Qual

é o Seu
Destino?

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 Qual
é o Seu
Destino?

ESTA PUBLICAÇÃO NÃO É PARA SER VENDIDA. © 2010, Igreja de Deus Unida, uma Associação Internacional
É um serviço educacional de interesse público, publicada Todos os direitos reservados. Impresso nos E. U. A.
pela Igreja de Deus Unida, uma Associação Internacional. As Escrituras aqui citadas, salvo referido em contrário, são extraídas da versão da
Bíblia Portuguesa por João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida (ARC), SBB 1998.
2 Qual é o Seu Destino? A
pergunta das eras 3

Índice A Pergunta das Eras

3 A pergunta das eras
Q ual é o seu destino? Porque é que existe? Há uma razão, um
propósito, para a vida humana? Estas perguntas têm
desconcertado os maiores pensadores e filósofos através dos tempos.
6 O Espírito no Homem Ponderamos sobre o significado da vida. Uma criança naturalmente
admira-se, “de onde vim?” Como adultos perguntamos, especialmente
9 O Destino e a Correcção do Curso: Planeados Desde o Início no nosso crepúsculo do apagar-da-vida: “É esta vida física tudo
quanto há? A minha vida tem algum propósito?”
12 Somos verdadeiramente filhos de Deus Pense sobre a sua própria existência. Pode ver algum propósito para
a sua própria vida com altos e baixos, com alegrias e tristezas? Sente
18 A Família Deus duração de valor no labor duro dela, desafios e incertezas?
Realmente, por que nasceu? Nas páginas que se seguem,
24 Adoção ou Filiação?
exploraremos isto, um dos maiores mistérios.
O lugar do homem na criação
30 Os Primeiros Teólogos Acerca de Tornar-se Divino Há três mil anos o Rei David ponderou sobre a aparente
insignificância dos seres humanos quando comparados com a vastidão
33 A vida na Família de Deus do céu da noite. Como pastor, ele passou muitas noites ao ar livre
observando a expansão lá no alto matizada de estrelas. Olhemos para
38 A Semelhança de Deus os pensamentos que ele registou em Palmos 8:3-4: “Quando vejo os
teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que
é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para
que o visites?”
Considerando a magnificência e vastidão do universo, David admi-
rava-se por que é que Deus se preocupa tanto com os seres humanos
e o seu futuro. Ele apercebeu-se que, no espaço mais lato da grandeza
dos céus, nós podemos parecer insignificantes, todavia, ele viu que,
Versões Bíblicas no plano do grande Deus Criador, nenhuma parte da criação física de
Deus se pode comparar com o Seu propósito para os seres humanos.
As escrituras citadas são extraídas da versão da Bíblia Portuguesa por João
Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida (ARC).
Compreendendo que só Deus pode revelar o Seu propósito para nos
criar, David continuou a sua reflexão sobre o destino do homem:
Quando outra versão é usada, a versão bíblica é referenciada com as
seguintes abreviações: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de
honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das
ARA – Almeida Revista e Atualizada BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje
ACF – Almeida Corrigida Fiel NVI – Nova Versão Internacional
tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois,
assim como os animais do campo; as aves dos céus, e os peixes do
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mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares” (versículos 5-8, os anjos”? Enquanto David olhava para a vasta expansão sobre ele,
ênfase adicionada neste livro). dizia ele realmente que o homem era somente um pouco menor que os
David estava a reflectir sobre o domínio que Deus deu à humanidade seres espirituais imortais? Como criaturas mortais, materiais, nós
ao criá-la, usando alguma da mesma linguagem de Génesis 1:26, onde estamos muito, mesmo muitíssimo abaixo daquilo que as Escrituras
Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa revelam o que é o poder e a glória
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos dos seres do reino celestial.
céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se Talvez que, em lugar de “um
move sobre a terra.” Assim o homem foi feito à semelhança de Deus pouco menor”, uma melhor
para governar sobre toda a Sua criação. tradução de Hebreus 2:7 seja a da
David percebeu que Deus já tinha dado às pessoas a capacidade Bíblia na Linguagem de Hoje:
para dirigir uma parte significativa da Sua criação—o nosso planeta e “Tu o colocaste por pouco tempo
as suas maravilhas. Mas ele sabia que muito mais estava para vir. [temporariamente] em posição
As palavras de David em Salmos 8 são citadas em Hebreus 2:6-8, inferior à dos anjos . . .” Isto
com um comentário explicativo no fim: “mas, em certo lugar, parece provável, tomando em
testificou alguém, dizendo: ‘Que é o homem, para que dele te lembres? conta a enorme diferença entre
Ou o filho do homem, para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor Como pastor David passou muitas noites ao ar livre observando
do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre
a expansão lá no alto matizada de estrelas. Ele apercebeu-se
as obras de tuas mãos. Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés.’
que nenhuma parte da criação física de Deus se pode comparar
Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não
esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe com o Seu propósito para os seres humanos.
estejam sujeitas.” nós e domínio celestial e as implicações são impressionantes. Assim,
“Todas a coisas” aqui é traduzido da expressão Grega ta panta, se nós só estamos temporariamente a um nível de existência inferior
significando “o tudo”—essencialmente “o universo”. Isto é o que à dos anjos, então que dizer do futuro?
Deus determinou ficar sob o controle do homem—mas, como aqui Considere-se novamente o que Deus disse em Génesis 1:26:
clarificado, ainda não é assim. “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
Com efeito, enquanto fitava a grandeza celestial lá no alto, David e domine . . .” Deus em toda a Sua criação física só ao homem o criou
pode ter-se lembrado da maravilhosa proclamação de Deus, dada à Sua Própria imagem e semelhança. Só ao homem é que Ele deu
ilustraçaõ fotográfica por iStockphoto/Shaun Venish

através de Moisés em que fala que “o sol, e a lua, e as estrelas, todo o domínio ou poder sobre a criação. A humanidade é única [especial] na
exército dos céus, . . . que o Senhor, teu Deus, repartiu a todos os criação de Deus. E Deus planeou para nós um destino incomensurável.
povos debaixo de todos os céus” (Deuteronómio 4:19). Sobre o maravilhoso plano de Deus o apóstolo Paulo disse: “Essa
É impressionante contemplar isto! Estes versículos revelam que mensagem é o segredo que ele escondeu de toda a humanidade
o homem foi criado para participar com Deus no domínio sobre durante os séculos passados, porém que agora ele revelou ao seu
todo o universo. Todavia, isto é somente um aspecto de ainda uma povo” (Colossenses 1:26, BLH; comparar com 1 Coríntios 2:7;
maior realidade. Efésios 3:9).
Ao longo dos tempos a grande maioria das pessoas não têm tido
Para além dos nossos mais espantosos sonhos ideia nemhuma do fantástico futuro que Deus tem aguardado para as
O que significa dizer que Deus fez o homem “um pouco menor que pessoas que criam uma relação justa com Ele. Como diz o apóstolo
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O Espírito no Homem
Paulo: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que
o amam” (1 Coríntios 2:9).

O s seres humanos com efeito

têm um componente espiritual.
Como diz Job 32:8: “Há um espírito
tem consciência além da do corpo,
visto que o homem é mortal. Quando
morrermos não teremos consciência
As Escrituras dizem-nos que o
nosso destino pode exceder tudo
quanto podemos sonhar de mais
no homem.” E o apóstolo Paulo de absolutamente nada—isto é, até espantoso! Por isso, então, não é
interroga: “Porque qual dos homens que, no tempo futuro, Deus nos tempo para deixarmos Deus
sabe as coisas do homem, senão o ponha o espírito de cada um de
explicar-nos—a partir da Sua
espírito do homem, que nele está?” nós nos nossos novos corpos que
(1 Coríntios 2:11). Ele nos dará, trazendo-nos, por Palavra—o que Ele tem em
É este espírito que transmite o conseguinte, novamente à vida. mente para nós?
intelecto humano ao nosso cérebro O espírito humano é importante
O homem foi criado para participar com Deus no domínio
sobre todo o universo. Todavia, isto é somente um aspecto
de ainda uma maior realidade.
Uma passagem profética dá-nos a nossa primeira chave para o
nosso fantástico futuro. Ela diz respeito à ressurreição dos mortos e
que virá tempo em que “muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eter na e outros para vergonha e
desprezo eterno.” E junta: “Os sábios, pois, resplandecerão como o
resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça
refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:2-3).
Isto é simplesmente uma indicação do maravilhoso futuro que Deus
O espírito transmite o intelecto humano ao nosso cérebro
fotos/ilustraçoes, da esquerda: iStockphoto, Corbis Digital Stock, NASA
tem planeado para nós—viver eternamente, cintilando em glória
físico. É o que faz as pessoas vastamente mais inteligentes como estrelas refulgentes!
que os animais.
físico, criando a mente humana. para o nosso destino, pois que, uma O que o homem é agora
É isto o que faz as pessoas vez que o Espírito Santo de Deus se Todavia, antes que possamos compreender o destino eterno do
vastamente mais inteligentes que junte a ele é o que nos torna filhos homem, precisamos de entender claramente o que o homem é agora.
os animais. de Deus (Romanos 8:16). E assim, Nós somos seres físicos compostos de substâncias químicas da terra.
Todavia este aspecto espiritual tal como o espírito humano nos Isto foi como Deus nos criou: “E formou o Senhor Deus o homem do
da existência humana não é nada dá entendimento humano, assim o pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi
do conceito de imortalidade da Espírito de Deus nos dá mais alto
feito alma vivente” (Génesis 2:7).
alma. O espírito no homem não é e santo entendimento (1 Coríntios
animado por si próprio. Não é uma 2:10-16). Nós não nascemos com o Mas quase todas as antigas religiões propagaram o erro de que o
entidade espírito que «vive» depois Espírito Santo, mas recebemo-Lo de homem é uma entidade de espírito imaterial confinada por algum
da morte. Como as Escrituras Deus depois de nos arrependermos tempo à carne material. Ensinaram que o homem tem uma composição
mostram, o espírito humano não e nos batizarmos (Actos 2:38). dupla, que um ser humano tem um corpo físico e uma alma imortal.
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Mesmo hoje, a maior parte das pessoas crêm que, depois da morte
do nosso corpo físico, a nossa “alma”, supostamente imortal, O Destino e a Correcção do
continuará a viver como uma entidade vivente e cônscia, separada do
corpo. Esta ideia de que temos uma alma imortal nunca foi ensinada
Curso: Planeados Desde o Início
nas Sagradas Escrituras. Ela veio das superstições das antigas
religiões— possivelmente desde os tempos do Éden, quando Satanás
convenceu Eva de que ela não morreria se desobedecesse a Deus
O apóstolo Paulo diz-nos que
Deus fez planos para o
nosso maravilhoso futuro ainda
Ele. A árvore da vida, no Jardim
do Éden, simbolizava uma
relação obediente conduzindo à
(Génesis 3:2-4). antes de ter criado os nossos vida eterna (Génesis 2:9; 3:22).
Ao contrário, a Bíblia diz-nos claramente que a nossa “alma” é primeiros pais, Adão e Eva. Ele
mortal, que não vive para sempre, porque a alma morre. “A alma que planeou o nosso destino “segun-
pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4, 20). “. . . Temei, antes, aquele do o seu próprio propósito e
que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mateus 10:28). graça que nos foi dada em Cristo
Com efeito, as palavras geralmente traduzidas nas Escrituras por Jesus, antes dos tempos dos
“alma”— no Velho Testamento do Hebreu nephesh e no Novo do séculos” (2 Timóteo 1:9).
