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tenham altas expectativas com relação às aprendizagens de seus estudantes (tendo
em vista que uma das características da presença pedagógica é a crença no potencial
dos jovens) e sejam incansáveis provocadores de curiosidade.
A problematização imprime às práticas pedagógicas a importância de considerar o
aprendizado como um processo incessante, inquieto, curioso e, sobretudo, permanente
por saber. A professora de Biologia Renata Mello faz uma importante reflexão sobre
a importância da problematização para o desenvolvimento da autonomia intelectual
dos alunos: “A problematização é essencial a essa proposta de educação integral,
pois cria condições para que o jovem possa ‘aprender a aprender’. O jovem aprende
que o conhecimento é uma busca e não um ponto de chegada. E essa postura é um
exercício de protagonismo”. A estudante Karina Madruga completa: “Não é nem por
nota. É ter vontade de resolver as tarefas, entender realmente o conteúdo, não só
decorar e fazer o teste. É começar a entender as coisas mesmo”.
Esse modo de ver o conhecimento como uma busca, conforme aponta a professora Renata,
traz alguns pressupostos sobre concepções de ensino e de aprendizagem fundamentais para
desenvolver uma ação educativa que articule a dimensão dialógica (que requer interação e escuta
ativa, permitindo o reconhecimento da multiplicidade de interpretações, de respostas e de modos
de construir saberes) com a dimensão problematizadora do ato de conhecer. Dessa forma:
2 Todo conhecimento é construído a partir do que já se conhece, e deve ser ensinado a partir
do conhecimento que o jovem já traz para a sala de aula. Os estudantes desenvolvem o
pensamento crítico quando confrontam seus conhecimentos prévios com aqueles que estão
sendo apresentados, construindo hipóteses que vão se mostrando fundamentadas ou não.
3 O conhecimento se origina da busca por respostas para problemas bem formulados. O professor apresenta
problematizações consistentes, ao invés de enunciados prontos, possibilitando a mobilização de diversos
recursos cognitivos e de uma postura investigativa do aluno diante do objeto de conhecimento.
4 Aprender não significa ser capaz de reproduzir e revozear os conhecimentos básicos acumulados, mas saber
reconhecer quando novos conhecimentos são necessários e articular saberes para resolver problemas.
5 O professor não apresenta os conhecimentos como se fossem conteúdos cristalizados, evitando dar
respostas prontas, mas ajudando os estudantes a se repertoriarem e a organizarem os saberes dispersos.
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Aulas pautadas pela problematização exigem que o
planejamento do professor seja muito bem estruturado, aulas estruturadas baseiam-se em sequências
pois esse é um processo dialógico desafiante e que didáticas – ou projetos – desenhadas de
envolve a utilização de recursos variados, que tenham modo a existirem desafios crescentes aos
como objetivo ampliar as fronteiras de determinado estudantes, incluindo momentos de avaliação e
conhecimento, a partir de pontos de vista diversos. “O de apropriação dos resultados ao longo deles.
planejamento da aula requer preparo, mas vai além: o também é interessante que haja momentos de
seu objetivo é o aprendizado do aluno. Posso entrar na culminância, quando as produções dos alunos
sala de aula e falar: Hoje eu vou dar as Leis de Newton. são compartilhadas com a comunidade escolar e
Ensino as três Leis e pronto, dei o conteúdo. Mas eu até mesmo com a comunidade externa à escola.
tenho que ter um objetivo naquela aula: Quero que meus esse processo educativo estruturante permite
alunos aprendam as Leis de Newton. E esse objetivo que o professor possa planejar suas ações e
está sempre na minha cabeça. Eu conduzo a problema- antever os momentos estratégicos para colher
tização para chegar ao meu objetivo. Faço perguntas evidências sobre o nível de conhecimento dos
para trazer do aluno as ideias que ele tem sobre alguns jovens e do desenvolvimento de competências.
