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Karlheinz Stockhausen
Stockhausen não teve uma infância fácil. Em meio à Segunda Guerra Mundial presenciou a
morte de sua mãe pelo Programa Aktion T4 da Alemanha Nazista no qual médicos
assassinaram centenas de pessoas consideradas “incuravelmente doentes, através de exame
médico crítico”, além da morte de seu pai enquanto ele servia o exército. Aos dezesseis anos
trabalhou em um hospital de front e passou muitos dias tratando feridos da guerra.
Em 1953 Stockhausen conclui uma importante obra chamada Etüde, uma peça de música
concreta realizada enquanto ele estava em Paris estudando com Messiaen e trabalhava no
estúdio de Pierre Schaeffer. As ideias de Schaeffer acerca da música baseada na manipulação
de objets sonores tornar-se-iam um dos lados do primeiro embate estético a dominar os
começos da música eletrônica.
O trabalho permaneceu perdido por muito tempo até que o renomado musicólogo alemão
Rudolf Frisius encontrou uma cópia remanescente em um arquivo de discos de imagem e a
peça pôde ser disponibilizada ao público a partir de 1992 no CD 3 – Elektronische Musik
pela Stockhausen Verlag. Stockhausen fez questão de mencionar que não se tratava de um
original, mas sim de uma cópia, uma gravação em disco e não em fita.
A música eletrônica é um fato desde 1948 e o pioneiro Concert à bruits, de Schaeffer,
transmitido pela Radio France. O seu Musique concrète foi produto de um grupo de pesquisa
inicialmente pequeno, o Club d’essai, mantido pela radiodifusora nacional francesa em Paris.
A partir de 1952, o grupo passou a expandir-se e chegou a ser muito influente na Europa;
Studien I & II
Stockhausen estava convencido de que o caminho para o avanço da música devia estar
baseado no formalismo e nas estruturas da música serial. No primeiro estudo ele tenta aplicar
as técnicas ao meio. As regras para a composição foram ditadas por Eimert, diretor do
estúdio. Eram essas regras: I)Usar senóides puras como fonte sonora de nível mais baixo; II)
gerar tons (combinação de tons) a partir da adição de uma dessas senóides (o que, mais tarde,
seria chamado de síntese aditiva); III) Os parâmetros das suas fontes sonoras (freqüência,
amplitude, duração, etc.) seriam determinados por métodos seriais (ou seja, permutas de uma
ou mais séries ou proporções de valores). Estabelecidos os princípios, restava o trabalho de
montagem da peça a partir das gravações-fonte, onde todos os diferentes tipos de senóide
deveriam ser gravados numa fita (com o uso de um gerador de freqüência simples) que seria
cortada em tamanhos diferentes (de acordo com a duração prevista no plano) e os pedaços
misturados a fim de criar as combinações de tom. Essas combinações seriam unidas para dar
origem à seqüência final de sons.
Acredita-se que Studie I tenha sido escrita com o único propósito de servir de objeto para
estudos analíticos. Stockhausen nunca foi muito claro acerca da sua visão sobre essa peça
quando da sua composição, mas provavelmente viu a necessidade de algumas adaptações
metodológicas e, na peça seguinte, empregou uma maneira mais interessante para a criação
de combinações de tons, o que terá um significado impactante na qualidade do trabalho final.
O estudo seguinte (Studie II) apresenta-se com caráter menos estático, pois traz uma nova
maneira de juntar as misturas de tons. A base do estudo continua sendo o uso de senóides
puras, mas dessa vez o método de mistura é mais ingênuo. Ele criou na fita um looping que
reúne cinco segmentos de senóide mais um trecho em branco. Toca-se esse looping num
espaço que produza eco e os resultados são gravados de volta no looping. Os segmentos
originais então são descartados, mantendo-se apenas o trecho recém-gravado. Por fim, os
segmentos de fita são usados na combinação final da peça. É importante ressaltar que Studie
II possui uma partitura com todas as instruções necessárias para a reprodução da peça.
Em alguns momentos da peça ouvimos os sons sintetizados fundirem-se com os sons vocais e
se tornarem quase indistintos deles, enquanto em outros momentos as transformações
aplicadas às gravações fazem com que soem “eletrônicas”. Essa cuidadosa exploração dos
lugares sonoros confere à peça um universo sonoro mais amplo.
