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8 OS PROF@TAS DE ONTEM : FALAM HOJE OS PROFETAS DE ONTEM FALAM HOJE Podemos iniciar a nossa conversa com uma simples frase que fard diferenca para a necessidade de nos aprofundar no estudo dos Profetas Menores: Os profetas de ontem falam hoje. Um de nossos grandes autores, Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, em seu livro — Os Profetas Menores — aborda a clara realidade dos tempos proféticos aplicada aos dias atuais. Com muita propriedade ele nos esclarece que um profeta na Biblia teve de conviver em permanente confronto com a prostituicao (...) Outro enfrentou sérios problemas de fome, inflacao e seca (...) Um outro era trabalhador do campo e se horrorizava com os escéndalos provocados pelos governantes na corte (...) Quantos de nés, crentes em Cristo, estamos enfrentando ou presenciando situagdes semelhantes nestes tiltimos dias? O que a mensagem dos profetas tem a ver com 0 nosso tempo? Tudo a ver. Desde 0 nosso amanhecer até 0 anoitecer recebemos, das mais diversas formas de comunicacao, noticias sobre fome, inflacéo, desemprego, prostituicao, corrupcao, escandalos no meio politico, desigualdades sociais, morte de inocentes, atentados terroristas, exclusdo social, conflitos, cenario econdmico complexo e tantas outras mazelas. Para quem julga que as mensagens desses profetas esto totalmente defasadas no tempo, separadas que estado de nds por cerca de 2.500 anos no minimo, vale a pena fazer uma viagem por esses livros e verificar o quanto a atualidade dessas mensagens esta préxima da igreja de hoje. Eles olharam para o futuro, mas também para os seus proprios dias. Cabe-nos incentivar e rever esse pensamento por meio de uma profunda andlise do contetido dos escritos desses profetas. Lembre-se: é vocé quem faza mudanga. ET) Sse ee ee Introducao aos estudos da EBD — Profetas Menores: Uma mensagem de juizo, oportunidade e graca.. EBD 1—Uma dificil chamada ... EBD 2—Uma-contenda com Deus .. EBD 3 — Consequéncias do pecado EBD 4 — Exortagao ao arrependimento .. EBD 5 — Promessa da efusao do Espirito. EBD 6 — Uma terrivel descrigao .. EBD 7 — Chamamento ao perdao EBD 8 —Promessa da restauracao .. EBD 9— Visdo de um povo em pecado EBD 10 — A reacao do profeta .... EBD 11 — Dentro de um peixe: crer ou nao crer ..... EBD 12 — A pregacao do evangelho no Antigo Testamento EBD 13 — Uma licao para o profeta..... RO sy Hino do periodo: 449 CC — Ousados, proclamai! Enfase do ano: Representando o Senhor Jesus em seu reino uriosidades sobre os Profetas Menore: Atividades do suplement eg) OUSADOS, PROCLAMA!! ~sa-dos,com fir-me-za, © cren-tes, pro~ cla-mai Ina- da’ de des-cul-pas, O- brei-ros ‘de Je - aus, 3. A la - ta, pols, 6 cren-tes, Por Cristo Re-den - tor, # 22 a ee re eee 2 = 4 lee Mpa elo ee Ee eg t Sse E S| no- vas sal - va - do -ras Doa-mor doe-ter - no Pai, oi-ni- mi-go a-foi-to Quer der-ra-bar a cruz, Seu es - tan - dar- te er-guen-do, Do e- ter - no,i-mon-so a-mor} e 1. Que pra sal-var re -bel-des, Sou Fi-tho o-fe - re - ceuy 2. Je - sus, po-rém, ga-ren- te’ Ven-cé-loesosex po - der, 8. As tre-vas com-ba-ten-do, © vi-cic,a cor - ra - g&0, ae = = { Ss we ¥ ae 1.90 qual so-freu a mor-te Pra res-ga-tar o réa. 2 Se fir-mes per-sis- tir-mos Na sen- da do de - ver. 8. Fre-gan-doas Bo- as No-vas De luz e sal-va- cao. & he SSS 25 @ © crentes,pro-cla- mai 9 pF © men-do_Hi-ber- © mnn--- de = =. = ae J - Epes sae oes tr ee vet daescra- vi - dao! Crentes, procla - mai Weber tel da tile tees = eraeewin- dual Cron -- ten pro =¢la-mal = ee aed de Je-sus B cruz; A graca,a-mor e seu per-dao, 6 eee 2 2. ee er t - = =] ef e 2 f ci t e T n Lee b, 2a wate t = S| qe 2S gla ae ¢ren-tes,sem ces-sar a-pre-go- ail ° seu a-mor sem par @ -nun-ci-ai, jaa el - a, Com 2---- Ive gs Com z@-lo @ com ar-dor, as com ar-dor, a Por Cris-toeorei-no cen in--tail ee: a + fae z eS eee 449(C Samuel W, Beazley Trad. Salomao Luiz Ginsburg (1867-1927) Samuel W. Beazley 7.6.7.6 D. com Estrib. eens) SS REPRESENTANDO 0 SENHOR JESUS EM SEU REINO Quando outorgamos a uma pessoa um documento de procuracao damos plenos poderes para que ela possa agir em nosso nome. Foi isso 0 que aconteceu quando Jesus foi para 0 céu e deixou-nos a grande comis- sao: proclamar a salvacao e fazer discipulos de todas as nacoes (Mt 28.19). Ele nos comissionou a agir em seu nome, deu-nos uma procuracao. E como se Jesus estivesse nos dizendo: por esse instrumento particular de procu- ragao, eu, 0 Senhor Jesus, o Messias de Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, nomeio e constituo meu bastante procurador (seu nome), nascido do Espirito Santo, membro do corpo de Cristo para o fim especial de em meu nome anundiar 0 reino com 0 poder de Deus. Esta é uma grande responsabilidade que assu- mimos com Deus. Que possamos assumir essa autoridade que nos foi outorgada e cooperar com Jesus na sua obra. Eva Souza da Silva Evangelista Redatora OE ~ E PROFETAS MENORES Split cali Pedals Ze Estudar os profetas menores é como mergulhar no tempo hist6rico do povo de Deus, mas, também, é uma oportunidade de verificar realidades espirituais e sociais que muito se assemelham com as de hoje. Rebeldia, indiferenga espi- ritual, violéncia, corrup¢ao, injustica social sao temas que percorrem os livros a serem estudados — Oseias, Joel, Amés, Obadias e Jonas — mas que sao-realidades (eee encontradas nos jornais de hoje ou nos estudos missiolégicos quando abordados os aspectos culturais de um povo. Estudar os referidos profetas ¢ ir ao encontro de uma mensagem de juizo, oportunidade e graca, ainda que respeitando as diferencas de cada um dos profetas, 0 ptiblico a quem eles se dirigiam ea realidade que compunha cada momento da historia do Reino do Norte ou do Reino do Sul. Os 13 estudos apresentardo profetas apre- sentando ao povo 0 juizo de Deus por causa de sua pecaminosidade, um Deus que se compadece ao oferecer oportunidade de arrependimento e, ao mesmo tempo, liberando sua graca para acolher o filho arrependido de volta a seus bracos. OS PROFETAS Oseias mostra ao Reino do Norte a sua prostituicao, seu adultério, configurado Por um povo que abandona seu Deus e Senhor para se vender a outros deuses. De uma maneira muito dura, 0 casamento do profeta com uma mulher que seria adiltera demonstraria a dor de Deus, 0 juizo de um esposo que manda sua esposa embora, mas dé oportunidade ao recebé-la de volta com uma profunda manifestagao da graca de Deus para com seu povo (0s 2.7). Joel profetiza no tempo de Jods, em Juda, em que uma praga de gafanhotos destrdi a terra, mas anuncia o dia do Senhor com a profecia do derramamento do Espirito sobre toda a terra, que foi cumprida no dia de Pentecoste em Atos 2. Mais uma vez, juizo, oportunidade e graca sao realidades indiscutiveis na mensagem profética. Amés, um pastor de ovelhas, sai de um vilarejo de Juda para ser porta-voz de Deusa Samaria (Reino do Norte), denunciando uma cidade marcada pela luxtria, imoralidade e idolatria. Suborno e injustica social e a Opressao aos pobres gritam contra Israel (Am 2.6-8; 4.1; 5.12). Nesse tempo, Deus se mos- tra cansado das manifestaqées religiosas, por serem liturgias banhadas por hipoctisia (Am 5.21-23), algo rechacado pelo Senhor, que desejava ver a justica ea retiddo correrem por toda a terra (Am 5.24). Obadias se levanta contra Edom, povo que habitava a linda e segura cidade, hoje conhecida como Petra por causa de sua atitude para com Jacé, sua manifestacao de alegria ao ver a aflicao dos israelitas, para dizer que a mao de Deus se levantara contra ele, profetizando também 0 jufzo sobre todas as naces (Ob 1.15), bem como a oportunidade e graca para os da casa de Jacé (Ob 1.17). Jonas, um mensageiro contrariado com a missdo recebida e revoltado com o resultado obtido. Sim, Jonas nao havia entendido a so- berania de Deus eo simples fato de ser ele, 0 mensageiro, um simples instrumento para o cumprimento do propésito do Eterno. Ninive, Ee eed amaior cidade da Assiria, a malévola cidade experimenta um verdadeiro avivamento eo. mensageiro se vé indignado com Deus. Jonas pensava ser capaz de julgar merecimentos, mas 0 Deus do juizo, da oportunidade e da graca se manifestou sobre a grande cidade de Ninive. PUBLICO-ALVO Com certeza, Deus tinha como alvo o seu Povo, os reinos do Norte e do Sul, mas, também, intencionava falar de juizo, opor- tunidade e graca a todos os povos, de todos os tempos, com a anunciacao do grande, temivel e maravilhoso Dia do Senhor. CONCLUSAO O Espirito Santo, profetizado por Joel (2.28), o mesmo Espirito que ungiu os profetas do Senhor, foi derramado sobre toda a terra, acessivel a todos quantos desejam ouvir a voz de Deus. 0 Espirito da verdade continua transmitindo a mensagem de Deus aos Povos, uma mensagem de juizo porque a idolatria, violéncia, imoralidade, corrupgao € opressao ao pobre, continua sendo uma triste realidade, mas o mesmo Espirito trans- mite a mensagem de oportunidade para que haja arrependimento e, consequentemente, amanifestacao da graca salvadora de Deus. Aigreja de Cristo é a legitima voz profética para os dias atuais e tem o poder do mesmo Espirito para anunciar 0 juizo, a oportunida- de ea graca de Deus para todo aquele que invocar o nome do Senhor (Rm 10.13). REFERENCIAS Biblia Sagrada. Almeida Século XXI, revisada eatualizada. Biblia Sagrada. King James, edicdo de estudo. PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desen- volvimento no Antigo Testamento: estruturae mensagens dos livros do Antigo Testamento. Sao Paulo: Hagnos, 2006. SAYAO, Luiz. Estudo da Biblia em dudio. 42 ed. Sao Paulo, 2015. FRANCISCO, Clyde T. Introducao ao Velho Tes- tamento. Trad. Antonio Neves de Mesquita. 5 ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1995. Marcio Antunes Vieira Pastor da Primeira Igreja Batista de Padua, RJ. Bacharel em Teologia pelo Seminario Teoldgico Batista de Niterdi. Bacharel em Direito pela FASAP. Pés-Graduacao em Teologia (especializagao em Novo Testa- mento) pelo Semindrio Teolégico Batista de Niterdi. Pés-Graduacao em Teologia (es- pecializacao em Missdes) pela Faculdade Teoldgica Batista do Parana. Graduado no curso de Lideranca Avancada e workshop de Docentes pelo Instituto Haggai. (eee) TEXTO BIBLICO Oseias 1-3 TEXTO AUREO Oseias 1.10 EY EE nL) SACI Dy.y Oseias 11-9 Oseias 1.10,11 OWEN ULy aor) (icc SABADO [tp ara) Pomc Os = CIT UMA DIFICIL CHAMADA INTRODUCAO Ahistéria do profeta Oseias possui um enredo palpitante. Quando estudado sem a preocupacao de se aprofundar na andlise dos fatos, sem entender os designios divinos e, ainda, sem o esmero em conhecer seu contexto histdrico social, somos levados a compreender mal a vida, a obra ea experiéncia de Oseias com Deus. Contudo, sua obra nos projeta para uma sociedade excludente, cadtica e construida a partir de uma historia de perdas e frustragdes. Um sistema econdmico e politico alicergado em parametros muito distintos dos aspectos da alianca promovida por Deus. Tomado por uma tragédia que aplacava toda nacao, Oseias denuncia oafastamento do plano original: “0 pais se prostituiu, afastando-se de Deus” (0s 1.2). Todas as vezes que caminhamos distantes do que Deus intentou para nossa vida, construimos uma historia refém de nossas limitagGes e passamos a colecionar fracassos e uma vida privada de sentido. OSEIAS — ORIGEM E CONTEXTO (1.10,11) Oseias, cujo nome significa “Deus salva’, exerceu seu ministério num periodo de extrema violéncia, golpes de Estado e assassinatos. Sua atuagao se deu no fim do reinado de Jero- boao Il, pouco tempo depois do ministério de Amés, até pouco antes da tomada de Samaria pelos assirios. Parece irrelevante a informagao a respeito do significado de seu nome. Porém, entre 0s povos semitas, na cultura hebreia, o nome ‘traz consigo um retrato da personalidade ou ao menos indicava 0 desejo dos pais com relacao ao futuro dos filhos. Por isso, nao era incomum que apés uma experiéncia marcante, até mesmo na fase adulta, 0 individuo modificasse seu nome. Podemos depreender que, mesmo em meio ao estado de anomia social, o modo de pro- ceder, a sua vida testemunhava que “Deus salva’ Que grande licao! Nossa existéncia deve ser amparada somente em Deus. Uma demonstragao diaria de que a salvacao nao esta nas circunstancias econémicas, sociais ou politicas. Onde vocé tem firmado sua vida? MENSAGEM Em primeiro lugar, existe uma condenagao a idolatria, que se manifesta em duas faces: cultual e politica. A idolatria cultual consiste na adoracao a Baal, com seus ritos de fertilidade e na adoracao ao bezerro de ouro. Ambos feriam aspectos primordiais da vida planejada por Deus. Na adoracdo a Baal se transgride o primeiro mandamento. Umaideia de que Deus no teria poder sobre a natureza e seus ciclos de vida, nao tendo condig6es de administrar as provisdes para seu povo. 0 culto ao bezerro de ouro fazia a transgressdo ao segundo mandamento. A construcéo de uma imagem traz consigo a pretensdo de dominio sobre a divindade, transformando-o em idolo para atender os proprios interesses. A politica é outra expressdo importante da idolatria numa época de grandes convulsées pela degeneracao pecaminosa. Perdem-se referéncias e as aliangas com Egito e Assiria passam a representar mais do que astucia e prevencao. Grandes poténcias militares po- deriam fornecer cavalos, carros e soldados. Desta forma, Israel decide viver permeado apenas pelo que a limitacao humana pode dar. Pensam que o poderio humano pode garantir seguranca e um futuro pleno. Todas as vezes que negligenciamos os cuidados divinos e fazemos aliangas escusas para ter seguranga, cometemos idolatria contra nosso Deus. 0 caos estava instaurado em Israel, contudo, a experiéncia de Oseias com Deus resgata a figura de um Deus presente na vida do povo. Um Deus pessoal que caminha com os mais fracos, o Deus do éxodo. 0 profeta vive sentindo na pele o drama de uma nagao prostituida, de uma nacao governada por opressores e de uma nacao dependente dos assirios. 0 profeta levanta sua voz, denuncia o desvio de conduta e anuncia o projeto divino de reconstrucao. Lembre-se que nossa experiéncia com Deus pode ser eS um instrumento de mudar a realidade ao nosso redor. Toda atividade desse profeta é definida e se inicia com um casamento. 0 4mago da questao nao é a particularidade na vida dele. Visto que o que esta se manifestando €a relacdo de Deus com 0 povo. Uma expo- sigao de amor-unido-fecundidade diante da realidade desvio-rompimento-morte, a partir dos compromissos assumidos que se formatam os frutos. 0S CAMINHOS DE DEUS PARAO HOMEM (2.16-20) 0 casamento se desdobra em dois mo- mentos: ordem e cumprimento. Para cada compromisso assumido existe uma conse- quéncia. Nesse caminho, a historia de Oseias clarifica que nada esta fora do controle divino. A obra profética nos posiciona frente as nossas escolhas. Sem os designios divinos, trilhamos por um caminho apenas em busca de efeitos analgésicos. Perseguimos coisas finitas que logo perdem 0 sentido de existéncia, levando consigo nosso padrao de felicidade. Isto indica que uma vez alie- nados dos propésitds divinos passamos a ser controlados por nossa prépria limitacao. Passamos a pautar nossos planos, projetos em aspectos sensoriais e pensamos que a vida tem um fim em si mesmo. A indicagéo dos nomes dos frutos desse casamento corrobora com aquilo que ja dis- cutimos a respeito da validade de um nome na cultura hebraica. Repare que estes so os frutos de quem resolve caminhar distante do pastoreio divino. Deus esta indicando a todos que o controle de todas as coisas esta em suas maos. 0 Senhor da hist6ria néo se manifesta despoticamente. A escolha dos nomes é a informacao de quem conhece todas as coisas. Deus sempre sinaliza em Nosso presente e aponta no futuro aquilo que nao condiz com os valores do seu reino. Os fatos ndo sdo neutros. Nossas escolhas acabam por formatar nosso futuro. Sabemos que nada escapa da percepcao divina. 0 Senhor do tempo e da histéria nunca foi e nem serd surpreendido. Assim, com grande compaixao, passa a informar ao homem, ser limitado que é, aquilo que nao consegue ver e tampouco entender. O filho simboliza a fecundidade; cada nome escolhido por Deus é um antncio, uma mensagem a respeito das consequéncias de uma vida distante dos cuidados divinos. Seus nomes personificam as consequéncias sobre a nacao que havia abdicado do reinado de Deus. ALEGORIAS E SIMBOLOS NA MENSAGEM BIBLICA (2.1-6) Jezrael —Significa”Deus semeia”. 