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POESIA PRÁXIS
Palavra-energia X palavra-objeto
(...)o poema-práxis é definido como aquele que “organiza e monta”, esteticamente, uma
realidade situada, segundo três condições de ação: a) o ato de compor; b) a área de
levantamento; c) o ato de consumir. (244)
a) o ato de compor: implica tomada de consciência, por parte do poeta, do seu próprio
projeto semântico. (...) não deve prender-se a esquemas formais predeterminados.
b) a área de levantamento: o autor não escreve sobre temas e nem tematiza a realidade
e o objeto de sua escritura (...). o autor busca as contradições internas dessa realidade e
objeto e os transforma em problemas, virtualizando os seus sentidos possíveis. (245)
c) o ato de consumir: reformulação da relação tradicional entre autor e leitor. (...) o leitor
deixa de ser passivo e assume o papel de co-autor, já que, pela estrutura móvel da poesia-
práxis, ele pode intervir nessa estrutura e toma-la como pré-texto, para outras soluções de
linguagem e de redimensionamento de seu sentido original, dentro da mesma área
levantada. (245)
Lua
morta
Rua
Torta
Tua
porta
(será mesmo com dois esses Amou daquela vez como se fosse a última
que se escreve paçarinho?) Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
(Antonio Carlos de Brito, Cácaso) E atravessou a rua com seu passo tímido
(Chico Buarque)