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Resumo
Organizado em três sessões, este artigo apresenta, na primeira parte, uma visão do conteúdo que
trataremos no decorrer do trabalho. A segunda parte dá início a uma conversa sobre pedagogias
culturais, destacando suas ênfases e princípios orientadores. Na parte seguinte, utilizamos duas
imagens da personagem Mafalda, do autor argentino Quino, para discutir aspectos que
fundamentam os caminhos que as pedagogias culturais propõem. Na última e terceira parte, com
a contribuição de mais uma imagem das histórias em quadrinhos que Mafalda protagoniza,
entrelaçamos fragmentos de abordagens das pedagogias culturais, ressaltando a
presença\ausência de sujeitos, identidades, poder, alteridade, experiência, transformação,
sensibilidade e escuta.
Palavras-chave: pedagogias culturais, aprendizagem, experiência, história em quadrinhos.
1
Pós-Doutora em Cultura Visual pela Universidade de Barcelona (Espanha), Professora Titular e
docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da Faculdade de
Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás.
2
Pós-Doutor em Cultura Visual pela Universidade de Barcelona (Espanha) Professor Titular e
docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da Faculdade de
Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás.
Figura 1
Mas não é assim que o humor de Mafalda funciona. Sua fala traz,
precisamente do humor, esta capacidade de infiltrar-se nos lugares comuns,
nos hábitos aceitos, para fazê-los dilatar, inverter, perverter sentidos e
significados. Nas pedagogias culturais, as sutilezas dos discursos, das práticas,
das interações, são atos/gestos exuberantes para contribuir com possibilidades
de criar, compartilhar e propor compreensões para o que
fazemos/pensamos/olhamos/escutamos.
Novamente, como nas outras imagens, ela lança uma pergunta e brinca
com os sentidos através de desvios, de desvarios que as falas podem criar e
cometer para ativar escutas. Paulo Freire, em 1988, deixou para nossa
lembrança o seguinte pensamento: “Eu saio em busca do amor. Eu vivo
amorosamente. Quem tem raiva do amor é mal-amado. Bato-me pela alegria,
pela festa, por uma escola de querer bem! Não aceito rigor sem alegria e sem
querer bem” (ABRAMOWICZ, 1996, p. 202). Oferecendo a chance de “amar-
nos outros aos uns”, Mafalda faz ecoar a alteridade na identidade
aproximando-nos de uma existência mais aventureira na qual se encaixam,
REFERÊNCIAS
ABRAMOWICZ, M. Amor e perda em tempos de vida – Em dois momentos
entrelaçados. In: GADOTTI, M. (Org.). Paulo Freire – Uma Biobibliografia.
São Paulo: Cortez, 1996, p. 2001-2004.
QUINO, Toda Mafalda – Da primeira a última tira. São Paulo: Martins Fontes