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Interpretando o soneto "Mudam-se os tempos mudam-se as vontades" de Luís de Camões

pude perceber que o sujeito poético fala sobre as mudanças que se vão sucedendo; Que Todas
as coisas estão em constante mutação, mas que há dois aspetos que perturbam o sujeito dum
modo especial: A diferença existente entre a mudança operada na Natureza, em sentido
positivo e o sentido negativo da transformação que se realiza no sujeito e o facto de a própria
mudança mudar, deixando o sujeito também à mercê dos seus caprichos. Dessa forma, o
sujeito poético sofre com a mudança a ponto de considerar nunca mais ser feliz.
Contudo, na minha opinião, considero que Camões se esquece que nem sempre as coisas
mudam para pior ou que as mudanças só vêm para trazer sofrimento.
É verdade que na vida, tudo muda constantemente. E que nós precisamos aprender a lidar
com as mudanças. As pessoas resistem à mudança por medo de perder. Mas mudar não é
perder.
Entender a mudança como um convite à evolução. Deixamos a infância para ganhar a
adolescência. Depois, deixamos a adolescência para ganhar a idade adulta.
O trabalho é o ambiente favorito da mudança. Mudam os processos, mudam as pessoas, tudo
muda. Resistimos em abandonar a nossa “zona de conforto” e enfrentamos os aspetos
desconhecidos trazidos pela mudança, pois mudar exige abandonar o apego ao já conhecido.
Exige esforço, disciplina e coragem. Exige reaprender.
Mudar é um processo inteligente e é preciso inteligência para mudar.
As possibilidades na nossa vida aumentam ou diminuem na mesma proporção da nossa
coragem em mudar.
Foi o desejo de mudar e a inconformidade com a realidade que levou os nossos antepassados
a manifestarem-se contra aquilo que consideravam errado para moldarem o mundo como o
conhecemos.
Analisando a história da humanidade deparamo-nos com inúmeros episódios que refletem
precisamente isso. Episódios como os descobrimentos portugueses, a abolição da escravatura,
sufrágio feminino, segunda guerra mundial, etc.
A segunda guerra mundial, por exemplo, ainda é uma ferida aberta na nossa história. E só à
bem pouco tempo começamos o processo de cicatrização. De certeza que concordam comigo
quando digo que ainda não é possível distanciarmo-nos dos eventos que ocorreram nessa
altura. Daí eu optar pela "queda do mundo de Berlim" como o evento que mudou a nossa
história e transformou o mundo no mundo que conhecemos hoje.
O muro de Berlim foi construído em 1961, como símbolo máximo do Bipolarismo e do
antagonismo entre americanos e socialistas que haviam conquistado a Alemanha.
A Europa encontrava-se imóvel perante tal situação, pois havia perdido a sua hegemonia
mundial para ser, neste momento, objeto destes dois grandes colossos.
Contudo, a 9 de Novembro de 1989 derrubaram-se as primeiras pedras desta "cortina de
ferro" por cidadãos com fome de democracia e unidade.
A Queda do muro de Berlim marca um tempo, o fim de um ciclo na Europa e no
mundo. As suas consequências foram duras, porém necessárias.
O muro caíra e findara a barreira física entre a parte ocidental e oriental da
Alemanha. Com isto deixara de fazer sentido a continuação do corte no espaço
germânico e procedera-se à reunificação imediata. Foi a 3 de Outubro de 1990 que,
oficialmente, a nação germânica reencontrou a unidade perdida.
Com a reintegração, o resgatado território alemão é introduzido na Comunidade Económica
Europeia, atual União Europeia, após o Tratado de Maastricht.
A queda do muro de Berlim simbolizou o início de uma nova era, não só para a Alemanha
unificada e mais forte, mas também para todo o mundo. O continente europeu, por exemplo,
a partir da década seguinte passou a apostar todas as suas fichas em um ousado projeto de
integração regional conhecido como União Europeia. A queda do muro abriu caminho para o
fim da "cortina de ferro" imposta pela URSS e fez nascer um sentimento europeu acima das
nacionalidades, consequentemente fez nascer também uma Europa mais unida, competitiva e
consciente de que juntos são mais fortes.
Outra consequência da queda do mur foi a independência de vários países. Essas jovens
democracias seriam ajudadas pela União Europeia de modo a reconstruírem as suas
economias e a implementarem reformas políticas.
Por fim, o seu impacto na economia foi tal que hoje em dia podemos agradecer a grande
afluência de produtos aos heróis que á 29 anos atrás derrubaram as primeiras pedras do muro.
Como podemos observar, mudar nem sempre traz sofrimento, o que é preciso é ter coragem
de enfrentar o arrebatamento que ela nos trás. Pois, neste caso, a mudança trouxe uma
inestimável liberdade e esperança num futuro próspero.
E mesmo que mudar, traga sofrimento, eu continuo a preferir a mudança á apatia de uma vida
estagnada, imutável. Porque, ao fim e ao cabo, viver é isso mesmo, sofrer, sorrir, amar.
E se não vivermos para as pequenas e grandes mudanças vamos viver para o que?
Por isso, meu caro Camões, aprenda que não são sempre as mudanças operadas na natureza
que são positivas. Se hoje, respiro liberdade é graças a uma grande mudança positiva operada
pelo homem.

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