar um determinado símbolo ele deve dar um comando inconsciente
para o seu duplo-etéreo liberar a energia. Ele está substituindo a palavra
por outro símbolo, por uma imagem.
Pode acontecer também da pessoa já ter entrado em contato com aquele
símbolo em outra encarnação. Daí, apesar de não se lembrar, ele está gra-
vado em seu perispírito. Assim, mesmo sem ter passado por um ritual
iniciático, a energia será liberada quando desenhar o símbolo, pois sua mente
inconsciente ou seu subconsciente aprendeu, no passado, como decodificar a
mensagem. Agora, mesmo o iniciado no Reiki, que passou pelo ritual
iniciático, que aprendeu os infinitos sistemas, mas que desenha os símbo-
los sem se concentrar, sem amor e sem vontade, não irá manipular nenhu-
ma energia. Nada irá acontecer. A criação de símbolos é uma forma de
codificação. E como o ser humano ainda não é capaz de viver sem símbolos
para se comunicar, eles são muito úteis. E qualquer um pode criar um sím-
bolo e, se o seu ego, em função do seu gênero de prova, for do tipo malandro,
correrá para patentear e inventar uma história bem mistificadora para
ganhar um bom dinheiro com o seu símbolo sagrado. E aquele que mere-
cer ser enganado por ele, será. Em suma, nada acontece por acaso. Como já
salientamos, no Oriente a sabedoria de como a comunicação funciona é
milenar. E o homem ocidental descobriu isso recentemente. Não se diz que
uma imagem vale mais do que mil palavras? A decodificação de uma men-
sagem através de imagens costuma ser muito mais fácil e universal do que
através de palavras.
Comentário A resposta é similar à informação presente no tex-
to técnica de comunicação espírita, de Herminio C. Miranda.
Este pesquisador nos informa: Se o pensamento deve ser expres-
so em palavras há que fazer a escolha da língua; se for em imagens,
é preciso decidir quanto à forma, à cor, ao tamanho e ao processo
de divulgação. E parece que é dessa mesma forma que os símbo-
los do Reiki funcionam. Quando alguém cria um símbolo e uma
função para ele, criou um ritual e qualquer pessoa que saiba
esse código vai conseguir reproduzi-lo. Mas sempre será a inten-
ção que vai transformar o ritual em algo do bem ou do mal.
60
que você se concentrar e mentalizar aquela imagem, seu inconsciente fará o
trabalho restante. Ou seja, sua vontade de enviar energia para os pés será
a alavanca necessária para o seu duplo-etéreo liberar a energia. Porém, não
é muito mais fácil você pensar em enviar energia para os pés, para o peito
ou para qualquer outra parte do corpo da pessoa do que ficar pensando em
criar um sinal gráfico? O homem pré-histórico precisava desenhar um
animal na parede e, com sua lança, ferir o animal desenhado para faci-
litar a caça. Agindo dessa forma, acreditava que seria muito mais fácil caçar
e, realmente, era. Ele estava canalizando energia para alcançar aquele
objetivo. É por isso que o mais importante é o ensinamento moral que cada
símbolo do Reiki possui e não sua forma, seu desenho.
Comentário Não sinto a necessidade de comentar a resposta.
Qualquer pessoa pode tentar fazer a experiência acima e testar o
seu poder criador de símbolos. Podemos comparar o símbolo, por
exemplo, a um boneco de vudu. Ao espetar a agulha no boneco,
com a intenção de prejudicar uma pessoa, movimentou-se uma
energia negativa para esse fim e o alvo pode ser atingido se estiver
com uma baixa imunidade vibracional.
61
Comentário - Em janeiro de 2005, recebi um e-mail que dizia
assim: eu utilizei o símbolo Cho-ku-rei invertido com a intenção
de extrair uma pedra do rim de uma paciente. No dia seguinte, a
pedra foi expelida. Acho que descobri mais uma função do símbo-
lo... Eu li a mensagem do rapaz com carinho e lhe respondi o se-
guinte: observe que você relatou que usou o símbolo com a in-
tenção de extrair a pedra do rim de sua paciente. É aí que reside a
resposta e não no símbolo invertido. Foi a sua intenção de ajudar
que canalizou sua bioenergia para esse objetivo. Foi sua vontade e
comando mental e não o desenho do símbolo invertido. Você po-
deria ter feito o sinal da Cruz ou qualquer outro sinal. Além disso,
se houve esta cura, foi porque sua paciente teve Fé e Merecimen-
to para que a pedra fosse expelida sem grandes sacrifícios. Portan-
to, não foi o símbolo que a curou, mas sua vontade de ajudar so-
mada com a Fé e o Merecimento da paciente.
Se não existisse tanto charlatanismo envolvido, não haveria proble-
ma nenhum em usar símbolos ou qualquer outro recurso material
em um trabalho de cura através da imposição das mãos. Algumas
pessoas necessitam dessas ferramentas para aumentar a Fé ou a
concentração, por isso, apesar de não serem necessários, não signi-
fica que não possam ser usados. Mas é importante tomar cuidado
com os abusos, como, por exemplo, dos que oferecem sintonizar o
praticamente com símbolos para curar câncer que custam mil reais
e que somente pessoas muito especiais podem conhecer.
62
kardecistas fazem o passe de cura, que seria um passe mais demorado,
em uma sala diferenciada, com o paciente deitado em uma maca. O passe
de cura funciona como o Reiki, porém, sem símbolos, músicas ou aromas.
Comentário Podemos notar como, para a espiritualidade, o
importante é sempre a intenção. Onde há intenção amorosa, os
chamados espíritos superiores estão presentes para ajudar. Todo
o resto é secundário. Infelizmente, mesmo no movimento espiri-
tista há brigas homéricas sobre a forma correta de dar passes.
E é curioso notar como as pessoas defendem o seu método e criti-
cam o dos outros, dizendo que estão errados ou por levantar de-
mais as mãos, ou por estalar os dedos, ou por bocejar etc. Há muita
preocupação com a forma e pouca atenção com o sentimento
emanado. Mas vale um passe ruidoso, porém amoroso, do que
um passe em silêncio, mas feito com ódio no coração.
63
Comentário O pensamento e a prece se locomovem pelo Uni-
verso, interligando, em segundos, os Espíritos, estejam eles encar-
nados ou não. É por isso que muitas vezes nos encontramos pen-
sando em alguém e aquela pessoa nos telefona em seguida. Ou seja,
o fato dela pensar em nos ligar, já nos conecta. E se estamos mais
sensíveis, a imagem daquela pessoa virá a nossa mente antes mes-
mo do telefone tocar. Em breve, a comunicação telepática será uma
realidade. Quanto mais libertos do ego, mas os nossos potenciais
psíquicos ficarão aflorados e a comunicação se processará pelo
pensamento. E o mesmo vale para o envio de energia mental. O
espaço não é bloqueio ou impedimento para esse processo, sem a
necessidade de símbolos.
64
frerá as consequências em seu próprio organismo. O que ele precisa é aprender
a doar essa energia de forma amorosa e sábia, fazendo isso em locais ade-
quados, e como proceder, antes, durante e depois da sessão.
Não é desenhando símbolos em paredes, na palma da mão que ele estará
agindo corretamente. A pessoa que não tem energia para doar, poderá
fazer várias sintonizações, com diferentes mestres, e nunca sentirá nada.
E vai sair dizendo que tudo não passou de charlatanismo ou que determi-
nado mestre não o sintonizou direito. No fundo ele não era um traba-
lhador para a espiritualidade. Ele não tem energia ou o comprometimento
para doar sua energia em trabalhos socorristas.
Comentário Novamente encontramos o ensinamento de que o
mais importante é a intenção e não os rituais. Além disso, os cha-
mados médiuns de cura já teriam, em tese, assumido esse com-
promisso antes de encarnar, talvez por razões cármicas, ou seja,
para saldar seus débitos e não por serem santos. Seria uma
forma, podemos dizer, de acelerar sua evolução se colocar esse
potencial a serviço do próximo e não para fins egoísticos.
65
momento. Por isso afirmo que nem sempre o que é feito de graça
é feito com Graça.
