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Prefeitura Municipal de Patos

O Brasil o Estado da Paraíba e o Município de Patos: política, economia, regiões brasileiras, sociedade,
educação, segurança, artes e literatura e suas vinculações históricas. História, Educação, Cultura e
Geografia. Atualidades regionais e nacionais veiculadas pela mídia nos últimos dois anos ..................... 1

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Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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O Brasil o Estado da Paraíba e o Município de Patos: política, economia, regiões
brasileiras, sociedade, educação, segurança, artes e literatura e suas
vinculações históricas. História, Educação, Cultura e Geografia. Atualidades
regionais e nacionais veiculadas pela mídia nos últimos dois anos

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História Recente do Brasil

Brasil República

A palavra República possui várias interpretações, sendo a mais comum a identificação de um sistema
de governo cujo Chefe de Estado é eleito através do voto dos cidadãos ou de seus representantes, com
poderes limitados e com tempo de governo determinado.
A República tem seu nome derivado do termo em latim Res publica, que significa algo como “coisa
pública” ou “coisa do povo”.
Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a República no Brasil. Entre os fatores responsáveis para o
acontecimento, estão a crise que se instalou sobre o império, os atritos com a Igreja e o desgaste
provocado pela abolição da escravidão. Com a Guerra do Paraguai e o fortalecimento do exército, os
ideais republicanos começaram a ganhar força, sendo abraçados também por parte da elite cafeicultora
do Oeste Paulista.

O Movimento Republicano e a Proclamação da República

Mesmo com a manutenção do sistema escravista e de latifúndio exportador, na segunda metade do


século XIX o Brasil começou a experimentar mudanças, tanto na economia como na sociedade.
O café, que já era um produto em ascensão ganhou mais destaque quando cultivado no Oeste Paulista.
Juntamente com o café na região amazônica a borracha também ganhava mercado.
Com a ameaça do fim da escravidão, começaram os incentivos para a vinda de trabalhadores
assalariados gerando o surgimento de um modesto mercado interno, além da criação de pequenas
indústrias. Surgiram diversos organismos de crédito e as ferrovias ganhavam cada vez mais espaço,
substituindo boa parte dos transportes terrestres, marítimos e fluviais.
As mudanças citadas acima não alcançaram todo o território brasileiro. Apenas a porção que hoje
abrange as regiões Sul e Sudeste foram diretamente impactadas, levando inclusive ao crescimento dos
núcleos urbanos. Em outras partes como na região Nordeste, o cultivo da cana-de-açúcar e do algodão,
que por muito tempo representaram a maior parte das exportações nacionais, entravam em declínio.
Muitos dos produtores e da população dessas regiões em desenvolvimento passavam a questionar o
centralismo político existente no império brasileiro que tirava a autonomia local. A solução para resolver
os problemas advindos da mudança pela qual o país passava foi encontrada no sistema federalista, capaz
de garantir a tão desejada autonomia regional. Não é de se espantar que entre os principais apoiadores
do sistema federalista estivessem os produtores de café do oeste paulista, que passavam a reivindicar
com mais força seus interesses econômicos.
Apesar das influências republicanas nas revoltas e tentativas de separação desde o século XVIII, foi
apenas na década de 1870, com a publicação do Manifesto Republicano, que o ideal foi consolidado
através da sistematização partidária.
O Manifesto foi publicado em 3 de dezembro de 1870, no jornal A República, redigido por Quintino
Bocaiúva, Saldanha Marinho e Salvador de Mendonça, e assinado por cinquenta e oito cidadãos entre
políticos, fazendeiros, advogados, jornalistas, médicos, engenheiros, professores e funcionários públicos.
Defendia o federalismo (autonomia para as Províncias administrarem seus próprios negócios) e criticava
o poder pessoal do imperador.
Após a publicação do Manifesto, entre 1870 e 1889 os ideais republicanos espalharam-se rapidamente
pelo país. Um dos principais frutos foi a fundação do Partido Republicano Paulista, fundado na Convenção

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de Itu em 1873 e marcado pela heterogeneidade de seus membros e da efetiva participação dos
cafeicultores do Oeste Paulista.
Os republicanos brasileiros divergiam em seus ideais, criando duas tendências dentro do partido: A
Tendência Evolucionista e a Tendência Revolucionária.
Defendida por Quintino Bocaiuva, a Tendência Evolucionista partia do princípio de que a transição
do império para a república deveria ocorrer de maneira pacífica, sem combates. De preferência após a
morte do imperador.
Já a Tendência Revolucionária, defendida por Silva Jardim e Lopes Trovão, dizia que a República
precisava “ser feita nas ruas e em torno dos palácios do imperante e de seus ministros” e que não se
poderia “dispensar um movimento francamente revolucionário”. A eleição de Quintino Bocaiúva (maio de
1889) para a chefia do Partido Republicano Nacional expurgou dos quadros republicanos as ideias
revolucionárias.
O final da Guerra do Paraguai (1870) aumentou os antagonismos entre o Exército e a Monarquia. O
exército institucionalizava-se. Os militares sentiam-se mal recompensados e desprezados pelo Império.
Alguns jovens oficiais, influenciados pela doutrina de Augusto Comte (positivismo) e liderados por
Benjamin Constant, sentiam-se encarregados de uma "missão salvadora" e estavam ansiosos por corrigir
os vícios da organização política e social do país. A "mística da salvação nacional" não era privativa deste
pequeno grupo de jovens. Generalizara-se entre os militares a ideia de que só os homens de farda eram
"puros" e "patriotas", ao passo que os civis, as “casacas” como diziam eram corruptos venais e sem
nenhum sentimento patriótico.
A Proclamação resultou da conjugação de duas forças: o exército descontente, e o setor cafeeiro da
economia, pretendendo este eliminar a centralização vigente por meio de uma República Federativa que
imporia ao país um sistema favorável a seus interesses.
Portanto, a Proclamação não significou uma ruptura no processo histórico brasileiro: a economia
continuou dependente do setor agroexportador. Afora o trabalho assalariado, o sistema de produção
continuou o mesmo e os grupos dominantes continuaram a sair da camada social dos grandes
proprietários. Houve apenas uma modernização institucional.
O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de
integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que
aparentou, a proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação
política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo,
a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada.

O Governo Provisório e a República da Espada

Proclamada a República, o primeiro desafio era estabelecer um governo. O Marechal Deodoro da


Fonseca ficou responsável por assumir a função de Presidente até que um novo presidente fosse eleito.
Os primeiros atos decretados por Deodoro foram o banimento da Família Real do Brasil, estabelecimento
de uma nova bandeira nacional, separação entre Estado e Igreja (criação de um Estado Laico, porém não
laicista), liberdade de cultos, secularização dos cemitérios e a Grande Naturalização, ato que garantiu a
todos os estrangeiros que moravam no Brasil a cidadania brasileira, desde que não manifestassem dentro
de seis meses a vontade de manter a nacionalidade original.
No plano econômico, Rui Barbosa assumiu o cargo de Ministro da Fazenda lançando uma política de
incentivo ao setor industrial, caracterizada pela facilitação dos créditos bancários, a especulação de ações
e a emissão de papel-moeda em excesso. As medidas tomadas por Rui Barbosa que buscavam
modernizar o país, acabaram por gerar uma forte crise que provocou o aumento da inflação e da dívida
pública, a quebra de bancos e empobrecimento de pequenos investidores. Essa dívida ficou conhecida
como Encilhamento.
Em 24 de fevereiro de 1891 foi eleito um Congresso Constituinte, responsável por promulgar a primeira
Constituição republicana brasileira, elaborada com forte influência do modelo norte-americano. O Poder
Moderador, de uso exclusivo do imperador foi extinto, assim como o cargo de Primeiro-Ministro, a
vitaliciedade dos senadores, as eleições legislativas indiretas e o voto censitário.
Em relação ao poder do Estado, foi adotado o sistema de tripartição entre Executivo, Legislativo e
Judiciário, com um sistema presidencialista de voto direto com mandato de 4 anos sem reeleição. As
províncias, que agora eram denominadas Estados, foram beneficiadas com uma maior autonomia através
do Sistema Federalista.
Em relação ao voto, antes censitário, foi declarado o sufrágio universal masculino, ou seja, “todos” os
homens alfabetizados e maiores de 21 anos poderiam votar. Na prática o voto ainda continuava restrito,
visto que eram excluídos os mendigos, os padres e os praças (soldados de baixa patente). No Brasil de

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1900, cerca de 35%1 da população era alfabetizada. Desse total ainda estavam excluídas as mulheres,
já que mesmo sem uma regra explícita de proibição na constituição, “considerou-se implicitamente que
elas estavam impedidas de votar”2
A Constituição também determinava que a primeira eleição para presidente deveria ser indireta através
do Congresso. Deodoro da Fonseca venceu a eleição por 129 votos a favor e 97 contra, resultado
considerado apertado na época. Para o cargo de vice-presidente o Congresso elegeu o marechal Floriano
Peixoto.
A atuação de Deodoro foi encarada com suspeita pelo Congresso, já que ele buscava um
fortalecimento do Poder Executivo baseado no antigo Poder Moderador. Deodoro substituiu o ministério
que vinha do governo provisório por um outro, que seria comandado pelo Barão de Lucena, tradicional
político monárquico. Em 3 de novembro de 1891 o presidente fechou o Congresso, prometendo novas
eleições e a revisão da Constituição.
A intenção do marechal era limitar e igualar a representação dos Estados na Câmara, o que atingia os
grandes Estados que já possuíam uma participação maior na política. Sem obter o apoio desejado dentro
das forças armadas, Deodoro acabou renunciando em 23 de novembro de 1891, assumindo em seu lugar
o vice Floriano Peixoto.
Floriano tinha uma visão de República baseada na construção de um governo estável e centralizado,
com base no exército e no apoio dos jovens das escolas civis e militares. A visão de Floriano chocava-se
diretamente com a visão dos grandes fazendeiros, principalmente os produtores de café de São Paulo
que almejavam um Estado liberal e descentralizado. Apesar das diferenças, o presidente e os fazendeiros
conviveram em certa harmonia, pela percepção de que sem Floriano a República corria o risco de acabar,
e sem o apoio dos fazendeiros, Floriano não conseguiria governar.
Os dois primeiros governos republicanos no Brasil ganharam o nome de República da Espada devido
ao fato de seus presidentes serem membros do exército.

A Revolução Federalista
Desde o período imperial, o Rio Grande do Sul fora palco de protestos e indignações com o governo,
como pode ser observado na Revolução Farroupilha, que durou de 1835 até 1845. Com a Proclamação
da República, a política no Estado manteve-se instável, com diversas trocas no cargo de presidente
estadual. Conforme aponta Fausto, entre 1889 e 1893, dezessete governos se sucederam no comando
do Estado3, até que Júlio de Castilhos assumiu o poder no Estado.
Dois grupos disputavam o controle do Rio Grande do Sul: o Partido Republicano Rio-grandense (PRR)
e o Partido Federalista (PF).
O Partido Republicano era composto por políticos defensores do positivismo, apoiadores de Júlio de
Castilhos e de Floriano Peixoto. Sua base política era composta principalmente de imigrantes e habitantes
do litoral e da Serra do Rio Grande do Sul, formando uma elite política recente. Durante o conflito foram
conhecidos como Pica-paus.
O Partido Federalista defendia um sistema de governo parlamentarista e a revogação da constituição
do Estado, de caráter positivista. Foi fundado em 1892 e tinha como líder o político Silveira Martins,
conhecida figura política do Partido Liberal durante o império. A base de apoio do Partido Federalista era
composta principalmente de estancieiros de campanha, que dominaram a cena política durante o império.
Durante o conflito ganharam o apelido de Maragatos.
O conflito teve início em fevereiro de 1893, quando os federalistas, descontentes com a imposição do
governo de Júlio de Castilhos, pegaram em armas para derrubar o presidente estadual. Desde o início da
revolta, Floriano Peixoto, então presidente do Brasil, colocou-se do lado dos republicanos. Os opositores
de Floriano em todo o país passaram a apoiar os federalistas.
No final de 1893 os federalistas ganharam o apoio da Revolta Armada que teve início no Rio de Janeiro,
causada pelas rivalidades entre o exército e a marinha e o descontentamento do almirante Custódio José
de Melo, frustrado em sua intenção de suceder Floriano Peixoto na presidência.
Parte da esquadra naval comandada pelo almirante deslocou-se para o Sul, ocupando a cidade de
Desterro (atual Florianópolis), em Santa Catarina, e a partir daí ocupando parte do Paraná e a capital
Curitiba. O prolongamento do conflito, com grandes custos aos revoltosos, levou à decisão de recuar e
manter-se no Rio Grande do Sul.
A revolta teve fim somente em agosto de 1895, quando os combatentes maragatos depuseram as
armas e assinaram um acordo de paz com o presidente da república, garantindo a anistia para os
participantes do conflito. Apesar de curta, a Revolução Federalista teve um saldo de mais de 10.000

1
Souza, Marcelo Medeiros Coelho de. O analfabetismo no brasil sob enfoque demográfico. Cad. Pesqui. Jul 1999, no.107, p.169-186. ISSN 0100-1574
2
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999. Página 251.
3
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1999.

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mortos, a maior parte deles de prisioneiros capturados em conflitos e mortos posteriormente, o que
garantiu o apelido de “revolução da degola”.

Características da Primeira República

O período que vai de 1889, data da Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas
assumiu o poder, é conhecido como Primeira República. O período é marcado pela dominação de poucos
grupos políticos, conhecidos como oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São Paulo
e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder local exercido pelos Coronéis.
Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início o período chamado República das
Oligarquias. A palavra Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de poucos”. Os grupos
dominantes, em geral ligados ao café e ao gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis específicas para beneficiar o grupo
dominante.

O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional.
Com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a independência do Império
Brasileiro, sua criação desorganiza o Exército e começa a se constituir no país uma força armada
vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta por membros da
elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era necessário possuir
amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer parte dela apenas
aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.
Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como o voto era aberto,
os coronéis mandavam os capangas para os locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais
eleitorais.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias
vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações.
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, garantindo que seus candidatos fossem
eleitos em nível municipal e também estadual, e garantindo também participação na esfera federal.

Prudente de Morais

Floriano tentou garantir que seu sucessor fosse um aliado político, porém as poucas bases de apoio
de que dispunha não lhe foram suficientes para concretizar o desejo. No dia 1 de março de 1894 foi eleito
o paulista Prudente de Morais, encerrando o governo de membros do exército, que só voltariam ao poder
em 1910, com a eleição do marechal Hermes da Fonseca.

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Prudente buscou desvincular o exército do governo, substituindo os cargos que eram ocupados por
militares por civis, principalmente representantes da cafeicultura, promovendo uma descentralização do
poder.
Suas principais bandeiras eram a de uma república forte, em oposição às tendências liberais,
antimonarquistas e antilusitanas.

Campos Salles

Em 1898 o paulista Manuel Ferraz de Campos Salles assumiu a presidência no lugar de Prudente de
Morais. Antes mesmo de assumir o governo, Campos Salles renegociou a dívida brasileira, que vinha se
arrastando desde os tempos do império.
Para resolver a situação, ele se reuniu com os credores e estabeleceu um acordo chamado Funding-
Loan. Este acordo consistia no seguinte: o Brasil fazia empréstimos e atrasava o pagamento da dívida,
fazendo concessões aos banqueiros nacionais. Como consequência a indústria e o comércio foram
afetados e as camadas pobres e a classe média também foram prejudicadas.
A transição de governos consolidou as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais no poder. O único
entrave para um governo harmônico eram as disputas políticas entre as oligarquias locais nos Estados.
O governo federal acabava intervindo nas disputas, porém, a incerteza de uma colaboração duradoura
entre os Estados e a União ainda permanecia. Outro fator que não permitia uma plena consolidação
política era a vontade do executivo em impor-se ao legislativo, mesmo com a afirmação na Constituição
de que os três poderes eram harmônicos e independentes entre si.
A junção desses fatores levou Campos Salles a criar um arranjo político capaz de garantir a
estabilidade e controlar o legislativo, que ficou conhecido como Política dos Governadores.
Basicamente, a política dos governadores apoiava-se em uma ideia simples: o presidente apoiava as
oligarquias estaduais mais fortes, e em troca, essas oligarquias apoiavam e votavam nos candidatos
indicados pelo presidente.
Na Câmara dos Deputados, uma mudança simples garantiu o domínio. Conhecida como Comissão de
Verificação de poderes, essa ferramenta permitia decidir quais políticos deveriam integrar a Câmara e
quais deveriam ser “degolados”, que na gíria política da época significava ser excluído.
Quando ocorriam eleições para a Câmara, os vencedores em cada estado recebiam um diploma. Na
falta de um sistema de justiça eleitoral, ficava a cargo da comissão determinar a validade do diploma. A
comissão era escolhida pelo presidente temporário da nova Câmara eleita, o que até antes da reforma
de Campos Salles significava o mais velho parlamentar eleito.
Com a reforma, o presidente da nova Câmara deveria ser o presidente do mandato anterior, desde
que reeleito. Dessa forma, o novo presidente da Câmara seria sempre alguém ligado ao governo, e caso
algum deputado oposicionista ou que desagradasse o governo fosse eleito, ficava mais fácil removê-lo
do poder.

Convênio de Taubaté
Desde o período imperial o café figurava como principal produto de exportação brasileiro,
principalmente após a segunda década do século XIX. Consumido em larga escala na Europa e nos
Estados Unidos, o cultivo da planta espalhou-se pelo vale do Paraíba fluminense e paulista. Continuando
sua marcha ascendente, houve expansão dos cafeeiros na província de Minas Gerais (Zona da Mata e
sul do estado), ao mesmo tempo em que a produção se consolidava no interior de São Paulo,
principalmente no “Oeste Paulista”.
A grande oferta causada pela produção em excesso levou a uma queda do preço, visto que havia mais
produto no mercado e menos pessoas interessadas em adquiri-lo.
O convênio de Taubaté foi um acordo firmado em 1906, último ano do mandato de Rodrigues Alves
(1902-1906), entre os presidentes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, na cidade
de Taubaté (SP), com o objetivo de pôr em prática um plano de valorização do café, garantindo o preço
do produto por meio da compra, pelo governo federal, do excedente da produção. O acordo foi firmado
mesmo contra a vontade do presidente, e foi efetivamente aplicada por seu sucessor, Afonso Pena.

O Tratado de Petrópolis e a Borracha


O espaço físico que constitui o Estado do Acre, era, até o início do século XX, considerado uma zona
não descoberta, um território contestado pelos governos boliviano e brasileiro.
Em 1839, Charles Goodyear descobriu o processo de Vulcanização, que consistia em misturar enxofre
com borracha a uma temperatura elevada (140ºC/150ºC) durante certo número de horas. Com esse
processo, as propriedades da borracha não se alteravam pelo frio, calor, solventes comuns ou óleos.

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Apesar do surto econômico e da procura do produto, favorável para a Amazônia brasileira, havia um
sério problema para a extração do látex: a falta de mão-de-obra.
Isso foi solucionado com a chegada à região de nordestinos (Arigós) que vieram fugindo da seca de
1877. Prisioneiros, exilados políticos e trabalhadores nordestinos misturavam-se nos seringais do Acre,
fundavam povoações, avançavam e se estabeleciam em pleno território boliviano.
A exploração brasileira na região incomodava o governo boliviano, que resolveu tomar posse definitiva
do Acre. Fundou a vila de Puerto Alonso, em 03 de janeiro de 1889, e foram instalados postos da
alfândega para arrecadar tributos originados da comercialização de borracha silvestre. Essa atitude
causou revolta entre os quase sessenta mil brasileiros que trabalhavam nos seringais acreanos.
Liderados pelo seringalista José Carvalho, do Amazonas, os seringueiros rebelaram-se e expulsaram as
autoridades bolivianas, em 03 de maio de 1889.
Após o episódio, um espanhol chamado Luiz Galvez Rodrigues de Aurias liderou outra rebelião, de
maior alcance político, proclamando a independência e instalando o que ele chamou de República do
Acre, no local conhecido como Seringal Volta da Empresa, em 14 de julho de 1889. Galvez, o “Imperador
do Acre”, como auto proclamava-se, contava com o apoio político do governador do Amazonas, Ramalho
Junior. Entretanto, a República do Acre durou apenas oito meses. O governo brasileiro, signatário do
Tratado de Ayacucho, de 23 de março de 1867, reconheceu o direito de posse da Bolívia, prendeu Luiz
Galvez Rodrigues de Aurias e devolveu o Acre ao governo boliviano.
Mesmo com a devolução do Acre aos bolivianos, a situação continuava insustentável. O clima de
animosidade persistia e aumentava a cada dia. Em 11 de julho de 1901, o governo boliviano decidiu
arrendar o Acre a um grupo de empresários americanos, ingleses e alemães, formado pelas empresas
Conway and Withridge, United States Rubber Company, e Export Lumber. Esse consórcio constituiu o
Bolivian Syndicate que recebeu da Bolívia autorização para colonizar a região, explorar o látex e formar
sua própria milícia, com direito de utilizar a força para atender seus interesses.
Os seringueiros brasileiros, a maior parte formada por nordestinos, não aceitaram a situação.
Estimulados por grandes seringalistas e apoiados pelos governadores do Amazonas e do Pará, deram
início, no dia 06 de agosto de 1902, a uma rebelião armada: a Revolta do Acre. Os seringalistas
entregaram a chefia do movimento rebelde ao gaúcho José Plácido de Castro, ex-major do Exército,
rebaixado a cabo por participar da Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, ao lado dos Maragatos.
A Revolta por ele liderada, financiada por seringalistas e por dois governadores de Estado, fortalecia-
se a cada dia, na medida em que recebia armamentos, munições, alimentos, além de apoio político e
popular. Em todo o país ocorreram manifestações em favor da anexação do Acre ao Brasil.
A imprensa do Rio de Janeiro e de São Paulo exigia do governo brasileiro imediatas providências em
defesa dos acreanos. Por seu lado, o governo brasileiro procurava solucionar o impasse pela via
diplomática, tendo à frente das negociações o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão
do Rio Branco. Mas todas as tentativas eram inócuas e os combates entre brasileiros e bolivianos
tornavam-se mais frequentes e acirrados.
Em meio aos conflitos, o presidente da Bolívia, general José Manuel Pando, organizou sob seu
comando uma poderosa expedição militar para combater os brasileiros do Acre. O presidente do Brasil,
Rodrigues Alves, ordenou que tropas do Exército e da Armada Naval, acantonadas no Estado de Mato
Grosso, avançassem para a região em defesa dos seringueiros acreanos. O enfrentamento de tropas
regulares do Brasil e da Bolívia gerou a Guerra do Acre.
As tropas brasileiras, formadas por dois regimentos de infantaria, um de artilharia e uma divisão naval,
ajudaram Plácido de Castro a derrotar o último reduto boliviano no Acre, Puerto Alonso, hoje Porto Acre.
Em consequência, no dia 17 de novembro de 1903, na cidade de Petrópolis, as repúblicas do Brasil e da
Bolívia firmaram o Tratado de Petrópolis, através do qual o Brasil ficou de posse do Acre, assumindo o
compromisso de pagar uma indenização de dois milhões de libras esterlinas ao governo boliviano e mais
114 mil ao Bolivian Syndicate.
O Tratado de Petrópolis, aprovado pelo Congresso brasileiro em 12 de abril de 1904, também obrigou
o Brasil a realizar o antigo projeto do governo boliviano de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré.
A Bolívia, aproveitando-se do momento político, colocou na pauta de negociações seu ambicionado
projeto. Em contrapartida, reconheceu a prioridade de chegada dos primeiros brasileiros à região e
renunciou a todos os direitos sobre as terras do Acre.

O declínio da borracha
Em 1876, Henry Alexander Wyckham contrabandeou sementes de seringueiras da região situada entre
os rios Tapajós e Madeira e as mandou para o Museu Botânico de Kew, na Inglaterra. Muitas das
sementes brotaram nos viveiros e poucas semanas depois, as mudas foram transportadas para o Ceilão
e Malásia.

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Na região asiática as sementes foram plantadas de forma racional e passaram a contar com um grande
número de mão-de-obra, o que possibilitou uma produção expressiva, já no ano de 1900. Gradativamente,
a produção asiática foi superando a produção amazônica e, em 1912 há sinais de crise, culminando em
1914, com a decadência deste ciclo na Amazônia brasileira.
Para a economia nacional, a borracha teve suma importância nas exportações, visto que em 1910, o
produto representou 40% das exportações brasileiras. Para a Amazônia, o primeiro Ciclo da Borracha foi
importante pela colonização de nordestinos na região e a urbanização das duas grandes cidades
amazônicas: Belém do Pará e Manaus.
Durante o seu apogeu, a produção de borracha foi responsável por aproximadamente 1/3 do PIB do
Brasil. Isso gerou muita riqueza na região amazônica e trouxe tecnologias que outras cidades do sul e
sudeste do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos e avenidas construídas sobre pântanos
aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos, como o Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o
Mercado Municipal e o prédio da Alfândega, no caso de Manaus, o Mercado de São Brás, Mercado
Francisco Bolonha, Teatro da Paz, Palácio Antônio Lemos, corredores de mangueiras e diversos
palacetes residenciais no caso de Belém.

Industrialização e Greves
Ao ser proclamada a República em 1889, existiam no Brasil 626 estabelecimentos industriais, sendo
60% do ramo têxtil e 15% do ramo de produtos alimentícios. Em 1914, o número já era de 7.430 indústrias,
com 153.000 operários.
Após o incentivo para abertura de novas indústrias decorrentes do período de 1914 a 1918, em que a
Europa esteve em guerra, diversas empresas produtoras principalmente de matéria-prima iniciaram
atividades no Brasil. Em 1920, o número havia subido para 13.336, com 275.000 operários. Até 1930,
foram fundados mais 4.687 estabelecimentos industriais.
Há que se levar em conta que a industrialização se concentrou no eixo Rio-São Paulo e,
secundariamente, no Rio Grande do Sul. O empresariado industrial era oriundo do café, do setor
importador e da elite dos imigrantes.
Durante o período republicano fica evidente o descaso das autoridades governamentais com os
trabalhadores. O país passava por um momento de industrialização e os trabalhadores começam a se
organizar.
Em sua maioria imigrantes europeus que possuíam uma forte influência dos ideais anarquistas e
comunistas, os primeiros trabalhadores das fábricas brasileiras possuíam um discurso inflamado,
convocando os colegas a se unirem em associações que resultariam posteriormente na fundação dos
primeiros sindicatos de trabalhadores.
Os líderes dos movimentos operários buscavam melhores condições de trabalho para seus colegas
como redução de jornada de trabalho e segurança no trabalho. Lutavam contra a manutenção da
propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”.
Ocorreram entre 1903 e 1906 greves de pouca expressão pelo país, através de movimentos de
tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários. Em contrapartida, o governo
brasileiro criou leis para impedir o avanço dos movimentos, como uma lei expulsando os estrangeiros que
fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional.
A greve mais significativa do período ocorreu em 1917, a Greve Geral em São Paulo, que contou com
os trabalhadores dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário como mais atuantes. O governo, para
reprimir o movimento utilizou inclusive forças do Exército e da Marinha.
A repressão cada vez mais dura do governo através de leis, decretos e uso de violência acabou
sufocando os movimentos grevistas, que acabaram servindo de base para a criação no ano de 1922,
inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, do PCB, Partido Comunista Brasileiro. Os sindicatos também
começam a se organizar no período.

Revoltas

Guerra de Canudos
A revolta em Canudos deve ser entendida como um movimento messiânico, ou seja, a aglomeração
em torno de uma figura religiosa capaz de reunir fiéis e trazer a esperança de uma vida melhor através
de pregações.
Canudos formou-se através da liderança de Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido também por
Antônio Conselheiro, um beato que, andando pelo sertão pregava a salvação por meio do abandono
material, exigindo que seus fiéis o seguissem pelo sertão nordestino.

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Perseguido pela Igreja, e com um número significativo de fiéis, Antônio Conselheiro estabeleceu-se no
sertão baiano, à margem do Rio Vaza-Barris, formando o Arraial de Canudos. Ali fundou a cidade santa,
à qual dera o nome de Belo Monte, administrada pelo beato, que contava com vários subchefes, cada
qual responsável por um setor (comandante da rua, encarregado da segurança e da guerra, escrivão de
casamentos, entre outros).
A razão para o crescimento do arraial em torno da figura de Antônio Conselheiro pode ser explicada
pela pobreza dos habitantes do sertão nordestino, aliada à fome e a insatisfação com o governo
republicano, sendo o beato um aberto defensor da volta da monarquia.
A comunidade de Canudos, assim, sobrevivia e prosperava, mantendo-se por via das trocas com as
comunidades vizinhas.
Devido a um incidente entre os moradores do arraial e o governo da Bahia - uma questão mal resolvida
em relação ao corte de madeira na região - o governo estadual resolveu repreender os habitantes,
enviando uma tropa ao local. Apesar das poucas condições materiais dos moradores, a tropa baiana foi
derrotada, o que levou o presidente da Bahia a apelar para as tropas federais.
Canudos manteve-se firme diante das ameaças, derrotando duas expedições de tropas federais
municiadas de canhões e metralhadoras, uma delas comandada pelo Coronel Antônio Moreira César,
também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na
repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina. A incapacidade do governo federal em conter os
revoltosos, com derrotas vergonhosas, gerou diversas revoltas no Rio de Janeiro.
Com a intenção de resolver de vez o problema, foi organizada a 4ª expedição militar ao vilarejo, com
8.000 soldados sob o comando do general Artur de Andrade Guimarães. Dotada de armamento moderno,
a expedição levou um mês e meio para vencer os sertanejos, finalmente arrasando o arraial em agosto
de 1897, quando os últimos defensores do vilarejo foram capturados e degolados.
Canudos foi incendiada para evitar que novos moradores se estabelecessem no local. Nos jornais e
também no pensamento do governo federal, a vitória sobre Canudos foi uma vitória “da civilização sobre
a barbárie”.
Os combates ocorridos em Canudos foram contados pelo Jornalista Euclides da Cunha, em seu livro
Os Sertões. O livro busca trazer um relato do ocorrido, através do ponto de vista do autor, que possuía
uma visão de “raça superior”, comum do pensamento científico da época. De acordo com esse
pensamento, o mestiço brasileiro seria uma raça de características inferiores, que estava destinada ao
desaparecimento por conta do avanço da civilização.
Não só Euclides da Cunha pensava da mesma forma. O pensamento racial baseado em teorias
científicas foi comum no Brasil da virada do século XX.

A Guerra do Contestado
Na virada do século XX uma grande parte da população que vivia no interior do estado era composta
por sertanejos, pessoas de origem humilde, que viviam na fronteira com o Paraná. A região foi palco de
um intenso conflito por posse de terras, ocorrido entre 1912 e 1916, que ficou conhecido como Guerra do
Contestado.
O conflito teve início com a implantação de uma estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul a São
Paulo, além de uma madeireira, em 1912, de propriedade do empresário Norte-Americano Percival
Farquhar.
A Brazil Railway ficou responsável pela construção da estrada de ferro que ligaria os dois pontos.
Como forma de remuneração por seus serviços, o governo cedeu à companhia uma extensa faixa de
terra ao longo dos trilhos, aproximadamente 15 quilômetros de cada margem do caminho.
As terras doadas pelo governo foram entregues à empresa na categoria de terras devolutas, ou seja,
terras não ocupadas pertencentes à união. O ato desconsiderou a presença de milhares de pessoas que
habitavam a região, porém não possuíam registros de posse sobre a terra.
Apesar do contrato firmado, de que as terras entregues à companhia pudessem ser habitadas somente
por estrangeiros, o principal interesse do empresário era a exploração da madeira que se encontrava na
região, em especial araucárias e imbuias, com alto valor de mercado. Não tardou para a criação da
Southern Brazil Lumber and Colonization Company, responsável por explorar a extração da madeira e
que posteriormente tornou-se a maior empresa do gênero na América do Sul.
A derrubada da floresta implicava necessariamente em remover os antigos moradores regionais,
gerando conflitos imediatos. Os sertanejos encontraram na figura de monges que vagavam pelo sertão
pregando a palavra de Deus a inspiração e a liderança para lutar contra o governo e as empresas
estrangeiras. O primeiro Monge que criou pontos de resistência ficou conhecido como José Maria.
Adorado pela população local, o monge era visto pelos sertanejos como um salvador dos pobres e
oprimidos, e pelo governo como um empecilho para os trabalhos de construção da estrada de ferro.

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O governo e as empresas investiram fortemente na tentativa de expulsão dos sertanejos, e em 1912
próximo ao vilarejo de Irani ocorreu uma intensa batalha entre governo e população, causando a morte
do Monge. A morte do líder causou mais revolta nos sertanejos, que intensificaram a resistência, unindo
sua crença em outras figuras que despontavam como lideranças, como Maria Rosa, uma jovem de quinze
anos de idade, que foi considerada por historiadores como Joana D'Arc do sertão. A jovem afirmava
receber ordens espirituais de batalha do Monge Assassinado.
O conflito foi tomado como prioridade pelo governo federal, que investiu grande potencial bélico na
contenção dos revoltosos, como fuzis, canhões, metralhadoras e aviões. O conflito acaba em 1916 com
a captura dos últimos lideres revoltosos. Assim como em Canudos, a Revolta do Contestado foi marcada
por um forte caráter messiânico.

A Revolta da Vacina
A origem dessa revolta ocorrida no Rio de Janeiro deve ser procurada na questão social gerada pelas
desigualdades sociais e agravada pela reurbanização do Distrito Federal pelo prefeito Pereira Passos.
O grande destaque do período foi a Campanha de Saneamento no Rio de Janeiro, dirigida por Oswaldo
Cruz. Decretando-se a vacinação obrigatória contra a varíola, ocorreu o descontentamento popular.
Isso ocorreu devido a forma que a campanha foi conduzida, onde os agentes usavam da força para
entrar nas casas e vacinar a população. Não houve uma campanha prévia para conscientização e
educação. Disso se aproveitaram os militares e políticos adversários de Rodrigues Alves.
Assim, irrompeu a Revolta da Vacina (novembro de 1904), sob a liderança do senador Lauro Sodré.
O levante foi rapidamente dominado, fortalecendo a posição do presidente.

Revolta da Chibata4
A Revolta da Chibata ocorreu em 22 de novembro de 1910 no Rio de Janeiro. Entre outros, foi motivada
pelos castigos físicos que os marinheiros brasileiros recebiam. As faltas graves eram punidas com 25
chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
O estopim da revolta se deu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250
chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra
estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros,
desencadeou a revolta.
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já
na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo.
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o
fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso
não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de
Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda Revolta5
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos.
Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão
de alguns deles. A insatisfação retornou e no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta
na Ilha das Cobras.
Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram
presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida
eram desumanas alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a
Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de
Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram
da revolta.

O Cangaço no Nordeste6
Entre o final do século XIX e começo do XX (início da República), ganharam força, no nordeste
brasileiro, grupos de homens armados, conhecidos como cangaceiros. Estes grupos apareceram em
função principalmente das péssimas condições sociais da região nordestina. O latifúndio que concentrava
terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixava a margem da sociedade a maioria da população.
Existiram três tipos de cangaço na história do sertão:

4
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/revolta-da-chibata
5
http://www.abi.org.br/abi-homenageia-filho-do-lider-da-revolta-da-chibata/
6
http://www.seja-ead.com.br/2-ensino-medio/ava-ead-em/3-ano/03-ht/aula-presencial/aula-5.pdf

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O defensivo, de ação esporádica na guarda de propriedades rurais, em virtude de ameaças de índios,
disputa de terras e rixas de famílias;
O político, expressão do poder dos grandes fazendeiros;
O independente, com características de banditismo.

O Cangaço pode ser entendido como um fenômeno social, caracterizado por atitudes violentas por
parte dos cangaceiros, que andavam em bandos armados e espalhavam o medo pelo sertão nordestino.
Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar fazendeiros para obtenção
de resgates. A população que respeitava e acatava as ordens dos cangaceiros era muitas vezes
beneficiada por suas atitudes. Essa característica fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até
mesmo admirados por parte da população da época.
Como não seguiam as leis estabelecidas pelo governo, eram perseguidos constantemente pelos
policiais. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos, durante as fugas, da vegetação
cheia de espinhos da caatinga. Além desse recurso da vestimenta, usavam todos os conhecimentos que
possuíam sobre o território nordestino (fontes de água, ervas, tipos de solo e vegetação) para fugirem ou
obterem esconderijos.
Existiram diversos bandos de cangaceiros. Porém, o mais conhecido e temido da época foi o bando
comandado por Lampião (Virgulino Ferreira da Silva), também conhecido pelo apelido de “Rei do
Cangaço”. O bando de Lampião atuou pelo sertão nordestino durante as décadas de 1920 e 1930.
De 1921 a 1934, Lampião dividiu seu bando em vários subgrupos, dentre os quais os chefiados por
Corisco, Moita Brava, Português, Moreno, Labareda, Baiano, José Sereno e Mariano. Entre seus bandos,
Lampião sempre teve grande apreço pelo bando de Corisco, conhecido como “Diabo Loiro” e também
grande amigo de Virgulino.
Lampião morreu numa emboscada armada por uma volante7, junto com a mulher Maria Bonita e outros
cangaceiros, em 29 de julho de 1938. Tiveram suas cabeças decepadas e expostas em locais públicos,
pois o governo queria assustar e desestimular esta prática na região.
A morte de lampião atingiu o movimento do Cangaço como um todo, enfraquecendo e dividindo os
grupos restantes. Corisco foi morto em uma emboscada no ano de 1940, encerrando de vez o cangaço
no Nordeste.

A Semana de Arte Moderna de 1922

O ano de 1922 representou um marco na arte e na cultura brasileira, com a realização da Semana de
Arte Moderna, de 11 a 18 de fevereiro. A exposição marcava uma tentativa de introduzir elementos
brasileiros nos campo da arte e da cultura, vistas como dominadas pela influência estrangeira,
principalmente de elementos europeus, trazidos tanto pela elite econômica quanto por trabalhadores
imigrantes, principalmente italianos que trabalhavam na indústria paulista.
Na virada do século XX, São Paulo despontava como segunda maior cidade do país, atrás apenas do
Rio de Janeiro, capital nacional. Apesar de ocupar o segundo lugar em tamanho, a cidade possuía grande
taxa de industrialização, mais até que a capital, principalmente pelos recursos proporcionados pela
produção de café.
O contato proporcionado pelos novos meios de transporte e de comunicação proporcionou o contato
com novas tendências que rompiam com a estrutura das artes predominante desde o renascimento. Entre
elas estavam o futurismo, dadaísmo, cubismo, e surrealismo.
No Brasil, o espírito modernista foi apresentado por autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato,
Lima Barreto e Graça Aranha, que se desligaram de uma literatura de “falsas aparências”, procurando
discutir ou descobrir o “Brasil real”, frequentemente “maquiado” pelo pensamento acadêmico. As novas
tendências apareceram em 1917, em trabalhos: da pintora Anita Malfatti, do escultor Brecheret, do
compositor Vila Lobos e do intelectual Oswaldo de Andrade.
Os modernistas foram buscar inspiração nas imagens da indústria, da máquina, da metrópole, do
burguês e do proletário, do homem da terra e do imigrante.
Entre os escritores modernistas, o que melhor reflete o espírito da Semana é Oswald de Andrade. De
maneira geral, sua produção literária reflete a sociedade em que se forjou sua formação cultural: o
momento de transição que une o Brasil agrário e patriarcal ao Brasil que caminha para a modernização.
Ao lado de Oswald de Andrade, destaca-se como ponto alto do Modernismo a figura de Mário de Andrade,
principal animador do movimento modernista e seu espírito mais versátil. Cultivou a poesia, o romance,
o conto, a crítica, a pesquisa musical e folclórica.

7
Tropa ligeira, que não transporta artilharia nem bagagem.

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Os anos 1920 e a crise política8

Após a Primeira Guerra Mundial, a classe média urbana passava cada vez mais a participar da política.
A presença desse grupo tendia a garantir um maior apoio a políticos e figuras públicas apoiados em um
discurso liberal, que defendesse as leis e a constituição, e fossem capazes de transformar a República
Oligárquica em República Liberal. Entre as reivindicações estavam o estabelecimento do voto secreto, e
a criação de uma Justiça Eleitoral capaz de conter a corrupção nas eleições.
Em 1919, Rui Barbosa, que já havia sido derrotado em 1910 e 1914, entrou novamente na disputa
como candidato de oposição, enfrentando o candidato Epitácio Pessoa, que concorria como novo
sucessor pelo PRM (Partido Republicano Mineiro).
Permanecendo ausente do Brasil durante toda a campanha, devido à sua atuação na Conferência de
Paz da França, Epitácio venceu Rui Barbosa no pleito realizado em abril de 1919 e retornou ao Brasil em
julho para assumir a presidência da República.
Apesar da derrota, o candidato oposicionista conseguiu atingir cerca de um terço dos votos, sem
nenhum apoio da máquina eleitoral, inclusive conquistando a vitória no Distrito Federal.
Mesmo com o acordo de apoio conseguido com a Política dos Governadores, e o controle estabelecido
por São Paulo e Minas Gerais no revezamento de poder a partir da década de 1920, estados com uma
participação política e econômica considerada mediana resolveram interferir para tentar acabar com a
hegemonia da política do “Café com Leite”.
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia se uniram nas eleições presidenciais de 1922,
lançando um movimento político de oposição - a Reação Republicana - que lançou o nome do fluminense
Nilo Peçanha contra o candidato oficial, o mineiro Artur Bernardes.
A chapa oposicionista defendia a maior independência do Poder Legislativo frente ao Executivo, o
fortalecimento das Forças Armadas e alguns direitos sociais do proletariado urbano. Todas essas
propostas eram apresentadas num discurso liberal de defesa da regeneração da República brasileira.
O movimento contou com a adesão de diversos militares descontentes com o presidente Epitácio
Pessoa, que nomeara um civil para a chefia do Ministério da Guerra. A Reação Republicana conseguiu,
em uma estratégia praticamente inédita na história brasileira, desenvolver uma campanha baseada em
comícios populares nos maiores centros do país. O mais importante deles foi o comício na capital federal,
quando Nilo Peçanha foi ovacionado pelas massas.
Em outubro de 1921, os ânimos dos militares foram exaltados com a publicação de cartas no Jornal
Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, assinadas com o nome do candidato Artur Bernardes e endereçadas
ao líder político mineiro Raul Soares. Em seu conteúdo, criticavam a conduta do ex-presidente e Marechal
do Exército, Hermes da Fonseca, por ocasião de um jantar promovido no Clube Militar.
As cartas puseram lenha na fogueira da disputa, deixando os militares extremamente insatisfeitos com
o candidato. Pouco antes da data da eleição dois falsários assumiram a autoria das cartas e comprovaram
tratar-se de uma armação. A conspiração não teve maiores consequências, e as eleições puderam
transcorrer normalmente em março de 1922.
Como era de se esperar, a vitória foi de Artur Bernardes. O problema foi que nem a Reação
Republicana nem os militares aceitaram o resultado. Como o governo se manteve inflexível e não aceitou
a proposta da oposição de rever o resultado eleitoral, o confronto se tornou apenas uma questão de
tempo.

O Tenentismo9
Após a Primeira Guerra Mundial, vários oficiais jovens de baixa patente, principalmente tenentes (e
daí deriva o nome do movimento tenentista) sentiam-se insatisfeitos. Os soldos permaneciam baixos e o
governo não fazia menção de aumentá-los. Havia um grande número deles, e as promoções eram muito
lentas. Um segundo-tenente podia demorar dez anos para alcançar a patente de capitão.
Sua reinvindicações oficiais foram contra a desorganização e o abandono em que se encontrava o
exército brasileiro. Com o tempo os líderes do movimento chegaram à conclusão de que os problemas
que enfrentavam não estavam apenas no exército, mas também na política.
Com a intenção de fazer as mudanças acontecerem, os revoltosos pressionaram o governo, que não
se prontificou a atendê-los, o que gerou movimentos de tentativa de tomada de poder por meio dos
militares. Esse programa conquistou ampla simpatia da opinião pública urbana, mas não houve
mobilização popular e nem mesmo engajamento de dissidências oligárquicas à revolução (com exceção
do Rio Grande do Sul), daí o seu isolamento e o seu fracasso.

8
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica
9
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/MovimentoTenentista

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Os 18 do Forte
Como citado anteriormente, a vitória de Artur Bernardes em março de 1922 não agradou os setores
oposicionistas. Durante o período em que aguardava para assumir a posse, que acontecia no dia 15 de
novembro, houveram diversos protestos contra o mineiro.
Em junho, o governo federal interveio durante a sucessão estadual em Pernambuco, fato que foi
extremamente criticado por Hermes da Fonseca. O presidente Epitácio Pessoa, que ainda exercia o
poder, mandou prender o ex-presidente e ordenou o fechamento do Clube Militar em 2 de julho.
As ações de Epitácio geraram uma crise que culminou em uma série de levantes na madrugada de 5
de julho. Na capital federal, levantaram-se o forte de Copacabana, guarnições da Vila Militar, o forte do
Vigia, a Escola Militar do Realengo e o 1° Batalhão de Engenharia; em Niterói, membros da Marinha e do
Exército; em Mato Grosso, a 1ª Circunscrição Militar, comandada pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio
do marechal Hermes. No Rio de Janeiro, o movimento foi comandado pelos "tenentes", uma vez que a
maioria da alta oficialidade se recusou a participar do levante.
Os rebeldes localizados no Forte de Copacabana passaram a disparar seus canhões contra diversos
redutos do Exército, forçando inclusive o comando militar a abandonar o Ministério da Guerra. As forças
legais revidaram, e o forte sofreu sério bombardeio.
Os revoltosos continuaram sua resistência até a tarde de 6 de julho, quando resolveram abandonar o
Forte e marchar pela Avenida Atlântica, indo de encontro às forças do governo que enfrentavam.
Em uma troca de tiros com as forças oficiais, morreram quase todos os revoltosos, que ficaram
conhecidos como “Os 18 do Forte de Copacabana”. Apesar do nome atribuído ao grupo, as fontes de
informação da época não são exatas, com vários jornais divulgando números diferentes. Os únicos
sobreviventes foram os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, com graves ferimentos.

A Revolta de 192410
Os participantes das Revoltas de 1922 foram julgados e punidos em dezembro de 1923, acusados de
tentar promover um golpe de Estado. Novamente o exército teve suas relações com o governo federal
agravadas, com uma tensão crescente que gerou uma nova revolta militar, novamente na madrugada,
em 5 de julho de 1924 em São Paulo, articulada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, pelo major
Miguel Costa, comandante do Regimento de Cavalaria da Força Pública do estado, e pelo tenente
Joaquim Távora, este último morto durante os combates. Tiveram ainda participação destacada os
tenentes Juarez Távora, Eduardo Gomes, João Cabanas, Filinto Müller e Newton Estillac Leal.
O objetivo do movimento era depor o presidente Artur Bernardes, cujo governo transcorria, desde o
início, sob estado de sítio permanente e sob vigência da censura à imprensa.
Entre as primeiras ações dos revoltosos, ganhou prioridade a ocupação de pontos estratégicos, como
as estações da Luz, da Estrada de Ferro Sorocabana e do Brás, além dos quartéis da Força Pública,
entre outros.
Logo após a ocupação, no dia 8 de julho o presidente de São Paulo, Carlos de Campos, deixou o
palácio dos Campos Elíseos, sede do governo paulista na época. No dia seguinte, os rebeldes instalaram
um governo provisório chefiado pessoalmente pelo general Isidoro. O ato foi respondido com um intenso
bombardeio das tropas legalistas sobre a cidade, principalmente em bairros operários de São Paulo na
região da zona leste. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo
bombardeio.
A partir do dia 16, sucederam-se as tentativas de armistício. Um dos principais mediadores foi José
Carlos de Macedo Soares, membro da Associação Comercial de São Paulo. Num primeiro momento, o
general Isidoro condicionou a assinatura de um acordo à entrega do poder a um governo federal provisório
e à convocação de uma Assembleia Constituinte. A negativa do governo federal, somada às
consequências do bombardeio da cidade, reduziu as exigências dos revoltosos à concessão de uma
anistia ampla aos revolucionários em 1922 e 1924. Entretanto, nem essa reivindicação foi atendida.
Como as exigências dos revoltosos não foram atendidas e a pressão do governo aumentava, a solução
foi mudar a estratégia. Em 27 de julho os revoltosos abandonaram a cidade, indo em direção a Bauru, no
interior do Estado. O deslocamento foi facilitado graças a eclosão de diversas revoltas no interior, com a
tomada de prefeituras.
Àquela altura, já haviam eclodido rebeliões militares no Amazonas, em Sergipe e em Mato Grosso em
apoio ao levante de São Paulo, mas os revoltosos paulistas desconheciam tais acontecimentos.
Em outubro, enquanto os paulistas combatiam em território paranaense, tropas sediadas no Rio
Grande do Sul iniciaram um levante, associadas a líderes gaúchos contrários à situação estadual. As

10
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Levantes1924

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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forças rebeladas juntaram-se aos paulistas em Foz do Iguaçu, no Paraná, no mês de abril de 1925.
Formou-se assim o contingente que deu início à marcha da Coluna Prestes.

A Coluna Prestes
Enquanto alguns militares se rebelavam em São Paulo, Luís Carlos Prestes, também militar,
organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista
liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma
caminhada pelo Brasil.
Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as tropas,
por meio de táticas de guerrilha.
Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a situação política e social do
país. Num primeiro momento, não houve muitos resultados, porém o movimento ajudou a balançar as
bases já enfraquecidas do sistema oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
A Coluna Prestes durou 2 anos e 3 meses, percorrendo cerca de 25 mil quilômetros através de treze
estados do Brasil. Estima-se que a Coluna tenha enfrentado mais de 50 combates contra as tropas
governistas, sem sofrer derrotas.
A passagem da Coluna Prestes, gerava reações diversas na população. Como forma de desmoralizar
o movimento, o governo condenava os rebeldes e associavam suas ações a assassinos e bandidos.
Iniciando a marcha, a coluna concluiu a travessia do rio Paraná em fins de abril de 1925 e adentrou no
Paraguai com a intenção de chegar a Mato Grosso. Posteriormente percorreu Goiás, entrou em Minas
Gerais e retornou a Goiás.
Após a passagem por Goiás, a Coluna partiu para o Nordeste, chegando em novembro ao Maranhão,
ocasião em que o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e enviado a São Luís. Em dezembro, penetrou
no Piauí e travou em Teresina sério combate com as forças do governo. Rumando então para o Ceará, a
coluna teve outra baixa importante: na serra de Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
Em janeiro de 1926, a coluna atravessou o Ceará, chegou ao Rio Grande do Norte e, em fevereiro,
invadiu a Paraíba, enfrentando na vila de Piancó séria resistência comandada pelo padre Aristides
Ferreira da Cruz, líder político local. Após ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
revolucionários.
Continuando rumo ao sul, a coluna atravessou Pernambuco e Bahia e retornou para Minas Gerais,
pelo norte do Estado. Encontrando vigorosa reação legalista e precisando remuniciar-se. O comando da
coluna decidiu interromper a marcha para o sul e, em manobra conhecida como "laço húngaro11", retornar
ao Nordeste através da Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente chegou de volta a Mato
Grosso em outubro de 1926.
Àquela altura, o estado-maior revolucionário decidiu enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma Dutra à
Argentina, para consultar o general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro da coluna: continuar a luta ou
rumar para o exílio.
Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma penosa travessia do Pantanal, parte da coluna,
comandada por Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante ingressou na Bolívia, onde
encontrou Lourenço Moreira Lima, que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias
da coluna e as instruções de Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se.
Durante o tempo em que passou na Bolívia, Prestes dedicou-se a leituras em busca de explicações
para a situação de atraso e miséria que presenciara em sua marcha pelo interior brasileiro. Em dezembro
de 1927 foi procurado por Astrojildo Pereira, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, que fora
incumbido de convidá-lo a firmar uma aliança entre "o proletariado revolucionário, sob a influência do
PCB, e as massas populares, especialmente as massas camponesas, sob a influência da coluna e de
seu comandante".
Prestes, contudo, não aceitou essa aliança. Foi nesse encontro que obteve as primeiras informações
sobre a Revolução Russa, o movimento comunista e a União Soviética. A seguir, mudou-se para a
Argentina, onde leu Marx e Lênin.

A defesa do café
Os acordos para a manutenção do preço do café elevaram a dívida brasileira, principalmente após as
emissões de moeda realizadas entre 1921 e 1923 por Epitácio Pessoa, o que gerou uma desvalorização
do câmbio e o aumento da inflação. Artur Bernardes preocupou-se em saldar a dívida externa brasileira,
retomando o pagamento dos juros e da dívida principal a partir do ano de 1927.

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Recebia esse nome devido ao percurso da manobra lembrar o desenho aplicado na platina dos uniformes dos oficiais de antigamente, o “laço húngaro”.

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Com o objetivo de avaliar a situação financeira do Brasil, em fins de 1923 uma missão financeira
inglesa, chefiada por Edwin Samuel Montagu chegou ao país. Após os estudos, a comissão apresentou
um relatório à presidência da República, em que apresentava os riscos decorrentes da emissão
exagerada de moeda e o consequente receio dos credores internacionais.
A defesa dos preços do café representava um gasto entendido pelo governo federal como secundário
nesse momento, mesmo em meio às críticas de abandono proferidas pelo setor cafeeiro. A solução foi
passar a responsabilidade da defesa do café para São Paulo. Em dezembro de 1924 foi criado o Instituto
de Defesa Permanente do Café, que possuía a função de regular a entrada do produto no Porto de Santos
e realizar compras do produto para evitar a desvalorização.

O governo de Washington Luís

Em 1926, mantendo a tradicional rotação presidencial entre São Paulo e Minas Gerais, o paulista
radicado Washington Luís foi indicado para a sucessão e saiu vencedor nas eleições de 1926. Seu
governo seguiu com relativa tranquilidade, até que em 1929 uma série de fatores, internos e externos,
mudaram de maneira drástica os rumos do Brasil.
No plano interno, a insatisfação das camadas urbanas, em especial da classe média, crescia cada vez
mais. A estrutura de governo baseada no poder das oligarquias, dos coronéis e da predominância dos
grandes proprietários e produtores de café da região de São Paulo não atendia as exigências e os anseios
de boa parte da população, que não fazia parte ou não era beneficiada pelo sistema de governo.
Em 1926 surgiu o Partido Democrático, de cunho liberal. O partido desponta como oposição ao PRP
(Partido Republicano Paulista), que repudiava o liberalismo na prática. Seus integrantes pertenciam a
uma faixa etária mais jovem em comparação aos republicanos, o que também contribuiu para agradar
boa parte da classe média insatisfeita com o PRP.
Formado por prestigiados profissionais liberais e filhos de fazendeiros de café, o partido tinha como
pauta a reforma do sistema político, através da implantação do voto secreto, da representação de
minorias, a real divisão dos três poderes e a fiscalização das eleições pelo poder judiciário.

A Sucessão de Washington Luís


Voltando à política do Café-com-leite, em 1929 começava a campanha para a escolha do sucessor de
Washington Luís. Pela tradição, o apoio deveria ser dado a um candidato mineiro, já que o presidente
que estava no poder fora eleito por São Paulo.
Ao invés de apoiar um candidato mineiro, Washington Luís insistiu na candidatura do governador de
São Paulo, Júlio Prestes. A atitude do presidente gerou intensa insatisfação em Minas Gerais, e ajudou
a alavancar o Rio Grande do Sul no cenário político.
O governador mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, que esperava ser o indicado para a
sucessão presidencial, propôs o lançamento de um movimento de oposição para concorrer contra a
candidatura de Júlio Prestes. O apoio partiu de outros dois estados insatisfeitos com a situação política:
Rio Grande do Sul e Paraíba.
Do Rio Grande do Sul surgiu, após inúmeras discussões entre os três estados, o nome de Getúlio
Vargas – governador gaúcho eleito em 1927, que fora Ministro da Fazenda de Washington Luís – para
presidente, tendo como vice o nome do governador da Paraíba e sobrinho do ex-presidente Epitácio
Pessoa, o pernambucano João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque.
Definidos os nomes, foi formada a Aliança Liberal, nome que definiu a campanha. O Partido
Democrático de São Paulo expressou seu apoio à candidatura de Getúlio Vargas, enquanto alguns
membros do Partido Republicano Mineiro resolveram apoiar Júlio Prestes.
A Aliança Liberal refletia os desejos das classes dominantes regionais que não estavam ligadas ao
café, buscando também atrair a classe média. Seu programa de governo defendia o fim dos esquemas
de valorização do café, a implantação de alguns benefícios aos trabalhadores, como a aposentadoria
(nem todos os setores possuíam), a lei de férias e a regulamentação do trabalho de mulheres e menores
de idade. Além disso, insistiam no tratamento com seriedade pelo poder público das questões sociais,
que Washington Luís afirmava serem “caso de polícia”. Um dos pontos marcantes da campanha da
Aliança Liberal foi a participação do proletariado.