Grego psuche —referem-se simplesmente às criaturas viventes O nosso futuro eterno fazia
físicas, mortais. Elas são usadas não só para se referir aos seres parte do grande plano e
propósito de Deus antes deste
humanos, mas também a muitas espécies de animais, incluindo aves,
mundo existir. Mesmo então,
répteis e peixes. Deus tinha determinado que só
A Bíblia é bastante clara quando revela que a imortalidade é algo um Redentor perfeito teria a
que nós não possuímos ainda. Paulo diz-nos sem qualquer dúvida que
só Deus tem imortalidade (1 Timóteo 6:13-16). Ele diz que somos
Através do sacrifício de Jesus Cristo, os seres humanos
“corruptíveis” e “mortais” e que “isto que é mortal se revista de podem reconciliar-se com Deus, e o perdão dos seus
imortalidade,” isto é, seremos mudados duma existência corruptível pecados por Deus removerá a penalidade da morte.
para incorruptível quando Jesus Cristo regressar aquando da última capacidade de completar o Seu Mas havia uma outra opção—
trombeta (1 Coríntios 15:51-53; comparar com 1 Tessalonicenses principal projecto—pois Ele uma que levaria ao desastre!
4:16; Apocalipse 11:15). previu que a humanidade se Em vez de escolherem uma
desviaria do curso que Ele vida, obedecendo a Deus, eles
Actualmente, os servos de Deus são os que “buscam glória, honra e
traçara para ela. podiam seleccionar uma vida
imortalidade” (Romanos 2:7, NVI)—mostrando que ainda não são Ao criar o primeiro homem e a em que decidiam por eles pró-
imortais. Estes também sabem que Jesus Cristo quando sacrificou a primeira mulher, Adão e Eva, prios o certo e o errado, sem
Sua vida por nós “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida Deus apresentou-lhes a escolha tomarem conta às instruções de
[eterna] e a imortalidade, mediante o evangelho” (2 Timóteo 1:10, entre duas formas de viver. Ele Deus. Uma outra árvore no jar-
ARA). A imortalidade só está disponível através do Salvador da instruiu claramente estes dim simbolizava esta escolha-
humanidade, Jesus Cristo (Actos 4:12). primeiros seres humanos para —a árvore do conhecimento do
Uma vez mais, o homem é mortal! A vida humana é temporária! tomarem parte da árvore da bem e do mal (Génesis 2:16-17;
Nós somos seres físicos que podemos morrer—nós podemos cessar vida. Como Criador seus, Deus 3:1-6). Deus ordenou-lhes expli-
Designpics

de existir! A nossa vida não reside em alguma alma supostamente queria que eles desenvolvessem
imortal. Em nemhum trecho bíblico se encontra tal ensinamento. uma relação pessoal íntima com continua na página 10 . . .
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Quando morremos a nossa consciência cessa (Salmos 6:5; Eclesiastes transformado. (Para uma cuidadosa explicação do que ocorre antes e
9:5, 10) e não continua modificada em alguma outra forma. depois da morte, e das muitas ideias erradas associadas com o além,
Existe um elemento espiritual no homem, mas não tem nada que se queira requisitar as nossas publicações Céu e Inferno: O que
pareça com o conceito de imortalidade da alma (ver “O Espírito no Realmente Ensina a Bíblia? e, O Que Acontece Depois da Morte?
Homem” na página 6). Estes livros podem ser descarregados ou encomendados através do
nosso portal. Veja os endereços ao fim deste livro).
Está para vir o dom divino da vida Adicionalmente, a Bíblia também é ampla esclarecendo que a
Há muitas passagens que revelam que a nossa única esperança para ressurreição para a imortalidade só vem através da misericórdia
a vida eterna está em sermos ressuscitados dos mortos, num corpo graciosa de Deus: “Porque o salário do pecado é a morte [e não a vida
transformado, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado num corpo imortal em qualquer outra forma ou local], mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”
...continuado da página 9 (Romanos 6:23).
A vida eterna é o dom que Deus guarda para quem saia do caminho
citamente para não comerem hoje, a humanidade continua do pecado e começe a obedecer-Lhe do coração. Diga-se uma vez
fruto desta árvore, mas Ele não nesse caminho, o qual conduz à mais, não é nada que os seres humanos possuam inerentemente. Mas
os impediu de o fazerem. Ele morte (versículos 9-12). sim, algo que Deus nos oferece—se nós sairmos dos caminhos
concedeu-lhes livre arbítrio. Por essa razão é que o plano
pecaminosos e, por intermédio de Cristo, aceitarmos o Seu perdão e
Pelas acções que eles decidi- de Deus inclui um Salvador, o
ram, Adão e Eva rejeitaram o Messias—“o [sacrificial] Cordeiro
direcção na nossa vida.
caminho de vida que Deus tinha de Deus, que tira o pecado do É isto o que Ele deseja para todos nós: “Deus, nosso Salvador, …
ordenado (Génesis 3:6). Em vez mundo” (João 1:29). Através do que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento
de confiar em Deus para lhes sacrifício de Jesus Cristo, os da verdade” (1 Timóteo 2:3-4). Ele “é longânimo para convosco, não
mostrar o verdadeiro caminho seres humanos podem reconci- querendo que alguns se percam, senão que todos venham a
para viverem, eles escolheram liar-se com Deus, e o perdão arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Deus deseja dar-nos o precioso presente
confiar neles mesmos. Daí, ini- dos seus pecados por Deus da vida eterna. Ele fará tudo que pode para nos guarantir que
ciaram um curso errado o qual é removerá a penalidade da morte recebamos o destino eterno que Ele planeou para nós!
uma mistura do bem e do mal. (Colossenses 1:20-22) Mas qual é esse destino? Vejamos o que a Bíblia revela mais.
Pela decisão deles, eles Com o perdão e a ajuda de
trouxeram sobre eles próprios a Deus, o homem pode retomar o
penalidade do pecado, a qual é curso para receber de Deus o
sofrimento e por fim morte dom da vida eterna (Romanos
(Romanos 6:23). Desde o tempo 6:23; 8:11). O destino do homem
deles, toda a humanidade tem está nesta vida eterna.
seguido o exemplo deles e tem- (Leia acerca de como o ser
se corrompido pelo pecado humano se pode reconciliar com
(Romanos 5:12). Pecaram todos Deus nos nossos livros grátis
e ficaram aquém do caminho de Transformando a Sua Vida:
vida revelado por Deus O Processo de Conversão e
(Romanos 3:23). Até ao dia de O Caminho para a Vida Eterna).
12 Qual é o Seu Destino?
Somos verdadeiramente
Filhos de Deus
A s Escrituras revelam que todas as pessoas descendem dos dois
primeiros seres humanos, de Adão e de Eva. Nós somos seus
descendentes familiares de grande distância. Adão foi um filho de
Deus, à semelhança de Deus, através de criação directa (Lucas 3:38;
comparar com Génesis 5:1-3). Por conseguinte, posto que somos
descendentes de Adão, também somos filhos de Deus. Deus é nosso
Pai porque Ele foi pai de nosso primeiro pai humano. Como vemos
em Actos 17:28-29: “nós, pois, geração de Deus.”
Mas o propósito de Deus vai muito para além da criação de seres
humanos mortais perecíveis. Ele está no processo de moldar e formar
“uma nova criação” (2 Coríntios 5:17), gerando os Seus próprios
filhos espirituais—filhos imortais e incorruptíveis imbuídos com a
Sua autêntica natureza e carácter.
Quanto mais entendamos o que isto significa, mais admirados
ficaremos—não só pela majestade do propósito de Deus, mas pelo
que ele confere pessoalmente a cada um de nós.
Uma família na imagem de Deus
Paulo explica esta nova criação contrastando com o “velho homem,
que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo
de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante
a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Efésios
4:22-24, NVI).
Paulo está descrevendo uma transformação espiritual muito
necessária nas pessoas. Primeiro ela envolve uma mudança na
natureza e no carácter de uma pessoa. Ao que se segue a ressurreição
—uma metamorfose total, passando a um ser espiritual com
vida eterna.
Deus está a realizar esta transformação por intermédio do Espírito
Santo. A expressão bíblica para esta transformação espiritual é
salvação. Paulo descreve os que receberão salvação como os filhos de
Deus: “O mesmo Espírito [isto é, o Espírito Santo de Deus] testifica
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 13
com o nosso espírito [o nosso espírito humano pessoal] que somos
filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também,
herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele
padecemos, para que também com ele sejamos glorificados”
(Romanos 8:16-17).
Podemos começar a entender o significado da declaração inspirada
de Paulo? Ela explica porque estamos aqui, a verdadeira razão da
nossa existência, porque nascemos. Ela dá significado à própria vida.
Ela explica porque Deus quer
que todas as pessoas recebam o
conhecimento da verdade. As
Escrituras dizem-nos que Deus
está a criar uma família—a Sua
própria família. Nós temos a
incalculável oportunidade de
fazer parte dessa família, a
família de Deus!
Essa relação familiar—de virmos a ser filhos de Deus Pai—é
o âmago do fantástico plano de Deus para a humanidade!
Essa relação familiar—de virmos a ser filhos de Deus Pai—é o
âmago do fantástico plano de Deus para a humanidade!
Este propósito tem sido declarado claramente por Deus, desde o
princípio. Repare-se outra vez nas palavras de Génesis 1:26-27: “E
disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança’; . . . E criou Deus o homem à Sua imagem; . . . macho e
fêmea os criou.” Os homens e as mulheres foram criados à imagem e
semelhança de Deus, para serem como Ele.
Este discurso refere-se a família. De reparar que foi depois da
criação das plantas e dos animais para cada um “reproduzir a sua
espécie” que Deus disse, “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (versículo 26). Isto mostra que o
homem foi criado de acordo com a “espécie de Deus”. Com efeito,
para nos ajudar a compreender o paralelo ao Deus criar o homem à
Sua imagem e semelhança, Génesis 5:3 diz que o primeiro homem
Adão mais tarde “gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua
imagem, e chamou o seu nome Sete.” Assim, Deus estava
14 Qual é o Seu Destino?
essencialmente a reproduzir-Se através da humanidade. Dentro em
breve veremos mais sobre isto.
Deus põe a claro que a Sua família inclui pessoas que agora são
homens e mulheres físicos, ambos filhos e filhas: “Porque todos sois
filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes
batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu
nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque
todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26-28).
A Bíblia refere-se muitas vezes colectivamente aos descendentes
físicos de ambos os géneros como “filhos” porque esse era o costume
no tempo em que a Bíblia foi escrita. Esse costume continuou em
muitas línguas ao longo de séculos. Na língua hebraica e na grega, nas
quais a Bíblia foi originalmente escrita, “filhos” era usado para se
referir a “descendentes” em geral. Nós, em Português, de igual modo
usamos as palavras filhos, humanidade e irmãos num sentido colectivo
englobando ambos os sexos.
Deus também nos diz: “eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim
filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (2 Coríntios 6:18). Do
mesmo modo que homens e mulheres são filhos de Deus através da
criação física, assim também ambos podem ser filhos de Deus por
intermédio de meios espirituais.
Somos realmente filhos de Deus?
Considerando que Deus nos chama Seus filhos e nos instrui a
chamar-Lhe nosso Pai, quer isto dizer que somos realmente filhos de
Deus? Está Deus para todos os efeitos a engendrar uma família de
outros seres tal como Ele é, através do processo de reprodução? Ou
quer isto simplesmente dizer que Deus é o Pai da raça humana no
mesmo sentido de que é Pai da criação?
Notem que pelo acto da criação Deus também é o Pai dos anjos, e
chama-os “filhos de Deus” em Jó 38:7. Mas é necessário entender
que há um sentido muito maior pelo qual Ele deseja ser o Pai dos
seres humanos—um privilégio que não é concedido aos anjos.
Nós podemos começar a entender esta diferência crítica na epístola
aos Hebreus: “Porque a qual dos anjos disse jamais: ‘Tu és meu
Filho, hoje te gerei’? E outra vez: ‘Eu lhe serei por Pai, e ele me será
por Filho’?” (Hebreus 1:5). Nesta passagem, é feita uma comparação
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 15
entre o estado dos anjos e o de Jesus Cristo, o Filho divino de Deus.
Mas além disso, aqui também, há uma aplicação aos seres humanos.
