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TABELA DOS CRIMES AMBIENTAIS

AUTOR: GUSTAVO SENNA MIRANDA – PROMOTOR DE JUSTIÇA/ES

I - SIGLAS UTILIZADAS:

D. = pena de detenção

R. = pena de reclusão

II - TABELAS

1) LEI DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE (LEI Nº 9.605, DE 12 DE


FEVEREIRO DE 1998)

A) Crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima em abstrato não


superior a dois anos - com a entrada em vigor da Lei nº 11.313, de 28/06/2006,
que modificou o art. 61 da Lei nº 9.099/95), passíveis de TRANSAÇÃO PENAL
(art. 76 da lei nº 9.099/95, c/c o art. 27 da Lei nº 9.605/98

Ação
Artigo Infração Pena(s)
Penal

Caça, perseguição ou apanha de espécime da fauna D. 6 m. a 1 ano e


29, caput Públ. Inc.
silvestre sem licença ou em desacordo com a obtida. multa.

Impedimento de procriação da fauna silvestre sem D. 6 m. a 1 ano e


29, § 1º, I Públ. Inc.
licença ou em desacordo com a obtida. multa.

Destruição, dano ou modificação de ninho, abrigo ou D. 6 m. a 1 ano e


29. § 1º, II Públ. Inc.
criadouro natural. multa.

Venda, exportação, aquisição ou guarda de espécimes


D. 6 m. a 1 ano e
29, § 1º, III da fauna silvestre e produtos derivados, sem licença Públ. Inc.
multa.
ou provenientes de criadouros não autorizados.

D. 3 m. a 1 ano e
31 Introdução de espécime animal no país sem licença. Públ. Inc.
multa.

D. 3 m. a 1 ano e
32, caput Abuso ou maus tratos em animais. Públ. Inc.
multa.

D. 3 m. a 1 ano e
32, § 1º Experiência dolorosa ou cruel com animal vivo. Públ. Inc.
multa.

D. 1 a 3 anos ou
Tipo culposo - Destruir ou danificar vegetação primária ou multa, ou ambas
secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, cumulativamente
38-A, p. do Bioma Mata Atlântica, utilizá-la com infringência das
Par. único. Se o
normas de proteção. (Incluído pela Lei nº 11.428, de Públ. Inc.
único
crime for culposo,
2006).
a pena será
reduzida à metade.
D. 6 m. a 1 ano e
41, p. único Incêndio culposo em mata ou floresta. Públ. Inc.
multa.
Extração mineral não autorizada em florestas públicas D. 6 m. a 1 ano e
44 Públ. Inc.
ou de preservação. multa.

Corte ou transformação em carvão de madeira de lei,


assim classificada por ato do poder público, para fins
R. 1 a 2 anos e
45 industriais,energéticos ou para outra exploração, Públ. Inc.
multa.
econômica ou não, em desacordo com as
determinações legais.

Aquisição ou recebimento de produtos vegetais sem


D. 6 m. a 1 ano e
46, caput verificação de sua extração mediante licença e Públ. Inc.
multa.
desacompanhados de documento.

Venda, depósito, transporte ou guarda de produtos de D. 6 m. a 1 ano e


46, p. único Públ. Inc.
origem vegetal sem licença. multa.

Impedimento da regeneração de florestas ou D. 6 m. a 1 ano e


48 Públ. Inc.
vegetação. multa.

Destruição ou dano em plantas ornamentais de D. 3 m. a 1 ano e


49 Públ. Inc.
logradouros ou propriedade privada. multa.

Destruição ou dano em floresta ou vegetação de D. 3 m. a 1 ano e


50 Públ. Inc.
especial preservação. multa.

Comercialização ou uso de moto-serra sem licença ou D. 3 m. a 1 ano e


51 Públ. Inc.
registro. multa.

Penetração em Unidade de Conservação portando


D. 6 m. a 1 ano e
52 instrumentos para caça ou exploração florestal, sem Públ. Inc.
multa.
licença.

Causação culposa de poluição danosa à saúde humana


D. 6 m. a 1 ano e
54, p. único ou provocadora de mortandade de animais ou de Públ. Inc.
multa.
destruição da flora.

Pesquisa ou extração mineral sem autorização ou em D. 6 m. a 1 ano e


55, caput Públ. Inc.
desacordo com a licença. multa.

