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A interação Coulombiana de uma partícula carregada pode ser caracterizada
em termos do tamanho relativo do parâmetro de impacto clássico (b) em
relação ao raio atômico (a) do alvo. Há três tipos de colisões para b>>a, b ∼a
e b<<a.
Para que uma partícula seja detetada, esta deve deixar algum traço de
sua presença. Ou seja, a partícula deposita energia no meio em sua trajetória.
Independe do tipo e tamanho, os detetores operam com base na interação
eletromagnética entre as partículas com a matéria. Partículas energéticas
podem, por exemplo, ionizar os átomos ou moléculas do meio, produzindo
elétrons que serão acelerados, produzindo assim correntes mensuráveis.
Algumas partículas como o neutrino, por exemplo, não interagem
eletromagneticamente, tendo portanto pequeníssimas probabilidade de
colisão, sendo assim muito difíceis de detetar.
Uma variável que descreve as propriedades ionizantes de qualquer
meio é o poder de frenamento (stopping power ou dE/dx), que é definida
como a quantidade de energia cinética perdida por um projétil por unidade
de comprimento atravessado no meio, ou seja
dE
− = nion I
dx
onde, nion é o número de pares elétron-íon formados por unidade de
comprimento, e I é a energia média necessária para ionizar um átomo no
meio. I é essencialmente dada por
I = hf
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Vamos estudar agora o modelo clássico para a perda de energia
devido a Bohr.Considere uma partícula pesada com carga q, massa M e
velocidade v passando por um meio material e suponha que há um elétron há
uma distância b da trajetória da partícula. Suponha ainda que o elétron está
livre e inicialmente em repouso, e que ele se move muito pouco durante a
interação com a projétil de modo que podemos tomar o campo como agindo
na sua posição inicial. Em adição, suponha que a trajetória da partícula seja
uma linha reta (M>>m), onde m é a massa do elétron.
elétron
q ,v
dt dx
∆p = ∫ Fdt = ∫ E⊥ dt = ∫ E⊥ dx = ∫ E⊥
dx v
q
∫ E ⊥ dA = ∫ E ⊥ 2 πbdx = ε0
144
q
∫ E ⊥ dx = 2 πε 0 b
q
∆p =
2 πε 0 bv
∆p 2 q2
∆E ( b ) = =
8 mπ 2 ε 0 b 2 v 2
2
2m
dE q
2
N b max
− = ln
dx v 4 πε 0 2 m b min
Para estimar os valores para bmin e bmáx., devemos levar em conta alguns
argumentos físicos. Classicamente, a energia máxima que pode ser
transferida em uma colisão frontal elástica é dada por
4mME 4mE
Emax = ≈ = 2mv 2
(m + M ) 2
M
onde E é a energia cinética do projétil. O tratamento quântico mostra que ha
uma pequena probabilidade de que o elétron adquira uma energia um pouco
maior do que Emax. Podemos encontrar uma expressão para bmin, igualando a
expressão acima com ∆E(b)
145
q2
2 mv 2
=
8 mπ 2 ε 0 b min v 2
2 2
q
b min =
4 πε 0 mv 2
Para bmáx, devemos lembrar que os elétrons não estão livres, mas ligados aos
átomos com uma freqüência orbital f. Para que o elétron absorva a energia, a
perturbação causada pelo projétil deve acontecer em um intervalo de tempo
curto comparado com o período orbital do elétron τ = f-1, caso contrário
nenhuma energia é transferida (este é princípio da invariância adiabática).
No nosso caso, os tempos de interação típicos são da ordem de ∆t ~b/v ~ 10-
17
s, resultando em
b 1
≤τ =
v f
v
bmax =
f
finalmente,
2
dE q N 4πmv 3
− = ln
dx v 4πm qf
[ (
qefetica = q 1 − exp − 135βq − 2 / 3 )]
onde q e a carga nuclear do íon e β=v/c.
146
Uma descrição mais acurada do stopping power pode ser alcançada
usando o conceito de forca do oscilador (f), desenvolvido por Niels Bohr e
Hans Bethe, entre outros. O modelo considera um meio como composto de
osciladores harmônicos independentes com níveis discretos para excitações
(fi) e continuo (f(ε)) para ionizações
mcσ p (ε )
f (ε ) =
2π 2e 2hZ
∑i
fi + ∫ f (ε )dε = 1
Io
− dE ρN A Z 2 h
≈ 0,2v
5/3
(
× × (Z1 + Z 2 ) × Z12 / 3 + Z 22 / 3 )
1/ 2
dx eletronico A2 ao
147
onde ao e o raio de Bohr, Z1 e a carga efetiva do projétil.