0 Senhor anuncia que a vida nao se sustenta sem a sua provisdo. A dinastia de Jeti tentava se legitimar pela forca e violéncia. Criava um Estado de excecdo que oprimia e alienava. eRe Por isso, a destruicao de seu aparato: o Estado ea religido oficial. A dentincia divina Mostra que as estruturas foram pervertidas pelo homem. E, portanto, originavam a crise e a prostituicao. Este é antincio de que ninguém pode existir plenamente longe do poder de Deus. Lo-Ruama — Significa “nao compaixao”. Este nome possuia mesma raiz linguistica no hebraico dos vocdbulos“titero”e“entranhas” Isto por si so ja nos indica o sentido desta declaragao divina. Esclarece o sentimento de viver longe do centro gerador de vida plena, estando preso em suas proprias limi- tacdes. Quando nos amparamos em falsas segurancas, criamos e reforcamos estruturas que trabalham para nossa propria exclusdo e ruina, longe da compaixao de Deus. Lo-Ami — Significa “nao meu povo". Deus anuncia e reaviva para as pessoas que 0 homem é quem havia rompido com aalianga. Aquilo que se experimentava era a negacao do nome de Deus, 0 Deus da alianca, presenca salvifica e protetora. Numa escala descen- dente apés se amparar em falsas segurancas, segue a ruina levando a total perda de iden- tidade. Lembre-se que o pecado desfigura a imagem divina impressa no homem. Veja que 0 projeto de liberdade nascido no éxodo estava tao distante quanto o povo estava afastado de Deus. Pedagogicamente, o Senhor explicita novamente os fatos para que tomassem consciéncia de sua alienagéo. Apés o anuincio do diagnéstico, faz o anincio da retomada. VALE DE ACOR Eo caminho para interior do pais, marcado Nnegativamente (Js 7. 24-26), mas subvertido em simbologia de esperanca. Novas atitudes para refazer o projeto original. 0 marido (Deus) se propée a levar a esposa (povo) de volta ao lugar do primeiro amor, fala-lhe na intimidade, na profundidade do ser. Ali onde Israel passou a existir, onde deixara a escraviddo e experimentava viver em liberdade. E 0 ponto de conversao e retomo. O desejo se transforma em videira; a histéria de desgraca, num caminho de esperanca. A forca do amor divino rompe as barreiras sociais, convida seu povo a viver o milagre da restauracao. CONCLUSAO A reconstrucao passa pelo processo de ani- quilagao daquilo que foi instrumento para o afastamento do povo. No momento em quea esposa se entrega novamente ao esposo fica testabelecida a ordem natural da liberdade. Deus responde com chuva que fecunda a ter- ra, e esta responde com alimentos. Oseias nos apresenta um Deus sensivel, misericordiosoe ‘terno. Disciplina seus filhos para que retomem ao centro da sua vontade. eee MES TEXTO BIBLICO Oseias 4-6 TEXTO AUREO Oseias 6.3, nL Ey STD cre a) Liste) ree) CUTIES Rsary rea TTT 6 DU tty (erate Cee UMA CONTENDA COM DEUS INTRODUCAO Deus nado muda. Suas intengGes sdo perenes, contudo, o homem é um. ser limitado no tempo e no espaco. A dentincia de que a nacao havia se prostituido, de que havia infidelidade e afastamento foi acompanhada de disciplina e uma proposta de recomeco. Porém, 0 que se percebe é um novo afastamento. 0 profeta absorve seu chamado e interpela seu povo, tal como numa acao judicial sao enunciados uma série de delitos. Deus é honesto, nao se ocupa em criar um ambiente fantasioso. Isto em. nenhum momento se apresenta como crueldade. Ao contrario, o Criador tem o cuidado de apresentar a realidade a seus filhos para que pessam crescer e produzir frutos em meio as dificuldades. $6 depois de entender nossos pecados com uma intensidade acima de nossa capacidade de assimilagao, é que podemos compreender 0 real sentido da esperanca e perceber a jornada correta. A mensagem de Oseias passa novamente a demonstrar 0 amago da questao. Todo aquele desarranjo social era originado na quebra dos compromissos com a alianca. Nao hd verdade, amor e nem co- nhecimento de Deus. Vale a lembranca de que na cultura hebreia o conhecimento é mais do que adquirir informacao. Conhecimento esta vinculado ao que nés denominamos de relacionamento. 0 que faltava ao povo de Deus era intimidade com 0 Criador. RESPONSABILIDADE Para que ocorra um recomeco é necessario nao somente que se admita o fracasso como também que se saiba o teor do projeto ini- ial. Por isso, os que tinham esta fungao sao chamados 4 responsabilidade. Um sacerdote deveria ser um mediador do conhecimento auténtico de Deus, nao um funciondrio de praticas rituais, Todo processo de culto intentado por Deus foi pervertido em uma ido de mérito e excludente. 0 fator econémico-social passava a ser fundamental No relacionamento com a divindade. Como funcionario cultual, os sacerdotes passaram a viver da exploracao do pecado alheio, além de criar uma série de excluidos de Deus e da sociedade. Longe do templo muitos passa- vam a se entregar aos ritos do paganismo na ilusdo de conseguir colheita e expiacao de pecados. Nos fomos feitos povo sacerdotal por Deus. Temos a missdo de levar a presenca de Deus onde sé existem as trevas. As pessoas conhe- cerdo Deus por meio do nosso testemunho. Pior que, como no tempo de Oseias, falha- mos em nossa funcao sacerdotal e passamos apenas a mediar ritos religiosos e cédigos de conduta, disseminando culpa e medo. Temos afastado as pessoas de Deus. Os sacerdotes, ao se distanciarem de Deus, passam a praticas hedonistas e levam consigo uma degeneragdo moral de toda sociedade. Nao deixe de fazer o registro em seu intimo. Temos responsabilidade na degeneracao ee es moral de nossa sociedade. Nés conhecemos Deus. Temos 0 dever de ensinar as verdades divinas com nosso testemunho. CULTO SEM VALOR Deus espera se relacionar com sua criatura. Nossa conduta é fruto desta experiéncia com Deus e nao 0 inverso. Quando Deus domina nossa vida, passamos a exibir marcas que se manifestam no fruto do Espirito Santo. Por isso, um culto sem valor, esvaziado de sentido é tao danoso para a sociedade, pois 0 culto sem relacionamento é apenas um rito. Se falta a presenca do Espirito Santo, nosso culto € vazio de sentido. Sera apenas expresso de religiosidade. Como tem sido sua vida de oragao? A Biblia nos informa que o pecado cega nosso entendimento e passamos a racio- nalizar nossos erros a fim de encontrar uma explicagao em algum codigo de conduta individual. Tentamos justificar 0 que nao pode ser justificado. Por isso, Deus, em sua soberania, afirma que nada esta em oculto. Todas as coisas Ihe sao muito claras; nada fica obscurecido. Ele indica que a estrutura pecaminosa erguida corrompeu de tal maneira seu povo que perdeu totalmente a capacidade de se arrepender. Existe uma in tencionalidade, um “interior prostituido”, um dinamismo intimo do qual brota uma série de agées que acabam por forjar a estrutura pecaminosa que os acorrenta. O orgulho e o desejo de ser aquele que promove e legitima a prépria vida fazem eclodir a estrutura degenerada e pros- tituida. Este orgulho significa 0 pecado consciente, contando com o perdao ritual. A facilidade de se ofertar para seguir pe- cando impunemente. A confianca no rito obstaculiza a auténtica conversao. Todo esse processo acaba por interferir dentro de casa. Os filhos tornam-se alheios ao amor divino. Conhecem ritos de fertilidade, aprendem por meio dos sacerdotes de um deus despético excludente. LUTA SEM SENTIDO Quando nos tornamos reféns de nossa limi- ‘tagao passamos a ter objetivos igualmente limitados. 0 pecado coisificao homem, tudo passa a ter um valor efémero e consumivel, inclusive, nosso conceito divino. A lei havia se tornado um fim em si mesmo, tornando- se um patriménio individual, interpretada para atender desejos de poder. Tenha certeza de que nada é instantaneo. A vida sob o dominio do reino de Satands é 0 resultado de quem primeiro negligencia a leitura e estudo da Palavra de Deus (estatuto e alianca), depois a atitude de alienacao para com a comunidade (adverténcias com que protestara) e por diltimo seque o padrao de vida do reino de Satanas (seguiram as naces que estavam em derredor deles). Diante das feridas sofridas em decorréncia Mee er) Piece ee cats) do Espirito Santo. Bree eee tg da tem a natureza CTE Breed ed preciso saber quea obra que o Espirito RRC e i DOs ee Pe eect do préprio pecado, as duas tribos procuram. alento na Assiria. Nada mais sem sentido. Quanto mais nos afastamos de Deus mais produzimos feridas em nés mesmos. Oseias articula outra imagem desse tipo efémero de existéncia. A traca e a carie atuam de dentro com uma eficacia vagarosa. Feridas na alma que nao conseguem cura em nos- sos recursos. Somente em Deus podemos transpor nossas limitagdes. Andar sozinho € empreender uma luta sem sentido contra as misericérdias divinas. RECONSTRUCAO A cura estd em Deus. Esta deveria ser a mensagem testemunhada pelos sacerdotes. 0 relacionamento com Deus deve nos levar a um arrependimento. 0 reconhecimento de nossa culpa e debilidade para entregar nossa vida ao dominio divino. Nas maos de Deus, conseguimos perceber 0 real sentido de existéncia. Alguns que comecam a trilhar no caminho do reino de Deus demoram a perceber que 0 modelo foi modificado. Estes persistem em adotar um sistema de controle de qualidade, padronizado nos moldes do reino das trevas. Isto faz com que se negligencie a liberdade conseguida na graca e misericérdia divina. Desta forma, acaba por se construir uma imitagao barata do que deveria ser o cristia- nismo. Elabora-se uma série de regrinhas morais, produzindo uma falsa sensagao de seguranca. O que se observa como resultado é uma vida privada de sentido, limitada, que produz individuos frustrados e neuréticos. Jesus, por meio de sua vida, morte e ressurreigéo abre-nos 0 acesso a uma nova histdria. Nao ha motivo para se construir um sistema religioso para controlar nossas acoes, jé que Deus tem 0 dominio completo da vida de seus discipulos. CONCLUSAO A falta de fidelidade para com Deus ea quebra da alianca assumem varios contor- nos. Faltas que fazem eclodir no cotidiano uma alienagdo da vida comunitaria. Algo marcado pelo egoismo, pela vida com um fim em si mesma. Aqui tudo se perverte, as relacées humanas sao guiadas pelo senso de exploracao e divisdo (fornicacéo, impu- reza, libertinagem, ddio, discérdia, citime, rivalidade). Por causa disso a relacéo com Deus desaparece (idolatria, feiticaria) e as proprias pessoas acabam estragando em si mesmas a imagem e semelhanca de Deus (orgia, bebedeira). Causa e consequéncia so diretamente proporcionais. Quanto mais longe de Deus maior 0 caos manifestado na sociedade. Sem a verdadeira conversdo, torna-se impossivel experimentar 0 perdao divino. Embora em sua misericérdia, Deus intente a reconciliagdo, os culpados se iludem de que suas faltas nao serdo levadas em conta. Os limites de nossa vida efémera e finita sao cuidadosamente esquadrinhados e eviden- ciados por Deus na mensagem de Oseias. Por meio da Palavra de Deus ganhamos a nogao exata de quem nés somos. Nossas inadequa- (Ges sdo expostas como uma critica sincera as nossas aspiracdes. 0 profeta encara as limitagoes humanas, deixando claro que s6 existe um caminho para a vida plena. - Uma tinica via de acesso para a satisfacao: a fidelidade a Deus. Vivemos na era da graca, somos temple do Espirito Santo. Tudo o que Deus nos dé tem anatureza divina. Assim, é preciso saber que a obra que o Espirito Santo realiza em nds é eterna, completa e satisfeita. TEXTO BIBLICO Oseias 7-9 TEXTO AUREO Oseias 8.12 USOC eas RUDY ste sabes SEXTA SABADO Oseias 9.1-8 Pernt lay ae as nena CONSEQUENCIAS eS INTRODUCAO O profeta Oseias deixa claro em sua experiéncia com Deus que o projeto de liberdade celebrado na safda do Egito sé consegue éxito quando ‘o ser humano realmente se submete ao dominio divino. Enquanto insistirmos na ideia de autossuficiéncia a vida plena sera apenas utopia. Por mais que 0 aparato de propaganda do reino de Satanas tente iludir com um falso sentimento de liberdade e satisfacao, existe um sistema construido para tornar os individuos cada vez menos comprometidos com a sua comunidade e cada vez mais dependentes de sensacdes de alivio e bem-estar. 0 pecado age para que percamos qualquer iden- tificagdo com nossa humanidade, apenas respondendo a estimulos, tornando-nos “coisas”. 0 livro do Exodo informa que no dia em que Deus proclamou a lei, ele declarou 0 motivo e autoridade da nova lei: “Fu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da serviddo" (Ex 20.2). Nao € qualquer um que pode declarar uma lei, mas somente aquele que tem autoridade para isso. Deus evoca sua autoridade como libertador. Nessa autoridade, encontramos o motivo da queixa divina quanto ao comportamento enganoso do seu povo. 0 propdsito gracioso de Deus colide com as realidades da rebeliao do homem. Deus nos co- nhece por completo, nossas re fenc6es, nossas angustias, nossas ETE limitag6es. Por nos conhecer, trabalha em nossa exist€ncia para combater as causas de nossa opressao. A vida em liberdade é um aprendizado continuo. O FRACASSO NA VIDA DO POVO (7.7-12) Oanseio divino em demonstrar misericordia € manifesto no desejo de trazer Israel, seu povo maltratado e preso em suas limitagoes de volta a condicas planejada, com sade, bem-estar social, espiritual e material. 0 ‘termo“mudar a sorte” ou “sarar” estao apli- cados na tentativa de reverter a imoralidade e seu consequente sofrimento. Confinados em sua propria conduta, cerca- dos como um exército capturado pelas tro- pas de sua propria perversidade, o Senhor, a quem ignoram sistematicamente, esta bem préximo esclarecendo o dano que suas atividades infligiram a eles mesmos. A plasticidade das imagens criadas pelo profeta nos chama a atencdo. Demonstra de diversas formas possiveis que, apesar do caos experimentado, se nao houvesse uma ruptura com as estruturas de morte o futuro chegaria ainda mais sombrio. Nao adiantava analgesia; seria preciso uma intervencao direta no cerne do problema. No fabrico de bolos, 0 azeite tinha de ser misturado a farinha de trigo, e entdo se cozinhava no forno a massa resultante. Quando Israel se misturou com a idolatria, nada de bom poderia resultar. Isto é, Israel era um bolo deixado a queimar sobre carves acesos, mas nao virado. Descartavel, inutil, destrui- do e esvaziado de sua funcdo original. Como Sansao, Israel nao esta consciente de sua fraqueza; sua arrogancia faz com que nao. se vire para o Senhor. Todas as imagens construidas querem relatar a estupidez humana em depender de fatores limitados para ter um falso sentimento de seguranca. Israel clama pelo Egito contras- tando com sua incapacidade de clamar a Deus, enquanto sua viagem para a Assiria os impede de voltar para o Senhor. AS CONSEQUENCIAS DO ERRO (7.13-16) A pega juridica vai se desenvolvendo por meio de varias denuncias, acusagdes até que as provas contra Israel sao incontestaveis. 0 profeta clarifica 0 tempo todo que o propé- sito divino sempre foi a misericérdia, graca @a construcao de uma vida plena, enquanto 0 povo insistia no vaguear, mentir e 0 rebe- lar-se. As desastrosas politicas externas sao uma afronta contra Deus. 0 comportamento ingrato de Israel é bem delineado nestas aces: a) Fugiram — traz a ideia de quem tenta deliberada e desesperadamente escapar da soberania de Deus; b) Rebelaram-se — designa uma tenta- tiva de tomar o poder, um motim contra o dominio divino; ¢) Falam mentiras — destaca a fraude que havia se tornado o comportamento de Israel, o falso arrependimento, a crenca que a estabilidade externa dependia de suas proprias artimanhas. As atividades religiosas estao teatralizadas e sem nenhum sentido pratico de existéncia. Sem as motivacées corretas, 0 processo de adoracao passa apenas a satisfazer um desejo pessoal. Prima-se por tudo que pode maquiar a falta da presenca divina. ATITUDES INCONSEQUENTES (8.1-8) Ahistéria nao € algo instantaneo, fruto de um acaso e nem performada num processo cidlico. Antes, construida sequencialmente hum movimento ao longo de um tempo cronolégico com contornos excessivamente progressivos. Por isso, nosso Deus, que nao esta limitado ao tempo e nem & histéria, insiste em nos informar que o afastamento do centro de sua vontade nos condiciona a um assoreamento e a um futuro cada vez mais comprometido pelo pecado. O progresso de degeneracao é sempre acom- panhado por intmeras sinalizacées divinas. 