Não recuperação de área de pesquisa ou exploração D. 6 m. a 1 ano e


55, p. único Públ. Inc.
mineral. multa.

Substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana D. 6 m. a 1 ano e


56, § 3º Públ. Inc.
ou ao meio ambiente. multa.

Estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente


D. 1 a 6 meses
60 poluidores, sem licença ou contrariando normas legais Públ. Inc.
e/ou multa.
e regulamentares.

Destruição, inutilização ou deterioração culposa de D.6 m. a 1 ano e


62, p. único Públ. Inc.
bem especialmente protegido. multa.

Construção em solo não edificável, ou seu entorno, D. 6 m. a 1 ano e


64 Públ. Inc.
sem autorização ou em desacordo com a concedida. multa.

D. 3 m. a 1 ano e
65, caput Conspurcação de edificação ou monumento urbano. Públ. Inc.
multa.

D. 6 m. a 1 ano e
65, p. único Conspurcação de monumento ou coisa tombada. Públ. Inc.
multa.

Não cumprimento culposo de obrigação de relevante D. 3 m. a 1 ano e


68, p. único Públ. Inc.
interesse ambiental. multa.
B) crimes de médio potencial ofensivo (pena máxima superior a dois anos),
passíveis de suspensão condicional do processo (art. 89 da lei nº 9.099/95, c/c
o art. 28 da Lei nº 9.605/98)

Ação
Artigo Infração Pena(s)
Penal

Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios R. 1 a 3 anos e


30 Públ. Inc.
e répteis em bruto. multa.

Provocar, pela emissão de efluentes ou


carreamento de materiais, o perecimento de D. 1 a 3 anos ou
33, caput espécimes da fauna aquática existentes em rios, multa, ou ambas Públ. Inc.
lagos, açudes, lagoas, baías ou águas cumulativas.
jurisdicionais brasileiras.

D. 1 a 3 anos ou
33, par. Degradação em viveiros, açudes ou estações de
multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. I aqüicultura de domínio público.
cumulativamente.

Exploração de campos naturais de invertebrados D. 1 a 3 anos ou


33, par.
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. II
autorização da autoridade competente. cumulativamente.

Fundiar embarcações ou lançar detritos de D. 1 a 3 anos ou


33, par.
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. III
corais, devidamente demarcados em carta náutica. cumulativamente.

Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou D. 1 a 3 anos ou


34, caput multa, ou ambas Públ. Inc.
em lugares interditados por órgão competente. cumulativamente.

34, par. Pesca espécies que devam ser preservadas ou D. 1 a 3 anos ou


multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. I espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos. cumulativamente.

Pesca quantidades superiores às permitidas, ou D. 1 a 3 anos ou


34, par.
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. II
técnicas e métodos não permitidos. cumulativamente.

Transporta, comercializa, beneficia ou industrializa D. 1 a 3 anos ou


34, par.
espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca multa, ou ambas Públ. Inc.
único, inc. III
proibidas. cumulativamente.

Pescar mediante a utilização de explosivos ou


35, inc. I substâncias que, em contrato com a água, produzam R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
efeitos semelhantes.
Pescar mediante a utilização de substâncias tóxicas,
35, inc. II R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
ou outro meio proibido pela autoridade competente.
Destruir ou danificar floresta considerada de
preservação permanente, mesmo que em formação, D. 1 a 3 anos ou
38, caput* multa, ou ambas Públ. Inc.
ou utilizá-la com infringência das normas de cumulativamente.
proteção.
Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária,
em estágio avançado ou médio de regeneração, do D. 1 a 3 anos ou
38-A** Bioma Mata Atlântica, utilizá-la com infringência das multa, ou ambas Públ. Inc.
normas de proteção. (Incluído pela Lei nº 11.428, de cumulativamente
2006)

