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2 – Bibliografia
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de Direito Ambiental. 2ed. São Paulo. Atlas. 2008
CASSILHA, Gilda A..; CASSILHA, Simone A. Planejamento urbano e meio ambiente.
Curitiba. IESDE, Brasil 2012;
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 6ª edição. São
Paulo. Saraiva, 2009.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro. Lumen Juris, 2000.
CUNHA, Sandra Baptista da. Impactos ambientais urbanos no Brasil. 7ª edição, Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
CORREA, Roberto Lobato. O espaço urbano, 4ª edição. São Paulo. Atica. 174, 2002.
PIVA Rui Carvalho. Bem ambiental. São Paulo: Max Limonad. 2000.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo. Malheiros.2000.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. São Paulo. Atlas. 2009.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente - A gestão ambiental em foco. São Paulo. Revista
dos Tribunais. 2009.
3 – Legislação
Lei nº 6.938/81 – Política Nacional Meio Ambiente
Código Civil
Lei nº 9.605/98 – Crimes Ambientais
Decreto nº 6.514/08 – Infrações Administrativas
Lei nº 9.985/00 - SNUC
Lei nº 12.651/12 – Código Florestal
Lei n º 9.433/97 – Recursos Hídricos
Lei nº 12.305/10 – Resíduos Sólidos
Lei nº 11.445/07 – Saneamento Básico
Lei nº 9.795/99 – Educação Ambiental
Lei nº 10.257/01 – Estatuto da Cidade
Lei nº 6.766/79 – Parcelamento do Solo
Lei nº 6.803/80 – Zoneamento Industrial
Lei nº 12.587/12 – Mobilidade Urbana
1. Dano ambiental
Marcelo Abelha afirma que existe dano ambiental, quando há lesão ao equilíbrio
decorrente de afetação adversa dos componentes ambientais. (RODRIGUES. Marcelo
Abelha. Elementos do direito ambiental: parte geral 2. Ed. Ver. São Paulo.Revista dos
Tribunais, 2005, pag.300)
Art. 14, §1º da Lei 6.938/81: Sem obstar a aplicação das penalidades
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público
da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
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As normas que regem a responsabilidade civil são aplicadas sempre que há lesão do
direito de terceiro(s), com o intuito de recompor o estado anterior do bem lesado
(reparação – obrigação de fazer) e/ou garantir uma importância em dinheiro visando a
indenização pelo dano causado (indenização – obrigação de dar).
Por força de tal regra; verificada nos art. 186, 187 e 927 caput do CC/02; haverá dever
de reparar/indenizar o dano causado quando constatada culpa (violação do dever de
cuidado, atenção e diligência) ou dolo (consciência e vontade livre de praticar o ato) na
conduta do agente.
Se o agente violar direito e causar dano a terceiro por livre vontade de praticar o ato ou
por negligência, imprudência ou omissão voluntária, restará caracterizado o ato ilícito, o
que gera o dever de reparar/indenizar o referido dano. Para fins de responsabilização
civil, o ato ilícito qualifica-se pela culpa.
Nessa linha, o parágrafo único do art. 927 do CC/02 instituiu a responsabilidade civil
objetiva, na qual culpa/dolo são dispensáveis para imputar o dever de indenizar/reparar
o dano causado.
Atividades consideradas perigosas por lei ou que por sua própria natureza impliquem
riscos a direito de terceiro(s) submetem-se à responsabilidade civil objetiva, ou
responsabilidade “sem culpa”; pois quem desenvolve uma atividade que por sua
natureza apresenta risco para terceiros, deve responder pelos danos relacionados à
referida atividade.
Considerando que o bem ambiental possui natureza difusa, é de fácil percepção que o
dano causado possui ampla dispersão, e na grande maioria das vezes é impossível
sequer relacionar todos os lesionados.
Não menos grave era o fato de que o agente causador do dano era raramente
responsabilizado, diante da inequívoca dificuldade de comprovar sua culpa direta na
ocorrência do evento danoso. Muitas vezes as condutas eram revestidas com aparente
formalidade, o que inviabilizava a condenação. E por fim, as excludentes de
responsabilidade da teoria clássica (caso fortuito, força maior, etc) impediam a também
dificultavam a reparação do dano ambiental.
Foi assim que a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) adotou a teoria da
responsabilidade civil objetiva face aos danos ambientais ao dispor expressamente a
prescindibilidade de aferir culpa para que haja o dever de reparar/indenizar.
Dessa forma, toda vez que uma conduta gerar dano ao meio ambiente, haverá o dever
de reparar e/ou indenizar, ainda que a referida conduta seja considerada lícita, sendo
considerado abuso de direito a lesão ao equilíbrio decorrente de afetação adversa dos
componentes ambientais.