0 terceiro discurso de uma série inicia-se com adverténcias expressas em imperativos. A ndicagao da deslealdade para com Deus é sucedida da proclamacao divina das conse- quéncias sofridas em decorréncia do que se tem construfdo. 0 culto apresentado apenas indica que 0 povo segue firme na jornada de autodestruicao. Por isso, a dentincia con- tundente que se alastra ao povo. Contudo, perpassa também pelos lideres politicos. A monarquia fora instituida para que o rei fosse o representante de Deus na terra. 0 rei fora declarado “filho de Deus” (SI 2.7; 89.27). E, dessa forma, governar por incumbéncia de Deus e deveria representar 0 governo de Deus. Por isso, 0 reinado em nome de Deus nao poderia ser outra coisa senao 0 direito dos pobres, a protecao dos fracos e a libertacao dos oprimidos. 0 que ocorria era justamente 0 inverso. Numa sociedade marcada pelas trevas, as comunidades cristas devem estar atentas para sua vocacao de SER 0 agente transformador do mundo. A Gnica forma de realizar isso é nao reproduzir a injustiga, mas denuncia-la de forma profética. Misericordia ocorre por definicéo quando nao recebemos aquilo que por merecimento deverfamos receber. Isto é, um cidadao do reino age sempre permeado pela misericérdia divina. 0 servico, 0 amor, a consideracdo demonstrada em nossa comunidade deverd sempre ser incondicional. Voltamos ao ponto da responsabilidade de exemplo de mutualidade dentro da comu- nidade crista. A histdria dos reis de Israel 6a historia da nao realizacao da ungao por parte do ungido. Nés, povo santo de Deus, fomos chamados para exercer 0 governo de Deus onde vivemos. Por quantas vezes falhamos Pe) e, em vez de exercermos um bom exemplo de cidadao do reino, estamos procedendo como os reis, levando pessoas a perdicao. INCONSISTENTE (8.9-14) Se vivemos em comunhao com Deus e presta- mos uma real adoracao a ele passamos a viver como ele. Expressamos em nosso viver uma ética do reino. Porém, se adorarmos qualquer idolo deste mundo passamos a ser como eles, perdemos a humanidade, perdemosa sensibi- lidade. Por meio de seus preceitos e leis, Deus indica o caminho para que o povo aprendesse a viver em liberdade. Ou seja, aprendesse a nunca mais viver na escravidao, a viver na justica e fraternidade, a ser um sinal de Deus no mundo pelo abandono de velhos habitos. Deus nao nos abandona, ao libertar-nos para uma nova vida, existe uma indicacao de como se viver esta vida nova. Porém, mesmo diante de tanto cuidado, 0 povo preferia voltar a idolatria, tornando sua vida inconsistente semelhante ao seu culto. IMPEDIDOS (9.1-8) Na terra que pertence a Deus, 0 povo se esmerava em prestar adoracdo a deuses de outros povos. 0 cativeiro j4 se manifestava na idolatria. Por isso, ser enviado a outros povos seria um processo pedagdgico para que de longe vivificasse a meméria a res- peito da pessoa de Deus. 0 afastamento traria a experiéncia do estranhamento para conseguir reimprimir a imagem de ideal de vida plena. A festa da colheita era uma metéfora da vida. Quanto maior abundancia melhores expectativas de vida, mais Israel se conven- cia da integridade de sua religiao. Era preciso uma intervencao divina porque se a pros- peridade fosse acompanhada de apostasia, isso reforcaria os costumes pagaos. Oseias anuncia o remédio divino. 0 exilio torna-se a intervencao amarga, porém, necessaria. CONCLUSAO O modelo iddlatra que Israel sequiu em seu tempo tem contornos diferentes dos ritos religiosos de hoje. Mas, no intimo, ambos nao vao além de uma tentativa de manipu- lacao do sagrado em beneficio préprio. Nao passam de complexos erquidos e baseados na qualificagao e no mérito. Quanto mais se faz, mais se merece. Enquanto no reino de Deus, 0 padrao vem pela justica (misericordia) divina. Justamente porque nao merecemos é que nos abrimas ao encontro com Deus que nos quali- fica a viver no seu reino sob seu comando. As aces praticas é que identificam quem exerce 0 dominio em nossa vida. 0 relacionamento com Deus produz uma visao amplificada de mundo. Existe uma ampliagao de nossa cosmovisao. 0 entendimento do projeto de graca e misericérdia deve gerar no cidadao do reino uma atitude constante de adoracao. Como esta seu relacionamento com Deus? eee ea eS TEXTO BIBLICO Oselas 10-14 TEXTO AUREO Oseias 14.9 LEU BUYS Chacre gers Cert) Cin Oeste er es PUL Ceo P eed ears creas EST Cc Ce phic rca Lee EXORTACAO AO ARREPENDIMENTO INTRODUCAO A Biblia relata que Deus nos criou a sua propria imagem e semelhanca (Gn 1.27). Nesse momento, a comunhao com o Criador era tamanha que a criatura experimentava viver por caminhos desenhados por Deus. Deus era 0 agente que personificava a vida. Por isso, havia a adver- téncia: “mas ndo comerds da drvore do conhecimento do bem e do mal; porque no dia em que dela comeres, com certeza morrerds” (Gn 2.17). No dia em que passamos a determinar nossos caminhos, passamos imediatamente a construir caminhos de morte. Satands sempre age com engoda, tentando insuflar nosso ego. Olhar para nossa vida e acreditar que tudo que foi construido como consequéncia de mérito e capacidade propria. 0 primeiro pecado traz consigo o mesmo DNA de todos as outros, a alienacao do criador, um olhar autocentrado para projetar a existéncia. Seja no Eden, em Samaria, em nossa vida a rvore do bem e do mal é a aquisicao por autonomia com consequente queda. Quando vivemos segundo nossos padrées, estamos sob uma lei moral, que nos faz discernir erroneamente entre 0 bem e o mal. No pe- cado, nao estamos em comunhao com Deus e sempre decidimos errado. Israel ja havia sido uma vinha fecunda. Com 0 alvorecer econémico, acreditaram que poderiam subsistir sozinhos e abandonaram a comu- nhao com Deus. A prosperidade fomentou a construcao de uma religido falsa quando cegou 0 entendimento de que Deus em sua graga era quem proporcionava toda aquela abundancia. As destruigdes do aparato religioso e da monarquia ocorrem como consequéncia de sua propria limitacdo. 0 rei, desmembrado da ungo divina, torna-se uma estrutura fragil e sem consisténcia. Como uma lasca de madeira nao possui valor e utilidade, por isso, jogado de um lado para 0 outro. VEXAME (10.8-15) Sabe aquela tatica que o treinador do seu time adotou que resultou naquela derrota infame, numa goleada histérica que produziu um vexame de proporcées dantescas? Pois 6, foi bem pior 0 vexame que Israel daria naquele tempo. Oseias esclarece que sequer o {dolo possuia valor material maior do que o empregado na sua confeccdo. Sem nenhum esboco de vida, permaneceria imével e mudo quando toda estrutura da vida fosse desmantelada. A impoténcia de idolatria demonstra a inoperancia do projeto de nacao que fora empregado. Tudo que projetamos longe da vontade divina nao pode oferecer nenhum tipo de garantia. A vida nao subsiste sem 0 reinado de Deus, os espinheiros tomam o lugar dos bosques verdejantes, as consequéncias de uma vida pecaminosa passam a re- verberar em toda ambiéncia. Nao ha um meio termo; nossas decisdes acabam por interferir em nossa existéncia de forma integral. Obviamente que as relagdes com 0 trabalho nao ficariam excluidas dessas consequéncias. 0 registro feito no livro de Génesis a respeito de Addo traduz o sentimento do profeta ao discutir como 0 trabalho e seus frutos foram também pervertidos pelo pecado. A Biblia relata que, antes de pecar, Addo vivia em plena comunhao com 0 Criador. Essa comunhao era tanta que Adao foi feito coparticipante das obras da criagdo e 0 nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o nome deles (Gn 2.19). Lembre-se da importancia do nome na cultura dos hebreus. Dessa forma, a intimidade entre os dois é tanta que dar o nome seria uma leitura ou até mesmo uma definicdo da personalidade. 0 homem participa de uma empreitada que transcende a limi- tacao que conhecemos. Mesmo porque a cada etapa da criacao existe a declaracao: “e viu Deus que era bom”. Porém, apds 0 pecado, o homem se tornou alienado de Deus, perdendo a comunhao e traba- Ihando para a subsisténcia, em labores limitados e efémeros: “(...) Do suordo teu rosto comerds o teu pao (...)” (Gn 3.19). 0 individuo longe de Deus perde sua capacidade de eternidade. Por isso, um cidadao do reino entende que sua vida, seu trabalho, suas conquistas devem ser postas ao servico de implantacao do reino de Deus na terra. 0 FILHO PRODIGO (11.1-12) 0 profeta passa a pregar sobre a reflexao feita por Deus na caminhada com seu povo, as expectativas construidas e o fracasso de Israel. Oseias vai refinando a metafora e Deus deixa eclodir nao mais a figura de um pecuarista ou lavrador. 0 que surge para traduzir em linguagem inelegivel ao homem € a nogao de um Deus que é pai. A graca divina ganha contornos insuperaveis no Antigo Testamento. 0 Senhor trata o seu povo com uma compaixdo impar. 0 desen- volvimento da imagem paternal supera a figura sobre o amor conjugal. Quando tudo parece perdido pela resisténcia da esposa, 0 amor incrivel de Deus supera. A pena do adultério pode ser revogada, numa metafora do cuidado extremo da esperanca que brota em Deus. ALUTA (12.1-14) Reconhecer Deus como Senhor, entrega-lo ao dominio de nossa existéncia é a tinica forma de promover o acesso a uma vida plena em liberdade. Oseias, repetidas ve- Zes, nos indica que sem o dominio de Deus ganhamos uma vida tacanha, limitada que ndo se sustenta. A declara¢ao irénica de Efraim apascentando o vento remonta que a frenética atividade religiosa de Israel era como alimentar-se de nada. Isto é, nao tinha nenhuma consisténcia, por isso viviam de mentiras e violéncia. Nao hd vida fora do dominio do nosso Deus. Ja afirmamos segundo a experiéncia do profeta que, quan- do negamos o dominio de Deus em nossa vida, passamos a exibir os frutos do reino de Satands (mentira e violéncia), estamos sempre com um sentimento de insatisfacdo (alimentam de vento) e construimos relacio- namentos desarménicos. A luta de Jacé no Rio Jaboque é evocada para salientar a experiéncia com Deus que Israel precisa construir. Isto porque a despeito de sua vida fraudulenta, apesar de suas atitudes que o levaram até ali, essa luta representa um longo periodo fugindo de si mesmo e de Deus. Em meio a prova, mergulhado em si mesmo, Jacé consegue perceber 0 caminho de saida do novelo embolado que representava sua existéncia: “Nao te deixarei ir se ndo me abencoares” (Gn 32.26). Existem pontos de convergén- da de nossa vida que modificam todos os parametros de nossa existéncia. Israel es- tava desperdigando todas as oportunidades oferecidas por Deus. EFEMERO (13.1-8) Dessa forma, Israel torna-se efémero como a neblina. A instabilidade humana é um fator que corrobora para sua sabedoria finita. A certeza do juizo é fruto de quem resolveu limitar sua exist€ncia passando a depender de apenas aspectos sens . Oseias nos mostra que a nacao nao vai além de seu carater. Somente nas maos de Deus, que in- siste constantemente num relacionamento pessoal, é que conseguimos transpor nossas incongruéncias. TEMPO PERDIDO (13.9-16) Amensagem do profeta esclarece um Deus que ama de forma insistente e consistente. Ou seja, um Deus que de forma clara inte- rage com a criacao oferecendo oferta por salvacao, oferta para modificar a condi¢do humana. Imprime marcas profundas para demonstrar seu amor incondicional. Tal como um deserto, lugar indspito, sem vida, é transformado por causa do cuidado e providéncia divina. Aruina é fruto das escolhas erradas; Israel se mostra negligente e autodestruidor. A culpa néo é um sentimento subjetivo, antes a formatacao da iniquidade acumulada. As dores de parto indicam sinalizacao de que o exilio, fruto daquele pecado, esta se aproximando. RECONSTRUCAO (14.1-9) A experiéncia de Oseias apresenta para todos um Deus que é Pai. Provedor, protetor que ama incondicionalmente. Com isso, ‘trouxe esperanca e forca para enfrentar as limitagdes do ser humano. As béncaos da salvagao ndo sao consequéncia do capricho divino, muito menos da mudanga de atitu- de do povo. Estao baseadas na realidade eterna de Deus. Para nés, o profeta Oseias nos rememora que ha uma forca expressa capaz de que- brar esse circuito fechado do egoismo, pecado e morte. Essa forga é 0 proprio projeto de Deus que nos foi apresentado no projeto de mutualidade revelado em Jesus morto e ressuscitado, que comunica seu Espirito. Em Jesus, Deus anistiou a humanidade envolta e arrastada pelo ego- fsmo. Com a sua ressurreicdo, fomos feitos vitoriosos e ressuscitados com ele, aptos a construir uma vida comunitdria no Espirito. Portanto, a vida no reino de Deus é fruto de um engajamento, uma op¢ao consciente acompanhada pelo sério compromisso de viver segundo 0 Espirito que animou Jesus, que é 0 Espirito da vida. Assim, fazer viver entre nds “o Espirito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos” (Rm 8.11) é repro- duzir, na nossa condicao humana, aquelas opges de vida que orientaram Jesus até o fim. Construgao de um ser Kumano pleno, que nao é vitima do fatalismo cego, mas construtor da vida que reflita a propria vida que Deus deseja para a humanidade. AsrelacGes sociais adquirem sua verdadeira feicdo, eliminando tudo que possa conduzir a injustica, egoismo e morte. TEXTO BIBLICO Joel 1-3 TEXTO AUREO Joel 2.28 DIAA DIA EE TSEES SUD yY a aiace.| eee papa OTE Joel 2.12-17 aa Paice Cry Joel 228-32 7 DOMINGO cee PROMESSA DA EFUSAO DO ESPIRITO INTRODUCAO Todo profeta tem um tempo. Possui um passado, participa do cotidiano e, consequentemente, projeta um futuro. Os profetas nao eram indivi- duos desconectados com as dores de seu tempo. Nao eram ingénuos, nao enxergavam a realidade ao seu redor de maneira superficial. Seu olhare sua escuta alcangavam 0 amago que néo se revela ao observador desatento. Sua agao, reacao e proposi¢do visavam romper com estru- turas que suscitavam medo e terror. Como nao poderia ser diferente, Joel é um profeta ligado aos grandes temas de sua época. Alguém profundamente envolvido com as crises que ameacavam sua gente. Para ele, a precariedade da vida nao era coisa do destino. Interpretava a sua experéncia permeada pelo seu relacionamento com Deus. Nesse ambiente cheio de ambiguidades, o profeta ira se mover num contexto de calamidade que se abatia sobre Juda. Logo, a terra que estava sendo devastada era um dos lagos mais fortes entre Deus e seu povo. 0 aprofundamento da crise trazia consigo problemas religiosos, econdmicos e sociais. Trazia também algozes que se aproveitavam da fragilidade e sorviam tudo que restava as pessoas. Havia exploragdo econdmica, trafico de criangas (JI 1.6,7), idolatria e pecaminosidade. Joel exerce seu ministério no Reino do Sul; sua percepgao é aguda e suas conclusdes repletas de graca e beleza. Sua mensagem remonta anocao MEE da soberania, compaixao e perdao divinos, parametros corretos de culto ¢ a esperanca do dia do Senhor. Seu nome significa “Javé é Deus”, uma proclamacao de fé no Deus de Israel. 0 profeta testemunha uma certeza que fara toda diferenca na crise que ele e seu povo estao envolvidos. CRISE (1.1-20) Ja bem no inicio do registro de sua experiéncia, nosso profeta relata uma série de catastrofes que impressionam. A situagao é severa; o que se apresenta leva-nosa crer numa impossibilidade de se reverter o quadro. Sabernos como ¢ dificil lidar com as crises da vida e a experiéncia de Joel é um chamado ao enfrentamento, sem fugas nem subterftigios. Aponta para um caminho que leva a ruptura com a cise e 0 desespero. Sua vida néo foi ressignificada pela situagéo calamitosa. Antes, ele a utiliza para ensinar e descobrir 0 acolhimento divino. 0 que fora registrado parece nao ter prece- dentes em Juda. Uma espécie de processo concéntrico que resulta em constante apro- fundamento. Sucessivas devastagoes por gafanhotos designadas por quatro termos para nos indicar a totalidade da destruicéo. Uma longa estiagem proporcionando uma seca terrivel, incéndios e inevitavelmente a fome. As arvores frutiferas estao secas, os campos assolados, a colheita perdida, sementes roubadas, armazéns demolidos, destruicdo pelo fogo. Tudo que era impor- tante a sobrevivéncia simplesmente estava desfeito, A descricao da crise é extensa e serve para demonstrar a complexidade do que se estava enfrentando. 