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arb (6 870"950) Fon de Alexandria fasat.-c-50) A metafisica crista mbora a metafisica crista seja uma reelabora¢ao da metafisica grega, muitas das ideias gregas ndo poderiam ser aceitas pelo cristianismo. Vejamos alguns exemplos: +} para os gregos, o mundo (sensivel e inteligivel) é eterno; para os cristdos, o mundo fot ctiado por Deus a partir do nada e terminard no dia do Juizo Final; ~}_ paraos gregos,adivindade é uma forca césmica racional impessoal: para os cristos, Deus € pessoal, €a unidade de trés pessoas e por isso é dotado de intelecto ede vontade, comoo homem, embora superior a este, porque o intelecto divino € onisciente (sabe tudo desde toda a eternidade) ea vontade divina ¢ onipotente (pode tudo desde toda a eternidade); =} paras gregos, ohomem é um ser natural, dotado de corpo e alma, esta possuindo uma parte superior e imortal que é 0 intelecto ou razao; para os cristaos,o homem é um ser misto, natural por seu corpo, mas sobrenatural por sua alma imortal;, =} para os gregos, a liberdade humana é uma forma de acao, isto é, a capacidade da razio para orientar e governar a vontade, a fim de que esta escolha o que é bom, justo e vir- ‘tuoso; para 05 cristios, o homem é livre porque sua vontade é uma capacidade para escolher tanto o bem quanto o mal, sendo mais poderosa do que a razio e, pelo pecado, destinada & perversidade e 40 vicia, de modo que a ado moral s6 seré boa, justa e vit tuosa se for guiada pela fé 2 pela revelagio; =} para os gregos, o conhecimento ¢ uma atividade do intelecto (0 éxtase mistico de que falavam os neoplatonicos ndo era algo misterioso ou irracional, mas a forma mais alta da intuicdo intelectual); para 0s cristios, a razdo humana é limitada e imperfeita, inca- paz de, por si mesma e sozinha, alcancar a verdade, precisando ser socorrida e corrigida pela fée pela revelacio. Essas diferencas — e muitas outras que nao foram mencionadas aqui — acarretaram grandes mudancas na metafisica herdada dos gregos. O problema principal para os cristaos foio de encontrar um meio para reunir as verdades da razio (filosofia) e as verdades da fé (eligiio), isto 6, para reunir novamente aquilo que, ao nascer, a filosofia havia separado, pois separara razaoe mito De modo bastante resumido, podemos dizer que os aspectos que passaram a constituir centro da nova metafisica foram os seguintes: } provaraexisténcia de Deus eos atributos ou predicados de sua esséncia, Paraa metafisi- cca grega, a divindade era uma fora imaterial, racional e impessoal conhecida por nossa razio. Para a metafisica crista, Deus é uma pessoa trina ou uma pessoa misteriosa, que se revela ao espirito dos que possuem fé, Como conciliar a concepcao racionalista dos _Bregos e a concepsio religiosa dos cristéos? Provando racionalmente que Deus existe, ‘mesmo que a causa de sua existéncia seja um mistério da fé. E provando racionalmente que ele possui, por esséncia, os seguintes predicados: eternidade, infinitude, oniscién- cia, onipoténcia, bondade, justica e misericérdia, mesmo que tais atributos sejam um. mistério da fé; J Uworoe6 | Ametafisica eus e retornara ao ina e é governado {as leis da natureza) quanto ova? Porque, do pon- nao carecia de nada, mas foicriado 4 indo resulta da meios naturais necessaria €588 P! ~} provar que omundoexistee naoé eterno. nada, no dia do Juizo Final; provar que 0 mu pela Providéncia divina, a qual age tanto Por por meios sobrenaturais (os milagres). Por que era a to de vista da razio, Deus, sendo perfeito, complete. plenoe el ue ¢riar o mundo; nio precisava de nada e, portanto, nio tinha por que nem paral =} provar que, embora Deus seja imateriale infinite, sus 2680 pode er yusa eficiente de Pihnttos came o mundo e 9 homem: portanto, provar que DENS A cerale todas as coisas e que uma causa imaterial e infinita pode pies aceitar. finite, mesmo que isso seja umn mistérioda fé que a razao € Obi ° jo contradi¢éo, ipios da identidade e da nao me mora gata cave pia ‘atureza que seu efeito €, por sempre demonstrou que uma causa precisa ser de mesma» ul ‘ esse motivo, as Ideias (em Platio) e o Primeiro Motor Imovel (em ‘Aristoteles) eram causas finaise jamais causas materials formais ou eficientes. Por qué? Porque Om causa final age distancia, sem seidentificar com aquilo que a deseja, a procura. Ao contran'o, outras trés causas agem diretamente sobre as coisas semelhantes a elas, de mesma nature7a Ae elas. Uma planta causa outra planta, um animal causa outro animal semelhante, um humano causa o nascimento de outro ser humano, e assim por diante. a, a criagdo do mundo por Deus seria, para a metafisica greg. e uma contradi¢ao, pois se trata de um ser infinito e imaterial, cuja a¢ ‘posto & natureza da causa, isto 6 finito e material. Um mistério da fe, cristaos efeitos materiais procul uma irracionalidade 30 produz um efeito dirao os metafisicos =} provar que a alma humana existe e que é imortal, estando destinada & salvagao ou & condenagao eternas, segundo a vontade da Providéncia divina; } provar que nao ha contradicao entrea liberdade humana ea onisciéncia-onipoténcia de Deus. A contradicao existe para a razio, mas no existe para af Qual seria a contradicio racional entrea liberdade humana para fazer o bem ouo male aonisciéncia-onipoténcia divina? A contradicao estaria no fato de que, se Deus fez cada um dos homens e, desde a eternidade, sabe o que cada um deles escolhera, entao o homem nao élivre, mas jé foi predeterminado pela vontade de Deus. Paraa fé nio ha contradigao al nisso, embora haja mistério. seostgums =} provar que as ideias (plat6nicas), ou as emanagdes (neoplaténicas), ou os gé as espécies (aristotélicos) existem, so substancias reais, criadas pelo intel ns vontade de Deus e existem na mente divina, Em outras palavray,ideiag nates sgéneros e espécies sio substincias universais eos universais existem tartan individuos; 'm tanto quanto os =} provar que o Ser se diz ou deve ser entendido de modo diferent Deus ou as criaturas. Para os gregos, no entanto, o Ser existia ‘de as , le mas possuia um tinico sentido no que se refere a realidade e 3 tes. ssa ideia, para os cristios, nao poderd ser mantida, diferentes maneiras, 'séncia de todos os en- Platdo, por exemple, afirmou que 0 Ser s6 podia estar referid ligivel, pois as coisas sensiveis eram o Nao Ser, pia, imagem, say Aristételes considerou o Ser como real para as coisas nae sensi Motor Imével, para os seres matemiticos, pois a diferenca entre eles wera? © Primeiro fato de poderem estar ou néo submetidos mudanca ou a tre eles referia-se apenas ao No caso do cristianismo, porém, na 0 devir. Ser e 0 Nao Ser, pois este mundo e tudo o que nele existe € obra ceo mera aparéncia, Mas também nao era possivel manter sae oe ctiatura de Deus ferenca entre os seres estaria apenas na presenca ou auséney eee aristotélica de que adi la do devir ou d: la mudanca, poi pois s ideias do mundo inte- mbra do verdadeiro Ser. Jé Cn ee es ee seg agra oe 244 | Asaventurasda metafisica | Cummo3 | para 0s cristaos o ser de Deus é de natureza diferente do ser das coisas, uma vez que ele criador e elas sao criaturas,e nio hé nada em comum entre eles. 0 resultado da necessidade de afirmar que o Ser nao possti o mesmo sentido, quando aplicado a Deus e as criaturas, fol a divisdo da metafisica em trés tipos de conhecimento: 1, a teologia, que se refere ao Ser como ser divino ou Deus; 2. _apsicologia racional, que se refere ao Ser como esséncia da alma humana; 3. a cosmologia racional, que se refere ao Ser como esséncia das coisas naturais ou do mundo. ~} finalmente, e como consequéncia de todas essas concepgdes, provar que fé e razao, re- velacao e conhecimento intelectual nao sao incompativeis nem contraditérios e, quan- do 0 forem, a fé ou revelagao deve ser considerada superior a razao € ao intelecto, que devem submeter-se a ela. Evidentemente, os pensadores cristaos nunca se puseram de acordo sobre todos esses aspectos, e uma das marcas caracteristicas da metafisica crista foi a controvérsia. Para alguns, por exemplo, os chamados “universais” (ideias, emanacoes, géneros, espe cies) eram nomes gerais criados por nossa razio e nao seres, substancias ou esséncias reais. Para outros, o Ser deveria ser afirmado com 0 mesmo sentido para Deus e para as criaturas, a diferenca entre eles sendo de grau e nao de natureza, Para muitos, fé e razao eram incompa- tiveis e deveriam ser inteiramente separadas, cada qual com seu campo préprio de conheci- mento, sem que uma devesse submeter-se 4 outra. E assim por diante. Independentemente das controvérsias, divergéncias e diferengas entre os pensadores, o cristianismo legou para a metafisica a separagao entre teologia (Deus), psicologia racional (alma) e cosmologia racional (mundo), bem como a identificagao de trés conceitos: ser, es- séncia e substancia, que se tornaram sinénimos, Como consequéncia da identificagao entre ser, esséncia e substancia, de um lado, e, de outro a afirmacdo de que existem esséncias ou substancias universais tanto quanto indivi- duais,a metafisica passou a ter um ntimero ilimitado de seres para investigar: as substancias universais como gua, ar, terra, fogo, homem, anjo, animal, vegetal, o bem, o verdadeiro, 0 justo, o belo, o pesado, o leve; as substancias individuais ou os seres particulares; as subs- tancias celestes, as terrestres, as aquaticas, as matematicas, as organicas, as inorganicas, ete Cada uma delas era investigada segundo os trés principios (identidade, contradicao, terceiro excluido), as quatro causas (material, formal, eficiente, final), o ato e a poténcia, a matéria ea forma, as categorias (qualidade, quantidade, aco, paixio, relacdo, tempo, lugar, etc), 0 simples e o composto, etc.

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