66
CAPÍTULO 5
PERGUNTAS DIVERSAS
70
portância da reforma interior para seus pacientes, seja por
medo de vincular sua profissão com religião, seja por medo
de perder um potencial cliente. Essa questão, inclusive, é
levantada pelo médico alemão Rudiger Dahlke, em seu livro
A doença como caminho, quando afirma que, filosoficamen-
te, a medicina acadêmica e a medicina alternativa caminham
de mãos dadas. Ambas pensam a cura como algo vindo do
exterior, mudando-se apenas o remédio. Na primeira, minis-
tra-se remédios químicos e, na segunda, remédios naturais,
mas evita-se falar na necessidade do paciente mudar sua for-
ma de encarar a vida, seus pensamentos, sentimentos e ati-
tudes. Não residiria aí o problema?
Resposta É por isso que vemos, diariamente, pessoas indo de consultó-
rio em consultório, passando por muitas alternativas terapêuticas, mas
sem nunca obter a cura. Acham que irão encontrar uma terapia miraculosa
para seu problema, cuja origem é sempre espiritual. Ou seja, sem a mu-
dança interior, perdoando os inimigos, amando incondicionalmente etc.,
nenhuma cura irá se processar. Todas essas técnicas são instrumentos que
Deus utiliza para curar aquele que possui merecimento para ser curado.
Enquanto aquele Espírito humanizado escolher purificar-se através do dor,
esta será necessária.
Comentário Mais uma vez encontramos a questão do livre-ar-
bítrio. Ou seja, a importância da pessoa estar receptiva ao trata-
mento. Quando a pessoa, por alguma razão, não quer ser curada,
caso escolha purificar-se através da dor, é assim que será. Se não
houver a mudança de pensamentos e de sentimentos, nada pode
ser feito. A pessoa tem que fazer por merecer. Podemos dizer que
a dimensão da vida acontece por meritocracia e a misericórdia
divina consiste em permitir que ensinamentos como esse possam
vir, seja através de um Gandhi, de um Chico Xavier, entre outros.
A Lei do carma é inexorável, mas sempre encontramos pessoas
dispostas a consolar e nos transmitir forças para passar pelas vi-
cissitudes mais difíceis. Eis a misericórdia divina em ação.
71
dade segue na mão de seus divulgadores o objetivo original.
Por que o sagrado se profana com tanta rapidez?
Resposta O criador de todas as ações é Deus. Cada Espírito humanizado
auxilia na evolução da Terra, assumindo, mesmo inconscientemente, uma
determinada missão. Se julgarmos o outro por estar agindo de forma erra-
da, estaremos questionando Deus, pois Ele permitiu tal acontecimento. Por
isso orientamos vocês a aplicarem o Reiki gratuitamente e com amor, mas
nunca dissemos que se deve julgar e condenar quem cobra por isso. Em fun-
ção do sentimento de cada Espírito, Deus cria as ações. Dessa forma, co-
bra quem precisa cobrar e paga quem merece pagar. Somos sempre instru-
mentos, conscientes ou não, da ação carmática que o outro deve vivenciar,
e vice-versa. O próprio Bach não se cansou de dizer que cada pessoa se
encontra em um nível de aprimoramento espiritual diferente, o que relativiza
as chamadas virtudes? Ou seja, se servir é uma virtude para um Espírito
mais esclarecido e desapegado, para outro pode ser algo inconcebível e dis-
tante da sua realidade, pois ainda se encontra muito preso aos valores
do ego, apegado aos bens terrestres e ao sucesso material. Quantas pessoas
ávidas por dinheiro não acreditam que atuar com uma Terapia que utiliza
energias sutis é um caminho fácil para se ganhar a vida sem precisar
passar pelos tortuosos e espinhosos estudos e avaliações que envolvem a
medicina oficial? Mas pensar assim não é certo ou errado. É apenas
mais uma prova. Porém, gradativamente, tais terapias estão sendo conhe-
cidas e respeitadas. Chegará a hora certa para o charlatanismo ser derro-
tado e toda a sua dimensão sagrada e espiritual se revelar aos olhares des-
crentes. Mas, se ainda existe charlatanismo nesse meio, é porque ainda
existem Espíritos que precisem desse tipo de provação.
Comentários O que acho interessante nessas respostas é a total
confiança nos desígnios divinos. Para estes espíritos tudo tem o
tempo certo para acontecer. O destino do mundo é caminhar para
o Bem (amor universal). Porém, por alguma razão, ainda se faz
necessário o mal (o egoísmo). Eu imagino uma linha reta. Em uma
extremidade está o egoísmo e na outra o amor. Em tese, os Espíri-
tos para vivenciar os mundos de provas e expiações são coloca-
dos na primeira extremidade e, conforme vão encontrando forças
para caminhar para o outro lado, conseguem ir se desligando da
primeira energia e vão se sintonizando com a força que vem da
segunda extremidade. E esse processo dura várias encarnações. E
o ponto em que se encontra o Espírito vai influenciar sua forma
de pensar, sentir e agir no mundo, mas, sendo sempre, um instru-
mento para as ações carmáticas dos outros.
72
Nesse sentido, o importante é aprender a vigiar os pensamentos e
sentimentos para não sermos os escolhidos para a ação carmática
negativa que alguém mereça receber. Por isso, no caso do Reiki,
os Espíritos orientam a fazer com amor e de forma desinteressa-
da, mas não criticar quem cobra ou age com motivos egoístas, pois
até estas pessoas são instrumentos da justiça divina.
74
pre para o verdadeiro e único caminho possível para se obter a cura: o apri-
moramento espiritual através da reforma íntima. Sem falar que, com certe-
za, todas elas possuem o amparo da espiritualidade socorrista quando pra-
ticadas com ideal crístico (universalista) e caritativo (amor incondicional).
Comentário No meio espírita há muita resistência às terapias
acima. Uns afirmam que elas não são científicas e por isso o espi-
ritismo não as aprova. Mas, nesse caso, se esquecem que o passe
e a chamada água fluidificada também não são comprovadas
cientificamente. Outros não as aceitam porque Kardec não escre-
veu nada a respeito. Porém, na resposta acima, encontramos que,
se estas terapias forem praticadas com ideal crístico e caritativo,
terão sempre o amparo da espiritualidade, pois como o próprio
Kardec escreveu, estamos sempre rodeados por Espíritos que acom-
panham o que fazemos e pensamos. Assim, podemos entender que
não é somente dentro dos centros espíritas que os ditos espíritos
superiores atuam. Eles estão por todos os lugares, intuindo e aju-
dando quem possui a mente e o coração abertos para o amor uni-
versal, mesmo que a pessoa não se filie a uma doutrina ortodoxa e
exclusivista.
75
Acnes timidez exagerada, medo de ser descoberto (traição, segredos que
não deveriam ser revelados, etc.). Espinhas: energia sexual reprimida.
Afonia (engolir em seco, engolir sapos) não dizer o que pensa para não
receber represálias. Forma de sufocar palavras, opiniões e até palavrões que
gostaria de dizer, mas não pode, por alguma razão. Repressão por motivos
religiosos, educativos, familiares etc.
Alergia necessidade de se defender do meio em que vive (família, traba-
lho, escola etc.), tensão e infelicidade, rejeição de ajuda externa.
Amnésia perda de interessa pela vida, desânimo.
Anemia medos e receios conduzindo para uma diminuição do prazer, da
alegria. Cansaço, angústia sexual ou afetiva. A anemia pode representar a
necessidade de mudanças no campo afetivo, econômico, ideológico etc.
Arteriosclerose ciúme, inveja (dor de cotovelo), possessividade.
Asma autodesaprovação, superproteção dos pais, medo, insegurança,
sufocamento dos desejos e paixões, medo de entrar em contato com suas
próprias necessidades e desejos para não contrariar as pessoas com quem
convive, conservadorismo, rigidez. O mesmo vale para bronquite.
Bursite necessidade de carregar os outros nos ombros, sentir-se respon-
sável pela felicidade alheia. Necessidade de agradar a todos.
Câncer estagnação da energia vital. Deve-se relacionar com o órgão atin-
gido. Ausência de resignação (lembrar que resignação não é conformismo,
mas compreensão do problema e respectiva aceitação ativa felicidade in-
condicional das provas ou expiações), depressão, conformismo.
Ciático nervo sexual por excelência. Sexualidade contida ou mal conduzi-
da. Sublimação negativa do sexo (repressão sexual).
