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VARGAS
Este trabalho tem por objetivo apresentar uma discussão na disciplina de Educação
Patrimonial e Ensino de História Levando em consideração os textos abordados nos
encontros. Ao fazer as leituras percebi a pertinência de discutir a construção da
identidade nacional durante o governo de Getúlio Vargas, uma vez que esse tema
se aproxima do meu projeto que, inicialmente, é pesquisar a ideologia americana
difundida no Brasil entre 1942 e 1945 através das páginas da revista Seleções do
Reader’s Digest. A ideia de trabalhar com essa revista surgiu a partir do contexto da
sala de aula, onde eu, enquanto professor necessitava trazer novas formas de
abordagens para determinados conteúdos fazendo com que os estudantes
pudessem conciliar seu universo cultural ao universo escolar. O objetivo para esse
tipo de trabalho que procurava desenvolver em sala de aula era tornar os estudantes
pesquisadores e produtores de conhecimento, tirando-os da posição de simples
ouvintes.
A escolha por trabalhar recortes de artigos e de anúncios publicitários da Revista
Seleções do Reader’s Digest em sala de aula deveu-se ao significado dos aspectos
contextuais em que estava inserida essa publicação. Riquíssima em artigos e
imagens que representavam o american way of life, a revista foi fundada em 1922,
na cidade de Nova York por um casal de norte-americanos __ Roy William DeWitt
Wallace e Lila Acheson Wallace __ e, devido ao seu formato de bolso, com artigos
selecionados de livros e outras publicações e condensados de modo que pudessem
ser lidos com rapidez e facilidade (RAAD, 2004), conquistava e ampliava o número
de leitores a cada nova edição. A revista chegou ao Brasil em fevereiro de 1942,
dois meses após o país se alinhar aos Estados Unidos e aliados na Segunda Guerra
Mundial estreitando a política de “Boa Vizinhança” entre os dois países. Em uma
pré-análise, pude perceber o potencial da revista, uma vez que, acompanhava o
desenrolar da Segunda Guerra Mundial, elegendo os nazistas, os japoneses e,
depois, no pós-guerra os comunistas como “inimigos”. Configurava-se, assim, num
material farto para se trabalhar vários assuntos com os estudantes em sala de aula
através da análise de textos e imagens.
Nesse percurso, devido à complexidade do tema que envolve as relações de dois
países (Estados unidos e Brasil), senti a necessidade de compreender a construção
da identidade nacional, ou como essa identidade se configurava no contexto
histórico abrangido pela Era Vargas.
Primeiramente, usando o conceito de Nação de Benedict Anderson (2008) como
“uma comunidade política imaginada __ e imaginada como sendo intrinsecamente
limitada e, ao mesmo tempo, soberana” (p. 32) é possível observar que o Brasil
daquele período apresentava alguns problemas a serem resolvidos por seus
governantes, pois a nação, segundo Anderson, é “imaginada” porque os membros
“jamais conhecerão, encontrarão, ou sequer ouvirão falar da maioria de seus
companheiros, embora todos tenham em mente a imagem viva da comunhão entre
eles”. O Brasil recebeu entre 1889 e 1930 3,2 milhões de imigrantes (LIPPI; 2001;
P.23-4), italianos, portugueses, alemães, japoneses entre outros, que dificilmente
teriam sentimento de “comunhão” com os demais. Isso impunha ao governo uma
série de medidas para a construção dessa identidade coletiva.
Conforme Kelen Katia Prates Silva e Carlos Eduardo S. Carvalho (2016)
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. O Brasil dos Imigrantes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2001. p. 23-4.