0 caos trouxe instabilidade emocional para a comunidade em Juda. Tudo parecia perdido, o luto estava instalado. Se o presente encontra-se con- turbado, o futuro apresenta-se assustador. Joel nos apresenta profunda senso de iden- tificagao com as dificuldades de sua gente. Como homem de Deus nao esta alienado e os contetidos de sua esperanca sao 0 com- bustivel para o enfrentamento. Aprendemos com os profetas que ndo podemos estar a margem das questées do nosso tempo. A vida que nos foi proposta em Deus nada tem aver com alienacao, com fuga da realidade. Somos chamados para sermos resposta a incompletude de nossos contempordneos. SAIDA No texto do profeta, o constante uso de im- perativos (ougam, prestem atencao, contem, acordem, chorem, gemam, fiquem tristes, vistam-se, venham) denota uma urgéncia de acao, além de impedir a acomodacao e trazer uma convocagao a desinstalacao do estado de crise. A construcao de contrastes (fecundidade x esterilidade; frutos x carestia; pastagens x gafanhotos; festa x luto; hino x stiplica) evidenciando que a realidade manifesta esta distendida do que Deus havia projetado ‘COMPRONMISSO 27 para seu povo. Nao bastava a proximidade, a solidariedade com os que sofriam tornava-se necessério demonstrar o projeto ideal. UM CHAMADO AO COLETIVO (2.1-32) Na crise, é preciso reencontrar com Deus, € necessdrio encarnar o projeto de vida proposto e experimentar o carater coletivo da comunidade. Ser um servo de Deus nao significa ter apdlice contra os problemas. Contudo significa viver a experiéncia com “~ Deus e ser cuidado por ele em todos os mo- mentos. 0 chamado divino na mensagem do profeta quer despertar aquilo que havia se perdido. Joel aponta caminhos pedagégicos para superar as crises existenciais. 0 caminho dos ancidos é uma convocagéo para ouvir a fim de bem aconselhar. 0 interesse do profeta esta fundamentado nos actimulos de anos e nao em privilégios. Apela para aqueles que guardam a memoria das intervenges de Deus na vida do povo. A fungao destes é portar a memoria coletiva e contar as geracGes sequintes os atos de Deus na historia. A memoria de liberdade. 0 caminho do cora¢ao é a proclamacao de que existe a necessidade de conversao interior e profunda e, por isso, apela aos co- ragdes dos ouvintes. Joel enfatiza que estas sao “palavras do Senhor” (JI 2.12), tem um grau de urgéncia e ao mesmo tempo ofe- recem uma esperanca. Esse caminho impoe um novo engajamento. A sobrevivéncia do povo estava em jogo. Sem atitudes icono- grdficas, sem atos apotedticos, o culto de- veria ser uma expressdo de identificagao da propria limitacao e prostracao na presenca de Deus. 0 coracao, para o hebreu, nao era somente o centro das emogoes, mas, tam- bém, de toda razao. Assim, rasgaro coracao trazia consigo a ideia de rasgar todas as certezas, toda autonomia e converter-se ao dominio de Deus. O “dia do Senhor” é 0 instante em que Deus irrompe na hist6ria da humanidade fazendo a intervencao necessaria. Por isso, testifica-se num caminho para superacao do caos. Aquele que vive sob o dominio di- vino sua vida transcorre debaixo da vontade de Deus. Por vezes, tais intervencdes sao doloridas, contudo, necessdrias. Devemos clamar para que Deus abra as portas, mas para que também soberanamente feche as portas que nao sao de sua vontade. Perceba a forca das metaforas deste dia (JI 1.15; 2.2,4,6,10,11,15,18; 3.4), em que Deus esta realizando um julgamento puiblico. Aqueles que estiverem longe do centro de sua vontade nao subsistirdo; nada existe sem a presenca divina. 0 caminho do Espirito de Deus trara legiti- midade e autenticidade ao enfrentamento das batalhas do cotidiano. 0 Espirito é a forca divina. Viver nele é encarnar-se na realidade divina. Os que vivem no Espirito entendem que a libertacdo é sair de si mesmo para os outros, da mesma forma que Jesus saiu de si mesmo para viver e servir entre nés. Uma forga expressa capaz de quebrar esse circuito fechado do egoismo, pecado e morte. 0 pro- jeto de Deus, de mutualidade revelada em Jesus morto e ressuscitado, que comunica seu Espirito. Na efusdo do Espirito, Deus anistiou a humanidade envolta e arrastada pelo egofsmo. Entao, diante do Pai e da comunidade, o Espirito da testemunho da docilidade, da obediéncia, do servico de todo o que esta sob seu dominio. Nao ha necessidade de magia, transe, espetaculo, éxtase ou sinais esotéricos. 0 testemunho do Espirito é autenticado no servico e na decisdo de responder ao seu chamado. MUDOU A SORTE (3.1-21) Iniciamos nossa jomada com Joel percebendo 0s efeitos de uma crise sistémica sobre aqueles que caminham distantes de Deus. Apés 0 cha- mado ea conversao, o profeta deua resposta de Deus as oragdes de seu povo. A promessa divina de que nao faltaria acolhimento e cuidado a partir do poder do Espirito derramado a todos. Porque todos aqueles que clamassem seriam salvos. Existe abundancia e dignidade; 0 povo de Deus nao serd envergonhado. As nacées chamadas a guerra seriam der- Totadas, a era da efusdo do Espirito de Deus seria simbolizada por uma inversdo comple- ta dos simbolos. Instrumentos agricolas que deveriam produzir 0 bem-estar coletivo sao transformados em instrumentos de guerra. Nao existe necessidade de armas sob 0 do- minio de Deus. Existe paz e confianca, nao no aparelhamento do Estado e nem em sua forga bélica, A forga vern de Deus. Em nossa caminhada, somos desafiados a fazer escolhas mediante os desafios que a vida nos impée. Nessas circunstancias, omedo: cresce e parece dominar as nossas agoes. Contudo, quando examinamos as Escrituras Sagradas observamos as maravilhas e a provisdo de Deus testemunhadas por pessoas como Joel, que superaram obstaculos pela fé no Criador, que se solidarizaram com seu povo enosimpulsionam a viver de forma relevante. Peer mE) EBD 6 UMA TERRIVEL DESCRIGAO TEXTO BIBLICO Amés 1-3 ‘TEXTO AUREO Amés 3.3 INTRODUCAO cute ets Completamente diferente de seus antecessores, AmOs nao aceita 0 reformismo, ou seja, propde um rompimento total com a estrutura vigente. Os contetidos da alianca outorgada por Deus ndo pode- riam ser experimentados dentro daquele tipo de sociedade. Todo sistema esta corrompido, somente uma ruptura total, da qual surja uma semente nova para germinar e florescer uma nova sociedade. BSL Cues 0 profeta clarifica que 0 que sera registrado é fruto de uma pes- CULE soa concreta que tem uma experiéncia concreta com Deus num TTL: momento histérico bem especifico. Desta forma, aprenderemos ae por meio da experiéncia de um homem humilde, trabalhador Basar tempordrio, da pequena cidade de Tecoa localizada préximo a ulead § Jerusalém, em Judd, que 6 comissionado por Deus para exercer Bos ieee) seu ministério no Reino do Norte nos dias de Jeroboao. Eram dias de prosperidade econémica iluséria, ao mesmo-tempo em que o Reino do Norte experimentava um desenvolvimento inigualado, sofria com uma grande desigualdade social e uma degeneracao moral. Samaria atinge uma alta densidade popula- cional, uma atividade econdmica frenética, construcao de edificios luxuosos € espléndidos, aumento dos recursos agricolas, florescimento de uma industria téxtil e tinturaria. Internacional- mente, controla rotas comerciais e amplia 0 territério ao custo de batalhas, ceifando vidas de inocentes. Enfim, Am6s nao defrontou com um Es- tado fragil. Essa prosperidade ocultava a decomposicao social e moral, pequenos agricultores estavam a mercé de uma enorme carga tributaria e de graves cala- midades, 0 que os expunha ao embargo ea muitas vezes terem que vender seus filhos ou eles préprios servirem como escravos. A corrupc¢ao religiosa tinha também um papel importante nesse caos, embora os grandes santudrios estivessem abarrotados @ abastecidos, numerosos santudrios pro- moviam cultos de fertilidade e prostituicao, outros vendiam ritos e sacrificios para garantir a tranquilidade de quem poderia pagar. A alianca com Deus converteu-se em uma lei morta, era recordada em ordem liturgica, mas sem nenhuma influéncia na vida didria do povo. ELENCO (1-3) A mensagem 6 iniciada de forma bem inteligente, ndo remonta um tribunal co- mum, contudo, um processo que o profeta representando a figura divina, 0 parceiro da alianga, discute com 0 outro parceiro, 0 povo de Israel. 0 profeta envolve seus ouvintes, elencando os erros de outras nages e, pouco a pouco, vai apertando o cerco até chegar a casa. O elenco de crimes é bem sortido onde Damasco é acusada, arrasando de forma cruel e violenta 0 territdrio de Gileade; os filisteus, de praticar trafico de escravos; os fenicios de Tiro, de violar o pacto que estabeleceram com outra nacao; Edom, de nao ter compaixdo, nem ajudar outra nacao que sofrera uma invaséo; Amon, de trucidar mulheres gravidas para conquistar o terri- torio de Gileade; Moabe, de se recusar a sepultar 0 rei inimigo, o que era o maximo. da imoralidade, pois assim 0 defunto se tornava maldito; Juda nao obedeceu a lei de Deus e praticou idolatria. Até agora poderiamos supor que os ou- vintes da mensagem profética estivessem tranquilos, nada fora dito a respeito de Israel, apenas dos outros povos. Esse é 0 efeito surpresa que o livro quer produzir. 0 profeta comeca agora a enumerar os crimes cometidos pelo povo que se considera escolhido. Por isso, sao ainda mais graves, Deus havia intentado, pela eleicdo, fazer com que seu povo fosse luz para todas as nacoes. A vidasob o reinado de Deus deveria produzir uma sociedade de equidade, austeridade e justica. 0 profeta aponta o elenco de crimes de Israel, todos dizem respeito a violacdo da justiga: "(...) vendem o justo por dinheiro (...)” — desprezo ao necessitado; "(...) vendem o necessitado por um par de sandilias (...)”— escravidao; “(...) pisoteiam o fraco no chao (...)”— humi- Ihagao e opressao; “(...) desviam 0 caminho dos pobres (...)”— falsificacdo do anseic por justica; "(...) diante de todos os altares se deitam sobre roupas penhoradas (...)” — falta de misericordia; “(...) no templo do seu deus bebem o vinho de juros (...)”— uso indevido dos impostos. Repare que existe da parte de Deus uma identificagao de culpados e de vitimas. Os criminosos sao aqueles que se utilizam do nome santo de Deus para justificar e en- cobrir suas atrocidades. Por isso, o Criador deixa claro que escolheu um lado da ques- tao, o profeta Amds nos revela um Deus que escolhe as vitimas, 0 justo, o necessitado, 0 fraco, 0 pobre, sdo estes que recebem 0 acolhimento divino mediante a atividade impiedosa dos poderosos. 0 profeta retoma a mensagem, menos poético como na primeira parte e passa a criar um manifesto estético, de que ndo existe sorte ou azar. Nao se trata de destino, trata-se de viver a consequéncia de escolher a distancia da proposta divina. A causa da destruicdo que viria era tao somente a chocante injustica e opressao perpetuada e desmedida naquela socie- dade. Nao haveria espaco para jeitinhos ou remendos, destruir toda aquela estru- tura era a consequéncia classica para que pudesse surgir uma nova via de acesso ao projeto original. OSER DE DEUS Amés traz todos os povos para 0 mesmo. plano de discussao, amplia os horizontes de seus ouvintes quando contrapée ao elenco de crimes a integralidade do ser de Deus. Um ser pessoal, que se relaciona e se identifica nas intervenc6es salvificas ao longo da his- tOria, em projetos de esperanca manifestado em ocasides como na libertacao do Egito, na protecao no deserto ena lideranca e luta contra os inimigos. 0 tempo todo Deus faz questao de rememorar que seu intento é 0 relacionamento. Esse é um dos sentidos do ministério do profeta, perpetuarna memoria de seu povo a imagem divina para que se mantenham no caminho da justica. A sua vida tem trazido a memoria das pessoas as intencdes deste Deus pessoal? Sua vida tem, sido um testemunho deste Deus que deseja se relacionar com todos? Ao se afastarem de Deus os homens recria- ram uma sociedade excludente e opressora do qual Deus havia libertado 0 povo. Nem mesmo toleravam aqueles que preservavam, a memoria das intences divinas e exigiam uma correcao de rumo. 0 JULGAMENTO Deus, mesmo no éxodo, havia lancado as bases dessa nova sociedade, em que tudo se iniciava com a manutencao de um relacio- hamento com ele. A lei nao era o caminho, apenas servia como um ponteiro numa estrada, evitando desvios de rota. Assim, se seguissem os intentos divinos, 0 povo nunca mais viveria na escraviddo, conservaria 0 estado de liberdade, viveria na justica e fraternidade, seria um povo organizado e uma amostra da vontade de Deus, chegando a pratica perfeita do amor. No julgamento profético, delineado pelos as- pectos da alianca, Deus 6a parte interessada que discute com a outra parte, apontando as irregularidades que existem dentro desse relacionamento da alianga. 0 julgamento, parte do principio de tudo que foi elaborado, na saida do Egito que, ao mesmo tempo, € 0 acontecimento que da origem ao povo de Is- rael. Por que a insisténcia divina em voltara esse acontecimento? Pois ali é 0 exato ponto de convergéncia, foi ali que os dois projetos foram expostos de forma existencial. 0 povo havia clamado, Deus ouviu e resolveu fazer a intervengio direta. Desde entao as coisas deveriam se processar do modo divino. Esse foi o instante em que Israel se comprometeu a fazer diferente, a nao reproduzir a vida no Egito. 0 ato de libertacdo implicava uma nova forma de viver, que testemunhasse a todos que Deus é a origem da liberdade e vida. Pense um pou- co. Deus nao nos abandona ao libertar-nos para uma nova vida, existe uma indicacao de como se viver esta vida nova. Deus conhece as angustias do seu povo, em cada angtistia causada pela vida em escravidao no Egito; no reino de Satanas, Deus conhece uma causa. Para cada causa, ele profere uma lei, um mandamento, As- sim, cada mandamento combate uma das muitas causas de opressdo que fazia 0 povo chorar no Egito e até hoje faz na escravidao do pecado. CONCLUSAO Amés imprime imagens claras a sua audién- cia, primeiro a inevitabilidade da profecia. 0 profeta fala impulsionado pela palavra de Deus, que se apresenta a ele de forma imperiosa. As pessoas dominadas pelo sistema permanecem a margem da vontade divina justamente porque nao conservam em sua memoria as experiéncias salvificas de Deus. Combustivel essencial de esperanga de redencao. Outra imagem importante é a tentativa int- til de um pastor no resgate de uma ovelha em meio a um ataque predatorio. A ovelha nao subsiste por si propria, a estrutura de morte, a opressdo construida carrega em si sua propria destruicao. Toda opuléncia se findard, os altares ea falsa religiosidade nao conseguem ser alento na hora da angiistia. TEXTO BIBLICO Amos 4-6 TEXTO AUREO Amés 4.12 DIAA DIA eT ea) Dulas TERGA Ries ce CEPTS Ete y ates eta bee Pare ST Mr ed CITI CHAMAMENTO AO PERDAO INTRODUCAO O ser humano é um ser social, nosso comportamento no ¢ inato, ele é fruto de aprendizado. Sendo assim, em todo contetido biblico somos impelidos a viver em mutualidade. Uma vez membros da familia de Deus, tornamo-nos responsdveis uns pelos outros. Necessitamos assumir a responsabilidade de uma vida de rentincia, uma vida crista verdadeira para que assim auxiliemos 0 crescimento espiritual de no- vos membros do reino de Deus. Na nossa comunidade de fé devemos ‘trabalhar para um estado de cuidado miituo, individuos mais maduros cuidando dos recém-chegados. Criando também uma espécie de rede de cuidados em que cada um se coloca a disposicdo para amparar seu irmdo, os mais maduros assumem a responsabilidade de ser exemplo aos imaturos na fé. Uma crianca adquire os habitos encontrados em seus pais e irmaos mais velhos. Por isso, nosso profeta nao se contenta em fazer uma dentincia vazia; 0 pecado contra a alianca nao é uma particularidade ou uma discussao cultural. Antes se manifesta na manipulagao religiosa pela elite do povo preservando uma estrutura social perversa. Amés inicia sua terceira palavra da parte de Deus dirigindo-se especificamente a um grupo de mulheres ricas de Samaria. Elas viviam extravagantemente as custas da exploracao dos mais pobres, com a consciéncia cauterizada, criam que toda opuléncia era uma autenticagao de béncao divina. Porém, a mensagem profética faz um diagnéstico inverso, tudo que exibiam eram as provas de seus crimes. Sabemos que sao as acées praticas que iden- tificam quem exerce o dominio em nossa vida. Obvio que tais a¢des nao possuem um fim em si mesmo, antes, trabalham no flo- rescimento do que esta no interior. No reino de Satanas a mente do individuo é forma- tada para crer que se deve agir sempre em beneficio proprio. 