Reflexos da Crise de 1929 no Brasil


No plano externo, a quebra da bolsa de valores de Nova York, seguida da crise que afetou grande
parte da economia mundial, também teve repercussões no Brasil.
O ano de 1929 rendeu uma excelente produção de café, tudo que os produtores não esperavam. A
colheita de quase 30 milhões de sacas na safra 1927-1928 representava aproximadamente o dobro da

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produção dos anos anteriores. Esperava-se que, devido a alternância entre boas e más safras 1929
representasse uma colheita baixa, já que as três últimas safras haviam sido boas.
Aliada a ideia de uma safra baixa, estava a expectativa de lucros certos, garantidos pela Defesa
Permanente do Café, o que levou muitos produtores a contraírem empréstimos e aumentarem suas
lavouras.
A produção, ao contrário do esperado, graças às condições climáticas e a implantação de novas
técnicas agrícolas. O excesso do produto foi de encontro com a crise, que diminuiu o consumo, e
consequente o preço do café. O resultado foi um endividamento daqueles que apostaram em preços altos
e não quitaram suas dívidas.
Em busca de salvação para os negócios, o setor cafeeiro recorreu ao governo federal na busca de
perdão das dívidas e de novos financiamentos. O presidente, temendo perder a estabilidade cambial,
recusou-se a ajudar o setor, fator que foi explorado politicamente pela oposição.
Apesar do esforço em tentar combater o candidato de Washington Luís, a Aliança Liberal não foi capaz
de derrotar Júlio Prestes, que foi eleito presidente em 1º de Março de 1930.

A Revolução de 1930

Em 1º de março de 1930 Júlio Prestes foi eleito presidente do Brasil conquistando 1.091.709 votos,
contra 742.794 votos recebidos por Getúlio Vargas. Ambos os lados foram acusados de cometer fraudes
contra o sistema eleitoral, seja manipulando votos, seja impondo votos forçados através de violência e
ameaça.
A derrota Getúlio Vargas nas eleições de 1930 não significou o fim da Aliança Liberal e sua busca pelo
controle do poder executivo. Os chamados “tenentes civis” acreditavam que ainda poderiam conquistar o
poder através das armas.
Buscando agir pelo caminho que o movimento tenentista havia tentado anos antes, os jovens políticos
buscaram fazer contato com militares rebeldes, que receberam a atitude com desconfiança. Entre os
motivos para o receio dos tenentes, estava o fato de que alguns nomes, como João Pessoa e Osvaldo
Aranha, estiveram envolvidos em perseguições, confrontos e condenações contra o grupo.
Porém, depois de conversas e desconfianças dos dois lados, os grupos chegaram a um acordo com a
adesão de nomes de destaque dos movimentos da década de 20, como Juarez Távora, João Alberto e
Miguel Costa. A grande exceção foi o nome de Luís Carlos Prestes, que em maio de 1930 declarou-se
abertamente como socialista revolucionário, e recusou-se a apoiar a disputa oligárquica.
Os preparativos para a tomada do poder não aconteceram da maneira esperada, deixando o
movimento conspiratório em uma situação de desvantagem. Porém, em 26 de julho de 1930 ocorreu um
fato que serviu de estopim para o movimento revolucionário: por volta das 17 horas, na confeitaria “Glória”,
em Recife, João Pessoa foi assassinado por João Duarte Dantas.
O crime, motivado tanto por disputas pessoais como por disputas públicas, foi utilizado como
justificativa para o movimento revolucionário, sendo explorado seu lado público, e transformado João
Pessoa em “mártir da revolução”.
A morte de João Pessoa foi extremamente explorada por seus aliados como elemento político para
concretizar os objetivos da revolução. Apesar de ter morrido no Nordeste e ser natural da região, o corpo
do presidente da Paraíba foi enterrado no Rio de Janeiro, então capital da República, fator que reuniu
uma enorme quantidade de pessoas para acompanhar o funeral. A morte de João Pessoa garantiu a
adesão de setores do exército que até então estavam relutantes em apoiar a causa dos revolucionários.
Feitos os preparativos, no dia 3 de outubro de 1930, nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e no Nordeste, estourou a revolução comandada por Getúlio Vargas e pelo tenente-coronel Góes
Monteiro. As ações foram rápidas e não encontraram uma resistência forte. No Nordeste, as operações
ficaram a cargo de Juarez Távora, que contando com a ajuda da população, conseguiu dominar
Pernambuco sem esforços.
Em virtude do maior peso político que os gaúchos detinham no movimento e sob pressão das forças
revolucionárias, a Junta finalmente decidiu transmitir o poder a Getúlio Vargas. Num gesto simbólico que
representou a tomada do poder, os revolucionários gaúchos, chegando ao Rio, amarraram seus cavalos
no Obelisco da avenida Rio Branco. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República.

Candidato(a), segue abaixo a lista completa dos presidentes da República Velha com a cronologia
correta:

- 1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca;


- 1891-1894: Floriano Vieira Peixoto;

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- 1894-1898: Prudente José de Morais e Barros;
- 1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales;
- 1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves;
- 1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu durante o mandato)
- 1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar);
- 1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca;
- 1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes;
- 1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito, morreu de gripe espanhola, sem ter assumido
o cargo);
- 1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues Alves, assumiu em seu lugar);
- 1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa;
- 1922-1926: Artur da Silva Bernardes;
- 1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto pela Revolução de 1930);
- 1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em 1930, não tomou posse, impedido pela
Revolução de 1930);
- 1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto,
Almirante Isaías de Noronha.

Questões

01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) Seu Mundinho, todo esse tempo
combati o senhor. Fui eu quem mandou atirar em Aristóteles. Estava preparado para virar Ilhéus do
avesso. Os jagunços estavam de atalaia, prontos para obedecer. Os meus e os outros amigos, para
acabar com a eleição. Agora tudo acabou.
(In: AMADO, Jorge. Gabriela, cravo e canela)

O texto descreve uma realidade que, na história do Brasil, identifica o


(A) tenentismo, que considerava o exército como a única força capaz de conduzir os destinos do povo.
(B) coronelismo, que se constituía em uma forma de o poder privado se manifestar por meio da política.
(C) mandonismo, criado com o objetivo de administrar os conflitos no interior das elites agrárias do
país.
(D) messianismo, entidade com poderes políticos capaz de subjugar a população por meio da força.
(E) integralismo, que consistia em uma forma de a oligarquia cafeeira demonstrar sua influência e
poder político.

02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) Para responder à questão, considere
o texto abaixo.
... A forma federativa deu ampla autonomia aos Estados, com a possibilidade de contrair empréstimos
externos, constituir forças militares próprias e uma justiça estadual.
[...] A representação na Câmara dos Deputados, proporcional ao número de habitantes dos Estados,
foi outro princípio aprovado...
[...] A aceitação resignada da candidatura Prudente de Moraes, que marcou o início da república civil
oligárquica, consolidada por Campos Sales, se deu em um momento difícil, quando Floriano dependia do
apoio regional [...].
(Adaptado de: FAUSTO, Boris. Pequenos ensaios de História da República (1889-1945). São Paulo: Cebrap, 1972, p. 2-4)

O principal mecanismo para a consolidação da república a que o texto se refere foi a


(A) política de “salvação nacional", desencadeada pelos militares ligados aos grandes fazendeiros
mineiros e paulistas com a finalidade de fortalecer o poder das oligarquias estaduais do sudeste.
(B) “campanha civilista" que defendia a regulamentação dos preços dos produtos de exportação e
garantia os empréstimos contraídos no exterior aos fazendeiros das grandes propriedades.
(C) “política dos governadores", que consistia na troca de apoio entre governo federal e governos
locais, com a finalidade de manter no poder os representantes dos grandes fazendeiros.
(D) política do “café-com-leite", que incentivava uma disputa acirrada entre os representantes dos
pequenos Estados e enfraquecia o poder dos fazendeiros paulistas e dos mineiros.
(E) política de “valorização do café" realizada pelos Estados contribuía para o enfraquecimento do
poder local e garantia a troca de favores entre os fazendeiros e o governo federal.

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03. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) Ao contrário do que sucedeu na
Capital da República, as primeiras manifestações do movimento operário em São Paulo surgiram já sob
a inspiração de ideologias revolucionárias ou classistas – o anarquismo e, em muito menor grau, o
socialismo reformista. As condições sócio-políticas tendiam a confirmar as ideologias negadoras da
organização vigente na sociedade aos olhos da marginalizada classe operária nascente, estrangeira em
sua grande maioria. (...) O anarquismo se converteria, entretanto, na principal corrente organizatória do
movimento operário, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo.
(FAUSTO, Boris. Trabalho urbano e conflito social. São Paulo: s/data, p.60-62)

A corrente ideológica a que o texto se refere, e que dominou a cena do movimento operário brasileiro
durante a segunda década do século XX,
(A) pode ser tratada como um sistema de pensamento social visando a modificações fundamentais na
estrutura da sociedade com o objetivo de substituir a autoridade do Estado por alguma forma de
cooperação não governamental entre indivíduos livres.
(B) investe contra o capital e o Estado capitalista, pretendendo substitui-lo por uma livre associação
de produtores diretos, possuidores dos meios de produção e na organização do sindicato único como
meio de promover a emancipação das classes trabalhadoras.
(C) defende a coletivização dos meios de produção, a violência nas lutas operárias e dá ênfase ao
papel que os sindicatos desempenhariam na obra emancipadora dos trabalhadores e da sociedade, e na
luta operária para a conquista do Estado.
(D) argumenta que o sindicalismo operário deve ser o articulador da autogestão e um instrumento do
plano econômico e da unidade de produção, e que as diversas associações produtivas devem ser
coordenadas pelas federações sindicais ligadas ao Estado.
(E) inclina-se pelo caminho revolucionário ao sustentar a necessidade de realizar de imediato a tese
marxista segundo a qual o critério de distribuição de bens e serviços deveria ser determinada pelas
assembleias sindicais de cada Estado da Federação.

04. (SEE/AC - Professor de Ciências Humanas – FUNCAB) Leia o texto.


“O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato
que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão.”
(Sobradinho. Sá e Guarabyra.)

A expressão “O sertão vai virar mar” está associada a uma personagem de um importante movimento
messiânico do início da República brasileira.
O personagem referido é:
(A) João Cândido.
(B) Beato José Maria.
(C) Antônio Conselheiro.
(D) Marcílio Dias.
(E) Barão de Drumond.

Gabarito

01.B / 02.C / 03.A / 04.C

Comentários

01. Resposta: B
Durante a República Velha os grandes fazendeiros(coronéis) impunham seu poder através de seus
exércitos particulares de jagunços. O voto era aberto e os eleitores que moravam nas grandes fazendas
eram forçados a votar no candidato do coronel.

02. Resposta: C
A política dos governadores foi um sistema político não oficial, idealizado e colocado em prática pelo
presidente Campos Sales (1898 – 1902), que consistia na troca de favores políticos entre o presidente da

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República e os governadores dos estados. De acordo com esta política, o presidente da República não
interferia nas questões estaduais e, em troca, os governadores davam apoio político ao executivo federal.

03. Resposta: A
O anarquismo é o movimento político que defende a supressão de todas as formas de dominação e
opressão vigentes na sociedade moderna, dando lugar a uma comunidade mais fraterna e igualitária,
fruto de um esforço individual a partir de um árduo trabalho de conscientização. O anarquismo é
frequentemente apontado como uma ideologia negadora dos valores sociais e políticos prevalecentes no
mundo moderno como o estado laico, a lei, a ordem, a religião e a propriedade privada.

04. Resposta: C
Antônio Conselheiro foi o líder do arraial de canudos, no interior da Bahia, local em que ocorreu a
guerra de canudos, revolta de grande repercussão no período republicano.

A ERA VARGAS

Dentro das divisões históricas do período republicano, a “Era Vargas” é dividida em três intervalos
distintos:
1 - um período provisório, quando assume o governo após o movimento de 1930;
2 - um período constitucional, quando eleito após a promulgação da Constituição de 1934, e;
3 - um autoritário, com o golpe de 1937, que deu início ao período conhecido como Estado Novo.

PERÍODO PROVISÓRIO

As Forças de oposição ao Regime Oligárquico


No decorrer das três primeiras décadas do século XX houveram uma série de manifestações operárias,
insatisfação dos setores urbanos e movimentos de rebeldia no interior do Exército (Tenentismo). Eram
forças de oposição ao regime oligárquico, mas que ainda não representavam ameaça à sua estabilidade.
Esse quadro sofreu uma grande modificação quando, no biênio 1921-30, a crise econômica e o
rompimento da política do café-com-leite por Washington Luís colocaram na oposição uma fração
importante das elites agrárias e oligárquicas. Os acontecimentos que se seguiram (formação da Aliança
Liberal, o golpe de 30) e a consequente ascensão de Vargas ao poder podem ser entendidos como o
resultado desse complexo movimento político.
Getúlio Vargas se apoiou em vários setores sociais liderados por frações das oligarquias descontentes
com o exclusivismo paulista sobre o poder republicano federal.

O Governo Provisório
Ao final da Revolução de 1930, com Washington Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado
como chefe do governo provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover
uma centralização política e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o
controle efetivo do país. Em outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra.
Para atingir esse objetivo, foram nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de
confiança, normalmente oriundos do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir em cada estado as
determinações do governo provisório.
Esse fato e o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no Estado de São Paulo. As
eleições dariam ao país uma nova Constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.

A Reação Paulista
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação
de um interventor civil e paulista, se somou à reivindicação de eleições para a Constituinte. Essas teses
foram ganhando rapidamente simpatia popular.
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do Estado, até
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD).
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um
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interventor do próprio Estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido.
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins,
Dráusio e Camargo (MMDC) foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da
legalidade constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral
(que previa o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou
as eleições para 1933.

A Revolução Constitucionalista de 1932


A oligarquia paulista, entretanto, não considerava as concessões suficientes. Baseada no apoio
popular que conseguira obter e contando com a adesão de outros estados, desencadeou em 9 de julho
de 1932, a chamada Revolução Constitucionalista.
Ela visava a derrubada do governo provisório e a aprovação imediata das medidas que Getúlio
protelava. Entretanto, o apoio esperado dos outros estados não ocorreu e, depois de três meses, a revolta
foi sufocada. Até hoje, o caráter e o significado da Revolução Constitucionalista de 1932 geram polêmicas.
De qualquer forma, é inegável que o movimento teve duas dimensões:
No plano mais aparente, predominaram as reivindicações para que o país retornasse à normalidade
política e jurídica, baseadas numa expressiva participação popular. Nesse sentido, alguns destacam que
o movimento foi um marco na luta pelo fortalecimento da cidadania no Brasil.
Num plano menos aparente, mas muito mais ativo, estava o rancor das elites paulistas, que viam no
movimento uma possibilidade de retomar o controle do poder político que lhe fora arrebatado em 1930.
Se admitirmos que existiu uma revolução em 1930, o que aconteceu em São Paulo em 1932, foi a
tentativa de uma contra revolução, pois visava restaurar uma supremacia que durante mais de 30 anos
fez a nação orbitar em torno dos interesses da cafeicultura. Nesse sentido, o movimento era marcado por
um reacionarismo elitista, contrário ao limitado projeto modernizador de 1930.

As Leis Trabalhistas
Como forma de garantir o apoio popular, Getúlio Vargas consolidou um conjunto de leis que garantiam
direitos aos trabalhadores, destacando-se entre eles: salário mínimo, jornada de oito horas,
regulamentação do trabalho feminino e infantil, descanso remunerado (férias e finais de semana),
indenização por demissão, assistência médica, previdência social, entre outras.
A formalização dessa legislação trabalhista teve vários significados e implicações. Representou a
primeira modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a questão social e definiu as regras a
partir das quais o mercado de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar. Garantiu, assim,
uma certa estabilidade ao crescimento econômico. Por fim, foi muito útil para obter o apoio dos
assalariados urbanos à política getulista.
Essa legislação denota a grande habilidade política de Getúlio. Ele apenas formalizou um conjunto de
conquistas que, em boa parte, já vigoravam nas relações de trabalho nos principais centros industriais.
Com isso, construiu a sua imagem como “Pai dos Pobres” e benfeitor dos trabalhadores.

O Controle Sindical
A aprovação da legislação sindical representou um grande avanço nas relações de trabalho no Brasil,
pois pela primeira vez o trabalhador obtinha individualmente amparo nas leis para resistir aos excessos
da exploração capitalista.
Por outro lado, paralelamente à sua implantação, o Estado definiu regras extremamente rígidas para
a organização dos sindicatos, entre as quais a que autorizava o seu funcionamento (Carta Sindical), as
que regulavam os recursos da entidade e as que davam ao governo direito de intervir nos sindicatos,
afastando diretorias se julgasse necessário. Mantinha, assim, os sindicatos sob um controle rigoroso.

PERÍODO CONSTITUCIONAL

Eleições Presidenciais de 1934


Uma vez promulgada a Constituição de 1934, a Assembleia Constituinte converteu-se em Congresso
Nacional e elegeu o presidente da República por via indireta: o próprio Getúlio. Começava o período
constitucional do governo Vargas.

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O Governo Constitucional e a Polarização Ideológica
Durante esse período, simultaneamente à implantação do projeto político do governo, foram se
desenhando duas ideologias para o país: uma defendia um nacionalismo conservador, a outra, um
nacionalismo revolucionário.

- Nacionalismo conservador
Esse movimento contava com o apoio das classes médias urbanas, Igreja e setores do Exército. O
projeto que seus apoiadores tinham em mente decorria da leitura que eles faziam da história do país até
aquele momento.
Segundo os conservadores, o aspecto que marcava mais profundamente a formação histórica do país
e do seu povo era a tradição agrícola. Desde o descobrimento, toda a vida econômica, social e política
organizou-se em torno da agricultura. Todos os nossos valores morais, regras de convivência social,
costumes e tradições fincavam suas raízes no modo de vida rural.
Dessa forma, tudo o que ameaçava essa “tradição agrícola” (estímulos a outros setores da economia,
crescimento da indústria, expansão da urbanização e suas consequências, como a propagação de novos
valores, hábitos e costumes tipicamente urbanos) representava um atentado contra a integridade e o
caráter nacional, uma corrupção da nossa identidade como povo e nação.
O movimento se caracterizava como nacionalista e conservador por ser contrário a transformações
modernizadoras de origem externa (induzidas pela industrialização, vanguardas artísticas europeias,
etc.).
Para que a coerência com a nossa identidade histórica fosse mantida, os ideólogos do nacionalismo
conservador propunham o seguinte: os latifúndios (grandes propriedades rurais) deveriam ser divididos
em pequenas parcelas de terras a ser distribuídas. Assim, as famílias retornariam ao campo tornando o
Brasil uma grande comunidade de pequenos e prósperos proprietários.
Podemos concluir a partir desse ideário, que eram antilatifundiários e antiindustrialistas. Na esfera
política, defendiam um regime autoritário de partido único.
Nesse contexto o maior defensor dessas ideias foi o movimento que recebeu o nome de Ação
Integralista Brasileira (AIB), cujo lema era Deus, Pátria e Família, que tinha como seu principal líder e
ideólogo Plínio Salgado.
Tradicionalmente, a AIB também é interpretada como uma manifestação do nazifascismo no Brasil,
pela semelhança entre os aspectos aparentes do integralismo e do nazifascismo: uniformes, tipo de
saudação, ultranacionalismo, feroz anticomunismo, tendências ditatoriais e apelo à violência eram traços
que aproximavam as duas ideologias.
Um exame mais atento, entretanto, mostra que eram projetos distintos. Enquanto o nazi fascismo era
apoiado pelo grande capital e buscava uma expansão econômico-industrial a qualquer custo, ao preço
de uma guerra mundial se necessário, os integralistas queriam voltar ao campo. Num certo sentido, o
projeto nazifascista era mais modernizante que o integralista. Assim, as semelhanças entre eles
escondiam propostas e projetos globais para a sociedade radicalmente distintos.

- Nacionalismo Revolucionário
Frações dos setores médios urbanos, sindicatos, associações de classe, profissionais liberais,
jornalistas e o Partido Comunista prestaram apoio a outro movimento político: o nacionalismo
revolucionário. Este defendia a industrialização do país, mas sem que isso implicasse subordinação e
dependência em relação às potências estrangeiras, como a Inglaterra e os Estados Unidos.
O nacionalismo revolucionário propunha uma reforma agrária como forma de melhorar as condições
de vida do trabalhador urbano e rural e potencializar o desenvolvimento industrial. Considerava que a
única maneira de realizar esses objetivos seria a implantação de um governo popular no Brasil. Esse
movimento deu origem à Aliança Nacional Libertadora, cujo presidente de honra era Luís Carlos Prestes,
então membro do Partido Comunista.

As Eleições de 1938
Contida a oposição de esquerda, o processo político evoluiu sem conflitos maiores até 1937. Nesse
ano, começaram a se desenhar as candidaturas para as eleições de 1938, destacando-se Armando Sales
Oliveira, paulista que articulava com outros estados sua eleição para presidente.
Getúlio Vargas, as oligarquias que lhe davam apoio e os militares herdeiros da tradição tenentista não
viam com bons olhos a possibilidade de retorno da oligarquia paulista ao poder. Uma vez mantido o
calendário eleitoral, isso parecia inevitável. Como forma de evitar que as eleições acontecessem, Getúlio
Vargas coloca em prática o famoso Plano Cohen.

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Segundo as informações oficiais, forças de segurança do governo tinham descoberto um plano de
tomada do poder pelos comunistas. Muito bem elaborado, esse plano colocava em risco as instituições
democráticas do país.
Para evitar o perigo vermelho, Getúlio Vargas solicitou ao Congresso Nacional a aprovação do estado
de sítio, que suspendia as liberdades públicas e dava ao governo amplos poderes para combater a
subversão.

PERÍODO AUTORITÁRIO

A Decretação do Estado de Sítio e o Golpe de 1937


A fração oligárquica paulista hesitava em aprovar a medida, mas diante do clamor do Exército, das
classes médias e da Igreja, que temiam a escalada comunista, o Congresso autorizou a decretação do
estado de sítio. A seguir, com amplos poderes concentrados em suas mãos, Getúlio Vargas outorgou
uma nova Constituição ao país, implantando, por meio desse golpe o Estado Novo.

Estado Novo (1937-1945)12


A ditadura estabelecida por Getúlio Vargas durou oito anos, indo de 1937 a 1945. Embora Vargas
agisse habilidosamente com o intuito de aumentar o próprio poder, não foi somente sua atuação que
gerou o Estado Novo. Pelo menos três elementos convergiam para sua criação:

1 - A defesa de um Estado forte por parte dos cafeicultores, que dependiam dele para manter os preços
do café;
2 - Os industriais, que seguiam a mesma linha de defesa dos cafeicultores, já que o crescimento das
indústrias dependia da proteção estatal;
3 - As oligarquias e classe média urbana, que assustavam-se com a expansão da esquerda e julgavam
que para “salvar a democracia” era necessário um governo forte.

Além disso Vargas tinha também o apoio dos militares, por alguns motivos:

- Por sua formação profissional, os militares possuíam uma visão hierarquizada do Estado, com
tendência a apoiar mais um regime autoritário do que um regime liberal;
- Os oficiais de tendência liberal haviam sido expurgados do exército por Vargas e pela dupla Góis
Monteiro-Gaspar Dutra13;
- Entre os oficiais do exército estava se consolidando o pensamento de que se deveria substituir a
política no exército pela política do exército. A política do exército naquele momento visava o próprio
fortalecimento, resultado atingido mais facilmente em uma ditadura.

Com todos esses fatores a seu favor, não houveram dificuldades para Getúlio instalar e manter por
oito anos a ditadura no país. Durante o período foi implacável o autoritarismo, a censura, a repressão
policial e política e a perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.

Política econômica do Estado Novo14


Por meio de interventores, o governo passou a controlar a política dos estados. Paralelamente a eles,
foi criado em cada um dos estados um Departamento Administrativo, que era diretamente subordinado
ao Ministério da Justiça com membros nomeados pelo presidente da república.
Cada Departamento Administrativo estudava e aprovava as leis decretadas pelo interventor e
fiscalizava seus atos, orçamentos, empréstimos, entre outros. Dessa forma os programas estaduais
ficavam subordinados ao governo federal.
Na área federal foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Além de
centralizar a reforma administrativa, o Departamento tinha poderes para elaborar o orçamento dos órgãos
públicos e controlar a execução orçamentária deles.
Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de Economia, não só a atuação administrativa e
econômica do governo passou a ser muito mais eficiente, como também aumentou consideravelmente o
poder do Estado e do presidente da república, agora diretamente envolvido na solução dos principais
problemas econômicos do país, inclusive com a criação de órgãos especializados: o instituto do Açúcar
e Álcool, o Instituto do Mate, Instituto do Pinho, etc.

12
Adaptado de MOURA, José Carlos Pires. História do Brasil.
13
Ambos foram ministros da Guerra no período em que Vargas estava no poder. Monteiro (1934-1935). Dutra (1936-1945)
14
Referência: < http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/PoliticaAdministracao/DASP>

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. 21
Por meio dessas medidas, o governo conseguiu solucionar de maneira satisfatória os principais
problemas econômicos da época. A cafeicultura foi convenientemente defendida, a exportação agrícola
foi diversificada, a dívida externa foi congelada, a indústria cresceu rapidamente, a mineração de ferro e
carvão expandiu-se e a legislação trabalhista foi consolidada.
Com essas medidas, as elites enriqueceram, a classe média melhorou seu padrão de vida e o
operariado ganhou a proteção que lutou por anos para conseguir. Dessa forma, mesmo com a repressão
e perseguição política em seu regime, Vargas atingiu altos níveis de popularidade.
No período de 1937 a 1940, a ação econômica do Estado objetivava racionalizar e incentivar atividades
econômicas já existentes no Brasil. A partir de 1940, com a instalação de grandes empresas estatais, o
Estado alterou seu papel passando a ser um dos principais investidores do setor industrial.
Os investimentos estatais concentravam-se na indústria pesada, principalmente a siderurgia química,
mecânica pesada, metalurgia, mineração de ferro e geração de energia hidroelétrica. Esses eram setores
que exigiam grandes investimentos e garantiam retorno somente no longo prazo, o que não despertou o
interesse da burguesia brasileira.
Como saída, existiam duas opções para sua implantação: o investimento do capital estrangeiro ou o
investimento estatal. O segundo foi o escolhido. A iniciativa teve êxito graças a um pequeno número de
empresários e também do exército, que associava a indústria de base com a produção de armamentos,
entendendo-a como assunto de segurança nacional.
A maior participação do Estado na economia gerou a formação de novos órgãos oficiais de
coordenação e planejamento econômico, destacando-se:
CNP – Conselho Nacional do Petróleo (1938)
CNAEE – Conselho Nacional de Aguas e Energia Elétrica (1939)
CME – Coordenação da Mobilização Econômica (1942)
CNPIC – Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (1944)
CPE – Comissão de Planejamento Econômico (1944)

As principais empresas estatais criadas no período foram:


CSN – Companhia Siderúrgica Nacional (1940)
CVRD – Companhia Vale do Rio Doce (1942)
CNA – Companhia Nacional de Álcalis (1943)
FNM – Fábrica Nacional de Motores (1943)
CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945)

Desse modo, apesar da desaceleração do crescimento industrial ocasionado pela Segunda Guerra
Mundial devido à dificuldade para importar equipamentos e matéria-prima, quando o Estado Novo se
encerrou em 1945, a indústria brasileira estava plenamente consolidada.

Características políticas do Estado Novo


Pode até parecer estranho, mas a ditadura estadonovista possuía uma constituição, que é uma
característica das ditaduras brasileiras, onde a constituição afirmava o poder absoluto do ditador.
A nova constituição foi apelidada de “Polaca”, elaborada por Francisco Campos, o mesmo responsável
por criar o AI-1 (Ato Institucional) em 1964, que deu origem à ditadura militar no Brasil. A constituição
“Polaca” era extremamente autoritária e concedia poderes praticamente ilimitados ao governo.
Em termos práticos, o governo do Estado Novo funcionou da seguinte maneira:
- O poder político concentrava-se todo nas mãos do presidente da república;
- O Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais foram fechadas;
- O sistema judiciário ficou subordinado ao poder executivo;
- Os Estados eram governados por interventores nomeados por Vargas, os quais, por sua vez,
nomeavam os prefeitos municipais;
- A Polícia Especial (PE) e as polícias estaduais adquiriram total liberdade de ação, prendendo,
torturando e assassinando qualquer pessoa suspeita de se opor ao governo;
- A propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente usada pelo governo, por meio do
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).

Os partidos políticos foram fechados (até mesmo o Partido Integralista que mudou seu nome para
Associação Brasileira de Cultura.). Em 1938 os integralistas tentaram um golpe de governo que fracassou
em poucas horas. Seus principais líderes foram presos, inclusive Plínio Salgado, que foi exilado para
Portugal.

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Nesse meio tempo, o DIP e a PE prosseguiam seu trabalho. Chefiado por Lourival Fontes, o DIP era
incansável tanto na censura quanto na propaganda, voltada para todos os setores da sociedade –
operários, estudantes, classe média, crianças e militares – abrangendo assuntos tão diversos quanto
siderurgia, carnaval e futebol.
Procurava-se assim, formar uma ideologia estadonovista que fosse aceita pelas diversas camadas
sociais e grupos profissionais e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo das gigantescas
manifestações operárias, particularmente no dia 1º de Maio, quando os trabalhadores, além de
comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem a Vargas, apelidado de “o pai dos
pobres”15.

Leis trabalhistas no governo de Getúlio Vargas


Getúlio Vargas garantiu diversas mudanças em relação ao trabalho e ao trabalhador durante seu
governo. Decretou a organização da jornada de trabalho, instituiu o Ministério do Trabalho, criou a Lei de
Sindicalização e o salário mínimo em 1940.
As concessões garantidas por Getúlio criavam a imagem de Estado disciplinando ao mercado de
trabalho em benefício dos assalariados, porém também serviram para encobrir o caráter controlador do
Estado sobre os movimentos operários.
O relacionamento entre Getúlio e os trabalhadores era muito interessante, temperado pelos famosos
discursos do governante nos quais sempre começavam pela frase “trabalhadores do Brasil...”. Utilizando
um modelo de política populista, Vargas, de um lado, eliminava qualquer liderança operária que tentasse
uma atuação autônoma em relação ao governo, acusando-a de “comunista”, enquanto por outro lado,
concedia frequentes benefícios trabalhistas ao operariado.
Desse modo, por meio de uma inteligente mistura de propaganda, repressão e concessões, Getúlio
obteve um amplo apoio das camadas populares.

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) entrou em vigor em 1943, durante a típica comemoração
do 1º de maio. Entre seus principais pontos estão:
- Regulamentação da jornada de trabalho – 8 horas diárias.
- Descanso de um dia semanal, remunerado.
- Regulamentação do trabalho e salário de menores.
- Obrigatoriedade de salário mínimo como base de salário.
- Direito a férias anuais.
- Obrigatoriedade de registro do contrato de trabalho na carteira do trabalhador.

As deliberações da CLT priorizaram em 1943 as relações do trabalhador urbano, praticamente


ignorando o trabalhador rural que ainda representava uma grande parcela da população. Segundo dados
do IBGE, em 1940 aproximadamente 70% da população brasileira estava na zona rural.
Essas pessoas não foram beneficiadas com medidas trabalhistas específicas, nem com políticas que
facilitassem o acesso à terra e à propriedade.
Para organizar os trabalhadores rurais, a partir da década de 1950 surgiram movimentos sociais como
as Ligas Camponesas, as Associações de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, até o mais estruturado
destes movimentos, o MST (Movimento dos Trabalhadores dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
nascido nos encontros da CPT- Comissão Pastoral da Terra, em 1985, no Paraná.
Enquanto isso, a PE continuava agindo: prendia pessoas, sendo que a maioria jamais foi julgada,
ficando apenas presas e sendo torturadas durante anos a fio.
Após o fim do Estado Novo foi formada uma comissão para investigar as barbaridades cometidas pela
polícia durante o período de ditadura, chamada de “Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos
Delituosos da Ditadura”. Mas os levantamentos feitos pela comissão em 1946 e 1947, eram quase sempre
abafados, fazendo-se o possível para que caíssem no esquecimento, por duas razões:

1 - A maioria dos torturadores e assassinos permaneciam na polícia depois que a PE havia sido extinta,
sendo apenas transferidos para outros órgãos e funções;
2 - Muitos civis e militares envolvidos nas torturas e assassinatos fizeram mais tarde rápida carreira,
chegando a ocupar postos importantes na administração e na política.

Também era comum durante o período a espionagem feita por militares e civis, que eram conhecidos
como “invisíveis”. Sua função poderia ser a de espiar alguém em específico ou fazer uma espionagem

15
Referência: < http://pessoal.educacional.com.br/up/50240001/1411397/12_TERC_7_HIST_265a326%20(1)-%20AULA%2075.pdf>

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generalizada em escolas, universidades, fábricas, estádios de futebol, transporte público, cinemas, locais
de lazer, unidades militares e repartições públicas. Formaram-se milhares de arquivos pessoais com
informações minuciosas sobre as pessoas, que seriam utilizadas novamente 19 anos após o fim do
Estado Novo, na Ditadura Militar.

Fim do Estado Novo


O início da Segunda Guerra Mundial em 1939, possibilitou algumas variações ao Brasil.
Permitiu ao governo de Vargas neutralidade para negociar tanto com os Aliados (Estados Unidos,
Inglaterra, Rússia...) como com o Eixo (Itália, Alemanha e Japão). Conseguiu financiamento dos Estados
Unidos para a construção da usina siderúrgica de Volta Redonda, a compra de armamentos alemães e
fornecimento de material bélico norte-americano.
Apesar da neutralidade de Getúlio, que esperava o desenrolar do conflito para determinar apoio ao
provável vencedor, em seu governo haviam grupos divididos e definidos sobre quem apoiar:
Oswaldo Aranha, que era ministro das Relações Exteriores era favorável aos Estados Unidos,
enquanto os generais Gaspar Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao nazismo. Com a entrada dos
Estados Unidos na guerra em 1941 e o torpedeamento de vários navios mercantes brasileiros, o país
entra em guerra ao lado dos aliados em agosto de 1942.
Em 1944 foram mandados 25.000 soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália,
marcando a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Mais do que a vitória contra as forças do Eixo na Europa, a Segunda Guerra Mundial teve um efeito
na política brasileira. Muitos dos que lutavam contra o Fascismo na Europa não aceitavam voltar para
casa e viver em um regime autoritário.
O sentimento de revolta cresceu na população e muitas manifestações em prol da redemocratização
foram realizadas, mesmo com a forte repressão da polícia. Pressionado pelas reivindicações, em 1945
Vargas assinou um Ato Adicional que marcava eleições para o final daquele ano.
Foram formados vários partidos: UDN (União Democrática nacional), PSD (Partido Social
Democrático), PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PCB (Partido Comunista Brasileiro) foi legalizado,
além de outros menores.
Apesar dos protestos para o fim do Estado Novo, muitas pessoas queriam que a redemocratização
ocorresse com a continuação de Getúlio no poder. Daí vem o movimento conhecido como “Queremismo”,
que vem do slogan “Queremos Getúlio”.

Questões

01. (MPE/GO – Secretário auxiliar – MPE/2017) Sobre o Estado Novo de Getúlio Vargas, é incorreto
afirmar:
(A) que foi implantado por Getúlio Vargas sob a justificativa de conter uma nova ameaça de golpe
comunista no Brasil.
(B) que tomado por uma orientação socialista, o governo preocupava-se em obter o favor dos
trabalhadores por meio de concessões e leis de amparo ao trabalhador.
(C) financiava o amplo desenvolvimento do setor industrial brasileiro, ao realizar uma política de
industrialização por substituição de importações e com criação das indústrias de base.
(D) para dar ao novo regime uma aparência legal, Francisco Campos redigiu uma nova Constituição
inspirada nas constituições fascistas italiana e polonesa.
(E) adotou o chamado “Estado de Compromisso”, onde foram criados mecanismos de controle e vias
de negociação política responsáveis pelo surgimento de uma ampla frente de apoio a Getúlio Vargas.

02. (IPEM/RO – Agente de Atividades Administrativas – FUNCAB) O processo histórico da


formação do estado de Rondônia possui muitos capítulos importantes, com diferentes atores. Um dos
marcos nesse processo foi a criação do Território Federal do Guaporé por meio do Decreto-Lei nº 5.812,
de 13 de setembro de 1943. O Presidente da República que assinou o referido documento foi:
(A) Getúlio Vargas.
(B) Gaspar Dutra.
(C) Juscelino Kubitschek.
(D) Jânio Quadros.
(E) João Goulart.

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03. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/2017) Em 1945 chega ao fim o Estado Novo implantado
pelo presidente Getúlio Vargas. Entre as causas tivemos a(s)
(A) Revolução de 1945 realizada pelos sindicatos e apoiado pelo Partido Trabalhista Brasileiro daquela
época.
(B) Atuação do movimento estudantil, liderado pela UNE, que assumiu o poder apoiando o partido da
União Democrática Nacional.
(C) Pressões norte-americanas obrigando Getúlio Vargas a extinguir o Estado Novo e tornar o país
uma democracia.
(D) Adesão de Getúlio ao Fascismo, propiciando que ele implante no Brasil um regime semelhante
após 1945.
(E) Participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial ao lado das democracias, criando uma situação interna
contraditória, pois o país vivia, até aquele ano, uma ditadura.

04. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Assinale a opção correta a respeito do Estado Novo,
implantado pela Constituição de 1937.
(A) Comparada à Constituição de 1934, a nova carta apresentava como característica nítida a
descentralização do poder.
(B) O Plano Cohen serviu de pretexto para o reforço do autoritarismo.
(C) A Lei de Segurança Nacional, até hoje vigente, foi proposta após a instauração da nova carta.
(D) Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira, foi um dos grandes beneficiados pelo novo
regime político.
(E) Imediatamente após a implantação do Estado Novo, Getúlio Vargas substituiu todos os
governadores de estado.

05. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/2017) “No dia 10 de novembro de 1937, tropas da polícia
militar cercavam o Congresso Nacional e impediram a entrada dos congressistas. O ministro da Guerra
– general Dutra – se opusera a que a operação fosse realizada por foças do Exército. À noite, Getúlio
anunciou uma nova fase política e a entrada em vigor de uma Carta constitucional, elaborada por
Francisco Campos” (trecho extraído do livro História do Brasil, de Boris Fausto). O período histórico
brasileiro narrado acima descreve o início:
(A) da Ditadura Militar
(B) da Política do Café com Leite
(C) do Tenentismo
(D) do Estado Novo
(E) da Revolta da Armada

Gabarito

01.B / 02.A / 03.E / 04.B / 05.D

Comentários

01. Resposta: B
Getúlio nunca escondeu sua simpatia pelo regime Fascista, e não pelo socialista. Seu governo teve
forte caráter populista, o que não deve ser confundido como um regime de cunho socialista. Vale lembrar
que apesar de sua simpatia pelos regimes fascistas, no período da Segunda Guerra, o Brasil ficou do
lado dos Aliados.

02. Resposta: A
Questão simples que não necessita de conhecimentos regionais (RO) para encontrar a questão
correta. É necessário apenas lembrar que durante do período de 1930 a 1945 Getúlio Vargas esteve no
poder. Em caráter provisório (1930-1934), em caráter legal (1934-1937) e em caráter inconstitucional
(1938 – 1945).

03. Resposta: E
O fato de o Brasil enviar seus soldados para lutar pelos estados que representavam a democracia na
2ª Guerra Mundial criou uma situação contraditória no país. Defendíamos a democracia lá fora e vivíamos
em uma ditadura aqui dentro. A mobilização popular contra essa situação ganhou força de modo que
Getúlio desistiu de seu governo permitindo eleições livres.

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04. Resposta: B
Percebendo que não teria sucesso nas próximas eleições, Getúlio Vargas colocou em prática o Plano
Cohen. Sob o pretexto de que os comunistas tinham um plano para controlar o Congresso Nacional,
Vargas, para garantir a integridade do país toma para si a responsabilidade de “limpar” o Brasil do perigo
comunista. Com plenos poderes e encorado por uma nova Constituição, o Estado Novo nasce nesse
contexto.

05. Resposta: D
O golpe ocorrido em novembro de 1937 foi a forma que Getúlio Vargas encontrou para continuar no
poder, uma vez que não venceria as eleições que ocorreriam no ano seguinte. Esse movimento ocorreu
quando da aplicação do já citado Plano Cohen. O Estado Novo durou até o ano de 1945, quando o próprio
Getúlio convoca novas eleições.

BRASIL REPÚBLICA – POPULISTA – DITADURA MILITAR

República Populista

O Governo de Eurico Gaspar Dutra

O governo Dutra foi marcado internamente pela promulgação da nova Carta Constitucional, em 18 de
setembro de 1946. De caráter liberal e democrático, a Constituição de 1946 iria reger a vida do país por
mais duas décadas16.
Em 18 de setembro de 1946 foi oficialmente promulgada a Constituição dos Estados Unidos do Brasil
e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o que consagrou liberdades que existiam na
Constituição de 1934, mas haviam sido retiradas em 1937.

Alguns dos dispositivos regulados pela Constituição de 1946 foram:


- A igualdade de todos os cidadãos perante a lei;
- A liberdade de expressão, sem censura, fora em espetáculos e diversões públicas;
- Sigilo de correspondência inviolável;
- Liberdade de consciência, crença e exercício de quaisquer cultos religiosos;
- Liberdade de associação para fins lícitos;
- Casa como asilo do indivíduo torna-se inviolável;
- Prisão apenas em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla
de defesa do acusado;
- Fim da pena de morte;
- Os três poderes são definitivamente separados.

A separação dos três poderes visava delimitar a ação de cada um deles. Esta nova lei, na verdade foi
elaborada devido à reflexão sobre os anos em que Vargas ampliou as atribuições do Poder Executivo e
obteve controle sobre quase todas as ações do Estado. Fora isso, o mandato do presidente se
estabeleceu em 5 anos, sendo proibida a reeleição para cargos do Executivo17.
No que se referia às leis trabalhistas, a Constituição de 1946 manteve o princípio de cooperação dos
órgãos sindicais e diminuiu o controle dos mecanismos do Estado aos sindicatos e seus adeptos. Já no
que tocava à organização do processo eleitoral, a Carta de 1946 diluiu as bancadas profissionais de
Getúlio Vargas e aumentou a participação do voto das mulheres.
Sendo assim, a distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados foi alterada, aumentando-se as
vagas para Estados considerados “menores”. Porém, o Governo de Dutra feriu sua própria constituição,
que pregava o pluripartidarismo, ao iniciar uma cassação ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
A Constituição de 1946 ficou em vigência até o Golpe Militar em 1964. Nessa ocasião, os militares
passaram a aplicar uma série de emendas para estabelecer as diretrizes do novo regime até ser
definitivamente suspensa pelos Atos Institucionais e pela Constituição de 196718.
Com o avanço da redemocratização, o movimento operário ganhou vigor, com um aumento
significativo no número de sindicalizados e a eclosão de várias greves no país. Para barrar o avanço do

16
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/governo-eurico-gaspar-dutra
17
SOARES, L. M. SILVA. A dimensão pedagógica da ação ideológica de uma instituição cultural do período de 1955 a 1964.
http://tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1031/1/Silvia%20Leticia%20Marques%20Soares.pdf
18
https://unipdireito2015.files.wordpress.com/2015/11/sistema-eleitoral-e-jurisprudc3aancia.doc

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movimento sindical, que contava com forte apoio dos comunistas, Dutra, ainda no início do governo e
antes da promulgação da nova Constituição, baixou um decreto proibindo o direito de greve.
No primeiro ano do governo Dutra, por conta de uma conjuntura internacional favorável à cooperação
entre países capitalistas e socialistas, a atuação dos comunistas, apesar das restrições, foi tolerada. As
mudanças ocorridas no cenário internacional a partir de 1947, com o dissolvimento da aliança entre os
Estados Unidos e a União Soviética transformaram a situação, levando ao início da Guerra Fria. Segundo
o presidente americano Harry Truman, as potência mundiais da época estavam divididas em dois
sistemas nitidamente contraditórios: o capitalista e o comunista. E a política externa americana voltou-se
para o combate ao comunismo.
No Brasil, as repercussões da Guerra Fria foram imediatas. No dia 7 de maio de 1947, após uma
batalha judicial, o PCB teve seu registro cassado. Nesse mesmo dia, o Ministério do Trabalho decretou a
intervenção em vários sindicatos e fechou a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil criada pelo
movimento sindical em setembro de 1946 e não reconhecida oficialmente pelo governo.
A exclusão dos comunistas do sistema político partidário culminou em janeiro de 1948, com a cassação
dos mandatos de todos os parlamentares que haviam sido eleitos pelo PCB. Sob o impacto da cassação,
o PCB lançou um manifesto pregando a derrubada imediata do governo Dutra, considerado um governo
"antidemocrático", de "traição nacional" e "a serviço do imperialismo norte-americano"19.
A política econômica do governo Dutra foi guiada pelo plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte
e Energia), programa com grande incentivo dado à pesquisa, refino e distribuição do petróleo. Por meio
dessas ações de controle, o governo Dutra conseguiu atingir uma média anual de crescimento econômico
de 6%.
Em relação à política externa, a aliança com os Estados Unidos foi reforçada. Em decorrência disso,
o Brasil foi um dos primeiros países ocidentais a romper relações com a União Soviética (durante a época
da Guerra Fria, o país manteve-se aliado aos estadunidenses). O Brasil tomou parte da fase inicial da
Organização das Nações Unidas (ONU) como membro não permanente, participando da aprovação do
Estado de Israel, em 1947, tendo Oswaldo Aranha como Presidente da Segunda Assembleia Geral da
ONU.
Em nível de integração internacional, a atuação brasileira se fez presente na montagem do Sistema
Interamericano, iniciada no Rio de Janeiro, em 1947, com a Conferência para a Manutenção da Paz e da
Segurança, em que as nações do continente assinaram o Tratado Internamericano de Assistência
Recíproca e, no ano seguinte, na Conferência de Bogotá, com a aprovação da criação da Organização
dos Estados Americanos (OEA). Em 1948, com o intuito de estabelecer um foro de defesa de interesses
econômicos comuns, os países latino-americanos criaram a Comissão Econômica para a América Latina
(CEPAL)20.
O governo Dutra pregava a não intervenção do Estado na economia e a liberdade de ação para o
capital estrangeiro. Sua política econômica fez crescer a inflação e a dívida externa.
O liberalismo econômico adotado pelo presidente Dutra, dando facilidade à livre importação de
mercadorias, teve como consequência o esgotamento das divisas do país; mais tarde, o governo teve de
modificar sua posição, restringindo algumas importações.
O período que abrange os anos de 1946 a 1964, é considerado pelos historiadores e cientistas sociais
como a primeira experiência de regime democrático no Brasil. O período de existência da República
Oligárquica ou República Velha (1889-1930) esteve longe de representar uma experiência
verdadeiramente democrática devido aos incontáveis vícios políticos mascarados por princípios de
legalidade jurídica prescritos nas leis21.
Não obstante, o presidente Eurico Gaspar Dutra praticou uma política governamental deliberadamente
autoritária a partir de medidas que desrespeitou flagrantemente a Constituição vigente.
Chegando em 1950, os brasileiros preparavam-se para uma nova eleição para presidente da
República. Mais uma vez, assim como em 1945, o cenário político nacional experimentava a carência de
líderes políticos nacionais. De tal forma, o PSD (Partido Social Democrático) ofereceu a candidatura do
incógnito mineiro Cristiano Machado e a UDN (União Democrática Nacional) apostou novamente no
brigadeiro Eduardo Gomes. O PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) por sua vez, chegava à frente lançando
o nome de Getúlio Vargas, que venceu com 48% dos votos válidos.

19
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/DoisGovernos/CassacaoPC
20
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/old/serie-estrangeira-old
21
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-gaspar-dutra-1946-1951-democracia-e-fim-do-estado-novo.htm

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O governo democrático de Getúlio Vargas

Em 1950 Getúlio lança-se à presidência juntamente com Café Filho pelo PTB e PSP (Partido Social
Progressista). Com a fraca concorrência, é eleito presidente do Brasil, assumindo novamente o poder,
agora por vias democráticas, em 31 de janeiro de 1951.
De volta ao Palácio do Catete, Vargas adotou "uma fórmula nova e mais agressiva de nacionalismo
econômico”, tanto aos aspectos internos quanto aos externos dos problemas brasileiros. A fórmula do
nacionalismo radical propunha, como o próprio nome já diz, uma mudança radical na estrutura social e
econômica que vigorava, visto que a mesma era considerada exploradora pelos nacionalistas radicais.22
Após a década de 30, no primeiro governo de Vargas, começa-se a investir na “nacionalização dos
bens do subsolo” devido à presença de empresas estrangeiras. Um dos maiores incentivadores de tal
campanha foi um importante escritor brasileiro: Monteiro Lobato.
Ao voltar dos EUA, onde se encantara com a perspectiva de um país próspero para seus habitantes,
ele se tornou um grande articulador da conscientização popular através de palestras, artigos em jornais,
livros sobre o assunto e até cartas ao então presidente, Getúlio Vargas que, em 1939 cria o CNP –
Conselho Nacional de Petróleo – tornando o petróleo um recurso da União.
Mais tarde, no início da década de 50 a esquerda brasileira lança a campanha “O Petróleo é Nosso”
contra a tentativa dos chamados “entreguistas” de propugnar a exploração do petróleo brasileiro por
empresas ou países estrangeiros alegando que o país não possuía recursos nem técnica suficiente para
fazê-lo23.
Em resposta, Getúlio Vargas assina a Lei 2.004 de 1953, criando a Petrobras.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e o projeto de criação da Eletrobrás
também fazem parte da política nacionalista, industrialista e estatizante de novo governo de Getúlio.
Desde o início do seu mandato sofreu forte oposição, sem conseguir o apoio que precisava para
realizar reformas. Neste período Vargas entra em constantes atritos com empresas estrangeiras
acusadas de enviar excessivas remessas de lucro ao exterior. Em 1952 um decreto institui um limite de
10% para tais remessas.24
Em 1953 João Goulart foi nomeado para o ministério do Trabalho com o objetivo de criar uma política
trabalhista que aproximasse os trabalhadores do governo, aventando-se a possibilidade do aumento do
salário-mínimo em 100%. A campanha contra o governo voltou-se então contra Goulart.
Jango, como era conhecido, causava profundo descontentamento entre os militares que em 8 de
fevereiro de 1954 entregaram um manifesto ao ministério da Guerra (Manifesto dos Coronéis). Getúlio
pressionado e procurando conciliar os ânimos, aceitou demitir João Goulart.
Os ânimos contra Getúlio se acirraram e ele procurou mais do que nunca se amparar nos
trabalhadores, concedendo em 1º de maio de 1954 o aumento de 100% no salário-mínimo. A oposição
no congresso entra com um pedido de impeachment, porém sem sucesso.
Embora Vargas tivesse o apoio político do PTB, do PSD, dos militares nacionalistas, de segmentos da
burguesia, da elite agrária, dos sindicatos e de parte das massas urbanas, seu governo sofreu forte
oposição.
No meio político, o foco da oposição era a UDN. Para esse partido, "a indústria e a agricultura deveriam
desenvolver-se livremente, de acordo com as forças do mercado, além de valorizar o capital estrangeiro,
atribuindo-lhe o papel de suprir as dificuldades naturais do País.
A imprensa conservadora e particularmente o jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda inicia uma
violenta campanha contra o governo. Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado que matou o
major-aviador Rubens Florentino Vaz. O incidente teve amplas repercussões e resultou numa grave crise
política.25
As investigações demonstraram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de
Getúlio. Fortunato acabou sendo preso.
A pressão da oposição tornou-se mais intensa no Congresso e nos meios militares, exigia-se a
renúncia de Vargas. Cria-se um clima de tensão que culmina com o tiro que Vargas dá no coração na
madrugada de 24 de agosto de 1954.
Antes de suicidar-se escreveu uma Carta-Testamento, na realidade seu testamento político. Onde diz
coisas como: “Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios (…) Não querem
que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. (…) Eu vos dei a minha vida.

22
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975
23
Federação da Agricultura do Estado do Paraná. http://www.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2017/06/BI-1253.pdf
24
https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=263288
25
http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/estado-novo

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. 28
Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da Eternidade
e saio da vida para entrar na História”.26

Governo Café Filho (1954-1955)

João Fernandes Campos Café Filho, ou simplesmente Café Filho, como era mais conhecido no meio
político, teve um curto mas agitado governo. Durante os poucos mais de 14 meses em que ocupou a
Presidência da República, Café Filho teve que conciliar os problemas econômicos herdados do governo
anterior com o acirramento político provocado pelo cenário aberto com a morte de Getúlio Vargas.

A sucessão presidencial
Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD, partido que Vargas fundara uma década antes, lançou
o nome de Juscelino Kubitscheck (JK) à Presidência da República. Na disputa para vice-presidente, que
na época ocorria em separado da corrida presidencial, a chapa apresentou o ex-ministro do Trabalho do
governo Vargas, João Goulart, do PTB, sigla pela qual o ex-presidente havia sido eleito em 1950.
Setores mais radicais da UDN, representados pelo jornalista Carlos Lacerda, receosos de que a vitória
de Juscelino Kubitscheck e Jango pudesse significar um retorno da política varguista, passaram a pedir
a impugnação da chapa. Lacerda chegou a declarar, na época, que "esse homem (JK) não pode se
candidatar; se candidatar não poderá ser eleito; se for eleito não poderá tomar posse; se tomar posse
não poderá governar".
A pressão da UDN para que Café Filho impedisse a posse dos novos eleitos intensificou-se logo após
a divulgação dos resultados oficiais, que davam a vitória à chapa PSD-PTB. De outro lado, entre os
militares, também surgiam divergências quanto ao resultado das urnas. A principal delas ocorreu quando
um coronel declarou-se contrário à posse de JK e Jango, numa clara insubordinação ao ministro da
Guerra de Café Filho, marechal Henrique Lott, que havia se posicionado a favor do resultado.27

Carlos Luz

A intenção de Lott em punir o coronel, entretanto, dependia de autorização do presidente da República,


que em meio a tantas pressões foi internado às pressas num hospital do Rio de Janeiro. Afastado das
atividades políticas, Café Filho foi substituído no dia 08 de novembro de 1955, pelo primeiro nome na
linha de sucessão, Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados.
Próximo à UDN, Carlos Luz decidiu não autorizar o marechal Lott a seguir em frente com a punição, o
que provocou sua saída do Ministério da Guerra.
A partir de então, Henrique Lott iniciou uma campanha contra o presidente em exercício, que terminou
na sua deposição, com apenas três dias de governo. Acompanhado de auxiliares civis e militares, Carlos
Luz refugiou-se no prédio da Marinha e, em seguida, partiu para a cidade de Santos, no litoral paulista.
Com a morte de Vargas, a internação de Café Filho e a deposição de Carlos Luz, o próximo na linha
de sucessão seria o vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, que assumiu a Presidência da República
e reconduziu Lott ao cargo de ministro da Guerra.
Subitamente, Café Filho tentou reassumir o cargo, mas foi vetado por Henrique Lott e outros generais
que o apoiavam. Era acusado de conspirar contra a posse de JK e Jango. No dia 22 de novembro, o
Congresso Nacional aprovou o impedimento para que ele reassumisse a Presidência da República. Em
seu lugar, permaneceu o senador Nereu Ramos, que transmitiu, sob Estado de Sítio, o governo ao
presidente constitucionalmente eleito: Juscelino Kubitscheck, o "presidente bossa nova".28

Nereu de Oliveira Ramos

Nascido na cidade de Lages, em Santa Catarina, Nereu de Oliveira Ramos era advogado e assumiu a
presidência aos 67 anos. Em virtude do impedimento do Presidente Café Filho e do Presidente da Câmara
dos Deputados Carlos Luz, o Vice-Presidente do Senado Federal, assumiu a Presidência da República,
de 11/11/1955 a 31/01/1956.

26
http://www.culturabrasil.org/vargas.htm
27
Câmara Municipal de São Paulo. http://www.camara.sp.gov.br/memoria/wp-content/uploads/sites/20/2017/11/leg4_final_02.pdf
28
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-cafe-filho-1954-1955-os-14-meses-do-vice-de-vargas.htm

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. 29
Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961)

Na eleição presidencial de 1955, o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) se aliaram, lançando como candidato Juscelino Kubitschek para presidente e João Goulart para
vice-presidente. A União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Democrata Cristão (PDC) disputaram
o pleito com Juarez Távora.