Temos de reconhecer que Jesus encontra-se na posição única de ser
“o Filho unigénito” de Deus (João 1:18; 3:16; 1 João 4:9). Como o
Verbo divino, Ele era Deus com o Pai antes da Sua concepção
humana (João 1:1-3, 14). Depois, por intermédio da aplicação do
poder do Espírito Santo, por Deus Pai Ele foi concebido
sobrenaturalmente como o ser humano Jesus Cristo, no ventre de
Maria enquanto ela era ainda virgem (Lucas 1:35; Mateus 1:20).
Note-se que Jesus não teve um pai humano. Aliás Deus Pai foi
directamente o Seu Pai, até mesmo num sentido físico, pelo Espírito
Santo. Simultaneamente, Jesus também foi gerado por Deus Pai para
a vida espiritual através do mesmo Espírito (comparar João 5:26;
6:63). E, à Sua ressurreição, depois da Sua morte, Cristo regressou à
Sua anterior glória com o Pai, tendo orado antes de morrer: “Agora,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha
contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5).
Embora todos os seres humanos não sejam fisicamente concebidos
do modo sobrenatural que Cristo foi, todos os seres humanos podem
seguir os passos d’Ele e vir a ser espiritualmente gerados por Deus
Pai—só que, mais adiante durante a vida física deles, quando
convertidos a verdadeiros Cristãos. Notem que os Cristãos
convertidos também são referidos como “gerados” por Deus
(1 Pedro 1:3; 1 João 5:1, 18), filhos de Deus (João 1:12; Romanos
8:16, 21; 1 João 3:1-2; Mateus 5:9; Romanos 8:14, 19; Gálatas 3:26)
e, como mencionado préviamente, “filhos e filhas” de Deus
(2 Coríntios 6:18).
Com efeito, os Cristãos convertidos são descritos em 1 Pedro 1:23
como “sendo de novo gerados, não de semente corruptível [do grego
sperma—isto é, não somos gerados novamente de uma célula do
esperma masculino fertilizando um óvulo feminino para produzir
somente vida mortal, perecível], mas da incorruptível, pela palavra
de Deus, viva e que permanece para sempre.”
Esta vida incorruptível, que não perece, para a qual os Cristãos
convertidos são guiados pelas Escrituras, provém de Deus, por ter
implantado o Seu Espírito neles, pois “O Espírito de Deus é quem dá
a vida” (João 6:63, BLH). Na verdade, o Espírito Santo é o agente da
16 Qual é o Seu Destino?
concepção espiritual. Repare-se nas palavras de Paulo em Romanos
8:16: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus.” E através desse Espírito torna-se possível para nós
sermos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1:4), da prória
natureza de Deus.
Regressando à carta aos Hebreus, devemos compreender que a
linguagem de se ser gerado por Deus, conquanto não aplicável aos
anjos, é não só aplicável a Jesus Cristo, como também aos Seus
seguidores. “Então, o que são os anjos? Todos eles são espíritos
que servem a Deus, os quais ele envia para ajudar os que vão
receber a salvação” (Hebreus 1:14 BLH).
Mas os seres humanos convertidos são mesmo filhos de Deus,
irmãos de Cristo que, tal como Ele, são gerados por Deus Pai.
Além disso, Hebreus nos diz que Cristo está “trazendo muitos
filhos à glória . . . Porque, assim o que santifica como os que são
santificados, são todos de um [isto é, do mesmo Pai, como dizem
outras traduções—e por isso da mesma família]; por cuja causa não
se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hebreus 2:10-11).
Jesus é “o primogénito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29).
Estes terão de nascer uma segunda vez, “nascidos do Espírito”
(João 3:6), para se tornarem como Ele é, que presentemente, como
um “espírito vivificante” (1 Coríntios 15:45), está “assentado para
sempre à destra de Deus” (Hebreus 10:12).
Na verdade, eles ainda se juntarão a Ele em glória como iguais
“filhos da ressurreição” (Lucas 20:36)—sendo Cristo o “primogénito
de entre os mortos” (Colossenses 1:18; Apocalipse 1:5).
Assim, deve ser bem claro que os Cristãos convertidos pelo Espírito
se tornam verdadeira e literalmente filhos de Deus através de
regeneração espiritual—sendo gerados outra vez por meio do
Espírito Santo para nova vida. Por isso, Deus está realmente a fazer-
nos segundo a Sua “espécie,” como Génesis 1 indica—não
simplesmente como modelos físicos em carne, mas como entidades
espirituais tal como Ele próprio é (João 4:24). Alguns versículos têm
sido interpretados dizerem que os Cristãos são filhos de Deus
adotados, em vez de Seus verdadeiros filhos gerados, mas isso é
baseado nummal-entendido (ver “Adoção ou Filiação?”
na página 24).
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 17
Nós seremos como Jesus Cristo
Reconhecendo que somos feitos à imagem de Deus e para seguir as
pisadas de Cristo para a glória futura, vamos então considerar o que isto
significa. Quão completamente iguais a Deus podemos ser quando tudo
estiver concluído?
O propósito de Deus é fazer-nos completamente iguais a Jesus
Cristo! Em Efésios 4, Paulo é claro ao explicar que os membros
da Igreja de Deus estão para chegar “à medida da estatura
completa de Cristo” (versículo 13). O que ele diz em Gálatas 4:19,
isto é, “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto,
até que Cristo seja formado em vós,” expressa o mesmo conceito
por palavras diferentes.
Vislumbra o leitor o significado do que Paulo diz ao explicar que
teremos a plenitude de Cristo? Nós podemos transformar-nos total e
completamente iguais a Jesus Cristo, com o Seu carácter formado em
nós. Mas isso não será tudo!
Como vimos, Jesus, o Filho de Deus, também é Deus Filho. Ele é
Deus juntamente com Deus Pai—dois Seres divinos unidos em
profunda união (para mais sobre isto, ver “A Família Deus” começando
na página 18).
Visto que Jesus é Filho de Deus, o nosso destino é também de sermos
filhos imortais de Deus. Pois com certeza, como vimos, Jesus é filho de
Deus de um modo único. Diferente de nós, Ele foi o Verbo divino de
Deus desde a eternidade com o Pai (João 1:1). Apesar disso, o Novo
Testamento declara que Jesus é, como também já vimos, “o primogénito
de muitos irmãos” (Romanos 8:29) e esclarece que os Seus seguidores
também são filhos de Deus.
O apóstolo João explica o que isto quer dizer em última análise:
“Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos
chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece,
porque não conhece a ele! Amados, agora somos filhos de Deus, e
ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que,
quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim
como é o veremos” (1 João 3:1-3).
Os seres humanos introduzidos na família que Deus está a criar
serão por fim seres espirituais glorificados tal como Jesus Cristo
ressuscitado (Filipenses 3:20-21), que reina sobre o universo no Seu
18 Qual é o Seu Destino?
A Família Deus
A s Escrituras declaram clara-
mente que há um só Deus
(Isaías 46:9; Malaquias 2:10;
Romanos 3:30; Tiago 2:19). Todavia,
é evidente que Deus engloba mais
que um Ser, existindo juntos como
uma família divina (comparar
Efésios 3:14-15)—da qual a família
humana é um exemplo físico.
A palavra Hebraica traduzida por
“Deus” em todo o Velho Testamento
é Elohim, um substantivo colec-
tivo indicando mais que um Ser
todo-poderoso—essencialmente
“Deuses.” Contudo, aparece nor-
malmente na forma singular quando
se refere ao verdadeiro Deus de
Israel, sendo acompanhado em tais
casos com os verbos e os adjecti-
vos no singular. Onde tais passa-
gens são citadas no Novo Testa-
mento, a palavra Grega usada para
traduzir o termo é o substantivo
singular Theos, significando Deus.
Por exemplo, temos uma situação
comparável com o nome nacional
dos Estados Unidos da América.
Enquanto a forma plural representa
uma verdadeira pluralidade de
estados, o singular apresenta os
estados constituintes formando uma
unidade. Isto é, podemos dizer: “Os
Estados Unidos vai intervir,” em vez
de, como nos primeiros anos, “Os
Estados Unidos vão . . .” Assim, há
um Estados Unidos formado por
uma pluralidade de estados que
estão unidos. De igual modo, há
um Deus constituído por mais que
um Ser divino. Na verdade, em
dois lugares efectivos do livro de
Génesis, em vez de serem usados
os pronomes “Eu” ou “Minha,” Deus
usa-os no plural “Nós” ou “Nossos”
(1:26; 3:22). O Novo Testamento
revela dois Seres como Deus—
Deus o Pai e o Verbo, O que
se tornou o homem Jesus Cristo
(João 1:1-3, 14).
O título de Cristo o Verbo
refere-se à Sua posição como O
que fala e actua em nome do Pai
(comparar João 8:26-28; 12:49-
50; 14:10). São numerosas as
passagens que se referem a Jesus
Cristo como Deus (Isaías 9:6; João
20:27-28; 1 Timóteo 3:16; Tito 2:13;
Hebreus 1:8-9).
O aspecto colectivo, ou plural, de
Deus é muitas vezes tomado como
evidência de suporte da doutrina da
Trindade, a qual sustenta que Deus
consta de três pessoas distintas
(Pai, Filho e Espírito Santo) num só
ser. Porém, esta ideia vai contra a
razão e lógica sã.
Ainda mais importante é que esta
doutrina não é suportada biblica-
mente. Diga-se uma vez mais,
Deus—isto é, a família Deus—pre-
sentemente consiste de Deus Pai e
Deus Filho, Jesus Cristo. O Espírito
Santo nunca é mencionado nas
Escrituras como uma terceira pes-
soa que também seja Deus. Por
exemplo, o apóstolo Paulo diz
que nós devemos aspirar a compre-
ender o “mistério de Deus e [de
ambos do] Pai, e de Cristo, em
quem estão escondidos todos os
tesouros da sabedoria e da ciência”
(Colossenses 2:2-3, ACF). Neste
iStockphoto
exemplo, como em outros, Paulo
não menciona o Espírito Santo.
Somos
verdadeiramente filhos de Deus
O Espírito Santo não é uma
pessoa, mas é o poder, a mente, a
vida e a essência compartilhada de
Deus (comparar Lucas 24:49; Actos
1:8; Romanos 15:13; Romanos
8:27; 1 Coríntios 2:16; João 4:24;
5:26; 6:63).
Além disso, contrariamente ao
ponto de vista da Trindade que
A família humana foi pensada como um modelo, ou tipo,
embora inferior, desta maior realidade espiritual—de que Deus
é uma família.
diz que o Pai e o Filho são iguais
em autoridade (bem como o
Espírito Santo), Jesus Cristo não
só diz “Meu Pai . . . é maior do
que todos” (João 10:29), como diz
mesmo, “O Meu Pai é maior do
que eu” (João 14:28; ver também
1 Coríntios 11:3; 15:27-28).
A doutrina da Trindade tem
contribuído muito para obscurecer
a plena verdade das Escrituras de
que Deus é uma família. Deus é o
nome do Pai, e também é o nome
do Filho—bem como o dEles. Mais
ainda, Deus projecta este nome de
família também vir a ser o nome de
outros filhos que Ele tem em vias de
trazer à glória, como o resto deste
livro explica.
19
Ireneu, um bispo do segundo
século, estava certo quando
observou: “Não há ninguém que
se chame Deus, pelas Escrituras,
excepto o Pai-de-Todos, e o Filho,
e aqueles que possuem a adoção
[i.e. a filiação, como filhos de
Deus]” (Contra Heresias, Livro 4,
prefácio; comparar Livro 3, capítulo
6). Repare-se que não há sinal
de uma fórmula de Trindade nesta
era inicial. Essa doutrina só foi
formulada muito mais tarde.
Outra vez, Deus é uma família—
presentemente formada por dois
Seres divinos, o Pai e Cristo, mas
virão mais, que, de igual modo,
sustentarão esse nome de família.
Com efeito, a família humana
foi pensada como um modelo,
ou tipo, embora inferior, desta maior
realidade espiritual. O matrimónio
é um outro aspecto disto, pois
é intenção de Deus, para os que
se juntarem à Sua família, entrarem
numa relação de matrimónio divino
com Jesus Cristo, sendo a aliança
matrimonial talhada à semelhança
da relação mais alta, da relação
ao nível de Deus (comparar Efésios
5:22-23; Apocalipse 19:7-9).
