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DEGENERAÇÕES

O termo é utilizado para alterações morfológicas celulares. São sempre processos


REVERSIVEIS, uma vez que eliminada a causa da degeneração, a célula volta ao
normal.

Assim, degeneração pode ser definida como lesão reversível secundaria a alteração
bioquímica que resultam em acumulo de substancia no interior das células -
citoplasma. Sendo que são classificadas de acordo com a natureza da substância
que esta acumulada na célula.

DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA

Nessa degeneração, acumulam-se ÁGUA e ELETROLITOS no interior das células,


tornando-as tumefeitas (+ volume). A razão da d. hidrópica é transtornos nos
equilíbrios hidroeletrolíticos gerando retenção de agua e eletrólitos no citoplasma.
O transito de eletrólitos através de membranas depende de da ação de bombas
eletrolíticas, as quais transportam eletrólitos contra gradientes de concentração,
garantindo o equilíbrio hidroeletrolítico.

O funcionamento das bombas depende de ATP ou integridade das estruturas da


membrana. Assim, uma agressão celular reduz o funcionamento das bombas quando
1) prejudica a produção de ATP, 2) interfere na estrutura da membrana ou 3)
modifica moléculas formadoras da bomba.

As causas mais comuns são:

- HIPÓXIA: acarreta numa MENOR produção de ATP, bem como desacopladores


da fosforilação mitocondrial;

- HIPERTERMIA: acarreta em aumento do consumo de ATP;

-TOXINAS que lesem diretamente membranas (fosfolipase e agressores que


gerem radicais livres)

- Substâncias que inibam a ATPase (Ouabaína)

Com isso, ocorre, na célula, + Na+, - K+ e aumento da pressão osmótica intracelular,


o que gera aumento da entrada de agua na célula que vai, assim, expandir
isosmoticamente.
Quadro Micro e Macroscópico

Micro: observa-se que houve diluição do citoplasma, dilatação de organelas,


desestruturação do citoesqueleto, presença de grânulos citoplasmáticos e
diminuição da basofilia do citoplasma.

Macro: aumento de peso e volume, diminuição da consistência, palidez, diluição


devido ao acumulo de água e OLIGOEMIA (vasos sanguíneos comprimidos, em
fenda).

DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE LIPIDEOS

ESTEATOSE

Trata-se do acúmulo de gorduras neutras (triglicerídeos) no citoplasma da célula


que não costumas armazená-las. Lesão comum no fígado, miocárdio e epitélio
tubular. As fontes de Triglicérides são dieta, síntese e depósitos (mobilização para
lipólise). A esteatose ocorre por motivos que interferem no metabolismo celular de
ac. Graxos, com aumento de síntese ou diminuição da utilização, transporte e
secreção. Portanto, a esteatose é causada por processos que geram aumento da
síntese de lipídeos por processos que aumentem o aporte de ac. Graxos para as
células, aumento da produção de ac.graxos em virtude de um aumento de acetil
coA, diminuição do uso de AG ou de triglicerídeos para a síntese de lipídeos mais
complexos, menor síntese de apoproteína que implica em menor síntese de
lipoproteínas d distúrbios do citoesqueleto.

Etiologia

- Tóxica (alcoolismo): o álcool etílico gera um estimulo simpático que intensifica a


LIPOLISE, aumentando a oferta de AG para o fígado. Além disso, a metabolização
do etanol pela via do álcool desidrogenase diminui a disponibilidade de NAD
(necessária para a oxidação dos lipídeos) bem como aumenta a oferta de acetil
coA, acumulando gordura no hepatócito.

- Hipóxia: comum nos estados de anemia e insuficiência cardíaca e respiratória, a


hipóxia gera MENOR produção de ATP. Haverá, então excesso de acetil coA pois
sua oxidação no ciclo de Krebs estará diminuída, levando ao aumento da produção
de AG. Além disso, com menor ATP, haverá uma redução da síntese de lipídeos
complexos – menor síntese proteica -, acumulando ainda mais AG nas células.
- Desnutrição: quando há desnutrição, a ingestão insuficiente de calorias leva a
LIPOLISE (mobilização de depósitos), aumentando o aporte de AG para o fígado.
Além disso, haverá redução da síntese de apoproteína, acumulando lipídeos.

- Síndrome Metabólica: associa-se com uma elevada ingestão de energia (carbo e


lipídeos) e ao sedentarismo, os quais geram obesidade. Associada à obesidade
central e compondo a SM, ocorre DISLIPIDEMIA (+Triglicérides e –HDL),
desenvolvimento de resistência a insulina ( intolerância a glicose), HAS, esteatose
visceral e maior risco de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica e DM
II.

