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A primeira aula foi uma aula geral com todas as turmas e a gente falou de exame do estado mental e
anamnese psiquiátrica e aí eu deixei também lá na xerox um artigo bem simples, bem tranquilo que dá pra ler
tranquilamente para vocês entenderem um pouco e talvez tenha sido a aula mais importante do semestre do ponto
de vista geral, pois vocês entendem como faz anamnese psiquiátrica e como se examina o estado mental do
paciente.
A psiquiatria é dividida em 3 grandes ímpares: os transtornos psicóticos, onde o
principal representante é a esquizofrenia; os transtornos de humor, onde os principais
transtornos são o transtorno bipolar e a depressão; e os transtornos ansiosos como
ansiedade, pânico, toque, estresse pós traumático. E hoje a gente vai estar falando da
esquizofrenia, que é o principal representante dos transtornos psicóticos.
Então assim diferente das turmas do 5º período que a gente vai se ver semestre que
vem, eu vou fazer com vocês como era antes que é ver o máximo de assuntos possíveis no
máximo de aula porque vocês vão ter uma psiquiatria só.
Hoje a gente vai falar sobre esquizofrenia e talvez seja a doença mais importante da
psiquiatria ou talvez a que debilite mais e portanto demande do médico... E é indispensável
que qualquer médico tenha conhecimento médico básico sobre a esquizofrenia, pois
independente da especialidade de vocês, vocês vão se deparar com esse paciente e aí vocês
tem que saber pelo menos abordar de forma básica ou de forma geral esse paciente.
Esse slide é só para vocês terem uma ideia de quando se começou a estudar a
psiquiatria, sendo que a primeira descrição dela é de 1809 e foi quando Kaplan, um dos
maiores psiquiatras de todos os tempos, começou a descrever e aí ele percebeu que
pessoas que tinham essa doença demenciavam muito cedo e aí ele deu um nome: quem
fica alucinando, quem fica vendo as coisas fica demente muito precoce e foi esse nome
“demência precoce”; depois Bleuler estudou e falou que não era uma demência precoce,
era “esquizofrenia”, ou seja ele deu o nome... E aí ele percebia que pessoas com essa
patologia diagnosticadas nos 15, 20, 25, 30 anos ao chegar nos 40 já estavam com
demência instalada grave. Então o primeiro nome da esquizofrenia foi demência precoce e
percebia-se que esse paciente tinha uma demência mental muito grande com a evolução
do quadro.
Então o que que é esquizofrenia? É um transtorno grave,
heterogêneo, de causa desconhecida, ou seja, nós não sabemos a
causa da etiologia ainda; nós não sabemos o porque o paciente
desenvolve esquizofrenia. Apresenta sintomas psicóticos que
prejudicam significativamente o funcionamento social, ou seja, as
relações sociais, o trabalho, o relacionamento, questão de
emprego, questão de vínculo familiar, tudo isso vai estar
prejudicado e então é uma doença extremamente grave por
comprometer relação social (isso é extremamente importante).
É uma doença que tem uma evolução crônica e prognóstico
sombrio, ou seja, uma vez instalada e você dá o diagnóstico de
esquizofrenia a pessoa não melhora, isto é, a doença não tem cura e o prognóstico é sombrio porque? Porque toda
vez que você tem um surto psicótico tem morte neuronal e consequentemente a pessoa tem um déficit intelectual.
Nos primeiros surtos a taxa intelectual se mantém, ou seja, você surtou uma vez “tranquilo”, outra vez também
“tranquilo” e vai surtando em 4, 5, 6, 7 vezes e aí começa a evoluir o quadro e começa com a demência, certo?
Em relação a epidemiologia temos que é uma doença
extremamente prevalente em todas as populações,
correspondendo a 1% de prevalência e aí se a gente trouxer para a
nossa realidade aqui são 12 períodos de medicina com mais ou
menos 50 alunos dando uma média de 600 alunos e aí dá 6
pessoas; então é uma epidemiologia extremamente significativa e
aí você pensa “desses 600 alunos de medicina 6 tem algum grau
de comprometimento, alguma coisa de esquizofrenia” e é
extremamente complicado por ser uma doença de prognóstico
sombrio e de difícil tratamento.
A prevalência é diferente das outras doenças
psiquiátricas, pois a prevalência entre homens e mulheres é a mesma – então é igual entre
eles, não havendo distinção.
Uma das hipóteses de etiologia é o vírus da Influenza, da infecção da Influenza no primeiro
semestre da gestação, mas isso são apenas teóricas, sem nada comprovado e então a
etiologia é desconhecida.
Parentes de 1º grau fazem o risco ser 10x maior. Se o pai e a mãe for esquizofrênico é
quase certeza o que mostra as características genéticas das doenças psiquiátricas; então se
um dos pais tem esquizofrenia o filho tem 10x a chance de ter.
Além disso comprovadamente a droga que causa psicose é a maconha e então a única
droga que causa comprovadamente psicose é a maconha; outras drogas como cocaína,
ecstasy, crack, LSD, nada disso causa...
E qual que é o grande problema de legalizar a maconha do ponto de vista médico
psiquiátrico? Você vai expor uma quantidade muito grande de pessoas à droga e aí
consequentemente a pessoa que tem o gene vai desenvolver esquizofrenia. Países que
legalizaram tipo a Holanda e Uruguai já retrocederam porque a epidemiologia passou de 1
para 7% da população em geral só por conta da legalização... Então é uma questão
complicada porque você tem o gene e ele está adormecido e aí você vai ter o gatilho que é
a droga, mas às vezes não é a droga e sim um assalto, um trauma, uma tragédia ou alguma
outra coisa que acontece na sua vida. Mas se você tiver o gene e fumar maconha vai
desenvolver – tem gente que usa, já usou, continua usando e nunca teve nada, mas aí é
porque ela não tem o gene... A partir do momento que você tem a expressão gênica e dá o
gatilho você vai desenvolver. Então esse o grande problema médico psiquiátrico de legalizar
a maconha: sendo uma droga lícita todo mundo vai usar e consequentemente aumenta a
epidemiologia muito e aí uma doença que sobe de 1 para 7% seria hoje igual a depressão e
aí a gente teria hoje uma média de esquizofrênicos igual a depressão, sendo que nos dias
de hoje todo mundo tem na família alguém com depressão e agora vocês imaginem se em
toda família tem alguém com esquizofrenia.
É uma doença vista em todos os grupos éticos, ou seja, se
você pegar uma população indígena é 1%; se pegar uma
população asiática é 1%; população africana é 1%; latina é 1%,
ou seja, ela está em todas as populações e olhem só que dado
interessante: 75% dos esquizofrênicos graves não podem
trabalhar e aí então vocês imaginem uma doença que você
diagnostica entre 15 a 25 anos e aí a pessoa com 20 anos
recebe diagnóstico de esquizofrenia e que não vai poder mais
trabalhar... isso é extremamente complicado né; é uma
doença extremamente grave com complicações clínicas
importantes e 50% dos leitos dos hospitais são da psiquiatria – aqui no HRA nós temos 10 leitos e se eu for lá hoje 5
dos pacientes internados são esquizofrênicos, ou seja, metade dos leitos são esquizofrênicos. Então é a doença que
mais interna, é extremamente grave e de difícil tratamento.
d) pensamento: vai ter roubo do pensamento, bloqueio do pensamento (paciente não vai
conseguir manter uma lógica do seu raciocínio – isso é característico da esquizofrenia).