A composição foi feita numa fita multicanal (5, depois reduzidos para 4 canais) e usam o
movimento espacial do som como parte integrante do discurso musical. Essa dimensão
tornou-se cada vez mais importante na música eletroacústica, com o desenvolvimento de
maneiras cada vez mais flexíveis de mover e posicionar as fontes sonoras no espaço. Uma
primeira obra-prima para o meio, a peça preparou o caminho para o que representou o seu
trabalho eletrônico seguinte: Kontakte.
No outono de 1954, Stockhausen concebeu a ideia de compor uma massa para sons e vozes
eletrônicas. Segundo seu biógrafo oficial, Stockhausen considerou essa missa como uma
obra sagrada escrita por convicção pessoal e pediu ao seu mentor, o diretor do estúdio
eletrônico da WDR Herbert Eimert, que escrevesse ao escritório diocesano do arcebispo de
Colônia a permissão para que o trabalho fosse realizado. a Catedral de Colônia.
Stockhausen ficou amargamente desapontado quando o pedido foi recusado, alegando que os
alto-falantes não tinham lugar na igreja (Kurtz 1992, 82). Embora não haja dúvidas sobre a
ambição de Stockhausen de criar uma massa eletrônica, nem de que ele estivesse frustrado
pela falta de garantia de que um local sagrado ou culto adequado fosse sancionado pela
igreja, é igualmente certo que "ele nunca fez uma declaração oficial". pedido ao Vicariato
Geral da Arquidiocese de Colônia e, portanto, nunca poderia ter recebido uma resposta
oficial, qualquer que tenha sido o resultado ". Além disso, não há nenhuma evidência de que
Eimert, que era protestante, tenha abordado o assunto informalmente com Johannes Overath
(de), o funcionário responsável na arquidiocese de Colônia na época (bem como um membro
do Conselho de Radiodifusão de 2 de março de 1955), para que a versão da história
apresentada por Kurtz não possa ser sustentada com base em registros contemporâneos.
(Wikipedia, Kirchmeyer 2009, 254–57, 259).
Kontakt
Essa peça em que Stockhausen trabalhou por dois anos, sendo completada em 1960,
representa o distanciamento do compositor com relação às suas raízes seriais. Ela incorpora
sons que pareciam de origem instrumental (ainda que sintetizados), mas que usava
instrumentos ao vivo (piano e percussão) além da parte eletrônica. O curto título da peça,
Kontakte, refere-se aos “pontos de contato”, que são múltiplos: entre os sons eletrônicos e
instrumentais, entre pitch, timbre e duração (alguma das dimensões musicais manipuladas
pelo compositor), entre os Momente (“momentos” composicionais autônomos, a base da
estrutura da peça) e entre os modos de movimento espacial.
A obra apóia-se na sua já mencionada ideia dos momentos (Momente-form), que é muito
menos rígida no que toca àquilo que o compositor pode ou não fazer, permitindo assim que o
compositor trate de cada seção isoladamente. Sugerindo assim uma nova maneira de ouvir a
peça, que leve em conta as qualidades musicais de cada momento. O sucesso da peça
provavelmente deve-se a isso: durante os seus trinta e cinco minutos de duração, não há
necessidade de buscar ligações entre o que se está ouvindo e o que já foi ouvido.
Darmstadt
Iniciado em 1946 por Wolfgang Steinecke, o Internationale Ferienkurse für Neue Musik
Darmstadt, realizado anualmente até 1970 e, posteriormente, a cada dois anos, abrange o
ensino de composição e interpretação e também inclui premières de novos trabalhos. Após a
morte de Steinecke em 1961, os cursos foram dirigidos por Ernst Thomas, Friedrich Hommel,
Solf Schaefer e Thomas Schäfer.
Stockhausen teve importantes participações em Darmstadt. Lecionou nos anos de 1953 a
1974 e em 1996.
Conclusão
Bibliografia:
Victor Lazzarini
http://www.dicta.com.br/edicoes/edicao-3/stockhausen-e-o-comeco-da-musica-eletroacustica/
Massin
1997, História da Música Ocidental
Wikipédia
Karlheinz Stockhausen
Darmstadt
K. Stockhausen Website
www.karlheinzstockhausen.org/