Macro: há aumento de peso e volume, cápsula distendida, bordas arredondadas,


coloração amarelada, vasos em ‘fenda’, oligoemia e eventual fibrose.

OBS: FÍGADO CARDÍACO: é o fígado que sofreu diversas alterações


morfofuncionais em razão de uma insuficiência cardíaca congestiva ou do lado
direito, gerando aumento da pressão venosa no lado direito do coração, fígado e vv.
Cavas, por causa do aumento do volume sanguíneo – diminuição do retorno venoso. A
congestão é acompanhada de ESTEATOSE e DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA uma vez
que o sangue acumulado fica desoxigenado (hipóxia). Ficado fica com aspecto
pontilhado devido ao acumulo de sangue – hiperemia.

LIPIDOSE

São acúmulos de lipídeos NÃO Triacilgliceróis. Trata-se do acumulo de colesterol e


seus ésteres.

Sistêmica

Geralmente são doenças congênitas que resultam de deficiência enzimática. Doença


de Gaucher – falta glicoasilceramidade -, doença de Tay-Sachs – falta
hexosaminase A -, e doença de Fabry – falta alfa-galactesidase.

Localizadas

- Aterosclerose: depósitos de colesterol e ésteres de colesterol na túnica


INTIMA de aa. Elásticas e musculares. Causa multifatorial (genéticos e
ambientais). A dislipidemia, HAS, DM e sedentarismo são fatores de risco.

A ativação do endotélio, que vai capturar monócitos (posteriormente macrófagos) e


outros leucócitos, é causada pela presença de LDL OXIDADA. Haverá constante
captura de LDL oxi por monócitos na túnica intima. Como não há processamento
dessa lipoproteína, os macrófagos ficam com aspecto de CELS ESPUMOSAS. Os
macrófagos morrem e seus restos se misturam aos depósitos lipídicos
extracelulares. Esse sucessivo acúmulo de lipídeos na intima implica o
endurecimento da artéria (arteriosclerose aterosclerótica) e o aparecimento de
estrias lipídicas.

- Xantomas / Xantelasmas: lesões na pele em forma de nódulos (xantemas) ou


placas (Xantelasmas) com coloração amarelada. São formadas por acúmulo de
macrófagos carregados com colesterol (aspecto espuma). Essas lesões aparecem
em pessoas com elevado colesterol sérico.

DEGENERAÇÃO HIALINA

Consiste no acúmulo de material proteico e acidófilo no citoplasma da célula. As


causas dessa degeneração são:

- condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que formam


corpúsculos no interior da célula – ex: C. de Mallory;

- acúmulo de material de origem viral – acúmulo proteínas antigênicas;

- acúmulo de proteínas endocitadas.

À microscopia de luz, esse acúmulo aparece como material vítreo, brilhante e


amorfo.

O corpúsculo de Mallory atinge principalmente hepatócitos e é formado por


filamentos intermediários de ceratina com outras proteínas. Esse corpúsculo é
muito comum nos casos de alcoolismo.

O corpúsculo de Russel é causado por acumulo excessivo de imunoglobulinas em


plasmócitos, comuns em caso de infecção aguda. (salmonelose) ou crônicas
(leishmaniose tegumentar)

Na degeneração de Margarina Torres, em fibras musculares esqueléticas e


cardíacas, ocorre desestruturação do citoesqueleto devido à ação de endotoxinas
bacterianas e à agressão de linfócitos T e macrófagos. Comum em chagásicos.

DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE GLICÍDEOS

O principal que se acumula é o GLICOGÊNIO, causando as GLICOGENOSES, as


quais resultam de deficiência de enzimas que atuam em sua degradação (na doença
de Von Gierke há falta de glicose-6-fosfatase). Outro mecanismo de glicogenose é
a elevada reabsorção de glicose no filtrado glomerular pelas células tubulares
renais em pacientes diabéticos.
DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE ÍONS

Cobre – o acumulo de cobre é causado por deficiência de ceruloplasmina (que se


ligaria ao cobre) e que vai se depositar no fígado, encéfalo e córnea.

Ferro – gera hemocromatose e hemossiderose

Alumínio

DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE PARASITAS

- vírus (ex: vírus da raiva)

- fungos (ex: Histoplasma sp.)

- bactérias (ex: Mycobacterium leprae)

- protozoários (ex: Plasmodium sp)

MORTE CELULAR (Apoptose e Necrose)

Os agentes lesivos podem causar lesões reversíveis ou irreversíveis dependendo da


natureza do agente agressor e da intensidade e duração (ponto de não retorno).
Portanto, os mecanismos de alteração dependem do tipo de agressão – duração e
intensidade – e tipo de célula – sensibilidade a agressão e grau de adaptação.