Colesterol mágoa, amargura e tristeza não superada.
Coração hiperatividade, perfeccionismo, falso otimismo, pouca imagina-
ção, ego narcísico. Dificuldade para controlar as emoções que sente. Costu-
ma preceder um infarto as situações de humilhação ou desonra.
Dismenorreia (menstruação dolorosa) não conseguir soltar as tensões e
a raiva acumulada no dia-a-dia. Sentimentos de culpa, ressentimento ou
ciúme. Repressão sexual por motivos religiosos ou culturais.
Esclerose perfeccionismo com os outros e auto-indulgência.
76
Estômago dificuldade em aceitar e digerir as próprias emoções ou relaci-
onadas a outras pessoas. Aceitam tudo, mas perdoam pouco. Possessividade,
perfeccionismo em relação aos outros (falta doçura, ternura e carinho nas
opiniões sobre os erros de outras pessoas). Inveja.
Fadiga falta de amor à atividade exercida, dificuldades afetivas.
Fígado defesa das posses matérias ou psicológicas, tendência às explosões
emocionais, autocrítica, auto-rejeição, emoções instintuais exacerbadas (sexo,
alimento, excesso de preocupação com a sobrevivência material).
Garganta sufocamento das emoções e vontades por medo de represálias.
Nós na garganta: emoções sufocadas ou reprimidas. Engolir a raiva, as
opiniões, os desejos.
Impotência falta de confiança, auto-rejeição, dificuldades econômicas ou
profissionais.
Miomas sexualidade confusa, medo exagerado da maternidade, sufoca-
mento de fantasias e desejos sexuais.
Vícios (álcool, cigarro, drogas etc.) em geral relaciona-se com o vazio
interior, não encontrar sentido para a vida. Insegurança, auto-rejeição.
Comentário A medicina cartesiana separa o corpo do espírito,
como se um não influenciasse o outro. Assim, todas as doenças
teriam uma causa externa (vírus, bactéria, comida estragada, ci-
garros etc.). Essa visão não é errada, mas é incompleta. Além dos
fatores externos, já há fortes evidências que os pensamentos e os
sentimentos afetam diretamente o corpo. E como afirmam os Es-
píritos, mesmo não sendo possível fazer uma correlação direta, pois
são vários os fatores envolvidos, as atitudes acima aumentam a
probabilidade de certas enfermidades aparecerem no corpo físico.
E o mais interessante é que muitas enfermidades, segundo afirmam,
tem como causa a sexualidade mal vivida. Pode-se notar nas res-
postas que não há moralismo em relação ao sexo por parte dos
Espíritos que compreendem a sexualidade como algo normal e
saudável. Além disso, é justamente quando ela não é vivida plena-
mente que várias enfermidades surgem na vida da pessoa, pois é
uma fonte de energia poderosa.
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Resposta Entre elas, podemos destacar:
a Os movimentos da mão em sentido horário favorece a absorção de prâna
pelo organismo da pessoa enferma.
b Os movimentos da mão em sentido anti-horário favorece a remoção de
energia estagnada do organismo da pessoa enferma.
c A varredura (passar a mão sobre a aura do enfermo antes de iniciar o
processo de energização) tem duas funções:
c.1 A varredura de cima para baixo causa sonolência na pessoa. Aju-
da em pacientes hiperativos.
c. 2 A varredura de baixo para cima ajuda a pessoa a se reanimar.
Ajuda, no término da sessão, para que a pessoa volte ao estado de vigí-
lia.
d Pontos do corpo físico que transmitem calor estão com excesso de ener-
gia. O reikiniano deverá ficar com as mãos nesses locais até o calor dimi-
nuir.
e Pontos do corpo físico que se encontram gelados estão com falta de ener-
gia. O reikiniano deverá ficar com as mãos nesses locais até o frio passar.
f Limpeza após a sessão: sempre tomar banho, fazer um lanche leve, ter
contato com a natureza, realizar uma prece de agradecimento. Lembrando
que a prece nunca deve ser realizada com orações decoradas. Deve ser feita
com humildade, sinceridade, reverência e concentração.
Comentário Como já foi salientado nas primeiras questões,
muitos cursos de Reiki enfatizam o desenho dos símbolos e se
esquecem de questões que seriam mais importantes. Alguns cur-
sos de Reiki, inclusive, ensinam que não se deve fazer preces ou
orações, apenas traçar os símbolos. No caso acima, podemos no-
tar que ao invés de ficar brigando para saber qual é a técnica mais
eficiente, o mais adequado é unir o que cada uma apresenta de
melhor, lembrando sempre que nenhuma é capaz de passar por
cima da chamada Lei do Carma. Portanto, nenhuma vai curar
quem ainda tem o que aprender com determinada enfermidade.
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Resposta A aromaterapia se baseia no uso de aromas naturais que
interagem com o nosso organismo, estimulando ou inibindo certas áreas da
região cerebral. Apesar de não curar, a aromaterapia facilita a cura de certas
enfermidades quando associada com outras técnicas. Ela pode, assim, ser
utilizada em conjunto com o Reiki. A melhor água é a fluidificada, mas
pode ser utilizada água comum. Utilize os aromas com parcimônia. Não é
necessário que o paciente saiba qual é o aroma. O rechaut ideal é o de pe-
dra sabão ou com prato de vidro. Outros acumulam fuligem no fundo ou
trincam facilmente. A fuligem acumulada prejudica a saúde. Os incensos
devem ser evitados devido ao carvão. O ideal é sempre usar essências. Duas
ou mais essências podem ser utilizadas em conjunto. O rechaut deve ser
lavado antes de um novo uso. Algumas essências e sua atuação:
Alfazema contra alergia.
Algas inibidor do apetite sexual.
Benjoim auxilia como estimulante nervoso.
Erva-doce age no sistema respiratório e no nervoso.
Erva-raiz expectorante. Age no sistema respiratório.
Frutas verdes calmante e relaxante.
Gardênia relaxa o sistema nervoso.
Girassol problemas pulmonares.
Hortelã tratamento do estômago, gastrite e úlcera.
Imanacá artrite e artrose.
Jasmim problemas circulatórios.
Lavanda problemas respiratórios.
Laranja estimula a clarividência.
Maçã-verde aumenta a energia sexual.
Madeira aumenta a sensibilidade emocional.
Manjerona facilita a circulação.
Menta atua na bexiga e no esôfago.
Musgo-selvagem enfermidades nos olhos (catarata, miopia etc.).
Pêssego atua nos rins, intestinos e fígado.
Pinho atua sobre a garganta e no nariz.
Raízes estimulante.
Rosa branca atua no fígado.
Sândalo/Lótus anti-estresse. Estimulante.
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Say-flora atua nos rins.
Vetiver relaxante. Em excesso, causa sonolência em demasia.
Comentário Muitas vezes, nas embalagens de incensos encon-
tramos recomendações curiosas como: espantar espíritos, atra-
ir dinheiro etc. Mas, segundo os espíritos que responderam nos-
sas questões, os aromas podem ser úteis por atuarem diretamente
no cérebro, relaxando ou tornando a pessoa mais alerta. Mas, ao
mesmo tempo, recomendam que se evite o uso de incenso, devido
ao carvão, preferindo o rechaut.
80
não, é o merecimento de quem procura auxílio. Se a pessoa tiver
merecimento, será curada pagando 200 dólares por uma sessão ou
recebendo o atendimento de graça.
81
vulgação do nosso trabalho, desde 2005, passou a ser a internet e
de forma gratuita.
82
Pergunta 61 Se tudo isso é necessário, então o reikiano não
é um simples canal para a energia cósmica?
Resposta Não adianta a água ser limpa se o cano por onde ela circu-
lará se mantiver sujo, contaminado. A sujeira do cano poluirá a água. E
se apenas a energia cósmica fosse necessária no socorro, a espiritualidade
não necessitaria do auxílio dos encarnados. É preciso a energia vital dos
encarnados, do ectoplasma. Sem este não há como auxiliar os enfermos. É
claro que, quanto mais amor envolvido no ato, mas energia cósmica e apoio
espiritual o reikiano vai receber. Porém, é a energia que hoje vocês chamam
de energia zôo que nós precisamos para fazer remédios e os instrumentos
utilizados durante a sessão.