conceitos. Depois, trabalho com um texto, ou um vídeo, nesta proposta, as opas (orientações para
ou um simulador no computador, ou um experimento. os planos de aula) apresentam modelos
Trabalhei as Leis de Newton com um texto, por exemplo, de sequências didáticas que estruturam o
mas era um texto que falava sobre como foi a evolução trabalho integrado das áreas de conhecimento
do pensamento, tinha uma contextualização histórica. e dos projetos do núcleo articulador. mesmo
Muitas vezes, em Física, o aluno pensa como Aristóteles tendo em vista o planejamento estruturado,
pensava, e isso é interessante de ele reconhecer. Não é é preciso ressaltar que qualquer interação
um pensamento errado, é natural. Eu problematizo antes, pedagógica ganhará níveis de personalização
durante e depois do texto, vou perguntando e os alunos de acordo com a participação da turma.
argumentam e vão aprendendo”, conta a professora de
Física Cláudia Sozinho.
OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS
E OS SABERES ESCOLARES
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Normalmente, se atribui o trabalho com o conhecimento prévio como
uma etapa importante para ouvir os estudantes e garantir algum grau de mediar envolve tornar explícitos
participação e engajamento. Mas trabalhar com o conhecimento prévio os conhecimentos prévios
dos estudantes vai muito além de um “truque” pedagógico para chamar dos estudantes, valorizar e
a sua atenção: é por meio do compartilhamento dos conhecimentos despertar interesses, provocar a
da turma que o professor apreende os conhecimentos já construídos, compreensão e a problematização
para possibilitar aos jovens o exercício de autoaprimoramento contínuo dos novos conhecimentos e
como seres conhecedores, investigadores. suas possíveis aplicações em
Ao longo de uma sequência didática, o professor checa o que foi diversos contextos, e buscar o
apreendido no processo e o quanto o saber anterior foi impactado, engajamento crítico constante dos
seja para modificá-lo, seja para fortalecê-lo. Em uma turma, existem alunos durante os momentos da
diferentes níveis de conhecimento: um aluno pode ter um conhecimento aula ou da prática dos projetos.
prévio bastante qualificado, enquanto outro pode ter maior repertório,
e é essa diversidade que qualifica a problematização.
Portanto, trabalhar com os conhecimentos prévios dos jovens não é um exercício
maniqueísta de levá-los a migrarem de concepções “erradas” para as “certas”. A pro-
blematização, como metodologia de ensino, compreende a concepção de aprendizado
permanente, considera e questiona as posições assumidas pelos alunos, fazendo-os
refletir sobre as explicações contraditórias e as possíveis limitações de seus conheci
mentos prévios quando confrontados com novos conhecimentos.
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Boas perguntas, para serem desafiantes e mobilizadoras, precisam
ser planejadas a partir do reconhecimento do que os alunos já sabem
e do que ainda precisam saber. Sem uma boa mobilização inicial,
é como se o jovem não entrasse na aula com boas condições para
aprender, e as etapas seguintes de aprendizagem podem simples-
mente não fazer sentido para quem, de fato, não se engajou com a
situação a ser realizada ou estudada.
A etapa inicial e essencial para a construção da competência de
resolução de problemas é reconhecer a situação como uma questão
que merece ser resolvida ou realizada, e tomá-la para si com a
determinação de querer buscar entendê-la e se posicionar frente a
ela. Por isso, na escola, a proposição de boas perguntas, de boas
situações-problema, é que permite ao jovem conquistar o primeiro
e fundamental passo dessa macrocompetência.
A MEDIAÇÃO
PROBLEMATIZADORA
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O BOM ALUNO
O mito do bom aluno sempre está à espreita, rondando as salas de aula e exigindo
a atenção constante do professor para não se deixar levar por ele.
Nesse imaginário, está o aluno que é altamente motivado, sabe participar, não
atrapalha a aula, aprende (ou reproduz?) o conteúdo apresentado pelo professor
por meio da escuta, faz anotações, vai bem nos exames de verificação etc. É preciso
refletir: O que esse modelo de bom aluno indica? Existe, realmente, um modelo do
bom estudante?