Caso a morte celular seja seguida de autólise (degradação enzimática do


componente celular liberadas dos lisossomos após morte celular) é chamado de
NECROSE. Se a morte celular ocorrer por um processo ativo em que a célula sofre
contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitado por
células vizinhas ou macrófagos, trata-se de APOPTOSE.

Esquema viotti

APOPTOSE

A apoptose é um fenômeno em que a célula é estimulada a acionar mecanismos que


culminam na sua morte. A célula em apoptose não sofre autólise, ela sofre
FRAGMENTAÇÃO por meio de um processo ativo em que os fragmentos são
endocitados por células vizinhas, NÃO HAVENDO REAÇÃO INFLAMATÓRIA.

A apoptose acontece tanto em condições fisiológicas – remodelação de órgãos


durante o processo embriológico e participação no controle da proliferação e
desenvolvimento celulares, por exemplo - quanto em patológicas. Nos cânceres, não
só há proliferação descontrolada das células, como também diminuição na
capacidade das células de sofrerem apoptose. Em casos patológicos ocorre por
inúmeros agentes, como vírus, hipóxia, radicais livres, etc.

Patogênese – expressão de genes celulares

Na apoptose ocorre 1) degradação proteica (ativação das caspases), 2)


fragmentação do DNA e 3) reconhecimento fagocitário dos fragmentos. Assim, ela
pode ser provocada por estímulos quem aumentam a permeabilidade mitocondrial e
perda de proteínas apoptóticas (via intrínseca) ou por ativação de receptores de
membrana que possuem domínios de morte (via extrínseca), muito comum em
linfócitos durante processos inflamatórios. A apoptose resulta na ativação de
proteases que induzem modificação morfofuncionais das células, culminando na
morte.

*via caspases

É a principal via de apoptose. São proteínas que possuem cisteina no sitio ativo e
clivam proteínas que contenham resíduos de acido aspártico. As caspases são
induzidas como pró-caspases e ativadas por deslocamento da molécula inibidora ou
por clivagem proteolítica em sítios acido aspártico. A forma de execução é, através
da ativação enzimática, provocar degradação do material nuclear e de organelas
citoplasmáticas.

Via extrínseca

Consiste na ativação de receptores de morte celular, na membrana plasmática,


como TNF tipo I e FAS, levando a ativação das caspases através de um primeiro
sinal de apoptose

Via Intrínseca

Consiste na perda de proteínas antiapoptóticas, como a Bcl-2, aumento de


antagonista de Bcl-2 e no aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial,
fazendo com que haja a saída de citocromo C para o citoplasma.

Tal via é desencadeada por um agente agressor que pode promover uma lesão na
membrana, uma diminuição do ATP, aumento do Ca²+ e aumento das espécies
reativas de oxigênio.

Como resposta há uma quebra do citoesqueleto, uma ativação de endonucleases e a


expressão de ligantes para receptores de células fagocitárias.
NECROSE

O termo necrose indica morte celular ocorrida em organismo vivo seguida por
fenômeno de autólise. Quando as agressões celulares são muito intensas a ponte de
as células perderem sua função, as hidrolases saem dos lisossomos para o citosol,
são ativados pelo Ca²+ intracelular e iniciam o processo de autólise. A ação dessas
enzimas digere os substratos celulares e causa a reação nos tecidos vizinhos
(autólise). Há uma reação inflamatória do organismo com formação de HALOS
hiperemiados – recentes – ou brancos – com impregnação leucocitária.

Qualquer agente lesivo pode produzir necrose e o aspecto da lesão varia com a
causa. As causas de necrose podem ser:

- Menor energia, por obstrução vascular (que gera isquemia e anóxia) ou por
inibição do processo respiratório da célula;

- Produção de radicais livres;

- Ação direta sobre enzimas, inibindo-as – inibição de funções celulares (agentes


químicos e toxinas);

- Agressão à membrana celular, cria canais hidrofílicos pelos quais as células


perdem eletrólitos.

Obs: aumento do Ca²+ livre na célula: aumento permeabilidade mitocondrial e


ativação de enzimas celulares (fosfolipase, protease e endonuclease).

Obs2: Citoplasma:

- Aumento eosinofilia

- Diminuição Basofilia (RER)

- perda dos limites celulares (junções)

Núcleo

-Picnose: menor tamanho núcleo, por contração e condensação da cromatina.