Comentário Mais uma vez encontramos a ênfase na boa ener-
gia do Espírito humanizado no processo curativo. Sem esta ener-
gia, chamada de ectoplasma ou energia zoo nenhum trabalho
socorrista seria possível, afirmam. Enfim, parece que há a necessi-
dade de uma cooperação entre o encarnado e os Espíritos para o
atendimento daqueles que necessitam e merecem uma cura ou a
amenização de seus sofrimentos.
83
é um trabalho espiritual e mesmo assim omite tal informação, com a justi-
ficativa de estar ajudando a pessoa, analise, realmente, o seu verdadeiro
interesse. Muitas escolas iniciáticas só ensinavam os mistérios da reencar-
nação para os discípulos mais evoluídos, pois uma verdade mal ensinada
pode causar mais mal do que bem. Por isso, omitir certas informações pode
ser útil, em alguns casos. Mas omitir não é mentir. E se a omissão for por
interesses comerciais, as consequências serão ainda mais graves. Existem
reikianos que enxergam a ação dos Espíritos, pois são videntes, e mesmo
assim ensinam que não há a participação dos Espíritos, e que a energia é
inteligente e capaz de curar, de forma milagrosa, todas as doenças. Mas
por que o ego dele faz isso? Para ser instrumento para a prova de alguém;
para ver se vamos amá-lo assim mesmo ou se vamos criticá-lo e julgá-lo.
Comentário Essa pergunta foi formulada depois que um mes-
tre de Reiki pediu para eu não falar das visões que eu tinha duran-
te as sessões que fazia com ele. Em uma delas, vi nitidamente um
japonês manipulando os meus pés enquanto o mestre se encon-
trava na altura do meu peito. Segundo este mestre, se eu falasse
para as pessoas da presença da espiritualidade durante os atendi-
mentos, muitos ficariam com medo e deixariam de frequentar os
trabalhos. Mas se somos Espíritos eternos passando por experiên-
cias humanas, qual o problema em enfatizar a presença da espiri-
tualidade em todas as ações humanas? O problema seria relacio-
nar os espíritos a uma determinada doutrina religiosa, fazendo do
Reiki um instrumento de doutrinação.
84
Comentário Através da vidência de alguns sensitivos e até mes-
mo do relato dos Espíritos, em vários atendimentos realizados
durante as sessões de Reiki acontece transplantes de órgãos. Ou
seja, no corpo astral do enfermo um determinado órgão é substi-
tuído durante o atendimento. Por ressonância, o novo órgão as-
tral, produzido com energias salutares, vai curar o órgão físico, que
vai se regenerar, tendo suas células completamente renovadas. Se
um transplante desse tipo for realizado em uma pessoa que ainda
não tem merecimento, com o seu padrão de pensamentos e senti-
mentos vai poluir com energias negativas o seu corpo e uma nova
enfermidade vai se instalar em seu organismo.
85
energéticos serão pensados, depende do observador. Acredito que
Kardec ao criar o neologismo perispírito abarcou em uma única
realidade o que a teosofia chama de corpo astral e mental infe-
rior, por exemplo. E, da mesma forma, o que ele entende por espí-
rito, para os orientais é subdividido em mental superior, corpo
intuitivo e o espírito propriamente dito que, em várias filosofi-
as orientais, não fica doente e já foi criado puro e perfeito. Se exis-
te diferença é na concepção. Na visão kardequiana, o espírito pre-
cisaria evoluir para se tornar perfeito e puro e, para a maioria
das Psicosofias do Oriente, ele precisa se libertar do agregado
energético que forma o ego e que impede que sua Luz possa se
expressar livremente. Em suma, quanto mais livre, mais manifesta
o amor, a felicidade e a Fé que sempre, supostamente, estiveram
dentro dele e não fora. Porém, o caminho para evoluir ou se li-
bertar é o mesmo: a prática do amor universal.
86
elas: indução espiritual, obsessão espiritual, simbiose, parasitismo,
estigmas cármicos não obsessivos, síndrome dos aparelhos parasi-
tas no corpo astral, síndrome da mediunidade reprimida, arque-
padias, goécia, síndrome da ressonância vibratória com o passado
e correntes mentais parasitas auto-induzidas.
87
mente. A diferença é que os místicos acreditam na existência do
Espírito e que este sobrevive após a morte, enquanto os cientistas
acreditam que a mente se extingue com a desintegração do corpo
físico, pois ela seria apenas um epifenômeno do cérebro. E o que
diferenciaria a criação das colônias espirituais e as construções
umbralinas seria a vibração energética. As ultimas são cons-
truídas, segundo os relatos mediúnicos, com energias de baixa vi-
bração, como são as de ódio, inveja, trabalhos que usam o sangue
de animais etc.
88
Pergunta 68 E existe alguma vantagem ou mesmo desvan-
tagem do Reiki em relação ao passe espírita?
Resposta A desvantagem está na mistificação. Todas as histórias
mistificadoras que assolam o Reiki, os vários graus de médiuns fascinados
por histórias de extraterrestres que transmitem símbolos sagrados que
devem ser mantidos em segredo, como se o símbolo fosse a coisa mais impor-
tante e não a mente e a vontade de ajudar; o charlatanismo, as falsas pro-
messas de cura de toda e qualquer doença, como se ela não fosse necessária
para a prova do Espírito encarnado etc. Todas essas histórias formam o
joio que deve ser arrancado, porém, gradativamente e sem críticas ou julga-
mentos. Mas há, também, inúmeras vantagens, sobretudo, no procedimen-
to junto ao paciente. Este paciente recebe energia com hora marcada e a
sessão não é de apenas três minutos. O tratamento é muito mais completo
do que em um simples passe, pois este visa apenas harmonizar a pessoa. O
que não significa que muitas casas espíritas ou centros de umbanda não
façam os passes de cura, que são mais longos e voltados para tratamen-
tos mais complexos, como os que a espiritualidade realiza durante o Reiki.
No Reiki também não há preconceitos doutrinários que impeçam o atendente
de colocar uma música relaxante no fundo, usar essências aromáticas que
ajudam no tratamento. Toda essa ambiência criada para a sessão de Reiki
é importante, pois os meios, apesar de ilusórios, ajudam no relaxamento do
paciente. Mas é importante não se esquecer que nenhuma técnica transgri-
de a Lei do carma e do merecimento. Será encaminhado por Deus para o
Reiki aquele que necessitar dele e será encaminhado para o passe aquele
que necessitar desse outro procedimento. Da mesma forma para o Johrey
ou para a Cura prânica.
Comentário Mais uma vez encontramos a informação de que a
essência é a mesma em qualquer atendimento bionergético. Porém,
uma possível vantagem do Reiki é que não está vinculado com
nenhuma doutrina religiosa. Assim, usar cristais, luzes coloridas,
aromas, músicas etc. não afetariam nenhuma pureza doutrinária.
E podemos nos lembrar da famosa manifestação do espírito Sete
Encruzilhadas, em 1908, quando anunciou a Umbanda. Seu pri-
meiro ato, após incorporar no médium Zélio de Moraes, foi bus-
car uma flor no jardim para enfeitar a mesa. Enfim, a matéria é
ilusória, mas como ela está aí a nossa disposição, porque não bus-
car organizá-la de uma forma mais bela, aconchegante, aprazível e
sustentável?
89
Pergunta 69 E em relação à polêmica de tocar ou não no
paciente? Nos cursos de orientação mediúnica os passistas
aprendem que não se deve tocar, de forma alguma, no paci-
ente. O Reiki, por sua vez, costuma ser feito através do to-
que. Há problemas em se tocar o paciente?
Resposta Esta polêmica ressalta as diferenças de mentalidade (ego) entre
o Ocidente e o Oriente, entre a visão de mundo ocidental-cristã e a orien-
tal. Existe muito pavor e incompreensão em relação ao corpo físico aqui no
Ocidente. A nossa visão de mundo é dicotômica. Desde a Antiguidade se
separa, radicalmente, Espírito e Corpo. Na verdade, parece que há uma
guerra Espírito X Corpo. Em alguns momentos da história Ocidental se
valoriza o Corpo em detrimento do Espírito. Em outros, o contrário. Falta
para nós a visão integrativa oriental.
