Sei sulla pagina 1di 18

IPT - INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

PÓS-GRADUAÇÃO DE ARQUEOLOGIA, GESTÃO


E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

APLICAÇÕES DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


GEOGRÁFICAS EM ETNOARQUEOLGIA

ALEXANDRE ROBERTO PEIXE

10 DE JUNHO DE 2017
IPT - INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
PÓS-GRADUAÇÃO DE ARQUEOLOGIA, GESTÃO
E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

APLICAÇÕES DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES


GEOGRÁFICAS EM ETNOARQUEOLGIA

ALEXANDRE ROBERTO PEIXE

Trabalho apresentado à disciplina


de Antropologia e Etnoarqueologia

CURITIBA
2017
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E A ARQUEOLOGIA ........ 5

FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS............. 7

MODELAGEM E REPRESENTAÇÃO DOS DADOS.................................................................... 8


ANÁLISE ESPACIAL............................................................................................................. 9

APLICAÇÕES DE SIG EM ETNOARQUEOLOGIA .................................................. 10

APLICAÇÃO 1 - CRIAÇÃO DE MODELOS PREDITIVOS.......................................................... 10


APLICAÇÃO 2 - ANÁLISES ESPACIAIS INTRA-SITE.............................................................. 11
APLICAÇÃO 3 - DELIMITAÇÃO DE TERRITÓRIOS ................................................................ 12

CONCLUSÃO.................................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 16
ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – MAPA DO CANTEIRO DE OBRAS DA UHE CORUMBÁ IV GERADO NO SIG ........... 10


FIGURA 2 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS OBJETOS NOS SÍTIOS ESCAVADOS. ........................ 12
FIGURA 3 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS MARCOS DE MEMÓRIAS DA ESCRAVIDÃO.............. 13
FIGURA 4 – MAPAS DE LOCALIZAÇÃO DOS SÍTIOS GUARANI ANALISADOS NO ESTUDO .......... 14
4

INTRODUÇÃO

O trabalho apresentado tem por finalidade uma breve revisão bibliográfica em relação às
aplicações dos sistemas de informações geográficas (SIG) na etnoarqueologia sem
qualquer pretensão de ser exaustiva. O uso de SIG em estudos arqueológicos remonta a
década de 1980 e com os recentes avanços em capacidade de processamento e no
desenvolvimento de softwares gratuitos que dispõe de ferramentas com o mesmo nível de
qualidade que os softwares pagos tradicionais, a difusão de sua aplicação tem se ampliado
cada vez mais. Contudo, seu uso em etnoarqueologia no Brasil ainda é restrito, e esta
revisão se propõe a destacar, com exemplos de trabalhos feitos no exterior, as
possibilidades que podem ser exploradas pelo seu uso.

O trabalho está dividido em três partes, na primeira é apresentado resumidamente as


vantagens que o uso do SIG trouxe para a arqueologia, na segunda são delineados alguns
fundamentos do uso do SIG e alguns aspectos ligados à modelagem e representação dos
dados e às análises espaciais. Na terceira parte são apresentados casos de aplicações do
SIG em etnoarqueologia, divididos por tipo de aplicação: Criação de modelos preditivos;
Análises espaciais intra-site; e Delimitação de territórios.
5

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS E A ARQUEOLOGIA

Pode-se O estudo arqueológico se baseia na análise do passado por meio dos traços e
elementos materiais deixados que chegaram até o presente. A análise focada apenas nos
artefatos pela abordagem histórico-culturalista, por muitos anos, limitou a possibilidade de
análises e interpretações a respeito das pessoas por trás desses objetos.

O surgimento e desenvolvimento da Arqueologia Processual a partir da década de 1960


deu origem a um leque de novas abordagens e interpretações que buscava flexibilizar os
enfoques restritivos do histórico-culturalismo. Essa nova abordagem levou a abertura de
diversos campos antes ignorados, como a busca para reconhecer a importância em se saber
como vivera a população comum dos ambientes urbanos ou como se dava a sazonalidade
dos sítios de caçadores-coletores. Várias formas de amostragem ajudaram os arqueólogos a
compor uma seleção mais representativa de material a ser recolhido e interpretado em um
maior número de sítios passíveis de serem pesquisados.

Entre essas novas abordagens o desenvolvimento da Arqueologia da paisagem passou a


elaborar novas questões a respeito das comunidades do passado e o emprego de
ferramentas de análise espacial como os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é
indispensável para se manejar grandes quantidades de informações de maneira ágil e
ordenada (GONZALEZ et al: 2012).