O Plano de Metas
O governo de Juscelino Kubitschek entrou para história do país como a gestão presidencial na qual se
registrou o mais expressivo crescimento da economia brasileira. Na área econômica, o lema do governo
foi "Cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo".
Para cumprir com esse objetivo, o governo federal elaborou o Plano de Metas, que previa um acelerado
crescimento econômico a partir da expansão do setor industrial, com investimentos na produção de aço,
alumínio, metais não ferrosos, cimento, álcalis, papel e celulose, borracha, construção naval, maquinaria
pesada e equipamento elétrico.
O Plano de Metas teve pleno êxito, pois no transcurso da gestão governamental a economia brasileira
registrou taxas de crescimento da produção industrial (principalmente na área de bens de capital) em
torno de 80%.

A construção de Brasília
A ideia de estabelecer a capital do Brasil no interior do país nasceu ainda no século XVIII, algumas
décadas após Rio de Janeiro tornar-se o centro administrativo do país, título que até então pertencia a
Salvador. Os inconfidentes mineiros queriam que a capital da república, caso seu plano de separação
funcionasse, fosse a cidade de São João del Rey-MG. Mesmo com a independência do Brasil em 1822,
a capital permaneceu no Rio.
Já em meados do século XIX, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagem reiniciou a luta pela
transferência, propondo que uma nova capital fosse construída na região onde hoje fica a cidade de
Planaltina-GO.
Após a Proclamação da República, a ideia de transferir a capital brasileira voltou a ser tema de debate,
principalmente pelos problemas sanitários e as epidemias de Febre Amarela que assolavam o Rio de
Janeiro durante o verão, e pela posição estratégica em caso de guerra, já que o acesso a uma capital no
interior do território brasileiro seria dificultado para os inimigos.
Os constituintes de 1891 estabeleceram nas Disposições Transitórias, essa determinação que, não
tendo sido executada em toda a Velha República, foi renovada na constituição promulgada em 1934.
Igualmente a carta de 1946 conservou aquele propósito, determinando a nomeação, pelo presidente da
República, de uma comissão de técnicos que visassem estudos localizando, no Planalto Central, uma
região onde fosse demarcada a nova capital.
Em maio de 1892, o governo Floriano Peixoto criou a Comissão Exploradora do Planalto Central e
entregou a chefia a Louis Ferdinand Cruls, astrônomo e geógrafo belga radicado no Rio de Janeiro desde
1874. Essa comissão tinha como objetivo, conforme disposto na constituição, proceder à exploração do
planalto central da república e à consequente demarcação da área a ser ocupada pela futura capital.29
Diversos problemas, entre eles a questão logística, impediram a construção da nova capital federal,
pois a dificuldade nos transportes e também no acesso ao Planalto Central tornavam a ideia inviável.
Ao assumir a presidência da República, Juscelino Kubitschek, logo após a sua posse, em Janeiro de
1956, afirmou o seu empenho “de fazer descer do plano dos sonhos a realidade de Brasília”.
Apresentando o projeto ao congresso como um fato consumado, em setembro do mesmo ano, foi
aprovada a lei nº 2.874 que criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (vulgarizada pela sigla
NOVA-CAP). As obras se iniciaram em Fevereiro de 1957, com apenas 3 mil trabalhadores – batizados
de “candangos”.
O arquiteto Oscar Niemeyer foi escolhido para a chefia do Departamento de Urbanística e Arquitetura,
recusando-se a traçar os planos urbanísticos de Brasília, insistindo na necessidade de um concurso para
a escolha do plano-piloto, aceito em março de 1957.

Desenvolvimento e dependência externa


A prioridade dada pelo governo ao crescimento e desenvolvimento econômico do país recebeu apoio
de importantes setores da sociedade, incluindo os militares, os empresários e sindicatos trabalhistas. O

29
http://blogs.correiobraziliense.com.br/candangando/missao-cruls-exaltava-fartura-de-agua-na-nova-capital/

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. 30
acelerado processo de industrialização registrado no período, porém, não deixou de acarretar uma série
de problemas de longo prazo para a econômica brasileira.
O governo realizava investimentos no setor industrial a partir da emissão monetária e da abertura da
economia ao capital estrangeiro. A emissão monetária (ou emissão de papel moeda) ocasionou um
agravamento do processo inflacionário, enquanto que a abertura da economia ao capital estrangeiro
gerou uma progressiva desnacionalização econômica, porque as empresas estrangeiras (as chamadas
multinacionais) passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia nacional.
O controle estrangeiro sobre a economia brasileira era preponderante nas indústrias automobilísticas,
de cigarros, farmacêutica e mecânica. Em pouco tempo, as multinacionais começaram a remeter grandes
remessas de lucros (muitas vezes superiores aos investimentos por elas realizados) para seus países de
origem. Esse tipo de procedimento era ilegal, mas as multinacionais burlavam as próprias leis locais.
Portanto, se por um lado o Plano de Metas alcançou os resultados esperados, por outro, foi
responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas
e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista.

Denúncias da oposição
A gestão de Juscelino Kubitschek não esteve a salvo de críticas dos setores oposicionistas. No
Congresso Nacional, a oposição política ao governo de JK vinha da UDN. A oposição ganhou maior força
no momento em que as crescentes dificuldades financeiras e inflacionárias (decorrentes principalmente
dos gastos com a construção de Brasília) fragilizaram o governo federal.
A UDN fazia um tipo de oposição ao governo baseada na denúncia de escândalos de corrupção e uso
indevido do dinheiro público. A construção de Brasília foi o principal alvo das críticas da oposição. No
entanto, a ação de setores oposicionistas não prejudicou seriamente a estabilidade governamental na
gestão de JK.30

Governabilidade e sucessão presidencial


Em comparação com os governos democráticos que antecederam e sucederam a gestão de JK na
presidência da República, o mandato presidencial de Juscelino apresenta o melhor desempenho no que
se refere à estabilidade política.
A aliança entre o PSD e o PTB garantiu ao Executivo Federal uma base parlamentar de sustentação
e apoio político que explica os êxitos da aprovação de programas e projetos governamentais. O PSD era
a força dominante no Congresso Nacional, pois possuía o maior número de parlamentares e o maior
número de ministros no governo. Era considerado um partido conservador, porque representava
interesses de setores agrários (latifundiários), da burocracia estatal e da burguesia comercial e industrial.
O PTB, ao contrário, reunia lideranças sindicais representantes dos trabalhadores urbanos mais
organizados e setores da burguesia industrial. O êxito da aliança entre os dois partidos deu-se ao fato de
que ambos evitaram radicalizar suas respectivas posições políticas, ou seja, conservadorismo e
reformismo radicais foram abandonados.
Na sucessão presidencial de 1960, o quadro eleitoral apresentou a seguinte configuração: a UDN
lançou Jânio Quadros como candidato; o PTB com o apoio do PSB apresentou como candidato o
marechal Henrique Teixeira Lott; e o PSP concorreu com Adhemar de Barros.
A vitória coube a Jânio Quadros, que obteve expressiva votação. Naquela época, as eleições para
presidente e vice-presidente ocorriam separadamente, ou seja, as candidaturas eram independentes.
Assim, o candidato da UDN a vice-presidente era Milton Campos, mas quem venceu foi o candidato do
PTB, João Goulart. Desse modo, ele iniciou seu segundo mandato como vice-presidente.31

Governo Jânio Quadros (1961)

A gestão de Jânio Quadros na presidência da República foi breve, duraram sete meses e encerrou-se
com a renúncia. Neste curto período, Jânio Quadros praticou uma política econômica e uma política
externa que desagradou profundamente os políticos que o apoiavam, setores das Forças Armadas e
outros segmentos sociais.
A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma crise institucional sem precedentes na história
republicana do país, porque a posse do vice-presidente João Goulart não foi aceita pelos ministros
militares e pelas classes dominantes.

30
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=217
31
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=217

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A crise política
O governo de Jânio Quadros perdeu sua base de apoio político e social a partir do momento em que
adotou uma política econômica austera e uma política externa independente. Na área econômica, o
governo se deparou com uma crise financeira aguda devido a intensa inflação, déficit da balança
comercial e crescimento da dívida externa.
O governo adotou medidas drásticas, restringindo o crédito, congelando os salários e incentivando as
exportações. Mas foi na área da política externa que o presidente acirrou os ânimos da oposição ao seu
governo.
Nomeou para o ministério das Relações Exteriores Afonso Arinos, que se encarregou de alterar
radicalmente os rumos da política externa brasileira. O Brasil começou a se aproximar dos países
socialistas. O governo brasileiro restabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética (URSS).
As atitudes menores também tiveram grande impacto, como as condecorações oferecidas
pessoalmente por Jânio ao guerrilheiro revolucionário Ernesto "Che" Guevara (condecorado com a Ordem
do Cruzeiro do Sul) e ao cosmonauta soviético Yuri Gagarin, além da vinda ao Brasil do ditador cubano
Fidel Castro32. Apresentando assim indícios de alinhamento aos governos socialistas do período.

Independência e isolamento
De acordo com estudiosos do período, o presidente Jânio Quadros esperava que a política externa de
seu governo se traduzisse na ampliação do mercado consumidor externo dos produtos brasileiros por
meio de acordos diplomáticos e comerciais.
Porém, a condução da política externa independente desagradou o governo norte-americano e,
internamente, recebeu pesadas críticas do partido a que Jânio estava vinculado, a UDN, sofrendo também
uma forte oposição das elites conservadoras e dos militares.
Ao completar sete meses de mandato presidencial, o governo de Jânio Quadros ficou isolado política
e socialmente. Renunciou a 25 de agosto de 1961.

Política teatral
Especula-se que a renúncia foi mais um dos atos espetaculares característicos do estilo de Jânio. Com
ela, o presidente pretenderia causar uma grande comoção popular, e o Congresso seria forçado a pedir
seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o Legislativo. Não foi o que aconteceu.
A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente. Vale lembrar que as atitudes teatrais eram
usadas politicamente por Jânio antes mesmo de chegar à presidência. Em comícios, ele jogava pó sobre
os ombros para simular caspa, de modo a parecer um "homem do povo". Também tirava do bolso
sanduíches de mortadela e os comia em público.
No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-perfume, criando polêmicas com questões
menores, que o mantinham sempre em evidência, como um presidente preocupado com o dia a dia do
brasileiro.

Governo João Goulart (1961-1964)

Com a renúncia de Jânio Quadros, a presidência caberia ao vice João Goulart, popularmente
conhecido como Jango. No momento da renúncia, se encontrava na Ásia, em visita a República Popular
da China.
O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o governo provisoriamente. Porém,
os grupos de oposição mais conservadores representantes das elites dominantes e de setores das Forças
Armadas não aceitaram que Jango tomasse posse, sob a alegação de que ele tinha tendências políticas
esquerdistas. Não obstante, setores sociais e políticos que apoiavam Jango iniciaram um movimento de
resistência.33

Campanha da legalidade e posse


O governador do estado do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, se destacou como principal líder da
resistência ao promover a campanha legalista pela posse de Jango. O movimento de resistência, que se
iniciou no Rio Grande do Sul e irradiou-se para outras regiões do país, dividiu as Forças Armadas
impedindo uma ação militar conjunta contra os legalistas. No Congresso Nacional, os líderes políticos
negociaram uma saída para a crise institucional.
A solução encontrada foi o estabelecimento do regime parlamentarista de governo que vigorou por
dois anos (1961-1962) reduzindo enormemente os poderes constitucionais de Jango. Com essa medida,
32
https://cidadeverde.com/noticias/241078/reportagem-especial-janio-quadros-os-100-anos-de-um-politico-incomum
33
http://www.institutojoaogoulart.org.br/conteudo.php?id=73

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. 32
os três ministros militares aceitaram, enfim, seu retorno. Em 5 de setembro retorna ao Brasil, e é
empossado em 7 de setembro.

O retorno ao presidencialismo
Em janeiro de 1963, Jango convocou um plebiscito para decidir sobre a manutenção ou não do sistema
parlamentarista. Cerca de 80% dos eleitores votaram pelo restabelecimento do sistema presidencialista.
A partir de então, Jango passou a governar o país como presidente, e com todos os poderes
constitucionais a sua disposição.
Porém, no breve período em que governou o país sob regime presidencialista, os conflitos políticos e
as tensões sociais se tornaram tão graves que seu mandato foi interrompido pelo Golpe Militar de 1º de
abril de 1964.
Desde o início de seu mandato, não dispunha de base de apoio parlamentar para aprovar com
facilidade seus projetos políticos, econômicos e sociais, por esse motivo a estabilidade governamental foi
comprometida.
Como saída para resolver os frequentes impasses surgidos pela ausência de apoio político no
Congresso Nacional, adotou uma estratégia típica do período populista, recorreu a permanente
mobilização das classes populares a fim de obter apoio social ao seu governo.
Foi uma forma precária de assegurar a governabilidade, pois limitava ou impedia a adoção por parte
do governo de medidas antipopulares, ao mesmo tempo em que seria necessário o atendimento das
demandas dos grupos sociais que o apoiavam. Um episódio que ilustra de forma notável esse tipo de
estratégia política ocorreu quando o governo criou uma lei implantando o 13º salário. O Congresso não a
aprovou. Em seguida, líderes sindicais ligados ao governo mobilizaram os trabalhadores que entraram
em greve e pressionaram os parlamentares a aprovarem a lei.

As contradições da política econômica


As dificuldades de Jango na área da governabilidade se tornaram mais graves após o restabelecimento
do regime presidencialista. A busca de apoio social junto às classes populares levou o governo a se
aproximar do movimento sindical e dos setores que representavam as correntes e ideias nacional-
reformistas.
Por esta perspectiva é possível entender as contradições na condução da política econômica do
governo. Durante a fase parlamentarista, o Ministério do Planejamento e da Coordenação Econômica foi
ocupado por Celso Furtado, que elaborou o chamado Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico
e Social.
O objetivo do Plano Trienal era combater a inflação a partir de uma política de estabilização que
demandava, entre outras coisas, a contenção salarial e o controle do déficit público. Em 1963, o governo
abandonou o programa de austeridade econômica, concedendo reajustes salariais para o funcionalismo
público e aumentando o salário mínimo acima da taxa pré-fixada.
Ao mesmo tempo, tentava obter o apoio de setores da direita realizando sucessivas reformas
ministeriais e oferecendo cargos às pessoas com influência e respaldo junto ao empresariado nacional e
os investidores estrangeiros.

Polarização direita-esquerda
Ao longo do ano de 1963, o país foi palco de agitações sociais que polarizaram as correntes de
pensamento de direita e esquerda em torno da condução da política governamental. Em 1964 a situação
de instabilidade política agravou-se.
O descontentamento do empresariado nacional e das classes dominantes como um todo se acentuou.
Por outro lado, os movimentos sindicais e populares pressionavam para que o governo programasse
reformas sociais e econômicas que os beneficiassem.34
Atos públicos e manifestações de apoio e oposição ao governo eclodem por todo o país. Em 13 de
março, ocorreu o comício da estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que reuniu
300 mil trabalhadores em apoio a Jango.
Uma semana depois, as elites rurais, a burguesia industrial e setores conservadores da Igreja
realizaram a “Marcha da Família com Deus e pela Liberdade”, considerada o ápice do movimento de
oposição ao governo.
As Forças Armadas também foram influenciadas pela polarização ideológica vivenciada pela
sociedade brasileira naquela conjuntura política, ocasionando rompimento da hierarquia devido à
sublevação de setores subalternos.

34
http://www.institutojoaogoulart.org.br/conteudo.php?id=73

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. 33
Os estudiosos do tema assinalam que, a quebra de hierarquia dentro das Forças Armadas foi o
principal fator que ocasionou o afastamento dos militares legalistas que deixaram de apoiar o governo de
Jango, facilitando o movimento golpista.

Candidato(a), segue abaixo a lista completa dos presidentes da República Populista com a cronologia
correta:
- José Linhares (1945-1946 - interino)
- Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
- Getúlio Vargas (1951-1954)
- Café Filho (1954-1955)
- Carlos Luz (1955 - interino)
- Nereu Ramos (1955-1956 - interino)
- Juscelino Kubitschek (1956-1961)
- Jânio Quadros (1961)
- Ranieri Mazilli (1961 - interino)
- João Goulart (1961-1964)

Questões

01. (TRT/MG – Analista – FCC) O Ministro do Trabalho João Goulart provocou grande turbulência
política em 1954 ao
(A) ser nomeado para esse cargo à revelia da vontade de Vargas, uma vez que era o principal líder do
Partido Trabalhista, que nele via possibilidade de reverter o clima político desfavorável em razão da
oposição exercida pela União Democrática Nacional.
(B) propor um aumento de 100% no valor do salário mínimo, proposta que causou a indignação de
setores do Exército insatisfeitos com sua situação e incomodados com o fato de que o salário de um
operário, caso recebesse o aumento em questão, se aproximaria do salário de um oficial.
(C) comunicar o suicídio de Getúlio Vargas e ler, no rádio, sua carta-testamento, alegando que uma
conspiração política antivarguista havia influenciado a população que agora culpava a ele e ao ex-
presidente pela alta inflacionária e pela crise econômica em curso.
(D) renunciar a esse cargo diante da reação agressiva do empresariado e das Forças Armadas às
suas medidas trabalhistas, atitude que despertou o apoio da população a Jango e o clamor por sua
permanência no cargo, fenômeno apelidado de “queremismo”.
(E) atender às pressões dos sindicatos e propor amplas reformas de base, insubordinando-se à
autoridade de Getúlio Vargas por considerar que seu governo não estava tomando medidas
suficientemente favoráveis aos trabalhadores.

02. (SEDUC/PI – Professor-História – NUCEPE)


“Bossa nova mesmo é ser presidente
Desta terra descoberta por Cabral
Para tanto basta ser tão simplesmente
Simpático, risonho, original".
(Juca Chaves. Presidente Bossa Nova. RGE, 1957).

Considerando o período apresentado na composição, e o governo de Juscelino Kubitschek (1956-


1961), podemos afirmar CORRETAMENTE:
(A) Com seu Plano de Metas, o governo de Juscelino propunha romper com a política econômica do
governo Vargas, investindo com capitais nacionais nas áreas prioritárias para o governo, como energia,
transporte, indústria e distribuição de renda.
(B) Como efeito da euforia e do crescimento econômico, o governo de Juscelino conseguiu reduzir
drasticamente as disparidades econômicas e sociais do país, permitindo uma tranquilidade social que
perdurou até vésperas do Golpe Civil-Militar.
(C) Apoiado em capitais externos, Juscelino pôde ampliar a base monetária do país e assim custear
investimentos produtivos que permitiram o controle do déficit do orçamento público e a redução da
inflação.
(D) Seu governo coincidiu com um período de forte otimismo, apoiado em uma visão de modernidade
industrializante, o que fez o presidente prometer 50 anos de desenvolvimento em 5 anos de mandato.
(E) Apesar de sua política populista, Juscelino agia de forma autoritária em sua forma de governar,
condição que pode ser exemplificada com o episódio em que puniu o ministro da Guerra, o general

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Teixeira Lott, por ter contrariado um de seus aliados políticos, o coronel Jurandir Mamede, subordinado
do general.

03. (IF/AL – Professor – CEFET) O Governo João Goulart (1961/1964) foi marcado pela interrupção
e conseguinte instalação da ditadura militar no país. O governo Goulart, na prática, ficou caracterizado
em função das suas ações políticas, como um governo:
(A) Autoritário, com uma linha ideológica próxima ao socialismo chinês.
(B) Democrático, sendo apoiado durante todo seu curto período pelos partidos de esquerda, inclusive
o partido comunista.
(C) Conturbado, em que foi implantado o parlamentarismo, fato este, que não foi suficiente para
amenizar as crises políticas do período.
(D) Democrático, sendo apoiado incondicionalmente pelas forças armadas.
(E) Autor das reformas de base, sendo estas apoiadas por setores da chamada classe média, dos
trabalhadores e do empresariado mais progressista. Obteve, assim, êxito na proposta de modernizar o
país.

Gabarito

01.B / 02.D / 03.C

Comentários

01. Resposta: B
No início de 1954, Jango propôs um projeto de aumento do salário mínimo de 100%. Segundo ele,
devido à elevação do custo de vida, a questão salarial continuava explosiva e, para enfrentá-la, era
necessário elevar o salário mínimo de 1.200 para 2.400 cruzeiros. A reação contrária foi tamanha que
Jango acabou sendo exonerado do cargo em 22 de fevereiro do mesmo ano.

02. Resposta: D
O marco da proposta de campanha de JK foi o “Plano de Metas”, com previsões esperançosas para
acelerar o crescimento econômico através da indústria, produção do aço, alumínio, cimento, álcalis e
outros metais. Com a abertura do mercado estrangeiro a ampliação e investimentos na indústria se
tornariam ainda mais fáceis. O plano consistia de 31 metas, sendo a última, a construção de Brasília,
chamada de Meta Síntese.

03. Resposta: C
Além da implantação de um sistema parlamentar que não rendeu resultados, a aproximação de Jango
com figuras ligadas ao bloco comunista, como o revolucionário Che Guevara e o cosmonauta Yuri Gagarin
foram motivo de duras críticas da oposição.

O Regime Militar

O início do governo militar é marcado por grande perseguição política aos líderes de esquerda, tendo
por exemplo deputados e políticos seus mandatos cassados. Para tanto foi criado o SNI (Serviço Nacional
de Informação).
O SNI era o serviço secreto do Exército e contava com agentes infiltrados em vários setores como
jornais, sindicatos, escolas (...). Apesar das cassações de mandato o Congresso Nacional foi mantido e
mesmo após a constituição de 67, que institucionalizava o regime, os militares continuaram governando
através de atos institucionais35.
Foram eles:
AI-1: Ampliação dos poderes do presidente, eleição indireta e a cassação de parlamentares de
esquerda. O início da instalação da Ditadura. Perseguem lideranças opositoras (líderes camponeses,
estudantis, sindicais, partidários e intelectuais) e são cassados mandados políticos e cargos públicos.
AI-2: Instituiu bipartidarismo. Só podiam existir dois partidos: a ARENA e o MDB. Consolida as eleições
indiretas. Os voto dos congressistas para a presidência era aberto e declarado dito no microfone na
assembleia. Não havia oposição de fato. O congresso aprovava tudo o que os presidentes militares
mandavam.
35
O Golpe de 1964 e a Ditadura Militar em Perspectiva / Carlo José Napolitano, Caroline Kraus Luvizotto, Célio José Losnak e Jefferson Oliveira Goulart (orgs). - -
São Paulo, SP: Cultura Acadêmica, 2014

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 35
AI-3: Estabelecia eleições indiretas para governadores de estado. Votavam os deputados estaduais
por voto aberto e declarado.
AI-4: Convocação urgente da assembleia para a aprovação da constituição de 67
AI-5: Concede poder excepcional ao presidente que pode cassar mandatos, cargos, fechar o
congresso e estabelece o estado de sítio. O AI-5 eliminou as garantias individuais.

Os presidentes eram escolhidos pelos próprios militares em colégio eleitoral, assim como os
governadores de estado e prefeitos de cidades com mais de 300 mil habitantes. O voto da população em
nível federal limita-se aos deputados e senadores que eram ou da ARENA (conhecido como “partido do
sim”) ou do MDB (conhecido como “partido do sim senhor”). Não havia oposição real e concreta no
congresso. Somente a permitida pelos militares.
Foram presidentes militares:
- Castelo Branco (64-67)
- Costa e Silva (67-69)
- Garrastazu Médici (69-74)
- Ernesto Geisel (74-79)
- Figueiredo (79-85)

A ditadura entre 1964 e 1967 durante o governo do Marechal Castelo Brancos foi um período mais
brando dentro do contexto do regime. Os partidos foram extintos (ficou o bipartidarismo) e a censura
ocorria, mas ainda que pequeno, havia um espaço para os trabalhadores e estudantes se manifestarem,
sobretudo os artistas. As manifestações proliferaram. Ocorreram grandes greves operárias em Contagem
(MG) e São Paulo.
O último ato de Castelo Branco foi a imposição de LSN (Lei de Segurança Nacional), que estabelecia
que certas ações de oposição ao regime seriam consideradas “atentatórias” à segurança nacional e
punidas com rigor.
Em dezembro de 1968, sob o governo do Marechal Costa e Silva foi instituído o AI-5, o mais duro e
repressor dos atos institucionais.
Alguns grupos políticos contra a ditadura passaram a atuar na clandestinidade. Alguns deles, devido
ao AI-5 optaram por partir para a revolta armada que adotou táticas de guerrilha.
Surgiram focos de guerrilha urbana (principalmente São Paulo) e guerrilha rural (na região do rio
Araguaia). A guerrilha nunca representou um grande problema de verdade, pois eram pequenos e poucos
grupos, mas forneceu o argumento que a ditadura precisava para manter e aumentar a repressão, pois
tínha inclusive um inimigo interno comunista. O risco não havia passado (lembra-se que o pretexto do
golpe era afastar o risco comunista?).

Milagre Econômico e Repressão


Durante o Governo do General Médici o país viveu a maior onda de repressões e torturas da ditadura.
O AI-5 era aplicado com toda a força e a censura era plena. Ao mesmo tempo o país vivia um período de
propaganda ufanista (nacionalismo e enaltecimento do Brasil) e experimentava um grande crescimento
econômico e urbano em razão do “milagre econômico”.
Foram contraídos empréstimos e concedidos créditos ao consumido, mas ao mesmo tempo os salários
foram congelados. Esta política nos primeiros anos de aplicação gerou um enorme consumo e
consequentemente gerou empregos (cada vez menos remunerados). Ao final da década de setenta o
país amargava uma grande inflação, salários cada vez mais defasados e um aumento da desigualdade
social.

Movimentos de Resistência

O Movimento Estudantil
Entre os grupos que mais protestavam contra o governo de João Goulart para a implementação de
reformas sociais estavam os estudantes, mobilizados pela União Nacional dos Estudantes e União
Brasileira dos Estudantes secundaristas.
Quando os militares chegaram ao poder em 1964, os estudantes eram um dos setores mais
identificados com a esquerda comunista, subversiva e desordeira; uma das formas de desqualificar o
movimento estudantil era chamá-lo de baderna, como se seus agentes não passassem de jovens
irresponsáveis, e isso se justificava para a intensa perseguição que se estabeleceu.

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. 36
Em novembro de 1964, Castelo Branco aprovou uma lei, conhecida como lei "Suplicy de Lacerda",
nome do ministro da Educação, reorganizando as entidades e proibindo-as de desenvolverem atividades
políticas.
Os estudantes reagiram, boicotando as novas entidades oficiais e realizando passeatas cada vez mais
frequentes. Ao mesmo tempo, o movimento estudantil procurou assegurar a existência das suas
entidades legítimas, agora na clandestinidade36.
Em 1968 o movimento estudantil cresceu em resposta não só repressão, mas também em virtude da
política educacional do governo, que já revelava a tendência que iria se acentuar cada vez mais no sentido
da privatização da educação, cujos efeitos são sentidos até hoje.
A política de privatização tinha dois sentidos: um era o estabelecimento do ensino pago (principalmente
no nível superior) e outro, o direcionamento da formação educacional dos jovens para o atendimento das
necessidades econômicas das empresas capitalistas (mão-de-obra e técnicos especializados).
Estas diretrizes correspondiam à forte influência norte-americana exercida através de técnicos da
Usaid (agência americana que destinava verbas e auxílio técnico para projetos de desenvolvimento
educacional) que atuavam junto ao MEC por solicitação do governo brasileiro, gerando uma série de
acordos que deveriam orientar a política educacional brasileira.
As manifestações estudantis foram os mais expressivos meios de denúncia e reação contra a
subordinação brasileira aos objetivos e diretrizes do capitalismo norte-americano. O movimento estudantil
não parava de crescer, e com ele a repressão.
No dia 28 de março de 1968 uma manifestação contra a má qualidade do ensino realizada no
restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, foi violentamente reprimida pela polícia, resultando
na morte do estudante Edson Luís Lima Souto37.
A reação estudantil foi imediata: no dia seguinte, o enterro do jovem estudante transformou-se em um
dos maiores atos públicos contra a repressão; missas de sétimo dia foram celebradas em quase todas as
capitais do país, seguidas de passeatas que reuniram milhares de pessoas.
Em outubro do mesmo ano, a UNE (União Nacional dos Estudantes), na ilegalidade convocou um
congresso para a pequena cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo. A polícia descobriu a reunião,
invadiu o local e prendeu os estudantes.

Movimentos Sindicais
As greves foram reprimidas duramente durante a ditadura. Os últimos movimentos operários ocorreram
em 1968, em Osasco e Contagem, sendo reavivadas somente no fim da década de 1970, com a greve
de 1.600 trabalhadores no ABC paulista em 12 de maio de 1978, que marcou a volta do movimento
operário à cena política.
Em junho do mesmo ano, o movimento espalhou-se por São Paulo, Osasco e Campinas. Até 27 de
julho registraram-se 166 acordos entre empresas e sindicatos beneficiando cerca de 280 mil
trabalhadores. Nessas negociações, tornou-se conhecido em todo o país o presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luís Inácio da Silva.
No dia 29 de outubro de 1979 os metalúrgicos de São Paulo e Guarulhos interromperam o trabalho.
No dia seguinte o operário Santos Dias da Silva acabou morrendo em confronto com a polícia, durante
um piquete na frente uma fábrica no bairro paulistano de Santo Amaro. As greves se espalharam por todo
o país.
Em consequência de uma greve realizada no dia 1º de Abril de 1980 pelos metalúrgicos do ABC
paulista e de mais 15 cidades do interior de São Paulo, no dia 17 de Abril o ministro do trabalho, Murillo
Macedo, determinou a intervenção nos sindicatos de São Bernardo do Campo e Santo André, prendendo
13 líderes sindicais dois dias depois. A organização da greve mobilizou estudantes e membros da Igreja.

Ligas Camponesas
O movimento de resistência esteve presente também no campo. Além da sindicalização formaram-se
Ligas Camponesas que, sobretudo no Nordeste, sob a liderança do advogado Francisco Julião, foram
importantes instrumentos de organização e de atuação dos camponeses.
Em 15 de maio de 1984 cerca de 5 mil cortadores de cana e colhedores de laranja do interior paulista
entraram em greve por melhores salários e condições de trabalho. No dia seguinte invadiram as cidades
de Guariba e Bebedouro. Um canavial foi incendiado. O movimento foi reprimido por 300 soldados.
Greves de trabalhadores se espalharam por várias regiões do país, principalmente no Nordeste.

36
http://repositoriolabim.cchla.ufrn.br/bitstream/123456789/111/16/O%20MOVIMENTO%20ESTUDANTIL%20BRASILEIRO%20DURANTE%20O%20REGIME%20
MILITAR%201968-1970.pdf
37
https://www.une.org.br/2011/09/historia-da-une/

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. 37
A Luta Armada
Militantes da Esquerda resolveram resistir ao regime militar através da luta armada, com a intenção de
iniciar um processo revolucionário. Entre os grupos mais notórios estão:

- Ação Libertadora Nacional (ALN), em que se destaca Carlos Marighella, ex-deputado e ex-
membro do Partido Comunista Brasileiro, morto numa emboscada em 1969;

- Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que era comandada pelo ex-capitão do Exército Carlos
Lamarca, morto na Bahia, em 17 de setembro de 1971. Em 1969 funde-se com o Comando de
Libertação Nacional (COLINA), e muda o nome para Vanguarda Armada Revolucionária Palmares
(VAR-Palmares), que teve participação também da presidente Dilma Rousseff;

- A Ação Popular, que teve origem em 1962 a partir de grupos católicos, especialmente influentes no
movimento estudantil;

- Partido Comunista do Brasil (PC do B), que surge de um conflito interno dentro do PCB.

Um dos principais feitos da ALN, em conjunto ao Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), foi
o sequestro do embaixador estadunidense Charles Ewbrick, em 1969. Em nenhum lugar do mundo um
embaixador dos EUA havia sido sequestrado. Essa façanha possibilitou aos guerrilheiros negociar a
libertação de quinze prisioneiros políticos. Outro embaixador sequestrado foi o alemão-ocidental Ehrefried
Von Hollebem, que resultou na soltura de quarenta presos.
A luta armada intensificou o argumento de aumento da repressão. As torturas aumentaram e a
perseguição aos opositores também. Carlos Marighella foi morto por forças policiais na cidade de São
Paulo. As informações sobre seu paradeiro foram conseguidas também através de torturas.
O VPR realizou ações no Vale do Ribeira em São Paulo, mas teve que enfrentar a perseguição militar
na região. Lamarca conseguiu fugir para o Nordeste, mas acabou morto na Bahia, em 1971.
O último foco de resistência a ser desmantelado foi a Guerrilha do Araguaia. Desde 1967, militantes
do PCdoB dirigiram-se para região do Bico do Papagaio, entre os rios Araguaia e Tocantins, onde
passaram a travar contato com os camponeses da região, ensinando a eles cuidados médicos e
auxiliando-os na lavoura.
As Forças Armadas passaram a perseguir os guerrilheiros do Araguaia em 1972, quando descobriu a
ação do grupo. O desmantelamento ocorreria apenas em 1975, quando uma força especial de
paraquedistas foi enviada à região, acabando com a Guerrilha do Araguaia.
No Brasil, as ações guerrilheiras não conseguiram um amplo apoio da população, levando os grupos
a se isolarem, facilitando a ação repressiva. Após 1975, as guerrilhas praticamente desapareceram, e os
corpos dos guerrilheiros do Araguaia também. À época, a ditadura civil-militar proibiu a divulgação de
informações sobre a guerrilha, e até o início da década de 2010 o exército não havia divulgado informação
sobre o paradeiro dos corpos.

Redemocratização do País e Diretas Já.


O General Geisel assume em 74. Foi o militar que deu início à abertura política, assinalando o fim da
ditadura. O fim do regime foi articulado pelos próprios militares que planejaram uma abertura “lenta,
segura e gradual”.
Nas eleições parlamentares de 74 os militares imaginaram que teriam a vitória da ARENA, mas o MDB
teve esmagadora maioria. Em razão deste acontecimento a ditadura lança a Lei Falcão e o Pacote de
Abril. A lei falcão acabava com a propaganda eleitoral. Todos os candidatos apareceriam o mesmo tempo
na TV, segurando seu número enquanto uma voz narrava brevemente seu currículo. Apesar de uma
oposição consentida o MDB estava incomodando e o pacote de abril serviu para garantir supremacia da
ARENA.
A constituição poderia ser mudada somente por 50% dos votos (garante a vitória da ARENA). Um terço
dos senadores teriam o papel de “senador biônico”, ou seja, indicado pela assembleia (sempre
senadores da ARENA) e alterou o coeficiente eleitoral de forma que a região nordeste (que ainda ocorria
claramente o voto de “cabresto” e os eleitores votavam em peso na ARENA) tivesse um maior número de
deputados. Geisel pôs fim ao AI-5 em 1978.
Em 1979 assumiu a presidência o General Figueiredo, sob uma forte crise econômica resultado da
política econômica do milagre brasileiro. Em 79 foi aprovada a Lei da Anistia (perdão de crimes políticos),
que de acordo com o governo militar era uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
O que isso queria dizer?

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Que todos os crimes cometidos na ditadura seriam perdoados, tanto o “crime” dos militantes políticos,
estudantes, intelectuais e artistas que se encontravam exilados (fora do país por motivos de perseguição
política), e puderam voltar ao Brasil, como os torturadores do regime.
Em 1979 são liberadas para a próxima eleição o voto direto aos governadores. Também foi aprovada
a “Lei Orgânica dos Partidos” que punha fim ao bipartidarismo e foram fundados novos 5 partidos:
- PDS (Partido Democrático Social)
- PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)
- PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)
- PDT (Partido Trabalhista Brasileiro)
- PT (Partido dos Trabalhadores)

Obs.: A lei eleitoral obrigava a votar somente em candidatos do mesmo partido, de vereador à
governador. A oposição ao regime, na eleição para governador de 1982, obteve vitória
esmagadora.

A Resistência às Reformas Políticas de Figueiredo


Assim como Geisel, o general Figueiredo teve de enfrentar resistência da linha-dura às reformas
políticas que estavam em andamento. As primeiras manifestações dos grupos que estavam descontentes
com a abertura vieram em 1980.
No final desse ano e no início de 1981, bombas começaram a explodir em bancas de jornal que
vendiam periódicos considerados de esquerda (Jornal Movimento, Pasquim, Opinião etc.). Uma carta-
bomba foi enviada à OAB e explodiu nas mãos de uma secretária, matando-a. Havia desconfianças de
que fora uma ação do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de
Defesa Interna), mas nunca se conseguiu provar nada.

O Caso Riocentro
Em abril de 1981, ocorreu uma explosão no Riocentro durante a realização de um show de música
popular. Dele participavam inúmeros artistas considerados de esquerda pelo Regime. Quando as
primeiras pessoas, inclusive fotógrafos, se aproximaram do local da explosão, depararam com uma cena
dramática e constrangedora.
Um carro esporte (Puma) estava com os vidros, o teto e as portas destroçados. Havia dois homens no
seu interior, reconhecidos posteriormente como oficiais do Exército ligados ao DOI-Codi. O sargento,
sentado no banco do passageiro, estava morto, praticamente partido ao meio. A bomba explodira na
altura de sua cintura. O motorista, um capitão, estava vivo, mas gravemente ferido e inconsciente.
O Exército abriu um inquérito Policial-Militar para apurar o caso e, depois de muitas averiguações,
pesquisas, tomadas de depoimentos, concluiu que a bomba havia sido colocada ali, dentro do carro e
sobre as pernas do sargento do Exército, por grupos terroristas. Essa foi a conclusão da Justiça Militar, e
o caso foi encerrado.
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do país, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano.
Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-se chapas
para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que o
presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney. Contudo Tancredo Neves passou mal na
véspera da posse e foi internado com infecção intestinal, não resistiu e morreu. Assumiria a presidência
da República em 1985 José Sarney.
O Governo de José Sarney foi um momento de enorme crise econômica, com hiperinflação, mas um
dos momentos mais fundamentais que coroaria a redemocratização, pois foi em seu governo que foi
aprovada a nova constituição. Foi reunida em 1987 uma assembleia nacional constituinte (assembleia
reunida para escrever e promulgar uma nova constituição).

A constituição de 1988

A nova constituição foi votada em meio a grandes debates e diferentes visões políticas. Havia muitos
interesses em disputa. O voto secreto e direto para presidente foi restaurado, proibida a censura,
garantida a liberdade de expressão e igualdade de gênero, o racismo tornou-se crime e o estado
estabeleceu constitucionalmente garantias sociais de acesso a saúde, educação, moradia e
aposentadoria.

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Ao final de 1989 foi realizada a primeira eleição livre desde o golpe de 1964. Foi disputada em dois
turnos. O segundo foi concorrido entre o candidato Fernando Collor de Mello (PRN – partido da renovação
nacional), contra Luís Inácio Lula da Silva. Collor ganhou a eleição, com apoio dos meios de comunicação
e governou até 1992 após ser afastado por um processo de impeachment. Ocorreram grandes
manifestações populares, sobretudo estudantis, conhecidas como o “movimento dos caras-pintadas”.

Questões

01. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) O processo de abertura política no
Brasil, ao final do período de regime militar, foi marcado
(A) pela denominada “teoria dos dois demônios”, discurso oficial que culpava os grupos guerrilheiros
e o imperialismo soviético pelo endurecimento do autoritarismo no Brasil e nos países vizinhos.
(B) pelo chamado “entulho autoritário”, pois a Constituição outorgada em 1967 continuou vigente,
mantiveram-se os cargos “biônicos” e persistiu prática da decretação de Atos Institucionais durante a
década de 1980.
(C) pela lógica do “ajuste de contas”, pois, ainda que o governo encampasse uma abertura “lenta,
gradual e irrestrita”, os setores populares organizaram greves nacionais que culminaram na realização de
eleições diretas para presidente em 1985.
(D) pelo caráter de “transição negociada”, uma vez que prevaleceram pressões por parte dos setores
afinados com o regime e concessões dos movimentos pela democratização, em um complexo jogo
político que se estendeu pelos anos 1980.
(E) pela busca da “conciliação nacional” ao se instituírem as Comissões da Verdade que conseguiram,
com o aval do primeiro governo civil pós-ditadura, atender as demandas por “verdade, justiça e reparação”
da sociedade brasileira.

02. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) A respeito dos Atos Institucionais
decretados durante o regime militar no Brasil,
(A) sucederam-se rapidamente totalizando cinco durante a ditadura, sendo o último, em 1968, o que
suspendeu a garantia do direito ao habeas corpus e instituiu a censura prévia.
(B) refletiram a intenção dos militares em preservar a institucionalidade da democracia, uma vez que
todos os atos eram votados pelo Congresso.
(C) prestaram-se a substituir a falta de uma nova Constituição, chegando a 20 decretações que se
estenderam até o governo Geisel.
(D) foram mais de dez e entre os objetivos de sua promulgação destaca-se o reforço dos poderes
discricionários da Presidência da República.
(E) concentraram-se nos dois primeiros anos de governo militar e instituíram o estado de sítio e o
bipartidarismo.

03. (TRT 3ª Região/MG - Analista Judiciário – História – FCC) O golpe de 1964, que deu início ao
regime militar no Brasil e que foi chamado pelos militares de “revolução de 64”, teve, entre seus objetivos
(A) refrear o avanço do comunismo apoiado pelo presidente Jango que, após ver concretizado seu
programa reformista, articulava-se para adaptar o Estado aos moldes socialistas, por meio do projeto de
uma nova constituição difundido e aplaudido no histórico Comício da Central do Brasil.
(B) reinstaurar o presidencialismo, uma vez que o regime parlamentarista pelo qual João Goulart
governava favorecia alianças entre partidos pequenos e grupos de esquerda liderados pelo PTB, que
tinha representação significativa na Câmara e no Senado.
(C) destituir o governo de João Goulart, contando com o apoio do governo dos Estados Unidos e de
parcelas da sociedade brasileira que apoiaram, dias antes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade
organizada por setores conservadores da Igreja Católica.
(D) restaurar a ordem no país e garantir a recuperação do equilíbrio econômico, uma vez que greves
paralisavam a produção nacional e movimentos de apoio à reforma agrária se radicalizavam, caso das
Ligas Camponesas que haviam iniciado a guerrilha do Araguaia.
(E) iniciar um processo autoritário de transição política e econômica nos moldes do neoliberalismo, por
meio de uma estratégia defendida por entidades como o FMI, a ONU e a Cepal, com o aval do
empresariado brasileiro insatisfeito com o governo vigente.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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04. (VUNESP) A partir dessa época, a tortura passou a ser amplamente empregada, especialmente
para obter informações de pessoas envolvidas com a luta armada. Contando com a “assessoria técnica”
de militares americanos que ensinavam a torturar, grupos policiais e militares começavam a agredir no
momento da prisão, invadindo casas ou locais de trabalho. A coisa piorava nas delegacias de polícia e
em quartéis, onde muitas vezes havia salas de interrogatório revestidas com material isolante para evitar
que os gritos dos presos fossem ouvidos.
(Roberto Navarro – http://mundoestranho.abril.com.br.)

Os aspectos citados no texto permitem identificar a época a que ele se refere como sendo a da
(A) Repressão à Revolução Constitucionalista de 1932.
(B) Nova República, cujo primeiro presidente foi José Sarney.
(C) Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.
(D) Democracia populista, que durou de 1946 a 1964.
(E) Ditadura militar, iniciada com o golpe de 1964.

05. (VUNESP) A imagem a seguir refere-se a um movimento da década de 1980 que contou com
grande participação popular em várias cidades do Brasil.

(Http://www.oabsp.org.br/portaldamemoria/historia-da-oab/ a-redemocratizacao-e-o-processo-constituinte)

Assinale a alternativa que indica corretamente o objetivo deste movimento.


(A) Devolver à população o direito de votar nos candidatos à presidência do país.
(B) Anistiar os presos políticos e permitir o retorno dos exilados ao Brasil.
(C) Reajustar o salário-mínimo de acordo com os índices reais de inflação.
(D) Autorizar a justiça comum a punir políticos envolvidos em crimes de corrupção.
(E) Permitir que leis propostas pela população fossem discutidas no Congresso Nacional.

Gabarito

01.D / 02.D / 03.C / 04.E / 05.A

Comentários

01. Resposta: D
A ideia de uma abertura “Lenta, gradual e segura” foi utilizada pelo governo militar. No final da década
de 70 e início da década de 80 ocorreram muitas greves, principalmente na região do ABC paulista.
A primeira eleição direta para presidente após a abertura ocorreu em 15 de novembro de 1989.

02. Resposta: D
Os Atos Institucionais foram normas elaboradas no período de 1964 a 1969 durante o regime militar.
Foram editadas pelos Comandantes-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica ou pelo Presidente
da República, com o respaldo do Conselho de Segurança Nacional. Foram 17 atos ao todo, sendo o mais
conhecido deles o AI-5, cuja descrição é: Suspende a garantia do habeas corpus para determinados
crimes; dispõe sobre os poderes do Presidente da República de decretar: estado de sítio, nos casos
previstos na Constituição Federal de 1967; intervenção federal, sem os limites constitucionais; suspensão
de direitos políticos e restrição ao exercício de qualquer direito público ou privado; cassação de mandatos
eletivos; recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores;
exclui da apreciação judicial atos praticados de acordo com suas normas e Atos Complementares
decorrentes; e dá outras providências.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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03. Resposta: C
Em 1º de abril de 1964 foi dado o golpe militar pelo exército. Contou com apoio de vários setores
sociais como o alto clero da Igreja Católica, ruralistas e grandes empresários urbanos. Devido a este
apoio este período também é chamado de Ditadura Civil-Militar (Ditadura militar com apoio civil). O
argumento para o golpe foi afastar o “risco comunista”.

04. Resposta: E
Citando a própria matéria referida na questão:
Uma pesquisa coordenada pela Igreja Católica com documentos produzidos pelos próprios militares
identificou mais de cem torturas usadas nos "anos de chumbo" (1964-1985). Esse baú de crueldades,
que incluía choques elétricos, afogamentos e muita pancadaria, foi aberto de vez em 1968, o início do
período mais duro do regime militar. Durante o governo militar, mais de 280 pessoas foram mortas -
muitas sob tortura. Mais de cem desapareceram, segundo números reconhecidos oficialmente. Mas
ninguém acusado de torturar presos políticos durante a ditadura militar chegou a ser punido.

05. Resposta: A
Em 1984 o deputado do PMDB Dante de Oliveira propôs uma emenda constitucional que restabelecia
as eleições diretas para presidente. A partir da emenda Dante de Oliveira tem início o maior movimento
popular pela redemocratização do pais, as Diretas Já que pediam eleições diretas para presidente no
próximo ano. Infelizmente a emenda não foi aprovada. Em 1985 ocorreram eleições indiretas e formaram-
se chapas para concorrer à presidência. Através das eleições indiretas ganhou a chapa do PMDB em que
o presidente eleito foi Tancredo Neves e seu vice José Sarney.

BRASIL REPÚBLICA - NOVA

Nova República

Chamamos Nova República a organização do Estado Brasileiro a partir da eleição indireta de Tancredo
Neves pelo Colégio eleitoral, após o movimento pelas diretas já. No dia da posse foi hospitalizado e
faleceu. Então a cadeira presidencial foi ocupada por seu vice José Sarney

A Vitória da Aliança Democrática e a posse de Sarney

Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves, primeiro presidente civil em 20
anos. Ele obteve 275 votos do PMDB (em 280 possíveis), 166 do PDS (em 340 possíveis), que
correspondiam à dissidência da Frente Liberal, e mais 39 votos espalhados entre os outros partidos. No
total foram 480 contra 180 do candidato derrotado.
O PT, por não concordar com as eleições indiretas, não participou da votação. A posse do novo
presidente estava marcada para 15 de março. Um dia antes, entretanto, Tancredo Neves foi internado
com diverticulite. Depois de várias operações, seu estado de saúde se agravou, falecendo no dia 21 de
abril de 1985. Com a morte do presidente eleito, assumiu o vice, José Sarney.

O governo Sarney
José Sarney foi o primeiro presidente após o fim da ditadura militar. Durante seu governo foi
consolidado o processo de redemocratização do Estado brasileiro, garantido liberdade sindical e
participação popular na política, além da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte,
encarregada de elaborar uma nova constituição para o Brasil.
Entre os princípios incluídos na Constituição de 1988 estão:
- garantia de direitos políticos e sociais;
- aumento de assistência aos trabalhadores;
- ampliação das atribuições do poder legislativo;
- limitação do poder executivo;
- igualdade perante a lei, sem qualquer tipo de distinção;
- estabelecimento do racismo como crime inafiançável.

No plano econômico, o governo adotou inúmeras medidas para conter a inflação, como congelamento
de preços e salários e a criação de um novo plano econômico, o Plano Cruzado.
No final de 1986, o plano começou a demonstrar sinais de fracasso, acentuado pela falta de
mercadorias e pressão por aumento de preços.

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Além do Plano Cruzado, outras tentativas de conter a inflação foram colocadas em prática durante o
governo Sarney, como o Plano Cruzado II, o Plano Bresser e o Plano de Verão. No último mês do governo
Sarney, em março de 1990, a inflação alcançou o nível de 84%.

O governo Collor

No final de 1989, os candidatos Fernando Collor de Mello, do PRN (Partido da Renovação Nacional)
e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores) disputaram as primeiras eleições diretas
(com voto da população) para presidente após a redemocratização. Com forte apoio de setores
empresariais e principalmente da mídia, Collor vence as eleições.
Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino38, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre).
Seu governo ficou marcado pelos Planos Collor:

Plano Collor39
A inflação no período de março de 1989 a março de 1990 chegou a 4.853%, e o governo anterior viu
apenas tentativas fracassadas de conter a inflação. Após sua posse, Collor anuncia um pacote econômico
no dia 15 de março de 1990: o Plano Brasil Novo.
Esse plano tinha como objetivo pôr fim à crise, ajustar a economia e elevar o país, do terceiro para o
Primeiro Mundo. O cruzado novo é substituído pelo "cruzeiro", bloqueia-se por 18 meses os saldos das
contas correntes, cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Os preços
foram tabelados e depois liberados gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados
entre patrões e empregados.
Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, foram suspensos os incentivos
fiscais não garantidos pela Constituição. Foi anunciado corte nos gastos públicos e também se reduziu a
máquina do Estado com a demissão de funcionários e privatização de empresas estatais. O plano também
previa a abertura do mercado interno, com a redução gradativa das alíquotas de importação.
As empresas foram surpreendidas com o plano econômico e sem liquidez pressionaram o governo. A
ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro retido, denominado
de "operação torneirinha", para pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas de
pagamento e contribuições previdenciárias. O governo liberou os investimentos dos grandes empresários,
e deixou retido somente o dinheiro dos poupadores individuais.

Recessão - No início do Plano Collor a inflação foi reduzida, pois o plano era ousado e tirava o dinheiro
de circulação. Porém, ao mesmo tempo em que caía a inflação, iniciava-se a maior recessão da história
no Brasil, houve aumento de desemprego, muitas empresas fecharam as portas e a produção diminuiu
consideravelmente, com uma queda de 26% em abril de 1990, em relação a abril de 1989. As empresas
foram obrigadas a reduzirem a produção, jornada de trabalho e salários, ou demitir funcionários. Só em
São Paulo nos primeiros seis meses de 1990, 170 mil postos de trabalho deixaram de existir, pior
resultado, desde a crise do início da década de 80. O Produto Interno Bruto diminuiu de US$ 453 bilhões
em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990.40

Privatizações41 - Em 16 de agosto de 1990 o Programa Nacional de Desestatização que estava


previsto no Plano Collor foi regulamentado. A Usiminas foi a primeira estatal a ser privatizada, através de
um leilão em outubro de 1991. Depois disso, mais 25 estatais foram privatizadas até o final de 1993,
quando Itamar Franco já estava à frente do governo brasileiro, com grandes transferências patrimoniais
do setor público para o setor privado, com o processo de privatização dos setores petroquímicos e
siderúrgico já praticamente concluído. Então se inicia a negociação do setor de telecomunicações e
elétrico, existindo uma tentativa de limitar as privatizações à construção de grandes obras e à abertura
do capital das estatais, mantendo o controle acionário pelo Estado.

38
Referente ao governo de Juan Domingo Peron na Argentina durante os anos de 1952 – 1955.
39
LENARDUZZI, Cristiano, Et al. PLANO COLLOR. Adaptado
40
https://vdocuments.com.br/fernando-collor.html
41
GANDOLPHO, C. Plano Collor completa 20 anos. Diário do Grande ABC. http://www.dgabc.com.br/Noticia/144113/plano-collor-completa-20-anos

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Plano Collor II
A inflação entra em cena novamente com um índice mensal de 19,39% em dezembro de 1990 e o
acumulado do ano chega a 1.198%, o governo se vê obrigado a tomar algumas medidas. É decretado o
Plano Collor II em 31 de janeiro de 1991.
Tinha como objetivo controlar a ciranda financeira. Para isso extinguiu as operações de overnight e
criou o Fundo de Aplicações Financeiras (FAF) onde centralizou todas as operações de curto prazo,
acabando com o Bônus do Tesouro Nacional fiscal (BTNf), que era usado pelo mercado para indexar
preços.
Passa a utilizar a Taxa Referencial Diária (TRD) com juros prefixados e aumenta o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF). Pratica uma política de juros altos, e faz um grande esforço para desindexar
a economia e tenta mais um congelamento de preços e salários. Um deflator é adotado para os contratos
com vencimento após 1º de fevereiro.
O governo acreditava que aumentando a concorrência no setor industrial conseguiria segurar a
inflação, então se cria um cronograma de redução das tarifas de importação, reduzindo a inflação de 1991
para 481%.

A queda de Collor
Após um curto sucesso nos primeiros meses de governo, a administração Collor passou por profundas
crises. Com a taxa de inflação superior a 20%, em 1992 a impopularidade do presidente cresceu. Em
maio do mesmo ano, o irmão do presidente, Pedro Collor, acusou Paulo Cesar Farias, que havia sido
caixa da campanha de Fernando Collor, de enriquecimento ilícito, obtenção de vantagens no governo e
ligações político financeiras com o presidente.
Em junho do mesmo ano, o Congresso Nacional instalou uma Comissão de Inquérito Parlamentar
(CPI) para que fossem apuradas as irregularidades apontadas. Em 29 de setembro a Câmara dos
Deputados aprovou a abertura do processo de Impeachment e em 3 de outubro o presidente foi afastado.
Em dezembro o processo foi concluído e Fernando Collor teve seus direitos políticos cassados por oito
anos, e o governo passou para as mãos de seu vice, Itamar Franco.

O governo Itamar Franco (1992-1994)

Durante seu período na presidência, Itamar Franco passou por um quadro de crescente dificuldade
econômica e alianças políticas instáveis com inúmeras nomeações e demissões de ministros do
executivo.
Um plebiscito foi realizado em 1993 para definir a forma de governo, com uma vitória esmagadora da
República Presidencialista. Outras opções incluíam a monarquia e o parlamentarismo.
No ano de 1993 a economia começava a dar sinais de melhora, com índice de crescimento de
aproximadamente 5%, que não ocorria desde 1986. Apesar do crescimento, houve um aumento na
população, deixando a renda per capita com menos de 3%.
Em 1994 a inflação continuou a subir, até que os efeitos do Plano Real começaram a surtir efeito.

Implantação do Plano Real42


O Plano de Fernando Henrique Cardoso, que era ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco,
consistia em três fases: o ajuste fiscal, o estabelecimento da URV (Unidade de Referência de Valor) e a
instituição de uma nova moeda, o Real.
De acordo com os autores do plano, as reformas liberais do Estado que estavam em andamento
naquele período seriam fundamentais para efetividade do plano.
A primeira fase, o ajuste fiscal procurava criar condições fiscais adequadas para diminuir o
desequilíbrio orçamentário do Estado, principalmente sua fragilidade com financiamento, que seria um
dos principais problemas relacionados à inflação. A criação do FSE (Fundo Social de Emergência), que
tinha por finalidade diminuir os custos sociais derivados da execução do plano e dos cortes de impostos,
foi uma das principais iniciativas do governo.
A URV, o embrião da nova moeda, que terminou quando o Real começou a funcionar em 1º de julho
de 1994, era um índice de inflação formado por outros três índices: o IGP-M43, da Fundação Getúlio
Vargas, o IPCA44 do IBGE e o IPC45 da FIPE/USP. O objetivo do governo era amarrar o URV ao dólar,
preparando o caminho para a “âncora cambial” da moeda e também evitar o caráter abrupto dos outros

42
Adaptado de Ipolito.
43
Índice Geral de Preços de Mercado.
44
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
45
Índice de Preços ao Consumidor.