No Oriente, suas práticas espirituais e mesmo profanas buscam sempre o
equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Não se concebe uma coisa
dissociada da outra. Além disso, a massagem ou o toque não tem a conotação
pejorativa e sexualizada que tem no Ocidente. O ato de tocar, de massagear
é visto com naturalidade no Oriente. Aqui vocês levam tudo para o campo
da sexualidade, devido à própria formação cultural e sexual do homem oci-
dental. Aqui, onde a maioria das religiões cristãs trata o sexo como Tabu,
vocês são bombardeados por propagandas e programas de TV que vivem
da exploração de um erotismo desenfreado. O homem ocidental vive angus-
tiado pelo medo do pecado, de um lado, e pelo erotismo exacerbado, de ou-
tro. Nada disso é errado, apenas cenário para a prova dos Espíritos que
encarnam nesse lado do planeta. Sem segundas intenções, seria possível
aplicar Reiki e fazer massagem ao mesmo tempo, principalmente, nos pés.
Mas o atendente necessita ter um autocontrole, dominando seus instintos
inferiores. O único momento em que não se deve tocar no paciente é quan-
do, e que é raro, ocorre uma incorporação. Se a sala é preparada para o
trabalho e é protegida pela espiritualidade, raramente isso acontecerá. Mas
é preciso lembrar que se o paciente for um médium e estiver sob forte ação
obsessiva, é necessário mandar energia sem tocar na pessoa e fazer muita
prece para a espiritualidade adormecer e levar para esclarecimento aquele
irmão obsessor. Vocês devem sempre se lembrar que na hora do tratamento,
seja com o Reiki ou com o passe, o momento não é para desenvolvimento
mediúnico e nem para doutrinação.
Comentário Em 2011, em nossos trabalhos, nós começamos a
utilizar uma nova técnica que chamamos de Atendimento Espiri-
tual de Saúde (AES). Nela, alguns médiuns incorporam tanto os
90
espíritos da equipe socorrista como algum obsessor que precisa ser
atendido e encaminhado. Assim, ao contrário do Reiki, no AES
acontece a doutrinação. Além disso, durante certo período, tí-
nhamos um dia da semana em que aplicávamos passe e outro
em que se aplicava Reiki. Os atendentes eram os mesmos, a equi-
pe espiritual que sustentava o trabalho também, mas alguns
consulentes diziam preferir o Reiki enquanto outros diziam pre-
ferir o passe. E cada um tinha os seus argumentos.
91
encarnação futura, ambos, o encarnado e o desencarnado, preci-
sarão nascer como gêmeos siameses, uma forma radical para sepa-
rar espíritos que vivenciam uma obsessão tão profunda e mútua
como a deles. Porém, ele também afirmou que, se o caso foi parar
em nossa casa e não em outra, é porque o grupo de atendimento
já tinha condições de ajudar. Se não tivesse, Deus teria encami-
nhado aquele caso para outro local.
92
foi Deus, a causa primária de todas as coisas? Se acreditar na primeira
opção, criaram um novo bezerro de ouro e se esqueceram de amar a Deus
acima de todas as coisas.
Comentário Não é necessário Fé para ser curado, mas estar re-
ceptivo a energia benéfica que vai receber. Assim, tanto crianças
como animais são beneficiados. Além disso, fomos informados que
muitas enfermidades em crianças e em animais são fruto da ener-
gia negativa dos pais ou de seus proprietários. Em outras palavras,
quando os pais da criança ou donos dos animais estão com suas
energias muito desequilibradas, elas são absorvidas pelas crianças
e pelos animais, tornando-os doentes. É como se elas (as crianças
e os animais) fossem um espelho para o doente se enxergar. Mui-
tos, ao sentir pena da criança ou do animal, levando-os para trata-
mento, mudam de atitude, parando de lamentar, brigar etc. Ou-
tros, infelizmente, nem assim mudam.
93
a sessão para não se desgastar; deve se preocupar com o local onde a sessão
acontecerá, e procurar sempre aumentar seu padrão vibratório e contato
com a espiritualidade superior através de sua própria reforma íntima.
O verdadeiro mestre de Reiki ensina através do exemplo, através da hu-
mildade e da resignação.
Comentário Segundo os espíritos consultados, os escritores e
professores correm sérios riscos de falhar em suas missões. Eles são
responsáveis pelo que ensinam. Quanto mais sentimento egoísta
eles manifestam, quanto mais difundem mistificações (enganações
feitas voluntariamente), algo que não tem relação com o misticis-
mo oriental (sabedoria construída a partir da experiência espiritu-
al), mais se comprometem com a Lei do carma.
94
CAPÍTULO 6
O ATENDIMENTO
ESPIRITUAL DE SAÚDE
95
Comentário A incorporação nos atendimentos é algo muito
criticado no movimento espiritista. O argumento é que Espíritos
mistificadores podem se aproveitar da invigilância dos médiuns.
Porém, incorporados ou não, os Espíritos estarão sempre presen-
tes. Se a equipe é formada por trabalhadores sensatos, equilibra-
dos e com sentimentos crísticos, serão amparados pelos Espíritos
superiores, caso contrário, serão instrumentos dos chamados in-
feriores. Assim, mais importante que ser um atendimento com ou
sem incorporação, é a adequada preparação da equipe encarnada
que importa, pois na Física Transcendental os iguais se atraem.
96
seu próprio corpo, ficando inconsciente. Após o termino do fenô-
meno, meses depois, ela interpretou o fenômeno como uma for-
ma de limpeza da energia negativa que a mãe possuía, fato neces-
sário para ela desencarnar em melhor estado e não precisar drenar
tais toxinas no umbral. A diferença entre o processo vivido por
esta mulher e o que acontece no AES é que o dela prejudicou por
algum tempo sua vida cotidiana, precisando, inclusive, ser inter-
nada em um hospital psiquiátrico. No AES, após o término do
atendimento, o médium volta do transe como se nada tivesse acon-
tecido, sem saber o que se passou durante o processo.
97
Pergunta 77 Ainda no caso do atendimento a distancia, a
eficácia é a mesma de um atendimento presencial? Por exem-
plo, Ramatís, em um de seus livros, afirma que nem sempre
os espíritos socorristas conseguem entrar na casa do enfer-
mo devido ao excesso de energia negativa. Se a casa do en-
fermo está assim, como ele recebe a ajuda?
Resposta Sempre afirmamos que o enfermo recebe ajuda de acordo com
o seu merecimento. Se ele já está em um processo de mudança interior que
o torne merecedor, receberá a ajuda mesmo com toda a energia negativa do
entorno. Aliás, nesses casos, é que se percebe a necessidade de um trabalho
efetivo, envolvendo muita energia para a limpeza. Por exemplo, muitas vezes
é solicitado auxilio para pessoas que precisam ser atendidas por uma gran-
de equipe espiritual. Uma parte da equipe vai até a casa para perceber as
energias, fazer o diagnóstico e informar o que é necessário. Tendo permis-
são, se inicia o atendimento e se há necessidade, outra equipe é solicitada
para continuar a limpeza, recolher obsessores etc. Deus não abandona
nenhum de seus filhos, por isso todas as casas contam com proteção. Nin-
guém está desamparado ou solto no mundo.
Comentário Somos sempre os reais artífices de nosso destino.
Plantamos e colhemos exatamente o que semeamos. Pelas leis cós-
micas, o algoz de ontem se torna a vítima de hoje e aqueles que
nutrem o mesmo padrão de pensamento e sentimento se atraem.
Porém, mais cedo ou mais tarde, o amor vencerá o egoísmo. E como
ensina Jesus, bata e a porta se abrirá. Aquele que, cansado com
suas colheitas egoísticas, resolve mudar, torna-se merecedor de aju-
da, por mais que seja ampla a limpeza a ser realizada. Mas por isso
é importante a própria pessoa pedir a ajuda ou pelo menos reco-
nhecer que está precisando. A intercessão de terceiros nem sem-
pre é suficiente para fazer a porta se abrir.
98
consulente compreender que o obsessor está com ele por algum motivo. Ge-
ralmente, ambos vibram numa cadência muito baixa, mantém hábitos e
pensamentos ruins, são egoístas e precisam mudar. Os iguais se atraem.
Por isso, é importante esclarecer essa questão para o consulente, convidá-lo
para participar de um grupo de estudo, entregar a ele um folheto que o es-
clareça sobre os mecanismos da obsessão para que ele não se veja como uma
vítima inocente.