39 Cortar árvores em floresta considerada de D. 1 a 3 anos ou Públ. Inc.


multa, ou ambas
preservação permanente, sem permissão da cumulativamente.
autoridade competente.
Causar dano direto ou indireto às Unidades de
Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
40, caput R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990,
independentemente de sua localização.
Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que
possam provocar incêndios nas florestas e demais D. 1 a 3 anos ou
42 multa, ou ambas Públ. Inc.
formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer cumulativamente.
tipo de assentamento humano.
Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais
que resultem ou possam resultar em danos à saúde R. 1 a 4 anos, e
54, caput Públ. Inc.
humana, ou que provoquem a mortandade de multa.
animais ou a destruição significativa da flora.
54, § 2º, inc. Se o crime tornar uma área, urbana ou rural,
R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
I imprópria para a ocupação humana.
Se o crime causar poluição atmosférica que provoque
54, § 2º, inc. a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das
R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
II áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
população.
Se o crime causar poluição hídrica que torne
54, § 2º, inc.
necessária a interrupção do abastecimento público de R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
III
água de uma comunidade.
54, § 2º, inc. Se o crime dificultar ou impedir o uso público das
R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
IV praias.
Se o crime ocorrer por lançamento de resíduos
54, § 2º, inc. sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou
R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
V substâncias oleosas, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos.
Deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade
54, § 3º competente, medidas de precaução em caso de risco R. 1 a 5 anos. Públ. Inc.
de dano ambiental grave ou irreversível.
Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, armazenar,
guardar, ter em depósito ou usar produto ou
R. 1 a 4 anos, e
56***, caput substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde Públ. Inc.
multa.
humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as
exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos.
Abandonar os produtos ou substâncias referidos no
56, § 1º caput (art. 56), ou os utiliza em desacordo com as R. 1 a 4 anos, e Públ. Inc.
multa.
normas de segurança.
Disseminar doença ou praga ou espécies que possam
61 causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora R. 1 a 4 anos, e Públ. Inc.
multa.
ou aos ecossistemas.
Destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente R. 1 a 3 anos, e
62, inc. I Públ. Inc.
protegido por lei, ato administrativo ou decisão multa.
judicial.
Destruir, inutilizar ou deteriorar arquivo, registro,
museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica R. 1 a 3 anos, e
62, inc. II Públ. Inc.
ou similar protegido por lei, ato administrativo ou multa.
decisão judicial.
Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local
especialmente protegido por lei, ato administrativo
ou decisão judicial, em razão de seu valor
63 paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, R. 1 a 3 anos, e Públ. Inc.
multa.
cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida.
Fazer o funcionário público afirmação falsa ou
enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou R. 1 a 3 anos, e
66 Públ. Inc.
dados técnico-científicos em procedimentos de multa.
autorização ou de licenciamento ambiental.
Conceder o funcionário público licença, autorização
ou permissão em desacordo com as normas
R. 1 a 3 anos, e
67 ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja Públ. Inc.
multa.
realização depende de ato autorizativo do Poder
Público.
Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
concessão florestal ou qualquer outro
procedimento administrativo, estudo, laudo ou
relatório ambiental total ou parcialmente falso ou D. 1 a 3 anos.
69-A enganoso, inclusive por omissão: (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº Públ. Inc.
nº 11.284, de 2006) 11.284, de 2006)

§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei


nº 11.284, de 2006)

Obs1: ** Art. 38, caput, da Lei nº 9.605/1998 – conduta de


“destoca” para pastagem – o STJ já entendeu que a conduta de
destoca para fins de pastagem configura conduta atípica, conforme se
nota pelo Informativo 251: “CRIME AMBIENTAL. DESTOCA.
PASTAGEM. O ato de o proprietário rural promover destoca com o
objetivo de limpar a área de pastagem em sua fazenda é incompatível
com o tipo do art. 38 da Lei n. 9.605/1998”. RHC 16.651-MG, Rel. Min.
Hamilton Carvalhido, julgado em 14/6/2005.

ATENÇÃO: SIGNIFICADO DE “DESTOCA” - “Destoca” é o


procedimento de retirada dos tocos de árvores já cortadas (geralmente
valendo-se de trator). Assim, a conduta será atípica na visão do STJ
somente se as árvores já se encontram cortadas, do contrário, sendo
árvore de floresta de preservação permanente, mesmo que em formação,
poderá restar caracterizado o crime previsto no art. 38 da Lei nº
9.605/1998.
Obs2: ** Art. 38-A da Lei nº 9.605/1998 – Artigo acrescentado pela
Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Referido artigo é norma
especial em relação ao arts. 48 e 50 da mesma lei, sendo o elemento
especializante a elementar do crime “bioma da mata atlântica”.