-Cariólise: ausência do núcleo na célula.

-Cariorrexe: fragmentação do núcleo na célula com dispersão no citosol.


Necrose Coagulativa

Sua causa mais frequente é a isquemia (hipóxia ou Anóxia). A etiologia pode ser o
contato com ácidos fortes ou bases fortes – causa química - ou temperaturas muito
altas ou muito baixas – causa física. Ex: insuficiência respiratória e/ou cardíaca.

Macroscopicamente, observa-se uma saliência esbranquiçada na superfície do órgão


e há um halo avermelhado. Microscopicamente, observa-se cariólise, citoplasma
acidófilo e granuloso.

N. liquefativa

A necrose liquefativa ocorre após a anóxia no tecido nervoso, principalmente. A


zona necrótica adquire consistência mole – liquefeita. Devido à anóxia, leberam-se
enzimas lisossomais. Com isso, haverá desintegração do RNA citoplasmático e
picnose/caríolise.

N. Caseosa

A necrose caseosa é comum em tuberculose, paracoccidiodomicose e tularemia.


Nos granulomas onde posteriormente haverá a necrose caseosa, há macrófagos e
seus derivados, linfócitos B e T. A necrose é causada a partir da ativação do
complemento. Assim, a N. caseosa decorre de mecanismos imunitários de agressão
envolvendo macrófagos e linfócitos. Há inflamação purulenta com enzimas
lisossomais liberadas pelos tecidos exsudados.

Macroscopicamente, o órgão fica com aspecto de massa de queijo.


Microscopicamente, observa-se que o granuloma necrosado é uma massa homogênea
e acidófila, com cariorrexe e picnose. Há perda de contorno celular

N.Gamosa

Típica da sífilis tardia é uma variedade de necrose por coagulação onde o tecido
necrosado assume aspecto borrachudo.

N. Lítica (por esfacelamento)

Trata-se da necrose de hepatócitos em hepatites virais, principalmente as


fulminantes. Ocorrem icterícia e alteração das enzimas hepáticas. Os hepatócitos
sofrem lise – esfacelamento hepático.
N. Fibrinóide

Essa necrose ocorre no sistema vascular, degenerando as paredes dos vasos. Ou


seja, para que ela ocorra, o paciente deve ter lesão vascular. Assim, sua etiologia
pode ser hipertensão arterial (os vasos recebem elevadas pressões para as quais
não estão preparados), em doenças autoimunes onde há deposição de
imunocomplexos na parede dos vasos, e em ulceras pépticas. Nos casos de HAS
maligna, o órgão fico com aspecto de pecada de pulga.

Citoesteatonecrose

É uma forma de necrose que atinge e compromete o tecido ADIPOSO. Ocorre em


casos de pancreatite, em que há extravasamento de enzimas dos ácinos
pancreáticos destruídos, o que leva à formação de ácidos graxos pela ação das
lipases sobre triglicerídeos e das fosfolipases da membrana. Os ácidos graxos
sofrem saponificação devido contato com íons intestinais gerando depósitos
esbranquiçados, gerando aspecto macroscópico de “pingo de vela”

Necrose Purulenta

Ocorre devido à infecções por bactérias piogênicas, com acúmulo de pus. Ex:
pielonefrite

EVOLUÇÃO

As células mortas desencadeiam uma resposta do organismo no sentido de


promover sua REABSORÇÃO e de permitir REPARO POSTERIOR.

REGENERAÇÃO

Quando tecido tem capacidade regenerativa, os restos celulares são reabsorvidos


e fatores de crescimento são liberados pelas células vizinhas e pelos leucócitos
exsudados, induzindo multiplicação celular. Se o estroma foi pouco alterado, há
regeneração completa.

CICATRIZAÇÃO

É o processo pelo qual o tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo


cicatricial. Na área lesada são liberados mediadores químicos que se difundem
para o tecido não lesado, nele iniciando as alterações vasculares e exsudação
celular necessários à reabsorção dos restos celulares. Surge então uma reação
inflamatória.

ENCISTAMENTO
Quando material é muito grande e não consegue ser absorvido, a reação
inflamatória com exsudação de fagócitos se desenvolve somente na periferia da
lesão. Há formação de uma capsula que encista o tecido necrosado, o qual vai sendo
absorvido lentamente.