Para aprender mais do que
a Bíblia diz sobre estes assuntos,
queira descarregar do nosso
“site”, ou pedir os nossos
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A Verdadeira História; Quem É
Deus? e Matrimónio e Família:
A Dimensão Perdida.
20 Qual é o Seu Destino?
estado glorificado à mão direita de Deus Pai. Isto é o que a descrição
de Daniel quer dizer acerca das pessoas rectas no futuro que
“refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:2-
3). Os seres humanos ressuscitados para a vida eterna serão como
Jesus Cristo glorificado!
Mas o que é que isto quer dizer realmente? Reparemos que os filhos
humanos são como os seus pais e como os seus irmãos e irmãs. Eles são
todos da mesma espécie de seres—seres humanos. Do mesmo modo,
no final de contas, os filhos de Deus serão como Ele e como Jesus Cristo
o Irmão divino deles.
Jesus Cristo, Deus Filho, é como Deus Pai—com a mesma espécie de
glória e poder. Estas passagens das Escrituras dizem-nos que os outros
filhos de Deus, glorificados depois de ressuscitados, serão como o Pai
e Cristo! Eles serão a mesma espécie de seres que o Pai e Cristo são—
seres divinos, custe o que nos possa custar a acreditar!
O potencial enorme de qualquer pessoa, como está apresentado na
Palavra de Deus, parece tão incrível que a maior parte das pessoas não
pode entender esta verdade bíblica quando a lêem a primeira vez. Não
obstante ela estar claramente declarada na Bíblia, as pessoas
vulgarmente passam por cima dela. Porém, este espantoso futuro é o
pleno propósito e razão que levou Deus a criar a humanidade. É por
isso que fomos criados, que existimos!
Vós sois deuses?
Vamos ao âmago deste assunto. Os Judeus do tempo de Jesus
acusaram-No de blasfémia por se declarar ser Filho de Deus:
“porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33).
Notem a Sua intrigante resposta: “Respondeu-lhes Jesus: Não está
escrito na vossa lei [em Salmos 82:6]: Eu disse: sois deuses? Pois,
se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi
dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), àquele a quem o Pai
santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse:
Sou Filho de Deus?” (João 10:34-36).
Por outras palavras Cristo disse: “Se as Escrituras chamam
abertamente aos seres humanos deuses, porque estais preocupados
quando eu declaro meramente que sou Filho de Deus?”
Mas são os seres humanos realmente deuses? Que quis Ele dizer?
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 21
No Salmo 82:6, do qual Jesus citou, Deus diz para os seres
humanos, “Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos
do Altíssimo.” A chave aqui é a palavra filhos, tal como já vimos
noutros versículos. Nós temos de compreender que Deus é uma
família—uma família divina com mais que uma pessoa. Há um
Deus (a família Deus) formada por mais que um Ser Deus.
(Ver, novamente “A Família Deus” começando na página 18).
Como anteriormente referido, a família Deus é, desde o princípio,
constituída por dois Seres divinos—por Deus e pelo Verbo, que
encarnou há 2.000 anos, como Filho de Deus, Jesus Cristo (João 1:1-3,
14). Depois da vida humana e da morte de Jesus, ele foi ressuscitado
para a existência espiritual divina como o “primogénito dos mortos”
(Colossenses 1:18) e o “primogénito entre muitos irmãos” (Romanos
8:29). Assim, Jesus nasceu espiritualmente na ressurreição como o
primeiro de muitos “irmãos” filhos que se Lhe seguirão mais tarde.
Outra vez, como referido no princípio deste capítulo, Actos 17:28-29
declara que os seres humanos são “geração” de Deus (da palavra grega
genos que quer dizer “afinidade”, “raça”, “espécie”, “descendência” ou
“família”). E, como vimos em Génesis 1, o propósito de Deus em criar
o homem à Sua imagem e semelhança foi para o fazer de acordo com
a “espécie Deus”—para assim se reproduzir a Si Próprio através
da humanidade.
A esta luz, Salmos 82 é mais fácil de se compreender. No versículo 6
a palavra deuses equaciona-se com “filhos do Altíssimo.” Isso faz
perfeito sentido. Quando uma entidade dá à luz descendência, os seus
descendentes são da mesma espécie da identidade. Os descendentes
dos gatos são gatos, dos cães são cães, dos seres humanos são seres
humanos, e os descendentes de Deus são, pelas próprias palavras de
Cristo, “deuses”.
Mas aqui temos de ser cautelosos. Os seres humanos não são
literalmente deuses—ainda não, de qualquer modo. Com efeito,
inicialmente, as pessoas não são exactamente nem mesmo filhos de
Deus, excepto no sentido em que Ele criou a humanidade e a fez à Sua
imagem e semelhança.
Deus é espírito eterno. Os seres humanos são carne mortal, embora
com um componente espiritual, como registado anteriormente—
o espírito humano que nos dá compreensão. Isto é uma
22 Qual é o Seu Destino?
distinção importante.
Quando os seres humanos são referidos como deuses, em Salmos 82,
—no sentido de serem descendentes de Deus destinados a representá-Lo
em autoridade e julgamento sobre a terra—eles ainda são declarados
imperfeitos e sujeitos a corrupção e morte. Por isso, são da família
divina num sentido restrito.
Um aspecto disto é que o homem tem sido criado à imagem e
semelhança de Deus a um
nível físico, mortal, com
domínio limitado,
parecendo-se a Deus mas
sem o Seu carácter e glória
divinos. Um outro aspecto
disto é que o homem tem o
potencial final de se tornar
um ser da mesma espécie
que o Pai e Cristo são agora.
Com efeito, muitas vezes,
O Cristão gerado do Espírito é uma criança de Deus, um autên-
tico membro da família Deus─mas não ainda num sentido final.
Como filhos, nós temos ainda de percorrer um processo de
desenvolvimento nesta vida─um período de formação de carác-
ter divino, tornando-nos cada vez mais semelhantes a Deus.
Deus “chama as coisas que não são como se já fossem” (Romanos
4:17)—olhando para o Seu propósito como já alcançado.
Espantosamente o propósito de Deus é exaltar os seres humanos
desta existência carnal para o mesmo nível da existência espiritual
divina que Ele tem, como veremos.
A caminho do resultado final—glória divina
Isto envolve o processo de reprodução espiritual, mencionado
anteriormente, no qual Deus nos perfilha como Seus filhos. De
facto, agora com um quadro mais completo do que Deus está a
fazer, vejamos isso novamente, por um momento. O processo
reprodutivo espiritual começa com o unir do Espírito Santo e o
nosso espírito humano. Outra vez: “O Espírito testifica com o nosso
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 23
espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16). Através desta
união miraculosa, nós tornamo-nos “participantes da natureza
divina” (2 Pedro 1:4).
Assim, o Cristão gerado do Espírito é uma criança de Deus, um
autêntico membro da família Deus—mas não ainda num sentido final.
Como filhos, nós temos ainda de percorrer um processo de
desenvolvimento nesta vida—um período de formação de carácter
divino, tornando-nos cada vez mais semelhantes a Deus no modo de
pensar e de agir. E, ao fim desta vida, na ressurreição aquando do
regresso de Cristo, os verdadeiros Cristãos transformar-se-ão em seres
divinos espirituais como o Pai e Cristo.
Olhe-se uma vez mais para a fantástica verdade registada pelo
apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é
manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o
veremos” (1 João 3:2).
Com efeito, a reforçar isto, vemos em numerosas passagens das
Escrituras que receberemos a glória divina do Pai e de Cristo:
“o Deus que . . . chamou vocês para tomarem parte na sua eterna
glória” (1 Pedro 5:10, BLH; ver também Romanos 5:2; 2 Coríntios
3:18; 1 Tessalonicenses 2:12; 2 Tessalonicenses 2:14; Colossenses
1:27; Hebreus 2:10).
Além disso, como co-herdeiros com Cristo, receberemos domínio
sobre todas as coisas, incluindo a vastidão do universo inteiro—
domínio tal como o que Cristo tem (comparar Romanos 8:17;
Hebreus 1:1-3; 2:5-9; Apocalipse 21:7). Para se exercer verdadeiro
domínio sobre todas as coisas—incluindo as intensas fornalhas
nucleares de 50 milhares de milhões de triliões de sois e toda a partícula
sub-atómica de todo o átomo de toda a molécula na expansão cósmica—
requer o poder omnipotente de Deus.
E que dizer sobre a nossa mente? Como seres humanos não
poderiamos contar todas as estrelas do universo, a uma por segundo,
no espaço de tempo de um trilião de vidas! Mas Deus, numa
observação aparte, diz que as conhece a todas pelo nome
(Salmos147: 4). Maravilhosamente, Paulo declara: “agora, conheço
em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido
[isto é, por Deus]” (1 Coríntios 13:12), mostrando que possuiremos
24 Qual é o Seu Destino?
Adoção ou Filiação?
C omo esta publicação clarifica,
as Escrituras revelam que o
destino do homem é o de vir a ter
a paternidade de Deus num verda-
deiro sentido, com o Seu Espírito
Santo inserido na nossa mente
para nos procriar como Seus
autênticos filhos por Si gerados.
Porém, alguns versículos do após-
tolo Paulo têm sido interpretados
como dizendo que Deus nos ado-
tou em vez de directamente dizer
que nos gerou como Seus filhos/
filhas. Esta diferença importa? E
qual é a verdade deste tema?
Como geralmente traduzido,
Romanos 8:15 aparece dizendo
sobre os Cristãos: “mas recebes-
tes o espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos: Aba, Pai.” O
Versículo 23 diz “que temos as pri-
mícias do Espírito, também geme-
mos em nós mesmos, esperando
a adoção, a saber, a redenção do
nosso corpo.” O capítulo seguinte
diz que a Israel, a nação de Deus,
foi feita a promessa de “adoção”
(9:4). Semelhantemente se vê isso
em Gálatas 4:5 e Efésios 1:5 onde
são usadas as expressões “adoção
de filhos” e “filhos de adoção”, res-
pectivamente, para a categoria a
que Deus nos considera.
Todavia, há versões que usam
a expressão “filhos de” ou outra
semelhante, como a Bíblia na Lin-
guagem de Hoje (“O Espírito torna
vocês filhos de Deus”) em Roma-
nos 8:15. Relativamente a “adoção”
o Dicionário Expositivo Completo
das Palavras do Velho e do Novo
Testamento, (1985), por Vine [Vine’s
Complete Expository Dictionary of
Old and New Testament Words,
“adoption”], explica que a palavra
grega original aqui é “huiothesia
. . . vinda de huios, ‘um filho’ e the-
sis, ‘um colocamento’ relacionado
com tithemi, ‘para colocar, estabe-
lecer’”—assim o estabelecimento
como um filho. Os académicos
notaram que esta palavra foi usada
algumas vezes no antigo mundo
Grego em referência a adoção, e
isso ajusta-se obviamente.
Adoção significa tomar uma
criança de outros pais como seu
próprio filho ou filha. É um acto
maravilhoso e nobre dar abrigo
e família a quem precise disso e,
normalmente, uma grande bênção
quer para os pais que adotam quer
para a criança adotada. Há quem
aceite e ame a sua criança adotada
tanto como se sendo do seu próprio
corpo—como assim deve ser, pois
que ela é um ser humano feito à
imagem de Deus. (Considere-se
que o Próprio Jesus Cristo foi
essencialmente adotado por José,
o qual não foi o Seu verdadeiro pai,
pois esse foi Deus Pai).
No entanto há problemas ao apli-
car a terminologia de adoção à
nossa relação com Deus.