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planos, com esta ferramenta transitória. Dessa forma, ao contrário da proposta de “moeda indexada” e
da criação de duas moedas, apenas separaram-se duas funções da mesma moeda, pois o URV servia
como uma “unidade de conta”.46
A terceira fase do plano consistiu na implementação da nova moeda, que substituiria o Cruzeiro de
acordo com a cotação da URV que, naquele momento, valia CR$ 2.750,00. O governo instituiu que este
valor corresponderia a R$ 1,00 que, por sua vez, foi fixada pelo Banco Central em US$ 1,00, com a
garantia das reservas em dólar acumuladas desde 1993.
No entanto, apesar de amarrar a moeda ao dólar, o Governo não garantiu a conversibilidade das duas
moedas, como ocorreu na Argentina. Dessa forma, o Real conseguiu corresponder de uma forma mais
adequada às turbulências desencadeadas pela crise do México, que começou a se intensificar no final de
1994.
A política de juros altos, que promoveu a entrada de capitais de curto prazo, e a abertura do país aos
produtos estrangeiros, com a queda do Imposto de Importação, foram fundamentais para complementar
a introdução da nova moeda e para combater a inflação e elevar os níveis de emprego.
O sucesso do Plano Real garantiu a Fernando Henrique a vitória nas eleições de 1994 logo no primeiro
turno, contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

O primeiro governo Fernando Henrique

Em seu discurso de posse, o presidente destacou como prioridades a estabilização da nova moeda e
a reversão do quadro de exclusão social dos brasileiros.
Assim como outros países ao redor do mundo (e seus respectivos blocos), o Brasil começava a dar
início ao MERCOSUL.

Mercosul47
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção,
com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção
é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas
pertinentes.
A configuração atual do MERCOSUL encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro Preto,
assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de direito internacional
do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar em nome próprio acordos com terceiros
países, grupos de países e organismos internacionais.
O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o
aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais.
São Estados Associados a Bolívia (em processo de adesão), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003),
a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em 2013.
Com isso, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte,
seja como Associado.
O aperfeiçoamento da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do MERCOSUL. Como passo
importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações para a conformação
do Código Aduaneiro do MERCOSUL.
Na última década, o MERCOSUL demonstrou particular capacidade de aprimoramento institucional.
Entre os inúmeros avanços, vale registrar a criação do Tribunal Permanente de Revisão (2002), do
Parlamento do MERCOSUL (2005), do Instituto Social do MERCOSUL (2007), do Instituto de Políticas
Públicas de Direitos Humanos (2009), bem como a aprovação do Plano Estratégico de Ação Social do
MERCOSUL (2010) e o estabelecimento do cargo de Alto Representante-Geral do MERCOSUL (2010).
Merece especial destaque a criação, em 2005, do Fundo para a Convergência Estrutural do
MERCOSUL - FOCEM, por meio do qual são financiados projetos de convergência estrutural e coesão
social, contribuindo para a mitigação das assimetrias entre os Estados Partes.
Em operação desde 2007, o FOCEM conta hoje com uma carteira de projetos de mais de US$ 1,5
bilhão, com particular benefício para as economias menores do bloco (Paraguai e Uruguai). O fundo tem
contribuído para a melhoria em setores como habitação, transportes, incentivos à microempresa,
biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários.

46
GHIORZI, J. B. Política Monetária dos Governos FHC e LULA. UFSC. http://tcc.bu.ufsc.br/Economia295594
47
Adaptado de: http://www.mercosul.gov.br/index.php/saiba-mais-sobre-o-mercosul

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O Tratado de Assunção permite a adesão dos demais Países Membros da ALADI 48 ao MERCOSUL.
Em 2012, o bloco passou pela primeira ampliação desde sua criação, com o ingresso definitivo da
Venezuela como Estado Parte. No mesmo ano, foi assinado o Protocolo de Adesão da Bolívia ao
MERCOSUL, que, uma vez ratificado pelos congressos dos Estados Partes, fará do país andino o sexto
membro pleno do bloco.
Com a incorporação da Venezuela, o MERCOSUL passou a contar com uma população de 285
milhões de habitantes (70% da população da América do Sul); PIB de US$ 3,2 trilhões (80% do PIB sul-
americano); e território de 12,7 milhões de km² (72% da área da América do Sul). O MERCOSUL passa
a ser, ainda, ator incontornável para o tratamento de duas questões centrais para o futuro da sociedade
global: segurança energética e segurança alimentar. Além da importante produção agrícola dos demais
Estados Partes, passa a ser o quarto produtor mundial de petróleo bruto, depois de Arábia Saudita, Rússia
e Estados Unidos.
Em julho de 2013, a Venezuela recebeu do Uruguai a Presidência Pro Tempore do bloco. A Presidência
Pro Tempore venezuelana reveste-se de significado histórico: trata-se da primeira presidência a ser
desempenhada por Estado Parte não fundador do MERCOSUL.
Na Cúpula de Caracas, realizada em julho de 2014, destaca-se a criação da Reunião de Autoridades
sobre Privacidade e Segurança da Informação e Infraestrutura Tecnológica do MERCOSUL e da Reunião
de Autoridades de Povos Indígenas.
Uma das prioridades da Presidência venezuelana, o foro indígena é responsável por coordenar
discussões, políticas e iniciativas em benefício desses povos. Foram também adotadas, em Caracas, as
Diretrizes da Política de Igualdade de Gênero do MERCOSUL, bem como o Plano de Funcionamento do
Sistema Integrado de Mobilidade do MERCOSUL (SIMERCOSUL).
Criado em 2012, durante a Presidência brasileira, o SIMERCOSUL tem como objetivo aperfeiçoar e
ampliar as iniciativas de mobilidade acadêmica no âmbito do Bloco.
No segundo semestre de 2014, a Argentina assumiu a Presidência Pro Tempore do MERCOSUL.
Entre os principais resultados da Cúpula de Paraná, Argentina, destacam-se: a assinatura de Memorando
de Entendimento de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e o Líbano; a assinatura
de acordo-quadro de Comércio e Cooperação Econômica entre o MERCOSUL e a Tunísia; e a aprovação
do regulamento do Mecanismo de Fortalecimento Produtivo do bloco.
Em 17 de dezembro de 2014, o Brasil recebeu formalmente da Argentina a Presidência Pro Tempore
do MERCOSUL, que foi exercida no primeiro semestre de 2015. No dia 17 de julho de 2015 a Presidência
Pro Tempore foi passada ao Paraguai, que a exercerá por um período de seis meses.

O MERCOSUL na atualidade
O MERCOSUL atravessa um processo acelerado de fortalecimento econômico, comercial e
institucional. Os Estados Partes consolidaram um modelo de integração pragmático, voltado para
resultados concretos no curto prazo. O sentido da integração do MERCOSUL atual é a busca da
prosperidade econômica com democracia, estabilidade política e respeito aos direitos humanos e
liberdades fundamentais.
Os resultados desse novo momento do MERCOSUL já começaram a aparecer. Entre os muitos
avanços recentes, destacam-se:
- aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (2017), que amplia a
segurança jurídica e aprimora o ambiente para atração de novos investimentos na região;
- conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas do MERCOSUL (2017), que cria
oportunidades de negócios para as nossas empresas, amplia o universo de fornecedores dos nossos
órgãos públicos e reduz custos para o governo;
- encaminhamento positivo da grande maioria dos entraves ao comércio intrabloco;
- modernização no tratamento dos regulamentos técnicos;
- apresentação dos projetos brasileiros para Iniciativas Facilitadoras de Comércio e Protocolo de
Coerência Regulatória.
- tratamento do tema de proteção mútua de indicações geográficas entre Estados Partes do
MERCOSUL;
- aprovação do Acordo do MERCOSUL sobre Direito Aplicável em Matéria de Contratos Internacionais
de Consumo (2017), que estabelece critérios para definir o direito aplicável a litígios dos consumidores
em suas relações de consumo.
Ainda há muito avanços necessários para consolidar o Mercado Comum previsto no Tratado de
Assunção, em todos os seus aspectos: a livre circulação de bens, serviços e outros fatores produtivos,

48
Associação Latino Americana de Integração

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incluindo a livre circulação de pessoas; a plena vigência da TEC e de uma política comercial comum; a
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e a convergência das legislações nacionais dos
Estados Partes.
Na área institucional, é fundamental tornar o MERCOSUL mais ágil, moderno e dinâmico. Também há
espaço para avançar na racionalização da estrutura institucional do Bloco, tornando-a mais enxuta,
transparente e eficiente.
Nas área de cidadania e das políticas sociais, as metas estão dadas pelo Estatuto da Cidadania e pelo
PEAS. Entre as prioridades estabelecidas pelo Brasil, destacam-se a facilitação da circulação de pessoas
no MERCOSUL, por meio da modernização e simplificação dos procedimentos migratórios, e a plena
implementação do sistema de mobilidade acadêmica do MERCOSUL.
O Brasil seguirá trabalhando para que o MERCOSUL dê continuidade à concretização de uma agenda
pragmática, tendo sempre em mente os interesses dos cidadãos e empresas do bloco no fortalecimento
da integração econômica e comercial, da democracia e da plena observância dos direitos humanos.

Questões

01. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO) São Membros Plenos ou Estados Partes do Mercosul
(Mercado Comum do Sul), bloco econômico sediado na América do Sul, EXCETO:
(A) Brasil
(B) Argentina
(C) Chile
(D) Uruguai
(E) Paraguai

02. (DEMAE/GO – Técnico em Informática – CS/UFG) Alguns Blocos Econômicos agregam países
de um mesmo continente. No caso da América do Sul, onde foi criado, em 1991, o Mercado Comum do
Sul (Mercosul) pelo Tratado de Assunção, poucos países fazem parte deste Bloco, entre eles:
(A) Equador e Suriname
(B) Argentina e Uruguai
(C) Peru e Guiana Francesa
(D) Colômbia e Guiana

Gabarito

01.C / 02.B

Comentários

01. Resposta: C
O Chile faz parte do grupo MERCOSUL apenas como Estado Associado, assim como a Bolívia,
Colômbia, Peru e Equador.

02. Resposta: B
Os membros fundadores do MERCOSUL são Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, signatários do
Tratado de Assunção de 1991. Todos os outros países que compõem o grupo estão na condição de
Estados Associados.

O segundo governo Fernando Henrique

Em seu segundo mandato, vencido novamente através da disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva,
houveram dificuldades para manter o valor do Real em relação ao Dólar.
A partir de dezembro de 1994 eclodiu a crise cambial mexicana, e a saída de capital especulativo
relacionada à queda da cotação do dólar nos mercados internacionais começou a colocar em xeque a
estabilização da economia nacional e o Plano Real, que dependia em grande parte do capital estrangeiro.
A crise mostrou que a política de contenção da inflação com a valorização das moedas nacionais frente
ao dólar não poderia ser sustentável a longo prazo.
Negando sempre à similaridade entre o Brasil, o México e a Argentina, o governo passou a desacelerar
a atividade econômica e a frear a abertura internacional com a elevação da taxa de juros, aumento das
restrições às importações e estímulos à exportação. Com a necessidade de opor a situação econômica

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brasileira à mexicana, como um sinal ao capital especulativo, o governo quis mostrar que corrigiria a
trajetória de sua balança comercial, atingindo saldo positivo.
Após a retomada do crescimento entre abril de 1996 e junho de 1997, a crise dos Tigres Asiáticos49,
que começou com a desvalorização da moeda da Tailândia, se alastrou para Indonésia, Malásia, Filipinas
e Hong Kong e acabou por atingir Nova York e os mercados financeiros mundiais.
A crise obrigou o governo a elevar novamente as taxas de juros e decretar um novo ajuste fiscal.
Novamente a fuga de capitais voltou a assolar a economia brasileira e o Plano Real.
A consequência foi a demissão de 33 mil funcionários públicos não estáveis da União, suspensão do
reajuste salarial do funcionalismo público, redução em 15% dos gastos em atividades e corte de 6% no
valor dos projetos de investimento para 1998, o que resultou em uma diminuição de 0,12% do PIB naquele
ano.
A crise se intensificou em agosto com o aumento da instabilidade financeira na Rússia, com a
desvalorização do Rublo (moeda russa) e a decretação da moratória por parte do governo.
A resposta brasileira foi a mesma de sempre, a elevação da taxa de juros básica cresceu até 49% e
um novo pacote fiscal surgiu no período de 1999/2001. No entanto, diferentemente das outras duas crises,
o governo recorreu ao FMI (Fundo Monetário Internacional) em dezembro de 1998, com quem obteve
cerca de US$ 41,5 bilhões, comprometendo-se a: manter o mesmo regime cambial, acelerar as
privatizações e as reformas liberais, realizar o pacote fiscal e assumir metas com relação ao superávit
primário. O que gradativamente desvalorizou o Real.

O fim da âncora cambial


Nos primeiros dias do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, em janeiro de 1999, a
repercussão da crise cambial russa chegou ao seu limite no Brasil. As elevadas taxas de juros
começavam a perder força como ferramenta de manutenção do capital externo na economia brasileira e
um novo déficit recorde na conta de transações correntes obrigou o governo a mudar a banda cambial,
que foi ampliada para R$ 1,32.
Logo no primeiro dia, o Real atingiu o limite máximo da banda, sendo desvalorizado em 8,2%, o que
influenciou na queda do valor dos títulos brasileiros no exterior e das bolsas de valores do mundo todo.
O Banco Central tentou defender o valor da moeda vendendo dólares, mas a saída de capitais continuou
ameaçando se aproximar do limite de 20 bilhões, que foi acordado com o FMI no ano anterior. Nesse
momento, o governo não teve outra escolha senão deixar o câmbio flutuar livremente, alcançando a
cotação de R$ 1,98 em relação ao Dólar em 13 dias.
Os índices de desemprego atingiram um alto nível, alcançando 7,6 milhões de pessoas em 1999,
número três vezes maior que os 2 milhões do final da década de 1980. Apenas a Federação Russa, com
9,1 milhões e a Índia com 40 milhões possuíam taxas de desemprego maiores do que as do Brasil.
No plano político, foi aprovada em 2000 a Lei de Responsabilidade Fiscal, com o objetivo de controlar
os gastos do poder público e de restringir as dívidas deixadas por prefeitos e governadores a seus
sucessores.

O governo Lula

Pouco antes de encerrar seu primeiro mandato, Fernando Henrique aprovou uma emenda que alterou
a constituição, permitindo a reeleição por mais um mandato. Com o fim de seu segundo mandato em
2002, José Serra, que foi ministro da saúde e um dos fundadores do PSDB foi apoiado por Fernando
Henrique para a sucessão.
Do lado da oposição, Lula concorreu à presidência pela quarta vez, conseguindo levar a disputa para
o segundo turno com o candidato tucano, quando obteve 61% dos votos válidos. A vitória de Lula foi
atribuída ao desejo de mudança na distribuição de riquezas, entre diversos grupos sociais.
Em seus dois mandatos, de 2003 a 2010, não foram adotadas medidas grandiosas, com o presidente
buscando ganhar progressivamente a confiança de agentes econômicos nacionais e internacionais. Foi
mantida a política econômica do governo FHC, com a busca pelo combate da inflação por meio de altas
taxas de juros e estímulos à exportação. Em 2005 foi saldada a dívida com o FMI.
Como resultado da política econômica, em julho de 2008 a dívida externa total do país era de US$ 205
bilhões, e o país possuía reservas internacionais acima dos US$ 200 bilhões. As exportações bateram
recordes sucessivos durante o governo Lula, com ampliação do saldo positivo da balança comercial.
No plano social, o projeto de maior repercussão e sucesso foi o Bolsa-Família, baseado na
transferência direta de recursos para famílias de baixa ou nenhuma renda. Em janeiro de 2009 o programa

49
Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan (República da China) e Hong Kong (região administrativa da República Popular da China).

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já contava com mais de 10 milhões de famílias atendidas, recebendo uma remuneração que variava de
R$ 20,00 a R$ 182,00. Para utilizar o programa, era exigência a frequência escolar e vacinação das
crianças. O programa teve como efeito a melhoria alimentar e nutricional das famílias mais pobres, além
de uma leve diminuição nas desigualdades sociais.
Em seu segundo mandato, destacou-se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O Mensalão
Em 2005, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ) denunciou no jornal Folha de São Paulo o
esquema de compra de votos conhecido como Mensalão.
No Mensalão deputados da base aliada do PT recebiam uma “mesada” de R$ 30 mil para votarem de
acordo com os interesses do partido. Entre os parlamentares envolvidos no esquema estariam membros
do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro)
e do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
Entre os nomes mais citados do esquema estão: José Dirceu, que na época era ministro da Casa Civil
e foi apontado como chefe do esquema, Delúbio Soares era Tesoureiro do PT e foi acusado de efetuar
os pagamentos aos participantes e Marcos Valério, que era publicitário e foi acusado de arrecadar o
dinheiro para os pagamentos.
Outras figuras de destaque no governo e no PT também foram apontadas como participantes do
mensalão, tais como: José Genoíno (presidente do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo
Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados e ex-Ministro das Comunicações), Luiz Gushiken (Ministro
dos Transportes), Anderson Adauto, e até mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Governo Dilma Rousseff50

Primeira mulher presidente


As viagens internacionais e os encontros com chefes de Estado marcaram os primeiros meses do
governo Dilma em razão do ineditismo de o Brasil ser representado por uma presidente mulher. Entre as
visitas mais importantes está a do presidente dos EUA, Barack Obama, ao Brasil, em março de 2011.
Em setembro, ela foi a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU.
Em sua fala, disse que era a "voz da democracia" e defendeu a criação do Estado Palestino.
No roteiro de viagens de Dilma, além de países da América do Sul, estiveram França, África, Bélgica,
Grécia e Turquia.

Troca de ministros e 'faxina ética'


Antes de completar um ano de governo, Dilma viu sete ministros caírem, seis deles por acusações de
corrupção. Em dezembro de 2010, o recém-indicado ministro do Turismo, Pedro Novais, foi o primeiro
integrante do governo a ser acusado, antes mesmo da posse. Denunciado por irregularidades cometidas
quando era deputado, acabou deixando a pasta em setembro de 2011.
O primeiro ministro a sair, no entanto, foi Antonio Palocci, que deixou a Casa Civil em 8 de junho do
mesmo ano, um dia após as acusações contra ele terem sido arquivadas pelo procurador-geral da
República, Roberto Gurgel. Palocci era suspeito de enriquecimento ilícito, porque teria multiplicado seu
patrimônio em 20 vezes nos quatro anos anteriores. A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) assumiu a pasta.
Os ministros Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Wagner Rossi (Agricultura),
Orlando Silva (Esportes) e Carlos Lupi (Trabalho) completaram a lista de baixas.
A forma enérgica como Dilma lidou com esses episódios fez com que parte da população passasse a
vê-la como a grande responsável pela "faxina ética" contra a corrupção.
Isso se refletiu na aprovação de 59% da população - o maior índice para o primeiro mandato de um
presidente desde a redemocratização, maior até que a popularidade de Lula nos primeiros quatro anos
na presidência, que foi de 52%.

Lava Jato e Pasadena


Deflagrada em março de 2014, a operação Lava Jato começou a investigar um grande esquema de
lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras e políticos.
Uma das primeiras prisões, também em março, foi a do doleiro Alberto Youssef. Dias depois, houve a
prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. Costa era investigado pelo
Ministério Público Federal por supostas irregularidades na compra pela Petrobras da refinaria de
Pasadena, no Texas, em 2006.
50
BBC BRASIL. De aprovação recorde ao impeachment: relembre os principais momentos do Governo Dilma. BBC Brasil. http://www.bbc.com/portuguese/brasil-
37207258

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Indícios de que a compra da refinaria teria sido desastrosa para a estatal - em uma época em que
Dilma ainda era ministra de Minas e Energia do governo Lula e presidente do Conselho Administrativo da
empresa - levaram ao pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Duas CPIs
acabaram sendo criadas: uma exclusiva do Senado e uma mista.
Depois de meses de investigação, a CPI mista aprovou o relatório do deputado Marco Maia (PT-RS),
que pedia o indiciamento de 52 pessoas e reconhecia prejuízo de US$ 561,5 milhões (R$ 1,9 bilhão) à
época, na compra da refinaria.
Costa e Youssef assinaram com o Ministério Público Federal acordos de delação premiada para
explicar detalhes do esquema e receber, em contrapartida, alívio de penas.
Em novembro de 2014, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Lava Jato, que envolveu buscas
em grandes empreiteiras como Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e outras sete companhias.

Economia em desaceleração
No primeiro ano do governo Dilma a economia já dava sinais de desaceleração, depois de o PIB
brasileiro ter crescido 7,5% em 2010, o maior avanço desde 1986. Em 2011, o PIB cresceu 2,7%, bem
menos que os 5,5% projetados.
O ponto positivo ficou por conta do emprego formal, que se mantinha em alta e apenas 5% da
população economicamente ativa estava desempregada. No entanto, à medida que o primeiro mandato
avançava, a economia apresentava mais resultados preocupantes.
Em 2012, ela cresceu 0,9%, o pior desempenho desde 2009. No ano seguinte, se recuperou
impulsionada pela alta de investimentos - o governo fez várias linhas de financiamento - e a alta do PIB
foi de 2,3%.
Para enfrentar a desaceleração, o governo apelou para medidas de desoneração, tanto para o setor
produtivo quanto para os consumidores. Pacotes de estímulos fiscais e financeiros também foram
lançados contra os gargalos de infraestrutura, como nas estradas e portos.
Segundo cálculos feitos por auditores da Receita Federal para a Folha de S. Paulo, as desonerações
concedidas pelo governo desde 2011 somariam estimados R$ 458 bilhões em 2018, quando deveria
terminar o segundo mandato de Dilma.
A redução de impostos começou no governo Lula, como forma de estimular o crescimento do país. No
entanto, passou a ser mais intensa quando Dilma foi eleita e avançou fortemente no primeiro ano de
mandato.
As desonerações aumentaram a dívida bruta do país. Em 2014, o setor público gastou R$ 32,5 bilhões
a mais do que arrecadou com tributos — o equivalente a 0,63% do PIB, o primeiro déficit desde 2002.

Pedaladas fiscais
Em 2013 começaram a ocorrer as chamadas pedaladas fiscais, nome dado à prática do Tesouro
Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para os bancos públicos, privados e
autarquias, como o INSS.
O objetivo era melhorar artificialmente as contas federais. Ao deixar de transferir o dinheiro, o governo
apresentava todos os meses despesas menores do que elas deveriam ser na prática.

Segundo Governo Dilma

Eleições de 2014
A campanha presidencial foi marcada pela disputa acirrada por votos e pela morte do candidato do
PSB, Eduardo Campos, que estava em terceiro lugar nas pesquisas e era considerado uma via alternativa
à oposição PT-PSDB. Marina Silva, substituta de Campos, logo saiu do páreo. Dilma foi reeleita com
51,64% dos votos válidos.

Popularidade abalada
A popularidade da presidente se inverteu no segundo mandato, com os efeitos da situação econômica
e da crise de governabilidade. Nos primeiros três meses de 2016, pesquisa CNI-Ibope (Confederação
Nacional da Indústria) apontou que somente 24% dos entrevistados diziam confiar em Dilma, o pior
resultado desde o início do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1999.

Ajuste fiscal e desemprego


No primeiro mandato, sinais de que a meta do superávit primário (economia para pagar os juros da
dívida) não seria cumprida levaram o governo a adotar, no primeiro mandato, um ajuste fiscal voltado à
redução de gastos públicos.

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. 50
Em 2015, encabeçado pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o ajuste voltou a fazer parte da
agenda econômica do governo, mas para recompor as receitas. A nova prioridade da política econômica
era reequilibrar as contas públicas.
Para isso, Levy lançou medidas que ficaram conhecidas como "pacote de maldades", com o objetivo
de aumentar a arrecadação federal e retomar o crescimento da economia, entre elas, medidas provisórias
que alteraram o acesso a direitos previdenciários como seguro-desemprego e pensão por morte. Logo
nos primeiros meses, houve também ajustes nos preços dos combustíveis e da eletricidade para
aumentar a arrecadação.
No entanto, muitos economistas consideram que o corte necessário de gastos não veio, assim como
o aumento de impostos, o que foi agravado pela crescente dificuldade do governo de dialogar com o
Congresso.
Em 2015, o PIB caiu 3,8%. Tarifas de ônibus e energia elétrica, além de impostos e taxas, como IPVA
e IPTU, estiveram por trás da alta da inflação, que bateu 7% nos primeiros meses do ano.
Com a economia em crise, o mercado de trabalho passou por dificuldades, com reflexos sobre o
emprego e formalização do trabalho.
A taxa de desemprego do país cresceu para 8,5% na média no ano passado, conforme divulgação do
IBGE. Esse resultado é o maior já medido pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), iniciada em 2012. Em 2014, a média foi de 6,8%.
Depois de uma sequência de derrotas em sua batalha para promover o ajuste, inclusive a perda do
grau de investimento do país, Levy deixou o governo em dezembro de 2015.

Lava Jato
As fases da operação Lava Jato monopolizaram as manchetes dos jornais desde 2014. Entre os
momentos mais importantes estão a prisão dos presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da
Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo.
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por
corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele teria recebido cerca de R$ 4,26
milhões em propinas envolvendo contratos da Petrobras. O então senador e líder do governo no Senado
Delcídio do Amaral (ex-PT) foi preso sob acusação de tentar obstruir as investigações da Lava Jato, foi o
primeiro caso no Brasil de prisão de senador no exercício do cargo.

Protestos "Fora Dilma"


Em um cenário de crise econômica e ajustes fiscais, a reprovação do governo Dilma chegou a 62%
em 2015, de acordo com o Datafolha, e levou milhares às ruas das principais cidades do país. As
principais bandeiras dos manifestantes eram o combate a corrupção e a saída de Dilma e do PT do
governo. Muitos elogiavam a atuação do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato.
Realizada após novos protestos nas ruas, pesquisa do Datafolha indicou que o segundo mandato da
petista já alcançou a mais alta taxa de rejeição de um presidente desde setembro de 1992, pouco antes
do impeachment de Fernando Collor.

Saída do PMDB e isolamento


A saída do PMDB, partido do vice-presidente, Michel Temer, da base aliada concretizou o isolamento
da presidente no Congresso. O afastamento da presidente dos parlamentares se agravou com a marcha
do processo de impeachment e o convite feito a Lula para ocupar a Casa Civil.
A tentativa de trazer Lula para construir pontes com os partidos enfrentou forte resistência e levou
milhares de manifestantes às ruas, além de afastar possibilidades de novas alianças.

Impeachment
Em dezembro de 2015, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autorizou o pedido para a abertura
do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele deu andamento ao requerimento formulado pelos
juristas Hélio Bicudo, fundador do PT, Janaina Paschoal e Miguel Reale Júnior. Os juristas atacaram as
chamadas "pedaladas fiscais", prática atribuída ao governo de atrasar repasses a bancos públicos a fim
de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária.
Em abril, a Câmara aprovou a Comissão Especial do Impeachment. Por 38 votos a 27, a comissão
aprovou no dia 11 de abril o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável à abertura do processo
de afastamento da presidente. O afastamento da presidente também passou pelo plenário da Câmara,
por 367 votos a favor e 137 contra.

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O processo seguiu para o Senado. No dia 6 de maio, a Comissão Especial do Impeachment da Casa
aprovou por 15 votos a 5, o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à abertura de um
processo contra Dilma.
Em seguida, o plenário decidiu por 55 votos a 20 que a petista seria processada e, assim, afastada
temporariamente do cargo para o julgamento. Ela deixou o cargo em 12 de maio. Em seu primeiro
discurso na nova condição, Dilma Rousseff afirmou que o processo de impeachment era "fraudulento" e
um "verdadeiro golpe".

Posse de temer

Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da
República. Na primeira reunião ministerial do governo, Temer destacou que agora a cobrança sobre o
governo seria "muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você,
que está contra a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma.

Repercussão e manifestações
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. A Avenida
Paulista, se tornou um exemplo da divergência de opiniões entre os manifestantes. Um grupo protestava
contra o impeachment, enquanto outro comemorava seu desfecho.

Repercussão internacional
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín”
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das
previsões de que seu afastamento seria concretizado.

E como fica agora?51


O rito da destituição de Dilma foi consumado e o Partido dos Trabalhadores (PT), que a sustentava,
passa à oposição depois de 13 anos no poder. Porém o Senado manteve os direitos políticos de Dilma,
o que lhe permitirá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública.
A saída da presidente era desejada, segundo as pesquisas, por 61% dos brasileiros, o que não impede
que tenha sido uma comoção nacional.
Atualmente o presidente Temer está afundado em denúncias e escândalos e também sofre grande
pressão para deixar o cargo.

Questões

01. (IF/AL- CEFET) O Brasil, a partir do processo de redemocratização (1985), definiu-se por medidas
econômicas que foram significativamente adotadas. Podemos afirmar que entre as medidas citadas
consta:
(A) Processo de privatização em ramos da economia, como comunicação e mineração.
(B) Prioridade na ampliação do comércio internacional com os países africanos e asiáticos.
(C) Proteção da indústria nacional, por meio do aumento de tarifas alfandegárias de importações.
(D) Retirada da prioridade para exportações dos produtos agrícolas nacionais.
(E) Um intenso programa de reforma agrária no país, inclusive sem indenizações das terras
desapropriadas.

02. (CESGRANRIO) Nas cidades gregas da Antiguidade, a democracia limitava-se à minoria da


população. Os escravos e as mulheres não tinham direitos políticos. Além disso, só aqueles que nasciam
na cidade de Atenas podiam ser cidadãos.
De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, quem NÃO pode votar no Brasil atualmente são os
(A) maiores de 70 anos.
(B) maiores de dezesseis anos.
(C) estrangeiros naturalizados.
(D) analfabetos.
(E) que estão cumprindo o serviço militar obrigatório.

51
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html

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03. (MPE/SP – VUNESP) Com o fim da ditadura e o restabelecimento da normalidade democrática, a
escolha do Presidente da República passou a ocorrer por meio do voto popular, exigindo que os
candidatos expusessem suas propostas e o histórico de sua atuação política. Nos anos 1980 e 1990,
respectivamente, o Brasil conheceu um candidato popularmente chamado de “O caçador de marajás” e
outro que, enquanto foi Ministro da Fazenda, ganhou notoriedade pela implantação do Plano Real,
responsável pela estabilização da economia nacional. Esses presidentes foram, respectivamente,
(A) Fernando Collor de Mello e Tancredo Neves.
(B) José Sarney e Fernando Henrique Cardoso.
(C) Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.
(D) Tancredo Neves e Itamar Franco.
(E) Itamar Franco e Luiz Inácio Lula da Silva.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.C

Comentários

01. Resposta: A
Entre as medidas tomadas para garantir o funcionamento da economia brasileira estiveram os
programas de privatização de algumas empresas estatais, como a Vale do Rio Doce, por exemplo.

02. Resposta: E
Os menores de 16 anos, os conscritos (o jovem prestando serviço militar obrigatório), e os presos com
sentença transitada em julgado que estejam cumprindo suas penas privativas de liberdade não podem
votar. A razão para isso é que todos eles seriam facilmente manipuláveis pelos pais, pelo comandante do
quartel ou pelo diretor do presídio.

03. Resposta: C
Collor, durante a campanha presidencial, apresentou-se como caçador de marajás, termo referente
aos corruptos que beneficiavam-se do dinheiro público. Seus discursos possuíam forte influência do
populismo, principalmente do Peronismo argentino, dizendo-se representante dos descamisados
(população mais pobre).
O sucesso do Plano Real garantiu a Fernando Henrique a vitória nas eleições de 1994 logo no primeiro
turno, contra o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Aspectos Geográficos do Brasil

REGIÕES BRASILEIRAS

O que é região?

Provavelmente, você já ouviu alguém referir-se a algum lugar como região. Esse termo aparece
bastante em nosso cotidiano.
Para a Geografia, região é um conceito muito importante e que vem sendo debatido há muitos anos.
Podemos entender região como uma área de determinado território onde se localizam lugares com
características semelhantes, levando em consideração a combinação entre elementos naturais, a
economia e aspectos sociais.
Abaixo seguem as 5 regiões brasileiras e seus principais aspectos:

Região Nordeste

O Nordeste apresenta pontos de elevado dinamismo econômico, tanto no campo quanto nas cidades.
Porém, a elevada concentração fundiária e a persistência de graves problemas sociais representam um
entrave ao desenvolvimento regional.

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Obstáculos e perspectivas

Apesar de não se destacar em grande parte dos indicadores econômicos e sociais, a Região Nordeste
passa por um processo de integração econômica com as outras regiões do país e com o mundo,
apresentando alternativas para o desenvolvimento em diferente setores.

Se comparados o índice de desenvolvimento humano do Brasil com o dos estados do Nordeste,


observamos que todos eles, apresentam IDH menor que a média nacional, o que evidencia a defasagem
social dessa região em relação ao Brasil.
Entre os estados nordestinos, a Bahia conta com a maior participação no PIB brasileiro. Sua economia
é diversificada e produz riqueza com atividades da agropecuária, da indústria e de serviços.

Ocupação territorial
A ocupação do Nordeste ocorreu paralelamente à implantação de atividades econômicas, como a
produção de cana-de-açúcar nas áreas litorâneas e, posteriormente, a agricultura de subsistência no
Agreste e a pecuária do Sertão.

A Região Nordeste é formada por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Alagoas, Sergipe e Bahia.
Com área de 1.554.257 km², equivalente a 18,25% do país, concentrava, em 2011, 27,77 da população
brasileira, ou seja, 54.226.000 habitantes à época.
Durante os séculos XVI e XVII, a produção de açúcar para exportação sustentou a economia colonial,
baseada no latifúndio monocultor e no sistema escravista. A cana-de-açúcar desenvolveu-se bem nos
solos de massapé presentes no litoral dos atuais estados de Pernambuco e Bahia.
Entre as atividades complementares implementadas na América portuguesa estavam os cultivos de
subsistência e a pecuária. A criação de gado, inicialmente feita na Zona da Mata (litoral), foi empurrada
para o interior (Sertão) de Pernambuco, para o Vale do Rio São Francisco e para os estados do Piauí, do
Ceará e do Maranhão, promovendo a ocupação efetiva dessas áreas.
Nos séculos XVIII e XIX, a descoberta de minerais preciosos no interior do país e a transferência da
capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), entre outros fatores, acentuaram o declínio da produção
de açúcar e aumentaram os problemas econômicos e sociais da região.
As grandes propriedades rurais sempre foram controladas por latifundiários ou coronéis, como ficaram
conhecidos os grandes fazendeiros nordestinos. Ainda no século XX, a débil economia regional sob o
domínio do coronelismo acentuou a extrema pobreza da população nordestina, em especial a do
sertanejo, habitante das vastas áreas de caatinga. Para a maioria dessa população, castigada pelo
precário desenvolvimento econômico, não restou outra opção senão migrar para outras regiões do país.

O Nordeste atual: economia, recursos naturais e população


A implantação de polos industriais e de agricultura modernizada vem transformando a economia
nordestina. Porém, apesar dos avanços econômicos, o Nordeste ainda figura abaixo da média nacional
no que diz respeito ao desenvolvimento humano e à qualidade de vida.
A economia nordestina mostrou-se mais dinâmica desde as últimas décadas do século XX. Entre as
razões desse dinamismo estão o desenvolvimento industrial e o avanço dos setores agrário e de serviços.
Com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, o setor
secundário ou industrial do Nordeste recebeu a maior parte dos investimentos. Como consequência,
houve a montagem de importantes e modernos centros industriais. No entanto, apenas uma parcela muito
reduzida da população nordestina foi beneficiada, já que as indústrias se concentraram principalmente
em três estados (Bahia, Pernambuco e Ceará), particularmente nas capitais, com destaque para as de
transformação e de confecções.
Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os governos estaduais da
Região Nordeste têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como incentivos fiscais visando
atrair indústrias para seus territórios. Entretanto, a implantação de uma indústria, em geral bastante
automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase sempre mais qualificados, além de contribuir com
impostos reduzidos. Assim, apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam
sendo as mais beneficiadas.
Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas cultivadas na Zona da Mata;
a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e Pernambuco, e o cacau, no sul da Bahia.

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No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana, soja, mandioca, arroz) e do extrativismo
vegetal (babaçu, carnaúba), têm crescido as plantações de soja no sul dos estados do Maranhão e do
Piauí – cultivo que se estende até o sertão, chegando ao oeste da Bahia.
No Sertão, caracterizado pelo clima semiárido, solos pedregosos e vegetação de caatinga, subsiste a
agricultura tradicional cultivada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão,
mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas.
A fruticultura irrigada do Nordeste adquire cada vez mais importância não apenas no mercado
interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no Vale do Rio São Francisco (uva, manga), no
Vale do Rio Açu no Rio Grande do Norte (melão, manga) e no Sertão do Ceará (acerola, melão). A maior
região produtora de melão no país localiza-se no polo Açu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, e o polo
Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e
pinha.
Mão de obra barata e disponível, preços atrativos das terras e a localização da Região Nordeste em
relação à Europa e aos Estados Unidos (reduzindo o tempo e o custo de transporte) conferem vantagens
à fruticultura na região. O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção
integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram
essenciais para o crescimento da atividade.
Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e
burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois),
tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do
Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão.
A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada
no Agreste.
No Agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em
médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na
fronteira com a Zona da Mata.
O turismo desenvolvido a partir das potencialidades naturais é outra atividade econômica de grande
importância para a região.

Turismo garante expansão regional:


“No ranking das dez cidades mais visitadas do Brasil por estrangeiros em 2008, o Nordeste emplacou
três capitais. Salvador, Recife e Fortaleza ocuparam o terceiro, o sexto e sétimo postos, respectivamente,
na escolha dos visitantes internacionais. À sua maneira, com sol, praias e características culturais
diferenciadas, a região contribuiu para que o país se tornasse o sétimo maior destino mundial dos turistas
estrangeiros no ano de 2012 – e o mais movimentado ponto de desembarque de visitantes com origem
na América Latina, desbancando o México. [...] A multiplicação dos voos regulares entre capitais como
Salvador e Recife – no ano 2000 havia apenas uma linha regular – e diferentes pontos da Europa e dos
Estados Unidos contribuiu de maneira decisiva para o incremento do fluxo de turistas estrangeiros. Os
desembarques internacionais na região cresceram 11,9% em 2008 em relação ao ano anterior. O maior
volume de chegadas de estrangeiros teve um reflexo direto na elevação das taxas de emprego no setor
de turismo na região, com um aumento de 5,7% no mesmo período”. (ROCHA, M.; DAMIANI, M. Turismo garante expansão
regional. O Estado de São Paulo, São Paulo, 10 dezembro 2009).

O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande
concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha (Distrito Estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os
eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as
festas juninas (Caruaru, Campina Grande, etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas,
cerâmicas) da região.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU,
instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para
as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da
Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e de Salvador (BA), com o
Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara
(PI).
Em relação aos recursos naturais, o Rio Grande do Norte se sobressai como o maior produtos de sal
marinho do país. Destacam-se também o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio
Grande do Norte e na Bahia.

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Indicadores sociais e urbanização:
A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida mais baixos do país. Problemas
sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, grande
concentração de renda e terras também alcançaram números que superam os de outras regiões.
Em 2009, 6,8% das crianças de 7 a 14 anos de idade não sabiam ler e escrever no país. No Nordeste,
esse percentual chegava a 11,8%. A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de
idade, naquele mesmo ano, era mais baixa no Nordeste, de 6,3 anos, enquanto no Sudeste chegava a
8,2 anos. Cerca de 36,3% dos núcleos familiares nordestinos tinham rendimento de até meio salário
mínimo per capita, contra apenas 12,2% no Sudeste.
De povoamento antigo, a Zona da Mata continua sendo a sub-região mais importante do Nordeste,
concentrando seis capitais e a maior parte da população. Salvador e Recife são as principais cidades,
destacando-se ainda como áreas industriais.

As sub-regiões geoeconômicas
Considerando os aspectos econômicos, é possível identificar sete sub-regiões no Nordeste brasileiro.
Em cada uma delas, existem polos de intensa modernização, que convivem com as atividades
econômicas tradicionais:

Litoral - concentra cerca da metade da maior parte da população e abriga os três maiores polos
urbano-industriais nordestinos: Salvador, Recife e Fortaleza. Na Grande Salvador, o destaque é o Polo
Petroquímico de Camaçari, principal complexo industrial do Nordeste, que integra o refino de petróleo, a
petroquímica básica e intermediária e a produção de resinas. A Grande Recife, por sua vez, abriga o
Porto Digital, principal polo tecnológico do Nordeste, e o Complexo Industrial-Portuário de Suape,
instalado na década de 1970, com cerca de 100 empresas e no qual se encontram em implantação uma
refinaria de petróleo, uma siderúrgica e um grande estaleiro. Em Fortaleza, destacam-se as indústrias
intensivas em mão de obra, tais como a têxtil e a de calçados, e o Complexo Industrial e Portuário do
Pecém, inaugurado em 2002 e concebido para receber indústrias de base tais como a Companhia
Siderúrgica do Pecém, um consórcio entre a brasileira Vale e duas empresas coreanas, em implantação.

Pré-Amazônia - inserida apenas no Maranhão, essa região geoeconômica apresenta predomínio de


atividades agrícolas tradicionais, marcadas pela baixa produtividade. Entretanto, nos últimos anos, a
região vem registrando aumento da área dedicada ao cultivo de grãos, em especial soja e milho, bem
como uma intensa atividade de exploração madeireira.

Parnaíba - abriga o polo de Teresina, maior aglomeração industrial interiorizada do Nordeste, com
destaque para as indústrias têxtil, de alimentos, de cerâmica e madeireira.

Sertão - embora haja a predominância da pecuária e da agricultura tradicionais, abriga polos industriais
modernos, tais como o setor calçadista em Sobral e Crato, no Sertão cearense, e o polo gesseiro do
Araripe, no Sertão pernambucano.

Agreste - o dinamismo econômico da sub-região vem crescendo com a implantação de indústrias


têxteis, de calçados e de confecções, especialmente em Campina Grande (PB), Caruaru (PE) e Feira de
Santana (BA), e pelo aumento da produtividade das bacias leiteiras, instaladas em Pernambuco e
Alagoas.

São Francisco - destaque para as práticas de fruticultura irrigada, especialmente nos polos geminados
de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

Cerrado - sub-região de intenso crescimento econômico, devido à implantação da agroindústria da


soja, do milho e do algodão. Alguns de seus centros urbanos, tais como Barreiras (BA), Luis Eduardo
Magalhães (BA) e Balsas (MA), vêm apresentando grande crescimento econômico, graças à instalação
de modernas indústrias de beneficiamento, produzindo principalmente óleo e farelo. A maior parte da
produção destina-se à exportação e é escoada pelas ferrovias Norte-Sul e Carajás até o porto de Itaqui
(MA).

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Nordeste: sub-regiões geoeconômicas

Região Sudeste

Grande parte do território da Região Sudeste é dominada por formações planálticas, com destaque
para os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, constituídos pelos cinturões orogênicos, e
os Planaltos da Bacia Sedimentar no Paraná.
O soerguimento da Placa Tectônica Sul-Americana, entre o final do Período Cretáceo e o início do
Paleógeno, movimentou antigas linhas de falha e provocou a formação de escarpas acentuadas com
elevadas altitudes, como as da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar. Assim, com exceção dos picos
do Maciço das Guianas, no extremo norte do país, é no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
que se encontram os pontos mais altos do Brasil. Em 2004, o IBGE, em parceria com o Instituto Militar de
Engenharia (IME), revisou as altitudes desses pontos, utilizando recursos mais modernos de sistema de
navegação e posicionamento por satélites.
A Serra do Espinhaço corta Minas Gerais desde as proximidades de Belo Horizonte até o Vale do
Rio São Francisco, podendo ser subdividida em dois compartimentos de planaltos: o planalto meridional
e o planalto setentrional, ricos em minérios (ferro, bauxita, ouro). Em 2005, a Unesco reconheceu esse
conjunto de planaltos da Serra do Espinhaço como Reserva da Biosfera, pela diversidade ambienta e
histórica do local. Além de integrar pontos culturais importantes como Congonhas, Ouro Preto e
Diamantina, é o divisor de águas entre as bacias hidrográficas do São Francisco, Doce e Jequitinhonha,
e apresenta a biodiversidade florística mas risca dos campos rupestres do planeta.
A superfície do Planalto Atlântico foi bastante desgastada pelos processos erosivos, formando um
relevo dominante de morros com topos convexos, denominados mares de morros. Entre os Planaltos e
as Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná e o Planalto Atlântico, encontram-se as depressões
periféricas, superfícies bastante erodidas entre o Paleógeno e o Quaternário (há cerca de 70 milhões de
anos). Nesses compartimentos do relevo da Região Sudeste, os terrenos apresentam altitudes menores,
sendo delimitados pelos Planaltos Sedimentares da Bacia do Paraná por escarpas denominadas frentes
de cuestas.
Do norte do Espírito Santo ao sul do Estado de São Paulo, há um conjunto diversificado de ambientes
costeiros. Nesse trecho do litoral brasileiro, de formação cenozoica, existem inúmeras restingas, baías
e ilhas costeiras. Entre as primeiras, destacam-se as de Marambaia e Cabo Frio, ambas localizadas no
litoral do Rio de Janeiro. Entre as baías, as mais conhecidas são as de Guanabara (RJ), Parati (RJ),
Vitória (ES), Angra dos Reis (RJ) e Santos (SP).
O clima tropical predomina na Região Sudeste. No oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e na
porção centro-norte de Minas Gerais, o padrão climático tropical apresenta duas estações bem
demarcadas, com o verão muito chuvoso e o inverno seco. Na faixa litorânea, o volume e a frequência
das chuvas são maiores. Ao contrário, no norte de Minas Gerais, as chuvas são escassas e irregulares.

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O clima tropical de altitude abrange as regiões serranas de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas
Gerais. Por fim, o clima subtropical ocorre no extremo meridional do território paulista, ao sul do Trópico
de Capricórnio.
Originalmente, a mata tropical era a cobertura de vegetação dominante no Sudeste, refletindo o
padrão climático regional. Na depressão periférica e nas regiões mineiras com a estação seca mais
acentuada, predominavam os cerrados. Tanto a Mata Atlântica como o Cerrado foram amplamente
devastados no processo de formação territorial da Região Sudeste.

População e dinâmica espacial:


O Sudeste é a região mais populosa do Brasil. Em 2011, contava com mais de 82 milhões de
habitantes, o que representava 42% do total da população brasileira. No entanto, esse contingente
populacional está desigualmente distribuído pelo território. São Paulo concentrava 41,3 milhões, Minas
Gerais, 19,6 milhões e o Rio de Janeiro, quase 16 milhões de pessoas. Entre esses estados mais
populosos, o Rio de Janeiro possuía a maior densidade demográfica (365,23 hab./km²), seguido por São
Paulo (166,25 hab./km²). Ainda que a densidade demográfica média, na época, era de apenas 86,92
habitantes por km², as regiões litorâneas são mais densamente povoadas, podendo atingir 10 mil
habitantes por km² nas maiores cidades.
A partir de 1940, São Paulo tornou-se o estado mais povoado do Brasil. Esse crescimento foi povoado
pelos fluxos internos de migrantes em busca de trabalho, sobretudo do Nordeste. Na década de 1970,
os migrantes foram responsáveis por mais de 40% do crescimento demográfico do estado.
Além disso, houve também grande mobilidade populacional entre os estados da própria região. Entre
2005 e 2010, mais de 500 mil pessoas de Minas Gerais se deslocaram em direção a São Paulo, um
contingente superior aos migrantes da Bahia, que representaram 21% dos fluxos de chegada, cerca de
230 mil pessoas. Apesar do registro de fluxos de regresso de São Paulo para os estados de origem, entre
2005 e 2010 São Paulo registrou saldo migratório positivo, indicando que o território paulista ainda exerce
atração da população migrante. Nesse intervalo, São Paulo foi o Estado que recebeu o maior número de
migrantes (1,1 milhão), seguido do Rio de Janeiro (270 mil). Entretanto, a participação no componente
migratório no crescimento da população do estado vem perdendo intensidade desde a década de 2000.
Entre as regiões brasileiras, a Sudeste foi a primeira a se tornar majoritariamente urbana e é também
a que apresenta a maior taxa de urbanização. Enquanto o cruzamento das curvas de crescimento das
populações rural e urbana no Brasil ocorreu na década de 1960, essa reversão de proporcionalidade no
Sudeste ocorreu já nos anos 1950.

Região Norte

Desafios estratégicos

O desenvolvimento socioeconômico da Região Norte é uma questão nacional estratégica que se


relaciona com a exploração dos recursos da Amazônia brasileira. A região, que conta com mais de 15,8
milhões de habitantes, que produzem 5,3% do PIB brasileiro, ainda é defasada em muitos indicadores
sociais.
Referente ao conflito entre o modelo de desenvolvimento econômico da Região Norte e a preservação
ambiental, observa-se que ao mesmo tempo que as atividades agropecuária e mineradora contribuem
para a geração de riqueza na Amazônia, causam degradação ambiental de grandes áreas de floresta.
Quanto à distribuição da população da Região Norte, ela se concentra, sobretudo, nas capitais dos
dois maiores estados da região: Belém e Manaus. A ocupação mais efetiva de Rondônia, de Tocantins e
da porção leste do Pará denota o avanço da atividade agropecuária sobre a Floresta Amazônica.

A região amazônica pertence a sete países, além do Brasil. A construção de diversos eixos rodoviários
garantiu a articulação da região ao território nacional.

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Evolução do desmatamento na Amazônia Legal (1988-2016)

Fonte: http://www.inpe.br/noticias/arquivos/imagens/img02_291116.jpg.

A conquista da Amazônia

Colonizada inicialmente pelos espanhóis e cobiçada por ingleses, franceses e holandeses, a bacia
amazônica foi ocupada pelos portugueses, o que garantiu a posse ao Império brasileiro.

Com cerca de 7,8 milhões de km² que abrangem oito países - Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia,
Venezuela, Guiana e Suriname - e a Guiana Francesa, a Amazônia Internacional é uma região natural
formada pela floresta equatorial e por seus ecossistemas associados. A maior parte dessa área, marcada
pelos climas quentes e úmidos, está assentada no interior da bacia fluvial amazônica.
Com exceção da Guiana Francesa, departamento da França, os outros países firmaram em 1978 o
Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), cujas metas são a cooperação científica, a preservação
ambiental, o uso racional dos recursos hídricos e o desenvolvimento regional. O Brasil ocupa um papel
de destaque nas políticas do TCA, pois abriga mais de 64% região.
No sentido político, porém, a Amazônia começou a se configurar antes mesmo da independência
desses países, quando a região passou a ser explorada pelas Coroas de Espanha e de Portugal.

Amazônia Internacional

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-pqRZs_1PEjo/VqZlvt5749I/AAAAAAAACnI/acPXCXEwenE/s1600/amazonia-legal-brasileira-regiao-norte-2.jpg.

Na Amazônia Internacional há outros países com percentual maior de superfície territorial coberta pela
Floresta Amazônica, como o Peru, a Guiana e o Suriname. Porém, o Brasil detém a maior parte do bioma
amazônico.

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A Amazônia Internacional – Porção do bioma amazônico em cada país (% da superfície)

A Amazônia Internacional – Repartição do bioma amazônico entre os países (em %)

A ocupação portuguesa
Nos termos do Tratado de Tordesilhas (1494), grande parte da Bacia Amazônica pertencia à Coroa
espanhola. Em 1541, uma expedição comandada pelo espanhol Gonzalo Pizarro, irmão do conquistador
do Império Inca, Francisco Pizarro, partiu de Quito em busca dos lugares lendários que supostamente
havia nessas terras florestadas: o "País da Canela", onde a especiaria brotava em abundância, e o "EI
Dorado", com suas enormes jazidas de ouro.
Ninguém sabe ao certo quantas pessoas integraram essa expedição, mas estima-se que ela contava
com algumas centenas de soldados espanhóis e milhares de indígenas, muitos dos quais padeceram de
fome e de frio na travessia da Cordilheira dos Andes.
Em algum ponto da viagem, quando os expedicionários já estavam bastante debilitados, Gonzalo
encarregou um grupo, liderado por seu primo Francisco de Orellana, de seguir pelo rio em busca de
alimentos.
Entretanto, em vez de retornar com as provisões, o grupo de Orellana prosseguiu no curso do rio que
hoje chamamos de Amazonas, viajando nove meses até alcançar a foz, em agosto de 1542.
O diário de viagem do frei Gaspar de Carvajal, um dos integrantes do grupo, é o primeiro relato de uma
jornada completa pelo Rio Amazonas, dos Andes até o Oceano Atlântico. Apesar de seu valor histórico,
o diário não é um documento confiável, já que o frei se esforça em ressaltar os percalços enfrentados
durante a viagem para justificar o descumprimento da ordem de regressar o mais rápido possível, levando
alimentos para a expedição de Pizarro. A descrição do terrível combate travado com as guerreiras
amazonas, que lutavam com a força comparada à de muitos homens e exerciam o poder sobre diversas
tribos indígenas, reforça o caráter fantasioso do documento.
Nos anos seguintes, diversas outras expedições comandadas pelos espanhóis percorreram trechos
da Bacia Amazônica, sempre animadas pela busca de tesouros. Porém, o interesse pela região logo seria
ofuscado pela descoberta das imensas jazidas de prata na região de Potosí (atual Bolívia), que atraiu
grande parte dos exploradores e aventureiros espanhóis.
Enquanto isso, franceses, ingleses e holandeses, inimigos tradicionais dos espanhóis, estabeleciam
feitorias no baixo curso do Rio Amazonas.
Durante a União Ibérica (1580-1640), período no qual Portugal e Espanha formaram uma única
monarquia, os portugueses começaram a se estabelecer na foz do Amazonas. No início do século XVII,
as expedições pelo Amazonas tornaram-se oficiais. Partiam da foz e eram organizadas para expulsar
holandeses e ingleses, senhores de muitas feitorias ao longo do curso dos rios, e impedir o contrabando
de produtos nativos, como madeira e pescado.
Com o fim da União Ibérica, a Coroa portuguesa intensificou a ocupação militarizada da região,
erguendo uma rede de fortificações lusitanas ao longo da calha central do Rio Amazonas. Entre eles,
destaca-se o Forte de São José do Rio Negro, criado em 1668, em torno do qual surgiu o arraial de Lugar
da Barra, mais tarde elevado à categoria de vila e, depois, de cidade, com o nome de Barra do Rio Negro.

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Em 1856, a cidade foi rebatizada e passou a se chamar Manaus, em homenagem aos índios da etnia
manaó.
Para preservar a hegemonia na região, a Coroa ainda estimulou a ação das missões religiosas, que
utilizavam a mão de obra indígena na coleta das "drogas do sertão" e na produção de alimentos.

No entanto, foi em meados do século XVIII que o Império Português de fato consolidou sua soberania
na área, criando o estado do Grão-Pará, com capital em Belém. Na nova estrutura política e
administrativa, o Grão-Pará, marcado pelas baixas densidades demográficas e pelo extrativismo, passou
a ser uma unidade distinta de Estado do Brasil.
Com a independência do Brasil em 1822, o estado do Grão-Pará foi dissolvido e tornou-se parte do
Império Brasileiro, cujo poder administrativo concentrava-se no Rio de Janeiro. No entanto, dada a
precariedade das suas redes de transporte e comunicações, a região permaneceu durante muito tempo
isolada do centro político e econômico do país.

A conquista da fronteira interna


O empreendimento de conquista e incorporação efetiva da vasta porção setentrional do Brasil teve
início após a Revolução de 1930, marcada pela centralização do poder, e prosseguiu nas décadas
seguintes, quando a Amazônia Legal se tornou uma região de planejamento.
As políticas que orientaram essa conquista geraram um conflito entre dois tipos de ocupação do
espaço regional. O povoamento tradicional, em grande parte herdeiro das atividades missionárias,
marcado pelo extrativismo e pela agricultura de excedente, consistiu numa ocupação linear e ribeirinha,
assentada na circulação fluvial e na rede natural de rios e igarapés: a "Amazônia dos rios". O novo
povoamento seguia a trajetória dos eixos de circulação viária, na qual eram implantados núcleos urbanos
e projetos florestais, agropecuários e minerais; é a chamada "Amazônia das estradas".
O conflito entre o modo de ocupação tradicional e o moderno, representado pelos eixos viários,
expressou-se na tensão social que envolveu índios, posseiros e grileiros. Até os dias atuais, as disputas
por terra configuram um "arco de violência" nos municípios da Amazônia Legal.
De outro lado, a conquista da Amazônia resultou na modificação antrópica das paisagens e na
degradação progressiva dos ecossistemas naturais. Um "arco da devastação" demarca as áreas de
ocupação recente do Grande Norte. Nos estados de Tocantins, Pará e Maranhão, a devastação antrópica
atinge formações do Cerrado, da Floresta Amazônica e da Mata dos Cocais. No Mato Grosso e Rondônia,
manifesta-se com intensidade no Cerrado, na Floresta Amazônica e nas largas faixas de transição entre
esses domínios.

Focos de calor na Amazônia – 2000/2010

Os focos de calor marcam a ocorrência das queimadas que abrem os terrenos para as atividades
agropastoris ou minerais, resultando em um arco de devastação dos ecossistemas amazônicos.