CALCIFICAÇÃO

Pode haver calcificação da zona de necrose como a necrose caseosa

GANGRENA

G.Seca

Desidratação da região atingida por ação de agentes externos, especialmente


quando em contato com o ar, tomando a área lesada aspecto de pergaminho
(mumificação). Ela ocorre preferencialmente nas extremidades dos dedos, na
maioria das vezes em consequência de lesões vasculares como as que ocorrem na
DM. A região tem cor escura, azulada ou negra devido impregnação por pigmentos
hemoglobina. Presença de uma linha nítida (reação inflamatória) entre tecido morto
e vivo.

G. Úmida

Decorre da invasão da região necrosada por MO anaeróbicos produtores de


enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos e produzir gases de odos
fétido que se acumula em bolhas com conteúdo liquefeito.

G. Gasosa

É secundária a contaminação do tecido necrosado com Clostridium que produzem


enzimas proteolíticas e lipolíticas e grande quantidade de gás, sendo evidente a
formação de bolhas gasosas.

PATOLOGIA DO INTERSTÍCIO

O interstício é a região que fica entre as células e contém uma rede de


macromoléculas (MEC) que formam malhas, entre as quais circula líquido
intersticial, o qual banha as células.

Componentes:

- fibras colágenas e elásticas;


- membrana basal (colágeno IV);

- Proteínas de aderência (fibronectina e laminina);

- Substância fundamental amorfa – ‘gel’ -, Glicosaminoglicanos e proteoglicanos;

- Líquido intersticial

Os componentes do interstício são sintetizados principalmente por


FIBROBLASTOS, mas também por células epiteliais e musculares lisas.

Classificação: Primaria (congênita) – qualitativa

Secundaria (adquirida) – quantitativa, para + ou –

COLÁGENO

É a proteína mais abundante do interstício. Sua molécula é formada por 3 cadeias


polipeptídicas alfa e existem 20 tipos dessa cadeia. Sua biossíntese é
desempenhada pelos FIBROBLASTOS, osteoblasto, condrócito e leiomiócito, e a
degradação pela COLAGENASE – fibroblastos, macrófagos, neutrófilos e
bactérias.

Síntese:

1) Fator de crescimento – receptor – fator transcrição – núcleo

2) Síntese de cadeia alfa

3) Penetração dos polipeptídios no RER

4) Hidroxilação da prolina e lisina (O² e Vit C)

5) Junção das 3 cadeias em forma de Hélice (pró-colágeno)

6) Adição de galactose e glicosil-galactose

7) Transporte pela membrana

8) As moléculas pró-colágeno e sofrem ação de peptidases e são clivadas

9) Associação das moléculas de colágeno para formação de fibrilas

10) Organização das fibrilas em fibras Colágenas


Alterações do colágeno por defeito genético – comprometem estruturas, síntese
ou degradação do colágeno – são raras. As doenças resultantes se manifestam na
pele (elasticidade e resistência alteradas), vasos sanguíneos (aneurisma), intestino,
globo ocular e ossos. Ex: Síndrome de Marfan, osteogênese imperfeita e síndrome
de Ehler-Danlos.

Já os defeitos adquiridos do colágeno são resultado de agressões que perturbam


os mecanismos pós transcricionais da sua síntese.

- ESCORBUTO: é causada pela deficiência de vitamina C, levando a hidroxilação


deficiente de colágeno, comprometendo também a glicosilação e a formação de
ligamentos cruzados. Assim, há alterações da membrana basal, levando a
fragilidade capilar, hemorragias e comprometimento dos dentes.

- CIRROSE: é uma fibrose generalizada do fígado, havendo alterações na estrutura


do órgão, com a formação de septos de colégenos que isolam ilhas de hepatócitos.
As causas principais são hepatites virais e alcoolismo. Lembrar que focos de
cirrose no fígado podem ser causada pela ESQUISTOSSOMOSE na região
periportal devido à deposição de ovos de verme na região do espaço porta
(processo inflamatório), próximo aos vasos sanguíneos. Assim, o paciente ainda tem
boa parte do parênquima hepático funcionando.

- FIBROSE CARDÍACA: está associada ao processo inflamatório causado na fase


crônica da doença de Chagas e há um aumento da deposição de colágeno no coração.

- FIBROSE RENAL: é causada pelo aumento da deposição de colágeno em virtude


de uma necrose coagulativa. O colágeno substitui as regiões necrosadas. Aspecto
de cicatriz na superfície do órgão.

FIBRAS ELÁSTICAS

São compostas por prolina, glicina e hidroxilisina e são sintetizados por


fibroblastos, leucomiócitos e pelo endotélio. Sua degradação ocorre pelas
elastases, produzidas por neutrófilos, macrófagos, plaquetas e no suco pancreático.
As fibras elásticas apresentam componentes fibrilar e amorfo. Em repouso, os
novelos estão frouxos e no estado de estiramento, eles estão distendidos.