O uso da terminologia de ado-
ção pode levar alguns à conclusão
que nós somos transferidos da
nossa paternidade biológica, ou da
do diabo como um pai (ver João
8:44), para a de Deus, como nosso
novo pai. Todavia, todos nós, seres
humanos, ao fim e ao cabo, somos
descendência de Deus, desde iní-
cio, mesmo biologicamente (Actos
17:28-29)—conforme Ele foi o
Somos
verdadeiramente filhos de Deus
Pai de Adão e de Eva na criação
(Lucas 3:38) e porque Ele está
envolvido no processo procriador
no ventre (Salmos 139:13-16).
Satanás tem sido um pai para
as pessoas só no sentido em que
exerce domínio e influência sobre
elas e as educa no seu caminho.
Todavia, elas e eles são verda-
deiros filhos de Deus—e Ele res-
gata-os, através do Seu plano da
salvação. Mais, quando Deus nos
procria espiritualmente como Seus
próprios filhos, criados do Seu pró-
prio ser, isto de forma alguma se
equaciona com adoção.
Vine’s diz: “A ‘adoção de filhos’
[Romanos 8:15] ... é uma tradução
errada e enganadora. Deus não
‘adota’ crentes como filhos; eles
são gerados como tal pelo Seu
Espírito Santo através da fé.” É
importante reconhecer isto, posto
que tem impacto directo no nosso
destino. Na adoção humana, as
crianças adotadas são humanas
tal como os novos pais, porém, só
são humanas porque foram adota-
das de outros pais humanos que
as geraram fisicamente. Mas, se
Deus só nos estivesse a adotar,
e não nos gerasse à Sua ima-
gem, nós seriamos uma espécie
de seres completamente diferentes
de Ele—pois Ele não nos estava a
adotar doutros como Ele Próprio.
Em certo sentido seria como ado-
tar um animal de estimação como
membro de família (embora capaz
de falar).
Infelizmente, isto está próximo
do que muitos imaginam—de que
somos e seremos para sempre
completamente diferentes, isto é,
espécies de seres menores que
25
Deus. E, por isso, não têm pro-
blema em aceitar a palavra grega
em questão, nos versículos que
vimos, significar adoção. Mas esta
noção do propósito de Deus para
connosco não é verdadeira, posto
que as Escrituras tornam claro que
Deus nos gera, de facto, espiri-
tualmente à Sua própria imagem
—com a intenção de que, por fim,
nós seremos da mesma espécie
que Ele e Jesus Cristo são agora.
Então do que é que Paulo está
a falar? Conquanto huiothesia
(colocar ou estabelecer como um
filho) seja acertadamente aplicável
para adoção, obviamente Paulo
utilizou-a num sentido diferente.
Em Gálatas 4:1-5, nós podemos
começar a ver o que é que ele
quer dizer. Repare-se a partir do
contexto: “Digo, pois, que, todo o
tempo em que o herdeiro é menino,
em nada difere do servo, ainda
que seja senhor de tudo. Mas está
debaixo de tutores e curadores
até ao tempo determinado pelo
pai. Assim também nós, quando
éramos meninos, estávamos
reduzidos à servidão debaixo dos
primeiros rudimentos do mundo;
mas, vindo a plenitude dos tempos,
Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido sob a lei, para
remir os que estavam debaixo da
lei, a fim de recebermos a adoção
de filhos” [isto é, ‘os direitos com-
pletos dos filhos’, como a NVI em
Inglês apresenta (versículos 1-5)].
Note-se que, no exemplo referido
por Paulo, o que recebe a huiothe-
sia (a posição de um filho) já era a
criança de seu pai que o colocava
continua na página 26 . . .
26 Qual é o Seu Destino?
. . . continuado da página 25
como tal. Logo, esta circunstância
não era adoção.
O exemplo de Paulo confor-
mava bem com o mundo Romano
de então. O historiador Will Durant
diz-nos: “A criança encontrava-se
parte da instituição mais básica e
característica dos Romanos—a
família patriarcal. O poder do pai
era quase absoluto . . . Era só
ele, na família, que tinha todos
os direitos acima da lei na Repú-
blica . . . Ele tinha o poder sobre
os seus filhos de vida, morte, e
venda à escravatura” [A História
da Civilização, Tomo 3: César e
Cristo, 1972, p. 57], (The Story
of Civilization, Vol. 3: Caesar and
Christ, 1972, p. 57). Nos dias de
Paulo isto tinha abrandado de
alguma forma, mas ainda era nor-
malmente o caso.
Durante os anos de juventude
de um rapaz, o seu pai é que
determinaria quando seria a
altura para ele passar de jovem a
adulto—vulgarmente à volta dos
14 anos ou um pouco mais tarde.
Ele apareceria em público, numa
cerimónia formal, depois de pôr
de parte a sua toga de criança, e
aparecer vestido com a toga virilis
(a toga da idade adulta), marca de
cidadania e do seu direito de voto
na assembleia:
“Quando o rapaz estava pronto,
começava a procissão do Fórum.
O pai juntava os seus escravos,
homens livres, clientes, parentes
e amigos, usando de toda a sua
influência para fazer a escolta do
seu filho numerosa e imponente.
Aqui, o nome do rapaz era adi-
cionado à lista dos cidadãos, e as
congratulações eram proferidas
. . . Por fim, regressavam todos a
casa, onde o dia terminava com
um jantar dado pelo pai em honra
do novo cidadão Romano” (Crian-
ças Romanas [Roman Children],
ClassicsUnveiled.com).
O estado do filho era elevado
neste ponto. Agora, ele era legal-
mente investido de todos os direi-
tos, poderes e privilégios de um
filho e herdeiro de seu pai—e de
um cidadão.
Este atingir de idade de
maturidade tem de ser ao que
Paulo se refere. Deus gerou-
nos como seus filhos. E, em
certo sentido, avalia-nos como
se já tendo atingido uma certa
maturidade—considerando-nos
para além do estado de sermos
como escravos mas como filhos
com certos privilégios (mesmo
que sejamos meros bebés!).
Todavia, a plenitude da nossa
maior idade ainda é futura—no
tempo da “manifestação dos
filhos de Deus,” na ressurreição
(Romanos 8:19). Repare-se em
Romanos 8:23 na tradução da
Bíblia na Língua de Hoje (BLH):
“mas nós, que temos o Espírito
Santo como o primeiro presente
que recebemos de Deus, nós
também gememos dentro de nós
mesmos enquanto esperamos
que Deus faça com que sejamos
seus filhos [huiothesia], e nos
liberte completamente.”
Assim, estes versículos de
Paulo não nos retiram de modo
algum do nosso destino como
plenos e autênticos filhos de
Deus. Com efeito, eles confir-
mam e clarificam esta fantástica
verdade bíblica.
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 27
a omnisciência de Deus. E porque não, pois que teremos totalmente
o Espírito Santo, a mente de Deus!
Considere-se isto: um dia, os seres humanos convertidos possuirão
natureza divina, glória divina e poder total sobre a criação, partilhando
do infinito conhecimento de Deus. Tudo isto requer nada menos
que divindade!
Na verdade, nessa altura, seremos finalmente “cheios de toda a
plenitude de Deus”, como Jesus (Efésios 3:19; comparar com
Colossenses 1:19; 2:9). Como é que alguém pode ser cheio de toda a
plenitude de Deus e ser algo menos do que Deus é? Por isso, na nossa
transformação final, também seremos divinos—embora o Pai e Cristo
sejam eternamente maiores que nós.
Ensino do endeusamento
Esta verdade bíblica aparecerá verdadeiramente como um choque
para quem só tenha ouvido o ponto de vista tradicional do Cristianismo
predominante no que respeita ao prémio final dos justos. Contudo, os
que se apressarem a atacar este ensino ainda ficarão mais surpreendidos
ao saberem que muitos dos primitivos “doutores da igreja” da tradição
predominante—não muito afastados do ensino apostólico primitivo—
com efeito compreenderam esta fantástica verdade, pelo menos em
parte. E, às vezes, ainda hoje são vistos sinais disso.
Repare-se nos parágrafos 398 e 460 do presente Catecismo da Igreja
Católica (1995), anotados em rodapé com fontes, as quais incluimos
entre parênteses:
“Criado num estado de santidade, o homem foi destinado a ser
‘divinizado’ por Deus em glória [mas pecou] …
“O Verbo [Jesus Cristo] fez-se carne para nos fazer ‘participantes da
natureza divina’ [2 Pedro 1:4]: ‘Pois esta é a razão pela qual o Verbo
[Cristo] se fez homem, e o Filho de Deus se fez Filho do homem: para
que assim o homem, entrando em comunhão com o Verbo e assim
recebendo a filiação divina, possa tornar-se filho de Deus’ [Ireneu
(século 2), Contra Heresias, Livro 3, capítulo 19, sec. 1].
“‘Porque o Filho de Deus fez-se homem para que nós nos possamos
tornar Deus’ [Anastásio (século 4), Na Encarnação do Verbo, capítulo
54, sec. 3]. ‘O unigénito Filho de Deus, querendo fazer-nos participar
na sua divindade, assumiu a nossa natureza, para que ele, feito homem,
28 Qual é o Seu Destino?
pudesse fazer os homens deuses’ [Tomás de Aquino (século 13),
Opúsculo 57, lições 1-4]” (pp.112, 128-129, ênfase adicionada).
Este ensino ainda é mais prevalente na tradição Ortodoxa Oriental,
onde é conhecido pelo termo grego theosis, significando “divinização”
ou “endeusamento”. É completamente diferente do conceito da Nova Era
da absorção na consciência universal ou de nos vermos a nós próprios
como inerente e presentemente divinos. Repare-se a notável explanação
do antigo teólogo Católico Tertuliano escrevendo por volta do ano 200 da
era Cristã:
“Seria impossível que fosse admitido um outro deus, quando não é
permitido a outro ser possuir algo de Deus. Bem, então, dir-se-á,
nós próprios desse modo não possuímos nada de Deus. Mas, com
efeito, possuímos, e continuaremos a possuir—só que é de Ele que
recebemos isso, e não de nós próprios. Porque até seremos deuses,
se merecermos estar entre aqueles que Ele declarou, ‘Eu [Deus]
disse: Vós sois deuses’ [Salmos 82:6], e, ‘Deus está …[e] julga no
meio dos deuses’ [versículo 1]. Mas isto vem da Sua própria graça,
e não de qualquer propriedade em nós. Porque só Ele pode fazer
deuses” (Contra Hermógenes, capítulo 5, Doutores Anteriores a
Niceia, Vol. 3, p.480, citado em “Endeusamento do Homem”, Um
Dicionário das Primitivas Crenças Cristãs, 1998, p. 200, editado
por David Bercot).
Com efeito, este era o ponto de vista padrão durante os primeiros
séculos Cristãos (ver “Os Primeiros Teólogos Acerca de Ser-se Divino,”
começando na página 30).
Autores mais recentes também têm vislumbrado esta verdade
bíblica. C. S. Lewis, talvez o escritor Cristão mais popular do século
passado, escreveu:
“O mandamento Sede … perfeitos [Mateus 5:48] não é tagarelice
idealística. Nem é um mandamento para fazer o impossível. Ele está a
tornar-nos em criaturas que podem obedecer a esse mandamento. Ele
disse (na Bíblia) que éramos “deuses” e Ele vai confirmar
as Suas palavras.
“Se O deixarmos—pois que, O podemos impedir, se quisermos
—Ele fará do mais fraco e do mais obsceno de nós um deus ou deusa,
uma criatura imortal, deslumbrante e radiante, toda ela palpitante
com tal energia e alegria e sabedoria e amor que não podemos
Somos
verdadeiramente filhos de Deus 29
imaginar nesta vida, um brilhante espelho sem defeito que reflecte
perfeitamente a Deus (conquanto que, com certeza, numa menor
escala) o Seu próprio ilimitado poder e felicidade e bondade. O
processo será longo e em parte muito penoso; mas isto é para o que
nascemos. Nada menos. O que Ele disse, disse a sério” (Mera
Cristandade [Mere Christianity], 1996, p. 176).
A perfeita relação de família
Pois com certeza, este assunto requer uma clarificação importante. O
ensino da Bíblia não é o de que nós nos tornaremos misticamente, de
qualquer modo, um ser único com Deus, perdendo a nossa identidade
individual. A realidade é que Deus é uma família. E do mesmo modo
que os membros individuais de uma família humana são entidades
distintas com identidades únicas, assim será na família Deus.
