Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
A INCONSTITUCIONALIDADE NO VETO DE
DOAÇÃO DE SANGUE POR HOMOSSEXUAIS E
BISSEXUAIS NO BRASIL
IGUATU
2018
IGOR BEZERRA FERNANDES
A INCONSTITUCIONALIDADE NO VETO DE
DOAÇÃO DE SANGUE POR HOMOSSEXUAIS E
BISSEXUAIS NO BRASIL
IGUATU
2018
LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................5
2. OBJETIVOS......................................................................................................7
2.1 GERAL........................................................................................................7
2.2 ESPECÍFICOS.............................................................................................7
3. JUSTIFICATIVA................................................................................................8
4. METODOLOGIA................................................................................................9
5. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................10
5.1 BREVE HISTÓRICO.............................................................................10
5.2 O PRECEDENTE CONSERVADOR.....................................................11
5.3 A PRATICA DO ATO INFRACIONAL...................................................13
5.4 DOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS..............................................14
5.5 SEQUELAS SOFRIDAS.......................................................................16
6. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................18
7. ANEXOS..........................................................................................................20
1. INTRODUÇÃO:
5
medida, de modo que, subestima direitos e reitera a noção antiquada de homens que
fizeram sexo com outros homens (HSH), de maneira desagradável.
6
2. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Apurar a atual técnica de cautela em procedimentos hemoterápicos que
inviabiliza homossexuais e bissexuais como doadores de sangue, tornando o método
de diligencia ilícito, ferindo os princípios constitucionais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Salientar a vetusta seara em que a ação teve início;
Analisar desde o cerne, a justificativa da ação exposta na portaria 158 do
Ministério da Educação da República Federativa do Brasil;
As alegações científicas e suas evoluções a respeito de doenças que possam
vir a serem transmitidas em tratamentos hemoterápicos;
As práticas sexuais de um indivíduo podem ferir preceitos constitucionais?
Verificar a atual conjuntura do homossexual e bissexual no que concerne à luta
por igualdade e fatores que fomentam com o preconceito;
Investigar a faceta discriminatória velada na restrição que ceiva com o princípio
constitucional;
Explanar o impacto na vida do homossexual e bissexual inseridos neste
contexto opressor.
7
3. JUSTIFICATIVA
8
4. METODOLOGIA
Este Projeto de Pesquisa tem por finalidade central buscar questionar o atual
Código do Ministério da Saúde canarinho que corrompe com o princípio de igualdade
garantido pela Constituição. Destarte, serão analisados artigos, monografias, jornais,
sites jurídicos de renome nacional e leis pertencentes à Constituição Federal e ao
Código do Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil.
No decorrer da pesquisa haverá um Encontro de Saúde LGBT no município
de Iguatu, onde será debatido com profissionais da saúde a hodierna situação do -
sistema de saúde brasileiro direcionado à comunidade LGBT, a fim de aprofundar os
conhecimentos adquiridos pelos meios literários e obter relatos práticos.
Em suma, o método utilizado para fazer a pesquisa será o dedutivo, visto que
o assunto abordado compreende todo o território nacional e todas as peculiaridades
sobre o tema encontradas serão consideradas para a produção deste projeto.
9
5. REFERENCIAL TEÓRICO
Mesmo sendo uma restrição parcial, esta medida sanitária não só corrompe
com as informações obtidas a respeito da doença, mas também com princípios
constitucionais. Vale ressaltar que todas as vedações postas em prática, visam a
qualidade do sangue recebido. Porém, o método utilizado para desclassificar as
11
pessoas consideradas inaptas em determinado período, estabelece um juízo de valor
que vai além da prática sexual considerada vulnerável por infectologistas.
Assim como bem afirmam Marina Malacarne, infectologista, professora do
Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc) e coordenadora do Serviço de Infecção
Hospitalar do São Bernardo Apart Hospital, e Hélio Angotti Neto, coordenador do
curso de Medicina da Unesc:
Sabe-se que pessoas que praticam o coito anal têm chances muito maiores
de contrair infecções sexualmente transmissíveis, em especial o HIV, quando
comparadas com aquelas pessoas que praticam apenas sexo vaginal. O sexo
anal pode aumentar o número de lesões na mucosa da região, e esse
aumento de lesões diminui a proteção. Isso se torna ainda mais perigoso
quando há o contato do sangue com o sêmen contaminado.
Ainda que HSH não sejam considerados um “grupo de risco” como antes, há
uma predominância na restrição do “grupo de risco” em detrimento ao
comportamento de risco. Vê-se que este tipo de ato sexual pode ocasionar um
número elevado de lesões, fragilizando a proteção do canal anal. No entanto, isso
independe de orientação sexual e, no mais, qualquer contato sexual sem o uso do
preservativo ainda pode vir a ser considerado um comportamento de risco.
Portanto, é incongruente uma vedação que se baseia em uma pratica sexual
tida como inerente a HSH, descartando a hipótese de que heterossexuais também
podem ser adeptos da mesma prática. Assim sendo, compreende-se que a definição
“homens que fazem sexo com outros homens” é uma forma de desfigurar a
discriminação direcionada a homossexuais e bissexuais, posto que o paradigma usa
de uma similitude trivial e fundamenta-se em uma análise fisiológica passível de ser
comum a todos que desejam ser doadores.
Ademais, consta-se na Portaria nº 158 do Ministério da Saúde, que todos os
sangues coletados passam por uma triagem que analisa a qualidade do sangue que
irá ser doado. Na contemporaneidade, surgiram testes que conseguem reduzir o
tempo em que o vírus está indetectável. Em 2014, o Ministério da Saúde tornou
obrigatória a utilização do Teste de Ácido Nucleico (NAT) em todas as bolsas de
sangue coletadas, tornando possível “burlar” a janela imunológica e captar o vírus da
AIDS em até 10 dias e no caso da hepatite C, em 12.