Outra das abordagens desenvolvida a partir da Arqueologia Processual foi a


etnoarqueologia, que para SILVA (2009), é uma especialidade da arqueologia que estuda
as sociedades contemporâneas e sua relação com o mundo material. Ressalta-se sua
natureza de buscar referenciais etnográficos como subsídio às interpretações arqueológicas
sobre o passado. Esses referenciais, quando espacializados, ampliam o seu potencial de
emprego na interpretação e visualização de relações cujos remanescentes são encontrados
em sítios arqueológicos.

O SIG pode ser aplicado em arqueologia em todas as fases da pesquisa. Ele pode aplicar
processos de modelagem para a busca de sítios arqueológicos, seja por meio de análises
espaciais de aspectos fitogeográficos, seja por meio de análise e processamento de imagens
6

áreas; passando pelo uso durante as escavações para registro da disposição dos achados
durante uma prospecção ou das diversas camadas encontradas intra-site; depois como
ferramenta de análise para inter-relacionar as diversas informações, arqueológicas ou não
da região estudada; e, por fim, na geração de bases de dados para a gestão dos recursos
arqueológicos da região intervencionada (NAZARENO, 2005, GONZALEZ et al, 2012).

O uso mais básico das ferramentas do SIG permite a criação de mapas temáticos para a
espacialização dos objetos de estudo de uma pesquisa, mas as suas funcionalidades
permitem ir muito além disso, suas ferramentas estatísticas e de análise permitem uma
visualização mais completa das relações espaciais que permitem explorar mais
profundamente o comportamento territorial das sociedades do passado.
7

FUNDAMENTOS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), adota a definição de


CÂMARA e DAVIS (2001) de geoprocessamento como “a disciplina do conhecimento
que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica” (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001, cap.1, p.1).

Diversas vertentes do geoprocessamento são aplicadas em Arqueologia: com o


sensoriamento remoto busca-se localizar de sítios arqueológicos e identificar de variáveis
ambientais características das áreas estudadas; com os sistemas globais de navegação por
satélite, dos quais o GPS é o mais antigo e famoso, pode-se posicionar (georreferenciar)
um sítio na superfície terrestre (coordenadas x,y e z) ou elaborar um mapa de
“caminhamento” registrando o trajeto percorrido pelo pesquisador em campo; e, com o
SIG, reunir num único repositório dados de diversas fontes, georreferenciadas ou não
implementação e manipulá-las, gerenciá-las ou promover análises espaciais de modo a
gerar novos dados com base naqueles já existentes (OLIVEIRA, BARTOLOMUCCI,
RODRIGUEZ, 2005).

Dentro da disciplina do geoprocessamento, os SIGs são ferramenta fundamental, são os


sistemas que realizam o processamento computacional dos dados geográficos,
representados graficamente ou não, cuja recuperação pode ser feita não apenas com base
em suas características alfanuméricas, mas também através de sua localização espacial.
Isto permite uma visão diferenciada do ambiente de pesquisa, em que as informações
disponíveis sobre um determinado sítio/região/assunto estão interrelacionadas com base no
que lhes comum, seu posicionamento geográfico (CÂMARA; DAVIS e MONTEIRO:
2001 e PAREDES, 1994).

A partir da definição da ferramenta podem ser indicadas como essenciais à funcionalidade


do SIG: a capacidade de inserir e integrar, numa única base de dados, informações
espaciais provenientes de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural,
imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno; e a capacidade de combinar
essas várias informações, através de algoritmos de manipulação e análise, bem como de
8

consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados


(CÂMARA; DAVIS e MONTEIRO: 2001).

Essas capacidades permitem aos pesquisadores visualizar dados de áreas tão diversas
quanto ecologia, economia e demografia em um mesmo mapa temático relacionado à sua
região específica de estudo. Apesar de desejáveis, estas capacidades escondem um
problema conceitual: a versatilidade dos SIGs é obtida pela redução dos conceitos de cada
disciplina a algoritmos e estruturas de dados utilizados para armazenamento e tratamento
dos dados geográficos. Para a sua perfeita utilização, os conceitos das disciplinas devem
ser convertidos em representações computacionais. A utilização de um SIG implica em
escolher as representações mais adequadas de modo a garantir a coerência delas com o
domínio de origem. (CÂMARA; DAVIS e MONTEIRO: 2001).

Modelagem e Representação dos dados

A modelagem e representação dos dados a serem inseridos no SIG deve atender às


necessidades do estudo a ser realizado. Dependerá de sua escala de atuação, da natureza da
intervenção arqueológica a ser realizada e das perguntas de pesquisa a serem respondidas
pelo trabalho final.