Contudo, por intermédio do Espírito Santo os membros da família de
Deus compartilharão de uma união especial de espírito, propósito e
natureza que vão muito para além da união e identidade comum que
são possíveis numa família humana.
Com efeito, só há um Deus, mas esse Deus é uma família. O termo
deuses em referência ao nosso destino é com a intenção de distinguir os
múltiplos seres filhos de Deus que constituem a família una Deus.
Como mencionado anteriormente, há no presente dois membros
completamente divinos da família Deus—dois Seres distintos—Deus
Pai e Deus Filho, Jesus Cristo. E, não obstante pareça incrível, haverá
ainda mais.
Como vimos anteriormente, Deus declarou: “Eu serei para vós
Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo-Poderoso” (2 Coríntios 6:18). E Ele fala a sério. O Pai
tenciona dar-nos vida como Seus filhos completos, para nos
transformar em seres da mesma espécie que Ele e Cristo são
agora—conquanto, repetindo, sempre sujeitos à Sua amorosa
autoridade e liderança.
Com efeito, embora seres humanos, salvos serão realmente elevados
à existência do nível divino como verdadeiros filhos de Deus e membros
plenos da família Deus, eles nunca desafiarão, individualmente ou
colectivamente, a preeminência do Pai e de Cristo como chefes da
família. Na realidade, todos estarão sujeitos a Jesus, excepto o Pai, a
30 Qual é o Seu Destino?
Os Primeiros Teólogos
Acerca de Tornar-se Divino
Enquanto o conceito bíblico de
endeusamento ou divinização—
exaltação à qualidade sagrada
de Deus—é vulgarmente igno-
rada ou descartada no ensina-
mento do Cristianismo moderno,
tal doutrina foi bem estabele-
cida entre os primeiros teólogos
da tradição de tendência pre-
dominante. Conquanto os escri-
tos destes homens não sejam
sempre biblicamente correctos,
as seguintes citações dos seus
escritos demonstram que nos
primeiros séculos, depois que
o Novo Testamento foi escrito,
muitos ainda entendiam as impli-
cações claras destes ensinos
neste assunto.
Justino Mártir (cerca de
100-165): “[Pelo Salmo 82]
está demonstrado que todos
os homens são considerados
merecer serem deuses, e terem
poder para se tornarem filhos
do Altíssimo” (Diálogo com Trifo,
capítulo 124) .
“Temos aprendido que só são
divinizados os que viveram junto
a Deus em santidade e virtude”
(Primeira Apologia, capítulo 21).
Teófilo de Antioquia (cerca
de 163-182): “Se ele [o homem]
se inclinar para as coisas da
imortalidade, guardando os
mandamentos de Deus, ele
receberá de Ele a imortalidade, e
tornar-se-á Deus” (Livro 2, Para
Autólico, capítulo 27).
Ireneu (cerca de 130-200):
“Nós O culpamos [a Deus],
porque não fomos feitos deuses
a partir do princípio, mas primeiro
meramente homens, então por
fim deuses; não obstante Deus
adotou este curso por Sua própria
benevolência . . . Ele declara, ‘Eu
disse: Vocês são deuses; todos
vocês são filhos do Altíssimo
Deus’ (Salmos 82:6 BLH)” (Livro
4, Contra Heresias, capítulo 38).
“Como, então, será um Deus,
quem ainda não foi feito um
homem? Ou como pode ser per-
feito, quem foi só recentemente
criado? Ainda, como pode ser
imortal, quem na sua natureza
mortal não obedeceu ao seu Cria-
dor? Porque tem de ser que, logo
de início, se tem de ser homem,
e então mais tarde participar da
glória de Deus” (Livro 4, Contra
Heresias, capítulo 39).
“Não há ninguém que se chame
Deus, pelas Escrituras, excepto o
Pai-de-Todos, e o Filho, e aque-
les que possuem a adoção [i.e.
a filiação, como filhos de Deus]”
(Livro 4, Contra Heresias, pre-
fácio; comparar com Livro 3,
capítulo 6).
Clemente de Alexandria
(cerca de 150-215): “Sim, digo,
o Verbo de Deus [Cristo] fez-se
homem, para que de homem
possas aprender como o homem
se pode tornar Deus” (Exortação
Somos
verdadeiramente filhos de Deus
aos Gentios, capítulo 1).
“Mas esse homem em quem o
Verbo habita . . . sua é a beleza,
a verdadeira beleza, porque é
Deus, e esse homem torna-se
Deus, posto que Deus assim
deseja. Heráclito de Éfaso [poeta
da Grécia antiga], acertada-
mente, disse então: ‘os Homens
são deuses, e deuses são
homens’” (O Pedagogo, Livro 3,
capítulo 1).
“Ao que nos leva ao infindável
e perfeito fim, ensinando-nos de
antemão a vida futura que tere-
mos, de acordo com Deus e com
os deuses . . . Depois do qual
a redenção, o prémio e o res-
peito são atribuídos a quem se
tornou perfeito; quando fizeram
isso com purificação . . . Então
tornaram-se puros do coração,
e junto ao Senhor, espera-os a
restauração para eterna contem-
plação; e são chamados pela
denominação de deuses, sendo
destinados a sentar-se nos tro-
nos com os outros deuses que
foram postos lá primeiro nos seus
lugares pelo Redentor [ou, como
outros traduzem, ‘com os outros
deuses que são graduados logo
a baixo do Redentor’]” (Stromata
[Selecções], Livro 7, capítulo 10).
Tertuliano (cerca de 160-230):
“Será impossível que seja admit-
ido um outro deus, quando não é
permitido a outro ser possuir algo
de Deus. Bem, então, dir-se-á,
nós próprios desse modo não
possuímos valor algum de Deus.
Mas, com efeito, possuímos, e
continuaremos a possuir—só que
31
é de Ele que recebemos isso, e
não de nós próprios. Porque ser-
emos deuses, se merecermos
estar entre aqueles que Ele
declarou, ‘Eu disse: Vós sois
deuses’ [Salmos 82:6], e, “Deus
está . . . [e] julga no meio dos
deuses” (versículo 1). Mas isto
vem da Sua própria graça, não
de qualquer propriedade em nós,
porque só Ele pode fazer
deuses” (Contra Hermógenes,
capítulo 5).
Hipólito [de Roma] (cerca de
170-236): “E possuirás um corpo
imortal . . . E serás um compa-
nheiro do Ser Supremo, e um
co-herdeiro com Cristo, jamais
escravizado por luxúrias ou pai-
xões, e nunca mais enfraquecido
por doença. Porque te tornaste
Deus . . . Estas [coisas] Deus
prometeu dar-tas, porque foste
glorificado, e gerado na imor-
talidade . . . Parecer-te-ás com
Ele, na medida em que ser-te-á
conferida honra por Ele. Porque
o Ser Supremo, (por [esta] con-
cessão) não diminui em nada a
divindade da Sua divina perfei-
ção; tendo-te feito Deus em Sua
glória!” (Refutação de Todas as
Heresias, Livro 10, capítulo 30).
Orígenes (cerca de 185-255):
“O primogénito de toda a criação
[Cristo], que foi o primeiro a estar
com Deus, e a atrair a Si Próprio
divindade, é um ser de mais
excelso status que os outros
deuses para além de Ele, de
quem Deus é Deus, como está
continua na página 32...
32 Qual é o Seu Destino? A
vida na Família de Deus 33

...continuado da página 31
para nós possamos ser feitos
deuses” (Na Incarnação do
A Vida na Família de Deus
escrito, ‘O Deus dos deuses, o

O
Senhor, falou e chamou a terra’ Verbo, capítulo 54, sec. 3).
[Salmos 50:1]. Foi pelos bons “Ele [Cristo] foi Deus, e fez-se majestoso propósito para o qual Deus criou a humanidade é
ofícios do primogénito que eles homem, par nos podermos absolutamente imponente. E repare-se que este destino não é só
se tornaram deuses, porque Ele fazer deuses” (Quatro Palestras para a humanidade num sentido geral—é intencionado para si
extraiu de Deus em generosa Contra o Arianismo, Palestra 1, individualmente. Deus quer exaltar a si para que possa compartilhar
medida para que eles fossem capítulo 11, sec. 39). eternamente a vida divina com Ele e com todos os Seus filhos.
feitos deuses, e Ele lhes trans- Agostinho de Hipona (354-
mitiu isso de acordo com a Sua 430): “Mas Aquele que justi- Se Deus lhe está a abrir a mente para o impressionante potencial para
própria generosidade. Então, o fica é Ele Próprio divindade, o qual Ele a si deu vida, então Ele está a convidá-lo para fazer parte do
verdadeiro Deus, é O Deus, na medida em que justificando grupo precursor no Seu plano para a humanidade—para ser Seu filho
e os que são ordenados por Ele faz filhos de Deus. Porque ou filha espiritual agora, em antecipação da completa glória a ser
Ele são deuses, imagens, por ‘a todos quantos o receberam, concedida na ressurreição dos mortos, quando Jesus Cristo regressar.
assim dizer, de Ele, o protótipo” deu-lhes o poder de serem fei-
tos filhos de Deus’ [João 1:12]. Então, hoje, quem são os filhos de Deus? Quem virá a fazer parte da
(Comentário ao Evangelho de
João, Livro 2, capítulo 2). Se fomos feitos filhos de Deus, família imortal espiritual de Deus? Como podemos, você ou qualquer
Anastásio [de Alexandria] também fomos feitos deuses” um de nós, alcançar esse maravilhoso destino? E como será a vida
(cerca de 293-373): “Porque (Exposições sobre Os Salmos, quando, finalmente, tivermos ascendido à existência glorificada?
Ele [Cristo] foi feito homem Salmos 50, sec. 2).
Acesso à família
quem Cristo se sujeita (ver 1 Coríntios 15:24-28). O Pai e Cristo A Bíblia explica que os iniciados na família imortal de Deus têm
permanecerão no topo da família eternamente, reinando supremos primeiro de se arrepender sinceramente dos seus pecados, ser batizados
mesmo com o aumento de milhares de milhões de filhos divinos. e receber o dom do Espírito de Deus (Actos 2:38). Recebendo o Espírito
Isto, pois, é a razão porque você e eu nascemos! É o cimo do potencial Santo, tornam-se membros conversos do corpo espiritual de Deus
do destino de toda a humanidade. É o imponente propósito para o qual (1 Coríntios 12:12-13), o qual é a Sua Igreja (Colossenses 1:24). Daí,
fomos criados. Como Jesus citou, antevendo o nosso destino alcançado, esperam pela ressurreição no regresso de Cristo, quando lhes será dada
“Eu disse: ‘Vós sois deuses.’” O nosso futuro não pode ir mais alto ou a imortalidade (1 Coríntios 15:51-54).
melhor que isso! Receber-se o Espírito de Deus é fundamental para a conversão. O
De seguida veremos como você pode fazer parte da família imortal apóstolo Paulo esclarece que se tem de receber o Espírito Santo para
de Deus e examinar mais detalhes sobre a vida maravilhosa que está se fazer parte da família e da Igreja de Deus: “Se alguém não tem o
reservada para nós. Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8:9).
Porque é que os que não têm o Espírito de Deus não são o povo
de Deus? Porque, explica Paulo: “Todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (versículo 14). Paulo
clarifica a relação do Espírito de Deus para a salvação: “E, se o
Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós,
aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o
vosso corpo mortal, pelo seu Espírito” (Romanos 8:11). Só os que
34 Qual é o Seu Destino?
têm o Espírito de Deus herdarão a vida eterna. Com efeito, é através
do Espírito que somos gerados para a vida espiritual, como
vimos anteriormente.