Bioma da Mata Atlântica – Lembramos que bioma é um amplo


conjunto de ecossistemas. O Brasil possui sete biomas: Mata Atlântica,
Amazônia, Cerrado, Caatinga, Campos Sulinos, Costeiro e Pantanal. Os
biomas caracterizam-se por formas de plantas consistentes e são
encontrados em grandes áreas climáticas.

Obs3: *** Art. 56 da Lei nº 9.605/1998 – interpretações

O art. 56 da Lei nº 9.605/1998 incrimina a conduta de produzir, processar, embalar,


importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em
depósito, usar qualquer elemento natural ou artificial que possa ser tóxico, perigoso
ou nocivo ao homem.
Há grande controvérsia na doutrina em relação à semelhança com o art. 15 da Lei
nº 7.802/1989 (que trata dos agrotóxicos), que dispõe: “Aquele que produzir,
comercializar, transportar, aplicar, prestar serviço, der destinação a resíduos e
embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, em descumprimento
às exigências estabelecidas na legislação pertinente estará sujeito à pena de
reclusão, de dois a quatro anos, além de multa (com redação dada pela Lei nº
9.974, de 06 de junho de 2000).
Assim, dúvida existe acerca da revogação ou não do art. 15 da Lei nº 7.802/1989
pelo citado art. 56 da Lei nº 9.605/1998, havendo basicamente duas posições sobre
o tema:
1ª) Pela não-revogação – Para essa posição o citado art. 15 da lei que trata dos
agrotóxicos não foi revogado pelo art. 56 da lei ambiental, sendo norma especial
que prevalece sobre esta, já que cuida especificamente de agrotóxicos,
diferentemente do art. 56 que é regra genérica.

Assim, Poe exemplo, é a posição de Vladimir Passos de Freitas e Gilberto Passos


de Freitas (Crimes Contra a Natureza, 6ª ed., ed. RT, 2000, p. 188-189), que a
comentar o referido art. 56 observa:

“A primeira observação que se faz é a de que, a nosso ver, o dispositivo em estudo


não revogou o art. 15 da Lei 7.802/89, que trata dos agrotóxicos. Com efeito, na
legislação norte-americana, que motivou a lei brasileira, os assuntos são tratados
em diplomas diferentes. A lei que cuida do controle de substâncias tóxicas exclui
expressamente os pesticidas (TSCA, Cap. 53, Subcapítulo 1, Séc. 2602, § 3º), os
quais são regulados pela lei específica (FIFRA, Cap. 6, inseticidas e controle
ambiental de pesticidas, Sbcapítulo 2).

Mas não é só isso. Muito embora a redação desse tipo penal se assemelhe à do
art. 15 da Lei 7.802/89, nele não há qualquer menção expressa a agrotóxicos, seus
componentes ou afins. Ora, a conclusão a que se chega é a de que o art. 15 da Lei
7.802/89 foi preservado. E tanto isso é verdade que a Lei 9.605/98 não faz qualquer
menção explícita ou implicitamente, ao outro crime da Lei 7.802/89, ou seja, à
conduta prevista no art. 16 para aqueles que deixam de promover medidas
necessárias á proteção da saúde ou do meio ambiente.

Não será demais lembrar que a Lei 7.802/89 é especial, pois cuida apenas de
agrotóxicos e, por isso, não pode ser considerada revogada pelo art. 56 da Lei
9.605/89, regra geral.”
No mesmo sentido: Édis Milaré e Paulo José da Costa Júnior (Direito Penal
Ambiental – Comentários a Lei nº 9605/98, ed. Millenium, 2002, p. 162).

2ª) Pela revogação – para essa corrente o art. 56 da Lei nº 9.605/1998 revogou o
art. 15 da lei nº 7.802/1989, pois regulou inteiramente a matéria disciplinada neste
artigo.

Nesse sentido: Luiz Paulo Sirvinskas (Tutela Penal do Meio Ambiente, ed. Saraiva,
2002, p. 197) e Carlos Ernani Constantino (Delitos Ecológicos, ed. Atlas, 2001, p.
188).

C) crime de grave potencial ofensivo, não passível de aplicação de transação


penal e/ou suspensão condicional do processo (pena máxima superior a dois
anos, e pena mínima superior a um ano).