De modo simplificado, os SIGs trabalham com dois tipos de representações gráficas de


dados: a representação matricial, também conhecidos como raster; e a representação
vetorial. Cada uma delas tem funcionalidades e ferramentas específicas para sua
manipulação e análise, e seu uso é dependente dos objetos e objetivos da pesquisa
realizada.

As variáveis pesquisadas são graficamente visualizadas com o uso de pontos, linhas e


polígonos, que na representação vetorial são diretamente conectados às bases de dados de
referência. Representações matriciais oferecem uma cobertura contínua sobre todo o
espaço de estudo, onde as feições são vistas pelos diferentes valores das células contidas na
matriz. Os mesmos conceitos de pontos, linhas e polígonos podem ser aplicáveis aos
padrões de visuais das células, mas não é possível que estes sejam associados ou
representados individualmente por tabelas externas. Contudo operações entre as matrizes
9

podem revelar padrões e visualizações que não são possíveis na representação vetorial. Em
qualquer SIG haverá camadas de dados de ambos os tipos.

Para a arqueologia, a maior implicação disto é que qualquer achado, contexto ou estrutura
arqueológicos terá de ser representado de acordo por meio de um destes modos. Artefatos
facilmente podem ser representados por pontos, valas circundantes podem ser
representadas por linhas e estruturas maiores por polígonos, contudo em uma escala
regional, todo o sítio pode ser representado por apenas um ponto.

A análise espacial

A análise espacial compreende diversas técnicas que podem variar de complexos cálculos
estatísticos até uma simples visualização de um mapa de distribuição. O principal objetivo
da análise espacial é buscar o padrão de distribuição espacial da variável, ou variáveis de
interesse. A busca de pontos de concentração ou ausência dessa variável e do
relacionamento entre diversas variáveis presentes e a sua influência no padrão de
distribuição umas das outras faz parte dessa análise. A identificação de correlações
espaciais, como casos de dependência (onde o valor de um ponto influencia os pontos
vizinhos), seja ela direta ou inversa permite a formulação de hipóteses que podem ser
aplicadas a diversas ciências, inclusive no campo dar arqueologia (LLOYD, 2010 e
WHEATLEY e GILLINGS, 2002).
10

APLICAÇÕES DE SIG EM ETNOARQUEOLOGIA

Aplicação 1 - Criação de modelos preditivos

Carrer (2013), utilizou do SIGs para identificar as características ambientais que


influenciam os padrões de assentamento dos pastores atuais do Val di Fiemme (Alpes
Centrais Italianos, Trentino), e identificou que os malghe (as habitações típicas dos
pastores das terras altas) são geralmente situadas em elevações médias, em uma encosta
suave e muito próximas a um riacho. Uma prospecção etnográfica sugeriu que haveria
conexão entre este padrão e as estratégias de produção das comunidades locais. A partir
desses dados foi criado um “modelo preditivo etnoarqueológico” para ser aplicado à
região. Na fase de testes, seis cercamentos de pastoreio foram identificados, dos quais
quatro conferem com as características propostas pelo modelo, o que sugere que ele pode
funcionar como ferramenta para identificação de futuros sítios no local.

Há diversos trabalhos que buscam a construção de modelos preditivos no Brasil, apesar de


não necessariamente ligados especificamente à etnoarqueologia. THOMAZ (2002), no
Projeto de Salvamento Arqueológico de Porto Primavera, devido à construção da Usina
Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, no rio Paraná , no trecho localizado nos municípios
de Presidente Epitácio/SP e de Bataguassú/MS. Seu objetivo era tornar a prospecção mais
ágil por meio das técnicas de SIG, com a elaboração de um modelo de predição de
localização de sítios arqueológicos, com base na análise visual das variáveis ambientais e
culturais da área. Já NAZARENO (2005) propõe o uso de SIG como instrumento preditivo
em um sistema de autoria própria denominado SIG Arqueologia onde apresenta estudo de
caso com base nos dados do Projeto de Salvamento Arqueológico da Usina Hidrelétrica
Corumbá IV são utilizados para comprovar a eficiência da proposta. Em ambos os casos, o
resultado é interessante, mas os pesquisadores destacam como principais limitadores para
disseminar a aplicação do método a necessidade de material cartográfico confiável e a falta
de um compartilhamento mais eficiente dos dados de pesquisas arqueológicas em território
nacional.
11

Figura 1 – Mapa do canteiro de obras da UHE Corumbá IV gerado no SIG. Fonte: NAZARENO (2005)