A sala de aula, como microcosmo social, é formada pela diversidade que se
revela em diferentes modos de ser, conviver, pensar e aprender. A participação
pela problematização incentiva a curiosidade, estimula o pensamento crítico e a
capacidade de resolução de problemas, permitindo que todos os jovens possam se
posicionar, dialogar, construir e reconstruir conhecimentos. Uma aula que incentiva
a participação permite que cada um possa se construir, como pessoa e estudante, em
constante desenvolvimento e autodescoberta, e possibilita que a mediação conceba
o erro como parte da construção do conhecimento.
ATIVIDADES DESAFIANTES
PARA APRENDER A
RESOLVER PROBLEMAS
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A seguir, alguns exemplos de como a problematização acontece
nas diversas Áreas de Conhecimento, extraídos de sequências de
atividades das OPAs (Orientação para Planos de Aulas):
CIÊNCIAS DA NATUREZA
Numa aula de Química, imaginem que os alunos sejam desafiados pela seguinte situação:
Observem seus sapatos do tipo tênis. Do que eles são feitos? Quais materiais foram usados
em sua fabricação? Todos os materiais têm a mesma dureza ou resistência? Por quê?
É assim que se inicia a investigação sobre polímeros naturais (como a borracha), e sintéticos (como
o poliéster, o nylon e o silicone, entre outros) para, em seguida, mobilizar os jovens a que entendam
as reações químicas que dão origem a diferentes polímeros, com diferentes características.
Nesse caso, a problematização inicial mobiliza os alunos a novas aprendizagens específicas,
para em seguida, com novo questionamento, fazê-los refletir sobre a poluição gerada na
obtenção desses materiais. Finalmente, o conhecimento do processo de obtenção dos
polímeros permite aos alunos entenderem os processos necessários para a sua reciclagem.
LINGUAGENS
Nas atividades dedicadas à Língua Portuguesa do 1º ano, 1º bimestre, os estudantes realizam a
leitura de textos significativos para a formação do leitor literário e que permitem problematizar
as características básicas dos gêneros literários: Hamlet, de Shakespeare (em versão atualizada
para jovens leitores), Do coração de Telmah (romance juvenil escrito em tweets) e poemas da
Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo. Das experiências efetivas das leituras desses textos
de diferentes temporalidades, gêneros e estilos, processualmente mediadas, é que resulta a
construção das noções de lírica, épica e drama. Para isso, há a proposição de questões que,
discutidas colaborativamente, possibilitam a análise e a comparação de aspectos dos textos.
Além disso, há a problematização de como esses conhecimentos dos gêneros podem favorecer
outras leituras, com operações de generalização e recontextualização dos conhecimentos
construídos, propiciando a autonomia dos estudantes em novos desafios de leituras literárias.
Já nas atividades dedicadas às Artes, as turmas do 3º ano, 2º bimestre, tiveram a oportunidade de
discutir e problematizar os “encontros e desencontros” no processo de formação étnico-cultural
do nosso povo, com reflexões sobre as matrizes brasileiras. Nesse contexto, refletiram sobre si
mesmos e sobre valores que se fazem presentes na formação da população do país, a partir da
identificação e desnaturalização de atitudes cotidianas que implicam práticas discriminatórias,
preconceituosas e de dificuldade explícita de convivência com a diferença. Foram utilizados
recursos que favoreciam a investigação e a discussão sobre a temática, tais como o vídeo-
documentário O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro, textos de uma pesquisadora do tema do
preconceito social, programas de TV e propagandas, e foram criadas situações-problema por
meio de perguntas. Em seguida, os alunos produziram um ensaio fotográfico cujo propósito foi
evocar a situação de discriminação do negro na sociedade sob o ponto de vista, a experiência
e os conhecimentos de cada time de alunos. Por fim, a discussão sobre os trabalhos artísticos
criados foi uma oportunidade de sistematização e apropriação dos conhecimentos pelos jovens.
MATEMÁTICA
A problematização é a essência do processo de ensinar e aprender matemática. Por princípio, toda
aula deve ser problematizadora e provocar nos alunos a mobilização de conhecimentos novos.