0 modelo de existéncia é particularizado. Enquanto no reino de Deus 0 sentimento de felicidade esta vinculado num relacionamento com o sagrado que fluie se autentica no relacionamento comunitario. Paulatinamente, o profeta vai desmas- carando os pecados que levam 0 povo de volta a uma estrutura de escravidao, que fora superado no ato libertador de Deus no éxodo. Amés faz uma espécie de caricatura das instrugdes sacerdotais em Betel quando faz uma ironia ao sugerir que 0 povo entre no santudrio para fazer transgressdes. De- monstrando 0 culto esvaziado do sentido de adoragao e glorificacao divina, era algo egoista e motivado pelo espetaculo, servia apenas para justificar e esconder as injusti- as. 0 processo de adoracao nos torna seme- lhante ao Deus que adoramos. Se vivemos em comunhao com Deus e prestamos uma real adoracao a ele, passamos a viver como ele. Expressamos em nosso viver uma ética do reino. Porém, se adorarmos qualquer fdolo deste mundo passamos a ser como eles, perdemos a humanidade, perdemos a sensibilidade e nos coisificamos. JUSTICA SEM VINGANCA 0 profeta muda a direcao de suas palavras passa a descrever uma das expressdes da graca divina. Uma recapitulacao de eventos historicos que traziam a aco divina visando libertar seu povo da rebeldia. Quando Amés olhava para a hist6ria, ele via desastres que tinham se abatido sobre um povo que Deus estava tentando trazer de volta para si. A des- peito daqueles que escolhem viver longe da graca redentora, Deus apresenta provas do seu amor, demonstra ao longo da historia os frutos. da restauracao de quem entende o processo disciplinar. Em cada situacao limitrofe que se passava, 0s individuos cegos de entendimento nao enxergavam os cuidados divinos. Por isso, areciamacao de Deus por meio de seu profeta de que o comportamento da comunidade nao corresponde com a declaracao de fé, nao responde ao amor divino. Quando andamos com Deus comecamos a perceber que nossa vida ganha um ritmo e um sentido diferente. Deus possui um tempo certo de acao e 0 seu controle excede nosso entendimento. Possui- mos uma ansiedade que trabalha num sentido de tentar esquadrinhar a mente de Deus e tentar controlar seu tempo e sua acao. E 6b- vio, que quando procedemos assim erramos, acabamos por agir segundo a nossa inclinacéo para 0 pecado e até interpretamos a historia com um sentido errado da direcao de Deus. 0 profeta afirma que somos chamados a prestar contas de nossa vivéncia. Israel vivia tao grande alienacao que acabava por estabelecer um padrao de vida de- pendente apenas de seus anseios. Estar alienado de Deus é estar morto para vida e ser um escravo do pecado; fomos cria- dos para o louvor da gloria de Deus num relacionamento intimo com ele. Relacio- namento que se extravase em servico e mutualidade. CERIMONIA POSSIVEL Uma vez usado por Deus, Amés constrdi _uma argumentacao que provoca reacao em sua audiéncia. A indicagao de prestacao de contas é sucedida por um lamento do profeta que desenha um tipo de ceriménia flinebre, para ele a unica ceriménia cabivel naquela circunstancia. Um canto poético de luto que reflete a tristeza do profeta perante a situacdo de desalento em que Israel se en- contra. Nesse cantico, 0 juizo é tratado como se ja tivesse ocorrido e o lamento fala da queda irrevogdvel da nacao. A terra virgem, ainda nao conquistada, escolheu caminhar sozinha e serd conquistada e nao havera recurso humano que a levante. DESCARACTERIZADO 0 profeta mostra que os santudrios tradicio- nais deixaram de ser o lugar do verdadeiro culto a Deus, pois néo séo mais um lugar de encontro e compromisso com o Deus que promove liberdade, que exige justica e equidade. Os santudrios de Betel, Gilgal e Berseba eram frequentados pelos que “transformam o jufzo. em algo amargo e lan- Gam por terra a justica” (Am 5.7). 0 profeta afirma que onde a misericérdia é negada, Deus também é negado. Por isso, 0 profeta parece oferecer uma alternativa contradité- ria, ou seja, nao buscar a Deus nesses locais da religiao oficial e, sim, procurar Deus a fim de que tenham vida plena. Deus nao deseja ritos, festas, sacrificios, ofertas e miisicas; 0 desejo divino é que “cotta porém a justiga como as aguas, ea retidao, como 0 ribeiro perene” (Am 5.24). A misericérdia ¢ 0 direito tornam-se, na visdo profética, o verdadeiro santuario, onde o povo pode viver 0 compromisso com o Deus da libertacao. Isso se manifesta quando é trazida a lembranca que no éxodo. a intimidade com Deus da alianga era a verdadeira oferta de sacrificio. Pensando em nossa realidade, por mais estranho que possa parecer, 0 pove de Israel incorria num, erro muito comum a nés, separavam o que se fazia nas celebracGes do que se vivia no cotidiano. Quando isso ocorre, a fé se torna magia e a celebracao vira mero ritual com exibicao de privilégio. A vida deve ser um culto constante, somos 0 “templo do Espi- tito Santo”, moradia do sagrado. Trazendo a memoria a obra de servico presente em Jesus Cristo até a entrega total de sua vida. Recordar o que Jesus fez é continuar sua agdo em outros tempos e lugares, iluminando nosso presente com a pratica de Jesus. Como esta sua vida de culto? Ela reflete adoracao constante ou simplesmente um mero ritual? Se nao houver graca e misericérdia trans- bordante, diz o profeta Amés que Deus nao esta presente. ESTUPIDEZ Amés insiste na estupidez e nas claras consequéncias do orgulho de Israel por sua vida libidinosa, com luxo desmedido, cuja impiedade complementa a extravagancia do culto e mostra o tamanho da teimosia do povo por uma adoracao pervertida e uma falsa sensacao de seguranga a custa da exploragao do outro. Nao existia nada que pudesse ser digno de elogio em Israel. Em sua tolice otimista, imaginavam que toda aquela vida se sustentaria sozinha. Nao acreditavam na mensagem que lhes dizia que o fim estava préximo. Uma vezalienados de Deus, perdemos a sensibilidade de ouvir testemunhos, nossa altivez leva-nos a crer que podemos ser maiores que tudo e todos. Por essa causa Amés apregoa que os lideres dessa situacao serdo os primeiros a irem para 0 exilio. CONCLUSAO Oorgulho de Israel o convergiu a um estado de degradacao moral e idolatria que refor- Gava a auséncia divina de toda aquela estru- tura. Sem Deus nada existe; sem a presenca divina construimos estruturas temerdrias que trabalham para propagar um estado de medo e terror. 0 exilio é consequéncia de uma vida pautada na sabedoria limitada do homem. A invasdo da Assiria é resultado de ter deixado o dominio de Deus de fora. 0 exilio, fato historico, tao somente é um demonstrativo do exilio espiritual. ee ew a TEXTO BIBLICO Amés7-9 TEXTO AUREO Amés 9.14 DIAA DIA aL Ea ae QUARTA Amés 7.10-17 pun ie eee aan Cue et Ulu Paes ind Oe al ee Es PROMESSA DA RESTAURAGAO INTRODUCAO A mensagem da parte de Deus que foi ordenada ao povo dizia que “chegou o fim do meu povo Israel” (Am 8.2), este € 0 relato e diag- Néstico divino a respeito da limitacéo humana. Tudo o mais que foi dito faz parte das explicacées e interpretacdes deste veredito divino. As vis6es contidas nos tiltimos capitulos do seu livro sao parte da vasta experiéncia do profeta com Deus, por isso, nos servem de parametro para compreendermos a mensagem divina, em que a vida do profeta e 0 testemunho dos contetidos séo consequéncias das palavras proféticas. Estudamos que 0 juizo eminente é a consequéncia da teimosia do Reino do Norte em caminhar longe de Deus. Amés pronuncia, ao longo de seu ministério, acusagoes profundas: degradacao social, deturpacao do culto e a falsa seguranca proporcionada pela ma interpretacao da alianca. Interessante que nao encontramos neste profeta qualquer palavra que suscite o povo a arrepender-se para protelar 0 juizo divino. Na compreensdo do profeta, a regeneracao viria pelo processo da disci- plina divina. A palavra profética vem permeada por um sentimento de graca e compaixao divina, a destruicdo de toda estrutura era pronunciada por Deus e consequéncia do pecado do homem. Para que surja a restau- ragao é necessdrio que se estirpe o pecado, mesmo que seja dolorido. Tudo aquilo que esta em putrefacao nao pode compor a nova estrutura. Deus intenta um projeto de esperanga para aqueles que compreendem a propria limitacao e se rendem a sua graca e misericérdia. VIDANAVIDA 0 primeiro grupo de visdes focaliza a vida no campo, trata da planta de heranca, de rocado do lavrador e também do pastor. Estd em jogo a sobrevivéncia de gente humilde e as ameagas pronunciadas sao terriveis: pragas de gafanhoto e seca que parecem ser suficientes para eliminar a vida no campo. Antes de conclusdes precipitadas, precisamos enxergar a vida No campo € 0 pressagio das pragas a luz da politica expansionista de Jerobodo. 0 tributo real espoliava 0 povo ao se asse- nhorar de quase totalidade de sua colheita, isto é, para subsistir precisavam produzir acima da capacidade pessoal e da propria capacidade da terra. Claro que as pragas em qualquer circunstancia seriam um grande problema. Contudo, naquelas condigées as pragas acabam por revelar a condigéo quase indigente daquela gente. 0 amago do que estava sendo exposto na mensagem do profeta é a forma como os homens e mulheres do campo estavam sendo tratados. Partilhando da dor de seus semelhantes, 0 profeta intercede em favor da vida. No cerne da sua experiéncia com Deus estava a confirmacao da misericérdia e do acolhi- mento. Existe o perdao, por mais terrivel que a situacao pudesse parecer Deus estava no controle. 0 supremo Criador se revela mais uma vez como um Deus pessoal sem estar preso a um determinismo césmico. A dor daquelas pessoas tem outra origem, €é disso que Amés falard nas cenas que se seguem. CORRECAO DE RUMO 0 que fora dito é muito grave e dificil, principalmente porque fazia 0 diagnéstico claro das mazelas vivenciadas e de seus responsdveis diretos. 0 prumo é€ 0 teste- munho de uma disciplina que traria ruina e colapso as estruturas consideradas inex- pugndveis. 0 cesto contém frutas de verao (figos, azeitonas e uvas) referindo-se ao estagio maduro e préximo da disciplina divina. Além de uma alusao ao cenario da principal festa da colheita, quando 0s santudrios arrecadavam tributos. Para a cidade e as estruturas do Estado, seus muros, seus palacios, suas festas e espo- liagdes nao ha futuro. As visdes revelam a situacéo desesperadora da estrutura social, as colunas gémeas, religiao oficial e casa real, estao tdo distantes de uma ordem social justa, isto é, estao tao dispares do padrao divino que precisam ser destruidas. A realidade impressa na mensagem suscita ira e uma reacao co- lérica naqueles que séo arrolados como, promotores do caos no pais. O CONFRONTO Nada fica obscuro. Existe um confronto deflagrado entre propostas de vida, um cendrio de antagonismos. 0 sacerdote, transformado num burocrata da religido, fala por si e por isso denunciara o profeta Amés junto a corte. Amasias faz outra analise dos fatos, nem todos conseguem ver o agir de Deus, para isso se faz neces- sdrio uma construcao de experiéncia com 0 Soberano. A alteridade de Amés reside no simples fato que Deus o “fez ver” (Am 7.1,4,7; 8.1; 9.1) 0 que falava (“falou 0 Senhor Deus, quem nao profetizara?” — Amés 3.8). A forma como enxergamos 0. mundo a nossa volta depende de nosso relacionamento com Deus. Esse é o sentido da afirmacao de Jesus no Evangelho de Mateus: “a boca fala do que esta cheio 0 coracéo” Amasias, com seu interior tomado pelo pecado, defende seus negécios inescrupulosos restringindo o templo a um espaco burocratico e limitan- do a palavra do profeta a vontade humana. Suas afirmagées denunciam uma vida longe do projeto divino, tornando Betel um centro cultural, fechado e controlado pelas autoridades referenciadas pelo rei. Amés é tratado como quem esta tramando uma conspiracao real. Por isso, quando o sacerdote diz “as suas palavras” ele expe que nao reconhece a voz de Deus na pala- vra profética e quando ele fala”a casa de santudrio do rei” é colocado claramente que nao reconhece o templo como casa de Deus € 0 rei como ungido divino. A religido que se pratica em Israel deve estar de acordo com a vontade politica do rei. Por isso, 0 que se vé na vida do povo estava longe do dinamismo de libertacéo conhecido no éxodo. “A palavra de Deus’, saida da boca do profeta, nao encontra barreiras humanas e irrompe o espaco fazendo dele meio de propagacdo da mensagem, até que elas encham e transbordem o espaco: “a terra nao pode suportar”. Amés, consciente do seu chamado, entende que o que faz é por causa de Deus, sua motivacao € fazer a vontade divina. Sua liberdade perante a casa real é conseguida pela sua experiéncia de entrega total a Deus. Esse conflito na realidade retoma a discussao arespeito da autonomia. Nossa limitacao nao consegue transgredir as estruturas de morte e exclusdo do pecado. Desta forma, uma vida sem o dominio divino construira regras e preceitos sociais distantes dos pa- drdes do reino de Deus. Assim, a aplicacdo de qualquer regra social construira uma comunidade de fé sectaria permeada por projetos de poder egocéntricos. Infeliz- mente, o santudrio que deveria ser local de encontro com Deus e, em razao disso, lugar de promocao de vida, perdao, lou- vor e misericérdia, havia se tornado um local de opressao econdmica, idolatria e coercao. Podemos perceber que o cerne de todas as criticas de Amés foi a per- versdo do que se pensava em relacéo a0 culto prestado a Deus. 0 seu processo de adoracao fara toda diferenga na sua vida. 0 DIA DO SENHOR Tinha por significado a disciplina de Deus sobre todos os povos, inclusive Israel, uma espécie de andlise contabil do que se foi vivido. Na mentalidade do povo acredita- va-se que nesse dia Deus iria se manifestar com poder e gldria e, por meio de catastro- fes césmicas, derrubaria todos os inimigos de Israel. Amés inverte esta concepcao, em vez de luz este dia deveré ser um dia de trevas. Por que isso? Israel perdeu sua identidade e se tornou idélatra com um padrao de vida pior do que os outros povos. O dia do Senhor torna-se, na voz profética, 0 dia do discernimento e justica. Para que se manifeste uma estrutura totalmente diferente da que se encontra em vigén- cia, reestruturando 0 projeto original de liberdade que recebemos por graga e misericordia. DEUS SOBRE 0 ALTAR Foi na displicéncia do relacionamento com Deus que as coisas comecaram a degrin- golar. A partir disso o homem passou a responder aos seus anseios, pautado ape- nas em sua propria limitacao, construindo estruturas de morte e terror, travestidos por um discurso de falsa religiosidade. Esta Ultima visdo constitui um auge da mensa- gem profética e a cena descrita é chocante. Deus esta parado sobre o altar de holocaus- tos e de ld golpeia e demole o santudrio, fazendo-o ruir sobre seus ocupantes. 0 proprio Deus toma a iniciativa de desfazer 0 lugar e os ritos que dizem prestigid-lo. 0 exilio é a consequéncia de que resolveu caminhar sozinho. Perceba que a terra era uma dadiva divina, e quando Israel resolve caminhar longe dos preceitos de Deus existe a reversdo do que se experimentou no éxodo. Por isso, o movimento feito para se afastar da graca divina levou-os a um afastamento do simbolo desta graca. Amés nos exorta a perceber a esperanca que brota de um arrependimento sincero. O retorno a um projeto divino que suscite vida e liberdade. Um relacionamento com Deus que nos faca transpor as barreiras impostas por nossas limitagGes. ee, VISAO DE UM ee ~—- POVO EM PECADO Obadias v.15 INTRODUGAO ETO slg et - COM A BIBLIA Amensagem do profeta Obadias esta direcionada a uma nacao bem conhecida do povo de Deus. Seu enfoque é uma reacao diante do oportunismo de Edom contra Judd. Nao temos como compreender a mensagem sem analisar onde tudo havia comecado. A relacdo entre 0 reino de Juda e o de Edom esta conectada aos dois filhos gémeos de Isaque. SEGUNDA reer UT aU Etec a ek Cy Cetera) Beart Obadiasy.13-15 sABADO ‘Obadias v. 16-18 DOMINGO CN a ORIGEM PROBLEMATICA A familia de Isaque era emocionalmente instavel, havia preferéncias dos pais com relacdo aos filhos, fazendo surgir uma instabilidade emocional que reverberou através de geracées. Problemas familiares nao tratados com a devida sabedoria tendem a transformar o larnum barril de pélvora, pronto para ser detonado por magoas e revoltas que se fundem e se extravasam em inimizades. Na origem da historia desses povos, Deus, na sua soberana vontade, havia escolhido Jacé para perpetuar a promessa feita a Abraao. Porém, num negécio espu- rio, os irmaos mercantilizam o que deveria ser patriménio intangivel, mesmo diante da escolha divina, 0 que estava em jogo era posicao social, a primogenitura. 