Nos trabalhos de Reiki, quando há necessidade, os obsessores também são
recolhidos e encaminhados pela espiritualidade, mesmo não necessitando
de incorporação e sem que o consulente perceba alguma coisa. Mas, muitas
vezes, é o obsessor que tem merecimento para ser atendido, para ser des-
ligado daquele que o atraiu e, se não mudar de postura, vai atrair outros
para o seu lado, como acontece, por exemplo, com muitos alcoólatras.
No Atendimento Espiritual de Saúde se faz necessária a manifestação dos
Espíritos na frente do consulente porque é essa a característica do trabalho.
Mas, em alguns casos, a pessoa entra, recebe um atendimento e permanece
com o obsessor porque ainda não era a hora de tirá-lo de seu caminho. Por
alguma razão, ele ainda é importante na vida daquele consulente.
A doutrinação dos Espíritos acontece também na Apometria e no Reiki, mas
no Atendimento Espiritual de Saúde é importante a incorporação do obsessor
para que ele possa manifestar os motivos pelos quais está perseguindo o
consulente. Este diálogo, nem sempre muito amistoso, serve para o consulente
pensar e entender porque deve mudar sua forma de encarar a vida.
Comentário Ninguém é vítima de obsessão espiritual por aca-
so. Um dos ensinamentos básicos da doutrina espírita é que o poder
dos chamados espíritos superiores é irresistível. Ou seja, o cha-
mado espírito inferior só consegue fazer aquilo que tiver permis-
são. Assim, quando ele se torna um obsessor, é porque sua vítima,
por alguma razão, merece. Quando ela mudar sua forma de pen-
sar ou de sentir o mundo, a ajuda virá. Mas é importante salientar
que muitas vezes o obsessor é o encarnado e não o Espírito. Este
apenas foi atraído pela energia enfermiça do primeiro. São os ca-
sos de indução espiritual, na nomenclatura da Apometria. E,
nesses casos, muitas vezes é o desencarnado que tem merecimen-
to para se livrar de um encarnado incomodo.
99
79 Notamos que a equipe médica usa álcool e algodão nos
atendimentos e, em alguns casos, cristais. Qual a importân-
cia desses elementos materiais no socorro aos encarnados?
Resposta O álcool é importante para desinfetar e ajuda a retirar ener-
gias mais densas que estão na aura do paciente. O cristal e os elementos da
natureza podem ser utilizados para conduzir a energia de uma maneira
mais eficiente, potencializando a energia utilizada no atendimento.
Os cristais, assim como as plantas, o sal, a água e o fogo são elementos
advindos da natureza e que possuem energias fundamentais para os socor-
ros. Aliás, está faltando deixar um vaso com plantas e flores nos trabalhos
de vocês.
Comentário As emanações fluídicas dos elementos da natureza
são frequentemente utilizadas pela espiritualidade. Se o ambien-
te onde o trabalho acontece não tem esses elementos, por razões
doutrinárias ou outras, os Espíritos vão buscar em outros lugares.
Mas o uso dessas energias acontece com frequência. Certa vez, em
um centro espírita de São Carlos, seus proprietários cortaram as
plantas de um pequeno jardim que havia no fundo da casa e,
mesmo sendo um centro que não aceitava a manifestação de pre-
tos-velhos, em um dos trabalhos mediúnicos um se manifestou,
pediu desculpas por estar ali incomodando e disse que só precisa-
va passar um recado. O preto-velho pediu para refazerem o jardim,
pois as plantas que lá estavam eram usadas nos diferentes atendi-
mentos que aconteciam no centro.
Para alguns agrupamentos espiritualistas pode parecer mistifica-
ção o uso de elementos naturais como cristais, água, fogo e até
mesmo o álcool em curas espirituais. Quando isso acontece, para
não criar conflitos, os próprios Espíritos socorristas buscam as
emanações fluídicas destes elementos em outros lugares.
Eu particularmente, durante muito tempo, não gostava de podar
meu jardim. Hoje, os restos das podas são armazenados em um
cantinho e, através de orações, ofereço as emanações fluídicas das
plantas para serem utilizadas no socorro de quem precisa. Não sei
se funciona, mas deixei de sentir dó ao podar minhas plantas.
100
e até crianças que ficam andando debaixo das macas. Seria
possível nos explicar o trabalho que estes espíritos fazem
durante o Atendimento Espiritual de Saúde?
Resposta Fazem um trabalho de limpeza importante. Nesses locais, a
troca de energia é muito intensa, e toda essa negatividade precisa ser leva-
da. Essas equipes trabalham recolhendo as energias mais densas (os Exus)
e revitalizando o lugar com energias de alegria e amor (as crianças). O
trabalho é complexo e por isso envolve uma grande equipe de trabalhadores
espirituais, das mais diferentes linhas espirituais.
Comentário No meio espiritista, de forma geral, acredita-se que
Espíritos que se manifestam como crianças são mistificadores e
os exus são confundidos com obsessores. Em outros trabalhos
mediúnicos, estas posturas são simbólicas e estão relacionadas ao
tipo de trabalho e a energia que movimentam. No caso, os exus, que
não são espíritos maus ou obsessores, são aqueles que trabalham nas
limpezas energéticas mais profundas. Mesmo em trabalhos onde não
há manifestação mediúnica, eles estão presentes. Alguns videntes
chegam a dizer que são eles que guardam os centros espíritas e de-
mais templos religiosos, inclusive as igrejas evangélicas.
Porém, no Atendimento Espiritual de Saúde, eles se manifestam
com mais frequência para recolher as energias negativas e muitas
vezes para levar algum obsessor mais renitente. E, no caso das crian-
ças, a alegria e a descontração que manifestam renovam a energia
do lugar, trazendo mais felicidade e amor a todos.
101
emanações pegajosas dos cigarros e das bebidas alcoólicas, favorecendo a
dor de cabeça, de estômago e muito mal estar. Também é importante mais
atenção com a alimentação no dia de trabalho. Tomar muita água, menos
durante as refeições, fazer uma alimentação balanceada e comer muita fruta
e legumes, evitando carnes vermelhas, cuja digestão é difícil. Descansar uns
15 minutos após a refeição e pensar o momento da alimentação como sa-
grado, portanto, evitar discussões neste momento. E fazer sempre uma pre-
ce antes e depois da alimentação. Também a sexualidade precisa ser
vivenciada de forma mais harmoniosa e sadia. A sexualidade é uma ex-
pressão também sagrada e como tal deve ser vivida.
É importante os atendentes se prepararem antes do início do trabalho,
meditando, harmonizando-se mentalmente com a equipe espiritual, desli-
gando-se das energias do cotidiano. Quanto mais preparado, no aspecto
físico, mental e moral, menor a necessidade de interromper os atendimentos
para ajudar aquele que, em tese, foi escolhido para ajudar. Não tomem isso
como crítica, mas como orientação para melhorar cada vez mais a qualida-
de do trabalho ofertado por vocês. A boa vontade é importante, mas o
voluntarismo sem estudo e preparação não é suficiente.
E lembrem-se que o trabalho continua durante o desdobramento de vocês.
Procurem, ao chegar em casa, tomar um banho relaxante, não fazer uma
alimentação pesada e dormir cedo.
Comentário Como em qualquer trabalho espiritual, aqui tam-
bém se faz necessário uma preparação adequada dos atendentes.
Quanto mais a pessoa se prepara durante o dia, menos imprevis-
tos acontecerão. No meu caso particular, aprendi que se não be-
ber muita água e se não tomar banho após os atendimentos, a
probabilidade de ter dor de cabeça e no estômago, no dia seguin-
te, é grande. Outro dado importante é procurar sempre ser um
instrumento da vontade divina e não da nossa.
102
CONCLUSÃO
O Espírito diligente e sábio entrega-se a uma vida de renúncia a
todos os tesouros transitórios da matéria e devota-se incondicional-
mente ao culto do Amor ao próximo, a fim de mais cedo transladar-se
para o mundo angélico, que será sua definitiva morada.
Ramatís
103
ou seja, do processo de libertação do ego para que possamos, um
dia, libertar-nos também do samsara (a roda da encarnação).