Artigo Infração Pena(s) Ação Penal

R. 2 a 4 anos, e
41* Provocar incêndio em mata ou floresta. Públ. Inc.
multa

R. 2 a 4 anos e
Desmatar, explorar economicamente ou degradar
multa
floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio
50-A (Incluído pela Lei Públ. Inc.
público ou devolutas, sem autorização do órgão
nº 11.284, de
competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
2006)

Elaborar ou apresentar, no licenciamento, R. 3 a 6 anos, e


concessão florestal ou qualquer outro procedimento multa
60-A administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental (Incluído pela Lei Públ. Inc.
total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive nº 11.284, de
por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 2006)

Obs: * Distinção do art. 41 da Lei nº 9.605/1998 com outras infrações:

1) Distinção com a contravenção do art. 26, “e”, da lei nº 4.771/1965:


Tendo em vista que o artigo 41 da Lei dos Crimes Contra o Meio Ambiente somente
tipificou provocar incêndio em mata ou floresta, parte da doutrina entende que
permanece em vigor a contravenção prevista no artigo 26, alínea "e" do Código
Florestal, cujo teor é o seguinte: "fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e
demais formas de vegetação, sem tomar as precauções adequadas."

Nesse sentido é a posição de Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, Ney de Barros
Bello Filho e Flávio Dino de Castro e Costa (Crimes e Infrações Administrativas
Ambientais, ed. Brasília Jurídica, 2000, pp. 216-217), que ao comentarem o art. 41
da Lei nº 9.605/1998, destacam: “Visível a semelhança com a contravenção penal
prevista no art. 26 , letra e, da lei nº 4.771/65 (“fazer fogo, por qualquer modo, em
florestas e demais formas de vegetação, sem tomar as precauções adequadas”).
Entretanto, não houve, a nosso ver, total revogação desse dispositivo do Código
Florestal, uma vez que o art. 41 da nova Lei Ambiental refere-se a matas e/ou
florestas. O incêndio provocado em outras formas de vegetação que não se
enquadrem nesse binômio continuam a ser punidos, dessa forma, a título de
contravenção penal, pois, inúmeras práticas de “queimadas” realizadas sem as
cautelas devidas.”

De igual forma, conferir: Vladimir Passos de Freitas e Gilberto Passos de Freitas


(Crimes Contra a Natureza, 6ª ed., ed. RT, 2000, p. 127); Luís Paulo Sirvinkas
(Tutela Penal do Meio Ambiente, ed. Saraiva, 2002, p. 160).

Em relação à contravenção penal prevista no art. 26, alínea “e”, do Código


Florestal, cabe observar que as queimadas, desde que efetuadas sem as cautelas
indispensáveis, não obstante ter sido vetado o artigo 43 da Lei nº 9605/98,
configurarão o tipo contravencional referido, ou seja, fazer fogo em vegetação, mata
ou floresta, sem as precauções adequadas, se não configurar o crime de poluição
(art. 54 da Lei nº 9.605/1998). E se o fogo, justamente pela falta de cuidado
indispensável, atingir proporção de incêndio, em mata ou floresta, evidenciado
estará o crime do artigo 41 da Lei nº 9605/98.

2) Distinção com o art. 250 do Código Penal:


O crime ambiental previsto no art. 41 da lei nº 9.605/1998 também não se confunde
com o delito de incêndio previsto no artigo 250, § 1º, II, “h”, do Código Penal, pois
este consiste na conduta de causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem, tutelando-se, portanto, a incolumidade pública,
sendo a pena aumentada se o incêndio se der em lavoura, pastagem, mata ou
floresta (alínea “h” do inciso II, § 1º). Diferentemente, o art. 41 da Lei nº 9.605/1998,
que tipifica a conduta de incêndio em mata ou floresta, visa resguardar o patrimônio
ambiental, sendo, portanto, crime contra o meio ambiente, contra a flora. Destarte,
se do incêndio decorrer perigo comum, vale dizer, se a conduta expor a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outra pessoa, estará configurado o
delito de incêndio previsto no Código Penal (artigo 250, "caput"), pois se trata de
crime de perigo comum à pessoa ou ao patrimônio de outrem.
Nesse sentido: Luiz Regis Prado (Crimes Contra o Meio Ambiente, ed. RT, 1998, p.
98); Luís Paulo Sirvinkas (Tutela Penal do Meio Ambiente, ed. Saraiva, 2002, p.
160).

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