0 que se pode ver é uma conjugacao de fatores que formou um ambiente de concorréncia e levou os membros dessa familia a tentar submeter a vontade divina aos seus proprios interesses. Um conluio que gerou uma cisdo quase permanente entre seus membros. PROBLEMAS DURADOUROS Entre os irmaos, eclodiu uma animosidade que, mesmo solucionada na relacao pes- soal, atravessou os séculos e se projetou na hist6ria, no relacionamento entre seus des- cendentes. Os edomitas se organizaram po- liticamente antes dos hebreus (Gn 36.15, 16; 1Cr 1.43-51), habitavam um territorio ao sul do Mar Morto, uma regiéo montanhosa, cor pouca quantidade de terras cultivaveis. No éxodo, eles nao permitiram a passagem dos hebreus pelo seu territdrio (Nm 20.14-21; Jz 11.17,18); anos mais tarde, Saul empreende uma guerra contra esse povo (1Sm 14.47), Davi conquista territério deles, depois de grande matanca (2Sm 8.13,14) e Salomao, conseguiu construir, naquelas terras, um porto e explorar minas de cobre (1Rs 9.26). Por outro lado, Edom atacou Juda no periodo de Jeorao, Josafa e de Acaz (2Rs 8.20-22; 2Cr 20.1,2; 28.17), foi um reino associado e vassalo, tanto dos assirios quanto dos babilénios, chegaram a planejar revoltas contra Judd e foram acusados por Esdras de queimar o templo de Jerusalém na volta do povo de Deus do exilio babilénico (Ed 4.4-6; Lm 4.21,22), a histéria entre os povos foi marcada todo o tempo por desavencas e conjuracoes. 0s escritos de Obadias formam um pequeno livro, que possui grande profundidade. Diante de seus olhos forma-se um cenério torrido, sombrio, delineado por sangue. Uma linda poesia marcada por imagens vivas, fru- to de um contexto de tragédia e carregado por um historico de dores e magoas com os edomitas. Em seu texto encontramos temas que lidam com a impossibilidade de escapar dos processos da disciplina divina, que perpassam por um contraste construido entre orgulho e humilhacao, que lidam com a traicao fraterna e que anseia pelo dia do Senhor. Obadias entrega uma mensagem de espe- ranca para o povo de Deus. Nao ha muita clareza quanto ao exato momento de seu ministério, porém, estima-se que seja logo aps a queda de Jerusalém (587 a.C.). Depois de duas incursdes levando parte do povo de Judé cativo, Nabucodonosor ordena a destruicdo da cidade. Muros demolidos, pilhagem, o templo de Salomao, o palacio real e os principais bairros residenciais foram incendiados (2Rs_25.8-10), 0 povo foi obrigado a fugir, levado cativo ou ainda executado. Ao que parece, o profeta Obadias nao faz parte dos exilados, 6, na verdade, um dos que permaneceram entre os escombros da cidade santa. 0 profeta nao teoriza acerca da situacdo dolorosa que vive 0 povo de Juda. As suas palavras estaéo encravadas na paisagem funesta e lligubre que ele e seus irmaos experimentam. Os edomitas estado exultantes com a queda de Jerusalém, aproveitam-se da calamidade para tripudiar sobre Juda. Sendo assim, Juda recebe a certeza de que Deus esta no comando e que a vida celebrada por Edom, tomando parte em sua humilha¢ao, seja observando, seja participando ativamente também tem prazo de validade. Nada subsiste sem a presenca misericordiosa e graciosa de Deus. A arrogancia de Edom estava com os dias contados, achavam-se inexpugnaveis, mas se esqueceram da transcendéncia do Deus de Israel. A despeito da disciplina e do caos manifesto, Deus nao havia abandonado seu povo. AVIShO A mensagem profética estabelece um alvo inicial: Edom esta sendo julgada porque deixou de ser solidaria. Para Obadias, a violéncia maior nao esté nos atos assassinos do exército babildnico, mas em alguém que se aproveita de uma fragilidade e age com crueldade oportunista. Edom deixa de agir graciosamente e assume gestos repletos de perversidade, evidenciando uma desgraca. Exime-se de ser solidario, rompendo com a graciosidade. 0 profeta esté proclamando em Juda que a violéncia é um espiral que vem acompanhada de falta de reciprocidade. Obadias nao esta extravasando rancores pessoais nem expressando desejos intimos, ele faz questao de afirmar que sua mensa- gem é fruto de uma experiéncia com Deus. Isso exige muita maturidade e sabedoria, 0 profeta quer clarificar que Deus é quem conduz a historia. Os fatos nao sao aciden- tais tampouco um arranjo sociopolitico. 0 que acontecerd com Edom é uma atitude planejada por Deus, afinal o portador da mensagem é um enviado diving, colocando 0 proprio Deus a frente de todo processo. A arrogancia é um sentimento que brota No coracao de quem esta alienado de Deus e, por isso, se sente auténomo e senhor proprio. Aquele que esta longe de Deus nao possui nenhuma identificagao com 0 sofrimento alheio. Edom escolheu mal, deixou-se desumanizar. 0 servico solidario, 0 amor incondicional é 0 fruto de quem tem Deus no governo de sua vida. Os que intentam se legitimar sozinhos nao pos- suem futuro pleno. ORGULHO PRETENSIOSO Edom esta em julgamento; a semente de sua destruicao esta plantada em seu préprio coracdo. A soberba levou os edomitas a tramarem contra seu povo irmao e a agir in- devidamente. A localizacao geografica, suas aliangas politicas Ihe causam sentimentos de autossuficiéncia. Contudo, nada disso é relevante diante do poder de Deus. 0 orgu- Iho cega, engana, impedindo a formacao de uma visdo realista, levando a perdicao. Na mensagem do profeta esta contida nao somente 0 antincio da ruina dos orgulhosos como, também, a explicagao da execucao dessa disciplina e suas consequéncias. 0 objetivo é reforcar o cardter destrutivo de tentar viver longe de Deus. Obadias constréi a partir da figura de ladr6es e assaltantes que dependem de fatores externos, 0 tempo ea surpresa para realizar suas maldades. Um contraste como que se sucederd em relacdo aos edomitas, o tempo nao pode delimitar a acao divina, tampouco serd surpresa a ruina de quem esté pautado num orgulho pretensioso e muito menos a disposicao de nao pagar a espiga de milho cafda no chao, como se encontra na Lei Mosaica (Lv 19.9), a fim de favorecer a provisdo do pobre. Os soberbos escolheram viver fora da provisdo divina e devem acatar as consequéncias de tais decisdes, RUINA PELA VIOLENCIA Por meio de Obadias, Deus se preocupa em informar a radicalidade de suas agdes. Os sdbios e os guerreiros estao diretamente incluidos na disciplina divina. Eles orga- nizam suas acdes em aspectos limitados e acabam por produzir uma sociedade excludente. Quando a forca e a sabedo- ria humana sao os fatores que baseiam as relag6es sociais, passa-se a construir uma sociedade meritoria. E assim nao ha partilha nem fraternidade porque tudo é fruto de acumulacao que é a vida centrada em si mesma e tem como consequéncia a morte e a destruigao. 0 quanto vocé tem mentido para si mesmo a respeito do seu processo de entrega? Reflita a respeito de sua disponibilidade em se entregar ao servigo de sua comunidade ASOLIDARIEDADE DIVINA Obadias atacava com rigor a traicao dos edo- mitas, eles se mostraram passivos mediante apilhagem em Juda. Por isso, o profeta apela ao Senhor da histéria para que os sobrevi- ventes de Juda recuperem sua medida de esperanca. Nao se trata de vinganca, mas de que o povo em Juda recupere a terra, simbo- logia do cuidado divino. Deus 6, por nature- Za, gracioso e solidario, por isso, nao tinha se desligado de seu povo. Existe esperanca em meio a calamidade para quem compreende 0 pastoreio divino. Sob 0 dominio de Deus existe a superacao do caos, existe a certeza do advento do “dia do Senhor”. 0 momento em que o proprio Deus faz a intervencao necessdria e subverte a logica. Aprendamos com Obadias que servico e solidariedade incondicional sdo marcas efetivas de Deus @, por isso, devem estar presentes no meio de seu povo. Orgulho e autonomia possuem prazo de validade, levam-nos a uma vida limitada e efémera. Ua ona: A REAGAO a DO PROFETA TEXTO AUREO Jonas 1.12 INTRODUGAO O profeta Jonas nos desafia a descobrir um Deus em nossa experiéncia cotidiana que é vivo, pessoal e deseja vida plena para todos de forma incondicional, nao hd exclusividade, no ha meritocracia. Somos salvos Por favor imerecido, tudo que provém de Deus tem a sua natureza eterna, ndo seria diferente com os aspectos de sua misericérdia e de sua gra¢a. 0 desejo divino é que seus filhos se tornem proclamadores deste projeto de esperanca. oy een Bath eee Ctr Nossa aproximagao ao texto biblico deve ser mediada, obviamente, pela Bie eraleek ss QUINTA f€ em sua sacralidade para que possamos apreender aquilo que Deus in- Orica eas) tentou revelar-nos quando inspirou o registro de sua mensagem. Nossa ser chave de leitura do profeta Jonas se encontra nao no fato em si, nemna Pi oue One} discussdo de sua historicidade e muito menos na problematizagao de SABADO seus relatos. Existe um chamado original de uma intencao pedagégica divina de um Deus que comissiona instrumentos de proclamacao de seu amor e que cuida para que tais instrumentos possam compreender o sentido de existéncia desse amor. Jonas 113,14 Dro sree Ene 0 relato se inicia de forma simples e direta, sem prefacios, titulo ou introducao. Desde as primeiras linhas somos posicionados frente um registro que assume o prdprio contorno da mensagem profética. 0 que serd discutido, 0 que Deus deseja que percebamos esta ligado a um contexto historico bem especifico expe- rimentado nos dias de Jerobodo em Israel No cenério internacional. Ja estudamos que para 0 povo de Israel estes foram dias dificeis, de graves distorgées sociais e um rei perverso que fazia 0 “o que era mau diante do SENHOR” (2Rs 14.24). A conjuncao desses fatores forjou uma religido longe de ser um dinamismo de libertagao que provocasse um relacionamento sincero com Deus. Ao contrario, tinha se tornado meritéria, exclu- dente, uma estrutura guiada pela vontade politica da casa real que legitimava uma ordem social injusta. A deturpagao da retigido em Israel fez surgir uma interpretacdo equivocada da acao divi- na. Como tudo nao passava de um processo de articulacao politica, como todas as coisas giravam em torno de desejos pessoais, assim passaram a ler o mundo e sua conjuntura com a mediacao de suas ideologias e sen- sac6es. Pior, nesse contexto, é construida a imagem de um deus doméstico, previsivel e sujeito as decisées humanas. Dessa forma, © povo acaba por esquecer que em suas raizes continha a vocacao do testemunho de um Deus vivo e do projeto de vida para a humanidade. O livro procura acordar o povo de Deus de sua letargia e pseudosseguranca, iniciando sem rodeios com um imperativo. A tarefa é apresentada dentro do estilo que caracteriza a palavra divina nos profetas classicos. Ou seja, uma ordem de Deus para que o profeta Teens denuncie os males cometidos, por um dos principais inimigos de Israel, a Assiria. Con- tudo, a ordem surge com uma perspectiva nova endo hd mencao de sentenca e castigo. Amissao é denunciar as injusticas da cidade imperialista, dentro de uma novidade, é oferecido um caminho de redencao, abrindo uma alternativa para aqueles que aos olhos humanos ja deveriam estar condenados. Somos projetados para um tempo dificil de viver. Além da degradacao moral e social que Israel experimentava, aquele era um momento que a Assiria esta no auge de seu expansionismo, pressionando povos ™ ao redor, exigindo tributos, subtraindo suas riquezas. Ninive, a capital, era famosa pela imoralidade e por uma crueldade desmedida, os povos vencidos em combates eram escravizados e submetidos a torturas, mutilagéo e todo tipo de violéncia. Dentro desse turbilhao, Jonas nos € apre- sentado como alguém com um profundo conhecimento de tempo e espaco que experimentou intensamente os sonhos ¢ frustracées de sua gente. Contudo, estava ‘tao conectado com as suas proprias verdades que resolveu ser 0 protagonista da propria historia. Ele recusa sua responsabilidade. Preso em suas conviccoes, ndo cresce na compreensao divina, nado constréi uma experiéncia com Deus. 0 medo cultivado a respeito do futuro era uma consequéncia de quem estava preso a si prdprio. Na dtica humana, Ninive era grande e cruel demais. Essa vida circunscrita as limitagoes impede- nos de ver a soberania e grandeza de Deus. Sabemos que existem (ja estudamos isso) dois modos de se viver incompativeis entre si. Viver sob 0 dominio divino e o mado de vida auténomo, seguindo nossos instintos. Todos os nossos esforcos sozinhos nos levam a uma vida frustrada e vazia de sentido. Longe do propésito divino, parece sempre ter algo a temer. Na opcao pela autonomia, o medo penetra tao profundo em nosso interior que passa a controlar nossas acdes, escolhas e decisdes. Sob o dominio do medo, seremos forgados a agir, pensar e falar como escravos. A vida sob 0 dominio de Deus tem profundo senso de valor. Exatamente porque estao em contato com a vivificante qualidade de sua existéncia. “No amor nao ha medo, pelo contrario, o perfeito amor elimina 0 medo, pois o medo implica castigo, @ quem tem medo nao esté aperfeicoado no amor” (1Jo 4.18). FUGA Para o profeta pregar misericérdia para seu opressor era uma missdo que confrontava com seu senso de justica e consciéncia ideoldgica. Alienado, julga poder fugir da presenca divina, dotado de espiritualidade superficial, regido por um sistema religioso austero, afogado em suas certezas, Jonas acredita poder se relacionar com Deus circunstancialmente, por imaginar um dominio divino geografico e temporal. Por isso, 0 texto deixa claro que a fuga é descida. Em sentido fisico porque se desce desde Jerusalém para a costa, desce para o navio e ainda desce para o porao da embarcacao. O descer assume funcao simbélica em con- traste com a palavra divina que inaugura 0 livro:“Levanta” Todas as vezes que tentamos empreender longe dos designios divinos estamos fadados ao fracasso e frustracao. Partindo em diregéo contraria a Ninive, Tarsis é 0 extremo oriental, o maximo que se pode- tia chegar naquele tempo. Longe do templo, oprofeta pensa estar também longe da ago ES divina. Fique claro que apesar de 0 texto nao relatar, subentendemos que Jonas estava bem organizado e planejado. Ninguém parte para uma viagem que duraria quase um ano inteiro sem um minimo de planejamento. Por mais que fosse organizado e zeloso com seus planos, eles ndo subsistem por que estdo fora da vontade de Deus. Uma carreira, investimentos, diplomas por mais. robustos que possam parecer, por mais bem planejados que possam ser nao conseguem validar nosso sentido de existéncia. Fugir da missdo divina é fugir da propria vida. Nosso profeta s6 nao contava ser confrontado pelo amor apaixonado de Deus. TEMPESTADE Deus ée sera sempre o protagonista da his- toria. 0 texto relata de forma clara que por ordem divina a natureza testemunhard ao profeta alienado a respeito de sua soberania. Na tentativa frustrada de fugir de Deus, tudo fala mais dele, todavia, o ouvir de Deus em desobediéncia é um ouvir apavorado. Se Jonas personifica 0 povo encarregado de anundiar a palavra de Deus, os marinheiros personificam os pagdos, cada um com seu deus € seu projeto, tentando encontrar solucao. A recusa do profeta envolve a situ- acao dos outros que buscam, afogados em ignorancia, evitar uma catastrofe. Longe de Deus, ficamos alienados da realidade dos fatos e colocamos em risco néo somente nosso futuro como, também, das pessoas que deveriam ver em nossa vida a personi- ficacdo dos designios divinos. OCULPADO Qs pagaos do navio séo mais sensiveis aos sinais dos tempos do que Jonas, enquanto lutam pela vida, 0 profeta dorme profun- damente e parece nao querer enxergar as consequéncias de sua desobediéncia e res- ponsabilidade sobre os fatos. Alienado, nado se interessa pelas perdas que provocara as pessoas ao seu redor. Esta, néo somente com os olhos fechados, mas também insensivel ao clamor que o acompanha. A mao de Deus. que irrompe qualquer barreira encontra Jonas no pordo nao apenas do navio, mas também nos pordes de seu ser. Asequéncia mostra quao vergonhoso é dar oportunidade de ser arguido e julgado por nao fazer a vontade de Deus. A confissdo de Jonas deixa ainda mais claro esse constran- gimento, ela demonstra a incoeréncia da vida do profeta. Se reconhece a soberania de Deus sobre todas as coisas, por que nao segui-lo? Jonas deve, entao, renunciar seus planos e teimosia para que a vontade de Deus, que é vida para todo, possa.se realizar. Ao nado nos quedarmos ante os planos de Deus nos tornamos obstaculos de sua vontade. 