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10 DE JUNHO DE 2017
IPT - INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
PÓS-GRADUAÇÃO DE ARQUEOLOGIA, GESTÃO
E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
CURITIBA
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 15
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 16
ÍNDICE DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
O trabalho apresentado tem por finalidade uma breve revisão bibliográfica em relação às
aplicações dos sistemas de informações geográficas (SIG) na etnoarqueologia sem
qualquer pretensão de ser exaustiva. O uso de SIG em estudos arqueológicos remonta a
década de 1980 e com os recentes avanços em capacidade de processamento e no
desenvolvimento de softwares gratuitos que dispõe de ferramentas com o mesmo nível de
qualidade que os softwares pagos tradicionais, a difusão de sua aplicação tem se ampliado
cada vez mais. Contudo, seu uso em etnoarqueologia no Brasil ainda é restrito, e esta
revisão se propõe a destacar, com exemplos de trabalhos feitos no exterior, as
possibilidades que podem ser exploradas pelo seu uso.
Pode-se O estudo arqueológico se baseia na análise do passado por meio dos traços e
elementos materiais deixados que chegaram até o presente. A análise focada apenas nos
artefatos pela abordagem histórico-culturalista, por muitos anos, limitou a possibilidade de
análises e interpretações a respeito das pessoas por trás desses objetos.
O SIG pode ser aplicado em arqueologia em todas as fases da pesquisa. Ele pode aplicar
processos de modelagem para a busca de sítios arqueológicos, seja por meio de análises
espaciais de aspectos fitogeográficos, seja por meio de análise e processamento de imagens
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áreas; passando pelo uso durante as escavações para registro da disposição dos achados
durante uma prospecção ou das diversas camadas encontradas intra-site; depois como
ferramenta de análise para inter-relacionar as diversas informações, arqueológicas ou não
da região estudada; e, por fim, na geração de bases de dados para a gestão dos recursos
arqueológicos da região intervencionada (NAZARENO, 2005, GONZALEZ et al, 2012).
O uso mais básico das ferramentas do SIG permite a criação de mapas temáticos para a
espacialização dos objetos de estudo de uma pesquisa, mas as suas funcionalidades
permitem ir muito além disso, suas ferramentas estatísticas e de análise permitem uma
visualização mais completa das relações espaciais que permitem explorar mais
profundamente o comportamento territorial das sociedades do passado.
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Essas capacidades permitem aos pesquisadores visualizar dados de áreas tão diversas
quanto ecologia, economia e demografia em um mesmo mapa temático relacionado à sua
região específica de estudo. Apesar de desejáveis, estas capacidades escondem um
problema conceitual: a versatilidade dos SIGs é obtida pela redução dos conceitos de cada
disciplina a algoritmos e estruturas de dados utilizados para armazenamento e tratamento
dos dados geográficos. Para a sua perfeita utilização, os conceitos das disciplinas devem
ser convertidos em representações computacionais. A utilização de um SIG implica em
escolher as representações mais adequadas de modo a garantir a coerência delas com o
domínio de origem. (CÂMARA; DAVIS e MONTEIRO: 2001).
podem revelar padrões e visualizações que não são possíveis na representação vetorial. Em
qualquer SIG haverá camadas de dados de ambos os tipos.
Para a arqueologia, a maior implicação disto é que qualquer achado, contexto ou estrutura
arqueológicos terá de ser representado de acordo por meio de um destes modos. Artefatos
facilmente podem ser representados por pontos, valas circundantes podem ser
representadas por linhas e estruturas maiores por polígonos, contudo em uma escala
regional, todo o sítio pode ser representado por apenas um ponto.
A análise espacial
A análise espacial compreende diversas técnicas que podem variar de complexos cálculos
estatísticos até uma simples visualização de um mapa de distribuição. O principal objetivo
da análise espacial é buscar o padrão de distribuição espacial da variável, ou variáveis de
interesse. A busca de pontos de concentração ou ausência dessa variável e do
relacionamento entre diversas variáveis presentes e a sua influência no padrão de
distribuição umas das outras faz parte dessa análise. A identificação de correlações
espaciais, como casos de dependência (onde o valor de um ponto influencia os pontos
vizinhos), seja ela direta ou inversa permite a formulação de hipóteses que podem ser
aplicadas a diversas ciências, inclusive no campo dar arqueologia (LLOYD, 2010 e
WHEATLEY e GILLINGS, 2002).
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Figura 1 – Mapa do canteiro de obras da UHE Corumbá IV gerado no SIG. Fonte: NAZARENO (2005)
Figura 2 – Mapa de localização dos objetos nos sítios escavados. Fonte: CARRER (2017)
Para promover este tipo de análises as ferramentas disponíveis nos softwares existentes de
SIG, sejam gratuitos ou pagos, provém um grande número de combinações de ferramentas
estatísticas e suas representações gráficas correspondentes de modo a permitir uma
visualização completa das variáveis estudadas e seus padrões de distribuição.
Figura 3 – Mapa de localização dos marcos de memórias da escravidão. Fonte: MATOS (2015)
STARK (2003), cita que as ferramentas de SIG podem ser aplicadas em estudos
etnoarqueológicos que se dediquem aos padrões de distribuição de cerâmica em escala
regional. Estes estudos que se dedicam a cobrir tópicos como produção cerâmica, seu uso e
distribuição, mudança tecnológica e sua articulação com a ocupação tradicional do
território.
rio Iguaçu e a foz do rio Paranapanema por mais de 20 séculos, produzindo mudanças
ambientais com suas técnicas de manejo agroflorestal. Apesar de não citar o uso de SIG, o
estudo abrangeu uma faixa de 400 Km de comprimento por até 20 Km de largura (média
de 5 Km) ao longo do rio Paraná, entre a foz dos rios Iguaçu e Paranapanema e produziu
mapas com as localizações dos sítios arqueológicos associados aos dados de geologia,
hidrologia, vegetação e clima. Este tipo de estudo, se levado a cabo em um SIG permitiria
além da disposição visual da maioria dos dados tabulares apresentados, também um maior
aprofundamento de análises com a combinação das diversas camadas em uma única
plataforma. Além da disponibilidade da reutilização das bases de dados por outros
pesquisadores para futuros estudos e análises.
Figura 4 – Mapas de localização dos sítios guarani analisados no estudo. Fonte: NOELLI e CORRÊA (2016)
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CONCLUSÃO
O enfoque dado no Brasil é visivelmente concentrado nas áreas de: modelos preditivos,
que podem ser de grande utilidade na localização de sítios arqueológicos, especialmente
em projetos de salvamento arqueológico onde o tempo disponível para as pesquisas é fator
crucial no seu desenvolvimento. E a sua associação aos referenciais levantados pela
etnoarqueologia permitem ampliar o entendimento de suas relações em relação aos
modelos puramente geo-ambientais; delimitação de territórios, que permite que a busca de
marcadores arqueológicos de uma determinada população, cruzados com as referências
etnográficas para a produção, uso e descarte dos materiais estudados pode dirimir diversas
questões relevantes à distribuição e presença deles nos territórios estudados.
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REFERÊNCIAS
LLOYD, Christopher D. Spatial data analysis: an introduction for GIS users. Nova Iorque:
Oxford University Press. 208p. 2010.
MATOS, Gil Passos de. “Junto com nossos amigos aonde tem churrasco e chimarrão
eu sou gaúcho de coração”: etnoraqueologia e memória do território da comunidade
Quilombola Fazenda Cachoeira em Piratini, Rio Grande do Sul. 2015. Dissertação
(Mestrado em Antropologia), Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. 2015.