Um íon rápido perderá todos os seus elétrons cuja velocidade orbital e
menor do que a velocidade do íon. Com a diminuição da velocidade os íons
começam a capturar elétrons tornando-se neutros até parar. A carga efetiva
qef =z1e torna-se um parâmetro importante no cálculo da perda de energia,
que como vimos na equação acima, depende da carga efetiva do projétil.
Para velocidades abaixo de 3vo a carga efetiva e descrita por
[ (
qef = Z1e 1 − exp − 135βZ1− 2 / 3 )]
com uma boa aproximação.
Uma maneira mais comum de expressar a perda de energia é MeV/cm,
ou em termos da espessura equivalente g/cm2, ou seja, MeV/(g/cm2) do
material. O alcance pode ser ainda expresso em cm ou em gm/cm2, onde as
duas unidades são relacionadas pela densidade do meio.
Uma vez que conhecemos S(E) = -dE/dx, podemos calcular o alcance
(range) R, de qualquer partícula no meio
R 0 E
dx dE
R = ∫ dx = ∫E dE dE = ∫0 S ( E )
0
R(cm)=0.318E3/2,
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Alcance Energia Alcance em Al Alcance em Cu Alcance em Ag Alcance em Pb
no ar (MeV) (mg/cm2) (mg/cm2) (mg/cm2) (mg/cm2)
(cm) empírico Exp. empírico Exp. empírico Exp. empírico Exp.
1 2 1,7 1,5 2,2 ... 2,7 ... 3,3 3,7
2 3,5 3,4 3,1 4,4 ... 5,4 ... 6,6 6,7
5 6,3 8,4 7,6 11,2 10,4 13,4 11,5 16,6 18,0
10 9,7 17 14,8 22 20,2 27 24,3 33 34,5
100 37 168 140 224 185 268 220 332 303
1000 132 1680 1400 2240 1700 2680 2000 3320 2500
R
tmax
<t> <t>
N
t N
t
fótons monoenergéticos
elétrons
No/e
tmax
0
<t> <t>
t t
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Os alcances de partículas em vários materiais podem ser relacionados com
os respectivos valores no ar através do conceito de stopping power relativo.
O stopping power relativo S de um material é a razão de seu stopping power
e o do ar. O stopping power pode ser expresso com perda de energia por
unidade de comprimento (SL) ou como perda de energia por unidade de
espessara expresso em massa por unidade de área (Sm). Os valores médios de
SLe Sm, são listados na tabela II. Pode-se observar que estes valores
dependem da energia e conseqüentemente resultam em valores aproximados,
a não ser que se leve a dependencia com a energia em conta.
150
partícula de massa M e carga q atravessa enquanto sua energia diminui de E1
para E2 é
E2 v2
dE Mm v 3dv
R zM (E1 → E 2 ) = - ∫ = ∫
E 1 dE / dx 4πe 2 q 2 ZN v1 B ( v )
RzM (v)=Mq-2F(v)
O modelo do oscilador
O numero de colisões inelásticas e perda de energia de uma partícula
carregada rápida pode ser estimada se a seção de choque diferencial
inelástica dσ/dε em função da energia transferida ε é conhecida. Este valor
depende das funções de onda atômicas que em geral podem ser calculadas
com acurácia de 15-20 %.
Uma acurácia ainda melhor (até 1 %) pode ser alcançada com a ajuda
do modelo da forca do oscilador desenvolvido entre outros por Bohr, Fermi
e Bethe. O modelo considera um meio com uma amostra de osciladores
harmônicos independentes com forcas do oscilador fi, para excitação e f(ε),
para ionização
mcσ (ε )
f (ε ) =
2π 2e 2hZ
151
onde σ(ε) e a seção de choque de fotoabsorção que é conhecida para uma
ampla faixa de energias dos fótons e para varias substâncias (vide capítulo
11) . As forças do oscilador satisfazem a regra de soma
∞
∑i
fi + ∫ f (ε )dε = 1
Io
ε
dσ 2πz 2e 2 f (ε ) 2mc 2 β 2 1 ~
= 2 2
dε mc β ε ε 1 − β
ln
( 2
− β 2 + 2
)
ε
∫ f (ε )dε − δ ( β , ε )
0
152
Não há dependência com a massa da partícula. Todas as partículas
carregadas pesadas para uma dada velocidade e q terão o mesmo stopping
power.