- ELASTODERMA: fibras estão fragmentadas e grosseiras, havendo redução da


capacidade elástica.

- ELASTOSE CUTÂNEA SOLAR: a radiação UV solar compromete os turnover das


fibras, havendo fragmentação das fibras elásticas e diminuição da capacidade
elástica (fotoenvelhecimento).
- FIBROELASTOSE ENDOCÁRDICA: comum em casos de doença de chagas e ICC,
é causada por aumento da sua síntese pelas fibras musculares estimulada por maior
distensão do vaso ou endocárdio.

- HAS BENIGNA: há um espessamento fibroelástico da túnica intima, gerando uma


redução da luz vascular. Artéria renal – alteração vascular.

- ENFISEMA PULMONAR (diminuição de fibra): ocorre um aumento da síntese de


ELASTASE pelos macrófagos e processo inflamatório e diminuição das Anti-
proteases, com isso os alvéolos têm os septos rompidos, reduzindo a área de troca,
o que gera um sufocamento do paciente, podendo levar a morte. Na macro há
presença de vários orifícios e aumento da crepitação.

MEMBRANA BASAL e PROTEÍNAS DE ADERÊNCIA

As membranas basais (duas lâminas que se fundem) são compostas por colágeno IV,
laminina e proteoglicanos. Sua integridade mantem a atividade funcional dos
epitélios sob os quais se localizam. As proteínas de aderência, que são laminina e
fibronectina, são responsáveis por garantir a aderência do epitélio a MB. As
patologias da MB são causadas por alterações eu sua espessura ou por deposições
de imunocomplexos e elas podem ser circulantes (granular) ou in situ (linear).

Em pacientes com diabetes tipo I e II, há, em todo corpo, aumento da MEC, com
aumento de colágeno, laminina e fibronectina, aumentando a espessura da MB. Isso
acontece por causa do aumento da glicose sérica. Há também aumento da matriz
mesangial nos glomérulos, podendo haver perda de albumina por causa da alteração
e desequilíbrio das cargas.

A síndrome de Alpart consiste em uma alteração qualitativa da MB (colágeno IV).


Ocorre uma associação de defeitos na visão e na audição com nefrite hemorrágica,
uma vez q a alteração da MB permite a passagem de hemácias, levando a hematúria.
Há ausência da cadeia alfa 5.

SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA

É composta por proteoglicanos (que se comunicam deixando um novelo frouxo,


deixando a SFA túrgida) e de Glicosaminoglicanos (como o ácido hialurônico que
confere maior fluidez a SFA, favorecendo a migração celular). A SFA pode sofrer
despolimerização das MPS, diminuição de mucopolissacarídeo – menor proteção,
gerando lesão dos tecidos e propiciando a formação de úlceras – ou aumento dos
MPS – hipotireoidismo, acúmulo de tecido conjuntivo frouxo na região retro
orbital, exoftalmia.
LÍQUIDO

EDEMA

É o acúmulo anormal de liquido no interstício ou em cavidades pré-formadas do


corpo (peritoneal – ascite -, pericárdica, pleural e articular).

Classificação:

-EXSUDATO: ricos em proteínas, elevada densidade (>1020g/ml), turvos devido ao


fibrinogênio e às células inflamatórias. Há alteração da permeabilidade vascular e
pode ser causado, por exemplo, em inflamações.

- TRANSUDATO: há pouca proteína e é claro. A permeabilidade vascular esta


preservada.

Além disso, os edemas podem ser LOCALIZADOS – ação local ou inicio


generalizado – e ter nomenclatura ‘hidro’... ou SISTÊMICOS, quando o quadro
clínico é chamado de ANASARCA – ICC e hidropisia fetal (Rh incompatibilidade).

Na microcirculação, o transporte de líquidos é regulado pelas forças de


STARLING, ou seja, pela diferença entre as pressões HIDROSTÁTICA e
COLOIDOSMÓTICA (oncótica). Essas diferenças são responsáveis por movimentar
os líquidos entre os vasos e o interstício. Nesse contexto, do liquido que extravasa
para o EC, 85% é reabsorvido para os capilares e vênulas e 15% pelo sistema
linfático (transportam linfa e células imune).

Assim, é etiopatogênese do edema é o desequilíbrio das forças de Starling. Pode


ser que haja 1) Aumento da pressão hidrostática, 2) diminuição da pressão
Oncótica, 3) aumento da permeabilidade dos vasos ou 4) Obstrução do sistema
linfático.

1) AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA:

Está relacionada ao comprometimento do retorno venoso/ aumento da PAS. Uma


das principais causas é a ICC, na qual há redução do debito cardíaco, que implica
num aumento de ADH e diminuição do fator natriurético, além de gerar uma
descarga simpática que leva à vasoconstrição renal – (-) filtração glomerular e,
portanto, aumento da retenção de Na+ e H20. Tudo isso conduz com o aumento da
pressão arterial. A ICC ainda gera aumento da pressão venosa, a qual aumenta a
pressão hidrostática do capilar e dificulta a drenagem linfática. Isso reduz a
reabsorção de água do interstício para os vasos, levando a edema.

ICC DIREITA – Edema de MMII


ICC ESQUERDA – Edema Pulmonar

2) AUMENTO DA PERMEABILIDADE:

Causado pela ação de mediadores da inflamação, como histamina e prostaglandinas,


o edema é um dos principais sinais cardiais da fase aguda da inflamação. Ex: edema
cerebral, em que o cérebro pode ser comprimido contra as calotas cranianas,
gerando alargamento dos giros e estreitamentos dos sulcos. Pode haver parada
respiratória.

3) DIMINUIÇÃO P. ONCÓTICA:

É dada principalmente pelas proteínas, como a albumina, nos vasos sanguíneos.


Assim, se houver redução de proteínas como no carro de uma cirrose hepática com
perda de função, há redução de P.Oncótica. Isso ocorre quando há: menos absorção
pelo trato GI, menor síntese hepática ou maior excreção renal – síndrome
nefrótica, uma glomérulo patia em que há proteinúria que implica hipoproteinemia,
principalmente de albumina. Com isso há edema e hipovolemia.

4) OBSTRUÇÃO LINFÁTICA.

Ocorre devido à retirada de linfonodos, a neoplasias e à filariose.

DESIDRATAÇÃO

É uma alteração decorrente do desequilíbrio hidroeletrolítico do organismo devido


a perdas acentuadas, principalmente gastro intestinal, e que são agravadas por
baixa ingestão e desnutrição.

A desidratação pode ser

- Hipertônica: perde-se mais água (ex: sudorese)

- Isotônica: perde-se água e íons (ex: diarreia)

- Hipotônica: perde-se mais íons (ex: vômito)

A desidratação pode ter severas complicações, como insuficiência renal aguda


(menor filtração), tromboses venosas (pois o sangue fica mais espesso) e efeitos no
SNC (edema, anóxia).

A desidratação implica:

- Menor capacidade termorreguladora

- Menor resistência muscular


- Menor força musculas (cãimbras)

- Esgotamento, coma.

DEPÓSITOS ANORMAIS NO INTERSTÍCIO

HIALINOSE

A hialinose extracelular caracteriza-se pela deposição de material acidófilo no


interstício, correspondente a proteínas do plasma que exsudam e se depositam na
MEC. O deposito proteico faz com que, à microscopia, o órgão fique vítreo,
brilhante, translúcido, acidófilo e não estruturado.

A hialinose ocorre principalmente em casos de HAS, DM I e II e TOXICIDADE.

- HAS: ocorre alteração de cargas elétricas do endotélio devido a lesão –


diminuição das cargas negativas -, o que aumenta a filtração das proteínas do
sangue para o espaço subendotelial (túnica intima) que, devido ao déficit
enzimático (+ na DM), não são degradadas. Com isso, há deposição de material
proteico na região. Esse depósito ocorre normalmente na túnica intima, sendo que
em processos mais graves, pode atrapalhar a nutrição da camada média que ocorre
por difusão em vasos menores, enfraquecendo o vaso – hipotrofia -, tendendo ao
aneurisma.

- Nefro TOXICIDADE: pode haver inibição da calcineurina por uso de fármacos,


que afeta leiomiócitos, podendo causar hialinose da camada MÉDIA. Nos rins, a
hialinose de arteríolas gera pequenas áreas de fibrose devido a isquemia, deixando
o órgão com aspecto granulado (nefroesclerose benigna).

- DM: há aumento da espessura da membrana basal devido ao aumento de glicose e


de colágeno, fibronectina e laminina, consequentemente – inclusive nos vasos.
Portanto, na DM, há espessamento da MB glomerular, aumento da matriz mesangial
e espessamento da MB, também. Nos vasos do rim há hialinose das arteríolas
AFERENTES e EFERENTES (uma vez que não depende de regime pressórico como
é o caso da HAS) e arteriolosclerose aterosclerótica uma vez que na DM há
depósito de lipídio e de cálcio.

BETA FIBRILOSE (Amiloidose)

É a deposição de material proteico FIBRILAR, chamado de substância amiloide.


