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Capítulo 11
A Exposição ao Credo dos Apóstolos
Parte 31
Terceira Parte
1
CALVINO, João. As Institutas. Volume 2. São Paulo: Cultura Cristã, 2006. ps. 88-128
2
Op. Cit. ps. 88-90
Introdução ao Pensamento de Calvino
Ary Queiroz Jr.
Seminário Teológico Jonathan Edwards
Quarta Parte
3
Op. Cit. ps. 90-128
4
Op. Cit. ps. 90-93
Introdução ao Pensamento de Calvino
Ary Queiroz Jr.
Seminário Teológico Jonathan Edwards
5
Op. Cit. ps. 93-96
6
Op. Cit. ps. 96, 97
Introdução ao Pensamento de Calvino
Ary Queiroz Jr.
Seminário Teológico Jonathan Edwards
A igreja visível, por sua vez, é a que pode ser conhecida pelos
nossos sentidos. O dado indiscutível é que saber quais são os eleitos é
prerrogativa exclusivamente divina (2Tm 2.19), verdade corroborada pelo fato
de que alguns que nos parecem irremediavelmente perdidos são trazidos à
piedade, enquanto outros aparentemente firmes, vêm a tropeçar. Isso nos
ensina que somente Deus conhece aqueles que hão de perverar até o fim (Mt
24.13, 22-24,31,42-51), “o que constitui o fim principal da nossa salvação” (Mt
16.18,19).
Entretanto, Deus acomodou em nossa capacidade uma forma pela
qual devemos considerar certas pessoas como Seus filhos. Ele nos deu,
segundo o reformador, “um julgamento caridoso, segundo o qual devemos
reconhecer como membros da igreja todos aqueles que, pela confissão ou
profissão de fé, pelo bom exemplo de vida e pela participação nos
sacramentos, reconhecem conosco o mesmo Deus e o mesmo Cristo”.
Para Calvino, a igreja é, portanto, definida nos seguintes termos:
“em toda parte onde vemos que a Palavra de Deus é pregada e ouvida com
pureza, e os sacramentos são administrados conforme a instituição de Cristo,
de modo algum se deve duvidar de que ali está a igreja, pois a promessa a nós
feita não pode falhar: „Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali
estou no meio deles‟” (Mt 18.20).
2.5) Uma síntese do pensamento do reformador. Calvino sintetiza
seu pensamento com os seguintes pontos: 1º. A igreja universal é a multidão
dos crentes das diversas nacionalidades, unidos pelos laços da religião. 2º. As
igrejas das vilas e cidades estão de tal modo incluídas na igreja universal que
cada uma tem nome e autoridade de igreja. 3º. As pessoas admitidas nas
igrejas locais por profissão de fé, ainda que não sejam da igreja, devem ser
consideradas membros e ser mantidas na igreja, até que venham a ser
rejeitadas pelo juízo público. Calvino consente que “poderá acontecer que
tenhamos que tratar como irmãos e ter como crentes fieis alguns que não
consideramos dignos desse rol, por causa do consentimento comum da igreja,
a qual ainda os suportará e os manterá no corpo de Cristo. Não aprovaremos
esses tais como membros da igreja, quanto ao nosso juízo pessoal e privado.
Mas lhe concederemos o lugar que têm entre o povo de Deus até que lhes seja
Introdução ao Pensamento de Calvino
Ary Queiroz Jr.
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cortado mediante decisão legítima”. 4º. Para com uma multidão de crentes, o
trato é no seguinte sentido: “se esta tem o ministério da Palavra e a respeita e
a honra, e se mantém a administração dos sacramentos, sem dúvida deve ser
reconhecida como igreja, pois certamente a Palavra e os sacramentos não
podem deixar de frutificar”. É assim que preservaremos a unidade da igreja
universal, o que também nos conduz à verificação das suas marcas.