Assim, numa aula de Matemática, os alunos podem ser desafiados a investigar em qual condição um
triângulo pode ser construído, como convencer um amigo de que o teorema de Pitágoras vale para
qualquer triângulo retângulo e mesmo desenvolver uma explicação que justifique um quebra-cabeças
numérico ou algébrico. Há ainda a proposta de que resolver um problema sem nenhuma relação com os
conteúdos tradicionais da Matemática do ensino médio, problemas que não envolvam uso de fórmulas,
que desafiem os alunos a planejarem uma solução original, que podem levar mais de uma aula para
serem solucionados e, frequentemente, ter mais do que uma solução possível e até mesmo não ter
solução nenhuma. Há ainda a possibilidade da problematização aparecer na forma de um jogo – como,
por exemplo, na proposta realizada na OPA de 1º ano, com o jogo Tira de Propriedades de Funções,
no qual os alunos deveriam resolver desafios de associar funções com suas diversas propriedades.
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CIÊNCIAS HUMANAS
Já nas atividades de Filosofia da OPA do 4º bimestre do 2º ano, a aula se inicia com
a veiculação da música de Raul Seixas – “Metamorfose ambulante”. Ao término, o
professor propõe algumas perguntas e deixa que os próprios alunos respondam. Por
exemplo: O que a música tem a ver com razão? O que é razão? Por que dizemos que
somos seres racionais? Nossa época (a contemporaneidade) é regida pela razão?
O professor é orientado a não responder às perguntas, mas deixar que os alunos
reflitam, a fim de estimular sua curiosidade. As respostas iniciais devem ser anotadas
no caderno e serão retomadas, para que todos consigam elucidar as questões.
O objetivo é demonstrar que a verdade não é absoluta e que, ao responder uma pergunta,
a resposta “correta” depende da perspectiva, do tipo de abordagem e da referência. De
fato, em Filosofia, problematizar é convidar o aluno a realizar a investigação científica, a
viajar por outros mundos; é despertar a curiosidade e estimular a compreensão de que
não estamos prontos e de que o conhecimento está sempre em construção.
Outro ponto importante é modular o nível de dificuldade das atividades. Elas podem
ser propostas como um desafio a ser apropriado e resolvido pelos estudantes, segundo
suas capacidades e conhecimentos. Eles devem ter em vista que possuem condições
de investir e responder ao que foi proposto. Dessa forma, a situação-problema, ainda
que inicialmente proposta pelo professor, torna-se “questão dos alunos”, mesmo que
eles não disponham, de início, dos meios para alcançar a solução buscada. Pode haver
um ou mais desafios a se transpor para se chegar à solução.
Nas atividades desafiantes, problemas complexos são resolvidos de modo cola-
borativo, e o processo de busca de resposta também é compartilhado. A validação
do processo resulta da vivência da atividade desafiante pela turma, sob a mediação
do professor. O reexame coletivo do caminho percorrido é a ocasião para um retorno
reflexivo, de caráter metacognitivo. Isso auxilia os estudantes a se conscientizarem
das estratégias e formulações que utilizaram, de maneira a ganharem um repertório
intelectual que possa ser transposto a novas situações-problema.
É a necessidade de resolver problemas que leva o aluno a elaborar a construção de
uma solução. O trabalho com a situação-problema funciona, assim, como um debate
científico dentro da classe, dando espaço a conflitos e à sua resolução, envolvendo
os aspectos cognitivos da resolução de problemas e também outros aspectos socio-
emocionais, tais como a confiança no próprio potencial, a persistência para atingir
objetivos, a colaboração para trabalhar junto, a capacidade de se comunicar e de
ouvir diferentes opiniões etc.
A estudante Lais Souza percebe o impacto do trabalho com a problematização
em si mesma e em seus colegas: “A gente para de agir como uma pessoa que está
sendo comandada por outras, como se fosse uma marionete, e passa a tecer nossas
próprias opiniões sobre um assunto, desenvolvendo um pensamento mais crítico.”
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1
Problematizar é mais que uma metodologia, é uma postura frente
ao conhecimento. Cabe ao professor problematizar, para que se
instale nos alunos o processo ativo de construção,
busca e apropriação de saberes.