Provavelmente, na contabilidade divina, só adquirimos méri-
to ou libertamos nossa alma eterna dos cascões do ego por inter-
médio do amor incondicional ao próximo e a nós mesmos, não
desejando nada em troca, nem um simples agradecimento. E como
nos ensina a Oração de São Francisco, é dando que recebemos. E
esse recebimento não se dá em bens materiais ou dinheiro, mas em
vibração espiritual, na forma de amor indelével cuja amplitude e
grandiosidade só poderemos compreender após nosso retorno ao
verdadeiro lar, no mundo dos Espíritos. Mas, como diz a sabedo-
ria popular, sempre que tentamos impor o bom caminho aos ou-
tros, dele nos afastamos. É por isso também que em nossos cursos
de Reiki não julgamos ou impomos nada a ninguém. Apenas lem-
bramos as sábias palavras do verdadeiro Mestre: O meu Reino
ainda não é deste mundo. No meu Reino, os que mandam são os
que servem. (...) Meu Reino é um Reino de servidores. (...) Tudo
o que recebemos vem do Pai. O Pai dá tudo de graça aos filhos e
estes devem dar de graça o que assim receberam. No meu Reino
nada se toma, tudo se dá. Se queres pertencer a ele, dá tudo o que
tens e segue-me sem nada.
Embora este não seja um livro espírita, uma vez que o Reiki,
independente do sistema adotado, não tem por objetivo difundir
ou legitimar nenhuma doutrina em particular, pois seu caráter é
crístico e universalista, é importante lembrarmos que Allan Kardec,
o codificador do Espiritismo, em meados do século XIX, fez um o
alerta que devemos sempre ter em mente: não existe charlatanismo
desinteressado. Ou seja, onde há charlatanismo, há sempre, neces-
sariamente, dinheiro envolvido.
Quando começamos, em 2003, a difundir o Reiki, optamos
em fazer gratuitamente e de forma desinteressada sem preocupa-
ções em obter vantagens materiais ou espirituais de espécie algu-
ma. E procuramos orientar os alunos a usarem a técnica de forma
crística, amorosa e sem transformar o consulente em uma pessoa
dependente do Reiki, pois de nada adiantará buscar a cura no
exterior, seja no próprio Reiki, nos Florais, na Cromoterapia, na
Homeopatia ou na medicina materialista e acadêmica quando sa-
bemos que a verdadeira cura só acontecerá com a reforma ínti-
104
ma, um processo de mudança de sensibilidade que chamamos de
animagogia.
E como a saúde é, em essência, harmonia de vibrações, a ati-
tude fraternal e a disposição em auxiliar de quem atua com o Reiki
fazem com que seus recursos fluídicos se tornem muito mais efici-
entes, ajudando o enfermo a deixar de enviar energia desordenada,
pelo menos por algum tempo, contra si mesmo. Com a interrup-
ção do processo, cujas consequências são deploráveis para o fun-
cionamento saudável de seu corpo físico e também do tecido sutil
da alma, o enfermo ganha tempo para se responsabilizar pela
própria cura, aprendendo, assim, a lidar com os sentimentos dele-
térios, com a impulsividade, com suas crises de ódio e de ciúme,
com seus pensamentos agressivos e negativos etc.
Se aceitarmos que o Reiki é um instrumento que a Espiri-
tualidade Maior colocou à disposição de todos os espiritualistas
de boa-vontade, sobretudo aqueles com consciência crística, ele
pode se tornar uma bênção para todas as pessoas comprometidas
em antigas encarnações e um alívio para aqueles que colhem nos
caminhos da dor o que semearam no passado, encontrando uma
mão fraterna para amenizar suas provas e expiações. No meio
espiritualista pode ser pensado como um exercício de solidarie-
dade para os que se dedicam ao labor caritativo por intermédio
da mediunidade fraternizada e sem vínculos religiosos, pois a
mediunidade não é privilégio desta ou daquela doutrina.
O Reiki pode ser praticado em um terreiro de umbanda, em
um templo zen-budista, por católicos, por espíritas etc. E, quem
sabe, em breve, também nas comunidades Guarani, Kaingang,
Ianomâmi..., pois, como aparece nas respostas dos Espíritos, tra-
ta-se de uma prática terapêutica vibracional, bioenergética e
medianímica que transcende as malhas religiosas e/ou doutrinári-
as. Porém, para ter o apoio das falanges espirituais do Astral Su-
perior, tem de ser sério e realizado por intermédio do Amor uni-
versal. A caridade sem alarde, seguindo os passos de Cristo, que
atendia a todos que o procuravam, transforma o Reiki em uma
terapêutica de grande alcance, capaz de eliminar cargas negativas
e formas-pensamento que impregnam o organismo biopsíquico do
consulente, geradas, na maioria das vezes, pelo egoísmo, ódio, ci-
úme, inveja e outros sentimentos não amorosos.
105
Pode, inclusive, afastar entidades doentias, sofredoras e não-
esclarecidas atraídas pelo campo vibratório do enfermo que procu-
rou o auxílio. Mas é importante lembrar que a liberação de tais blo-
queios não é suficiente. Há indícios que nem o Reiki nem qualquer
outra terapia, oficial ou complementar, altera o livre-arbítrio ou cura
problemas morais. É através da animagogia, da mudança de sen-
sibilidade, um processo capaz de aprimorar moralmente o Ser e
aumentar seu padrão vibratório, fortificando sua imunidade física
e espiritual, que as curas acontecem, Em suma, quanto mais nos
libertamos do egoísmo e do orgulho presentes em nosso ego.
A mudança de atitudes, ou seja, a nutrição de sentimentos
amorosos, é necessária para a cura se realizar. É por isso que o
enfermo, assim como o terapeuta, precisam aprimorar em si as
qualidades evangélicas apregoadas por Jesus e pelos grandes mes-
tres do Oriente, exercitando a paz, a tolerância, a humildade e o
amor. Dessa forma, independentemente dos compromissos devo-
cionais ou doutrinários, a prática do Reiki é, em essência, espiri-
tualista. Com exceção de pessoas muito céticas, fechadas em seu
mundo egocêntrico, o Reiki é capaz de dinamizar o quantum
energético da centelha espiritual do Ser, fazendo-a aflorar cada vez
mais. A consciência de ser uma emanação divina começa a se
ampliar com as sessões. Porém, o passo seguinte, deverá ser dado
pela própria pessoa.
Aquele que cria em volta de seu organismo um campo de re-
sistência magnética é capaz de dispersar os mais sublimes eflúvios
eletromagnéticos. Não sem razão, Jesus, nas curas relatadas na
Bíblia, sempre ressaltou que a Fé do enfermo é que o tinha cura-
do, e não ele. Enfim, cada um parece realmente só receber o que
necessita e merece. Quando a pessoa se transforma interiormen-
te, o mundo exterior também se transforma. Enfim, transforma-
mos o mundo quando nos transformamos.
E qualquer enfermidade é um sinal de que é necessária uma
reforma íntima. Mas é mais cômodo pagar alguém para nos cu-
rar do que se esforçar para se autocurar. É por isso que sempre
enfatizamos em nossos cursos que mesmo o Reiki é um tratamen-
to para alívios de sintomas. Uma enfermidade somatizada, por
exemplo, pelo excesso de ciúme e ódio poderá ser aliviada com
algumas sessões, mas, se a pessoa não mudar seu relacionamento
106
doentio, ela retornará ou nunca será, de fato, extirpada. Não é à
toa que Jesus dizia: Vá e não peques mais, quando uma cura era
realizada. E nem sempre o Reiki será suficiente para curar uma
enfermidade, mas nunca deixará de aliviar alguns dos sintomas da
doença, oferecendo, assim, um alívio momentâneo ao enfermo, ou
uma trégua para que realize sua animagogia.
De forma esquemática, podemos dizer que, quando os médi-
cos incorpóreos têm autorização para realizar determinada cura
física, 90% é fruto do mérito daquele que procurou a ajuda espiri-
tual, 9% deveu-se ao trabalho realizado pela equipe médica incor-
pórea presente na sessão e apenas 1% refere-se à dedicação e à
doação fluídica do terapeuta encarnado. Com base nesse quadro,
podemos constatar que não faz sentido algum o encarnado que doa
energia se sentir orgulhoso ou se fascinar com seu poder curati-
vo. Podemos concluir que não somos curadores, mas apenas um
instrumento doador de ectoplasma para a equipe médica. E o
mérito pela Cura é, praticamente, todo do enfermo.