Os novos eixos de integração e a ocupação do espaço amazônico


A construção de rodovias foi fundamental para a inserção da região amazônica nos fluxos e circuitos
econômicos nacionais. Belém e Manaus são os dois centros urbanos que polarizam a rede urbana
regional.

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As políticas voltadas para a conquista integraram a Amazônia às dinâmicas territoriais nacionais. Esse
processo se realizou por meio de dois vetores.
Um primeiro vetor estruturou-se originalmente na década de 1960, em torno do eixo viário da Belém-
Brasília. Nas décadas seguintes, a exploração dos minérios da Serra de Carajás, a implantação da E. F.
Carajás e do Porto de Itaqui e a construção da hidrelétrica de Tucuruí reforçaram esse vetor, estendendo-
o até São Luís (MA).
Uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de intensa modificação das paisagens
naturais, desdobrou-se de sul a norte no estado de Tocantins e avançou pelas porções meridional e
oriental do Pará e por todo o oeste maranhense.
Um segundo vetor estruturou-se a partir da década de 1970, em torno do segmento sul da Cuiabá-
Santarém (BR-163) e da Brasília-Acre (BR-364). Portanto, a integração viária com o Centro-Oeste
ocorre através de Rondônia, até Rio Branco, no Acre. Ao longo desse eixo aparecem as principais áreas
de desflorestamento, associadas à expansão da fronteira agrícola.
No norte de Mato Grosso e em Rondônia, a colonização agrícola impulsionada por migrantes do
Centro-Sul originou dezenas de novos núcleos urbanos. Ao mesmo tempo, a criação e consolidação da
Zona Franca de Manaus (ZFM) transformava a capital amazonense em importante centro industrial e
reforçava seus vínculos externos com os capitais e mercados do Centro-Sul.

Os novos caminhos para Manaus


Na década de 1980, a ocupação intensiva de Roraima foi facilitada pela pavimentação da rodovia
Manaus-Boa Vista (BR-174), que atravessa a fronteira setentrional do país, interligando-se às rodovias
da Venezuela. Ao longo do seu eixo, na porção central de Roraima e nas proximidades de Manaus,
surgiram em poucos anos largas faixas de devastação. A construção dessa estrada e a concomitante
implantação do imenso reservatório da hidrelétrica de Balbina desfiguraram a reserva indígena Waimiri-
Atroari, localizada no vale do Rio Jauaperi, a oriente do Rio Branco. A BR-174 foi a primeira rodovia
pavimentada a alcançar Manaus, que até então só podia ser atingida por via fluvial ou aérea.
O novo eixo destina-se a projetar a influência da ZFM para os países vizinhos. A produção industrial
do enclave amazonense é parcialmente responsável pelo superávit do Brasil nas trocas comerciais
realizadas com a Venezuela e pode impulsionar os fluxos de comércio do país com as economias centro-
americanas.
No entanto, o isolamento físico do enclave de Manaus está sendo rompido em outra direção. O projeto
de pavimentação da Porto Velho-Manaus (BR-319) pretende conectar a metrópole da Amazônia
Ocidental e o vetor de ocupação estabelecido em Rondônia. Com a Hidrovia do Madeira, essa estrada
tem como objetivo consolidar um corredor de exportação para os produtos agrícolas de Rondônia e Mato
Grosso, através do Rio Amazonas.
O eixo em implantação pode acarretar, porém, nova frente de devastação da Floresta Amazônica. A
fronteira agrícola de Rondônia já se moveu até Humaitá, no sudoeste do Amazonas, primeira cidade
alcançada pela pavimentação da BR-319. Em torno da cidade, uma larga mancha de desflorestamento
assinala a abertura da floresta para a exploração da madeira, acompanhada pelo avanço da
agropecuária.

Os impactos da BR-319
"Se por um lado a construção e a pavimentação de estradas na Amazônia geram benefícios na forma
de redução de custos de transportes, por outro lado impulsionam o desmatamento, os conflitos sociais e
a ilegalidade. A eficiência econômica e os efeitos diversos dos projetos precisam ser identificados e
instrumentos que garantam uma distribuição mais equânime de custos e benefícios entre os atores
afetados precisam ser implantados.
Neste estudo, utilizamos a análise custo-benefício para avaliar a eficiência econômica do projeto de
recuperação do principal segmento da Rodovia BR-319, localizado entre os quilômetros 250,00 e 655,70,
no estado do Amazonas, de forma a contribuir com a discussão dessas questões. Este trecho encontra-
se fortemente deteriorado e virtualmente intransitável desde 1986.
Planeja-se sua recuperação dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo
Federal.
[...] As obras aqui analisadas, com custo de implantação de cerca de 557 milhões de reais, incluem a
recuperação e a pavimentação da rodovia e a construção de quatro novas pontes entre Manaus e Porto
Velho, o que viabilizará o tráfego continuado entre Manaus e o resto do país.
A análise [...] demonstra que o projeto é inviável economicamente, gerando prejuízos de cerca de 316
milhões de reais, ou 33 centavos de benefícios para cada real de custos, em valores atuais. Isso significa

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que para que o projeto alcance viabilidade econômica, os benefícios brutos estimados teriam de ser
multiplicados por três. [...]
Modelagens recentes indicam que o projeto provocará forte desmatamento no Interflúvio Madeira-
Purus, com a perda de importantes recursos naturais ainda em excelente estado de conservação, caso
políticas eficazes de contenção do desmatamento não sejam implantadas. Estimamos que o custo
econômico parcial do desmatamento [...] poderia alcançar aproximadamente 1,9 bilhão de reais, em
valores atuais. Destes, 1,4 bilhão corresponderia ao efeito negativo do projeto sobre as mudanças
climáticas globais, valor muito superior aos benefícios brutos gerados pelo projeto, de 153 milhões de
reais." FLECK. Leonardo C. Eficiência econômica, riscos e custos ambientais da reconstrução da rodovia BR-319. Lagoa Santa: Conservação Estratégica, 2009.
p. 19-20.

Redes urbanas regionais


Enquanto a Amazônia se integrava ao Centro-Sul, a rede urbana regional tornava-se mais complexa
e diferenciada. Nesse processo, a influência vasta e difusa de Belém sobre todo o espaço amazônico
desvanecia-se, em razão da emergência de Manaus.
Na última década, configurou-se uma situação de dupla polarização, na qual se desenham esferas
de influência distintas das metrópoles do Amazonas.
Durante a década de 1970, com a fronteira agrícola avançando em Mato Grosso e em Rondônia,
ocorreu o acelerado desenvolvimento de Porto Velho e, em grau menor, dos núcleos instalados junto à
rodovia, como Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná e Ariquemes.
Na década seguinte, a fronteira agrícola moveu-se até o sul do Acre, acompanhando o trecho
pavimentado da BR-364. Nas áreas das cidades de Xapuri e Brasileia, as atividades madeireiras
avançaram sobre os seringais, provocando conflitos e impulsionando a organização dos seringueiros.

Cenários futuros: entre a devastação e a tecnologia


Para romper o ciclo de devastação e desigualdade social será preciso o desenvolvimento de políticas
territoriais que valorizem as comunidades locais e a preservação da biodiversidade.

As políticas territoriais amazônicas implementadas pela ditadura militar nortearam-se pela meta
geopolítica de “conquista” da Amazônia. O planejamento regional elaborado nesse contexto
fundamentou-se num conceito distorcido de desenvolvimento, que estimula a acumulação de capital por
grandes empresas e o uso predatório dos recursos naturais. Os largos e extensos corredores de
devastação ambiental e as vastas manchas de desflorestamento, assim como a poluição de rios e
igarapés pelos subprodutos do garimpo, são resultado das opções de planejamento adotadas nesse
período.
As políticas amazônicas dissociaram a noção de desenvolvimento de seu conteúdo social. A abertura
de rodovias de integração e a implantação de grandes projetos geraram intensos fluxos migratórios para
a Amazônia, além do esvaziamento demográfico de várzeas e igarapés. A exclusão social se materializa
nas periferias das cidades médias, nos povoados miseráveis nascidos junto a empreendimentos minerais
e florestais e no surgimento de populações itinerantes, que vagueiam à procura de escassas
oportunidades de trabalho.
O novo ciclo de obras rodoviárias na Amazônia, especialmente a Cuiabá-Santarém (BR-163) e a
Porto Velho-Manaus (BR-319), visa estabelecer a ligação entre Manaus e Porto Velho, mas ameaçava
reproduzir, em escala ampliada, os desastres sociais e ambientais do ciclo anterior. A alternativa consistia
em redefinir o sentido do planejamento regional, priorizando o desenvolvimento social e a valorização dos
ecossistemas naturais. A geração de empregos e a exploração sustentável dos recursos naturais são as
metas a serem perseguidas por um planejamento regional renovado.

Um zoneamento econômico e ecológico


O planejamento regional da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) baseou-
se em estudos de pequena escala, inadequados para a definição das realidades sociais e vocações
ecológicas de áreas de médias e pequenas dimensões. Contudo, um planejamento regional voltado para
o desenvolvimento sustentável não pode abrir mão do reconhecimento dessas áreas e suas
peculiaridades. Atualmente, as imagens de satélite e as técnicas de cartografia computadorizada
fornecem os meios necessários para a elaboração de estudos em média e grande escala, produzindo um
zoneamento econômico e ecológico do imenso espaço amazônico.
A "conquista" da Amazônia deixou como herança um mosaico complexo, no qual vastas áreas de
paisagens naturais quase intactas intercalam-se com zonas de garimpo, grandes projetos e corredores

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de devastação. Um zoneamento econômico e ecológico destina-se a elucidar a organização desse
mosaico, criando bases para a seleção de políticas específicas para cada área.
Um passo inicial consistiria em distinguir os espaços de preservação (reservas indígenas e unidades
de proteção ambiental) dos espaços disponíveis para a valorização econômica, e cartografá-Ios nas
escalas adequadas. Um segundo passo consistiria no planejamento das modalidades de uso do solo, das
instalações de infraestrutura viária e energética e no desenvolvimento urbano dos espaços disponíveis.
O incentivo ao aproveitamento econômico da biodiversidade também pode proporcionar vantagens
econômicas. Os produtos naturais da floresta encontraram novas e sofisticadas aplicações nas indústrias
farmacêutica, de cosméticos e de alimentos. Além disso, as universidades e os institutos científicos da
Amazônia pesquisam técnicas adequadas para o cultivo de espécies como a seringueira e a castanheira.
Esses projetos experimentais sugerem caminhos para a elaboração de modelos agrícolas a serem
implantados em áreas degradadas dos corredores de ocupação.

Região Sul

Herdeira de uma padrão de colonização baseado em pequenas propriedades voltadas para os


mercados internos, a Região Sul atualmente se destaca na produção industrial e agrícola e apresenta
indicadores sociais acima da média nacional.
Quanto à distribuição populacional, a Região Sul é a mais homogênea do país devido à área reduzida
dessa região e à sua ocupação em pequenas propriedades com produções diversificadas, o que pode
ser relacionado com o processo de ocupação e desenvolvimento de núcleos populacionais no interior dos
estados.
Referente à distribuição de renda, a Região Sul apresenta uma distribuição menos desigual que a
média do Brasil. Enquanto a parcela da população com rendimento mensal de até um salário mínimo é
5,8% menor que a nacional, os percentuais das outras classes de rendimento dessa região são maiores
do que os brasileiros.

Diversificação econômica
A diversificação em diferentes setores econômicos acarretou transformações sociais na Região Sul. A
modernização da agricultura e o fortalecimento da agroindústria aceleraram o êxodo rural, aumentando a
migração para outros estrados e a ocupação de áreas urbanas.
Por ser a população bem distribuída no território, a estrutura fundiária é a menos desigual do pais. As
terras parceladas em pequenas propriedades são características da agricultura familiar.
Em 2011, mais de 2,7 milhões de pessoas trabalhavam na indústria, compondo na Região Sul o maior
percentual regional de trabalhadores nessa atividade.
Embora se destaquem as indústrias têxtil e alimentícia na Região Sul, o segundo maior polo industrial
automobilístico brasileiro foi implantado na década de 1990 na Região Metropolitana de Curitiba.

Região Sul: domínios naturais


Entre os aspectos naturais da Região Sul destacam-se o clima subtropical, o relevo
predominantemente planáltico e a presença de formações vegetais características, como a Mata das
Araucárias e as pradarias.
A Região Sul é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região faz
fronteira com três países sul-americanos: a oeste com Paraguai e Argentina, e ao sul com Uruguai. Em
2011, a população da região chegava a 27.875.000 habitantes, ou seja, 14,27% da população do país.
O clima subtropical predomina na região. No inverno, as baixas temperaturas que ocorrem
principalmente nas áreas serranas e planálticas provocam geadas e até neve. Regiões litorâneas e com
menores altitudes, como os vales dos rios Paraná e Uruguai, apresentam temperaturas elevadas no
verão. No norte do Paraná aparece o clima tropical.
Nos três estados da Região Sul predominam os planaltos recobertos originalmente pela Mata das
Araucárias. Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná se estendem a oeste do Paraná até o Rio
Grande do Sul, os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, a leste, e o Planalto Sul-Rio-
Grandense, no extremo sul. No centro, aparece a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do
Paraná, e mais ao sul a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense. No litoral do Rio Grande do Sul
predomina a Planície da Lagoa dos Patos e Mirim.
Ao longo do litoral, os planaltos da Região Sul apresentam escarpas de altitudes mais elevadas: a
Serra do Mar e a Serra Geral. No sudoeste do Rio Grande do Sul destaca-se a Campanha Gaúcha, com
relevo de coxilhas (levemente ondulado) coberto por campos limpos. Essa unidade de relevo é parte

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brasileira da vasta planície platina, o Pampa, que abrange também o Uruguai e a Argentina. Nessas
áreas, aprecem os banhados, ecossistemas úmidos ricos em espécies animais e vegetais.

Região Sul – unidades da federação

Fonte: http://files.planetagaia.webnode.com/200000586-08de109d58/mapa-regiao-sul.jpg.

Grande parte dos rios da Região Sul pertence à Bacia Platina, formada pelos rios Paraná, Paraguai
e Uruguai e afluentes. O Rio Uruguai nasce em território brasileiro, da fusão dos rios Canoas (SC) e
Pelotas (RS), e serve de divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil e Argentina, e Uruguai
e Argentina, desaguando no Estuário do Prata. O Rio Paraná, segunda maior bacia fluvial em área e
potencial hidrelétrico do Brasil, oferece condições de navegabilidade. A Hidrovia Tietê-Paraná tornou-se
um importante sistema de transporte, aproximando o Brasil dos seus parceiros do Mercosul.
Outro problema ambiental que ocorre em áreas do sudoeste do Rio Grande do Sul é o processo de
arenização dos solos, ou seja, o aumento dos depósitos arenosos, dificultando a fixação da vegetação.
Em área subtropical úmida, onde o processo ocorre, a água e os ventos têm importante papel na
mobilidade dos sedimentos.
As enxurradas provocam erosão e os ventos dispersam a areia, formando dunas e expandindo o
processo.
A substituição da vegetação nativa dos pampas e pela pecuária extensiva ou agricultura comercial
explica a degradação dos solos na região. A arenização atinge quase 4 mil hectares, em áreas dos
municípios de Alegrete, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, Rosário do Sul, Uruguaiana,
Quaraí, Santiago, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, São Borja, Unistalda e Cacequi.
No oeste do estado do Paraná, na fronteira com a Argentina, o Parque Nacional do Iguaçu, criado
em 1934 e tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade em 1986. Constitui uma grande reserva
florestal e inclui parte da cabia hidrográfica do Rio Iguaçu, que percorre todo o estado do Paraná, e as
Cataratas do Iguaçu.

Ocupação territorial
Iniciada pelos portugueses no século XVII, a colonização da Região Sul ganhou impulso no século
XIX, quando de estabeleceram os principais núcleos de povoamento fundados pr imigrantes europeus.
O território que hoje pertence aos estados da Região Sul inicialmente não fazia parte da América
portuguesa, tendo ficado fora dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. Expedições
exploradoras haviam percorrido a costa no século XVI, mas somente no século XVII começaram as
atividades colonizadoras na região.
Com o domínio espanhol sobre Portugal (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas perdeu sua validade,
uma vez que todas as terras pertenciam ao monarca espanhol. Colonos portugueses então se
estabeleceram em territórios espanhóis, adquirindo para Portugal soberania sobre essas áreas. Jesuítas
ultrapassaram a linha de Tordesilhas ao sul, fundando missões em áreas da campanha gaúcha, onde
índios aldeados criavam gado - trazido dos territórios que formaram o Uruguai e a Argentina - e plantavam
erva-mate. Outros povoados também foram fundados, como o de Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis.
Ainda no século XVII, os bandeirantes pau listas iniciaram o apresamento dos índios aldeados nas
missões - que se destinavam à sua proteção e catequese - para vendê-las às capitanias luso-espanholas,
produtoras de açúcar.
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste (1654), o tráfico negreiro voltou a abastecer os
engenhos. No entanto, quando o domínio espanhol chegou ao fim, as missões estavam praticamente
destruí das; o gado, solto, começou a se reproduzir nos campos do sul. Tropeiros paulistas, índios

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aldeados e pessoas errantes passaram então a se dedicar à caça do gado selvagem e ao comércio de
couro.

Com a descoberta de ouro e o desenvolvimento das minas gerais durante o século XVIII, os tropeiros
desenvolveram um novo negócio: caçavam os animais, reuniam estes em currais e os transportavam até
as áreas mineradoras.
À Coroa portuguesa, porém, interessava garantir a posse das terras do sul. Para isso, na metade do
século XVIII, Portugal enviou casais de açorianos ao território do atual Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina, especialmente para a faixa litorânea, com o objetivo de povoar a região. Lotes de terras também
foram doados a tropeiros, que, além de se fixar na área, deram início à criação do gado em grandes
estâncias - atividade que se transformaria numa das mais importantes do atual Rio Grande do Sul.
No século XIX, surgiram diversos núcleos de povoamento na Região Sul. Em 1808, famílias de
açorianos fundaram a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os primeiros imigrantes alemães se
dirigiram para a atual cidade de São Leopoldo, no vale do Rio dos Sinos, em 1824. Os italianos chegaram
a partir de 1875 e foram assentados em Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi.
Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os alemães formaram colônias de povoamento baseadas
no cultivo de trigo e da policultura, ao passo que os italianos dedicaram-se ao cultivo da uva. No Paraná,
imigrantes eslavos voltaram-se para o extrativismo de madeira. Estavam lançadas as raízes de uma
economia rural diversificada, baseada na policultura e no trabalho familiar.

Região Sul: dinâmicas econômicas


Na Região Sul, os ramos industriais que mais se desenvolveram utilizam como matéria-prima os
produtos da agropecuária. Porto Alegre e Curitiba, porém, destacam-se pela diversidade de seus parques
industriais, que incluem também os setores metalúrgico e automobilístico.
No século XVIII, teve início uma das primeiras e mais importantes atividades econômicas da Região
Sul- a pecuária. Preocupada em garantir a posse das terras na área, evitando o avanço espanhol, a Coroa
portuguesa passou a distribuir lotes de terras aos tropeiros, permitindo que os rebanhos soltos, quase
dizimados pela caça e venda na região mineradora, passassem a ser criados em grandes estâncias, de
forma extensiva, espalhando-se pelo território do atual Rio Grande do Sul. Formava-se, assim, uma classe
de grandes pecuaristas, que comercializavam charque ou carne-seca.
Na região do atual Paraná, a extração das folhas dos arbustos de erva-mate teve início ainda no século
XVII, e aos poucos se transformou em uma das principais atividades econômicas da Região Sul. Na
segunda metade do século XIX, foi a vez do café. As primeiras fazendas já ocupavam o norte paranaense
quando agricultores mineiros e paulistas levaram mudas para a região.
No século XX, a Região Sul modernizou-se seguindo o contexto brasileiro e mundial, mas de acordo
com características próprias resultantes da base econômica, social e cultural construída durante os
períodos colonial, imperial e republicano, com importantes contribuições dos imigrantes. Nas áreas
urbanas o artesanato familiar evoluiu para a moderna e diversificada atividade industrial. Nas áreas rurais,
as pequenas e médias propriedades familiares se expandiram. Como resultado, a Região Sul apresenta
indicadores sociais favoráveis em relação a outras regiões brasileiras. Em 2010, dados do IBGE
indicavam menor taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais (5,5%), as menores taxas de
mortalidade infantil (15,10%) e a mais alta esperança de vida ao nascer (75,2 anos). Observe a tabela.

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Agropecuária
Em 2012, o Paraná respondia por 19.1 da produção agrícola nacional; o Rio Grande do Sul estava em
terceiro lugar, com 12.1, e Santa Catarina, em nono lugar, com 3,6. No que diz respeito à produção de
cereais, leguminosas e oleaginosas, o Sul perde apenas para o Centro-Oeste.
Na Região Sul, a produção agropecuária pode estar associada à indústria: é o caso da cultura da uva
à fabricação de vinhos, do cultivo do milho à criação de frangos e porcos ou da pecuária leiteira às usinas
de leite e fábricas de laticínios.
A modernização da agropecuária tem provocado mudanças na estrutura agrária em toda a Região Sul,
com o aumento da concentração fundiária e dos movimentos de luta pela terra, a partir da década de
1980. Pequenos proprietários e trabalhadores rurais perderam suas terras e trabalho, tendo como
consequência o aumento de boias-frias e de migrações para as cidades, para outras regiões ou mesmo
para outros países, como o Paraguai.
Nas pastagens naturais da Região Sul desenvolve-se a pecuária extensiva de corte, geralmente em
grandes propriedades e com poucos trabalhadores.

Indústria e tecnologia
Os ramos industriais na Região Sul evoluíram inicialmente graças às matérias-primas fornecidas pela
agropecuária - couro e calçados (pecuária), móveis (pinho), têxteis (algodão) e bebidas (uva, mate).
O maior centro industrial da Região Sul é Porto Alegre. Bastante diversificado, conta com indústrias
alimentícias, de fiação e tecelagem, de produtos minerais não metálicos, siderúrgicas, mecânicas, de
material eletrônico, químicas, de couros e de bebidas. Rio Grande, Pelotas e Caxias do Sul destacam-se
nos setores de alimentos, tecidos, móveis e calçados. O complexo metal mecânico desenvolveu-se em
Gravataí, Canoas, Guaíba e Cachoeirinha. São Leopoldo e Novo Hamburgo são importantes pelos da
cadeia produtiva de artigos de couro. Em São Leopoldo está se formando um importante polo de
informática. A indústria automobilística ganhou força com a instalação de uma grande fábrica em
Gravataí, na Grande Porto Alegre, em 2000.
No Rio Grande do Sul, as aglomerações industriais se caracterizam por empresas que inovam e
diferenciam produtos, ou seja, a dinâmica industrial nessa região é influenciada por empresas de maior
conteúdo tecnológico.
Pequenas e médias empresas têm se destacado na busca de alternativas competitivas.
O setor industrial de Santa Catarina também é muito importante; porém, ao contrário das outras
capitais de estado no Brasil, a cidade de Florianópolis não ocupa o primeiro lugar na economia do estado.
Essa posição cabe a Joinville, município mais populoso no norte catarinense, importante polo metal
mecânico, além de centro de serviços. Com grandes empresas dos setores metal mecânico, químico,
plástico e têxtil, tornou-se um dos mais dinâmicos polos industriais do sul do país.
No Vale do Itajaí, onde se situam as cidades de Brusque, Blumenau, Pomerode, entre outras,
estabeleceu-se um dos mais importantes parques têxteis do país, a partir de pequenas unidades fabris
dos imigrantes europeus, sobretudo alemães. Blumenau destaca-se também por desenvolver um polo
tecnológico. No eixo Chapecó-Seara-Concórdia, a produção industrial voltou-se para o setor alimentício
de processamento de produtos suínos e avícolas.

Apresentam ainda índice de industrialização alto os municípios de Criciúma, Lages e Joaçaba. A


estrutura portuária concentra-se nos portos de Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul.

Curitiba é o segundo maior centro industrial da Região Sul, com destaque para os estabelecimentos
do setor mecânico e, mais recentemente, para as indústrias de ponta geradoras de maior valor agregado.
Em 1999, uma importante montadora de carros alemã instalou-se na região de São José dos Pinhais
(área metropolitana de Curitiba); em seguida, estabeleceram-se uma americana e outra francesa,
consolidando um polo automobilístico na região.

Turismo e integração
Com paisagens variadas e os invernos mais rigorosos do país, a Região Sul atrai grande número de
turistas. Cidades com características europeias, como Canela e Gramado, ou centros produtores de
vinho, como Bento 'Gonçalves e Caxias do Sul, são lugares procurados pela culinária e atrativos culturais
no Rio Grande do Sul.
Durante o verão, os litorais de Santa Catarina e do Paraná recebem muitos turistas estrangeiros.
Tradições e festas típicas são eventos que tornam concorridos lugares como Blumenau, onde se realiza,
em outubro, a festa da cerveja, chamada Oktoberfest, de origem alemã.

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No Rio Grande do Sul, as ruínas das povoações jesuítas do século XVII, em São Borja e São Migue
das Missões, foram transformadas pela Unesco em patrimônio da humanidade. Em Ponta Grossa, no
Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha apresenta interessantes formações rochosas esculpidas pela
erosão causada pelas chuvas e pelos ventos.

Todos os estados da Região Sul contam com zonas de fronteira, ou seja, faixas territoriais localizadas
de cada lado de um limite internacional. Nas zonas de fronteira desenvolveram-se diversas cidades
cortadas por limites internacionais. Essas cidades-gêmeas geralmente apresentam grande fluxo de
pessoas e mercadorias e integração econômica e cultural.

Região Centro-Oeste

O meio natural e os impactos ambientais:


A Região Centro-oeste é formada pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e pelo
Distrito Federal, ocupando cerca de 18% do território e abrigando pouco mais que 7% da população do
país.
O clima tropical é predominante na Região Centro-oeste, caracterizado por estação bem seca no
inverno e outra chuvosa no verão. O norte da região está’ sob influência do clima equatorial úmido e da
massa equatorial continental.
No extremo sul da região as frentes frias da massa polar atlântica causam instabilidades no inverno e
queda da temperatura, ocasionando as friagens, quando a temperatura pode cair bastante. No verão, as
temperaturas são mais elevadas, com máximas oscilando entre 30ºC e 40ºC.
O Cerrado predomina na Região Centro-Oeste. Em seu limite oeste, localiza-se o Pantanal, enquanto
o limite norte caracteriza-se pela presença da Floresta Amazônica; ao sul ocorrem remanescentes da
Mata Atlântica.
O Cerrado apresenta grande biodiversidade. Na vegetação, encontram-se formações florestais (mata
ciliar, mata seca e cerradão), formações savânicas (cerrado no sentido restrito, arque de cerrado,
palmeiral e vereda) e campestres (campo sujo, campo limpo e campo rupestre).
Variações do tipo de solo e nas formas de relevo explicam essas diferenças: a mata galeria, por
exemplo, formada por espécies arbóreas, ocorre nas margens de rios, em vales úmidos.
Nas últimas décadas, a expansão rápida e intensiva da agropecuária tem provocado a destruição de
matas ciliares e de reservas permanentes do Cerrado. Na região das nascentes do Rio Araguaia, por
exemplo, a erosão provoca voçorocas (erosões profundas que atingem o lençol freático). O
assoreamento dos rios e a poluição dos aquíferos também são problemas comuns no Cerrado.
Iniciativas importantes do Governo Federal, como o Programa Nacional de Conservação e Uso
Sustentável do Bioma Cerrado e o Programa Cerrado Sustentável buscam promover a conservação,
a recuperação e o manejo sustentável desse bioma, além de incentivar a valorização e o reconhecimento
das populações tradicionais. Entretanto, isso não tem sido suficientes para conter a devastação.
Quatro bacias hidrográficas drenam a Região Centro-oeste: Amazônica (Rio Xingu e afluentes do
Amazonas), do Paraguai, do Tocantins-Araguaia e Platina (rios Paraná e Uruguai).
O relevo do Centro-Oeste é predominantemente planáltico.
Nele, destacam-se os Planaltos e Serras de Goiás-Minas, os Planaltos e Chapadas dos Parecis, os
Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e as Serras Residuais do Alto Paraguai. Entre os Planaltos,
estão encaixadas depressões como a Marginal sul-amazônica, e do Alto Paraguai-Guaporé e a do
Araguaia.

O Pantanal:
A planície do Pantanal Mato-Grossense e a do Rio Guaporé localizam-se a oeste da região. O
Pantanal é uma planícies sujeita a inundações sazonais, em decorrência da pequena declividade de seu
relevo e do padrão de drenagem da bacia do Rio Paraguai. A vegetação é mista (cerrados, florestas,
campos, charcos inundáveis e ambientes aquáticos), e mais de mil espécies animais, incluindo cerca de
650 tipos de aves aquáticas, vivem na região.
No Pantanal, a expansão da agropecuária e as queimadas acarretaram a supressão de parte da
vegetação e a contaminação dos corpos d’água por agrotóxicos. Além disso, o pantanal recebe os rejeitos
da atividade mineradora de exploração de diamantes e de ouro, especialmente o mercúrio, altamente
poluente. Diversos programas e políticas ambientais têm sido desenvolvidos pelo governo federal para
proteger o bioma, prevendo o manejo correto de bacias hidrográficas, saneamento e apoio ao produtor.
A Floresta Amazônica se estende pela metade norte do estado do Mato Grosso, e se encontra bastante
ameaçada por desmatamentos e queimadas. A expansão da fronteira agropecuária nessa área, para

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plantio ou criação de gado, atinge áreas de conservação ambiental e provoca erosão e assoreamento
nos rios.

Ocupação territorial e dinâmicas econômicas:


Originalmente, os territórios que hoje compõem a Região Centro-Oeste eram habitados por diversos
agrupamentos indígenas, especialmente os bororo. Nos termos do Tratado de Tordesilhas, assinado
em 1494, essas terras pertenceriam à América espanhola. Entretanto, a partir do século XVI, sucessivas
ondas de bandeirantes paulistas se dirigiram para a região com a finalidade de aprisionar e escravizar
indígenas, desbravando o interior do Brasil.
No final do século XVII, estimulados pela descoberta de ouro em Minas Gerais, os bandeirantes
passaram a se aventurar em terras cada vez mais distantes. Subindo o Rio Cuiabá e alcançando o
território bororo, os bandeirantes encontraram ouro e iniciaram a conquista do território que atualmente
corresponde ao Mato Grosso. Enquanto isso, expedições pelo sertão descobriam minas de ouro no
território que hoje compreende o estado de Goiás, onde foi fundada a Vila Boa, embrião da atual cidade
de Goiás.
Em 1726, Rodrigo César de Meneses, capitão-geral de São Paulo, chegou às minas chamadas de
Cuiabá, fundando, no ano seguinte, a Vila Real do Bom Jesus, que já contava com dois portos fluviais.
Deles, partiam as expedições que visavam ao apresamento de indígenas no Pantanal.
A cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho, foi fundada em 1726 pelo filho do bandeirante
Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Em 2001 foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio
Cultural da Humanidade.
Em 1748, preocupada com a posse dessas terras, a Coroa portuguesa criou a capitania de Mato
Grosso, com sede em Vila Bela da Santíssima Trindade, fundada pelo mineradores às margens do Rio
Guaporé. Posteriormente, a sede da capitania foi transferida para a Vila de Cuiabá. A Capitania de Goiás,
com sede em Vila Bela, também foi criada em 1748.
Em 1750, a assinatura do Tratado de Madri entre Portugal e Espanha legalizou a posse efetiva da
região pelos portugueses. Porém, com a anulação desse tratado, ocorrida em 1761, a Coroa portuguesa
passou a implantar uma rede de fortificações para garantir a posse da margem direta do Rio Guaporé: o
Forte de Conceição foi erguido em 1762 e o Forte de Príncipe da Beira, em 1776. O Tratado de Santo
Idelfonso, firmado pelas coroas ibéricas em 1777, finalmente ratificou a soberania portuguesa sobre o
território das duas capitanias ocidentais.
A partir de então, o povoamento luso-brasileiro passou a avançar na direção do Rio Tocantins,
dizimando os índios caiapó de Goiás, os xavante do Araguaia e, mais tarde, os canoeiro do Tocantins.
Do século XIX em diante, com o declínio da mineração, as províncias de Mato Grosso e de Goiás
conheceram um longo período de decadência econômica e de isolamento. Apenas as atividades agrícolas
de subsistência, como a extração da borracha, a criação de gado e a exploração de erva-mate,
sobreviveram na região.

A ocupação moderna do Centro-Oeste:


Ao longo do século XX, porém, o isolamento da região foi sendo vencido gradativamente com a
transformação dos estados do Centro-Oeste em área de atração populacional.
A inauguração de Goiânia, em 1933, a Marcha para o Oeste, iniciada por Getúlio Vargas na década
de 1940, a construção de Brasília, assim como as políticas de integração nacional consolidadas pela
ditadura militar na década de 1970, incentivaram a migração para o Centro-Oeste, contribuindo para
acelerar o povoamento da região.
No início do século XX, a abertura da Estrada de Ferro Noroeste Brasil (Bauru-Corumbá) ajudou a
intensificar os fluxos entre o Sudeste e o Centro-Oeste. A ferrovia abriu a fronteira para a pecuária do
Mato Grosso, permitindo o transporte do gado vivo até os frigoríficos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A partir da década de 1960, rodovias como a Belém-Brasília, a Cuiabá-Porto Velho e a Brasília-Acre
transformaram-se em plataforma para a conquista da Amazônia.
Em 1977 o estado de Mato Grosso foi desmembrado, e dois anos depois oficializou-se a criação do
estado de Mato Grosso do Sul.
Goiás, por sua vez, foi desmembrado em 1988, quando se criou o estado de Tocantins, que atualmente
pertence à Região Norte. Em ambos os casos, as justificativas utilizadas para o desmembramento foram
a grande extensão desses estados, as dificuldades de planejamento e de administração.
Cenário econômico recente:
Na década de 1970, teve início um período de intenso desenvolvimento econômico nos estados do
Centro-Oeste, motivado principalmente pela modernização da agricultura. A mecanização, a
introdução de novas culturas e o desenvolvimento de tecnologias e técnicas como a adubação e correção

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dos solos de cerrados impulsionaram a produtividade da agricultura regional, que se tornou altamente
competitiva nos mercados internacionais.
No entanto, essa modernização tem sido responsável por diferentes impactos ambientais, em especial
o desmatamento.
Desde a década de 1980, o incremento da produção agropecuária e os incentivos fiscais atraem
para o Centro-Oeste indústrias ligadas à transformação de matérias-primas de origem animal ou vegetal.
É o caso dos frigoríficos, das empresas de avicultura, do setor sucroalcooleiro e das indústrias que
processam os grãos de soja. Instaladas próximos aos polos produtores, essas indústrias lucraram com a
redução de despesas com fretes.
Sendo assim, o panorama industrial da região é pouco diversificado.
A exceção fica por conta de alguns polos produtivos instalados no eixo Brasília-Goiânia, em especial
em Anápolis, que concentra empresas do setor farmoquímico e farmacêutico.
Nas últimas décadas, o Mato Grosso do Sul foi o estado da região que apresentou maior crescimento
econômico. A agricultura, praticada principalmente na porção leste do estado, beneficiou-se da
proximidade com os grandes mercados consumidores do Sul e do Sudeste. Dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística indicam que somente no estado de Mato Grosso, o crescimento da área
plantada de soja foi de 28,7% entre os anos de 2008 e 2011.
A expansão dos canaviais para o Centro-Oeste também é fato recente. Os maiores índices de
crescimento da produção de cana-de-açúcar são encontrados em Goiás e Mato Grosso do Sul.
Além do aumento da área cultivada, destaca-se a instalação de usinas na região, o que fortalece a
cadeia agroindustrial sucroalcooleira.
A indústria do turismo também tem apresentado rápido crescimento na Região Centro-Oeste. O
pantanal é a área mais visitada, embora os parques nacionais da Chapada dos Guimarães, em Mato
Grosso, da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e das Esmas, no sudeste goiano, também contribuam
para o aumento do número de turistas, atraídos pelas chapadas, cânions, quedas-d’água, cavernas e
diversos sítios arqueológicos.
No Rio Araguaia, na época da estiagem (junho a setembro), o nível das águas cai formando praias,
tornando a região uma atração turística.
Cidades históricas como Pirenópolis e Goiás, antiga capital goiana, atraem visitantes pelos sobrados
coloniais preservados e pelas igrejas de arquitetura barroca.
Em direção ao sul do estado, a cidade de Caldas Novas recebe em média um milhão de turistas por
ano, em busca de suas fontes de água quente.
Brasília apresenta arquitetura moderna e é considerada Patrimônio da Humanidade.

Os centros urbanos:
A rede urbana do Centro-Oeste desenvolveu-se de maneira linear, seguindo as rodovias de integração
e as ferrovias que ligam à Região Sudeste.
Brasília, metrópole nacional, Goiânia, metrópole, assim como Campo Grande e Cuiabá, capitais
regionais, situam-se sobre os grandes eixos viários. As cidades que exibem forte crescimento – como
Dourados (MS), Rondonópolis (MT) e Anápolis (GO) – estão também situadas nesses eixos.

A cidade-capital:
Brasília representa um caso especial, entre as grandes cidades brasileiras. Não simplesmente por ser
uma cidade planejada: Belo Horizonte, fundada em 1897, e Goiânia, fundada em 1933, constituem outros
exemplos de cidades planejadas no Brasil. A singularidade de Brasília reside na finalidade específica que
orientou seu planejamento urbano – a criação de uma cidade-capital, condição que determinou a
expansão demográfica e econômica da região.
O Plano Piloto constitui o cerne da nova capital. É ele que está submetido ao plano urbanístico, com
seu rígido sistema de aprovação de plantas destinado a conservar as características originais da cidade.
Ideologicamente, esse plano, de autoria de Lúcio Costa, vinculava-se à tradição de pensamento
urbanístico do francês Le Corbusier e da escola arquitetônica da Carta de Atenas, cujos princípios
remontam ao IV Congresso de Arquitetura Moderna, realizado em 1933. A cidade deveria ser, a um só
tempo, funcional e harmônica: uma engrenagem de residências, consumo e trabalho. Para isso, os
planejadores deveriam dispor da capacidade de organizar o espaço de forma absoluta, excluindo as
incertezas e os conflitos inerentes ao desenvolvimento espontâneo das aglomerações urbanas. A ordem
seria um produto da autoridade e do saber urbanístico.
A base espacial do plano urbanístico reside na segregação funcional. No interior do Plano Piloto,
definiram-se as áreas reservadas às diferentes funções urbanas – administração pública, residências,
comércio local e central, etc.

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Um eixo viário retilíneo, chamado Eixo Monumental, foi implantado e reservado aos palácios e edifícios
destinados aos órgãos de poder político, à administração e às embaixadas. Esse eixo é cortado por um
outro, arqueado, chamado Eixo Rodoviário, destinado à circulação expressa. Com 13 quilômetros de
extensão e cinco pistas sem cruzamentos, ele separa a circulação municipal da circulação local. Juntos,
os dois eixos têm o formato de asas de avião.
Ao longo do Eixo Rodoviário alinham-se as superquadras, destinadas à moradia. Nessas áreas
encontram-se escolas, igrejas e espaços de comércio local. Esses serviços localizam-se no interior dos
conjuntos de superquadras, direcionado a circulação de pessoas para dentro e não para as ruas. O
comércio de grande porte foi alocado em uma zona separada, no cruzamento entre os dois grandes eixos
da cidade. Todo o sistema de zoneamento e circulação da cidade prioriza o automóvel, a circulação
expressa.
Concebida por Oscar Niemeyer, a arquitetura da capital é coerente com o plano urbanístico, visando
reforçar simbolicamente a função de sede dos órgãos de poder político, que constitui a razão de ser de
Brasília.

A cidade polinucleada:
O plano urbanístico não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o
contraste entre as áreas centrais reservada às classes médias e às elites, de um lado, e as periferias
populares, de outro. No entanto, operou uma transformação radical nesse esquema, abrindo um espaço
vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades-satélite). O elevado preço dos
terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram
como verdadeiras cidades-dormitório.
Embora não estivessem formalmente previstas no plano, as cidades-satélite desenvolveram-se para,
de certa forma, protege-lo, evitando a concentração da pobreza. Dessa maneira, a capital cresceu como
cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos
separados. Esses núcleos são chamados de regiões administrativas, já que a Constituição impede a
formação de municípios autônomos no Distrito Federal.
A maioria da população ativa que reside nas cidades-satélite trabalha no Plano Piloto e consome horas
diárias em deslocamentos entre o local de moradia e o local de emprego.
A concentração de recursos financeiros no Plano Piloto – que abriga uma elite de políticos, burocratas
da administração pública e diplomatas estrangeiros – dinamiza a economia do Distrito Federal, atraindo
migrantes para as cidades-satélite. Assim, o crescimento demográfico dos núcleos urbanos ao redor é
muito superior ao da área central: em 1960, o Plano Piloto concentrava cerca de metade da população
do Distrito Federal; atualmente essa proporção é inferior a 15%.
Referências Bibliográficas:
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.

Questões

01. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV) O desenvolvimento econômico da região norte pode
ser entendido a partir da criação de um projeto ferroviário para interligar a região amazônica entre o final
do século XIX e a primeira metade do século XX. No entanto, com o advento do regime militar brasileiro,
nos anos 60 do século XX, o projeto ferroviário foi abandonado em razão da prioridade dada pelo regime
militar ao transporte:
(A) pluvial na região norte;
(B) naval pelo litoral da região norte;
(C) aéreo na região norte;
(D) misto aéreo e pluvial da região norte;
(E) rodoviário da região norte.

02. (PGE/RO – Técnico da Procuradoria – FGV) “A sensação térmica pode chegar a 38º C neste
sábado (5) na capital de Rondônia. De acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o tempo
deve ser firme em todo o estado no final de semana”.
A previsão é de céu claro sem chuvas em todo o centro sul. Já nas demais regiões, incluindo Porto
Velho, céu claro a parcialmente nublado com pancadas de chuvas e trovoadas em áreas isoladas,
podendo ser acompanhada de rajadas de ventos no período da tarde e noite. (Fonte: http://g1.globo.com/, 05/09/2015.
Acesso em 20/09/2015).
A descrição do tempo apresentada na notícia revela características de temperatura e pluviosidade
comuns na região norte do Brasil, onde predomina o clima:

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(A) equatorial, com baixa amplitude térmica anual e estações bem diferenciadas em termos de
precipitação;
(B) tropical úmido, mesotérmico em termos de temperatura e de pluviosidade irregular;
(C) tropical semiúmido, de baixa amplitude térmica anual e duas estações pluviométricas bem
definidas;
(D) equatorial, com pequena variação de temperatura ao longo do ano e total pluviométrico anual
elevado;
(E) tropical, com temperaturas médias elevadas ao longo do ano e precipitação distribuída de forma
irregular ao longo do ano.

03. (Prefeitura de Santana do Jacaré/MG – Psicólogo – Reis & Reis) O Brasil segue, atualmente,
a divisão regional estabelecida em 1970, em quantas regiões se divide o território brasileiro?
(A) 06 regiões;
(B) 05 regiões;
(C) 04 regiões;
(D) 01 região.

04. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPE/GO) A região Centro-Oeste é uma das cinco regiões do
Brasil definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sobre ela, é correto afirmar:
(A) É a primeira região do país em superfície territorial.
(B) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
(C) É formada somente pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(D) É formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal.
(E) É formada pelos Estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais e pelo Distrito Federal.

05. (CODAR – Motorista – EXATUS/PR) O Brasil é dividido em 5 Regiões Geográficas, estas abrigam
26 Estados e 1 Distrito Federal. Dadas estas informações, assinale a alternativa que apresenta as
Regiões Geográficas Brasileiras que são formadas por apenas 3 Estados?
(A) Apenas, Centro-Oeste.
(B) Centro-Oeste e Sul.
(C) Sul, apenas.
(D) Nenhuma alternativa responde corretamente ao enunciado da questão.

Gabarito

01. E/02. D/03. B/04. D/05. B

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E ECOSSISTEMAS NO BRASIL

Clima → Situação geográfica:


A maior parte do território brasileiro (92%) localiza-se na zona intertropical, sendo cortado, ao sul (SP,
MS, PR), pelo Trópico de Capricórnio. Nesta zona climática estão as maiores médias térmicas do planeta.
No entanto, deve-se lembrar que o Brasil também é atravessado pelo Equador (AP, AM, RR, PA),
apresentando 93% de sua superfície no Hemisfério Sul, que se caracteriza por um relativo equilíbrio entre
massas continentais e massas oceânicas, justificando temperaturas mais amenas e maior umidade.

Classificação climática:
Segundo Lísia Bernardes, existem no Brasil cinco tipos climáticos principais:

Equatorial:
Abrange a maior parte da Amazônia Brasileira. Apresenta temperaturas elevadas o ano todo, pequena
amplitude térmica anual, chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano todo (2.000 – 3.000
mm/ano);

Tropical:
Tipo climático predominante no Brasil (Centro-Oeste, Meio-Norte, maior parte da Bahia e Agreste).
Apresenta temperaturas elevadas (verão 25ºC, inverno 21ºC), com duas estações bem definidas: verão
chuvoso e inverno seco;

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Tropical de altitude:
Abrange o domínio de mares de morros no Sudeste (maior parte de Minas Gerais e trechos do Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo). É um clima mesotérmico, com temperaturas amenas (verão 25ºC,
inverno 18ºC) e com chuvas concentradas no verão;

Semiárido:
Característico do Sertão Nordestino, abrangendo o Vale Médio do São Francisco e norte de Minas
Gerais, apresenta temperaturas elevadas (superiores a 25ºC), chuvas escassas e irregulares.
Caracterizado pelas estiagens bem pronunciadas;

Subtropical:
Predominante na porção meridional do Brasil (parte de São Paulo, Paraná, além de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul). Mesotérmico, com temperaturas amenas, apresenta grande amplitude térmica (verão
25ºC, inverno 15ºC) e chuvas distribuídas regularmente durante o ano todo, sem estação seca, com
índices pluviométricos entre 1.700/1.900 mm/ano.

Paisagens Vegetais:

A distribuição dos vegetais na superfície terrestre está intimamente relacionada com as caraterísticas
climáticas de cada lugar, havendo até quem afirme que a vegetação é o reflexo do clima.
Assim, para analisar a distribuição das principais formações vegetais brasileiras, é preciso considerar
também os diversos domínios climáticos existentes no país.

A vegetação brasileira:
Entre outras classificações de nossa vegetação, uma das mais didáticas (proposta pela geógrafa Dora
Amarante Romariz) é a que identifica no Brasil quatro grandes formações vegetais: florestais, complexas,
campestres e litorâneas).

Formações Florestais:
Segundo suas características, as formações florestais classificam-se em dois tipos: latifoliadas e
aciculifoliadas.
As latifoliadas caracterizam-se pela presença de árvores que têm folhas largas e que se agrupam
densamente. Quase todas atingem grande altura e abrigam sob suas copas árvores menores, arbustos
e herbáceas. Distribuem-se amplamente no Brasil, graças ao predomínio de climas quentes e úmidos.
As aciculifoliadas compõem-se de espécies com folhas pontiagudas, adaptadas às baixas
temperaturas. No Brasil, ocorrem especialmente nas áreas mais elevadas da bacia do Paraná, onde se
verifica o clima subtropical, com verões brandos.

Floresta latifoliada equatorial:


Também conhecia como Floresta Amazônica ou Hileia, essa formação ocupa cerca de 40% do
território brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, pela porção setentrional de Mato
Grosso e pela porção ocidental do Maranhão.
Característica de clima quente e super úmido, é uma floresta extremamente heterogênea e densa,
apresentando-se dividida em três estratos:
* igapó – corresponde à parte da floresta que se assenta sobre o nível mais inferior da topografia,
onde o solo está permanentemente inundado. Sua principal área de ocorrência é o baixo Amazonas;
* várzea – ocupa parte de média altitude do relevo, onde as inundações são periódicas;
* terra firme – localiza-se na parte mais elevada do relvo, livre das inundações, e por isso é o trecho
mais desenvolvido e exuberante da floresta.

Floresta latifoliada tropical:


Formação exuberante, bastante parecida com a floresta equatorial. Heterogênea, intrincada e densa,
aparece em diferentes pontos do país onde há temperaturas elevadas e alto teor de umidade.
No litoral, com o nome de Mata Atlântica, estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul,
porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira desde o período colonial, sobretudo na região
Nordeste. No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar dificultou a ocupação humana e a
exploração florestal, mas vem ocorrendo devastação, por causa das empresas madeireiras e da
construção de estradas; além disso, a vegetação é destruída pela poluição industrial, como ocorreu em
Cubatão, na Baixada Santista.

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No interior da região Sudeste, aparecia em quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes,
sendo por isso denominada Mata da Bacia do Paraná. Com o avanço da cultura cafeeira em São Paulo
e Minas Gerais, no final do século XIX e início do século passado, foi quase toda devastada, restando
como vestígios, hoje, estreitas faixas de árvores que margeiam os rios da região, denominadas matas
galerias ou ciliares.

Mata dos Cocais:


Formação de transição, concentrada no Meio-Norte ou Nordeste Ocidental (região composta pelos
estados do Maranhão e do Piauí), ladeada por climas opostos – o equatorial super úmido a oeste e o
semiárido a leste.
Na área um pouco mais úmida, que abrange o Maranhão, o oeste do Piauí e o norte de Tocantins, é
comum a ocorrência de babaçu. Na área menos úmida, que abrange o leste do Piauí e os litorais do
Ceará e do Rio Grande do Norte, encontra-se a carnaúba.

Floresta aciculifoliada subtropical:


A floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima subtropical, menos quente e úmido que o
equatorial e o tropical. Suas árvores têm folhas finas e alongadas (em forma de agulha), o que evita a
excessiva perda de umidade. Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades, predominado a
Araucária angustifólia ou pinheiro-do-paraná.
Estendia-se orginalmente do sul de São Paulo ao norte do Rio Grande do Sul. Mas o fato de ser uma
formação aberta facilitou sua exploração intensa e não racional.

Formações Complexas:
As formações complexas correspondem aos domínios do cerrado, da caatinga e do Pantanal, onde
extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos convivem na paisagem:

O Cerrado:
Também denominado savana-do-brasil, o cerrado é a segunda formação vegetal mais extensa do país.
Ocupava originariamente quase 25% do nosso território, mas vem se reduzindo cada vez mais.
Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas – verão chuvoso e inverno seco -
, aparece em quase todo o Brasil Central, isto é, na Região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará
e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo.
Caracteriza-se pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa,
geralmente caducifólios (cujas folhas caem, impedindo o vegetal de perder água) e com raízes profundas.
Sua origem é uma incógnita: alguns a atribuem ao clima com alternância entre as estações úmida e
seca durante o ano; outros, ao solo extremamente ácido e pobre; outros, ainda, à ação conjunta desses
dois fatores. Além disso, deve-se levar em conta a ação humana: certos tipos de cerrado resultam da
realização de queimadas sucessivas num mesmo local. Em escala mais ampla, o aproveitamento
econômico dos domínios do cerrado vem destruindo a vegetação natural para a prática da pecuária e da
agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja).

A Caatinga:
A caatinga, formação típica do clima semiárido do sertão nordestino, ocupa cerca de 11% do território
brasileiro. É composta por plantas xerófilas (como as cactáceas, com folhas em espinhos), caducifólias e
pela carnaubeira, cujas folhas se recobrem de uma cera que evita a transpiração.
O principal uso econômico dos domínios da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos
rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico. Seria preciso adotar técnicas de uso do solo
mais racionais do que as empregadas hoje e expandir a construção de açudes e de canais de irrigação,
para impedir uma provável desertificação, a médio ou longo prazo, do já muito seco sertão nordestino.

O Pantanal:
O Pantanal, uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,
com altitude média de 100m acima do nível do mar, tem uma porção inundável em que apenas nas
estiagens de inverno se desenvolve vegetação – uma formação rasteira apropriada à prática da pecuária.
Na sua porção de alagamento eventual, à vegetação rasteira misturam-se arbustos. Nas áreas altas,
encontramos espécies típicas dos cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se as
espécies arbóreas da floresta tropical.
A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, praticada em harmonia com o ambiente,
sem destruí-lo. Mais recentemente, porém, a região tornou-se objeto de novas formas de ocupação:

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envolvendo o investimento de grandes capitais, a implantação da agricultura comercial, a utilização de
agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas realizada por pontes, têm ocasionado
sérios desequilíbrios ecológicos. Além desses problemas, surgiram outros, como a caça ilegal de jacarés
e a pesca predatória, especialmente na piracema.

Formações Herbáceas:
As formações herbáceas – também denominadas campestres -, compostas de vegetação rasteira, com
gramíneas e pequenos arbustos, são encontradas em todas as regiões brasileiras e diferenciam-se de
acordo com as características climáticas e pedológicas (do solo) das áreas de ocorrência, que são:
* os campos meridionais, destacando-se a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul – onde se
encontra a área de gramíneas mais extensa e homogênea (denominada “campos limpos”) – e os Campos
de Vacaria, em Mato Grosso do Sul. A pecuária é a atividade econômica mais comum nessas regiões;
* os campos da Hileia, que correspondem às áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral
do Amapá, a ilha de Marajó e o Golfão Maranhense;
* os campos de altitude, na serra da Mantiqueira (no Sudeste) e na região serrana dos Planaltos
Residuais Norte-Amazônicos, chamados Campos de Roraima (na Amazônia).

Formações Litorâneas:
As formações litorâneas estendem-se por toda a costa brasileira e apresentam constituições variadas,
condicionadas ao tipo de solo e ao nível de umidade:
* nos mangues, há vegetais adaptados à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas
alagadas periodicamente pelas águas do mar. São arbustos misturados a espécies arbóreas, quase
sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. É nos mangues que se pratica a extração de caranguejos
como atividade econômica;
* nas restingas, misturam-se espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e
o cajueiro, favorecendo a formação de dunas;
* nas dunas, são comuns vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal,
formando verdadeiros cordões vegetais;
* nas praias, são comuns as espécies halófilas, que proliferam em lugares ricos em sal, como a salsa-
de-praia e o jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista.

Domínios morfoclimáticos do Brasil

O imenso território brasileiro apresenta uma grande variedade de climas, vegetação, relevo e rios. A
interação desses elementos resulta na formação de uma extraordinária diversidade de paisagens
naturais.
O geógrafo Aziz Ab’Saber classificou essas paisagens em domínios morfoclimáticos, separados uns
dos outros por faixas de transição – paisagens heterogêneas, compostas por elementos vegetais de dois
ou mais domínios. Essa classificação considera a interação do relevo com os outros elementos naturais,
como o clima, a vegetação, o solo, a estrutura geológica, etc.

A divisão morfoclimática e as províncias fitogeográficas de Aziz Ab’Saber:

Domínios Morfoclimáticos:
Amazônico – Terras baixas florestadas equatoriais;
Mares de Morros – Áreas mamelonares tropicais-atlânticas florestadas;
Cerrado – Chapadões tropicais interiores com cerrados e florestas-galerias;
Caatingas – Depressões intermontanas e interplanálticas semiáridas;
Araucária – Planaltos subtropicais com araucárias;
Pradarias – Coxilhas subtropicais com padrarias mistas.

Faixas de Transição:
Não-Diferenciadas.

Domínio amazônico: terras baixas florestadas equatoriais:


Caracteriza-se pela presença de baixos planaltos e planícies, drenados pela bacia hidrográfica do rio
Amazonas. Essa paisagem, marcada pela presença da Floresta Amazônica, latifoliada, densa e bastante
heterogênea, é dominada pelo clima equatorial (sempre quente e úmido).

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Apesar de constituir o ambiente mais preservado do país, esse domínio vem sofrendo profunda
degradação, marcada pelo desmatamento indiscriminado, que ocorre sobretudo para viabilizar a
expansão da pecuária bovina e das áreas de garimpo.

Domínio da caatinga: depressões semiáridas entre chapadas:


A irregularidade e a relativa escassez das chuvas são responsáveis por uma vegetação ímpar existente
no Brasil: a caatinga, uma associação de cactáceas e gramíneas. A erosão típica local é a pediplanação:
o intemperismo físico e o vento aplainam o topo dos morros mais resistentes à erosão. Formam-se assim
as chapadas, como a Diamantina, na Bahia.
A histórica concentração fundiária reduz a área ocupada pela agricultura de subsistência, confinada
nos brejos: áreas mais úmidas localizadas nas encostas das chapadas e nos vales fluviais.

Domínio do cerrado: chapadões interiores com cerrados e florestas-galerias:


O cerrado ocupa o Brasil Central, área de atuação do clima tropical típico (alternância de verões
quentes e úmidos e invernos amenos e secos). Caracteriza-se por ser uma vegetação complexa, uma
vez que reúne estratos arbóreos e herbáceos ao lado do estrato dominante, o arbustivo. Este é composto
por espécies de caules tortuosos envolvidos por cascas grossas. Possuem ainda raízes profundas, uma
adaptação à longa estação seca.
A partir dos anos 1970, graças ao uso da calagem para corrigir a acidez de seu solo, passou a ser
intensamente ocupado. Suas terras são muito valorizadas, estando ocupadas principalmente pela soja.
Por isso, foi recentemente considerado pela ONU como bioma seriamente ameaçado de extinção.