4
Resolver problemas de forma colaborativa: eis uma estratégia-chave
para lidar com situações-problema mais complexas. A participação
articulada dos esforços colaborativos dos jovens não só possibilita
responder à situação proposta, como amplia o repertório
de conhecimentos e estratégias de cada um.
5
Considerar os saberes e as experiências dos estudantes é importante para
que professor e aluno naveguem juntos no processo de aprendizagem.
Cada um traz consigo conhecimentos prévios e pode (re)construí-los a
partir de problematizações que levem essas bagagens em conta.
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Promover deslocamentos, sair da zona de conforto,
incentivar os jovens a não se restringirem a dar a resposta
que o professor quer ouvir. Nada de acomodação,
problematizar é sair da “mesmice”!
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A PROBLEMATIZAÇÃO NA GESTÃO
DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM
Formular boas e desafiantes perguntas exige conhecimento profundo sobre o tema da aula, além
de um planejamento adequado. Definir com muita precisão os objetivos da aula é essencial
para formular questões que orientem o jovem a avançar de modo crítico para além de suas
interpretações pessoais com relação ao tema ou à situação-problema que será proposta. No
planejamento, o professor faz antevisões sobre os momentos de trabalho em qualquer forma de
agrupamento, procurando elaborar boas perguntas, que suscitem a discussão.
Planeje a gestão do tempo, considerando que a problematização é uma abordagem que demanda
mais espaço de escuta e de interlocução com os estudantes.
O engajamento do aluno se dá no início e durante a aula. Por isso, é essencial partir de uma
situação mobilizadora dos jovens, trazer um recurso que permita o questionamento – um desafio,
uma proposta investigativa – ou simplesmente problematizar o conhecimento prévio dos
estudantes sobre o conteúdo que será abordado. Esse movimento pode ser realizado com a turma
reunida em roda de discussão ou em pequenos times (quando os jovens têm a oportunidade
de partilhar suas percepções ou concepções iniciais antes do momento de socialização com
a turma). Em sua mediação, o professor provoca o confronto de opiniões e abre espaço para
dúvidas, despertando a curiosidade sem, no entanto, fazer explicações detalhadas. O importante
aqui é conhecer o ponto em que os alunos se encontram, o que eles conseguem fazer ou perceber
por si mesmos, como mobilizam seus conhecimentos prévios, para, depois, configurar melhor
a situação problematizadora sobre a qual se desenvolverá a aula ou as aulas seguintes a essa.
Apoie a formação, organização e dinâmica dos grupos de trabalho. Um dos critérios para a
formação dos times pode ser envolver jovens que apresentem, no momento, mais dificuldades
com outros que estejam com maior desenvoltura no aprendizado de determinados conhecimentos.
Vale destacar que os estudantes não são estanques em zonas de “quem aprende mais” e de
“quem aprende menos”, e que é importante valorizar a colaboração, sempre.
Permita que diversos alunos possam participar oralmente durante os momentos de discussão
e rodas de conversa, de modo que a palavra circule e não fique sempre de posse do mesmo
grupo de estudantes. Os momentos de participação oral devem ser bem cuidados, para que
vários jovens possam expor seus pontos de vista e haja respeito nessa interação. A mediação
do professor envolve formular boas perguntas para aprimorar a argumentação dos envolvidos, e
trazer bons exemplos para ilustrar os conceitos.
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Em todos os campos de conhecimento, a questão do erro é importante para a problematização,
pois qualquer processo de aprendizagem prevê aproximações aos conceitos, ideias ou
procedimentos em estudo, em um movimento constante de ensaios e erros. Isso quer dizer que
o erro não deve ser visto como algo nocivo, ele é um “trampolim” para a aprendizagem.
Aprimore o planejamento coletivo com seus colegas professores que são responsáveis pelos
mesmos alunos. Compartilhar seus registros e sua avaliação individual ou de grupos de cada
classe potencializa o trabalho de todos na formação dos mesmos jovens.
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