Aplicação 2 - Análises espaciais intra-site

CARRER (2017) aplicou métodos quantitativos de análises espacial e geoestatística ao


estudo de duas cabanas de pastores nos Alpes Ocidentais italianos e os correlaciona a
informações etnográficas coletadas em campo para obter inferências para a interpretação
da ocupação de sítios por meio de marcadores arqueológicos como tipos de objetos e sua
acumulação ou segregação. Essas inferências permitiram diferenciar o ambiente usado
como residência de outro que apresentou um uso mais específico. Também foi inferido que
o tamanho da coleção de achados arqueológicos é influenciado pela intensidade da
ocupação e não especificamente pela duração da ocupação.
12

Figura 2 – Mapa de localização dos objetos nos sítios escavados. Fonte: CARRER (2017)

LANCELOTTI et al. (2017) destacam o potencial da análise espacial quantitativa


associada ao trabalho etnoarqueológico em busca dos padrões de dispersão dos artefatos e
ecofatos encontrados intra-site. Eles ressaltam a possibilidade de conectar por meio da
etnoarqueologia diretamente a distribuição das variáveis que estão sendo estudadas
(cerâmica, lítica etc.) com as atividades que geraram tal distribuição, permitindo um ajuste
fino das ferramentas usadas para identificar esses padrões no registro arqueológico.

Para promover este tipo de análises as ferramentas disponíveis nos softwares existentes de
SIG, sejam gratuitos ou pagos, provém um grande número de combinações de ferramentas
estatísticas e suas representações gráficas correspondentes de modo a permitir uma
visualização completa das variáveis estudadas e seus padrões de distribuição.

Aplicação 3 - Delimitação de territórios

MATOS (2015) utilizou a ferramenta SIG em um trabalho etnoarqueológico junto à


comunidade quilombola Fazenda Cachoeira, localizada em Piratini, no Rio Grande do Sul
para delinear o território tradicionalmente ocupado pelos quilombolas. Foram tomados
como base, locais e elementos da cultura material de relevância para a formação, história e
realidade social dessa comunidade. O SIG foi aplicado no gerenciamento e integração das
fontes etnográficas, imagens de satélite, marcações de GPS, entre outras, o que possibilitou
13

a sobreposição de diferentes camadas de informações. O objetivo da pesquisa era entender


o passado e o processo de ocupação desse território buscando dar visibilidade à difícil
situação vivida por essa comunidade e possibilitar seu uso como instrumento político para
recuperar o que havia sido ocupado historicamente.

Figura 3 – Mapa de localização dos marcos de memórias da escravidão. Fonte: MATOS (2015)

STARK (2003), cita que as ferramentas de SIG podem ser aplicadas em estudos
etnoarqueológicos que se dediquem aos padrões de distribuição de cerâmica em escala
regional. Estes estudos que se dedicam a cobrir tópicos como produção cerâmica, seu uso e
distribuição, mudança tecnológica e sua articulação com a ocupação tradicional do
território.

NOELI e CORRÊA (2016), produziram uma compilação e análise de evidências


arqueológicas associadas a dados históricos e etnográficos com o objetivo de compreender
os padrões de implantação dos sítios e apresentar aspectos do modelo de policultura
agroflorestal usados para transformar meio ambiente em paisagem culturalmente
modificada. Os pesquisadores utilizaram a distribuição espacial das evidências
arqueológicas para concluir que os povos Guarani viveram (e ainda vivem) entre a foz do
14

rio Iguaçu e a foz do rio Paranapanema por mais de 20 séculos, produzindo mudanças
ambientais com suas técnicas de manejo agroflorestal. Apesar de não citar o uso de SIG, o
estudo abrangeu uma faixa de 400 Km de comprimento por até 20 Km de largura (média
de 5 Km) ao longo do rio Paraná, entre a foz dos rios Iguaçu e Paranapanema e produziu
mapas com as localizações dos sítios arqueológicos associados aos dados de geologia,
hidrologia, vegetação e clima. Este tipo de estudo, se levado a cabo em um SIG permitiria
além da disposição visual da maioria dos dados tabulares apresentados, também um maior
aprofundamento de análises com a combinação das diversas camadas em uma única
plataforma. Além da disponibilidade da reutilização das bases de dados por outros
pesquisadores para futuros estudos e análises.

Figura 4 – Mapas de localização dos sítios guarani analisados no estudo. Fonte: NOELLI e CORRÊA (2016)
15

CONCLUSÃO

As abordagens discutidas ao longo deste trabalho colocaram em evidência o potencial do


uso dos SIG na etnoarqueologia. Com base nos estudos consultados é visível que sua
aplicabilidade em conjunto com a coleta de dados etnográficos permite ampliar ainda mais
seu alcance e suas possibilidades de análise dos aspectos relacionados a utilização do
espaço pelas populações pretéritas, permitindo uma análise mais completa do contexto
arqueológico.