Tabela III – energia necessária para criar um par elétron-ion em gases por
varias partículas (L. H. Graay, Proc. Cambridge Phil. Soc., 40, 72 (1944))
Exercícios
153
alumínio em cm e em espessura equivalente (gm/cm2). Dado: a densidade do
alumínio é 2.7 gm/cm3.
154
Considere as seguintes afirmações:
II. Para uma dada energia E, a perda de energia das partículas no Au sempre
maior que perda de energia no Al, independentemente da espessura
do absorvedor.
III. Para qualquer material, o poder de frenamento de prótons (Z=1) deve ser
menor que o poder de frenamento de partículas α, para qualquer energia.
(desde que a velocidade seja a mesma para os prótons e para a partícula alfa.
Nota do Professor)
Está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I
(B) II
(C) III
(D) I e II
(E) I e III
155
núcleo de mesma carga e agora é um elétron de carga oposta. Como o próton
perde pouca energia em cada colisão, vamos considerar sua energia
constante e obter a perda da mesma a partir da energia (momento)
transferida ao elétron.a)
a -Justifique qualitativamente a possibilidade de se fazer um cálculo clássico
(não-quântico) e não-relativístico no caso apresentado.
b – Por quê os elétrons podem ser considerados “lentos” neste caso?
c – Do ponto de vista do resultado da colisão, qual a diferença entre ter um
próton como projétil colidindo com um núcleo ou ter um elétron como
projétil, levando em conta a massa e a carga dos mesmos.
d- Justifique qualitativamente por que somente a componente do impulso,
perpendicular à trajetória, produzido pela passagem do próton e sentido pelo
elétron é relevante.
e- Calcule a componente perpendicular média do impulso. Sugestão:
considere uma superfície gaussiana cilíndrica, centrada na trajetória do
próton e passando pela posição do elétron (ou seja, raio igual ao parâmetro
de impacto b)
f – Nas condições do item anterior, obtenha a expressão do momento final
transferido ao elétron e a energia cinética correspondente.
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Stopping Power em osso compacto (ICRU)
4
10
Stopping Power (MeV*cm /g)
2
3
10
2
10
total
1
10
0
10
-1
10
nuclear
-2
10
-3
10
1E-4 1E-3 0.01 0.1 1 10 100 1000
Energia (MeV)
11- Refaça o problema anterior para o caso que cada uma das partículas
tenha a mesma velocidade que um próton de 25 MeV
157
Espessura do absorvedor mg/mm2 Atividade (contagens/ min)
12 3
10 3
9 3
8 4
7 7
6 32
5 161
4 596
3 1493
2 3370
1 5411
0 9023
R 1,75 MeV
13 – Determine o valor da espessura 1/10 do alumínio para raios gama de
varias energias a partir do conjunto de dados a seguir
Espessura do 2,7 MeV 1,2 MeV 0,8 MeV
alumínio (mm) intensidade
300 0,060 0,010 0.005
200 0,150 0,045 0,025
150 0,240 0,095 0,065
100 0,385 0,210 0,160
50 0,620 0,455 0,400
0 1,000 1,000 1,000
Respostas
1-
2-
3-
158
4-
5- Ecinetica = E1-2E2 = 5,57× 10-15 J = 34.8 keV
a velocidade do elétron é calculada a partir da relação relativística como
v = c[1-(moc2/Etot)2]1/2 = 1,05 × 108 m/s
6-
7-
8-
9- 2,25 × 10-14 C
Prática
Fonte de
Am
Detetor barreira de superficie
input E
ar
bias
pré
osciloscópio
x amplificador
Fonte de
tensão
Referências:
1 – W. R. Leo, Techniques for Nuclear and Particle Physics Experiments
159
2 – A. Das e Th. Ferbel, Introduction to Nuclear and Particle Physics
Experiments.
3 – F. H. Attix, Introduction to Radiological Physics and Radiation
Dosimetry, Wiley-Insterscience publication (1986).
160
161