Domínio das araucárias: planaltos subtropicais com araucárias:


As araucárias são ainda encontradas no Sul do País, precisamente entre o centro-sul do Paraná e
norte do Rio Grande do Sul, locais dominados por altitudes acima dos 800 metros. O clima subtropical
(grande amplitude térmica e chuvas regulares) é acentuado por essa altitude, o que resulta
frequentemente em nevascas e geadas durante o inverno.
A vegetação marcante, a floresta aciculifoliada (composta principalmente por araucárias), foi quase
destruída. Esse fato se deu não só devido à expansão da agricultura, mas também em decorrência da
exploração de sua madeira pela indústria da construção civil e pela indústria de papel e celulose. Assim,
resta atualmente menos de 5% da cobertura original.

Domínio das pradarias: coxilhas subtropicais com pradarias mistas:


Esse domínio é formado por extensos campos que recobrem os baixos planaltos do centro-sul gaúcho.
Denominada também campanha gaúcha e região dos pampas, essa vegetação atravessa fronteiras para
recobrir todo o Uruguai e o centro-leste da Argentina. O relevo dessa área é levemente ondulado, e suas
colinas são chamadas regionalmente de coxilhas.
Seja pelo relevo suave, seja pelas pastagens naturais, a principal atividade econômica do domínio das
pradarias é a pecuária, destacando-se a bovina e a ovina.

Domínio dos mares de morros: áreas mamelonares tropicais atlânticas florestadas:


Essa paisagem é constituída por maciços antigos que datam do período Pré-Cambriano. Tais
formações apresentam-se levemente onduladas, lembrando o aspecto de meia-laranja (mares de morros
ou áreas mamelonares). Originalmente eram recobertos pela Mata Atlântica. Área de predominância do
clima tropical de altitude, apresenta temperaturas amenas. Coincide com as terras altas do Sudeste,
segundo a classificação do relevo de Aziz Ab’Saber. Em parte, a intensa degradação desse domínio deve-
se ao fato de que abriga grandes centros urbanos, como São Paulo e Belo Horizonte.
Também abriga em seu interior a agricultura comercial. Como acontece com o cerrado, a sua cobertura
vegetal também está sob séria ameaça de extinção, segundo a ONU. No estado de São Paulo, por
exemplo, restam apenas 3% de sua cobertura vegetal original.

O exuberante e maltratado litoral brasileiro:


O leste do Brasil é delimitado por uma vasta costa litorânea, que se estende do cabo do Orange,
situado no estado do Amapá, até o arroio Chuí, córrego que faz a fronteira do Rio Grande do Sul com o
Uruguai.
Duas correntes marinhas quentes atuam ao longo dos mais 8 mil quilômetros desse litoral:
* a corrente das Guianas, que banha os litorais setentrionais;
* a corrente Brasileira, que banha um longo trecho que se estende desde o litoral nordestino
até o extremo sul do Rio Grande do Sul.

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A vastidão do litoral brasileiro origina uma sucessão de paisagens naturais: ilhas, restingas, falésias,
encostas, lagunas, mangues, baías, além da foz de inúmeros rios, recifes de corais e de arenitos.
Esses ambientes costeiros estão sendo cada vez mais alterados pelas ações do homem,
responsáveis. Por exemplo, pela edificação de cidades.
Contudo, não são apenas as áreas urbanas que alteram o litoral brasileiro. A especulação imobiliária
também proporciona profundas feridas nas paisagens costeiras. Condomínios de luxo proliferam ao longo
de toda a costa, provocando o avanço do desmatamento e da poluição. No limite, essa intervenção
antrópica desenfreada compromete o equilíbrio de ecossistemas inteiros, além de promover a remoção
das comunidades indígenas.

A ação do homem:
É preciso ressaltar que o fator antrópico (a ação do homem) está presente no processo de degradação
de todos esses domínios morfoclimáticos do Brasil. Todavia, as transformações impostas pelo homem
foram mais intensas nas regiões economicamente mais desenvolvidas.
Nelas, consequentemente, registram-se os mais sérios problemas ambientais do nosso país. Dentre
esses problemas, destacam-se os grandes movimentos de massas, isto é, os deslizamentos, provocados
sobretudo pelas seguintes condições:
* intensas atividades antrópicas;
* elevados índices pluviométricos;
* estrutura das rochas superficiais, muito vulneráveis a esses deslizamentos;
* topografia muito íngreme, com elevado ângulo de inclinação;
* retirada da cobertura vegetal original.

Problemas Ambientais:

Como todos os países do mundo, o Brasil também registrou uma intensa destruição do meio ambiente
ao longo de sua história. E as causas de tal destruição estão vinculadas intimamente ao modelo de
desenvolvimento econômico adotado desde o início da colonização. Aqui, da mesma forma que nos
países mais desenvolvidos, a busca do lucro foi sempre prioritária, em detrimento da natureza.
A expansão da agricultura demonstra, mais claramente do que qualquer outro processo, esse perverso
mecanismo de destruição. Em geral, o caminho para a implantação da imensa maioria dos cultivos é
aberto por um desmatamento descontrolado. Assim aconteceu com o cultivo da cana-de-açúcar na Zona
da Mata nordestina, durante o século XVI, quando foi devastada grande parte da Mata Atlântica; com o
cultivo do café em São Paulo, no século XIX, que repetiu essa mesma destruição no Sudeste; com o
cultivo da soja no Centro-Oeste, que em pouco mais de três décadas alterou radicalmente o ecossistema
do cerrado.

Principais Problemas Ambientais no mundo e no Brasil:


Os problemas ambientais no mundo podem ser divididos em três níveis:
a) alterações climáticas;
b) formas distintas de poluição;
c) extinção de espécies e desmatamento.

A Vida Cercada de Ameaças

Dentre as alterações climáticas podemos citar:

* Destruição dos Habitats – é a causa principal da crescente perda de biodiversidade no mundo.


Plantas e animais morrem em consequência da destruição do seus locais de origem;
* Efeito Estufa – provocado pela poluição, é acusado de ser o responsável pelo aumento da
temperatura e pelo degelamento das zonas polares, ameaçando a vida de várias espécies;
* Desertificação – cálculos alarmantes indicam que cerca de 1/3 das terras cultiváveis do mundo
acabará se desertificando;
* Exploração de Madeira – as motosserras que roncam nas florestas tropicais, da Amazônia às ricas
áreas vegetais da Malásia, devem seu vigor aos lucros obtidos com a extração ilegal de madeira;
* Sobrepesca Marinha – a pesca de arrastão, o envenenamento por resíduos tóxicos e a pesca com
explosivos estão entre as maiores ameaças à biodiversidade marinha;
* Caça – sob a mira dos caçadores, milhares de jacarés foram mortos. Várias espécies de extinguiram
ou estão ameaçadas por causa da caça;

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* Urbanização e Crescimento – também são causadores diretos da destruição dos habitats. Cerca
de 92,7% da Mata Atlântica foi destruída em nome de urbanização;
* Poluição – a chuva ácida, o envenenamento dos rios e do ar das cidades, entre outros efeitos,
provocam a morte de peixes, pássaros, pequenos mamíferos e até seres humanos;
* Expansão de Pastagens – pastagens muitas vezes escondem a razão real da sua criação; a
ampliação de latifúndios. São perdidos 15 milhões de hectares de florestas tropicais a cada ano por causa
delas;
* Expansão da Fronteira Agrícola – enormes extensões de florestas tropicais são dizimadas a cada
ano, geralmente por meio de queimadas, em nome de monoculturas.

Os campeões da Biodiversidade

Apenas 17 das 200 nações existentes no mundo conseguem reunir 70% da diversidade biológica do
planeta. Países como o Brasil, Colômbia, Peru, Venezuela, Indonésia e Malásia, por possuir grandes
porções de florestas tropicais em seus territórios, concentram a maior parte da biodiversidade terrestre.

Formas de Poluição:

Do Ar – concentrado de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis;


Hídrica – contaminação dos rios, lagos e represas, onde são necessários muitos esforços para
despoluição;
Do Solo – por meio de resíduos (lixo) sólidos não-degradáveis, ou que demoram muito tempo para
desaparecer no ambiente, como o vidro, que leva cerca de 5 mil anos para se decompor, ou ainda pelo
uso de componentes químicos. São as principais fontes de poluição do solo: inseticidas, solventes,
produtos farmacêuticos, plásticos, herbicidas, incineração de lixo, componentes eletrônicos, fluidos
hidráulicos, luzes fluorescentes, tintas, gasolinas, processamento de zinco e fertilizantes, baterias.

Legislação Ambiental

Preservação:
Impede qualquer interferência humana em um dado ambiente para evitar dano, degradação ou
destruição dos ecossistemas, áreas geográficas definidas ou espécies animais e vegetais.

Conservação:
Prevê o manejo sustentável, isto é, a exploração econômica de recursos de uma região, desde que
seja baseada em pesquisas e levantamentos e feita de acordo com certas normas e treinamento
específico, além de respeitar a legislação em vigor.

Poluição Sonora – principalmente nos grandes centros urbanos, dores de cabeça, mal-estar e
redução auditiva;
Poluição Visual – causada pelo excesso de placas, propagandas, outdoors, que tiram a atenção
principalmente dos motoristas, pode ser um dos motivos de acidentes de trânsito.

Extinção de Espécies e Desmatamento:


São estimados no mundo cerca de 5 milhões e 15 milhões, respectivamente, de exemplares de flora
e de fauna incluídos os microrganismos. Desse total, de 4 a 8 milhões seriam insetos, 300 mil plantas e
50 mil animais vertebrados, 10 mil aves, 5 mil anfíbios e 4 mil mamíferos.
O desmatamento, a caça e a pesca predatórias colocam em risco essas espécies.
O crescimento econômico e demográfico ampliam a demanda de espécies e pressionam a extinção.

São exemplos de Fauna Ameaçadas de Extermínio no Brasil:


* Aves:
Arara-azul, arara-azul-de-lear, ararajuba, ararinha-azul, gavião-real, guará, papagaio-charão,
papagaio-de-cara-roxa, pica-pau-de-cara-amarela, pica-pau-de-coleira, pintor-verdadeiro.

* Mamíferos:
Ariranha, jaguatirica, lobo-guará, mico-leão-dourado, muriqui, onça-pintada, tamanduá-bandeira, tatu-
canastra, uacari-vermelho, veado-campeiro.

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* Répteis:
Lagartixa-de-areia, tartaruga-de-couro, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde.

Importância das florestas


Constituem ecossistemas ricos em biodiversidade e sua destruição representa um grande risco
ambiental; pois, além de comprometer as espécies, a absorção de carbono é outra função muito
importante, que atua como filtros que limpam o ar dos gases causadores do efeito estufa.

As atividades agrárias, a construção de estradas e usinas hidrelétricas são as grandes responsáveis


pelos desmatamentos e queimadas.

A devastação das florestas


O processo de degradação ambiental no Brasil já ocorria no período colonial. Os portugueses iniciaram
a devastação das florestas brasileiras com a exploração do pau-brasil, que inseriu o país em uma série
de ciclos econômicos voltados aos interesses das metrópoles europeias.
A madeira era usada principalmente como matéria-prima para a fabricação de produtos para tingir
tecidos e para a fabricação de móveis. Calcula-se que mais de 80% das árvores de pau-brasil foram
derrubadas, restando pequenas amostras, geralmente em áreas de preservação ambiental, nos Estados
do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Essa árvore faz parte de uma complexa formação florestal, a Mata Atlântica, que foi o primeiro
elemento do ambiente brasileiro agredido pela ocupação humana.
A Mata Atlântica estende-se sobre um relevo de morros baixos, formação conhecida como “mares de
morros”. Dada a sucessiva ondulação do terreno, as árvores constituiriam uma proteção contra
deslizamentos de terra provocados por chuvas fortes. Posteriormente, esses morros não dispunham mais
dessa capa protetora de vegetação.
As últimas áreas de Mata Atlântica do interior de São Paulo foram destruídas pela expansão acelerada
da cafeicultura, na segunda metade do século XIX e no início do século XX.
Para fortalecer a fiscalização, surgiram diversas ONGs (organizações não-governamentais) que lutam
para implantar formas de manejo adequadas a essa região. Uma das mais conhecidas é a SOS Mata
Atlântica, que se transformou em uma entidade muito forte e organizada.

A questão Amazônica
Durante séculos, essa imensa parcela do espaço brasileiro representou uma fronteira preservada e
praticamente desabitada, a ser conquistada pela “civilização” que se ergueu no Centro-Sul do país.
Seus primeiros habitantes já haviam estabelecido uma forma equilibrada de relacionamento com a
gigantesca floresta. Se compararmos a sua forma de ocupação com aquela que viria a ser imposta por
nossa sociedade ocidentalizada, podemos observar que os índios viviam em harmonia com seu espaço.
As primeiras incursões de grande porte ocorreram no final do século XIX e início do século XX,
motivadas pela exploração da Hevea brasiliensis (seringueira). A região recebeu nessa época um grande
contingente de pessoas, mas as picadas (nome popular de uma trilha em ambiente florestal) e as poucas
estradas não resultaram em grande devastação. Podemos afirmar que até meados da década de 1970 a
Amazônia permaneceu preservada.
Nessa década, os governos militares brasileiros, segundo a doutrina de Segurança Nacional elaborada
por eles, acreditavam que era necessário ocupar a fronteira norte do país, pois temiam que, se
continuasse desabitada (os indígenas, numerosos na região, não eram levados em conta), a região
amazônica constituiria um grave risco estratégico.
Por isso foi implementado um plano de ocupação e aproveitamento da região. Em linhas gerais,
destacam-se os seguinte pontos:
* Criação da zona franca de Manaus;
* Promoção de uma reforma agrária;
* Construção da Transamazônica;
* Implantação de grandiosos projetos de exploração agrícola mineral.
Esse conjunto de iniciativas promoveu o “descobrimento” dessa importante parcela do território
nacional. Em meados da década de 1970 muitos agricultores do Sul dispuseram-se a emigrar para as
terras mais baratas do Centro-Oeste e para as bordas da Floresta Amazônica propriamente dita, fato que,
infelizmente, contribuiu de forma decisiva para agravar a devastação da área.
Na década de 1980 muitos grupos econômicos, especialmente empresas multinacionais e
especuladores, desencadearam o loteamento e a exploração desse importante conjunto de terras

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florestadas. Vários desses grupos são madeireiras, que continuam devastando gigantescas áreas em
pouco tempo e criando imensas clareiras na floresta.
Na década de 1990, esse processo de degradação se acelerou devido à chegada de grandes
madeireiras da Malásia e da Indonésia. Sentindo o esgotamento dos recursos na Ásia, essas empresas
passaram a atuar na Amazônia, associando-se a grupos brasileiros e japoneses.
Já no século XXI grandes empresas de mineração ainda destruíam a cobertura vegetal para explorar
o subsolo. Nem sempre seus dirigentes consideravam a necessidade de recompor a área.

Os planos de manejo, obrigatórios no Brasil, apresentam estudos denominados EIA e RIMA (Estudos
de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental, respectivamente) antes de explorar qualquer
área, dificilmente podem recuperar locais intensamente afetados, cujo aspecto lembra as paisagens
lunares.

O caráter predatório da agricultura e da pecuária itinerante também agride a floresta por meio das
queimadas, técnica antiquada para abrir espaços de forma rápida para o plantio e a criação.
Em muitos lugares a devastação está ligada à obtenção de carvão vegetal. Além disso, segundo muitas
denúncias e vários flagrantes policiais, essa atividade ainda utiliza trabalho escravo e trabalho infantil.
De qualquer modo, a floresta continua correndo grave risco. Até 1970, somente 2% da mesma havia
desaparecido. Passados pouco mais de trinta anos, aproximadamente 20% já estavam devastados.
Esse rico ambiente bio diverso, posteriormente passou a gerar a cobiça de novos grupos econômicos.
O desenvolvimento da biotecnologia desviou para a Amazônia a atenção de inúmeros laboratórios e
órgãos de pesquisa de países ricos. Tais instituições têm o conhecimento de que o ambiente amazônico
contém plantas ainda pouco estudadas, om imenso potencial para a produção de medicamentos.
Apesar das dificuldades, tem-se desenvolvido uma consciência em relação a essa questão no Brasil.
Desde os anos de 1980, o líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988, fazia seguidas
denúncias sobre a atuação de fazendeiros e especuladores na região. Segundo Chico Mendes, os
mesmos eram a ponta-de-lança do grande capital, que vinha em busca de madeira, minérios e produtos
medicinais.
Assim, a partir de suas denúncias, surgiu a ideia de criar as chamadas reservas extrativistas, que
visavam alcançar o que atualmente chama-se desenvolvimento autossustentado ou desenvolvimento
sustentável.

Trata-se de garantir a exploração de recursos florestais para as populações locais, que tem
conhecimento e respeito do ritmo de regeneração das plantas e, portanto, são capazes de explorar tais
recursos sem devasta-los.

A questão da Água
Em nível mundial, é provável que a água tenha se tornado a questão mais debatida em todos os fóruns
de discussão sobre o meio ambiente. No Brasil, dois problemas têm gerado uma crescente preocupação
da sociedade: a deterioração sistemática dos recursos hídricos e sua crescente escassez.
A deterioração da qualidade dos recursos hídricos, especialmente nos rios e represas, é causada
principalmente pela poluição. Esta, por sua vez, tem como origem principal os esgotos urbanos e os
rejeitos agrícolas.
Os esgotos urbanos são produzidos tanto pelas residências quanto pelas empresas, principalmente
pelas indústrias.
A escassez da água tem como causa principal o mau uso desse recurso, especialmente o desperdício.
Outras causas são a ocupação das áreas de mananciais por loteamentos irregulares e a destruição das
matas que protegem as nascentes dos rios. Além disso, a expansão acelerada da agricultura tem
promovido a devastação da mata ciliar, a floresta nativa que acompanha o curso dos rios. Sem essa
vegetação, as margens dos rios ficam expostas à erosão pelas enxurradas, são destruídas e acarretam
o assoreamento dos leitos, que constitui a principal causa de diminuição do volume de água nos rios.
Os portos de areia, áreas de extração muito comuns nas várzeas dos rios que drenam terrenos
sedimentares, também causam assoreamento. Nessas várzeas de onde se extrai areia o rio forma
meandros e, portanto, fica mais lento, reduzindo sensivelmente o volume de água a jusante.

O impacto da Agricultura sobre o Meio Ambiente


A modernização da agricultura também causa profunda deterioração dos recursos hídricos, devido à
utilização de agrotóxicos em larga escala. É cada vez mais comum a utilização de insumos como adubos

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químicos, pesticidas, inseticidas e herbicidas, que, uma vez aplicados nos cultivos, são levados pelas
águas das chuvas aos rios, além de penetrarem no solo e atingirem o lençol freático.
O Brasil ainda enfrenta muitos outros problemas ambientais oriundos da agricultura. É o caso das
queimadas, até hoje uma prática comum durante a colheita da cana-de-açúcar nos estados do Centro-
Sul. A fuligem produzida por elas atinge as cidades e provoca uma verdadeira “chuva negra”, que polui o
ar e suja as roupas estendidas nos varais das residências. A queimada também destrói os nutrientes do
solo, o que exige uso ainda maior de produtos químicos sob forma de adubos e corretivos; cria-se,
portanto, um risco maior de poluição do mananciais.
A monocultura acelera também o processo de erosão do solo. Ao longo dos anos, esse processo dá
origem às voçorocas – profundos e extensos sulcos na terra resultantes da ação das enxurradas sobre o
solo desprotegido. Os prejuízos decorrentes desse fenômeno são enormes: terras cultiváveis e férteis
simplesmente desaparecem, transformando-se em milhões de toneladas de areia que vão assorear os
rios, ao mesmo tempo que geram a desertificação de extensas áreas, como o sudoeste gaúcho, antes
recoberto por pastagens e plantações de soja.
Finalmente, faz-se necessário o registro da expansão rápida da cultura da soja nos estados das
regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.

Poluição litorânea
A pior agressão à biomassa litorânea tem sido a ocupação humana do litoral. O crescimento das
cidades na faixa costeira foi uma das marcas do processo de ocupação do território no Brasil, onde
concentrava-se a maior parte da população.
Os grandes e pequenos aglomerados que lá se instalaram quase sempre comprometem a diversidade
da vida e o equilíbrio do ambiente. Em muitos pontos da costa, as cidades litorâneas se desenvolveram
sem nenhum planejamento, e a rede de água e esgoto não foi suficientemente organizada para apresentar
um modelo satisfatório de qualidade d vida.
Uma das situações mais graves envolve a sobrevivência dos manguezais, formações vegetais que se
erguem nas áreas de encontro entre as águas dos rios e do mar, um ambiente muito rico para a
reprodução de inúmeras espécies. Os solos extremamente permeáveis, constituídos por uma profunda
camada de lama, permitem o desenvolvimento de plantas de médio porte, criando um bioma único, cujos
ecossistemas têm equilíbrio muito frágil.

Bioma é uma porção da superfície terrestre que se individualiza geograficamente na paisagem natural,
pois apresenta características de clima, solo, vegetação e fauna que a tornam única.

Problemas ambientais urbanos


Os problemas ambientais também são dramáticos nas cidades brasileiras. No Estado de São Paulo,
metade dos municípios ainda utiliza aterros sanitários (lixões). Tal fato é muito preocupante, uma vez que
o chorume – resíduo altamente tóxico produzido pela decomposição do lixo urbano – pode facilmente
penetrar no subsolo e, consequentemente, contaminar os recursos hídricos. Esse problema é
particularmente grave nas cidades em que a maior parte da água consumida provém de lençóis freáticos
pouco profundos, facilmente contaminados por aterros sanitários.
Em tempos mais remotos, o lixo era produzido em pequenas quantidades e era basicamente composto
por sobras de alimentos.
A Revolução Industrial e a chegada da “era dos descartáveis” aumentaram o voluma de resíduos, que
hoje são variados e vão desde embalagens de plástico, papel, até móveis, calçados, pneus,
eletrodomésticos, implementos de informática e o próprio computador.
A desova clandestina do lixo não respeita os lugares e a natureza é vítima do descaso.
O destino do lixo é um problema: as propostas para soluciona-lo sempre trazem algumas
desvantagens ou colocam em risco a saúde pública, poluem o solo, a água e o ar.

Lixões ou vazadouros a céu aberto:


São mais comuns, mas possuem aspectos negativos: são poluidores e exalam um cheiro fétido no ar;

Aterros sanitários:
Têm resíduos compactados e cobertos com terra, sã ode baixo custo, mas se não forem bem
administrados, podem se transformar em depósitos de ratos e insetos;

Incineração:
Transforma o lixo em cinzas, diminui o volume, mas tem um alto custo e a fumaça polui o ar;

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Compostagem:
Consiste em transformar restos de comida, esterco de animais e podes de árvores em adubo; também
reduz o volume e pode ser usada como cobertura para aterros sanitários, mas o processo é lento, e os
gases que produz exalam mal cheiro;

Reciclagem:
Considerada a solução ideal pelo governo e por ecologistas, consiste no processamento e
reaproveitamento de determinados produtos. Mas, para tanto, algumas providências terão de ser
tomadas, como a coleta seletiva, reutilização de vasilhames, latas, sacolas, doação do que não se usa,
não atirar as coisas aleatoriamente, entre outras medidas.

Desertificação
É o empobrecimento dos ecossistemas áridos ou sub úmidos em virtude do efeito combinado das
atividades humanas e da seca (Nairóbi, 1077).
É a degradação das terras áridas e semiáridas e sub úmidas resultante de vários fatores, incluindo
variações climáticas e atividades humanas (Rio/92).

Usualmente a desertificação manifesta-se através de:


* Redução da biomassa (aumento do solo nu);
* Elevação do albedo (índice de refração solar);
* Agravamento da erosão e empobrecimento do solo;
* Voçorocamento das encostas e assoreamento dos vales.

As causas são, basicamente, duas:


* Crescimento demográfico e pressão sobre os recursos, com destruição irreversível dos
ecossistemas;
* Anomalias de comportamento climático, resultando em mudanças significativas na distribuição
espacial e temporal da precipitação (Mudanças climáticas globais – Prof. José Bueno Couto).

“(...) é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos


causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos
Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao
meio ambiente”. (Citado por Clarita Müller – Plantenberg e Aziz N. Ab`Sáber, Previsão de impactos, p. 81).
Referências Bibliográficas:
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano. Coleção Objetivo. Editora Sol.
GARCIA, Hélio Carlos; e GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. 4ª edição: Anglo.
TAMDJIAN, James Onnig. Geografia geral e do Brasil: estudos para compreensão do espaço. São Paulo: FTD.

Questões

01. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
No estado do Mato Grosso, predominam os climas equatorial úmido e tropical seco e úmido.
(....) Certo (....) Errado

02. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.
Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
O clima predominante no bioma Pantanal é o equatorial úmido.
(....) Certo (....) Errado

03. (MPOG – Geógrafo – CESPE) O clima do Brasil, fortemente influenciado pela intensidade de
interferência das massas de ar equatorial, tropical e polar, pode ser dividido em: equatorial úmido, tropical
seco e úmido, tropical seco, litorâneo úmido e subtropical úmido. A maioria dos estados brasileiros
apresenta um ou dois tipos climáticos, com exceção da Bahia que apresenta três tipos.

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Com relação a essas classes climáticas do Brasil, julgue o item que se segue.
Na região litorânea brasileira, que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, predomina
o clima litorâneo úmido, com chuvas denominadas orográficas, cujo volume atinge médias anuais em
torno de 1.500 mm.
(....) Certo (....) Errado

04. (Adaptada) Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, “duas de cada
três pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de
consumo do produto”.
Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global,
seria:
(A) Desenvolver processos de reutilização de água.
(B) Explorar leitos de água subterrânea.
(C) Ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios.
(D) Captar águas pluviais.
(E) Importar água doce de outros estados.

Gabarito

01. Certo/02. Errado/03. Errado/04. A

Comentários

01. Resposta: Certo.


Basta associar à vegetação predominante: Floresta Amazônica e Cerrado;
Clima Equatorial Úmido: Floresta Amazônica.
Clima Tropical Seco e Úmido: Cerrado.

02. Resposta: Errado.


No Pantanal, o clima, predominantemente tropical, apresenta características de continentalidade, com
diferenças bem marcantes entre as estações seca e chuvosa.

03. Resposta: Errado.


O Clima Litorâneo ou úmido se estende pela região costeira do estado do Rio Grande do Norte ao
Estado de São Paulo, e não até o Rio Grande do Sul.

04. Resposta: A.
Com a tendência do crescimento do consumo per capita e do aumento da população absoluta, a
escassez de água é, nas próximas décadas, algo iminente. A questão não se restringe apenas em ampliar
o volume de água disponível nem remanejar os depósitos conhecidos à disposição, com captação de
água subterrânea ou de lugares distantes. É imperativo utilizar racionalmente os recursos hídricos, e a
reutilização da água é a forma mais viável.

História e Geografia da Paraíba

Formação do Território Paraibano

Antecedentes da Conquista da Paraíba


Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez
que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso,
não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado
nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época.
Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito
encontrada no Brasil-colônia, e especial devido a extração de um pigmento, usado para tingir tecidos na
Europa. Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que chegaram no Brasil fizeram
amizades com os índios, possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo", na
qual o trabalho indígena era trocado por alguma manufatura sem valor.

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Os portugueses, preocupados com o aumento do comércio dos invasores da colônia, passaram a
enviar expedições para evitar o contrabando do pau-brasil, porém, ao chegar no Brasil essas expedições
eram sempre repelidas pelos franceses apoiados pelos índios. Com o fracasso das expedições o rei de
Portugal decidiu criar o sistema de capitanias hereditárias.
Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em 15 capitanias, para doze donatários.
Entre elas destacamos a Capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da
Traição.
Inicialmente essa capitania foi doada à Pedro Lopes de Souza, que não pôde assumir, vindo em seu
lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a
capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania
como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos.
Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando a mercê de malfeitores e
propiciando a continuidade do contrabando de madeira.
Com a tragédia de Tacunhaém52, em 1534 o rei de Portugal desmembrou Itamaracá, dando formação
à Capitania do Rio Paraíba.
Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em conquistar a capitania que atualmente é
a Paraíba, pois havia a garantia do progresso da capitania pernambucana, a quebrada aliança entre
Potiguaras e franceses, e ainda, estender sua colonização ao norte.

A Conquista e Fundação da Paraíba

Expedições para a Conquista


Quando o Governador Geral (D. Luís de Brito) recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu
também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses
e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba.
Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva.

I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar
no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas
isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para
Pernambuco.

II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o Governador Geral, D. Luís de Brito.
Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras
paraibanas. Três anos depois outro Governador Geral (Lourenço Veiga), tenta conquistar a o Rio Paraíba,
não obtendo êxito.

III Expedição (1579): Frutuoso Barbosa impôs a condição de que se ele conquistasse a paraíba, a
governaria por dez anos. Essa ideia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba,
caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa.

IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso
Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Barbosa
desiste após perder um filho em combate.

V Expedição (1584): Este teve a presença de Flores Valdez, Felipe de Moura e o insistente Frutuoso
Barbosa, que conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista,
eles construíram os fortes de São Tiago e São Felipe.

Conquista da Paraíba
Para as jornadas o Ouvidor Geral Martim Leitão formou uma tropa constituída por brancos, índios,
escravos e até religiosos. Quando aqui chegaram se depararam com índios que sem defesa, fogem e são
aprisionados. Ao saber que eram índios Tabajaras, Martim Leitão manda soltá-los, afirmando que sua
luta era contra os Potiguaras (rivais dos Tabajaras). Após o incidente, Leitão procurou formar uma aliança
com os Tabajaras, que por temerem outra traição, a rejeitaram.
Depois de um certo tempo Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (São Felipe e São Tiago),
ambos em decadência e miséria devido as intrigas entre espanhóis e portugueses. Com isso Martim

52
A Tragédia de Tacunhaém foi uma tragédia na qual índios mataram todos os moradores de um engenho.

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Leitão nomeou outro português, conhecido como Castrejon, para o cargo de Frutuoso Barbosa. A troca
só fez piorar a situação. Ao saber que Castrejon havia abandonado, destruído o Forte e jogado toda a
sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e o enviou de volta à Espanha.
Quando ninguém esperava, os portugueses se unem aos Tabajaras, fazendo com que os Potiguaras
recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585.
A conquista da Paraíba se deu no final de tudo através da união de um português e um chefe indígena
chamado Piragibe, palavra que significa Braço de Peixe.

Fundação da Paraíba
Martim Leitão trouxe pedreiros, carpinteiros, engenheiros e outros para edificar a Cidade de Nossa
Senhora das Neves. Com o início das obras, Leitão foi a Baía da Traição expulsar o resto dos franceses
que permaneciam na Paraíba.
Leitão nomeou João Tavares para ser o capitão do Forte. Paraíba foi a terceira cidade a ser fundada
no Brasil e a última do século XVI.

Primeiras Vilas da Paraíba na Época Colonial


Com a colonização foram surgindo vilas na Paraíba. A seguir temos algumas informações sobre as
primeiras vilas da Paraíba.

Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado foram
encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à vila em 5
de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi
elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da
região.

Sousa: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona de um dos mais importantes sítios
arqueológicos do país (Vale dos Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por "Jardim do Rio do
Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de povoamento e
progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas.
Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Freire de Sousa,
em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política se deu em 10 de julho de 1854.

Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo
instalou na região um povoado. Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu uma
feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as características comerciais de
Campina Grande nasceram desde sua origem.
Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua
elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje, Campina
Grande é a maior cidade do interior do Nordeste.

São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século XVII pela enorme família Cariri que
povoava o sítio São João, entre outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à nível estadual
foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação política é datada de 15 de novembro de
1831.

Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo realizou uma entrada através do rio
Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente recebeu
o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada não demorou muito até que passaram a chamar
o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa.
Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira da cidade considerada
uma relíquia história nos dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o
município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à
vila em 3/4 de maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.

Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o nome de
Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada também
como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de
criação número 2. Hoje, Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da Paraíba,
principalmente por possuir um passado histórico muito atraente.

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Primeiros Capitães- Mores

João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. Foi
também encarregado pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade.
Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros, entre outros
trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.
Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei, em Tibiri, e o forte de São Sebastião,
construído por Martim Leitão para a proteção do engenho.
Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro de
Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo.
O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de
Olinda.
Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50
anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se encontra o
Colégio Nossa Senhora das Neves.
Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em
1588, devido à política do Rei.

Frutuoso Barbosa
Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em
1588, nomeado o novo capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao qual foi
encarregado de controlar a parte militar da capitania.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e por
não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento com estes
últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa, pois aproveitando-se de alguns
descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de
Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. No caminho, João Tavares faleceu de um mal
súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu os Potiguaras.
Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em
Cabedelo.
Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, devido a interferência dos Jesuítas,
as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens.
Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das
Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neves.
Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os
Jesuítas, houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591.

André de Albuquerque Maranhão


André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou algumas
fortificações. Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a
este rio.
Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Cabedelo. O governo de Albuquerque se
finalizou em 1592.

Feliciano Coelho de Carvalho


Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os índios, expandiu estradas e
expulsou os fransciscanos. Terminou seu governo em 1600.

As Ordens Religiosas da Capitania da PB e Seus Mosteiros

Os Jesuítas
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Capitania da Paraíba, acompanhando
todas as suas lutas de colonização.
Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém,
devido a desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os
jesuítas, a ideia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente
com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela
rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.

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Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensinavam
latim, filosofia e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Senhora
da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do Governo.
Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a residir no
seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.

Os Franciscanos
Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os
índios.
O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania.
Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante.
No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim
como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os
franciscanos, Feliciano e o governador geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.
A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente
se encontra a praça São Francisco.

Os Beneditinos
O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba. O
governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar
um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos.
A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos. O mosteiro
não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove, onde ainda há um cata-vento em lâmina,
construído em 1753.

Os Missionários Carmelitas
Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente
na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito
anos.
Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas
chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é
incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.
Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da revolução francesa, mas logo depois
este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques.
Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.

A População Indígena
Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias).
Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos.
Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente 5
milpessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara.
Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o
rio Grande do Norte e a Paraíba.
Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com esta
constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas.
Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se
estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande lago. Estudiosos acreditam que eles
tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.
Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos cariris novos, se dividiam em muitas tribos;
sucuru, icós, ariu e pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os
bandeirantes.
O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como
a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção.
A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A língua falada por
eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. O tupi-guarani
mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por Padre José de Anchieta.

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Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que
lutou contra os holandeses e foi herói na batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que se
sobressaíram na Paraíba.
Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas em apenas
uma aldeia, a São Francisco, onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de caboclos,
termo que eles utilizavam para com as pessoas que não pertencem a tribo.
O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que também é o prefeito do município de Baía
da Traição. Aos poucos, a aldeia vai se civilizando; um exemplo disso é um posto telefônico implantado
na mesma há um mês.
Nessas aldeias existem cerca de 7.000 índios Potiguaras, que mantém as culturas antigas. Eles
possuem cerca de 1.800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor.
No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nordeste a única é a da Baía da Traição.
Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as aldeias locais na
aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré.
A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em menor escala, a agricultura.

Invasões Holandesas
Em 1578 o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, foi morto na batalha de Alcácer-Quibir, na África,
deixando o trono português para seu tio, o cardeal D. Henrique, o qual devido à sua avançada idade
acabou morrendo em 1579, sem deixar herdeiros. O Rei da Espanha, Felipe II, que se dizia primo dos
reis portugueses, com a colaboração da nobreza portuguesa e do seu exército, conseguiu em 1580 o
trono português.
A passagem do trono português à coroa espanhola prejudicou os interesses holandeses, pois eles
estavam travando uma luta contra a Espanha pela sua independência e a Holanda era responsável pelo
comércio do açúcar nas colônias portuguesas, o que lhes garantiam altos lucros. Dessa forma, rivais dos
espanhóis, os holandeses foram proibidos de aportarem em terras portuguesas, o que lhes trouxe grande
prejuízo.
Interessados em recuperar seus lucrativos negócios com as colônias portuguesas, o governo e
companhias privadas holandesas formaram a Companhia das Índias Ocidentais, para invadir as colônias.
A primeira tentativa de invasão holandesa ocorreu em 1624, em Salvador. O governador da Bahia,
Diogo de Mendonça Furtado, havia se preparado para o combate, porém com o atraso da esquadrilha
holandesa, os brasileiros não mais acreditavam na invasão quando foram pegos de surpresa.
Durante o ataque o governador foi preso. Mas orientadas por Marcos Teixeira, as forças brasileiras
mataram vários chefes batavos, enfraquecendo as tropas holandesas. Em maio de 1625, eles foram
expulsos da Bahia pela esquadra de D. Fradique de Toledo Osório.
Ao se retirarem de Salvador, os holandeses, comandados por Hendrikordoon, seguiram para Baía da
Traição, onde desembarcaram e se fortificaram. Tropas paraibanas, pernambucanas e índios se uniram
a mando do governador Antônio de Albuquerque e Francisco Carvalho para expulsar os holandeses. A
derrota batava veio em agosto de 1625.
Após esse conflito ao holandeses seguiram para Pernambuco, onde o governador Matias de
Albuquerque, objetivando deixá-los sem suprimentos, incendiou os armazéns do porto e entrincheirou-
se.
Na Paraíba, por terem ajudado os holandeses, os Potiguaras foram expulsos por Francisco Coelho.
Percebe-se nesse período a grande defesa da terra.
Temendo novos ataques, a Fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, foi reconstruída e guarnecida
e a sua frente, na margem oposta do Rio Paraíba, foi construído o Forte de Santo Antônio.
Aos cinco dias de dezembro de 1632, comandados por Callenfels, 1600 batavos desembarcaram na
Paraíba. Ocorreu um tiroteio, os holandeses construíram uma trincheira em frente a fortaleza de Santa
Catarina, mas foram derrotados com a chegada de 600 homens vindos de Felipéia de Nossa Senhora
das Neves a mando do governador.
Após esse acontecimento os brasileiros tentam construir uma trincheira em frente a fortaleza. Os
holandeses tentam impedir, mas o forte resiste. Incapazes de vencer, os batavos se retiram para
Pernambuco.
Os holandeses decidem atacar o Rio Grande do Norte, mas Matias de Albuquerque, 200 índios e 3
companhias paraibanas os impediram de desembarcar.
Os holandeses voltam à Paraíba para atacar o Forte de Santo Antônio, mas ao desembarcarem
percebam a trincheira levantada pelos paraibanos, fazendo com que eles desistissem da invasão e
voltassem ao Cabo de Santo Agostinho.

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Após um tempo os holandeses resolvem tentar invadir a Paraíba novamente, pois ela representava
uma porta para a invasão batava em Pernambuco. Dessa forma, em 25 de novembro de 1634 partiu uma
esquadra de 29 navios para a Paraíba.
Aos quatro dias de dezembro de 1634, bem preparados os soldados holandeses chegam ao Norte do
Jaguaribe, onde desembarcaram e aprisionaram três brasileiros, entre eles o governador, que conseguiu
fugir.
No dia seguinte o resto da tropa holandesa desembarcou aprisionando mais pessoas. No caminho por
terra para Cabedelo os batavos receberam mais reforços.
Antônio de Albuquerque Maranhão enviou à Paraíba tudo o que foi preciso para combater com os
chefes holandeses na região do forte. Enquanto isso, Callabar roubava as propriedades. Vieram reforços
do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. O capitão Francisco Peres Souto assumiu o comando da
fortaleza de Cabedelo.
Apenas em 15 de novembro chegou à Paraíba o Conde Bagnuolo, para auxiliar os paraibanos. Como
os paraibanos já encontravam-se em situação irremediável, resolveram entregar o Forte de Cabedelo e
logo em seguida o Forte de Santo Antônio.
O Conde de Bagnuolo foi para Pernambuco; Antônio de Albuquerque e o resto da tropa, juntamente
com o resto do povo, tentou fundar o Arraial do Engenho Velho.
Os holandeses chegaram com seus exércitos na Felipéia de Nossa Senhora das Neves em 1634, e a
encontraram vazia. Foram então à procura de Antônio de Albuquerque no Engenho Velho, mas não o
encontraram.
O comandante das tropas holandesas entendeu-se com Duarte Gomes, que procurou a Antônio de
Albuquerque, que prendeu-o e mandou-o para o Arraial do Bom Jesus. Depois, os holandeses mandaram
libertar Duarte Gomes.
No Engenho Espírito Santo, os nossos guerreiros venceram os invasores, que eram chefiados por
André Vidal de Negreiros.
Os paraibanos continuavam com a ideia de querer expulsar os holandeses. Buscaram forças para isso:
arranjaram homens no Engenho São João e contaram com o apoio de André V. de Negreiros.
Quando os holandeses descobriram, também se prepararam para o combate. Os paraibanos reuniram-
se em Timbiri, e depois seguiram para o Engenho Santo André, onde foram atacados por Paulo Linge e
sua tropa.
Após várias lutas, morreram oitenta holandeses e a Paraíba perdeu o capitão Francisco Leitão.
Os combatentes, que estavam recolhidos no engenho Santo André, continuaram com as provocações
aos holandeses, tornando assim complicada a situação de Pernambuco.
A fortaleza de Pernambuco estavam entregue aos prisioneiros soltos por Hautyn. Francisco Figueroa
chegou para governar a capitania por um determinado tempo. Em 1655, chegou João Fernandes Vieira
para assumir a Capitania da Paraíba.
Jerônimo de Albuquerque conquistou o Maranhão com a ajuda de seu filho Antônio de Albuquerque
Maranhão. Em 1618, então este teve por herança o governo do Maranhão, que teria a assessoria de duas
pessoas escolhidas pelo povo. Antônio não gostou muito de seus auxiliares e os dispensou.
Seguindo os assessores seu próprio caminho, Antônio de Albuquerque abandonou o governo do
Maranhão e casou-se em Lisboa, tendo desse casamento dois filhos.
Antônio voltou ao Brasil em 1627, com a nomeação de Capitão-Mor da Paraíba.

A Capitania da Paraíba na época da invasão holandesa


Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres
(holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana).
Durante muito tempo de domínio holandês no Brasil, não houve mistura de raças.

Política administrativa holandesa na Paraíba


Por uma década, a capitania da Paraíba teve como administradores alguns governadores holandeses:
Servais Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte, e sua residência oficial foi no Convento
São Francisco.

Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores engenhos da
capitania.
Elias Herckmans: Governador holandês importante, que governou por cinco anos.
Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir o cargo.
Daniel Aberti: Substituto do anterior.
Gisberk de With: Foi o melhor governador holandês, pois era honesto, trabalhador e humano.

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Paulo de Lince: Foi derrotado pelos "Libertadores da Insurreição", e retirou-se para Cabedelo.

Conquista para o Interior da Paraíba


Através de entradas, Missões de Catequese e bandeiras, o interior da Paraíba foi conquistado,
principalmente após as invasões holandesas.
Os missionários pregavam o cristianismo nas suas Missões, alfabetizavam e ensinavam ofícios aos
índios e construíam colégios para os colonos. Eles encontraram um planalto com uma campina verde e
um clima agradável. Um aldeamento de índios cariris que se organizaram na região deram-lhe o nome
de Campina Grande.
Entre os missionários, destacou-se o Padre Martim Nantes, cuja missão deu origem à vila de Pilar.
As Missões de Catequese foram as primeiras formas de conquista do interior da Paraíba. Após elas
foram executadas bandeiras com a finalidade de capturar índios.
O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que comandou a primeira bandeira na Paraíba.
Esta bandeira se deu através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de um povoado chamado
Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter sido tumultuada, foi bem sucedida, uma vez que
Teodósio aprisionou vários índios. Teodósio é tido como o grande responsável pela colonização do
interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e trouxe famílias e índios para povoá-lo.
Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís Soares, que também se destacou por
suas penetrações para o interior.
Um homem chamado Elias Herckman procurou minas e chegou à Serra da Borborama. Sua atitude (a
de procurar minas) foi seguida por Manuel Rodrigues.
O fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro bandeirante que se destacou na
colonização da Paraíba.
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se destacaram no conflito contra conquista do
interior paraibano, os mais conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro.

Análise política, econômica e social da capitânia nos séculos XVII e XVIII

Análise Política
Na administração colonial do Brasil, foram configurados três modalidades de estatutos políticos: o das
capitanias hereditárias, o do governo geral e o do Vice-reino. Na Paraíba, tivemos a criação da Capitania
Real em 1574.
Em 1694, depois de mais de noventa anos de fundação, esta capitania se tornou independente.
Entretanto, passados mais de sessenta anos, a capitania da Paraíba foi anexada à de Pernambuco
em 1º de janeiro de 1756.
Houve prejuízo nesta fusão para a capitania paraibana, além de prejudicar o Real Serviço, em virtude
das complicações de ordem General de Pernambuco, do governador da Paraíba e do Rio Grande do
Norte.
Por isto, em 1797, o governador da capitania, Fernando Castilho dá um depoimento, descrevendo a
situação da Capitania Real da Paraíba à Rainha de Portugal. Em 11 de janeiro de 1799, pela Carta Régia,
a Capitania da Paraíba separou-se da de Pernambuco.
O interior da capitania foi devastado por bandeirantes, que penetravam até o Piauí. Entretanto a
conquista do Sertão foi realizada pela família Oliveira Ledo.
Outro fato político foram as constantes invasões de franceses a mando da própria coroa francesa.
A invasão holandesa e a Guerra dos Mascates, em que a Paraíba esteve sempre presente com
heroísmo de seus filhos, tiveram a sua consequência política, uma vez que estimulou o sentimento
nacionalista dos paraibanos.

Análise Econômica
Na época colonial, a Paraíba ofereceu no aspecto econômico um traço digno de registro. Entre os
principais produtos e fontes de riqueza, destacavam-se o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o algodão e o
comércio de negros.
O pau-brasil, proveniente da Ásia, era conhecido como ibira-pitanga pelos índios. O seu valor como
matéria prima de tinturaria foi atestado na Europa e na Ásia. Daí a sua importância econômica.
Pernambuco e Paraíba figuravam entre os pontos do Brasil onde a ibira-pitanga era mais encontrada.
A cana-de-açúcar, que foi a principal riqueza da Paraíba com os seus engenhos, veio do Cabo Verde.
Foi plantada inicialmente na Capitania de Ilhéus.
A cana não se aclimatou na Europa. Na idade média o açúcar era um produto raro de preço exorbitante.
Figurava em testamento no meio das joias.

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Isto provou bem a importância do açúcar, de que resultou o desenvolvimento e progresso das colônias
brasileiras. Na primeira década da fundação da Paraíba, já se encontravam dez engenhos montados.
Desde 1532 que entrava na capitania este produto armazenado nos celeiros, na feitorias de Iguarassú.
Os franceses já traficavam com o algodão. Entretanto a economia do "ouro branco" só se desenvolveu
no século XVIII. Aqui na capitania o algodão teve uma suma importância na balança da economia.
Na Paraíba o rebanho de gado vacum também teve importância econômica. Não foi ele somente
utilizado como fonte de subsistência entre nós. Entrou nos engenhos como impulsionador das moendas.
Teve o gado a sua fase áurea durante a "idade do couro", quando tudo se fazia com o couro com fins
comerciais; móveis, portas, baús, etc.

O Tráfico de Escravos
No início da colonização, começaram a ser introduzidos no Brasil os escravos. A data é omissa, mas
presume-se que tenham vindo primeiro com Martim Afonso de Souza para a Capitania da São Vicente.
Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-se logo após o Decreto Real de 1559,
da Regente Catarina permitindo aos engenhos comprar cada um doze (12) escravos.
O escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas.

Análise Social: Igrejas


Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta apenas por nobres. Alguns nobres de
Pernambuco se refugiaram para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa. Ao
chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, desfrutando de tudo.
Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a nobreza, uma vez que haviam mulheres e
moças analfabetas, que só faziam os afazeres domésticos.
Havia também outras classes sociais, compostas por comerciantes e aventureiros, que enriqueciam
rapidamente, faziam parte da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza.
Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra classe. Eles eram considerados os
homens bons, viviam uniformizados.
O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à sua maneira de catequizar o povo.

As principais igrejas que acompanharam a Paraíba no tempo colonial foram:


A matriz de Nossa Senhora das Neves;
Igreja da Misericórdia;
Igreja das Mercês;
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos;
Capela de Nossa Senhora da Mãe dos Homens;
Igreja do Bom Jesus dos Martírios.

Revoltas em que a PB Participou

Guerra dos Mascates


A Guerra dos Mascates foi uma guerra civil, ocorrida em Pernambuco, no século XVIII, mais
propriamente em Olinda, sede do governo pernambucano na época.
Ocorreu que houve indignação contra a elevação de Recife à categoria de vila, a pedido da população
de Recife, composta por comerciantes portugueses chamados Mascates que aspiravam por uma maior
autonomia. Nesta época a economia nordestina entrava em declínio, pois os preços do açúcar estavam
baixando no mercado mundial e haviam descoberto as Minas Gerais.
Muitos senhores de engenho deviam dinheiro aos mascates. Em 1707 o povoado de Recife foi elevado
a vila, o que provocou revolta em Olinda. Alguns olindenses ocuparam Recife e elegeram um novo
governador a seu favor; Olinda ocupou Recife por três meses.
João da Mata, um mascate, adquiriu o apoio do governador da Paraíba, João da Maia Gama, para
desforrar-se dos senhores de engenho. Desta forma os mascates aprisionaram o governador
pernambucano. Após este fato entrou um novo governador no poder (Félix José Machado de Mendonça),
que a princípio foi imparcial, mas que em seguida ficou ao lado dos mascates, os quais saíram vencedores
desse conflito.

Revoluções Liberais: A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada pelo surgimento de ideias
revolucionárias. No mundo surgia o estilo literário conhecido como Realismo/Naturalismo, que procurava
descrever as classes inferiores e mostrar os aspectos mais degradantes e cruéis da sociedade. Na
Paraíba as ideias revolucionárias foram estimuladas pela maçonaria.

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O mundo todo se baseava no ponto de vista científico. Temos como exemplo o padre Manoel Arruda,
que começou a pesquisar a fauna e a flora nordestina.
Todas estas ideias liberais provocaram um surto revolucionário, no qual podemos citar as revoluções
de 1817, 1824 e 1848, todas com tendências republicanas, federalistas e democráticas.

Revolução de 1817: Este movimento de caráter republicano e separatista, surgiu na Província de


Pernambuco e logo se espalhou pelas províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Influenciados pela Revolução Francesa e polo exemplo de República norte-americano, os revoltosos
queriam emancipar o Brasil. Quando a revolta estourou os revoltosos instalaram um governo provisório
republicano. Porém o Governo Geral não perdeu tempo. Quatro meses depois os líderes da revolta foram
condenados à morte e a revolução contida.
Como líderes da revolução podemos citar Domingos José da Silva (comerciante) e os paraibanos
militares Peregrino de Carvalho e Amaro Gomes.

Revolução Praieira: Esta revolta durou apenas cinco meses e ocorreu na província de Pernambuco
entre 1848/49. Ela foi influenciada pelo espírito de 1848 que dominava a Europa. Esta revolta consiste
não apenas em um movimento de protesto contra a política Imperial, mas num movimento social que
pretendia estabelecer reformas. Dentre outras exigências feitas pelos revoltosos, podemos citar: a divisão
dos latifúndios; a liberdade de imprensa; democracia; fim da importação de indústrias têxteis; fim do
domínio português sobre o comércio de Recife; fim da oligarquia política, entre outros.
Os revoltosos eram os liberais adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes
portugueses). O principal jornal liberal em Recife tinha sua localização na Rua da Praia. Por causa disto,
os liberais ficaram conhecidos como praieiros.
A revolução iniciou-se com choques entre os liberais e conservadores de Olinda, ao sétimo dia do mês
de novembro de 1848. Em 1849 os revoltosos atacaram Recife, mas fracassaram. Depois de ter sido
derrotado pelas tropas do Brigadeiro Coelho, em Pernambuco, Borges da Fonseca continuou a lutar na
Paraíba. Outros líderes foram torturados ou assassinados. Este foi o último movimento revolucionário do
Império.

Confederação do Equador: Esta revolta surgiu com a atitude autoritária de D. Pedro I, o qual
dissolveu a Assembleia Constituinte. Esta situação agravou-se quando D. Pedro I quis substituir Manoel
Pais de Andrade, governador da província, ex-revolucionário, que gozava de grande popularidade entre
os pernambucanos, por uma apadrinhado seu (Francisco Reis Barreto). Desta forma, as câmaras
municipais de Olinda e Recife se declararam contrárias ao governo de Barreto.
Em 2 de julho de 1824, Pais de Andrade se empenhou na revolta, pedindo apoio às outras províncias
nordestinas. Seu objetivo era reunir as províncias do Nordeste em uma república, denominada de
Confederação do Equador.
Foram mandados emissários às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Porém a
repressão sobre esta revolta foi intensa. D. Pedro I enviou navios de guerra para derrotá-la. Após a derrota
das tropas republicanas de Pernambuco, as outras províncias se enfraqueceram e foram derrotadas.
Seus líderes foram todos executados, entre eles Frei Caneca, que morreu fuzilado, pois ninguém tinha
coragem de enforcá-lo.

Revolta dos Quebra-Quilos: Ocorrida em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que
provocou no sistema de pesos e medidas, fato este que provocou uma grande revolução na Paraíba. Esta
revolta causou muitas prisões, inclusive a do padre de Campina Grande (Calisto Correia Nóbrega).

Ronco da Abelha: A revolta do ronco da abelha se deu nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará
e Paraíba, em 1851, com o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com a queda do
tráfego negreiro, os homens livres foram trabalhar.

Princesa Isabel: Frente de oposição ao presidente João Pessoa, na cidade de Princesa Isabel,
Paraíba teve como líder José Pereira, que possuía amizades influentes no Estado.

Coluna Prestes: Foi um movimento iniciado por alguns políticos que estavam descontentes com o
governo do presidente do Rio Grande do Sul, e velhos participantes da Revolta Federalista de 1893.
Seus principais líderes foram: Luís Carlos Prestes, Miguel Costa e Juarez Távola.
Os integrantes da Coluna, apesar de todas as dificuldades, conseguiram romper as barreiras do sul.
Ao final, a Coluna se retirou para a Bolívia, o Paraguai e a Argentina.

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Revolução de 30: Representou o acontecimento mais importante em toda a história da Paraíba. A
liderança da Paraíba foi para frente a partir do memento em que João Pessoa recusou aceitar a
candidatura de Júlio Prestes à presidência da república.
Tudo piorou com o levante de Princesa, que contou com o apoio de todos os coronéis do açúcar e do
algodão, entre outros fatores que contribuíram para o agravamento da situação.
Logo após esse acontecimento, veio a morte do presidente da Paraíba, João Pessoa. A revolução se
espalhou por diversos lugares (Nordeste do Maranhão à Bahia).

Governadores da PB após a revolução de 1930


Após a Revolução de 30, explicada anteriormente, o Estado da Paraíba teve os seguintes
governadores:

Álvaro Pereira de Carvalho (ficou no poder até 4 de outubro de 1930);


José Américo de Almeida (04/10/1931-09/10/1930);
Antenor de França Navarro (10/11/1930-1931);
Gratuliano da Costa Brito (1932);
José Marquês da Silva Mariz (1934);
Argemiro de Figueiredo (1935);
Ruy Carneiro (1940-1945);
Samuel Duarte (1945);
Severino Montenegro (1945-1946);
Odon Bezerra Cavalcanti (1946);
José Gomes da Silva (1946-1947);
Oswaldo Trigueiro (1947-1950);
José Targino (1950-1951);
José Américo de Almeida (1951-1953, 1954-1956);
João Fernandes de Lima (1953-1954);
Flávio Ribeiro Coutinho (1956-1958);
José Fernandes de Lima (1960-1961);
Pedro Moreno Godim (1958-1960 e depois 1961-1966);
João Agripino Filho (1966-1971);
Ernani Sátyro (1971-1975);
Ivan Bichara Sobreira (1975-1979);
Dorgival Terceiro Neto (1979);
Tarcísio Burity (1979-1982);
Clóvis Bezerra (1982-1983);
Wilson Braga (1983-1986);
Riveldo Bezerra Cavalcante (1986);
Milton Cabral (1986-1987);
Tarcísio Burity (1987-1991);
Ronaldo Cunha Lima (1991-1994);
Cícero Lucena (1994-1995);
Antônio Mariz (1995);
José Maranhão (1995 - ....).