O enfoque dado no Brasil é visivelmente concentrado nas áreas de: modelos preditivos,
que podem ser de grande utilidade na localização de sítios arqueológicos, especialmente
em projetos de salvamento arqueológico onde o tempo disponível para as pesquisas é fator
crucial no seu desenvolvimento. E a sua associação aos referenciais levantados pela
etnoarqueologia permitem ampliar o entendimento de suas relações em relação aos
modelos puramente geo-ambientais; delimitação de territórios, que permite que a busca de
marcadores arqueológicos de uma determinada população, cruzados com as referências
etnográficas para a produção, uso e descarte dos materiais estudados pode dirimir diversas
questões relevantes à distribuição e presença deles nos territórios estudados.
16

REFERÊNCIAS

CÂMARA, G., DAVIS, C., MONTEIRO, A. M. V., (2001). Introdução à Ciência da


Geoinformação. São José dos Campos, DPI/INPE, 345p. Disponível em:
http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/. Acessado em 5 jun. 2017.

CARRER, Francesco. Pastoralism Needs GRASS... A GIS Approach to the


Ethnoarchaeology of Pastoralism in the Alps. In: Ethnoarchaeology: Current Research and
Field Methods. Conference Proceedings, Rome, Italy, 13th–14th May 2010. V. 2472 BAR
international series, p. 235-240 Archaeopress: 2013.

CARRER, Francesco. Interpreting Intra-Site Spatial Patterns in Seasonal Contexts:


An Etnoarchaeological Case Study from the Western Alps. Journal of Archaeology
Method and Theory. Vol. 24. N.2. Junho de 2017. p.303-327.

GONZALEZ, Isabel del Bosque, et al. Los Sistemas de Información Geográfica y la


Investigación em Ciencias Humanas y Sociales. Madrid: CSCIC, 2012. 147p.

LANCELOTTI, Carla et al. Intra-site Spatial Analysis in Ethnoarchaeology. (2017)


Environmental Archaeology. Association for Environmental Archaeology. 11p. Disponível
em: http://dx.doi.org/10.1080/14614103.2017.1299908. Acessado em 2 de junho de 2017.

LLOYD, Christopher D. Spatial data analysis: an introduction for GIS users. Nova Iorque:
Oxford University Press. 208p. 2010.

MATOS, Gil Passos de. “Junto com nossos amigos aonde tem churrasco e chimarrão
eu sou gaúcho de coração”: etnoraqueologia e memória do território da comunidade
Quilombola Fazenda Cachoeira em Piratini, Rio Grande do Sul. 2015. Dissertação
(Mestrado em Antropologia), Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. 2015.

NAZARENO, Nilton R.X. SIG Arqueologia: Aplicação em Pesquisa Arqueológica. 2005.


124f. Tese (Doutorado em Arqueologia), Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade
de São Paulo, São Paulo. 2005.
17

NOELLI, Francisco S.; CORRÊA, Ângelo A. Arqueologia regional e a construção das


paisagens Guarani na margem esquerda do rio Paraná, Estado do Paraná, Brasil.
Estudos arqueológicos regionais, V. 29, N.45, dezembro de 2016, 2016. p. 87-112.

OLIVEIRA, Jaqueline F.; BARTOLOMUCCI, Rafael; RODRIGUEZ, Ana Cristina M.


Geoprocessamento e análises espaciais aplicados à Arqueologia. Anais do X Encontro
de Geógrafos da América Latina – 20 a 26 de março de 2005. Universidade de São Paulo,
São Paulo. 2005. p. 10621-10629.

PAREDES, E. A. Sistemas de informações geográficas: princípios e aplicações


(geoprocessamento). São Paulo: Érica, 1994.

SILVA, Fabíola A. Etnoarqueologia: uma perspectiva arqueológica para o estudo da


cultura material. Métis: História e Cultura, Caxias do Sul, 8(16):121-139. 2009.

STARK, Miriam T. Current Issues in Ceramic Ethnoarchaeology. Journal of


Archaeological Research, Vol. 11, No. 3, September 2003. p. 193-241.

THOMAZ, Rosângela C. C. O uso de Sig na predição da localização de sítios


arqueológicos: um estudo de caso na bacia do Paraná superior. 2002. Tese (Doutorado
em Arqueologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de
São Paulo, 2002.

WHEATLEY, David; GILLINGS, Mark. Spatial Technology and Archaeology – The


Archaeological Applications of GIS. Londres: Taylor & Francis, 2002. 250p.

Potrebbero piacerti anche