Então, como se pode receber o Espírito de Deus? O apóstolo
Pedro explicou: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo” (Actos 2:38). (O verdadeiro arrependimento
e o batismo, que abrem a porta para o caminho da família de Deus,
estão cuidadosamente explicados nos nossos livros gratuitos
Transformando a Sua Vida: Um Processo de Conversão e
O Caminho para a Vida Eterna. Descarregue ou peça hoje mesmo
as sua cópias.)
Os filhos de Deus, pois, são aqueles que são guiados por Deus
através do Seu Espírito. O Espírito Santo é o poder e a presença de
Deus operando neles (ver 2 Timóteo 1:6; Salmos 51:11; Filipenses
2:13). Quem recebe o Espírito de Deus é visto como filho de Deus
mesmo nesta vida. “Amados, agora somos filhos de Deus . . . E
qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como
também ele é puro” (1 João 3:2-3).
Contudo, o que somos agora é nada comparado com o que seremos
quando Jesus Cristo regressar. Nessa altura, os fiéis de Deus serão
ressuscitados do estado físico da carne e do sangue para o estado
imortal para que possam partilhar com Ele a eternidade no Seu plano
de existência.
Um futuro sem comparação
Paulo descreve a maravilhosa transformação que ocorrerá quando
os mortos forem ressuscitados: “Há corpos celestes e corpos
terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e outra, a dos terrestres.
Uma é a glória do sol, e outra, a glória da lua, e outra, a glória das
estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.
“Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em
corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia,
ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com
vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há
corpo animal, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15:40-44).
Com efeito, estes versículos retratam uma mudança fantástica—
A
vida na Família de Deus 35
para um esplendor e majestade que dificilmente podemos
compreender (ver “A Semelhança de Deus” começando na página
38). É por isso que Paulo diz: “Porque para mim tenho por certo que
as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória
que em nós há-de ser revelada” (Romanos 8:18; vejam também
2 Coríntios 4:16-18).
Está a ver o quadro? O ser-se ressuscitado na família de Deus como
um autêntico filho de Deus, uma parte da família de Deus, é tão
magnífico que é fútil tentar comparar isso com qualquer coisa que
possamos conhecer. Nesta vida,
nenhumas dificuldades, problemas e
sofrimentos jamais podem trazer o
inestimável dom da vida eterna, como
filhos de Deus glorificados, em
completa semelhança com o Pai e
com Jesus Cristo. Este futuro incrível
é do que trata a vida. É esta a razão
porque nascemos.
Então, como se pode receber o Espírito de Deus? O apóstolo
Pedro explicou: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados,
e recebereis o dom do Espírito Santo.”
Não admira Paulo ter exclamado: “O Universo todo espera com
muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os
seus filhos realmente são” (Romanos 8:19, BLH).
A nossa função no Reino de Deus
O maravilhoso mundo de amanhã será inaugurado no regresso de Jesus
Cristo, que reinará como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Apocalipse
19:16). Toda a nação, poder e governo estarão sob o Seu divino governo
(Apocalipse 11:15). Ele estabelecerá o Reino de Deus na terra. Este foi o
centro da Sua mensagem—o evangelho, ou boa nova, que Ele pregou
(Marcos 1:14-15). (Queira pedir ou descarregar o nosso livro
O Evangelho do Reino, para compreender melhor este tema central quer
da mensagem de Cristo quer da Bíblia inteira).
Os filhos e filhas de Deus que Lhe têm sido fiéis participarão no
36 Qual é o Seu Destino?
governo de Cristo. Repare-se na promessa de Cristo: “Ao que vencer,
lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu
venci e me assentei com meu Pai no seu trono” (Apocalipse 3:21).
Aos que vencer ser-lhes-á dada responsabilidade como reis e
sacerdotes de Deus nesse Reino (Apocalipse 1:5-6).
Este espantoso futuro fora predito anteriormente no Velho Testamento.
Por exemplo, o profeta Daniel teve a visão de Cristo a receber o Seu
Reino da parte de Deus Pai:
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas
nuvens do céu um como o filho do homem [Jesus Cristo]; e dirigiu-se
ao Ancião de Dias [Deus Pai], e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe
dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações
e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino, o único que não será destruído . . .”
“E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo
o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será
um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão”
(Daniel 7:13-14, 27). Outra vez, os “santos do Altíssimo”—isto é,
quem está santificado ou separado como santo, ou seja todos os
verdadeiros seguidores de Deus—serão reis e governantes com
Jesus Cristo.
Este partilhado governo divino sobre todas as nações da terra terá uma
estrutura seccionada de administração. Por exemplo, é-nos dito que o Rei
David terá outra vez a função de rei sobre todo o Israel e que aos 12
apóstolos de Cristo será dado o governo individual sobre as 12 tribos de
Israel (Jeremias 30:9; Ezequiel 37:24-25; Mateus 19:28). E haverá mais
gradações sob estas, bem como na governação de outras nações.
Uma das parábolas de Cristo revela que quanto mais os servos de Deus
progridem no ofício das suas funções para com Ele durante esta vida em
proporção com as suas capacidades, cada vez maior será a sua autoridade
no Reino vindouro—aqui representada pela quantidade diferente de
cidades atribuída a cada um (Lucas 19:11-27). Assim, enquanto os da
família de Deus partilharão a posse da terra e governá-la-ão juntos, é
evidente que terão vários graus de responsabilidade administrativa sob
Jesus Cristo. Mais, toda a posição será exercida com majestade e glória
para além da imaginação.
Mais espantoso que governar as nações é o facto de que até os anjos
A
vida na Família de Deus 37
estarão sujeitos aos glorificados filhos de Deus. Como escreveu
Paulo: “Não sabeis vós que os santos hão-de julgar o mundo? … Não
sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1 Coríntios 6:2-3). Na
verdade, como se vê em Hebreus 2:5, “não foi aos anjos que [Deus]
sujeitou o mundo futuro, de que falamos,” mas, como os versículos
seguintes clarificam, aos seres humanos elevados à família de Deus,
com Jesus Cristo como precursor nesta herança (versículos 6-13;
e comparar com 1:13-14).
Como podemos nós meros seres humanos jamais esperar que Deus Pai
e Jesus Cristo partilhem connosco tão grande responsabilidade?
Certamente nunca enquanto formos frágeis, imperfeitos seres humanos.
Sem dúvida, como muitas escrituras mostram, nós temos de mudar.
Paulo explicou: “Agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não
podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção.
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos,
mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar
de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”
(1 Coríntios 15:50-52).
Com efeito, devemos reconhecer que o Reino de Deus não é meramente
o governo de Deus, no qual os seres humanos participarão um dia. Ele
também se relaciona especialmente com um plano de existência—o de
se mudar para se sentir a vida com o Pai e Cristo ao nível de Eles.
Vale a pena reparar que o termo reino é usado por vezes para classificar
certos níveis de existência. Há o reino mineral, o reino vegetal, o reino
animal e, no topo da criação física, o reino humano.
Acima destes, no domínio espiritual, está o reino angélico. E, acima
de todos está o Reino Deus. Deus tenciona subir o homem do reino
humano, sobre o reino angélico, para o Reino Deus—o Reino de Deus.
Com efeito, num último sentido, o Reino de Deus é sinónimo do
governo da família de Deus, da qual todos os membros participarão de
toda a natureza de Deus.
Carácter aperfeiçoado em amor
O governo de Cristo e Seus seguidores glorificados será muito
diferente do governo que este mundo tem vulgarmente experimentado.
Eles servirão como verdadeiros funcionários públicos em vez de
38 Qual é o Seu Destino?
explorarem a humanidade.
Jesus descreveu o modo de liderança carinhosa com uma atitude
sempre pronta a dar e a servir que caracterizará os que governarão
com Ele: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm
A Semelhança de Deus
Deus diz em Génesis 1:26:
“Façamos o homem à nossa ima-
gem, conforme a nossa seme-
lhança”— o pronome possessivo
“nossa” aqui usado, denota a
referência a Deus Pai e ao Verbo
que mais tarde nasceria na carne
como Jesus Cristo (João 1:1-3,
14). Mas, o que significa na ima-
gem e semelhança de Deus?
De realçar que Deus nos fez
como Ele em qualidades de
mente, tais como pensamento
abstracto, emoção, criatividade
e capacidade de planear. Mas
as palavras base Hebraicas usa-
das aqui relacionam-se com a
forma actual e a aparência. A
palavra tselem (“imagem”) tem
o sentido de estátua, enquanto
que demuwth (“semelhança”) se
refere à parecença física
Não obstante, em João 4:24
lemos que “Deus é espírito.”
A palavra Grega traduzida por
“espírito,” aqui, e noutros lugares
do Novo Testamento, é pneuma,
e no Velho Testamento, a palavra
Hebraica é ruach.
Ambos os termos traduzidos
por espírito podem significar
“vento.” Há quem argumente que,
em virtude do vento ser informe,
o espírito não pode ter forma e
aspecto posto que é imaterial.
Porém, em muitos lugares das
Escrituras, Deus e os espíritos
angélicos são descritos como
tendo forma corporal. Assim, é
evidente que o espírito é capaz de
ter forma e aspecto—e Deus Pai
e Cristo terem o mesmo aspecto
e forma que os seres humanos
os quais são copiados por Eles, a
um nível material inferior.
A comparação com o “vento”
vem do facto do espírito ser invi-
sível aos olhos humanos não obs-
tante se manifestar fisicamente. O
espírito também pode existir num
estado informe, tal como o Espírito
Santo de Deus e estar presente
em toda a parte, enchendo o uni-
verso inteiro (Jeremias 23:24).
No Velho Testamento, Deus
apareceu em forma humana a
algumas pessoas (Génesis 18;
32:24, 30; Êxodo 24:9-10; Josué
5:13-15). Contudo, nessas mani-
festações Deus não revelou a
Sua glória completa porque a
intensidade da luminosidade seria
insuportável. Como Deus disse
a Moisés: “Não poderás ver a
minha face, porquanto homem
nenhum verá a minha face e
viverá” (Êxodo 33:20). Todavia,
Moisés protegido pelo poder de
Deus, foi autorizado ver a forma
radiante de Deus, pelas costas
(versículo 23)
Notemos algumas visões
sobrenaturais que as Escrituras
nos dão para vislumbrarmos a
A
vida na Família de Deus 39
autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós
assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa,
como quem serve” (Lucas 22:25-26).
Deus não está a criar somente uma família de reis, mas sim de reis
fantástica aparência de Deus no
Seu supremo esplendor. O pro-
feta Ezequiel registou o que viu:
“Por cima do firmamento, que
estava por cima da sua cabeça,
havia uma semelhança de trono
como de uma safira; e, sobre
a semelhança do trono, havia
como que a semelhança de um
homem, no alto, sobre ele. E
vi como a cor de âmbar, como
o aspecto do fogo pelo interior
dele, desde a semelhança dos
seus lombos e daí para cima;
e, desde a semelhança dos
seus lombos e daí para baixo,
vi como a semelhança de fogo
e um resplendor ao redor dele.
Como o aspecto do arco [íris]
que aparece na nuvem no dia da
chuva, assim era o aspecto do
resplendor em redor. Este era o
aspecto da semelhança da glória
do Senhor” (Ezequiel 1:26-28).
De acordo com João 1:18 as
aparições de Deus, no Velho Tes-
tamento, não foram de Deus Pai,
“Deus nunca foi visto por alguém”
e Jesus disse: “Vós nunca ouvis-
tes a sua voz, nem vistes o seu
parecer” (João 5:37). É que estas
aparições foram de Jesus Cristo
antes da Sua vida humana. Outra
vez, de qualquer forma, o Pai e
Cristo partilharam da mesma ima-
gem e semelhança.
No Novo Testamento, no livro do
Apocalipse, João viu Jesus Cristo
glorificado como “um semelhante
ao Filho do Homem, vestido até
aos pés de uma veste comprida
e cingido pelo peito com um cinto
de ouro. E a sua cabeça e cabe-
los eram brancos como lã branca,
como a neve, e os olhos, como
chama de fogo; e os seus pés,
semelhantes a latão reluzente,
como se tivesse sido refinado
numa fornalha; e a sua voz, como
a voz de muitas águas … e o seu
rosto era como o sol, quando na
sua força resplandece” (1:13-16).