Sítios Arqueológicos da PB
Em se tratando de arqueologia, a Paraíba possui um potencial invejável.
No município de Ingá, encontra-se o sítio arqueológico mais visitado do Estado, conhecido como Pedra
do Ingá, onde estão gravadas, na dura rocha, no leito de um rio, dezenas e dezenas de inscrições
rupestres, formando fantásticos painéis com mensagens até hoje não decifradas.
Embora ainda fazendo parte do desconhecido, os achados da Pedra do Ingá estão já há bastante
tempo catalogados por notáveis arqueólogos como um dos mais importantes documentos líticos,
motivando permanente e incessantes pesquisas, que buscam informações mais nítidas sobre a vida e os
costumes de civilizações passadas.
Seriam as itacoatiaras do Ingá manifestações dos deuses? O que estes antepassados quiseram
transmitir, com suas inscrições sincronizadas, esculpidas na rocha? As respostas vêm sendo tentadas
por arqueólogos, antropólogos, astrônomos e ufólogos, que chegam de várias partes do mundo,
interessados em desvendar esses mistérios.

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O destaque do Sítio Arqueológico são três painéis de riquíssima arte rupestre. Existem sulcos e pontos
capsulares sequenciados, ordenados, que lembram constelações, serpentes, fetos e variados animais,
todas parecendo o modo que os indígenas ou os visitantes de outras latitudes tinham para anunciar ideias
ou registrar fatos e lendas. O bloco principal, de 24 metros de comprimento por cerca de 4 metros de
altura, divide o rio Ingá de Bacamerte em dois, durante o inverno. No verão, o rio corre por trás das
inscrições.
No sítio arqueológico de Ingá surgiu um Museu de História Natural, que acolhe cerca de duas dezenas
de fósseis de animais que aí viveram, retirados do sítio Maringá e em Riachão do Bacamarte.
O sítio arqueológico de Ingá é ainda uma reserva ecológica da biosfera da caatinga, onde encontram-
se diversas espécies de árvores, entre elas uma velha baraúna, com mais de 100 anos de vida.
Curiosamente, a ingazeira, espécie de árvore que inspirou o nome da cidade, desapareceu a mais de 40
anos. A prefeitura de Ingá está trazendo da cidade de Areia várias mudas de ingazeira, a fim de restaurar
um pouco da história local.
No alto sertão, mais propriamente no município de Sousa, encontra-se o Vale dos Dinossauros, uma
vasta área onde estão registradas inúmeras pegadas fossilizadas de animais pré-históricos,
transformadas em rochas pela ação do tempo.
Referências Bibliográfica:
LIRA, Leandro de Lima. História da Paraíba. Disponível em: http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf.

Questões

01. (PC/PB – Agente de Investigação e Polícia – CESPE) Na Paraíba, a ação dos preadores havia
motivado desentendimentos com os tupinambás, lá chamados de potiguaras, comedores de camarão. A
resistência das comunidades formadas por esses indígenas, aliada às peculiaridades da navegação
naquelas costas, cujo regime de ventos e correntes dificultava a viagem de retorno e as comunicações
com Pernambuco, fez com que a guerra pela conquista da Paraíba se prolongasse durante mais de 25
anos. A inimizade surgiu pela ação de mamelucos, mestiços que andavam resgatando peças cativas e
amealhando outras mercadorias, roubando-as com violência e enganos. Em 1574, o rapto de uma cunhã
do sertão serviu de pretexto para o início das hostilidades entre os colonos portugueses e os habitantes
da Paraíba. Nessa ocasião, dois engenhos foram assaltados e queimados e um dos donos ali foi morto.
Nos 25 anos seguintes, várias outras tentativas de colonização foram patrocinadas pelas autoridades
portuguesas e pelos colonos mais ricos da capitania de Pernambuco. Todas foram repelidas pelos nativos
com auxílio francês.
Em 1580, um abastado colono pernambucano, Frutuoso Barbosa, ofereceu-se para conquistar esses
territórios em troca de privilégios - terras e gentio. Ao chegar à boca da barra do Paraíba, ele encontrou
7 naus francesas, queimou 5 e matou alguns marinheiros. Sob ataque cerrado dos nativos e dos
franceses, recuou para Pernambuco. Na segunda investida, Frutuoso limitou-se a queimar navios
franceses. Em 1583, deixou Pernambuco nova expedição destinada a conquistar a Paraíba.
Depois de queimar navios e espantar os potiguaras, fundaram uma fortaleza e um povoado nas
imediações da barra do rio Paraíba. Na medida em que os portugueses se assenhoreavam do litoral da
Paraíba, os franceses passaram a fortificar-se na baía da Traição. Em 1586, a guarnição de soldados
portugueses e espanhóis bateu em retirada. Nova expedição vinda de Pernambuco, em 1586, conseguiu
desalojar os franceses da baía da Traição, mas não conseguiu dobrar a resistência dos potiguaras. Os
franceses rumaram para o Rio Grande.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC,
2008, p. 97-100 (com adaptações).
Quanto ao processo de conquista do território paraibano, ainda no primeiro século da colonização
portuguesa no Brasil, assinale a opção incorreta.
(A) A reação dos potiguaras mostrou-se vigorosa e, não raro, contou com ajuda de outros europeus.
(B) A conquista foi rápida, tal como se estendeu o processo de ocupação da área.
(C) Ações dos luso-brasileiros, com roubos, engodos e preações, motivaram a hostilidade dos
potiguaras.
(D) Pernambuco constituiu-se em área nuclear da conquista do litoral nordestino, inclusive da Paraíba.
(E) A agroindústria açucareira garantiu a colonização do Nordeste.

02. (PC/PB – Agente de Investigação e Polícia – CESPE) Na Paraíba, a ação dos preadores havia
motivado desentendimentos com os tupinambás, lá chamados de potiguaras, comedores de camarão. A
resistência das comunidades formadas por esses indígenas, aliada às peculiaridades da navegação
naquelas costas, cujo regime de ventos e correntes dificultava a viagem de retorno e as comunicações
com Pernambuco, fez com que a guerra pela conquista da Paraíba se prolongasse durante mais de 25
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anos. A inimizade surgiu pela ação de mamelucos, mestiços que andavam resgatando peças cativas e
amealhando outras mercadorias, roubando-as com violência e enganos. Em 1574, o rapto de uma cunhã
do sertão serviu de pretexto para o início das hostilidades entre os colonos portugueses e os habitantes
da Paraíba. Nessa ocasião, dois engenhos foram assaltados e queimados e um dos donos ali foi morto.
Nos 25 anos seguintes, várias outras tentativas de colonização foram patrocinadas pelas autoridades
portuguesas e pelos colonos mais ricos da capitania de Pernambuco. Todas foram repelidas pelos nativos
com auxílio francês.
Em 1580, um abastado colono pernambucano, Frutuoso Barbosa, ofereceu-se para conquistar esses
territórios em troca de privilégios - terras e gentio. Ao chegar à boca da barra do Paraíba, ele encontrou
7 naus francesas, queimou 5 e matou alguns marinheiros. Sob ataque cerrado dos nativos e dos
franceses, recuou para Pernambuco. Na segunda investida, Frutuoso limitou-se a queimar navios
franceses. Em 1583, deixou Pernambuco nova expedição destinada a conquistar a Paraíba.
Depois de queimar navios e espantar os potiguaras, fundaram uma fortaleza e um povoado nas
imediações da barra do rio Paraíba. Na medida em que os portugueses se assenhoreavam do litoral da
Paraíba, os franceses passaram a fortificar-se na baía da Traição. Em 1586, a guarnição de soldados
portugueses e espanhóis bateu em retirada. Nova expedição vinda de Pernambuco, em 1586, conseguiu
desalojar os franceses da baía da Traição, mas não conseguiu dobrar a resistência dos potiguaras. Os
franceses rumaram para o Rio Grande.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: SENAC,
2008, p. 97-100 (com adaptações).
Segundo o texto, além das dificuldades inerentes à navegação na área, os problemas vividos pelos
portugueses e colonos de Pernambuco, nas tentativas de conquista da Paraíba, explicam-se, entre outros
fatores, pela
(A) reação dos índios locais aos luso-brasileiros que queriam aprisioná-los e escravizá-los.
(B) recusa da Coroa portuguesa em auxiliá-los na difícil empreitada.
(C) imensa distância marítima que teriam de vencer para alcançar a região.
(D) impossibilidade de comunicação verbal com os indígenas locais.
(E) diversidade étnica e cultural a ser enfrentada no território paraibano.

Gabarito

01. E/ 02. A

Geografia física: relevo, clima, vegetação, hidrografia53

Relevo
A maior parte do território paraibano é constituída por rochas resistentes, e bastantes antigas, que
remontam a era pré-cambriana com mais de 2,5 bilhões de anos.
Elas formam um complexo cristalino que favorecem a ocorrência de minerais metálicos, não metálicos
e gemas. Os sítios arqueológicos e paleontológicos, também resultam da idade geológica desses
terrenos.
No litoral temos a Planície Litorânea que é formada pelas praias e terras arenosas.
Na região da mata, temos os tabuleiros que são formados por acúmulos de terras que descem de
lugares altos.
No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, onde
apresenta muitas serras, como a Serra de Teixeira, etc.
No sertão, temos uma depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra da
Viração.

Planalto da Borborema
O Planalto da Borborema é o mais marcante do relevo do Nordeste. Na Paraíba ele tem um papel
fundamental no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As serras e chapadas atingem altitudes
que variam de 300 a 800 metros de altitude.
A Serra de Teixeira é uma das mais conhecidas, com uma altitude média de 700 metros, onde se
encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do Pico do Jabre, que tem uma altitude de 1.197
metros acima do nível do mar, e fica localizado no município de Matureia.

53
https://www.algosobre.com.br/geografia/geografia-da-paraiba-aspectos-naturais-relevo-clima-hidrografia-vegetacao.html.

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O Planalto da Borborema, também conhecido como Serra das Ruças, e denominado antigamente
como Serra da Copaoba, é uma região montanhosa brasileira no interior do Nordeste. Situa-se nos
estados da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e de Alagoas.
Seu rebordo oriental, escarpado, domina a baixada litorânea com um desnível de 300 m, o que lhe
confere ao topo uma altitude de 500 m. Para o interior, o planalto ainda se alteia mais e alcança média
de 800 m em seu centro, donde passa a baixar até atingir 600 m junto ao rebordo ocidental. Diferem
consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção ocidental.
A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas de leste para oeste, separadas por vales, que
configuram parcos relevos de 300 m. Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-se o maciço
dômico de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000 m.
Com altitude média de 400 metros, podendo chegar a mais de 1.000 metros (como é o caso do Pico
do Jabre, de 1.197 m e do Pico do Papagaio, de 1.260 m) em seus pontos extremos (serras), o planalto
está encrustado no agreste do Nordeste Oriental, espalhando-se de norte a sul e tendo como fronteira
natural as planícies do litoral (região úmida) e a depressão sertaneja (região semiárida). Constitui uma
área de transição entre a mata atlântica e a caatinga, possuindo vegetação variada que vai desde a
caatinga propriamente dita até resquícios de mata atlântica (matas de brejo) nos pontos mais altos das
serras, como ocorre na Unidade de Conservação Estadual Mata de Goiamunduba, na Paraíba.
Com amplitude térmica acentuada, que vai dos 35º C durante o dia e 18º C/20º C à noite, chegando a
cair, no inverno, para 20º C/25º C dia e 8º C/12º C noite, vem se constituindo em uma região de forte
atração turística, principalmente para os habitantes da área litorânea. O ecoturismo também vem pouco
a pouco se desenvolvendo, como é o que vem ocorrendo no Parque Estadual Pedra da Boca,
recentemente criado.
No Planalto da Borborema localizam-se importantes cidades, como Campina Grande (Paraíba),
Caruaru e Garanhuns (Pernambuco) e Arapiraca (Alagoas).

Clima
O clima nesta região varia de acordo com o relevo. Na Baixada Litorânea e na encosta leste da
Borborema predomina o clima tropical úmido, com chuvas de outono-inverno e estação seca durante o
verão.
As chuvas no litoral atingem índices de 1.700 mm anuais e temperaturas na casa dos 24° C. Seguindo
para o interior as chuvas diminuem (800 mm - encosta leste da Borborema), voltando a aumentar o índice
pluviométrico no topo do planalto para 1.400 mm.
Dominando o planalto da Borborema, exceto a encosta leste, está o clima semiárido quente; o índice
pluviométrico nesta região pode ser considerado baixo chegando a 500-600 mm anuais.
O menor índice pluviométrico anual do Brasil é registrado no município de Cabaceiras, 279 mm.
Uma terceira tipologia climática ocorre a oeste do Estado, no planalto do rio Piranhas é o Clima tropical
úmido caracterizado por apresentar chuvas de verão e inverno seco, as temperaturas médias anuais são
elevadas, marcando 26° C.
O índice pluviométrico é de 600 a 800 mm/ano. A leste da Borborema as chuvas são irregulares, o que
resulta em secas prolongadas.

Vegetação
A vegetação litorânea do estado da Paraíba apresenta, matas, manguezais e cerrados, que recebem
a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneias e arbustos tortuosos, predominantemente
representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre verdes, como
a peroba e a sucupira.
Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à
sobrevivência neste tipo de ambiente natural.
A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela presença da caatinga,
devido ao clima quente e seco característico da região.
A caatinga pode ser do tipo arbóreo, com espécies como a baraúna, ou arbustivo representado, entre
outras espécies pelo xique-xique e o mandacaru.

Hidrografia
Na hidrografia da Paraíba, os rios fazem parte de dois setores, Rios Litorâneos e Rios Sertanejos.

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Rios Litorâneos
São rios que nascem na Serra da Borborema e vão em busca do litoral paraibano, para desaguar no
Oceano Atlântico.
Entre estes tipos de rios podemos destacar: o Rio Paraíba, que nasce no alto da Serra de Jabitacá, no
município de Monteiro, com uma extensão de 360 km de curso d'água e o maior rio do estado.
Também podemos destacar outros rios, como o Rio Curimataú e o Rio Mamanguape.

Rios Sertanejos

Rio Mamanguape
São rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e desaguando no litoral do Rio Grande
do Norte.
O rio mais importante deste grupo é o Rio Piranhas, que nasce na Serra de Bongá, perto da divisa
com o estado do Ceará. Esse rio é muito importante para Sertão da Paraíba, pois através desse rio é feita
a irrigação de grandes extensões de terras no sertão. Tem ainda outros rios, como o Rio do Peixe, Rio
Piancó e o Rio Espinhara, todos afluentes do Rio Piranhas. Os rios da Paraíba estão inseridos na Bacia
do Atlântico Nordeste Oriental e apenas os rios que nascem na Serra da Borborema e na Planície
Litorânea são perenes. Os outros rios são temporários e correm em direção ao norte, desaguando no
litoral do Rio Grande do Norte.

Questões

01. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No
século XIX, a Paraíba envolveu-se nas lutas pela independência do Brasil. Em 1874, uma revolta,
verdadeira insurreição popular contra a pobreza, a fome, os impostos elevados e o descaso pela
população sertaneja, sacudiu a província. Na Primeira República (1889-1930), a economia manteve-se
atrelada a uma agricultura estagnada e, sob o ponto de vista político, o Estado continuou submetido ao
poder das oligarquias. Em 1930, a Paraíba teve importante papel na Revolução que levou Getúlio Vargas
ao poder nacional.
Quanto ao relevo paraibano, a área em que predomina a planície situa-se no
(A) semiárido.
(B) centro do estado.
(C) agreste.
(D) litoral.
(E) maciço do espinhaço.

02. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No

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século XIX, a Paraíba envolveu-se nas lutas pela independência do Brasil. Em 1874, uma revolta,
verdadeira insurreição popular contra a pobreza, a fome, os impostos elevados e o descaso pela
população sertaneja, sacudiu a província. Na Primeira República (1889-1930), a economia manteve-se
atrelada a uma agricultura estagnada e, sob o ponto de vista político, o Estado continuou submetido ao
poder das oligarquias. Em 1930, a Paraíba teve importante papel na Revolução que levou Getúlio Vargas
ao poder nacional.
Relativamente à vegetação do estado da Paraíba, a caatinga
(A) é caracterizada pelos manguezais.
(B) caracteriza-se pelo clima temperado.
(C) predomina na paisagem litorânea.
(D) situa-se na maior parte do território.
(E) é deserta, com densidade populacional próxima a zero.

03. (PC/PB – Perícia – CESPE) A Paraíba está situada na porção leste da região Nordeste. Seu
território abriga o ponto extremo leste da América do Sul. Seu relevo comporta planície, planalto e
depressões. Com 1.197 metros de altitude, o pico do Jabre, na serra do Teixeira, é o ponto mais elevado
do território do estado. Quanto à vegetação, veem-se mangues, pequena área de floresta tropical e
caatinga. O clima comporta, basicamente, dois tipos: tropical e semiárido. Entre suas principais cidades,
estão a capital João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux, Sousa, Guarabira, Cajazeiras,
Sapé e Cabedelo.
A ocupação e a colonização da Paraíba tiveram início no mesmo século em que começou a
colonização do Brasil. A fundação da Vila de Felipéia de Nossa Senhora das Neves ocorreu em 1585. A
cana-de-açúcar esteve na origem da colonização do território paraibano, vinda de Pernambuco. O
desenvolvimento da economia açucareira atraiu a atenção de outros europeus que tentaram se fixar na
região. Na mesma época, na região em torno da atual Campina Grande, desenvolvia- se a pecuária. No
século XIX, a Paraíba envolveu-se nas lutas pela independência do Brasil. Em 1874, uma revolta,
verdadeira insurreição popular contra a pobreza, a fome, os impostos elevados e o descaso pela
população sertaneja, sacudiu a província. Na Primeira República (1889-1930), a economia manteve-se
atrelada a uma agricultura estagnada e, sob o ponto de vista político, o Estado continuou submetido ao
poder das oligarquias. Em 1930, a Paraíba teve importante papel na Revolução que levou Getúlio Vargas
ao poder nacional.
Situada em território paraibano, a ponta do Seixas é
(A) o limite geográfico ocidental do continente sul-americano.
(B) o acidente geográfico mais elevado do estado.
(C) a delimitação entre as áreas territoriais de João Pessoa e Bayeux.
(D) a fronteira entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
(E) o ponto extremo oriental da América do Sul.

04. (PC/PB – Agente – CESPE) O planalto da Borborema fica na parte leste da região Nordeste, de
Alagoas ao Rio Grande do Norte, e é mais extenso na Paraíba e em Pernambuco. Ele serve de barreira
para os ventos úmidos vindos do oceano, o que permite a ocorrência de chuvas nas encostas leste. A
Depressão Sertaneja São Francisco estende se por todos os estados nordestinos, exceto o Maranhão e
o Piauí.
O grande problema do sertão nordestino não é a falta de chuvas, mas a sua irregularidade.
Praticamente, elas só ocorrem de dezembro a abril.
O Agreste foi povoado principalmente a partir do século XVIII, bem depois da Zona da Mata e do
Sertão. Muitas cidades que aí surgiram eram locais de feiras de compra e venda de gado.
A expansão ferroviária explica o crescimento de muitas cidades que eram pontos de partida ou de
parada dos trens, como Quixeramobim, Sobral, Campina Grande e Caruaru. O processo de modernização
da economia brasileira, no século XX, repercutiu no Nordeste, Paraíba incluída. A partir da criação da
SUDENE, em 1959, investimentos foram direcionados, entre outras atividades, para a criação de distritos
industriais, a exemplo do Centro Industrial de Aratu, na Bahia; dos distritos industriais de Cabo, Jaboatão
e Paulista, em Pernambuco; do de Gramame, na Paraíba.
Toda a produção nacional de algodão arbóreo é obtida no Nordeste. A principal área de produção
situa-se no Sertão do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco e do Piauí. A Bahia é o maior produtor de
algodão herbáceo, seguida por Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
O Agreste, cuja economia se baseia nas atividades agropecuárias, apresenta áreas com alta
densidade demográfica e importantes centros urbanos, entre os quais se destacam Campina Grande, na
Paraíba, Caruaru e Garanhuns, em Pernambuco, que desempenham função de centros regionais.

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Em relação ao clima da região em que a Paraíba está inserida, assinale a opção incorreta.
(A) O termo inverno é comumente utilizado pelos sertanejos para denominar o período de chuva.
(B) Segundo o texto, na Paraíba, a principal questão pluviométrica é a própria escassez de chuvas.
(C) No Sertão, o clima é semiárido e o solo, não muito permeável, dificulta a penetração da água das
chuvas.
(D) A ação do planalto da Borborema retira grande parte da umidade dos ventos vindos do oceano.
(E) Ausência de chuva implica perdas na lavoura e na pecuária; em excesso, transborda rios e provoca
inundações.

Respostas

01. D/02. D/03. E/04. B

Geografia humana: aspectos econômicos, sociais e culturais

Aspectos Econômicos da Paraíba54

Alguns produtos merecem destaque no contexto de sua economia: o algodão, o sisal e o abacaxi. A
pecuária também tem importância e as principais criações são de bovinos, suínos, ovinos e equinos.
No setor industrial salientam o alimentício, metalúrgicas, e o têxtil, das indústrias voltadas aos produtos
da cana-de-açúcar.
Destaca-se a mineração (calcário, caulim, bentonita, columbita, tantalita), agricultura (abacaxi, cana-
de-açúcar, sisal, algodão, mandioca, tomate, manga, coco-da-baía, milho, feijão) e pecuária (bovinos,
suínos, caprinos, ovinos e aves).
O setor industrial responde por 16,3% do PIB estadual, de acordo com o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
Um dos principais polos encontra-se em Campina Grande, onde estão sediadas companhias ligadas
aos setores de metalurgia e confecções. A estratégia de oferecer incentivos fiscais a empresas dispostas
a se estabelecer no Estado apresenta resultados modestos.
Entre 1995 e 1999, 14 empresas de cerâmica, cimento, alimentos e têxtil instalaram-se na Paraíba e
geraram 8 mil empregos.

Agricultura: cana-de-açúcar (4.759.682 t), banana (298.132 t), mandioca (234.410 t), milho (121.381
t), feijão (78.052 t), sisal (4.747 t), abacaxi (269.778.000 frutos), coco-da-baía (73.767.000 frutos) (prelim.
maio/2002).

Extrativismo: lenha (855.574 m³), castanha de caju (372 t) (2000).

Pecuária: aves (7.267.094), bovinos (952.779), caprinos (526.179), ovinos (343.844), suínos
(123.827) (2000).

Mineração: pedra britada (1.151.694 m³), granito ornamental (539.378 m³), bentonita (149.587 t),
titânio (95.812 t), zircônio (18.124 t) (2000).

Indústria: alimentícia, de açúcar e álcool, de calçados (2000).

Exportação (US$ 105,3 milhões): tecidos de algodão (31%), calçados (25%), peixes e crustáceos
(17%), açúcar e álcool (11%), sisal (8%).

Importação (US$ 90,2 milhões): máquinas têxteis (22%), cereais (10%), outras máquinas e motores
(8%), algodão (7%), couro e pele (5%) (2001).

Em suma, a economia se baseia na agricultura (principalmente de cana-de-açúcar, abacaxi, mandioca,


milho e feijão), na indústria (alimentícia, têxtil, sucroalcooleira), na pecuária (de modo mais relevante,
caprinos, na região do Cariri) e no turismo.

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Disponível em: https://www.algosobre.com.br/geografia/aspectos-economicos-da-paraiba.html.

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O transporte marítimo é fundamental à economia paraibana. As exportações e importações são
operadas principalmente através do Porto de Cabedelo.

Aspectos Econômicos
Sob o ponto de vista econômico, considerando a P.E.A. (população economicamente ativa)
correspondente aos setores econômicos, percebe-se que está ocorrendo uma redução no número de
pessoas ocupando o setor primário paraibano, o que confirma a saída da população do campo.
Enquanto isso, nas cidades, o setor terciário está sofrendo aumento gradativo, ao receber a população
proveniente do setor primário.
A debilidade da indústria no Estado mostrou uma redução nos percentuais da população pertencente
ao setor secundário entre as décadas de 70 e 80.
A indústria, em 1995, teve uma crescimento de 7,7% e sua produção de 2,6%, que por pouco não se
nivelou ao crescimento líquido demográfico.
Apesar da população paraibana continuar participando cada vez menos do setor primário, este ainda
representa a base da economia do Estado. Os principais produtos agrícolas paraibanos são:

Abacaxi: Sobre o qual a Paraíba se destaca como o maior produtor, tendo grande importância para a
exportação. O abacaxi é cultivado em Sapé, Mari e Mamanguape.
Sisal: Nos anos 50 e 60 foi o principal produto agrícola paraibano. Posteriormente passou a ocupar o
terceiro lugar na exportação estadual.
Cana-de-açúcar: Possui grande importância econômica, pois dela se fabrica o álcool usado como
combustível. As principais áreas de cultivo são os vales, os tabuleiros e o litoral.
Algodão: Na região sertaneja, ocupa lugar de destaque. Essa cultura já representou o principal
produto agrícola paraibano.
Mandioca, milho e feijão: São culturas de subsistência.

Na produção animal, destacamos os rebanhos:

Bovino: Sua produção se destina basicamente a alimentação local. Localiza-se mais intensamente no
Agreste e no Sertão.
Suíno: Com a melhoria das técnicas de criação, o rebanho vem apresentando um crescimento.
Localiza-se no Cariri e no Sertão.
Caprinos e ovinos: Fornece carne e leite. Localiza-se nos Cariris e no Sertão.
Equinos, Asininos e Muares: Destinados ao transporte.
Percebe-se que a pecuária é praticada de forma extensiva na Paraíba.

O Turismo
No turismo a Paraíba se destaca especialmente devido a suas praias urbanas, primitivas e de nudismo.
Vale salientar que o ecoturismo tem crescido muito na Paraíba, com a valorização das áreas afastadas
da capital, João Pessoa. Uma das áreas citadas como referência de ponto turístico do interior é o Lajedo
de Pai Mateus. Em Campina Grande se encontra um dos maiores eventos juninos do Brasil, denominado
"O Maior São João do Mundo."

Turismo em Campina Grande

Vista do Açude Velho em Campina Grande


Herdeira da cultura nordestina, Campina Grande luta por manter vivo o rico patrimônio representado
pelas manifestações culturais e populares dessa região. A quadrilha junina, o pastoril, as danças
folclóricas, o artesanato, etc., são alguns exemplos de manifestações da cultura popular que ainda
encontram lugar na cidade.
Historicamente, Campina Grande teve, e continua tendo, papel destacado como polo disseminador da
arte dos mais destacados artistas arraigados na cultura popular nordestina, a exemplo dos "cantadores
de viola", "emboladores de coco", poetas populares em geral. Especialmente na música, é inegável a
importância desta cidade na divulgação de artistas do quilate de Luiz Gonzaga, Rosil Cavalcante, Jackson
do Pandeiro, Zé Calixto, dentre muitos, e até pelo surgimento de outros tantos como Marinês, Elba
Ramalho, etc. Eventos como "O Maior São João do Mundo", Festival de Violeiros, "Canta Nordeste", as
vaquejadas que se realizam na cidade, além de programações específicas das emissoras de rádio
campinenses, contribuem fortemente para a preservação da cultura regional.

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Turismo na cidade de João Pessoa

Vista do Bessa em João Pessoa


João Pessoa, fundada em 1585, é uma das mais antigas cidades do País e, por isso mesmo, é o
retrato vivo do passado nas ruas e praças que remontam às origens da cidade.
A cidade baixa, a qualquer hora do dia ou da noite, tem sempre atrativos para quem busca na
arquitetura dos últimos três séculos o testemunho do processo de desenvolvimento nordestino, além de
outros encantos que se traduzem em ancoradouros do rio Sanhauá, casarões antigos, hotéis, igrejas e
praças.
Deslumbram os olhos do turista as tradicionais igrejas, construções antigas e o clima de saudosismo
que impera no Centro Histórico. Destacam-se ali as Igrejas de São Pedro Gonçalves, de São Bento
(antigo Convento), do Carmo, com o Palácio Arquidiocesano, e a Catedral Metropolitana.
A Micaroa foi uma folia carnavalesca fora de época que agitava numerosos foliões no mês de Janeiro,
nas praias de Cabo Branco e Tambaú na cidade de João Pessoa. Em 2005, a festa foi extinta dando lugar
a eventos Indoor como o Fest Verão.

Atrações e eventos culturais


Fest Verão - Praia de Intermares (Cabedelo);
Estação Nordeste - Centro Histórico/Praia de Tambaú;
Festival Nacional de Arte - FENART (Espaço Cultural);
Muriçocas do Miramar - Miramar ao Busto Tamandaré;
Cafuçu - Centro Histórico;
Virgens de Tambaú - Av. Epitácio Pessoa/Praia de Tambaú;
Caminhada pela Paz - Expedicionários ao Busto de Tamandaré;
Procissão do Senhor Morto – Centro;
São João da Capital - Centro Histórico;
Festival de Quadrilhas Juninas - Espaço Cultural;
Folia de Rua - Nos Bairros;
Carnaval Tradição (Escolas e Tribos Indígenas) – Centro;
Desfile Cívico de 7 de setembro - Getúlio Vargas/Lagoa;
Mini Maratona da Cidade de João Pessoa - Centro à Cabo Branco;
Carreata da Paz - Praça da Independência ao Busto de Tamandaré;
Festa das Neves/Aniversário de Fundação da Cidade - Centro Histórico;
Festival de Músicas Carnavalescas - Centro Histórico/Varadouro;
Grito dos Excluídos/Diocese - Centro/Lagoa;
PMJP Cultura nas Praças - Nos Bairros;
Missa de Pentecostes/Arquidiocese da PB - Ginásio Esp. Ronaldão;
Festival Aruanda do Áudio Visual - Campus UFPB;
Festival de Verão - Praias de Tambaú e Cabo Branco;
Romaria de Nossa Senhora da Penha - Centro à Praia da Penha;
Reveillon - Praias de Tambaú e Cabo Branco;
Brasil Mostra Brasil(Ed.Paraíba) - Espaço Cultural;
Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia - Praia de Tambaú;
Parada Gay;
Paraiba Fashion Week - Maison Blunelle;
Manaíra Shopping Colection - Manaíra Shopping;
Auto de Deus (Semana Santa) - Praça Dom Adauto (Centro);
Auto de Natal - Colégio Pio X (Praça da Independência);
Jampa InDoor - Praia do Jacaré (Cabedelo);
Vaquejada do Parque COWBOY - Valentina Figueiredo.

Aspectos Sociais

De acordo com o IBGE, a população paraibana no último censo em 2010, era de 3.766.528 pessoas,
com Densidade demográfica, no mesmo ano, de 66,70 hab./km².
Em 2017, a população paraibana evoluiu para o número de 4.025.558 pessoas.55

55
IBGE – Paraíba. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/panorama.

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A população descendo do elemento branco, que era o português colonizador, do negro, procedente
da África como escravo para trabalhar na agricultura, e o índio, de origem local.
A população é essencialmente mestiça, resultante da miscigenação dos três grupos étnicos:

Mulato: Mistura do branco com o negro. Predominante no litoral do Estado.


Caboclo: Mistura do branco com o índio, predominante no interior do Estado.
O cafuzo: Mistura do negro com o índio. Este é mais raro.

Aspectos Culturais

Folclore
As manifestações folclóricas e populares existem em grande quantidade na Paraíba. Tais
manifestações fazem parte da cultura do Estado paraibano.
Dentre estes acontecimentos, podemos citar: festas de padroeiro, festas natalinas, festas juninas,
casamentos, batizados, noivados, festas de ano novo, festas de caráter religioso, vaquejadas, exposições
agropecuárias, festas do calendário cívico, entre outras.

Artesanato
Literatura transmitida de pessoa a pessoa, que se conserva na memória do povo. Fazem parte desta
literatura: as anedotas, a cantoria de viola, a glosa, a parlenda, o folheto de cordel, o provérbio, advinha,
etc.

Anedota: Tipo de estória curta, que tem por finalidade provocar risos em alguém.

Cantoria: Atividade própria do poeta-cantador. A cantoria sofreu codificações desde o seu surgimento
até hoje, e atrai muitas pessoa para vê-la.

Parlenda: Poema feito em versos curtos, geralmente utilizados para distrais crianças.

Provérbio: Sentença breve, criada pelo povo. Tem por finalidade mostrar a experiência humana.

Advinha: Tipo de passatempo divertido.

Festas Populares
Na Paraíba, as festas cívicas e populares são comemoradas pela população com grande entusiasmo.
Os paraibanos aprenderam a festejar acontecimentos religiosos com os portugueses, tendo influência
também dos indígenas.
Os festejos populares realizados em homenagem aos padroeiros servem para reencontrar pessoas
que não se vinham a muito tempo, especialmente familiares que vêm de outras localidades para fazer
uma visita à sua terra natal. Esses festejos também servem para o divertimento da população.

As principais festas populares são:

Festa de Nossa Senhora das Neves e Festa de Nossa Senhora da Penha, ambas comemoradas em
João Pessoa; e Micarande, festas populares comemoradas em Campina Grande, que atraem turistas de
todo o país;
Festa da Luz, em Guarabira;
Festa da Guia, em Patos;
Festa do Rosário, que ocorre em Pombal e Santa Luzia.
Referências Bibliográfica:
LIRA, Leandro de Lima. História da Paraíba. Disponível em: http://www.pm.pb.gov.br/arquivos/Historia_da_Paraiba.pdf.

Questões

01. (SEAD/PB – Técnico Administrativo – FUNCAB) Apesar do reduzido território, o estado da


Paraíba possui uma significativa variedade de produção agropecuária. Entre as lavouras temporárias a
seguir, a que possuiu a maior área plantada em 2011, no estado da Paraíba, foi:
(A) alho.
(B) fumo.
(C) cebola.
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(D) feijão.
(E) girassol.

02. (SEFAZ/PB – Auditor Fiscal – FCC)

Observe as pirâmides etárias apresentadas abaixo.

Na última década, considerando as características demográficas da Paraíba, é possível afirmar que a


composição etária da população paraibana encontra-se melhor retratada na pirâmide
(A) 3, que reflete a atual tendência da população em diminuir o crescimento vegetativo e aumentar a
esperança de vida.
(B) 2, que sugere fortes transformações na composição da população decorrentes do rápido processo
de urbanização verificado no Estado.
(C) 2, que ressalta a pequena porcentagem de jovens e adultos no conjunto da população como reflexo
do movimento migratório.
(D) 1, que demonstra que recentemente a esperança de vida da população com mais de 60 anos tem
aumentado.
(E) 1, que revela o forte crescimento vegetativo provocado pela alta taxa de natalidade ainda presente
em várias regiões do estado.

03. (CRQ/19R – Coordenador Administrativo – EDUCA/2017) João Pessoa é um município


brasileiro, capital e principal centro financeiro e econômico do Estado da Paraíba.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE no ano de 2016, possuía uma
população estimada de 801.718 habitantes, é a oitava cidade mais populosa da Região Nordeste e a 23.ª
do Brasil.

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A respeito do município de João Pessoa, é correto afirmar que, EXCETO:
(A) A Região Metropolitana de João Pessoa é formada por João Pessoa e mais onze municípios, tem
uma população estimada em 2016 de 1.253.930 pessoas.
(B) É uma das cidades mais verdes do planeta, com mais de 7 m² de floresta por habitante, rodeada
por duas grandes reservas de Mata Atlântica.
(C) No ano de 2017 a capital da Paraíba – João Pessoa completará 431 anos de fundação.
(D) É conhecida como "Porta do Sol", devido ao fato de, no município, estar localizada a Ponta do
Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas, o que faz a cidade ser conhecida como o lugar "onde
o sol nasce primeiro nas Américas.
(E) O clima de João Pessoa é tropical úmido com índices relativamente elevados de umidade do ar.

04. (AL/PB – Assistente Legislativo – FCC)

Observe o gráfico.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Para%C3%ADba)

Os dados do gráfico permitem afirmar que, assim como o povo brasileiro, a população da Paraíba é
essencialmente mestiça e o paraibano médio é predominantemente fruto da forte mistura entre europeu
e o indígena, com alguma influência africana. A menor presença dos negros na composição étnica do
povo deveu-se ao fato de,
(A) a pecuária, que empregava em grande escala o trabalho do escravo africano, ter se tornado uma
atividade menos expressiva do que a produção açucareira.
(B) a produção de açúcar ser feita em áreas reduzidas, com mão de obra familiar e indígena, o que
diminuía o interesse dos produtores de mão de obra escrava.
(C) a cultura de cana na capitania não ter sido tão marcante como na Bahia ou em Pernambuco, o que
ocasionou menor necessidade de mão de obra africana.
(D) a economia do estado não ter sido voltada para a troca externa, como na Bahia ou em Pernambuco,
o que restringiu o comércio de escravos negros na região.
(E) as lavouras do estado serem voltadas à produção de gêneros alimentícios, realizadas em pequenas
unidades onde trabalhavam apenas alguns escravos.

Gabarito

01. D/ 02. A/ 03. C/ 04. C

Aspectos Históricos e Geográficos de


Patos

História De Patos
Tomando por base a Bacia do Paraíba, no que se refere aos seus antigos habitantes, os registros da
história apontam os índios Cariris como pioneiros na exploração, com fixação predominante na região da
Borborema, além dos aglomerados situados nas margens dos rios do Peixe e Jaguaribe56.
Com a chegada da Nação Potiguara, proveniente do sul do Brasil, que se localizou no litoral paraibano,
passou a existir a luta pelo domínio territorial, obrigando a retirada da primeira tribo, com destino ao
interior. Nessa fuga da taba original ocorreu uma desagregação, com a formação de novos grupos,

56
Prefeitura de Patos. Sobre Patos. http://patos.pb.gov.br/governo_e_municipio/cidade

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proclamados como independentes, dentre os quais Pegas e Panatis que se situaram na região das
Espinharas.
No século XVII, começaria o embate entre índios e brancos, época em que a família Oliveira Ledo,
vinda da célebre Casa da Torre, nas margens do São Francisco, chegava ao Sertão depois de atuar no
Cariri, com o objetivo de conquistar a propriedade das terras, para efeito de colonização. As duas
organizações indígenas aqui situadas, somadas aos Coremas que fixaram moradia no Vale do Piancó,
reagiram contra os desbravadores, numa luta das mais aguerridas, até a consolidação da soberania dos
brancos, que finalmente puderam plantar a semente da civilização futura.
No encontro dos rios: Cruz, cuja nascente está localizada no sopé do Pico do Jabre e Farinha,
originado na Serra da Viração, numa encruzilhada de caminhos, onde os tropeiros faziam parada, atraídos
pela água corrente e os seus animais se deliciavam com a fartura das pastagens, estava o cenário
escolhido para a implantação das primeiras fazendas de gado. Com a união desses cursos de água
natural veio a formação do terceiro rio, o qual fora denominado pelos índios de Pinharas e traduzido para
a língua dos brancos como Espinharas, levando-se em consideração os inúmeros arbustos espinhentos
que existiam no local, a exemplo de xique-xique, unha de gato, coroa de frade, urtiga e faveleira. Bem ao
lado encontrava-se uma lagoa onde muitos patos fizeram o seu habitat natural, aves que seriam fonte de
inspiração para a denominação do lugarejo.
João Pereira de Oliveira foi o primeiro a se fixar com fazendas de gado em solo das Espinharas. Ele
recebera uma doação do pai, Antônio de Oliveira Ledo, cuja terra, na localidade Farinha, foi demarcada
em 1670 e confirmada pelo então Governador do Brasil, Alexandre de Sousa Freire.
José Permínio Wanderley, citou em seu livro "Retalhos do Sertão" que João Pereira de Oliveira, vendeu
a referida propriedade ao Coronel Domingos Dias Antunes que mais tarde adquiriu também do seu
contemporâneo, o Sargento-mor José Gomes Farias, a fazenda Itatiunga, que em tupi guarani significa
"Pedra Branca", a qual fazia limite com a primeira. Por morte do coronel, as vastas terras foram
inventariadas com os filhos: Mariana e Antônio, sendo que esse último vendeu sua herança ao Capitão
Paulo Mendes de Figueiredo, que na referida época já residia na Fazenda Patos.
A posição geográfica privilegiada, situada bem no centro do nosso Estado, fez com que a povoação
dos Patos (como era mais conhecida), sempre fosse alcançada por quantos cruzassem o território
paraibano de norte a sul, de leste a oeste, o que acabou gerando um progresso rápido, admitido pelos
viajantes da época, chegando a despertar nas autoridades a necessidade de criação de um novo
município, tendo por sede a alvissareira localidade.
Na sessão de 05 de março de 1830, o Conselho do Governo da Província da Paraíba decidiu pelo
encaminhamento ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império, o Marquês de Caravelas,
do pedido de criação de três novas Vilas e Câmaras: Bananeiras, Amélia do Piancó e Imperial dos Patos,
a primeira desmembrada de Areia e as duas outras de Pombal. O documento que foi enviado em 26 de
março do mesmo ano era finalizado com o seguinte trecho: A oficialização das três Vilas redundará em
benefício tanto dos "fiéis súditos habitantes dos respectivos lugares", como "em aumento da população e
esplendor do Império". Em 09 de maio de 1833, durante sessão extraordinária do Conselho da Província,
foi aprovado o projeto de elevação da Vila dos Patos, cuja instalação se deu em 22 de agosto, após 66
anos de subordinação a Pombal.
A partir de então o município passou a existir, assinalando a emancipação política, com sua Câmara
de Vereadores, composta de 07 membros, consoante determinava a Lei de primeiro de outubro de 1828,
cabendo a ela a administração econômica e municipal. A primeira composição teve os seguintes
vereadores: José Dantas Correia de Góis, Jerônimo José da Nóbrega, José Raimundo Vieira, Bernardo
Carvalho de Andrade, João Machado da Costa, Francisco Gomes Angelim e Manoel Cardoso de Andrade.
Vale registrar que tanto as vilas como as cidades possuíam autonomia de município e eram
governadas pela Câmara, nas vilas compostas de sete membros e nas cidades de nove, constituindo a
única diferença entre ambas. A escolha dos vereadores se daria através do processo eletivo e o mais
votado seria o presidente. Cada Câmara teria um secretário. A mesma lei disciplinava, inclusive, o modelo
de juramento na posse que deveria ser vazado nos seguintes termos: "Juro aos Santos Evangelhos
desempenhar as ações de vereador e promover, quanto em mim couber, os meios de sustentar a
felicidade pública".
Com relação à atribuição das Câmaras, dizia a Lei que estas eram corporações meramente
administrativas e não exercia jurisdição contenciosa alguma. Teriam a seu cargo tudo que dissesse
respeito à polícia e economia das povoações e seus termos. Para administrar os municípios elas
dispunham de empregados, dentre os quais se destacava o secretário, a quem cabia a escrituração de
todo o expediente; emitir certidões que lhe fossem requeridas; ter em boa guarda e arranjo os seus livros.
Não havia Prefeito, mas existia na estrutura das Câmaras a figura do Procurador, que era um
empregado, nomeado por quatro anos, ao qual competia exercer atribuições de natureza executiva, tais

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como, arrecadar e aplicar as rendas e multas, destinadas às despesas do Conselho; demandar perante
os Juízes de Paz a execução das posturas; defender os direitos das Câmaras perante os juízes ordinários;
dar conta das receitas e despesas todos os trimestres no princípio das quatro sessões anuais. Vale
salientar que a figura do prefeito, como executivo municipal, existiu em algumas províncias, isoladamente,
e somente em fins do século XIX foi instituído tal cargo para todos os municípios do Brasil, quer nas
cidades, quer nas vilas.
No mesmo ano da emancipação, tivemos a instalação da Agência dos Correios, sendo que o primeiro
telegrafista foi José Alfredo dos Santos, mais tarde substituído por Antônio Bezerra de Melo (pai do
deputado José Joffily), enquanto que a terceira indicação para o referido cargo recaiu sobre o nome de
Fenelon Bonavides. O primeiro Juiz da Comarca de Patos foi o Bacharel Francisco Claudino de Araújo
Guarita.
Em 30 de maio de 1839, por volta de 07:30 da manhã, a Imperial Vila dos Patos recebeu a visita
pastoral capitaneada por Dom João da Purificação Marquês Perdigão, Bispo de Pernambuco, a quem se
subordinava a Diocese da Paraíba, para uma permanência de 07 dias, período em que crismou mais de
1.300 pessoas, realizou várias celebrações eucarísticas e matrimoniais, levando a efeito uma ampla
campanha contra o amancebo bastante comum na época.
A respeito deste acontecimento há um curioso registro no diário de viagem, escrito pelo referido pastor,
transcrito por Celso Mariz, em seu Livro Ibiapina, o apóstolo do Nordeste: “Nesse dia e no dia de ontem,
sofri grande amargura por causa do depravado procedimento do vigário, quando publicamente
concubinado dentro de sua casa com alguns filhos. Existem motivos pelos quais apenas pude conseguir
que este vigário depositasse a mulher e os filhos em outra casa, ainda mesmo dentro da vila, o que neste
dia se efetuou, depois de anoitecer dadas por mim às providências para nunca mais entrar aquela mulher
em casa do vigário, que prometeu arranjá-la fora da vila.
Deixei esse negócio recomendado ao Padre Antônio Dantas e seu irmão, sub-procurador da mesma
vila, para me avisarem da correção do vigário ou em caso contrário. Depois, mandou-me este vigário
quatro queijos, farinha, chouriços, duas mantas de carne e apenas recebi uma pequena parte, rejeitando
o resto”.
Em 1845, a Câmara Municipal de Patos, aprovou o seguinte artigo: “Todo dono de casa habitada nas
terras de agricultura apresentará anualmente, no mês de setembro, 100 bicos de pássaros daninhos
tendo escravos e 50 não os tendo, e nas terras de criar os donos de escravos apresentarão 50 e os que
não possuírem escravos 25, sendo isentas as pessoas que a autoridade competente julgar
impossibilitadas. O infrator pagará dois mil réis de multa”.
Naquela época, de acordo com o censo realizado, tirado das relações que as juntas qualificadoras
enviaram à Presidência da Província, a população paroquial de Patos era de 1.524 fogos e 15 eleitores.
Em 1851 a estatística chegava a 4.406 habitantes livres e 660 escravos.
Em 1853, é fundada na Paróquia de Nossa Senhora da Guia a Irmandade de Nossa Senhora do
Rosário e passa a ocupar o lugar de vigário da freguesia, o Padre Manoel Cordeiro da Cruz. Em 24 de
fevereiro de 1855 Patos já tinha agregadas a sua igreja principal as capelas de Santa Luzia, Santa Maria
Madalena, Nossa Senhora da Conceição do Estreito e Nossa Senhora da Conceição de Passagem. Os
limites da Vila eram os seguintes: ao nascente – São João, poente –Piancó e Pombal, ao Sul – Ingazeira
(Província de Pernambuco), ao norte – Vila de Caicó no Rio Grande do Norte.
Com relação a sua composição, Patos contava com os Distritos da Vila e de Santa Luzia que se
destacavam pela criação de gado, cavalos, ovelhas e cabras, além do de Teixeira que produzia milho,
arroz, feijão, mandioca e algodão. No tocante aos acessos, possuía três estradas principais: Ladeira da
Onça e Canudos, ligando-a aos lugares vizinhos e a Pedra D’água, utilizada para chegar à Capital e à
Província de Pernambuco.
Um fato que causou tristeza, luto e preocupações no decorrer do século XIX, foi o surto de cólera,
iniciado no ano de 1856, que dizimou muitas vidas na região sertaneja. Somente em Patos cerca de 80
pessoas foram acometidas do mal, com o registro de 13 mortes. Na época o Governo da Província
mandou construir um Cemitério na localidade.
Em 1860, precisamente no dia 08 de outubro, às 07:15 da manhã, a Vila de Patos recebeu a primeira
visita de um Presidente da Província, Luiz Antônio da Silva Nunes, que deliberou empreender uma
excursão ao interior para melhor conhecer os seus domínios. Sobre Patos não são lisonjeiras as
informações por ele prestadas em seu relatório. Constatou que o professor da escola de meninos não
demonstrava interesse pelo ensino, sendo visível a sua incapacidade para o magistério; a igreja
ameaçava ruir, com uma grande fenda no arco do cruzeiro e o cemitério além de ser fechado por muros
não tinha reboco. Em 1862, o Governo do Estado edificou a Cadeia Velha, cuja obra custou 2.200$000
(dois contos e duzentos mil reais), sendo seu construtor Severino José de Figueiredo que
coincidentemente foi o seu estreante.

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Os registros da história político-administrativa de Patos são insuficientes no tocante ao período
compreendido entre 1848 e 1890, uma vez que no primeiro ano citado sabe-se apenas que aconteceu,
no dia 07 de setembro, a eleição para a escolha da nova câmara sem a relação dos seus titulares. Já em
1856 encontramos citações sobre a vitória em 12 de outubro dos seguintes vereadores: Jovino Machado
da Costa, Liberato Cavalcante de Carvalho Nóbrega, Victor de Sousa Cavalcante, Jerônimo José da
Nóbrega Júnior, Antônio Alves de Albuquerque, Manuel Vieira da Silva e João Machado da Costa.
Ao longo da Legislatura iniciada em 1868, nove nomes de edis são apontados, deixando a
possibilidade de dois suplentes terem assumido em consequência do falecimento ou afastamento de
titulares por motivo de ordem superior: José Claudino da Nóbrega, Jerônimo José da Nóbrega, João Vieira
Arcoverde, José Ferreira da Nóbrega, Aurélio da Costa Vilar, Honório Nóbrega Machado, José César de
Mello Júnior, Jorge Mendes Figueiredo e Francisco Pedro de Alcântara. Esse mesmo grupo acabou por
assumir a legislatura seguinte, em virtude da anulação do pleito realizado em 07 de setembro de 1872,
pela verificação de vícios de irregularidades, sendo que o comunicado oficial sobre a substituição se deu
em primeiro de agosto de 1874.
Entre 1887 e 1889 são citados como integrantes do Poder Legislativo os seguintes membros: João
Pedro Sátyro e Sousa, Justino Gomes dos Santos, José Marques da Nóbrega, Leonardo César de Mello,
Victor de Souto Cavalcante, João Bernardo Ferreira Rocha, Elias Ribeiro da Silva e Antônio Belarmino
Tertuliano de Sá.
Em 04 de fevereiro de 1890 foi publicado o Decreto nº 07, dissolvendo as Câmaras Municipais e
determinando que o seu poder passasse a ser exercido por um Conselho de Intendência, composto por
três membros, nomeados pelo Governador do Estado. No dia 28 do mesmo mês foi divulgada, através
de Portaria, a relação escolhida pelo dirigente maior da Província da Paraíba, sendo os titulares: Miguel
Firmino da Nóbrega, Manoel de Oliveira Machado, Josias Salatiel Vidiniano da Nóbrega e na condição de
suplentes: João Gualberto da Nóbrega, Damásio de Araújo Costa e Silvino Xavier dos Santos.
Em 14 de novembro do mesmo ano os dois primeiros titulares foram exonerados e substituídos por
Jerônimo José da Nóbrega e José Venâncio da Nóbrega. Em 25 de fevereiro de 1891, a composição
pioneira volta a ser nomeada sob a presidência de Miguel Firmino da Nóbrega.
Com a deposição do Governo Estadual, em face das mudanças patrocinadas por Floriano Peixoto,
instalou-se na Paraíba uma Junta Governativa, tendo à frente o General Savaget, a qual decidiu dissolver
a Assembleia Legislativa e anular os efeitos da Constituição de 1891. Em 14 de janeiro de 1892, são
nomeados para o Conselho de Intendência da Vila de Patos: Presidente - Vigolvino Pereira Monteiro
Wanderley, Miguel Sátyro e Sousa e Honório Machado da Nóbrega. Em 11 de março, por decisão do
Presidente Álvaro Lopes Machado, são exonerados os suplentes e nomeados, em seus lugares, Pedro
Fernandes de Oliveira, Elias Ribeiro da Silva e Justino Gomes dos Santos.
O Almanach da Paraíba cita que neste ano a população estimada da Vila de Patos era de 800 almas,
havia 138 prédios urbanos, incluindo três sobrados e o edifício em que funcionava o Conselho Municipal,
além da cadeia pública. Também destacava a existência de diversas artérias e o pátio da matriz. Fazia
referências às feiras semanais, ocorridas nas segundas, como sendo abundantes.
Outros dados citados: há na localidade seis estabelecimentos comerciais de fazendas e miudezas,
cujos proprietários são: Filizola, Irmão & Caiaffo, Souza & Irmão, Major José Jerônimo de Barros,
Francisco Gomes dos Santos, Capitão Joaquim Vieira de Melo e Francisco Vieira de Carvalho. Funcionam
também, nove estabelecimentos de ferragens, miudezas e molhados, pertencentes a Farias & Cabral,
Josué, Severino e João César de Melo, Antônio Lustosa de Oliveira Cabral, José Vieira Arcoverde, José
d’Arimatéia Machado, Josias Álvares da Nóbrega e Simplício de Araújo.
Não deixava de evidenciar a agropecuária com relação à criação de gado e produção de cereais,
algodão, mandioca e cana de açúcar, além da existência de dez engenhos para o fabrico de rapadura de
propriedade de Capitão Antônio Batista de Figueiredo, Bernardino Lima, Salustiano Xavier dos Santos,
Tenente João Dantas de Oliveira, Manoel Rodrigues dos Santos, Raimundo Rodrigues, Tenente-Coronel
Francisco Pereira Monteiro Wanderley, Capitão Roldão Meira de Vasconcelos, Alferes João Pedro de
Sousa, sem falar em um engenho a vapor utilizado também para o fabrico da aguardente, de propriedade
do Major Antônio Pedro de Azevedo.
Existiam ainda 11 bolandeiras para o descaroçamento de algodão, do Capitão Manoel Gomes dos
Santos, Severino César de Melo, Capitão Roldão Meira de Vasconcelos, Silvino Xavier dos Santos,
Martinho Moreira, João Augusto de Sousa, Canuto Alves Torres, Augusto Pereira Monteiro, Capitão
Lourenço Dantas Correia de Góis e Alferes Antônio Félix de Mendonça, bem como um vapor para o
mesmo fim pertencente a Major Antônio Pereira de Azevedo. Na época existiam 124 fazendas de gado.
Em 1898, precisamente no dia 15 de dezembro, o vigário Joaquim Alves Machado e o procurador
Capitão Manoel Gomes dos Santos, mandaram lançar no livro de tombo cópia da escritura de doação e
ratificação do patrimônio de Nossa Senhora da Guia, da Vila dos Patos. Já no ano de 1900, em primeiro

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de janeiro, foi implantado sobre pedras, a oeste da Vila, um cruzeiro de madeira, o qual serviu de marco
da entrada do novo século. A falta de preservação acabou por extingui-lo, depois do local ter sido ocupado
por residências de forma desordenada, ponto que ficaria conhecido por Beco do Cruzeiro.
Em 20 de fevereiro de 1925, o Presidente João Suassuna assina o Decreto 1.353, modificando a
organização da Força Pública do Estado, que ficará constituída de dois batalhões: o primeiro na Capital
com 605 homens e o segundo com efetivo de 598 integrantes sediado em Patos.
A primeira visita de um Presidente do Brasil à cidade de Patos data de 08 de agosto de 1926. O Dr.
Washington Luís Pereira de Sousa chegou ao meio dia, acompanhado de sua comitiva e do dirigente
estadual, Presidente João Suassuna, tendo sido saudado por extensas girândolas de foguetões, com as
ruas embandeiradas e repletas de gente, com recepção pela Banda do I Batalhão em frente à residência
dos anfitriões, prefeito José Peregrino e sua esposa D. Maria Firmino, os quais lhe ofereceram um almoço
festivo, cujo cardápio foi composto de sopa, galinha em molho pardo, peixe de escabeche, roast-beef
com purê de batatas, peru à carioca e em seguida a sobremesa variada de compotas e salada de frutas,
além de pudim. Tudo isso sem falar em outros agrados com vinhos, champagne, café, licores e charutos.
Em 22 de setembro de 1940, a cidade de Patos recebeu a comissão norte-americana que iria observar
o eclipse total do sol no dia primeiro de outubro, com modernos equipamentos instalados na firma
Anderson Clayton & Company, provocando uma enorme curiosidade da população. Os observadores
pertenciam a National Bureau of Standards e a National Geographic Society. Integravam a expedição os
cientistas: Irvine C. Gardner, Richard H. Stewart, Theodoro Gilliland, Padre Paul A. Mc Nally – Diretor do
Observatório Astronômico de Georgetown - Estados Unidos da América, Dr. Edward Hulburt e Dr. Kiees.
Mais tarde, o ponto escolhido foi identificado por um marco que, infelizmente, para prejuízo da história,
não teve a sorte de ser preservado.
Em 1950, o Censo Nacional apontou como população de Patos a existência de 49.540 habitantes,
sendo 25.001 mulheres e 24.539 homens, ocupando a décima colocação entre os municípios da Paraíba.
Do total, 25.226 moradores eram de cor branca, 19.956 pardos, 4.297 pretos e 61 não declararam. 49.997
eram católicos, 366 protestantes, 46 espíritas, 06 de outras religiões, 40 não declararam e 40 não tinham
religião. Com relação à agricultura foram apurados 1.886 propriedades, onde se concentravam 34.290
habitantes (60%).
O Censo Comercial de 1950 registrou no município 182 estabelecimentos varejistas e 15 atacadistas,
ocupando 354 pessoas. Com uma movimentação de 29 milhões de cruzeiros, o comércio varejista de
Patos já ocupava o quarto lugar do Estado, perdendo apenas para João Pessoa, Campina Grande e
Guarabira. A população Urbana era a terceira do Estado e o índice de analfabetos chegava a 63,59%.
Em 1960, o Recenseamento de Patos acusou a existência de 60.241 habitantes, sendo 29.543 homens
e 30.648 mulheres. A coleta dos dados rurais assinalou 2.049 propriedades, ocupando uma área total de
212.900 hectares, dos quais 42.086 destinados a lavouras. Neste ano existia no município de Patos 232
escolas primárias municipais, 21 estaduais e 08 particulares; 01 estabelecimento de comércio; 02
unidades de ensino ginasial e uma voltada para o aprendizado pedagógico; 01 escola de curso colegial
e outra profissionalizante.
Os estabelecimentos comerciais grossistas somavam 12, enquanto 614 eram varejistas; 152
indústrias, com cinco ou mais empregados e 03 estabelecimentos de crédito. A cidade que já era servida
pela energia elétrica proveniente de Coremas possuía nos seus cadastros 5.089 ligações. Os registros
do órgão de trânsito apontavam a existência de 121 caminhões, 38 caminhonetas; 38 jeeps, 29
automóveis, 07 ônibus, 14 motocicletas e lambretas e 45 veículos oficiais. Existiam 5.900 prédios; 450
telefones urbanos, 01 cinema, 02 tipografias, 02 livrarias, 11 farmácias e drogarias. Atendiam no
município: 15 médicos, 10 dentistas, 06 advogados, 04 engenheiros e 02 agrônomos.
Em 22 de dezembro de 1961, foram criados os municípios de Salgadinho, Santa Terezinha, Passagem,
São José de Espinharas e Cacimba de Areia, todos desmembrados da área territorial de Patoss. Em
1964, precisamente no dia 31 de março, a Lei Estadual 3.156, criou o município de São José do Bonfim,
com área desmembrada do território de Patos.
Com uma área total de 506,5 Km², o município de Patos, segundo o censo 2000, possuia uma
população de 91.403habitantes, sendo 43.313 homens e 48.090 mulheres, registrando um crescimento
anual de 1,52. Sua densidade demográfica é de 180,46 (hab/ Km²). Na zona urbana estavam
concentradas 87.502 pessoas enquanto habitavam a zona rural 3.901. O clima é quente e seco, com
temperatura máxima de 38ºC e mínima de 28ºC. Limites: São José de Espinharas, Santa Terezinha, São
José do Bonfim, Cacimba de Areia, Quixaba, São Mamede e Malta.
Patos, nos dias atuais, é um dos maiores municípios da Paraíba, não apenas no aspecto da extensão
e estrutura física, mas principalmente, pela pujança de sua gente, disposição de trabalho da iniciativa
privada, com ênfase ao comércio e a indústria, responsáveis pela geração de emprego, renda e tributos,
que mantêm as ações de governo. Por seu aspecto de desenvolvimento no interior do Estado passou a

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ser conhecida como "Capital do Sertão da Paraíba", ao ponto em que o seu clima acabou lhe dando a
titularidade de "Morada do Sol".