Apesar do nome ‘amiloide’ – amido -, a natureza do material é proteica (apenas
5~10% são glicoproteínas. Os depósitos amiloides são matérias amorfos e
acidófilos, corando-se com vermelho-congo, que, em luz polarizada, apresentam
brilho verde-maça.

Nos órgãos e tecidos, a substância deposita-se formando massas de tamanhos


variados, sendo que quando a deposição é muito intensa, os órgãos atingidos podem
apresentar alterações macroscópicas.

Por trás da amiloidose, sempre existe uma doença de base que pode ser de
natureza 1) inflamatória – com ou sem infecção, 2) Autoimune ou 3) Hereditárias, e
que gera um desequilíbrio entre a produção dessa proteína e sua degradação.

Obs: o material proteico pode se depositar em qualquer região do organismo, até


na língua, gerando macroglossia, por exemplo. Dado o Dx, deve-se pesquisar qual pe
a proteína amiloidogênica para se realizar um tratamento que elimine sua fonte.

Tipos:

AL: derivada de cadeias leves de Ig modificado. Acontece quando há neoplasia de


plasmócitos gerando produção de Ig modificado, podendo gerar destruição de
trabéculas ósseas. Ex: Plasmocitoma/Mieloma Múltiplo – infiltração de plasmócitos.

AA: derivado da proteína sérica A, proteínas de fase aguda – processo


inflamatório.

A(beta)2M: beta2 microglobulina – pacientes dialíticos.

DESCALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA

Um exemplo pouco grave é a formação de caries pela ação quimiobacteriana. Nos


casos mais graves são causadas pela deficiência de vitamina D e/ou Ca++, que gera
descalcificação e, consequentemente, fragilidade óssea. Em crianças ocorre o
Raquitismo e em adultos a Osteomalácia.

Uma doença mais séria é a OSTEOPOROSE, que ocorre quando as funções do osso
são prejudicadas devido à redução de massa óssea. Há deficiência de cálcio,
fósforo, proteínas e vitamina C.

CALCIFICAÇÃO

São depósitos nos tecidos originalmente não ósseos de compostos formados por
cálcio e fósforo, principalmente sob a forma de hidroxiapatita, fosfato amorfo ou
pirofosfato.

Classificação:
- Distrófica: níveis normais de Ca e P + Lesão. Normalmente trata-se de necrose
caseosa, necrose coagulativa ou necrose gordurosa. Ela ocorre, por exemplo, em
cicatrizes pulmonares causadas na tuberculose; em casos de cisticercose e
toxoplasmose (ambos no SNC), em caso de carcinoma da tireoide, em casos de
necrose isquêmica em vasos (associação com aterosclerose) e em casos de
pancreatite aguda (saponificação – Ca++ com ácidos graxos).

- Metastática: níveis alterados de Ca e P, mas sem lesão. As principais causas de


calcificação metastática são: hipersecreção de PTH – hipertireoidismo – que eleva
a calcemia através da retirada de Ca++ dos ossos; destruição do tecido ósseo;
distúrbios relacionados à Vit D – aumento -; e insuficiência renal – retenção de
fósforo.

- Calcifilaxia: níveis alterados de Ca e P + lesão. A calcifilaxia ocorre na placenta a


termo ao fim da gravidez, momento em que ela já esta se descolando da parede do
útero causando microlesões. Essas lesões serão calcificadas devido ao aumento de
Ca e P fisiológicos da gravidez.

DEPÓSITOS DE LIPÍDEOS

Os lipídeos primeiramente depositados são o colesterol. A deposição na parede do


vaso culmina na arterioesclerose aterosclerótica (placa fibrocalcificada). Os
fatores de propensão para esse processo são dislipidemia, tabagismo, HAS, DM,
sedentarismo e estresse.

Ocorre a entrada do LDL no subendotélio do vaso devido uma lesão previa no


endotélio. Os macrófagos fagocitam essa gordura neutra e se tornam células
espumosas – LIPIDOSE -. Há recrutamento de células musculares da camada média
e de leiomiócitos (vira fibroblasto – colágeno e fibra elástica). Depois de certo
tempo: células espumosas sofrem lise, processo inflamatório, cristais de gordura,
placa de gordura com fibrose acima e, também, diminuição da luz do vaso.

DEPÓSITO DE URATO

Relaciona-se ao metabolismo de purinas e gera deposição deles nas articulações,


gerando GORA.

DEPÓSITO DE ALUMÍNIO

Tratamento dialítico. Encefalopatia e Osteomalácia.

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