Não cogita indagar como ou porque ocorreu o dano. É suficiente apurar se houve o
dano, vinculado a um fator qualquer, para assegurar à vítima uma indenização
(PEREIRA, Caio Mário da Silva. 2000.p.281). Em outro modo de dizer, passa a lei a
procurar identificar um responsável pela indenização, e não necessariamente um
culpado, individualmente tomado (GODOY, Claudio Luiz Bueno de. 2008. P.857).
2.3 Objetivos
2.3.1 Em regra, o objetivo será sempre a prevenção/precaução para que não ocorra o
dano ambiental (princípios prevenção/precaução).
Todavia, uma vez constatado, mister se faz a reparação do dano ambiental que, embora
se trate de mecanismo repressivo, carrega com sigo o intuito de desestimular práticas
similares.
Também deve arcar com o custo das medidas preventivas, lembrando que a prevenção
é sempre preferível à reparação, uma vez que esta última não dificilmente vai alcançar
o estado natural existente antes da lesão.
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na
unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano
ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de
indenizar.
A grande questão é precisar o que seria uso ou abuso, ou melhor dizendo, definir qual
parâmetro a ser utilizado para definir a obrigação reparatória.
Assim, seria lógico sustentar que para o Direito só interessariam aquelas ocorrências
de caráter significativo, cujos reflexos negativos transcendessem os padrões de
suportabilidade estabelecidos (MILARÉ, Edis. 2009. P.959).
Porém, é importante lembrar que uma vez adotada a teoria do risco integral e aplicada
a responsabilidade civil objetiva, a licitude da conduta não é relevante para aferir
responsabilidade. Assim, ainda que uma determinada atividade esteja em conformidade
com a legislação ambiental (ex.: possua licença ambiental, esteja dentro dos padrões
de qualidade ambiental previstos nas normas do CONAMA, etc), é possível a ocorrência
do dano e a imputação do dever de reparar.
É da própria lei que a poluição não se caracteriza apenas pela inobservância de normas
e padrões específicos, mas também pela degradação da qualidade ambiental resultante
das atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou
sanitárias do meio ambiente. Poluição é a degradação que se tipifica pelo resultado
danoso. (MILARÉ, Edis. 2009. P.959).
Entende-se por “nexo causal” a relação de causa e efeito entre a atividade e o dano por
ela causado, sendo imprescindível para a responsabilização pelo dano ambiental.
O STJ sintetiza essa posição da seguinte forma: "Para o fim de apuração do nexo de
causalidade no dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria
fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia para que
façam, e quem se beneficia quando outros fazem." (REsp 650.728/SC)
Oportuno ressaltar que muitas vezes surgem várias dúvidas acerca do nexo de
causalidade que culminou na ocorrência de determinado dano ambiental. A
multiplicidade de causas, as dificuldades técnicas e financeiras e a distância entre a
fonte emissora e o resultado lesivo são alguns dos fatores que dificultam a constatação
do nexo de causalidade.
Novamente fazendo referência à natureza difusa do bem ambiental, bem como sua
direta relação com a saúde e dignidade humana e a necessária aplicação dos princípios
da prevenção e da precaução; os aplicadores do Direito precisaram encontrar uma
solução para que essas dificuldades não tornassem o causador do dano ambiental um
agente impune.
2.6 Sujeitos
O responsável pelo dano ambiental é denominado “poluidor”, que nos termos do art. 3º,
IV da Lei nº 6.938/81 é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Quando vários agentes tiverem participado de uma ação que venha a causar a poluição
ou a degradação ambiental, ou ainda quando não se tiver certeza de qual deles – em
um rol de possíveis autores – foi o responsável pelos danos, aplica-se a
responsabilidade solidária. (GRANZIEIRA. Maria Luiza Machado. Direito Ambiental.
Editora Atlas.2009. pag.590)
Com base na previsão legal, art. 3º, IV da Lei nº 6.938/81, o Estado também pode ser
responsabilizado por dano ambiental, uma vez que lhe foi atribuído,
constitucionalmente, o dever de zelar pelo equilíbrio ambiental.
Assim, entendemos que nos casos nos quais as pessoas jurídicas de direito público
interno causarem danos ambientais, deverão ser responsabilizadas à
reparação/indenização do dano, por força da redação legal.
Mas também deverá ser responsabilizado nos casos de omissão do seu dever
constitucional de proteger o meio ambiente quando, por exemplo, falhar no seu dever
de fiscalização, conceder licenças ambientais contrárias às normas, etc. Dessa forma,
entendemos que poderá haver responsabilidade do Estado mesmo quando o dano for
causado por atividade de terceiros.