12
exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção,
caso ela tenha ocorrido. (Blog da Saúde; Ministério da Saúde.)
Além disso, é ainda mais sem nexo haver uma restrição que considere todos
aqueles que mantiveram relações sexuais com outros homens no período de 12
meses inábeis de contribuir para o sistema hemoterápico brasileiro, visto que é
totalmente possível um homossexual e seu namorado ou cônjuge não portarem a
doença e mesmo assim ser mantido o impedimento, enquanto um heterossexual pode
ter tido várias relações sexuais durante o ano, com ou sem camisinha, e não sofrer
nenhuma vedação. Vale acentuar que no Brasil há um déficit calamitoso nos bancos
de sangue e cerca de 18,9 milhões de litros de sangue são desperdiçados
anualmente. Estima-se que apenas 1,9% dos brasileiros doam sangue regularmente,
ou melhor, têm suas doações deferidas.
O Dr. Drauzio Varella, um dos profissionais da saúde mais conhecidos no
Brasil, foi também um dos primeiros médicos a analisar e tratar da AIDS no país, tendo
iniciado sua abordagem no antigo presídio Carandiru, onde ele explicou abertamente
a situação dos detentos portadores do vírus. Ainda segundo Varella, deve ser
preconizado a conceituação do comportamento de risco, sucedendo o antigo conceito
“grupo de risco”:
Esse conceito de grupos de risco ficou para trás, porque você pega um
homossexual que tem um único parceiro, e que não está infectado, qual é a
chance de ele pegar o vírus da AIDS? É zero. Você pega um outro que tem
10 parceiros, só que nenhum dos 10 está infectado, qual é a chance de ele
pegar [AIDS]? Zero. E aí você pega uma mulher casada com um homem
infectado. A chance dela é maior do que zero. Quem é grupo de risco aí?
13
Por conseguinte, talvez seja por esse motivo que se perpetuou um senso
comum de que AIDS é um resultado intrínseco a qualquer prática homossexual. Esta
seara é ainda mais agravada pela falta de humanização na capacitação de
profissionais da saúde, que em virtude do preconceito velado, agem rispidamente,
causando um desconforto ainda maior.
O estudante de jornalismo Leonardo Uller de 19 anos, assumidamente
homossexual, relata a situação vivenciada por ele após dar entrada em um hospital
para doar sangue a seu tio e ser impedido:
Quis saber por que, expliquei que estava em um relacionamento estável há
mais de um ano, usava camisinha, e, por isso, meu comportamento não era
de risco. Mas a médica prosseguiu: veja bem, se você estiver internado,
vai querer um sangue ruim, de gente promíscua, no seu corpo? Foi
péssimo. A primeira coisa em que pensei foi ‘que loucura, como uma pessoa
que tem diploma de médico, estudou tantos anos para cuidar de gente
pensa uma coisa dessas, que não faz o menor sentido? Me senti humilhado,
muito injustiçado (grifou-se)
À vista disso, torna-se indubitável que a ação além de ser manejada de forma
precária, usa de uma alegoria única para definir HSH a partir da entrevista – onde a
irrefutável discriminação tem início. Fato esse torna-se visível com o termo antes
usado “grupo de risco”, responsável por ratificar a chaga discriminatória presente até
os dias de hoje na caracterização do homossexual.
14
Sua atuação não deve ser absoluta, tendo em vista outros códigos
encontrados no texto constitucional, como o direito à vida. Mas, em contraponto,
abrange a proteção de todos os direitos fundamentais, como bem conceitua Kildare
Gonçalves Carvalho (1950):
16
6. BIBLIOGRAFIA
SONTAG, Susan. Doença e suas metáforas: aids e suas metáforas. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988.
CARPINELLI, André de Paula Turella. Doação de sangue por homens que fazem sexo
com outros homens à luz do princípio da igualdade no direito brasileiro. Iuris in mente:
revista de direito fundamentais e políticas públicas. Ano I, n. 1. Itumbiara, jul./dez.,
2016. Disponível em: <http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/iuris/article/view/2245
>. Acesso em 12 de maio, 2018.
17
Revista Constituição e Garantia dos Direitos, ISSN 1982-310X. Disponível em: <
https://periodicos.ufrn.br/constituicaoegarantiadedireitos/article/view/12256> . Acesso
em 22 de maio de 2018.
MADONNA. Madonna's Full St. Petersburg Speech. 2012. (04:13). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MnEUMA-nPd4>. Acesso em 22 de maio. 2018.
ANJOS, Anna Beatriz. Fórum semanal. Homossexuais não podem doar sangue no
Brasil? Disponível em:
https://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/04/homossexuais-nao-podem-doar-
sangue-no-brasil.html>. Acesso em 30 de maio. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Pós Carnaval: Quando devo fazer
o exame para detectar o HIV? Disponível
em:<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52388-pos-
18
carnaval-quando-devo-fazer-o-exame-para-detectar-o-hiv> . Acesso em 30 de
maio. 2018.
19
7. ANEXOS
ANEXO I
Parentérica
Sexual
Outros
Mordendo negligenciável4
Cuspindo negligenciável
20
ANEXO II
21
CRONOGRAMA
Levantamento X
bibliográfico
Desenvolvimento da X
justificativa e dos
objetivos
Coleta de dados X
Organização do X
roteiro/partes
Entrega parcial X
Elaboração do X
Referencial Teórico
Pesquisa dos Anexos X
Revisão e redação X
final
Entrega X
22