0 prdprio Jesus afirma que“aquele que comigo nao ajunta espalha’”. Vocé tem ajuntado ou espalhado? ie sale DENTRO DE Ee UM PEIXE: CRER = OU NAO CRER INTRODUCAO Jonas, talvez, seja o profeta mais famoso, mais polémico e, em contra- partida, o menos compreendido. Para algumas pessoas, sua histéria se Testringe a pernoitesno ventre de um grande peixe, para outras nao passa de uma pardbola ¢ ainda existem aquelas que sublimam o personagem principal deste relato. Toda andlise e estudo deste fragmento do texto sagrado perde-se e esvazia-se a medida que nos desfocamos do centro de sua mensagem. Todo relato é construfdo para nos confrontar com a Tealidade de que Deus é 0 personagem principal de toda historia, por isso, cada capitulo é aberto com uma acao direta divina. Apos comissionar um homem para ser testemunha das acoes de sua misericérdia, Deus intervém para que aqueles marinheiros pudessem experimentar seus cuidados, salvando-os do mar enfurecido, mas também testemunhando ao profeta de sua compaixao infinda. Mesmo diante de tamanha mani- festacdo do poder divino, Jonas teré de naufragar pessoalmente para se encontrar consigo mesmo e assim poder suplicar por sua vida. DIAADIA COM A BIBLIA SEGUNDA Jonas 2,1,2 Sita Barbee) Cry loi yar) ona) eee OMAR O mar é uma realidade ambigua, embora seja uma criacao divina, em geral, acaba por tomar um aspecto cadtico na estrutura de pensamento OEE hebreu (Gn 1.2; $165.8; 89.9; 68.22; 93.4; Is 27.7; St 51.42; Ez 27.34). Portanto, uma vez jogado ao mar, Jonas volta para o perigo desagregador da morte e da experiéncia do nada. A experiéncia do nada é a consequéncia de uma vida autonoma, de uma vida que inten- tou legitimar-se por aspectos temporais. 0 que encontramos longe da vida proposta por Deus? 0 mesmo caos registrado em Génesis no texto da criagao. Deus é 0 principio de tudo. Nada existia antes e nada existe sem ele. Ou seja, todas as vezes que escolhemos caminhar sozinhos, 0 que conseguimos é viver uma experiéncia de algo sem vida, deserto, desolado, sem forma e em trevas absolutas. 0 mesmo Deus que por sua palavra pée em ordem 0 caos primordial é o mesmo que age em nossa vida para trazer sentido e forma ao nosso caos. 0 que foi visto pelo profeta num primeiro instante foi bem assustador, parece uma cena de filme de terror. Estamos num mar em ftria, marinheiros com medo e um homem no mar. A paisagem é funesta e Idgubre. A esperanga esta desfeita, existe desespero e desolacao, Deus nao constrdi um ambiente permeado pela fantasia para iludir seus filhos. Insistimos nesse ponto, apesar de algumas pessoas afirmarem 0 contrdrio na atualidade. Sabemos que Deus esté sempre pronto a acolher, a nos fornecer reftigio. No caso do profeta Jonas, o reftigio e acolhimento, por mais estranho que pareca, vieram em forma de um gran- de peixe. As vezes, aquilo que suspeitamos ser castigo divino, na realidade é uma manifestacao do cuidado pastoral divino. Qual é 0 seu “grande peixe”? Agradeca a Deus por ele. Pergunte a Deus qual é 0 sentido do seu “grande peixe”. O PEIXE Num mar tempestuoso, se ndo estivesse no ventre deste peixe, o profeta se afogaria, por isso, deveria experimentar a morte de suas certezas, de suas pretensdes egoistas e, a0 mesmo tempo, fazer a experiéncia com Deus que o salva e 0 traz de novo a vida. Jonas encontra-se agora solitario, em cativeiro, numa prisdo um pouco diferente daquilo que poderia imaginar. Nossas aventuras auténomas tém prazo de valida- de, logo se esvai como vapor, ndo se sus- tentam. Jonas agora é sujeito passivo, foi engolido. Como judeu austero ¢ legalista, preferiria ter morrido a estar ali, ensopado no suco gastrico daquela criatura. No meio dessa imundicie, 0 profeta clama por mise- ricérdia. Para morrer ele estava preparado, mas para conviver com impureza no. Que grande ligéo! Aquilo que parecia ser ina- propriado em seus preconceitos religiosos é justamente o instrumento de salvacao divina. No meio daquele nada que sua vida se transformara, ele se lembrou de como se fazia uma oracao. A misericérdia, que em Eee nenhum momento ele pediu a Deus no navio, agora é rememorada num salmo de lamento e arrependimento. Perceba que Deus demonstra a Jonas e quer Nos ensinar que o que faz diferenca nao é 0 instrumento em si, porém, quem o utiliza. Aquele ser irracional foi usado por Deus para ser canal de béngaéo de forma incondicional. Um peixe comum, num ambiente comum, contudo, 0 texto deixa claro 0 que o faz ex- traordinario é que fora preparado por Deus. Deixe que Deus use sua vida e ele ira fazer coisas extraordinarias. Imagine o mal-estar que aquele peixe sofreu durante trés dias e trés noites. Gente hipécrita como Jonas cau- sam mal-estar por onde quer que estejam. Quando ndo fazemos a vontade de Deus nao somos canal de béngao nem paraa natureza. Essa criatura é um emissario divino, como que a demonstrar os “sentimentos” do pré- prio Deus com o descaso do profeta sobre o destino dos ninivitas. Deus nao se agrada de servos que, de tao zelosos, nao alcangam o significado da graca e da misericérdia. ORACAO Dentro do “grande peixe”, em condicoes insalubres, Jonas faz uma oracao sequindo o estilo de siplica, relatada com o passado eseguida pela agdo de gracas. A unica coisa que podemos fazer em momentos de angtis- tia é entregar-nos em oracao. Essa oracao tem um movimento duplo: a descida até 0 fundo do mar, a base das montanhas e a subida por meio da oracao que, ouvida pelo Grador, 0 levaré novamente a terra firme para uma segunda oportunidade. Deus é 0 agente das segundas oportunidades. A oracao do profeta esta baseada no livro de Salmos. Jonas conhecia as Escrituras, demonstra ser bem instrufdo espiritual- mente, apenas lhe faltava perceber que aquele conhecimento deveria sair da prate- leira da racionalidade para ser colocada em pratica na sua vida. Na sua contenda com Deus, alista atributos divinos, cita trechos biblicos, faz andlises teolégicas, mas nao demonstra misericérdia esperando sempre o prevalecimento de sua vontade. Temos muito de Jonas, infelizmente, conhecemos a Biblia, citamos passagens de cor, mas A falta de Die etre (a impede que tenhamos Pre RU Cen aie mC sentido. Apagar Cea ee tg pela autonomiae , por consequéncda, EC Cara Une deixamos a desejar como discipulos de Jesus. Temos um discurso morale religioso bem apurado, mas somos desagradaveis como pessoas. Sempre com o dedo em riste apontando as impurezas alheias e sem disposigao para testemunhar da compaixao divina. Até agora, com sua teimosia, obstinacao e atitudes desastradas, Jonas vé sua vida des- moronar como um castelo de areia. Perce- bemos até alguns lampejos de identificagao de fragilidade. Enquanto nao perceber que co sentido de plenitude da vida esta na agao divina, estard sempre em rota descendente. Em sua oracao ele declara: “mas tu fizeste subir a minha vida da sepultura, SENHOR, meu Deus” £ como se estivesse passando formalmente o controle da sua vida para as méaos de Deus. Experimente fazer 0 mesmo. Abra mao de forma real e transparente do controle de sua vida. Observando nossa vida, agimos como 0 pro- feta Jonas quando impedimos a agao divina em nossa vida. Por isso, 0 apdstolo Paulo nos faz uma adverténcia: “Nao apaguem o Espirito” (1Ts 5.19). Somos chamados e advertidos a manter a chama do Espirito acesa em nossa vida. A ideia paulina é que podemos “apagar uma chama”; “tornar inativo” Percebeu o perigo? Nos podemos extinguir a agao do Espirito Santo em nossa vida. Apagar 0 Espirito é fazer a opcao errada, é se omitir de ser um instrumento nas maos de Deus. Observe que a falta de disponibilidade impede que tenhamos uma vida plena de sentido. Apagar o Espirito é optar pela autonomia e, por consequéncia, agir conforme nosso entendimento limitado. Em outras palavras, 0 apéstolo nos chama a atencdo para que nao limitemos 0 sentido de nossa vida. Nossas acoes deliberadas, nossa falta de vontade de fazer aquilo que esta em sintonia com os valores do reino de Deus acabam por impedir a expressao do fruto do Espirito Santo. Por isso, a importancia de fazer constante- mente uma checagem daquilo que temos apresentado em nossas atitudes. 0 fogo abrasador do Santo Espirito de Deus é 0 que nos dé a capacidade de viver plenamente e apresentar uma vida fecunda. Nao estamos vendendo falsas expectativas. Nunca afirmamos e nem lemos nas Escri- ‘turas que seria facil ser um servo auténtico de Deus. 0 custo é alto. Fazer rentincianem. sempre serd prazeroso. Olhar para si proprio, com o estranhamento necessério para fazer um diagndstico correto e agir na correcao de rumo pode ser bem dolorido. Masa rentincia produzira campo fértil na frutificacao. O cerne da missao profética do povo de Deus deve estar profundamente enraizado na experiéncia de Deus que faz voltar do estado de perdido para uma vida plena. A missdo do povo de Deus nao é anunciar a morte, mas apresentar 0 caminho para a vida a fim de que as pessoas possam se converter e voltar a vida plena com Deus. TEXTO BIBLICO Jonas 3 TEXTO AUREO Jonas 3.10 BSD TY or baie Jonas 3.3 CTY aout ray Tee SEXTA Brea SABADO ER) DOMINGO Jonas 3.10 APREGACAO DO ANTIGO TESTAMENTO INTRODUCAO Jonas volta ao ponto de partida, repete-se a cena do inicio do livro, sendo novamente comissionado. Deus revela-se misericordioso e santo, os pecados de Ninive o incomodam tanto quanto a insensibilidade de seu povo. Exatamente porque nao se encaixa em categorias humanas, Deus nao é possessao de ninguém. Ele ouve a oracao de todos e esta sempre disposto a perdoar. Cada atitude divina esta impregnada de seu carter e, por isso, é soberano sobre todos e sobre toda a natureza. Se estivermos atentos a nossa histéria, ao nosso cotidiano, percebe- remos de forma impressionante os atos de graca e misericérdia com que o nosso Deus nos cerca. Com Jonas nao seria diferente, salvo de uma tempestade e trés dias no ventre do peixe eram provas cabais dos cuidados divinos. Ele viu a morte bem de perto. Enem assim parece aprender 0 que significa compaixao. Quando substituimos o relaciona- mento direto com Deus por uma vida religiosa é a falsa moralidade e uma ética preconceituosa que irao mediar nosso relacionamento com a comunidade. Isso passa a ser profundamente contraditério. Jonas vive intensamente um paradoxo entre discurso e gesto. Para os marinheiros, ele afirma temer a Deus, porém, o que se observa é que foge, discute, discorda e se queixa. AORDEM Faltava a Jonas a correta medida do temor de Deus, faltava aceitar suas limitagdes e perceber a impossibilidade humana de resolucao de suas crises existenciais. Viver com o temor de Deus é nao perder 0 espanto e contemplacdo da intervencao divina pela perplexidade e admiracao da sua grandiosidade. Assim é que nos. julgamos ignorantes e delegamos a Deus o controle de nossa vida. Deus “pagou” a passagem de volta para nosso profeta e o comissionou novamente. Agora de forma mais genérica, Deus ja havia Ihe mostrado aquilo que deveria dizer. A ordem é a mesma. Deus nao altera seus planos para nossa vida por nosso desconten- tamento. Contudo, nao hé nenhum discurso acusatorio, nao hd nenhuma ameaca divina contra o profeta. Simplesmente, uma nova oportunidade de cumprir sua missao. Agora, foi a vez da falha do profeta ser langada no fundo do mar. Deus nao invalida seus servos, ao contrario do pecado que nos embota a visdo do chamado; pelo poder divino somos restaurados. Por outro lado, isso nao deve ser motivo de racionalizar nossos desvios de conduta. Se Jonas nao fosse tao teimo- so muitos problemas poderiam ter sido evitados. Agora, ele se levanta para fazer a vontade de Deus. PRAZO DE VALIDADE Nao podemos deixar de perceber que na ordem divina continha um verbo que trazia sentido a missdo do nosso profeta, Deus o havia mandado “pregar’, “proclamar” a mensagem que lhe tinha sido dada. Isso nao pode passar sem destaque, a mensagem que nds proclamamos deve ser a mensagem de Deus, ndo a nossa, nem sequer uma versdo arranjada, modificada ou atualizada dela. 0 fato de ser enfatico com Jonas partia do principio que Deus conhece o coracdo do homem e, por isso, sabe da inclinagdo hu- mana de usar o nome divino para legitimar aspiracdes e projetos pessoais. Jonas comega a sua empreitada procla- mando a mensagem para a cidade de Ninive. 0 futuro daquele povo depende do conhecimento da misericérdia divina. 0 profeta deveria confrontar os ninivitas com seus pecados, proclama um prazo de 40 dias para destruicao da cidade. A luz de Ezequiel 33, esse espaco de tempo nao se trata de uma forma de causar angustia. Antes, tem-se a compreensdo que esse periodo tem a funcao de provocar uma reacdo para que a disciplina anunciada seja evitada. Assim, a esséncia do antincio profético nao é uma simples previsdo de futuro; ela é muito mais o antincio das con- sequéncias inevitaveis que um individuo pode acarretar para si, caso continue na mesma conduta. A esséncia da mensagem ene) divina é anunciar vida, usando para isso um estilo de palavra contundente que nao se remete a um castigo que vem de fora, mas a um perigo provocado pelo modo de vida do préprio individuo. Um profeta deve conclamar 0 povo a uma experiéncia com Deus, convacar para conversdo de caminho, para de fato ter vida plena. Devemos vencer a tentacao de proclamar uma mensagem “politicamente correta’, embora precisemos trazer ao nosso contexto uma adapta¢ao de forma e nunca de conte- tido. A verdade nao fora modificada mesmo que muitas vezes soe inconveniente; ndo devemos deixar de confrontar o individuo com seu pecado. Claro que podemos sempre fazé-lo com educaco e cuidado, contudo, “0 politicamente correto” leva a uma diluicao desses elementos na tentativa de se criar um “aistianismo light”. AGRANDE CIDADE Ninive resume o tamanho e a poténcia de um dos maiores impérios do Oriente; a ci- dade é sinénimo de um poder imperialista. Mais do que o povo de fora dos arraiais da alianga, temos aqui o simbolismo de um poder opressor, e Jonas, 0 povo oprimido. Jonas caminha um dia inteiro, fazendo seu antincio de conversdo. Existe uma inversdo de ordem, 0 mais fraco tem a chave de permanéncia do mais forte. 0 que deveria nutrir medo e vinganca proclama graca e misericérdia. E claro que ambos necessitam de mudar o paradigma, o oprimido precisa assumir 0 prejuizo e perdoar; 0 opressor, converter-se dos maus caminhos. Sabe aquela questao injusta que vocé sofreu? Jonas nos ensina a proclamar misericérdia e perdoar. Qual é a sua grande cidade? 0 que repre- senta um sistema que Ihe oprime? Somos chamados por Deus para responder ao mundo com misericordia, graca e perdao. Se deveria haver uma comunidade miseri- cordiosa, esta deveria ser a igreja de Jesus. Nés deveriamos ser os primeiros a demons- trar amor incondicional e compaixao pelas pessoas. Infelizmente, temos visto em nossa comunidade de fé pessoas que, por um dito amora deus (mindsculo por ser um deus religioso), se enchem de rancor e ddio contra outras. Exibem um senso de justica meritoria que reforcam lacos de exclusdo e violéncia. OINESPERADO Jonas nao havia diretamente exigido uma conversao, apenas anunciara que as atitudes daquele povo os levariam a ruina em 40 dias. Contra todas as expectativas humanas, os ninivitas comegaram a to- mar medidas. 0 movimento é popular e progride até que todos sejam alcancados. Vivemos um tempo em que queremos mu- dancas que venham de cima, das elites por Pema) Peet cae) or er (er Placing Pee CC Cg Odi eet ast controle para que Deus possa reinar sobre nossa vida meio de resolucGes politicas. A hora em que vivermos 0 cristianismo com autenticidade, formaremos uma sociedade com valores de Deus na pessoa de Jesus. Mudaremos 0 mundo a partir da nossa experiéncia com Deus. Se nos arrependermos, cada um de nés, individualmente, e cada uma de nossas familias e igrejas, manifesta- remos 0 reino. A medida que cada um se arrepender, comecar a viver e proclamar o evangelho e cada igreja, arrependida, se comprometer com essa forma de vida, teremos uma sociedade diferente. Nao por valores humanos, mas por valores divinos. Eclodem expressoes de humilhacao e ar- rependimento, a participacao real traz a dimensao do que estd ocorrendo. A figura do rei nessas culturas era divinizada, ou seja, 0 que existe é a proclamacao de que Deus era 0 tinico Deus verdadeiro. 