O Reiki, portanto, deve ser encarado como uma terapia pre-
ventiva, impedindo a somatização da enfermidade que teve ori-
gem nas energias estagnadas nos corpos sutis que formam o ego:
o mental inferior, o astral e o duplo-etérico, segundo a nomencla-
tura da Teosofia. E os enfermos que, satisfeitos com a diminui-
ção dos sintomas após algumas sessões, e que não se preocupam
com a reforma íntima, nunca serão, de fato, curados.
É por isso que temos a humildade de afirmar que o Reiki pode
até aliviar o estresse, a ansiedade, a depressão e auxiliar no bom
funcionamento de todos os sistemas orgânicos. Mas a Cura, no
sentido pleno da palavra, depende do esforço de cada um, pois o
amor e a felicidade sem condicionamentos é a melhor maneira de
absorver os balsâmicos eflúvios cósmicos emanados por Deus, fa-
zendo com que todos os sistemas orgânicos funcionem de forma
adequada, uma vez que, por exemplo, a insulina produzida pelo
pâncreas é apenas uma derivação da energia cósmica universal
como também o é o órgão que a produziu. Ou seja, a única rea-
lidade material que existe é a energia cósmica manifestada de di-
ferentes maneiras, por isso as doenças são realidades ilusórias, pois
elas são apenas as manifestações visíveis do mau uso dessa ener-
gia cósmica pelos sentimentos e pensamentos emanados pelo ser
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humanizado, ou seja, por suas atitudes espirituais. Em suma, po-
demos dizer que são frutos do mau uso do chamado livre-arbítrio.
E essa questão nos leva, necessariamente, para uma outra bem
polêmica: o terapeuta é apenas um canal para que a energia cós-
mica chegue ao enfermo? Como tivemos oportunidade de ler nas
explicações dos Espíritos, não é possível o encarnado ser apenas
um canal para a energia cósmica circular. Este processo não existe
nas Leis que regem nosso mundo. O terapeuta, de fato, está sem-
pre captando energia cósmica, mas o que ele disponibiliza para o
tratamento é o fluido vital (a bioenergia, ectoplasma ou energia
zôo), cuja qualidade depende da atitude espiritual do praticante,
ou seja, de seus sentimentos e pensamentos.
Se apenas a energia cósmica fosse necessária, a espiritualidade
não recorreria aos encarnados para tratar os enfermos. É justamente
dos fluidos densos dos encarnados que os médicos do astral ne-
cessitam para criar remédios e instrumentos para realizar os trata-
mentos. E como a lei numinosa que rege o processo de doação é
perfeita, a pessoa que procurar um curso de Reiki com o objetivo
de usar a terapia em si mesma ficará decepcionada. Se o reikiano
fosse apenas um canal de energia, todos os terapeutas seriam iguais.
Isso, porém, não ocorre. Pacientes que já passaram por diferentes
terapeutas dizem que a energia de um e de outro é diferente. Além
disso, quando o reikiano aplica a terapia em si mesmo, a eficácia
do tratamento é menor do que se ele a recebesse de outra pessoa
iniciada na técnica. Ou seja, se uma dor de cabeça pode ser curada
com dez ou quinze minutos de auto-aplicação, o tempo seria bem
menor se outro reikiano fizesse a aplicação. E se esse não tiver
relações familiares diretas (pai e filho, irmãos, etc.) temos consta-
tado que o tratamento é ainda mais eficiente, pois quanto menos
sentimento egoísta envolvido no processo, melhor a eficácia da
energia.
Do ponto de vista espiritual, o terapeuta, ao se doar de for-
ma desinteressada, emanando amor pela oportunidade de auxiliar
o próximo sem nada exigir em troca, liberta-se mais rapidamente
do ego. É claro que essa interpretação só faz sentido para quem
tem consciência de que nossa condição natural é como Espíritos,
ou seja, como seres incorpóreos. Estamos na Terra vivenciando uma
experiência humana, apesar de muitas vezes acreditarmos que
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somos seres humanos que, eventualmente, passam por experiên-
cias espirituais.
E devemos ter sempre em mente que a emissão de pensamen-
tos amorosos, positivos, felizes atrai entidades amorosas, positivas
e felizes, ou seja, afins com tais energias e vibrações. Já a emissão de
pensamentos e sentimentos de ódio, de inveja, de negativismo atrai
entidades espirituais sofredoras, revoltadas e negativas. Por isso, não
bastam fórmulas e rituais para se canalizar boas energias se o senti-
mento emanado pelo praticante é negativo.
Infelizmente, muitas práticas orientais de saúde conseguiram
chegar ao Ocidente desvinculadas do ideal de perfeição moral do
Oriente. Muitos divulgadores visavam apenas as vantagens maté-
rias imediatas, o lucro fácil que poderia ser obtido com a difusão
descaracterizada de seus princípios espirituais. A ocidentalização
das técnicas orientais muitas vezes abafa seu real objetivo: o apri-
moramento moral do ser humano e a busca da saúde integral (fí-
sica, mental, emocional e espiritual).
Nas psicosofias Orientais, o corpo físico é o templo sagrado
para que nossa alma eterna possa aproveitar sua passagem pela
Terra, a cada nova encarnação, pois o corpo, mesmo sendo ilusó-
rio, é o instrumento no qual e pelo qual o Espírito se manifesta e
age no mundo fenomênico. Um corpo que não seja devidamente
cuidado, nutrido e são não poderá ser utilizado para a libertação
espiritual. E a verdadeira essência do Hatha-Yoga, do Tai-Chi-
Chuan e práticas similares não é a corpolatria e nem o egocen-
trismo. Ao contrário, seus objetivos são estimular o participante
para que aprenda a cuidar com consciência de seu veículo físico e,
assim, melhor realizar coisas belas e úteis ao mundo e ao próximo.
De forma similar, o Reiki nem sempre é utilizado para fins espiri-
tuais. Para muitos é apenas mais um negócio, desconsiderando a
sabedoria que vem do Oriente: o melhor que fique com o pior,
e que enfatiza a necessidade de se ater aos tesouros espirituais e
não aos transitórios, ao amor universal e não ao egoísmo.
Para muitos, a reforma íntima é um processo que exige sa-
crifícios, mas, se meditássemos um pouco, tomaríamos consciên-
cia de que ela é, de fato, circulante. Ou seja, a reforma íntima
ocorre na forma de ciclos que se fecham e se abrem em um fluxo
continuo de renovação. Ciclos que enredam movimento em nosso
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Ser interior e inventam as alegrias e aventuras que nos permitem,
como crianças aprendizes, envolver-nos, desenvolver-nos e, final-
mente, reenvolver-nos com as leis Numinosas que regem nossa vida
na Terra. E esse processo não é possível em apenas uma encarnação.
Esse processo circulante permite nossa lapidação anímica e, quem
sabe um dia, nossa verdadeira libertação das encarnações retifi-
cadoras e expiatórias. É assim, gradativamente, que aprendemos a
perdoar, libertamo-nos dos vícios, tornamo-nos humildes, etc. E o
Reiki, nesse contexto, pode ser um trabalho divino para suavizar
nossas provas e expiações. Daí resulta toda nossa ênfase no amor
universal e na dedicação fraternal que o terapeuta deve voluntari-
amente assumir. Mas é importante que este não se sinta sacrifica-
do, praticando uma espécie de espiritualidade instrumental, ou seja,
na qual se pratica a caridade por obrigação. Devemos sentir ale-
gria pela oportunidade de vivenciar nossas provas com amor, va-
lorizando a sabedoria oriental que se pauta na compaixão. Quem
conhece a psicosofia do Oriente sabe que além de servir desinte-
ressadamente, não exigindo nada em troca, sábio é aquele que ainda
agradece a pessoa que está lhe dando a oportunidade de praticar
o Bem.
E quando erramos e somos humildes, assumimos o erro e com
boa vontade tentamos corrigi-lo, pois o sábio é aquele que não usa
o tempo para corrigir os outros, mas para compreender suas pró-
prias imperfeições e superá-las.
E o mesmo vale também para outras terapias similares, assim
como para a Apometria e para a TVI, que foram objetos de estudo
de outros livros desta coleção e do Atendimento Espiritual de Saú-
de, também discutido neste livro.
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