Esta é uma descrição limitada
da parecença de Deus que os
seres humanos terão por completo
quando forem glorificados
na ressurreição para a vida
eterna—quando “. . . os sábios,
pois, resplandecerão como o
resplendor do firmamento;
e os que a muitos ensinam a
justiça refulgirão como as
estrelas, sempre e eternamente”
(Daniel 12:2-3). Então, em
completa semelhança de Deus,
seremos capazes de executar a
nossa impressionante responsa-
bilidade de exercer domínio sobre
a vastidão da Sua criação—
assistindo-O na administração.
Este é o futuro que Deus tem
planeado para si, o seu destino,
se o aceitar por completo e
com coração obediente e se
permanecer um dedicado e fiel
seguidor de Deus e dos Seus
ensinamentos revelados nas
Sagradas Escrituras!
40 Qual é o Seu Destino?
que são servidores, reis que transmitirão bênçãos a quem eles servem.
Como vemos em Provérbios 29:2: “Quando os honestos governam, o
povo se alegra” (BLH). Todo o mundo se regozijará sob o governo
justo da família de Deus!
O carácter de Deus é baseado no amor—transbordante carinho para
com os outros—tanto assim que a Bíblia diz que “Deus é amor”
(1 João 4:8-16). O carácter amoroso de Deus também está patente em
todos os Seus filhos. Esse carácter amoroso é o que distingue os
verdadeiros filhos de Deus—o que revela quem é realmente parte da
Sua família. Como escreveu o apóstolo João: “Nisto são manifestos
os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a
justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (1 João 3:10).
Jesus ensinou o mesmo: “Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu
próximo e aborrecerás o teu inimigo.’ Eu, porém, vos digo: Amai a
vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que
vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que
. . . sejais filhos do Pai que está nos céus . . . Sede vós, pois, perfeitos,
como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5:43-45, 48).
A prática do amor de Deus, pelos filhos de Deus ressuscitados e
imortais, produzirá o maravilhoso mundo do futuro. Deus está a
aperfeiçoar a atitude de amor e misericórdia nos Seus filhos e filhas
que são os primeiros frutos da Sua colheita espiritual da humanidade
(Tiago 1:18). Eles serão filhos compatíveis com a Sua família, filhos
que ilustrarão ao resto da humanidade de que a obediência à lei de
Deus é o caminho recto da vida.
Deus está a criar nos Seus filhos o Seu santo e recto carácter—um
modelo exemplar da Sua maneira de viver, formado pelo hábito, de
repetidamente escolherem por livre-arbítrio o caminho certo, o
caminho do amor, mesmo quando hajam fortes desejos e tentações
contrárias. A nossa vida presente nestes corpos humanos, físicos e
temporários é o nosso campo de treino para esse fim—é um periodo
para os filhos de Deus desenvolverem carácter recto—para virmos a
ser, nas nossas mentes e estilo de vida, tal como o Pai e Cristo são.
Fique-se certo, não há meio algum de Deus nos imbuir com o Seu
poder omnipotente e imortalidade sem que nós estejamos perfeitamente
rendidos à Sua direcção, caminhando humildemente no Seu caminho
de amor e na ajuda para com os outros. Graças a Deus, Ele ajuda-nos
A
vida na Família de Deus 41
a crescer no Seu caminho através da nossa vida conforme nos
submetemos a Ele. E, finalmente, na ressurreição, quando formos
completamente transformados à Sua semelhança, o Seu perfeito
carácter de amor será o nosso próprio amor.
Não serão deixados vestígios da egoísta natureza humana—
somente total, abnegado amor e carinho para com os outros tal como
Deus tem. Assim, haverá perfeita harmonia entre todos os da família
de Deus. E com total empenho para com o bem dos súbditos, a
família de Deus governará os anjos e todos os seres humanos que
ainda se não transformaram.
Ainda mais para vir
Conforme acima apontado, as pessoas que Deus tenha convertido
nesta era, os Seus santos, são os primeiros frutos da Sua colheita
espiritual da humanidade. Elas são chamadas primeiros frutos em
reconhecimento do facto de que mais se seguirão. Esta analogia é
traçada a partir do ano agrícola do antigo Israel, onde a colheita da
Primavera era seguida por uma do fim do Verão e princípio de Outono
[conhecida em Portugal pela colheita de S. Miguel].
Este ciclo agrícolo e acontecimentos relacionados são comemorados
nos festivais anuais que Deus deu a Israel—como uma pintura de
passos sucessivos dirigindo-se ao Seu grande plano de salvação.
(Para saber mais acerca de isto, queira pedir ou descarregar o nosso
livro, sem custo, O Plano dos Dias Santos de Deus: A Promessa de
Esperança para Toda a Humanidade).
Durante o reino de 1.000 anos por Jesus Cristo e Seus santos sobre
todas as nações (Apocalipse 20:6), representado pelo festival da
grande colheita de Outono, a Festa dos Tabernáculos, será ensinado
ao povo da terra o caminho da salvação e, por fim, quase todos o
aceitarão—para assim, mais tarde, se juntarem aos santos e serem
glorificados e adicionados à família de Deus.
A seguir a este período é o tempo do último julgamento, um tempo
em que a todos quantos viveram sem um conhecimento apropriado da
verdade de Deus lhes será dada a sua única real oportunidade para a
salvação e a glorificação (comparar Apocalipse 20:5, 11-12; Mateus
11:21-24; Ezequiel 37:1-14).
O plano de Deus é abrangente. Durante este tempo a grande maioria
42 Qual é o Seu Destino?
dos seres humanos receberá a oportunidade para a vida eterna.
Lembre-se que Deus “quer que todos os homens se salvem” (1
Timóteo 2:4) e “não quer que alguns se percam, senão que todos
venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Toda a humanidade terá a
oportunidade de conhecer a verdade de Deus, arrepender-se e
receber a salvação, através do Seu maravilhoso plano. (Esta
admirável verdade está cuidadosamente explicada no nosso livro
gratuito O que Acontece Depois da Morte? e Céu e Inferno: O que
Realmente Ensina a Bíblia?)
Depois, como revela Apocalipse 21, haverá um novo céu e uma
nova terra—e a cidade da Nova Jerusalém descerá para a terra,
vinda do céu, como a capital do universo e da morada eterna de
Deus. Finalmente, Deus Pai bem como Jesus Cristo viverão com
a humanidade, agora glorificada como filhos divinos de Deus. O
versículo 7 encoraja-nos com estas impressionantes palavras:
“Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele
será meu filho.”
Como vimos no início, “todas as coisas” quer dizer o universo
inteiro e o domínio espiritual. Nós teremos uma morada permanente
com Deus na Nova Jerusalém, mas não ficaremos confinados lá ou
à terra—ou mesmo a esta galáxia. Particularmente, nós teremos a
liberdade de apreciar o cosmos inteiro, o qual possuiremos
juntamente com Deus Pai, Jesus Cristo e o resto da família divina.
Pois, com certeza, poderá ser que, tal como haverá diferentes
níveis de responsabilidade administrativa sobre as nações durante
os 1.000 anos de governo de Cristo e dos Seus santos, assim os
glorificados membros da família de Deus possam da mesma forma
ter diferentes regiões de supervisão através do universo. Com
mais de 100 mil milhões de galáxias de 100 mil milhões de
estrelas, haverá abundância de responsabilidade de ir de um lado
para outro!
De qualquer forma, nós seremos capazes de viajar para qualquer
lado no universo instantaneamente—à velocidade do pensamento—
tal como Deus pode, e embelezá-lo e expandi-lo sob a direcção do
Pai e de Cristo. Porque partilharemos do Seu infinito poder e
mente. Para, outra vez, citarmos as palavras do apóstolo Paulo:
“As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
A
vida na Família de Deus 43
subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os
que o amam” (1 Coríntios 2:9).
Alegria e prazeres eternos
Este futuro é tão transcendente na sua magnitude e significado que
é realmente impossível às nossas mentes contorná-lo! A verdade é
que nós não sabemos nada do que viveremos quando por fim
vivermos em resplandecente glória com Deus e com toda a humanidade
arrependida em era futura, posto que Deus não o revelou e nós
provavelmente não seríamos capazes de compreender isso com as
nossas limitadas mentes.
Mas podemos ter a certeza de que então a vida nunca será enfadonha
e desinteressante. Ela estará sempre ocupada com novas oportunidades
e alegria de viver. O Rei David, em Salmos 16:11 rogou a Deus: “Far-
me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de
alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.”
Ao mencionarmos David faz-nos regressar novamente ao ponto
onde começamos, a Salmos 8:3-4, com as suas reflexões: “Quando
vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que
preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho
do homem, para que o visites?”
A Bíblia mostrou-nos porque é que Deus se ‘lembra do homem’:
Ele tem planeado para nós um futuro espantoso. Vimos que o nosso
destino final, o propósito da nossa existência, é o de sermos filhos
divinos de Deus, que é nosso Pai. Ele quer partilhar a Sua vida
connosco—desejando que, por fim, herdemos não só tudo o que Ele
tem, mas até aquilo que Ele é. Acaso alguma coisa pode ser maior do
que isso? Que mais pode alguém possivelmente desejar?
Nunca subestime o valor da sua vida. Você nasceu para vir a ser um
dos filhos, ou filhas, divinos de Deus. Você nasceu para receber a Sua
verdadeira natureza e carácter e, eventualmente, vida eterna ao Seu
nível de existência. Você nasceu para ser um membro glorificado,
imortal, da família Deus—para viver e reinar com o Pai e Cristo em
alegria sem fim, para resplandecer como as estrelas eternamente.
Este é o seu fantástico destino! Que Deus lhe conceda um coração
com vontade de submeter a sua vida à de Ele para que possa receber
o Seu incomparável dom!
 Se deseja saber mais.... 45

Quem somos: Esta literatura é distribuída gratuitamente pela Igreja de

ENDEREÇOS POSTAIS Deus Unida, uma Associação Internacional, que tem ministros e congrega-
ções em muitas partes do mundo.
Nós encontramos as nossas raízes na Igreja que Jesus fundou, no início
Estados Unidos da América: do primeiro século. Seguimos os mesmos ensinamentos, doutrinas e práti-
cas que então foram estabelecidas. A nossa incumbência é a de proclamar
(Pode pedir em Português, Espanhol ou Inglês) o evangelho do vindouro Reino de Deus por todo o mundo, como uma
Igreja de Deus Unida testemunha, e de ensinar todas as nações a observar o que Cristo ordenou
P O Box 541027 (Mateus 24:14; 28:19-20).
Cincinnati, OH, 45254-1027 Gratuito: Jesus Cristo disse: “de graça recebestes, de graça dai” (Mateus
Telefone: +1 (513) 576 9796 10:8). A Igreja de Deus Unida oferece esta e outras publicações gratuita-
mente, como um serviço educacional no interesse público. Nós o convidamos
Inglaterra: a pedir a sua subscrição gratuita da revista A Boa Nova e a inscrever-se no
United Church of God nosso Curso de Ensino Bíblico, de 12 lições, também livre de custos.
P O Box 705 Estamos agradecidos pelos generosos dízimos e ofertas dos membros da
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mensagem de esperança com outros. Todas as receitas são auditadas por uma
Brasil: firma independente de auditoria.
Igreja de Deus Unida Conselho pessoal disponível: Jesus ordenou os seus seguidores
Caixa Postal 7 para apascentar as Suas ovelhas (João 21:15-17). Para ajudar a cumprir esta
Montes Claros – MG instrução, a Igreja de Deus Unida tem congregações à volta do mundo. Nelas
CEP 39400-970 os crentes reúnem-se para serem instruídos segundo as Escrituras e para
Telefone: +1 (513) 576 9796 confraternizarem.
A Igreja de Deus Unida empenha-se em entender e praticar o Cristianismo
Internet: do Novo Testamento. Desejamos compartilhar o estilo de vida de Deus com
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mencionadas neste livro estão correntemente disponíveis na
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