0 rei deixa seu trono prodamando que Deus é soberano; 0 opres- eee Seer sor deixou aquilo que Ihe era sinalizagao de orgulho e seguranca. Antes confiado em seu poder e riqueza, pensava que poderia agir inconsequentemente. Diante de Deus seu orgulho é aniquilado e agora fica entreque ao dominio de Deus. Vocé ja deixou seu tro- no? Vocé ja deixou publicamente aquilo que para sua vida é sinal de orgulho e seguranca, que rouba o lugar divino, para se submeter ao dominio de Deus? 0 nudeo do processo de conversao implica atitude concreta. 0 rei de Ninive estd sensibilizado, sente o peso de seus pecados, humilha-se e chama a nagéo ao arrependimento. Nossa tarefa é procamar a mensagem divina para que as pessoas possam se relacionar com Deus e, assim, o Espirito Santo ira convencé-las da justica e do juizo. Quando o homem distorce ou viola 0 projeto de Deus, as consequéncias sao a escraviddo e a morte, que o homem atrai e até mesmo fabrica contra si proprio. Porém, se o homem se converte, ele encontra de novo aliberdadee avida para si mesmo e para todos. 0 profeta Nos ensina que a conversdo requerida por Deus ultrapassa 0 caminho religioso para atingir a vida e sua ética. Ninive foi salva por causa da misericérdia divina, nenhum ato de peniténcia ou exteriorizacao de hu- milhacao é capaz de trazer salvagao. Deus nos salva pela graca, e somente por ela é que conseguimos viver. As atitudes de converséo sao um testemunho piiblico de que abrimos mao do controle para que Deus possa reinar sobre nossa vida. TEXTO BiBLICO Jonas 4 TEXTO AUREO Jonas 4.10,11 SEGUNDA che aise Sars cL Troe CULL aces ord Jonas 4.10,11 UMA LIGAO PARA 0 PROFETA INTRODUCAO Sabe quando somos surpreendidos? Sabe quando as coisas ocor- rem de uma forma inesperada? 0 profeta Jonas se viu aténito com os fatos que haviam acontecido. 0 foco da histéria sofre uma mudanga drastica, de um relato de amor e perdao é deslocado para uma histéria de ressentimento e ira. Dos sentimentos di- vinos passa-se a testemunhar do sentimento de Jonas. Na ética divina, a empreitada em Ninive havia sido um absoluto sucesso; diante dos mistérios do amor de Deus, o profeta se questiona quanto a razao dessa compaixao por aquela cidade opressora. Ele ndo aceitava a possibilidade de que pessoas tao perversas, violentas ¢ iddlatras pudessem ser amadas por Deus. Recusa-se novamente a fazer parte dos planos divinos ao negar a possibi- lidade de perdao aquele povo. PLANOS E PROJETOS De forma bem burocratica e letargica, Jonas aliviou sua consciénda litando cumprir suas obrigagées religiosas com a proclamacao do juizo divino. Ele tinha absoluta certeza que Ninive nao merecia nada que nao fosse a destruicdo e ansiosamente escolhe um lugar de destaque para assistir ao espetéculo. Assume uma atitude contemplativa e confortavel diante da catdstrofe anunciada. 0 tempo passou e nada aconteceu. Entao, Jonas ficou azedo de verdade. Seu desejo era punir a maldade, e a forma de fazer isto era confind-los a sua propria desgraca e jamais entregar-Ihes qualquer mensagem de resgate divino. Ninive, que era a personificagao do mal, contudo, ouviu a voz de Deus, arrepen- deu-se diante de cinco palavras truncadas pregadas pelo profeta. Passou a ser padrao de comportamento para Jerusalém. Logo a cidade santa, que era dita como simbologia de retidao e pureza, foi a cidade que nao se arrependeu, embora rolos de profecias tenham sido proferidos denunciando sua maldade. Eo mais grave, nas palavras ditas por Jesus séculos mais tarde, ao contrdrio de Ninive que acatou a mensagem profé- tica, Jerusalém matava seus profetas (Mt 23.30-37). Perceba que somos confrontados com o fato de que os gentios em alguns momen- tos estéo mais sensiveis 4 percepcao do acolhimento divino, além do acolhimento dos ninivitas, os marinheiros adoram a Deus depois de serem salvos do intempes- tuoso mar, enquanto o profeta se dirige a Deus indelicadamente. Jonas é a unica pessoa nas Escrituras a acusar Deus por ser gracioso, compassivo, tardio em ira e que hesita em enviar a calamidade. SENTIMENTOS A recusa por testemunhar a compaixao nao é simbolo de crueldade, mas de medo. O medo de cumprir a missdo era 0 medo existencial de Jonas. A auséncia de expe- riéncia real com Deus € a causa de nossos temores. Temer significa olhar 0 mundo coma realidade de nossa limitagao, nao ha sentimento mais autocentrado, mais egois- ta do que este. Ao enxergar 0 mundo com nossas potencialidades percebemos 0 quao limitado somos, tornamo-nos escravos e reféns do medo. Sem que percebamos, Passamos a ser pessoas ansiosas, nervosas, preocupadas, envolvidas em questées limitadas por nossa sobrevivéncia. Jonas, tomado pela ira, supde que sua ideologia é superior aos planos divinos. Depois de tudo que experimentou tem a audacia de afirmar que estava certo ao fugir para Tarsis. Na pratica, se sente fragi- lizado e vulnerdvel, suas teorias refletiam 0 padrao de pensamento completamente oposto ao da sua missao. Existia uma ideia geral de que o profeta era legitimado pelo cumprimento daquilo que anunciava. Jonas havia anunciado a destruicao, porém, con- trariando os fatos, houve o arrependimento e Ninive é salva por Deus. Como assim? Pensava ele, como viver daqui por diante com um sentimento de ter colaborado com meus inimigos? Esta reacao do profeta é muito grave, seus equivocos, quanto ao seu relacionamento com Deus, afetam todo seu comporta- mento, tornando-o uma pessoa into- lerante, insensivel e preconceituosa. Apesar de ter sido tratado por Deus com uma enorme misericérdia, ainda nao tinha conseguido aprender com o Senhor. Quando confundimos adoragao com pratica religiosa, ndo trazemos 0 culto para nossa vida. Quando enxergamos o relacionamento com Deus por uma série de regras morais, ndo construimos nada de relevante e vivemos uma religiosidade de aparéncia, frustrada e limitada. AFOGADO Afogado em ira e desgosto, Jonas demons- tra sua vontade de ter o absoluto controle nao apenas da situacao como também do Senhor Deus. Afogado pelas magoas e evi- denciando uma infantilidade perene, chega pedir a Deus que Ihe tire a vida. Quanta imaturidade! Tipico menino que ao ser contrariado pelos colequinhas recolhe seus brinquedos e néo quer mais brincar. Vive- mos um tempo em que nossas igrejas estao cheias de gente vazia, individuos imaturos que ndo progridem e nao crescem em seu relacionamento com Deus. Sao austeras, religiosas, sem profundidade e nao leema Biblia e nem oram, apenas estao a repetir os discursos veiculados na midia gospel. Araiva é um sentimento que pode surgir quando somos contrariados. 0 problema reside que, sem os designios divinos, trilhamos por um caminho apenas em busca de efeitos analgésicos. Queremos a todo custo satisfazer nossos desejos, perseguimos coisas finitas que logo perdem o sentido de existéncia, levando consigo nosso padrao de felicidade. A vida ganha o sentido de uma montanha-russa, alternando momentos de éxtase com decepcées abissais. Deus age de forma soberana, apesar de tantas vezes seus instrumentos nao estarem tao dispostos a serem os instrumentos de seus intentos e desejos. Por isso, nao podemos esquecer que dentro da normalidade de seres fa- lhos e limitados, em alguns momentos as frustrac6es nos atingem. Ora, isso ocorre quando nao compreendemos inicialmente os planos divinos e nos vemos em direcdo oposta ao real sentido da missao. Isso nos forca a nos atualizar, a nos readaptar, a reforcar toda nossa existéncia e nos res- situar no projeto de Deus para nossa vida e nossa historia. Sejamos sinceros, sabe- mos que nao é raro que, na intencdo de andar com Deus, de realizar sua vontade, vivemos crises parecidas com a de Jonas. De repente, algumas certezas organizadas no coracao do profeta foram subitamente chacoalhadas, alvorocadas, conturbadas pela voz de Deus. Neste instante podemos nos entregar aos sentimentos de raiva e rancor ou abrir-nos ao encontro do con- solo e conforto do Santo Espirito de Deus. ACOMPAIXAO Deus continua a tratar de seu profeta. Ele nao desiste dos seus filhos. 0 sentimento de amargura no coracao de Jonas trouxe consigo o viver autocentrado. E quando isso ocorre passamos a construir uma atmosfera de individuos ressentidos, desprestigiados e prejudicados. A reacao natural é revidar, é reclamar da falta de espaco e 0 conflito é inevitavel. Contudo, a graca de Deus, além de farta, é também criativa e pedagdgica. Cuidadosamente trés instrumentos sao preparados pelo Se- nhor para ensinar o profeta: uma planta, um verme e um vento sufocante. Deus, mais uma vez, usando coisas co- muns em dias comuns para falar com seu profeta, fez crescer uma planta de folhas largas com capacidade de fornecer sombra. Jonas ficou contente, como todo mundo, gostava de ser abencoado, de receber coisas boas de Deus. No dia seguinte, o Senhor envia um verme que feriu a planta e acabou com 0 sossego de Jonas. Mas nao parou por af, o dia teve prosseguimento com um sol forte e um vento sufocante. Calor causticante, vento, tensdo, irritacéo. Some tudo isso 0 resultado dessa equacao é a eclosao novamente do sentimento de inadequa- ¢ao e falta de sentido. A experiéncia de viver sem dar frutos, a falta de vitalidade produz um sentimento de desvalia. Uma vida embotada, enfadonha, estagnada e rotineira dominada pelo medo. 0 Criador compreendia as fraquezas do seu profeta. Quase esmagado pelo peso de sua amargura é plenamente confortado por Deus. Deus nunca nos confere uma tarefa sem providenciar os recursos para 0 desenrolar de tal responsabilidade. Essa é a t6nica da nossa caminhada. Deus promove todos os recursos fisicos e emocionais e legitima a caminhada. Podemos ter a conviccdo de que Deus estard conosco 0 tempo todo. 0 sentimento de inadequacao que possuimos nao pode frear o desenrolar de nossa missao. Ore. Coloque suas inade- quacées, seus medos aos pés da cruz. Pega especificamente para que Deus Ihe dé a Percepcdo de sua companhia. Jonas deve sofrer em si mesmo ainsolacao para ver qual seria a situacao de Ninive. 0 contraste formado entre o profeta e Deus, entre a planta e os ninivitas, serve para criar uma espécie de constrangimento em Jonas por escolher enxergar 0 mundo através de sua 6tica. 0 livro termina com uma pergunta em aberto: “E nao teria eu compaixao da grande cidade de Ninive, onde ha mais de cento e vinte mil pessoas que nao sabem discernir entre a mo direita e a esquerda, e também muito gado?” (4.11). Equantoa nés? Qual serd a nossa resposta diante das mazelas da nossa sociedade? Pense nisto. EEE ES CURIOSIDADES SOBRE OS PROFETAS MENORES Oseias é muito emotivo e, por isso, ndo se detém em explicar uma quantidade consideravel de referéncias e imagens biblicas. Um dicionario biblico ajudara vocé a entender os nomes e lugares que talvez desconheca. Joel raramente se refere a pessoas, lugares ou acontecimentos desconhecidos, razao por que vocé pode facilmente ler este livro sem ter que recorrer a materiais adicio- nais, tais como diciondrios biblicos. 0 desafio esta em poder relacionar sua forma de entender um desastre natural — a praga dos gafanhotos — com a visdo do futuro. Amés, talvez por ser um camponés, usou um estilo de redacao muito simples, carre- gado de forte linguagem rural. Fle nao se importava com 0 fato de ser ou ndo aceito pela sociedade. Ele nao era um profeta profissional que ganhava a vida dizendo coisas agradaveis acerca de Deus (Am 7.14). Deus 0 chamara a deixar seu trabalho para comunicar a divina mensagem. Deus lhe dissera: “Vai” (7.15), e Amés obedeceu. Obadias é 0 menor livro do Antigo Testamento e pode ser lido e entendido numa sé leitura. Nao obstante, muitos leitores acham dificil entender a importancia desta contenda permanente de fronteiras entre parentes consanguineos. Uma traicao familiar é particu- larmente repugnante a Deus e a humanidade. Obadias nos lembra que haverd justica. Jonas é uma breve e encantadora narrativa escrita por um escritor de primeirissimo nivel. Vocé podera 1é-Io facilmente. Ao ler Jonas, atente para as mudancas pelas quais passa a cidade de Ninive. Tente observar as transformacées que vai ocorrendo também em Jonas e observe como Deus vai pressionando-o na direcao da mudanca. Pergunte-se em sequida: Que dizia este livro aos seus primeiros leitores, os israelitas? Que diz a mim hoje? Eva Souza da Silva Evangelista Redatora Referéncia Biblia Devocional de Estudo — Velho e Novo Testamento. Traducao de Joao Ferreira de Almeida. Versao revista e corrigida. Com referéncias. Revisdo de 1997. Fecomex. (ees) z a. Qual povo foi comparado a uma vaca rebelde? — Oseias 4.16. b. Qual 0 povo que tremeria de medo por causa de um simples bezerro? — Oseias 10.5. c.Qualo rei que foi comparado a um pedaco de madeira na superficie da aqua? — Oseias 10.7. d. De onde eram as mulheres que oprimiam pobres e induziam os seus maridos a beberem ea que animal elas foram comparadas? — Amés 4.1. e. Quem, em visdo, contemplou o Senhor com um instrumento de pedreiro na mao? — Am6s 7.7,8. f. Onde lemos na Biblia que em Israel passou trés meses sem chover? — Am6s 4.7. 1. Quais os livros da Biblia que tem apenas 1 capitulo? 2. Quais os livros da Biblia que terminam com um ponto de interrogagao? 3. Qual o menor livro da Biblia? 4. Qual o maior livro da Biblia? 5. Qual o menor capitulo da Biblia? 6. Qual o maior capitulo da Bit 7. Qual o menor versiculo da Biblia? 8. Qual o maior versiculo da Biblia? 9. Quantas palavras a Biblia contém aproximadamente? 10. Quantas letras a Biblia contém aproximadamente? 11. Quantos capitulos e quantos versiculos a Biblia possui? 12. Em quais livros da Biblia nao encontramos a palavra Deus? GABARITO “(p-SeD1]q1¢-SapepIsoUNs/iq’ Woy eH|qIqepapepIssAAIUN- MAM :Op!exq) “ORUUOJeS ap saxeIUE) a 18159°ZL ‘SO|NDISIOA ZOL-LE 8 SO/M}de> 6LL"L “LL SEND] OBP'99S'E “OL SeInEIEd E69'ELZ “6 (SHOULD GLb INssod) 6B 43153" (SENA| OL Mssod) ¢ 1°07 Oporg (, :of assiq, :seNa| / seuade WHA} 7"¢ Of “kigIOd “epeZI|eMly a EISIAaY 2u,opunbas 0, ;0¢ 07 SEM] 9 “epIBIOD a easiADY EpIoUY EN “OBSIaA e DULLO}LUOD LEA OSS}) Z (So]ND}SIIA SLL inssod) 611 owes “9 (sojnoys1aAZ Inssod) ZL OUITeS “¢ (SoUNJes OGL INssod) soWNJeS “py (SOIMD}SHaA €L aquawios inssod) oporz “¢ UuneN 2 seus ‘saaseyuoute] “z Sepny a ovorE ‘OBOTz “WOWIA}L] ‘SeIPEGO“L eee ONCE! PARA REFLETIR, MUDAR E AGIR 1. Uma dificil chamada 2. Uma contenda com Deus 3. Consequéncias do pecado 4, Exortago ao arrependimento 5. Promessa da efusao do Espirito 6. Umaterrivel descricao 7. Chamamento ao perdao 8. Promessa de restauracao 9. Visdo de um povo em pecado 10. Areagao do profeta 11. Dentro de urn peine: qeroundo er 12. A pregagao doevangelho no Antigo Testamento 13. Uma ligao para o profeta EE As vezes, Deus precisa nos levar ao deserto para recomecar uma histéria em nossa vida Quanto mais longe de Deus maior 0 caos manifestado na minha vida e na sodedade Toda escolha tem uma consequéncia, seja ela boa ou ma e, mais ainda, daremos contas a Deus de todas elas Deus permanece fiel e, no seu amor, continua sempre de bracos abertos para receber o filho de volta. £ este 0 amor que Deus tem para com o seu povo, um amor incondicional que nao mede esforgos Na crise é preciso se reencontrar com Deus Toda opuléncia se findaré, 0s altares e a falsa religiosidade nao conseguem ser alento na hora da angustia Sempre é tempo para acertar o caminho com Deus Deus, antes de executar seu juizo, sempre nos alerta e nos ofere- ce uma oportunidade de escape O que fizermos a outros pode voltar-se contra nds Toda reacao que possamos ter diante de Deus gera algum tipo de consequéncia Deixe que Deus use sua vida e fard coisas extraordinarias Quando Deus escolhe, o ser humano pode buscar outras rotas, mas 0 Senhor vai ao seu encalco e 0 traz de volta ao seu plano Deus age de forma soberana, apesar dé tantas vezes seus instru- ‘mentos nao estarem tao dispostos a serem os instrumentos de seus intentos e desejos

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