2.6) As marcas da igreja7. Para o reformador, as marcas da igreja
incluem a pregação da Palavra de Deus e a administração dos sacramentos,
visto que essas duas partes do ministério cristão sempre, em alguma medida,
frutificam pela graça de Deus. Se mantidas, com o tempo surgirá certa forma
de igreja, “da qual não se pode duvidar e da qual não é lícito vetar a
autoridade, nem desprezar as admoestações, nem rejeitar o conselho, nem
zombar das repreensões. Muito menos é permitido dividi-la ou romper a sua
unidade”. Deus concede tanta importância à comunhão da Sua igreja, adverte
Calvino, a ponto de considerar “traidor do Cristianismo aquele que abandona
qualquer comunidade cristã na qual seja corretamente praticado o ministério da
sua Palavra e dos seus sacramentos”.
Pela importância de mantermos as marcas distintivas da igreja,
entende-se, pois, a razão pela qual Satanás luta basicamente em duas frentes:
primeiro, para eliminar as marcas da igreja e, assim, suprimir a distinção;
segundo, para nos fazer contestar a igreja, a fim de que nos rebelemos contra
ela e abandonemos a sua comunhão. Por fim, alerta-nos o reformador que
“ocorre uma tentação perigosa, ou antes, perniciosa, quando entra no coração
do homem a ideia de desunir uma agremiação na qual se vêem as marcas com
as quais o nosso Senhor planejou assinalar suficientemente a sua igreja”.
2.7) Lidando com os equívocos doutrinais da igreja. Atentar às
marcas da igreja nos faz capazes de não sermos enganados com o uso do
título de igreja por uma não igreja. Calvino esclarece o ponto: “se ela
[determinada agremiação] pratica as ordenanças estabelecidas por Deus, a
saber, a sua Palavra e os seus sacramentos, não nos enganeremos, e
podemos prestar-lhe com seriedade o respeito e a honra próprias da igreja. Ao
contrário, se uma agremiação quiser ser reconhecida como igreja sem a
7
Op. Cit. ps. 98, 99
Introdução ao Pensamento de Calvino
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Palavra e os sacramentos, teremos que cuidar para não nos deixarmos levar
pelo engano, como também para evitar a sua temerária aceitação”.
Assim, não devemos rejeitar nenhuma igreja onde se mantenham
aquelas marcas, ainda que se conviva com “numerosos erros”, uma vez que
nem todos os artigos de fé possuem a mesma e fundamental essencialidade.
Alguns deles devem ser acatados com firmeza, tais como os que dizem só
existir um Deus, que Jesus Cristo é Deus e Filho de Deus e que somos salvos
por Sua misericórdia. Outros artigos, embora sejam objeto de controvérsias,
não desfazem a unidade da igreja.
É nesse sentido as palavras de Paulo em Filipenses 3.15. Por óbvio,
seria importante que houvesse acordo em tudo, mas tal não é possível, visto
que não há pessoa em quem não se ache algum tipo de ignorância. Por isso,
não que se queira alimentar e manter erros, mas que “não é necessário
abandonar apressadamente uma igreja na qual são preservados o principal
corpo de doutrina da nossa salvação e os sacramentos, como o nosso Senhor
ordenou”.
Por outro lado, isso não significa, esclareça-se, que não devemos
empenhar-nos para corrigir os erros doutrinais. Pelo contrário. De 1Coríntios
14.30 se pode concluir “que cada membro recebe a responsabilidade de
edificar os outros, conforme a medida da graça que nele há, com a condição de
que tudo seja feito com decência e ordem”.
2.8) Lidando com as imperfeições dos costumes 8. Conceitos
equivocados sobre a santidade da igreja levaram alguns – dentre eles os
antigos cátaros e donatistas, além dos anabatistas, contemporâneos do
reformador -, a desprezar as agremiações nas quais percebiam algum desvio
nos costumes. Esses tais, quando “vêem que, entre aqueles aos quais o
evangelho foi anunciado, o fruto não corresponde à doutrina, incontinenti
julgam que ali não há igreja alguma”. Essas pessoas, por óbvio, ultrapassam a
medida do ensino de Jesus Cristo quanto à tolerância e usam seus ideais de
pureza e santidade como desculpa para abandonar a igreja de Deus.
Entretanto, é preciso atentar ao que Cristo diz quando compara a
igreja a uma rede que, quando lançada, pega toda a espécie de peixes que só
8
Op. Cit. ps. 102-111
Introdução ao Pensamento de Calvino
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