Aspectos Geográficos

População

Trabalho e Rendimento
Em 2016, o salário médio mensal era de 2.0 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 15.3%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava
as posições 11 de 223 e 13 de 223, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava

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na posição 1807 de 5570 e 1972 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos
mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 41.7% da população nessas condições, o que o
colocava na posição 219 de 223 dentre as cidades do estado e na posição 2510 de 5570 dentre as
cidades do Brasil57.

Educação
Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 4.8 no IDEB.
Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 3.8. Na comparação com cidades do mesmo estado, a
nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 48 de 223. Considerando a nota dos
alunos dos anos finais, a posição passava a 53 de 223. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14
anos) foi de 97.8 em 2010. Isso posicionava o município na posição 83 de 223 dentre as cidades do
estado e na posição 2411 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

57
IBGE. Panorama de Patos. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/patos/panorama

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Economia

Saúde
A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 16.15 para 1.000 nascidos vivos. As internações
devido a diarreias são de 2 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado,
fica nas posições 70 de 223 e 56 de 223, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo,
essas posições são de 1819 de 5570 e 1545 de 5570, respectivamente.

Território e Ambiente
Apresenta 85.5% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 89% de domicílios urbanos em
vias públicas com arborização e 5.5% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada

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. 111
(presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios
do estado, fica na posição 2 de 223, 131 de 223 e 90 de 223, respectivamente. Já quando comparado a
outras cidades do Brasil, sua posição é 677 de 5570, 1590 de 5570 e 3388 de 5570, respectivamente.

ATUALIDADES

Política
saúde
Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer58

Representantes da categoria se reuniram com o presidente em Brasília. Eles disseram que vão orientar
motoristas a encerrar greve após publicação das medidas no 'Diário Oficial'.
Representantes de caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas para a categoria
anunciadas mais cedo neste domingo (27/05) pelo presidente Michel Temer.
Com a nova proposta, detalhada por Temer durante pronunciamento, o governo espera encerrar a
greve dos caminhoneiros, que chegou neste domingo ao sétimo dia.
Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de
pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. Apenas a redução de R$ 0,46 no
preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.
No pacote, estava prevista a edição de três medidas provisórias para atender à demanda dos
caminhoneiros. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada no fim da noite deste
domingo.
Durante o pronunciamento de Temer, foram registrados panelaços no DF, Rio de Janeiro e São Paulo.

Fim da greve?
"Saiu no 'Diário Oficial', a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e liberem as estradas]",
afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga
(Sinditac) de Ijuí (RS).
"Eles [caminhoneiros] só vão aceitar [o acordo proposto pelo governo] após saírem publicadas no
'Diário Oficial' as medidas que foram negociadas aqui", disse José da Fonseca Lopes, presidente da
Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das entidades que não tinham assinado o acordo
na quinta-feira (24/05).
O grupo não tinha assinado o acordo proposto pelo governo na quinta-feira (24/05) por entender que
ele não atendia às suas reivindicações. Diante da manutenção da greve pelos caminhoneiros, as
entidades foram chamadas de volta a Brasília neste domingo para negociar a nova proposta.
De acordo com eles, com as estradas desobstruídas, serão necessários de 8 a 10 dias para normalizar
o abastecimento de combustível e alimentos no país.
"Daquilo que se propunha, o nosso movimento está contemplado. Nós queríamos piso mínimo de frete,
suspensão no preço do combustível do PIS-Cofins, que está contemplado, queríamos a suspensão por

58
FERNANDA CALGARO. Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer. G1 Política.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/caminhoneiros-autonomos-se-dizem-satisfeitos-com-nova-proposta-de-temer.ghtml> Acesso em 28 de maio de 2018.

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60 dias de novos reajustes para ter previsibilidade e o setor se organizar. Está contemplado", afirmou
Dahmer.
Para ele, uma das principais conquistas para a categoria será a fixação de um valor mínimo para o
frete.
"Essa política de preço vai fazer com que a gente saiba a quanto está trabalhando e ninguém vai poder
nos explorar menos do que aquele valor, que será o nosso custo", disse.

Corte do PIS-Cofins e CIDE


A proposta anunciada por Temer prevê a redução de R$ 0,46 no litro do diesel, que terá validade por
60 dias. A partir daí, os reajustes no valor do combustível serão feitos a cada 30 dias, decisão que,
segundo o presidente, visa dar mais "previsibilidade" aos motoristas.
Ele informou que o corte de R$ 0,46 se dará com a redução a zero das alíquotas do PIS-Cofins e da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o diesel.
A proposta anterior, divulgada na quinta, já contemplava o corte na CIDE. A novidade, portanto, é a
suspensão da cobrança do PIS-Cofins sobre o diesel.
No caso do diesel, os valores praticados pela Petrobras são mais da metade (55%) do preço pago pelo
consumidor nos postos; 7% é o custo do biodiesel, que, por lei, deve compor 10% do diesel, e 9%
corresponde aos custos e lucro dos distribuidores, conforme os cálculos da Petrobras, que levam em
conta a coleta de preços entre os dias 6 e 12 de maio em 13 regiões metropolitanas do país.
Cerca de 29% são tributos, sendo:
- 16% ICMS, recolhido pelos Estados
- 13% Cide e PIS-Cofins, de competência da União.
O ministro Carlos Marun disse que o Procon vai fiscalizar se a redução anunciada por Temer chegará
às bombas.
"A redução vai chegar às bombas. O Procon está, inclusive, editando medida e vai fazer fiscalização
no sentido de que o nosso objetivo, de que essa redução chegue ao tanque do caminhoneiro, se torne
realidade", afirmou.

Eixo suspenso e fretes da Conab


Temer também anunciou a edição de três medidas provisórias para atender a outras demandas dos
grevistas. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada na noite deste domingo e
preveem:
- Isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais,
estaduais e municipais;
- Determinação para que 30% dos fretes da Conab sejam feitos por caminhoneiros autônimos;
- Estabelecendo de tabela mínima dos fretes.
Medidas provisórias têm força de lei e começam a valer assim que o texto é publicado no "Diário Oficial
da União". A partir daí, o Congresso Nacional terá até 120 dias para analisar as MPs. Se isso não
acontecer no prazo, as medidas perderão validade.

Reoneração da folha
Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que os pontos do acordo negociado na semana
passada seguem valendo, entre eles o que tira o setor de transporte rodoviário de carga da chamada
reoneração da folha.
A proposta, que na prática eleva a arrecadação federal, já foi aprovada pela Câmara e ainda depende
de análise do Senado. Vários setores que haviam sido atendidos com a desoneração perderão o
benefício. Segundo Temer, o setor dos caminhoneiros não estará entre esses setores.

Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise
política; relembre59

Reeleito vice-presidente em 2014, Temer assumiu Presidência interinamente em 12 de maio de 2016,


devido ao afastamento de Dilma. Três meses depois, foi efetivado após impeachment da petista.
Passados dois anos desde o afastamento de Dilma (o impeachment só foi aprovado em 31 de agosto
de 2016), Temer lidera um governo que ostenta queda da inflação e a redução da taxa de juros, mas que
tenta lidar com o aumento no número de desempregados e com os altos índices de rejeição.

59
MAZUI G. MATOSO, F. MARTELLO, A. Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise política; relembre. G1
Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/aos-2-anos-governo-temer-festeja-economia-mas-enfrenta-impopularidade-denuncias-e-crise-politica-
relembre.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de maio de 2018.

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Hoje, Temer conduz um governo alvo de denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR),
envolvido em crises políticas e no foco de investigações criminais.

Aprovação
Nove meses após tomar posse para o segundo mandato como vice-presidente, Temer afirmou num
evento, em setembro de 2015, que seria "difícil" Dilma Rousseff aguentar mais três anos no Palácio do
Planalto em razão da baixa popularidade. À época, ela tinha 8% de aprovação.
Temer assumiu a Presidência de maneira interina em maio de 2016 e no primeiro discurso afirmou
que, para governar, precisaria do "apoio do povo", que, por sua vez, precisaria "aplaudir" as medidas
adotadas.
Hoje, a aprovação do presidente, segundo o Datafolha, é de 6% - 70% consideram o governo ruim ou
péssimo.
Em recente entrevista, Temer afirmou que um publicitário disse a ele que "aproveite a impopularidade"
para fazer as reformas necessárias ao país.

Economia
O presidente apontou como maior desafio "estancar o processo de queda livre na atividade
econômica".
Em dois anos, Temer acostumou-se a badalar índices alcançados em sua gestão, como a alta do PIB
em 2017 (1%) após dois anos de retração e as quedas da inflação e da taxa básica de juros (6,5% ao
ano), a menor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986.
No mercado de trabalho, contudo, o governo não conseguiu reduzir o número de desempregados, pelo
contrário. Segundo o IBGE, quando Temer assumiu eram 11,4 milhões e hoje, 13,7 milhões.

Crises
Nesses dois anos à frente do Planalto, Temer enfrentou uma série de polêmicas causadas por
denúncias, delações, prisões de assessores mais próximos e investigações da Polícia Federal.
No ano passado, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e
obstrução de Justiça.
As denúncias, baseadas nas delações da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dramático no
governo.
Segundo o Ministério Público, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu
aval ao pagamento de dinheiro para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, o que o
presidente nega. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.
O STF só poderia analisar as denúncias, porém, se a Câmara autorizasse. Nos dois casos, a maioria
dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusações contra Temer
só poderão ser analisadas após ele deixar o Planalto.

Investigações
Hoje, Temer é alvo de dois inquéritos que tramitam no STF. Com base nas delações de executivos da
JBS e da Obderecht, o presidente passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edição
do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Aviação Civil.

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A pasta da Aviação foi comandada por Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia, e Eliseu
Padilha, atual chefe da Casa Civil, ambos do MDB, principais conselheiros de Temer e formalmente
denunciados pelo Ministério Público ao STF.
Além dos dois, outras pessoas muito próximas ao presidente passaram a ser investigadas e até foram
presas, entre as quais:
Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor especial de Temer;
José Yunes, ex-assessor especial de Temer;
João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM e amigo de Temer;
Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer.
O presidente nega qualquer tipo de envolvimento com irregularidades. Afirma ser vítima de uma
"campanha oposicionista" para enfraquecer o governo, acrescentando que é alvo de "vazamentos
irresponsáveis" de dados relacionados às investigações sobre ele.
Sobre se tem medo de ser preso ao deixar o cargo, o presidente diz que não, acrescentando que isso
seria uma "indignidade".

Julgamento do TSE
Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a continuidade do governo de Michel
Temer ao absolver, por 4 votos a 3, a chapa formada por ele e por Dilma da acusação de abuso de poder
político e econômico na campanha de 2014.
A ação foi apresentada pelo PSDB após a eleição e apontava mais de 20 infrações supostamente
cometidas pela coligação encabeçada por PT e PMDB (hoje MDB).
Com o placar apertado, cujo voto decisivo foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, então presidente do
TSE, Temer escapou da perda do atual mandato e Dilma, da inelegibilidade por 8 anos.

Reformas e concessões
Temer chegou ao poder com discurso em favor das reformas trabalhista e previdenciária, tendo como
objetivo "o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego".
Nesses dois anos:
Nova lei trabalhista entrou em vigor;
Reforma do ensino médio foi sancionada;
Reforma da Previdência parou no Congresso;
Reforma tributária não avançou na Câmara.

Temer também defendeu, ao assumir o governo, o incentivo às parcerias público-privadas (PPPs). O


presidente lançou um programa de concessões e privatizações.
Segundo dados oficiais, 74 projetos foram concluídos, o que inclui quatro aeroportos, linhas de
transmissão, terminais portuários e blocos para exploração de óleo e gás.
Dentro do programa de concessões, uma das principais apostas do governo para 2018 é a privatização
da Eletrobras, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Contas públicas
Quando Temer assumiu, afirmou ser preciso restaurar o equilíbrio das contas públicas "trazendo a
evolução do endividamento no setor público de volta ao patamar de sustentabilidade ao longo do tempo".
Desde então, foram anunciadas algumas medidas, como a instituição de um teto para os gastos
públicos; o aumento da tributação sobre a gasolina; a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) – que
diminui, com o passar do tempo, o pagamento de subsídios pelo governo.
Também foram anunciados programas de parcelamento de tributos vencidos para empresas,
produtores rurais e estados e municípios. Esses parcelamentos, mesmo criticados pela área técnica da
Receita Federal – pois influenciam para baixo o recolhimento mensal dos impostos –, contribuem para
elevar a arrecadação no curto prazo.

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Intervenção federal
Em 16 de fevereiro, o presidente decretou a intervenção federal na área de segurança pública do Rio
de Janeiro, a primeira desde a Constituição de 1988.
Com a decisão, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) deixou de responder pela área, que ficou
sob a gestão do general do Exército Walter Braga Netto, escolhido por Temer como interventor.
No período, o fato de maior repercussão no Rio foi o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL),
cuja investigação segue em curso.
Temer também criou, neste ano, o Ministério da Segurança Pública. Com isso, a Polícia Federal saiu
da alçada do Ministério da Justiça e passou a ser subordinada à nova pasta.
Raul Jungmann, então ministro da Defesa, assumiu a Segurança Pública. Para o lugar dele, Temer
nomeou Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a Defesa.

Programas sociais
Nos dois anos de Temer à frente do Planalto:
O Bolsa Família foi reajustado duas vezes;
O reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação;
No Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Ministério das Cidades, em 2016 foram contratadas
382.311 unidades habitacionais. Em 2017, o governo traçou como meta contratar 610 mil unidades
habitacionais, mas entregou 500 mil.
A meta para este ano é contratar 650 mil unidades – até agora, foram contratadas 125 mil unidades.

O foro privilegiado não acaba hoje60

A decisão do STF é apenas um primeiro (e modesto) passo para acabar com o absurdo incentivo à
impunidade – e ainda abre margem a dúvidas e manobras
Se tudo correr como programado, termina hoje, com o voto do ministro Gilmar Mendes, o julgamento
do Supremo Terminal Federal (STF) a respeito do foro privilegiado – ou, como preferem os puristas, foro
por prerrogativa de função.
Pela legislação brasileira, 58.660 cidadãos têm o direito de ser julgados em tribunais especiais, de
acordo com um levantamento do jornal Folha de São Paulo. Tal contingente inclui do presidente da
República ao defensor público de Taboão da Serra – passando por vereadores, oficiais das Forças
Armadas, juízes, procuradores, prefeitos, governadores e, naturalmente, deputados e senadores.
O processo em julgamento no STF examina apenas o que fazer em relação aos 594 deputados
federais e senadores. É provável que a decisão tenha implicação para os demais cargos, mas ela não
será automática. Dependerá de decisões posteriores da Justiça.
Sete dos ministros já votaram em favor da nova interpretação proposta pelo relator, o ministro Luís
Roberto Barroso. Ela prevê a manutenção do foro especial apenas para crimes cometidos no cargo, em
função de atividades relativas ao cargo.
A divergência, iniciada pelo ministro Alexandre de Moraes, afirma que tal critério abrirá margem a
interpretações subjetivas quando casos concretos vierem a julgamento. Ele propôs que todo crime
atribuído a parlamentar seja julgado no STF a partir do momento da diplomação, até o fim do mandato,
não importando a natureza.
O argumento vitorioso de Barroso atém-se ao princípio do foro especial: ele existe para proteger o
cargo de ingerências políticas. O argumento de Alexandre é de ordem prática: a decisão poderá tornar
os julgamentos ainda mais complexos e morosos.
Ser julgado no STF é considerado um privilégio justamente por que, na visão predominante, lá os
processos costumam demorar mais, e os crimes prescrevem.

60
GUROVITZ, HELIO. O foro privilegiado não acaba hoje. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2018/05/03/o-foro-
privilegiado-nao-acaba-hoje.ghtml> Acesso em 04 de maio de 2018.

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Um estudo da FGV-Rio, tão citado quanto criticado, constatou, com base na análise de 2.963 inquéritos
e 822 ações penais entre 2002 e 2016, que o tempo médio de tramitação até o julgamento definitivo caiu
para os primeiros (de 1.297 para 797 dias), mas cresceu num movimento constante para as segundas
(de 65 para 1.377).
O estudo levantou casos em que um processo espera mais de quatro anos por providências do relator.
Numa amostra de casos entre 2012 e 2016, verificou que menos de 6% começavam e terminavam no
STF. Apenas 5,44% preenchiam as duas condições propostas por Barroso. O fim do foro representaria,
portanto, um alívio na carga do tribunal, concebido como corte constitucional, não penal.
Em artigo no site Consultor Jurídico, o jurista Lenio Streck criticou o estudo por não determinar o
período de demora que cabe ao inquérito policial, ao oferecimento da denúncia pelos procuradores e ao
STF especificamente. Streck afirma que as regras para prescrição mudaram em 2010, dificultando as
manobras protelatórias e diz que a própria natureza do julgamento criminal no STF é distinta, feita em
instância única por um colegiado de juízes.
Num levantamento entre o primeiro semestre de 2015, quando já estavam consolidados a atual
estrutura de julgamentos em turmas e o uso de juízes auxiliares, e o início de 2017, ele verificou que 18
de 42 ações penais autuadas já haviam sido julgadas – num prazo em torno de 800 dias, eficácia bem
superior à verificada no estudo da FGV-Rio.
Num ponto, todos estão de acordo: as idas e vindas entre as instâncias judiciárias contribuem para
dilatar a duração dos processos. Barroso sugere, em seu voto, que o STF encerre todos os processos
cuja instrução já esteja concluída, mesmo que o parlamentar perca o mandato ou adquira foro noutra
instância do Judiciário.
Esse critério valeria para os processos da Operação Lava Jato que lá tramitam? Dependerá de como
o relator, ministro Edson Fachin, interpretar as novas condições aos processos. É provável que ele envie
a instâncias inferiores aqueles cujas acusações digam respeito a crimes cometidos fora do cargo hoje
ocupado.
Para novos processos por corrupção, a tendência é haver menos controvérsia – embora o ponto
levantado pela divergência do ministro Alexandre prometa doravante pairar sobre qualquer decisão,
abrindo brechas para advogados manobrarem em favor de seus clientes.
É preciso acabar com os absurdos do foro privilegiado no Brasil. Ele protege criminosos e promove a
impunidade. Mas a decisão de hoje não fará isso, ao menos não em definitivo. O melhor seria o Congresso
Nacional emendar a Constituição para resolver a questão em toda a sua extensão. Infelizmente, por causa
da intervenção federal no Rio de Janeiro, ele está impedido de examinar emendas constitucionais.

Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro61

Ex-presidente foi condenado em segunda instância no caso do triplex.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite deste sábado (07/04) a Curitiba, onde
começará a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão pela condenação no caso do triplex em Guarujá
(SP).
Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é o primeiro ex-presidente do
Brasil condenado por crime comum.
Por ordem de Moro, o ex-presidente ficará preso em uma sala especial de 15 metros quadrados, no 4º
andar do prédio da PF, com cama, mesa e um banheiro de uso pessoal. Também foi autorizada a
instalação de um TV no local.
O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Sérgio Moro no início da noite de quinta-feira (05/04) e, na
sequência, Lula seguiu para a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo
(SP).
O ex-presidente se entregou à Polícia Federal quase 26 horas após o prazo dado pelo juiz para que
ele se apresentasse voluntariamente.
Lula saiu a pé do sindicato, às 18h42, e caminhou até um prédio próximo, onde equipes da Polícia
Federal o aguardavam. A saída teve de ser feita dessa maneira porque, por volta das 17h, Lula tentou
sair de carro, mas foi impedido pela militância.
De carro, Lula foi levado por agentes até a Superintendência da PF em São Paulo, onde realizou
exame de corpo de delito. Na sequência, seguiu de helicóptero para o aeroporto de Congonhas e, de lá,
decolou em avião com destino a Curitiba.

61
G1 PR. Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro. G1 RPC. Disponível em: <https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-chega-
a-curitiba-para-cumprir-pena-por-corrupcao-passiva-e-lavagem-de-dinheiro.ghtml> Acesso em 09 de abril de 2018.

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O ex-presidente anunciou que se entregaria neste sábado, em um discurso feito em frente à sede do
sindicato. A fala durou 55 minutos e ocorreu durante ato religioso em homenagem a ex-primeira-dama
Marisa Letícia, que completaria 68 anos neste sábado. Lula disse que não iria “correr”, “nem se esconder”.
Ele também criticou as decisões do Judiciário e disse que vai provar sua inocência.

Mandado de prisão
O ex-presidente é acusado de receber o triplex no litoral de SP como propina dissimulada da
construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as
acusações e afirma ser inocente.
Lula foi condenado por Moro na primeira instância, e a condenação foi confirmada na segunda
instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A defesa tentou evitar a prisão de Lula com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal
(STF), mas o pedido foi negado pelos ministros, por 6 votos a 5, em votação encerrada na madrugada de
quinta.
Na tarde de quinta, o TRF-4 enviou um ofício a Moro autorizando a prisão, e o juiz expediu o mandado
em poucos minutos.
Os advogados de Lula, porém, questionaram a ordem de prisão porque ainda poderiam apresentar ao
TRF-4 os chamados "embargos dos embargos de declaração".
Depois, a defesa ainda tentou evitar a prisão com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no
STF, que também foram rejeitados.

Deputados da UE pedem fim de acordo com Mercosul após morte de Marielle62

Grupo também denunciou a violência política no Brasil


Mais de 50 deputados do Parlamento Europeu pediram nesta quinta-feira (15/03) a suspensão
"imediata" das negociações para um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por conta do
assassinato da vereadora Marielle Franco, uma conhecida ativista pelos direitos humanos do Rio de
Janeiro.
Deputados da UE protestam contra assassinato de Marielle. O documento foi divulgado pelo jornalista
Jamil Chade e é endereçado para a vice-presidente da Comissão Europeia, a italiana Federica Mogherini,
também responsável pela diplomacia do bloco.
"Esse assassinato se produz em um clima de crescente violência no Brasil e em particular na cidade
do Rio de Janeiro. A política de segurança do Governo brasileiro e do Estado do Rio de Janeiro, baseada
essencialmente no aumento da presença de corpos policiais e militares (e que culminou na intervenção
do Exército brasileiro), não fez mais do que agravar o clima de violência no país", diz a carta, que é
assinada pelo eurodeputado espanhol Miguel Urbán Crespo, do partido de esquerda Podemos.
O documento também é firmado por outros 51 europarlamentares e lembra que Marielle era relatora
da comissão municipal criada para fiscalizar a intervenção militar no Rio e crítica da violência policial na
cidade. "A defesa das populações oprimidas e discriminadas deve ser uma prioridade para a União
Europeia. O assassinato de Marielle Franco pretende amedrontar os defensores dos direitos humanos,
assim como influir nas eleições deste ano", diz o documento.
A carta se encerra com um pedido para que a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, "suspenda
as negociações comerciais, de forma imediata", com o Mercosul, "exigindo do Brasil uma investigação
independente, rápida e exaustiva que permita alcançar a verdade e a justiça".
Os signatários pertencem ao Grupo da Esquerda Unitária Europeia, que reúne 52 eurodeputados de
partidos comunistas e socialistas, como o Podemos, o grego Syriza, o irlandês Sinn Féin, o alemão Die
Link e o português Bloco de Esquerda. O grupo tem cerca de 7% dos assentos no Parlamento da UE.
Também nesta quinta, Urbán Crespo já havia usado o plenário de Estrasburgo para condenar o
assassinato da vereadora. Exibindo uma placa com a frase "Marielle Presente", que virou símbolo das
homenagens à política do Psol, Urbán Crespo afirmou que o Brasil vive um clima de "violência política
pré-eleitoral".
"Esta noite, assassinaram a vereadora do Psol Marielle Franco no Rio de Janeiro. Assassinaram uma
ativista feminista dos direitos humanos, anticapitalista, uma ativista assassinada em um clima de violência
política pré-eleitoral no Brasil", declarou o eurodeputado.
O espanhol ainda enviou "solidariedade" a seus "companheiros" no país latino-americano e exprimiu
sua "condenação a esse clima de violência no Brasil". Ao lado de Urbán Crespo, outros eurodeputados
do Podemos exibiram cartazes em memória de Marielle.
62
AGÊNCIAS ANSA. Deputados da EU pedem fim de acordo com Mercosul após morte de Marielle. ÉpocaNegócios. Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/03/deputados-da-ue-pedem-fim-de-acordo-com-mercosul-por-marielle.html> Acesso em 16 de março de 2018.

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Assassinato
O crime ocorreu na noite da última quarta-feira (14/03) e também vitimou o motorista da vereadora,
Anderson Pedro Gomes. As características do homicídio - uma emboscada sem roubo - apontam para a
hipótese de execução, que é a principal linha de investigação da polícia.
Nascida e criada na favela da Maré, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições
municipais de 2016, com 46.502 votos. Nos últimos dias, postou mensagens nas redes sociais
denunciando a violência policial no Rio.
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava
saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu no Facebook.
Ela também chamou o 41º Batalhão da Polícia Militar de "Batalhão da Morte" por causa de denúncias
de crimes no bairro de Acari. Marielle era crítica da intervenção militar do Governo Federal na segurança
pública do Rio de Janeiro.

Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos63

Entendimento foi defendido pelo ministro Luiz Fux, relator da matéria e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral.
Nesta quinta-feira (01/03), os ministros do Supremo derrubaram a chamada modulação da Lei da Ficha
Limpa. Na prática, isso quer dizer que a lei vale não só para os candidatos nas eleições, mas também
para os atuais ocupantes de cargos eletivos.
Por seis votos a cinco, os ministros do Supremo decidiram em outubro de 2017 que a Lei da Ficha
Limpa deve ser aplicada para políticos condenados por abuso de poder político e econômico antes de
2010, quando ela passou a vigorar. A lei tornou o condenado inelegível por oito anos.
Em 2017, o ministro Luiz Fux afirmou que ter a ficha limpa é uma pré-condição para uma pessoa se
candidatar, que inelegibilidade não é pena e que, por isso, não significa que a lei vai retroagir.
“Há de se entender que, mesmo no caso em que o indivíduo já foi atingido pela inelegibilidade, de
acordo com as hipóteses e prazos anteriormente previstos na lei complementar 64, vejam o grau de
cognição e discussão nas ações de controle da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, mesmo nesses
casos esses prazos poderão ser estendidos, se ainda em curso, ou mesmo restaurados para que
cheguem a oito anos por força da lex nova, desde que não ultrapasse esse prazo”.
Mas no julgamento de outubro, faltou decidir sobre a partir de quando essa decisão seria aplicada. É
o que se chama de modular a decisão. Nesta quinta, o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que a lei
só fosse aplicada a partir das eleições de 2018.
“Fui informado pela liderança do governo na Câmara de que a prosperar a decisão da Suprema Corte,
alcançada por maioria muito estreita, de seis a cinco, nós atingiríamos o mandato de 24 prefeitos,
abrangendo cerca de 1,5 milhão, um número incontável de vereadores e também não se sabe ao certo
quantos deputados estaduais em exercício do mandato seriam atingidos”.
Os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Alexandre de
Moraes manifestaram a mesma opinião de Lewandowski.
Os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin e a presidente do
Supremo, Cármen Lúcia, ficaram contra.
Fux argumentou que os candidatos que concorreram nas eleições passadas, apoiados em liminares
da Justiça, sabiam do risco que estavam correndo e defendeu que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada a
todos os casos anteriores a ela.
“Qualquer modulação esbarraria, digamos assim, num custo político gravíssimo de termos impedido
várias pessoas de concorrer e ao mesmo tempo fechar os olhos para candidaturas eivadas de vício
gravíssimo, reprovadas por uma lei com amplo apoio da soberania popular e chancelada a sua
constitucionalidade. Não modulo”.
A Lei da Ficha Limpa só poderia ser modulada com os votos favoráveis de ao menos oito dos 11
ministros. Como apenas seis ministros votaram a favor da modulação, prevalece a decisão tomada pelo
Supremo em outubro de 2017. Políticos condenados por abuso do poder econômico e político, mesmo
antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos, inclusive os eleitos nas
eleições passadas.

63
JORNAL NACIONAL. Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/03/ficha-limpa-passa-valer-tambem-para-ocupantes-de-cargos-eletivos.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
Acesso em 02 de março de 2018.

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Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública64

Pasta terá função de integrar e coordenar ações de segurança entre União e estados; PF e PRF
responderão ao novo ministro. Criação do ministério terá de ser aprovada pelo Congresso.
Integrantes do governo anunciaram na noite deste domingo (25/02) que o Ministério da Segurança
Pública, anunciado nos últimos dias pelo presidente Michel Temer, será criado nesta segunda (26/02)
Os detalhes sobre a criação da nova pasta foram discutidos por Temer em uma reunião no Palácio do
Jaburu.
Participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional) e Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos), além do deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Segundo o deputado, a nova estrutura será criada por meio de uma medida provisória, que deve ser
publicada no "Diário Oficial da União" de terça-feira. Será o 29º ministério do governo Temer.
Por se tratar de uma MP, a criação do novo ministério passará a valer a partir do momento de sua
publicação, mas terá de ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias, que podem ser prorrogáveis por
mais 60.
Perondi afirmou ainda que o anúncio do nome do novo ministro poderá ser feito ainda nesta segunda.
Ele disse, porém, que ainda não há definição sobre o nome a ser escolhido.
"Tem 10 nomes, mas não tem o nome [do novo ministro]. Poderá ser amanhã, mas nós não discutimos
o nome [na reunião deste domingo]. Tem 10 nomes", disse.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também falou com a imprensa após a reunião,
Temer busca um perfil de "repercussão nacional" para ocupar o comando da pasta, com capacidade de
diálogo com parlamentares e governadores, já que o ministério não pretende invadir a atribuição dos
estados sobre a segurança pública.

Estrutura da nova pasta


Ao conversar com os jornalistas, Torquato deu mais detalhes sobre a estrutura do novo ministério.
Torquato explicou Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional
(Depen) e Secretaria Nacional de Segurança (que inclui a Força Nacional) ficarão com o novo ministério,
saindo da alçada do Ministério da Justiça.
Ele ainda informou que a pasta terá, além do ministro, um secretário-executivo e outros nove
assessores.
"Você terá um ministro de estado, um secretário-executivo e nove cargos de assessoria. Os demais é
a mera transposição da Justiça para a Segurança Pública, os departamentos que saem de um ministério
para outro já têm seu quadro de servidores, seu orçamento, seu programa de trabalho", informou o
ministro.
Torquato também explicou que a opção por criar a nova pasta por meio de medida provisória se justifica
pela crise na segurança pública dos estados. Pela lei, o governo só pode editar uma medida provisória
em casos de relevância e urgência.

Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso65

Após suspensão da tramitação da reforma da Previdência, governo vai investir em outros projetos
como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira (19/02) uma lista de 15 projetos
na área econômica que o governo tentará aprovar no Congresso Nacional, já que a tramitação da reforma
da Previdência foi suspensa em razão de decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.
A legislação proíbe, durante vigência de intervenção federal, a aprovação de emendas à Constituição.
A reforma da Previdência foi apresentada como uma PEC e a intervenção no Rio, na área de segurança
pública, tem previsão de durar até 31 de dezembro deste ano.
O anúncio foi feito em entrevista concedida no Palácio do Planalto. Entre os projetos, constam a
regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

64
MAZUI. GUILHERME. Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/amanha-sai-a-criacao-do-ministerio-diz-perondi-sobre-pasta-da-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
65
MAZUI, G. CASTILHOS, R. Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/governo-desiste-da-votacao-da-previdencia-e-anuncia-nova-pauta-prioritaria-no-
congresso.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de fevereiro de 2018.

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Pauta prioritária do governo:

- Reforma do PIS/Cofins e a simplificação tributária


- Autonomia do Banco Central
- Marco legal de licitações e contratos
- Nova lei de finanças públicas
- Regulamentação do teto remuneratório
- Privatização da Eletrobras
- Reforço das agências reguladoras
- Depósitos voluntários no Banco Central
- Redução da desoneração da folha
- Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais
- Cadastro positivo
- Duplicata eletrônica
- Distrato
- Atualização da Lei Geral de Telecomunicações
- Extinção do Fundo Soberano

Segundo Padilha, o governo definiu a nova pauta a partir das falas dos presidentes da Câmara, Rodrigo
Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, sobre a suspensão da tramitação da reforma da Previdência.
“Tivemos que concluir que efetivamente não se poderia iniciar a discussão que nós tínhamos
programada para dia (19/02), a discussão da reforma da Previdência e nem poderíamos encaminhar
votação”, disse Padilha.
Temer decretou na sexta-feira (16/02) a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de
Janeiro. Apesar de já estar em vigor desde sexta, a intervenção precisa ser aprovada pelo Congresso
Nacional. A votação na Câmara está prevista para a noite desta segunda.
O decreto assinado por Temer nomeou o general Walter Braga Nettocomo interventor, responsável
pela estrutura de segurança do Rio, o que incluí as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o
sistema carcerário do estado.

Reforma adiada
O ministro Carlos Marun reconheceu a possibilidade de votação da reforma da Previdência depois da
eleição de outubro.
"A eleição de outubro pode oferecer as condições políticas para que venhamos a votar a reforma da
Previdência", afirmou Marun.
O ministro Eliseu Padilha negou troca de interesses e disse que o governo não está fugindo da reforma
da Previdência.
"Não está vinculada a questão da intervenção com a votação. Não houve troca de interesses. Não
houve uma fuga do enfrentamento da votação da reforma", disse Padilha.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pauta da Previdência continua "prioritária"
e "fundamental".
"A ideia é que a previdência continua como uma agenda de reforma para o pais e ela é a mais
importante para o setor fiscal", afirmou Meirelles.

Um dia depois da condenação, PT lança pré-candidatura de Lula à Presidência66

Mesmo com possibilidade de ter candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa, ex-presidente afirmou
que recorrerá 'até o final'. 'Não temos plano B', disse presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Um dia depois da condenação a 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
foi lançado nesta quinta-feira (25/01) como pré-candidato do PT à Presidência da República durante
reunião da Comissão Executiva Nacional do partido, em São Paulo. Além de Lula, outros 13 políticos já
se declararam pré-candidatos.
Lula foi condenado pelos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4). Por unanimidade, eles rejeitaram o recurso do ex-presidente contra a condenação a 9
anos e 6 meses de prisão aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro e ampliaram a pena para 12 anos e 1
mês.

66
STOCHERO, TAHIANE. Um dia depois da condenação, PT lança pré-candidatura de Lula à Presidência. G1, Eleições 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/um-dia-depois-de-condenacao-pt-lanca-pre-candidatura-de-lula-a-presidencia.ghtml> Acesso em 26 de janeiro de 2018.

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Com a condenação, o ex-presidente poderá se tornar inelegível com base na Lei da Ficha Limpa. A lei
prevê que candidatos com condenação criminal a partir da segunda instância da Justiça – caso do
Tribunal Regional Federal – ficam inelegíveis e não podem obter registro. Antes, a legislação só previa
esse impedimento para condenações definitivas, na última instância. A decisão sobre o registro da
candidatura será do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber um
apartamento triplex em Guarujá (SP) da empreiteira OAS em troca de favorecimento à empresa em
contratos da Petrobras. A defesa nega as acusações, diz que não há provas e que Lula é alvo de
perseguição política. O ex-presidente afirmou após o julgamento que a acusação é mentirosa.
Durante a reunião da executiva, da qual participaram governadores, senadores e deputados do partido,
a presidente do PT, Gleisi Hoffman, colocou a proposta de pré-candidatura em votação. “Foi aprovada
por unanimidade a pré-candidatura dele. Não temos plano B”, disse Gleisi.
Lula participou da reunião, discursou, disse que recorrerá às instâncias em que for necessário recorrer.
"Vamos batalhar até o final", declarou. O ex-presidente se disse ainda alvo de um "cartel" com o objetivo
de impedir que dispute a eleição.
"Eles formaram um cartel para tomar uma decisão, para evitar o Lula ser candidato. Se eles tivessem
encontrado um crime que eu cometi eu estaria aqui pedido desculpas", declarou.
Ele criticou o que chamou de "corporação da Polícia Federal", que, segundo afirmou, faz "qualquer
processo", com perguntas "sem nexo", sem importar "a quantidade de mentiras".
Na esfera eleitoral, a situação de Lula só será definida no segundo semestre deste ano, quando o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisar o registro de candidatura. O PT tem até o dia 15 de agosto para
protocolar o pedido e a Corte tem até o dia 17 de setembro para aceitar ou rejeitar a candidatura.
A defesa do ex-presidente Lula anunciou que irá recorrer da decisão do Tribunal Regional Federal.
"Não houve qualquer demonstração de elementos concretos que pudessem configurar a prática de um
crime", disse o advogado Cristiano Zanin. Como a condenação foi unânime, a possibilidade de recursos
do ex-presidente ficou reduzida.

Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria67

Segundo relatório da Controladoria-geral da União (CGU), foram identificadas no cadastro do benefício


famílias com casa própria e carro de luxo, além de funcionários públicos.
De acordo com o ministério do Desenvolvimento Social, o programa beneficiou, em dezembro de 2017,
mais de 13 milhões de famílias, que receberam benefícios com valor médio de R$ 179. O valor total
transferido pelo governo federal às famílias foi de R$ 2,4 milhões em dezembro.
Segundo o relatório da CGU, o governo pagou indevidamente R$ 1,4 bilhão a pessoas que não tinham
direito ao benefício. A CGU afirma que quem recebeu o dinheiro indevidamente está sendo localizado.
"Não é aquele indivíduo que aumentou a renda, conseguiu emprego, melhorou que a gente vai atrás.
O que nos preocupa é aquele caso da pessoa que já entrou errada, tem um padrão de vida excelente,
que está fraudando o programa de fato", afirma Antônio Carlos Leonel, secretário federal de controle
interno da CGU.
Segundo a auditoria da CGU, famílias com casa própria e carro de luxo foram identificadas no cadastro,
além de funcionários públicos. O levantamento foi feito entre 2016 e 2017.
O Bolsa Família foi criado em 2003 para atender famílias em condições de extrema pobreza.
Tem direito ao benefício a família que tem renda de R$ 170 por pessoa. Algumas famílias apontadas
na fiscalização da CGU tinham renda de mais de R$ 1.900 por pessoa.
Na cidade de Piancó, no sertão da Paraíba, quase 54% dos moradores tinham cobertura do Bolsa
Família. Depois do pente-fino, quase metade perdeu o benefício. A cidade tinha servidores da prefeitura
e da câmara de vereadores cadastrados no programa.

Benefícios cancelados
O ministério do Desenvolvimento Social disse que recebeu agora as informações da CGU e que vai
conferir com a checagem que já estava fazendo. O ministério disse, ainda, que está corrigindo falhas e
que os cadastros passaram a ser revistos todos meses.
O governo disse que de outubro de 2016 até a semana passada, cancelou 4,7 milhões de pagamentos.
Disse também que já começou a cobrar os casos mais absurdos identificados pelo próprio ministério -
são três mil e 200 famílias.

67
BOM DIA BRASIL. Quase 350 mil cadastros do Bolsa Família foram fraudados, diz auditoria. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/quase-350-mil-cadastros-do-bolsa-familia-foram-fraudados-diz-auditoria.ghtml> Acesso em 05 de janeiro de 2017.

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"Nós já temos cartas enviadas para as famílias. E até este momento, espontaneamente, 23 famílias
devolveram. Ainda é um universo muito pequeno, mas eu acredito que, no andamento desse processo,
nós obteremos a devolução dos R$ 12 milhões que foram recebidos indevidamente por essas famílias",
afirmou Alberto Beltrame, secretário-executivo do MDS.

Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões68

Ex-ministro já cumpria prisão domiciliar em Salvador. PF e MPF pediram nova preventiva para evitar
destruição de provas.
O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi preso preventivamente (sem prazo determinado) na
manhã desta sexta-feira (08/09), em Salvador, três dias após a Polícia Federal (PF) apreender R$ 51
milhões em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista.
A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em
uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. Além de
Geddel, a PF cumpre mandado de prisão preventiva contra Gustavo Ferraz – que, segundo as
investigações, é ligado ao ex-ministro – e outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital
baiana.
Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h, no banco de trás de uma viatura da PF, e chegou ao
aeroporto Luiz Eduardo Magalhães cerca de meia hora depois. Ele será levado para Brasília).
O ex-ministro já tinha sido preso preventivamente na operação, em julho, mas recebeu autorização do
desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para cumprir prisão domiciliar.
Embora a decisão judicial determine que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica, isso não vinha
acontecendo pois o governo da Bahia não tem o equipamento.
Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio de Geddel às 6h. Segundo a TV Bahia
(afiliada da Rede Globo), um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do
condomínio, possivelmente para servir de testemunha.
Segundo o MPF, a nova fase da operação busca apreender provas de crimes como corrupção passiva,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, e que as medidas são necessárias para evitar a destruição
de provas.
O G1 tentou contato com a defesa de Geddel, mas não obteve resposta até a última atualização desta
reportagem.

Fortuna em outro imóvel


Na terça-feira (05/09), a PF apreendeu R$ 51 milhões em um apartamento que seria utilizado por
Geddel em Salvador. O dono do imóvel afirmou à PF que havia emprestado o imóvel ao ex-ministro para
que ele guardasse pertences do pai, que morreu no ano passado.
Segundo o jornal "O Globo", a PF reuniu 4 provas que reforçam a ligação Geddel com o dinheiro. As
impressões digitais do ex-ministro foram encontradas no próprio dinheiro, uma outra testemunha
confirmou que o espaço tinha sido cedido a ele, e uma segunda pessoa é suspeita de ajudar Geddel na
destinação das caixas e das malas de dinheiro. Além disso, a PF identificou risco de fuga, depois da
divulgação da apreensão do dinheiro.
A apreensão do dinheiro é um desdobramento da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na
liberação de créditos da Caixa Econômica Federal. De acordo com o MPF, entre 2011 e 2013, Geddel
agia para beneficiar empresas com liberações de créditos e fornecia informações privilegiadas para os
outros membros da quadrilha que integrava.
O ex-ministro virou réu em agosto em uma ação na Justiça Federal em Brasília por obstrução de
justiça. Ele é acusado de tentar atrapalhar as investigações. Em nota divulgada após a decisão da Justiça,
a defesa de Geddel rechaçou as acusações, a a que chamou de "fruto de verdadeiro devaneio e excesso
acusatório".
A defesa do ex-ministro não se manifestou sobre os R$ 51 milhões.

68
BOMFIM, CAMILA. Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso após apreensão de R$ 51 milhões. G1 Bahia. Disponível em: < http://g1.globo.com/bahia/noticia/mpf-
pede-prisao-preventiva-de-geddel-vieira-lima.ghtml> Acesso em 08 de setembro de 2017.

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Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto69

A comissão da Câmara destinada à análise de uma das propostas que estabelecem a reforma política
aprovou nesta quarta-feira (09/08), por 25 votos a 8, o texto-base do relatório apresentado pelo deputado
Vicente Cândido (PT-SP) – saiba mais abaixo o que está previsto.
O parecer de Vicente Cândido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi aprovado após
9 horas de sessão. Os deputados, contudo, não haviam concluído a análise do projeto até a última
atualização desta reportagem, isso porque, após o texto-base, eles passaram a analisar os destaques,
ou seja, sugestões que podem mudar a redação.
Após passar na comissão, a PEC seguirá para o plenário da Câmara, onde deverá ser aprovada em
dois turnos antes de seguir para o Senado. A proposta precisa do apoio mínimo de 308 deputados.
Como a sessão se estendia sem previsão de encerramento, a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ)
distribuiu sanduíches a alguns parlamentares.
Entre outros pontos, o projeto cria um fundo para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos
e faz mudanças no sistema eleitoral.
Durante a sessão desta quarta, o relator esclareceu que o parecer dele não prevê o chamado
"distritão", modelo que ganhou força entre parlamentares e lideranças partidárias nos últimos dias,
embora o modelo possa ser incluído por meio de uma emenda apresentada por outro parlamentar.
No "distritão", acaba o quociente eleitoral e os mais votados são eleitos, ou seja, seria uma eleição
majoritária, como para presidente. Cada estado vira um distrito eleitoral. No caso de vereador, seria o
município. O eleitor vota em um nome no distrito. Os mais votados são eleitos.

Sistema eleitoral
A proposta aprovada pela comissão estabelece o sistema distrital misto a partir de 2022 nas eleições
para deputado federal, deputado estadual e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores. O
modelo é uma mistura dos sistemas proporcional e majoritário.
Pelo texto, para escolher deputados federais, por exemplo, o eleitor votará duas vezes. Uma nos
candidatos do distrito e outra nas listas fechadas pelos partidos. A metade das vagas, portanto, iria para
os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade, preenchida conforme o quociente eleitoral
pelos candidatos da lista partidária.
No caso de municípios de até 200 mil eleitores, será adotado o sistema eleitoral de lista preordenada
nas eleições para vereador.

Eleições de 2018 e de 2020


Pela proposta elaborada pelo deputado Vicente Cândido, o sistema eleitoral será mantido como é hoje
em 2018 e em 2020, no modelo proporcional com lista aberta.
Nele, é possível votar tanto no candidato quanto na legenda, e um quociente eleitoral é formado,
definindo quais partidos ou coligações têm direito de ocupar as vagas em disputa. A partir desse cálculo,
são preenchidas as cadeiras disponíveis, proporcionalmente.
O sistema sofre críticas por permitir que candidatos com pouquíssimos votos sejam eleitos, "puxados"
por aqueles com mais votos do mesmo partido.
Na proposta de Cândido, a mudança está na limitação no número de candidatos. A depender do
número de vagas a serem preenchidas, cada partido terá um limite específico de candidatos que poderá
lançar.

Fundo de campanha
Ao apresentar o parecer, o relator Vicente Cândido (PT-SP) dobrou o valor previsto de recursos
públicos que serão usados para financiar campanhas eleitorais.
O projeto institui o Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que será mantido com recursos
públicos, previstos no orçamento. Na versão anterior do relatório, Cândido havia estabelecido que 0,25%
da receita corrente líquida do governo em 12 meses seria destinada a financiar campanhas.
Havia uma exceção somente para as eleições de 2018, com o valor do fundo em 0,5% da Receita
Corrente Líquida, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões.
No novo parecer, Vicente Cândido tornou a exceção uma regra. Pelo texto reformulado, o valor do
fundo será de 0,5% da receita corrente líquida em 12 meses, de maneira permanente.

69
CARAM, B. CALGARO, F. Comissão da Câmara aprova texto-base da reforma política; saiba o que está previsto. G1 Política. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/noticia/comissao-da-camara-aprova-texto-base-da-reforma-politica-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml> Acesso em 11 de agosto de 2017.

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. 124
Extinção do cargo de vice
O relatório aprovado nesta quarta extingue da política brasileira as figuras de vice-presidente da
República, vice-governador e vice-prefeito.

Vacância da presidência
No caso de vacância do cargo de presidente da República, será feita eleição 90 dias após a vaga
aberta. Se a vacância ocorrer no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo
Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga.
A regra também valerá para governadores e prefeitos.

Mandato nos tribunais


O texto define que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Contas da União
(TCU) e de tribunais superiores serão nomeados para mandatos de dez anos.
A mesma regra valerá para os membros de tribunais de contas dos estados e dos municípios, tribunais
regionais federais e dos estados. Os juízes dos tribunais eleitorais terão mandato de quatro anos.

Posse
As datas das posses dos eleitos passarão a ser as seguintes:
6 de janeiro: governadores e prefeitos;
7 de janeiro: presidente da República;
1º de fevereiro: deputados e vereadores.

Suplente de senador
A proposta reduz o número de suplentes de senadores, de dois suplentes para um. Em caso de morte
ou renúncia do titular, será feita nova eleição para o cargo, na eleição subsequente. Esse substituto terá
mandato somente até o término do mandato do antecessor.
O texto define, ainda, que o suplente de senador será o candidato a deputado federal que ocupar o
primeiro lugar na lista preordenada do partido do titular do mandato.

Imunidade do presidente da República


Inicialmente, Vicente Cândido chegou a propor estender aos presidentes da Câmara, do Senado e do
Supremo Tribunal Federal (STF) a imunidade garantida ao presidente da República.
Pela Constituição, o presidente não pode ser investigado por crime cometido fora do mandato. Diante
da reação negativa de diversos integrantes da comissão, o relator informou que retiraria a proposta do
parecer.

Tentativa de adiamento
O PSOL tentou adiar a votação do parecer, sob a justificativa de que seria preciso ouvir antes a
sociedade sobre o texto final, mas não conseguiu.
"Não querer ouvir a sociedade é novamente virar de costas para a opinião popular. Há uma sofreguidão
de preservação de mandatos para o sistema continuar o mesmo", afirmou o deputado Chico Alencar
(PSOL-RJ).

Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto70

Modificações na CLT foram aprovadas pelo Senado na última terça (11/07) em uma sessão
tumultuada. Governo prometeu alterar pontos da reforma por meio de medida provisória.
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13/07) o projeto de reforma trabalhista
aprovado pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.

70
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-
texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de 2017.

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. 125
Temer argumentou que se "passionalizou" praticamente todas as questões que vão ao Judiciário.
Segundo ele, em vez de aplicar "rigidamente" a lei "sem qualquer emoção", há pessoas que usam
"ideologia" e "sentimentos psicológicos e sociológicos".
Temer também enalteceu a atuação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do relator da
proposta na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), na articulação política do projeto. Na
avaliação do presidente, foi "árduo o percurso" para aprovar a reforma das leis trabalhistas.
Aprovado pela Câmara em abril, o projeto da reforma trabalhista foi aprovado pelo Senado na última
terça-feira (11/07) em uma sessão tumultuada.
Com a reforma trabalhista, a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados,
intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas.
Outros pontos, como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios
previdenciários, licença-maternidade, porém, não poderão ser negociados.

'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.

Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.

Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:

Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.

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A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.

Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.

Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.

Prorrogação de jornada e insalubridade


O texto-prévio da MP também tem a intenção de modificar a lei sancionada no trecho que sobre a
negociação coletiva para estabelecimento de enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em ambientes insalubres.
Pela minuta, isso será permitido por negociação coletiva, mas desde que sejam respeitadas normas
de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho.

Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.

Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.

Temer sanciona Lei da Migração com diversos vetos71

Houve redução dos direitos que haviam sido estabelecidos pelos congressistas; imigrante não poderá
exercer cargo público no País
O presidente Michel Temer sancionou ontem (23/05) com 30 vetos em 21 artigos o projeto da nova Lei
da Migração. Segundo o texto obtido pelo Estado, que será publicado nesta quinta-feira, 25, no Diário
Oficial da União, os cortes atingem do acesso de estrangeiros a cargos públicos ao livre trânsito de
indígenas pelas fronteiras e revogação de expulsões sumárias. Na prática, há redução dos direitos
originalmente estabelecidos pelos congressistas.
Entre os vetos está o parágrafo 2.º do Artigo 1 da lei que previa que seriam “plenamente garantidos os
direitos originários dos povos indígenas e das populações tradicionais, em especial o direito à livre
circulação em terras tradicionalmente ocupadas”. Segundo pessoas envolvidas no debate, os Ministérios
da Defesa, da Justiça e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência lutaram para barrar esse
71
ARAÚJO, C. MONTEIRO, T. Temer sanciona Lei a Imigração com diversos vetos. Estadão Brasil. Disponível em: <
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-diversos-vetos,70001812512> Acesso em 25 de maio de 2017.

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ponto, argumentando que haveria um livre trânsito pelas fronteiras e eventuais transgressores da lei, por
serem indígenas, não poderiam ser autuados pelas autoridades.
Na mesma linha, há um amplo corte do artigo 118, que concedia “autorização de residência aos
imigrantes que, tendo ingressado no território nacional até 6 de julho de 2016, assim o requeiram no prazo
de 1 (um) ano após a entrada em vigor desta lei, independentemente de sua situação migratória prévia”.
O benefício ainda seria concedido sem nenhuma taxa ou emolumento.
O presidente excluiu ainda do texto o artigo que permitia ao imigrante “exercer cargo, emprego e função
pública, conforme definido em edital, excetuados aqueles reservados para brasileiro nato, nos termos da
Constituição”. Temer também vetou o trecho que previa que não seria exigido do migrante “prova
documental impossível ou descabida que dificulte ou impeça o exercício de seus direitos, inclusive o
acesso a cargo, emprego ou função pública”. Da mesma forma, a naturalização por acesso a cargo
público não existirá.
Fontes do Planalto já destacavam que Temer usaria todo o tempo de que dispunha para tomar uma
decisão. No período, grupos antimigração fizeram protestos contra a sanção da legislação como havia
sido aprovada pelo Congresso, enquanto movimentos sociais defendiam que não houvesse vetos.
Pressões. Temer estava sendo pressionado por diversas categorias para vetar trechos do projeto da
lei, de autoria do atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), sob a alegação de que
ampliava em demasiado os direitos a estrangeiros, em detrimento dos brasileiros. Até no Itamaraty havia
pressões para cortes quase integrais. Na análise final, ficou de fora uma série de facilitações de visto.
Também retirou-se o mecanismo que previa que “a concessão de visto ou de autorização de residência
para fins de reunião familiar poderá ser estendida, por meio de ato fundamentado, a outras hipóteses de
parentesco, dependência afetiva e fatores de sociabilidade”.
A nova lei – que revoga o Estatuto do Estrangeiro de 1980, que data período da ditadura militar –
regula a permanência de estrangeiros no Brasil, que somam 1 milhão de residentes, conforme o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.

PROCESSO DE IMPEACHMENT DE DILMA72

Às 13h34 desta quarta-feira (31/08/16), Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment e encerrou seu
mandato frente à Presidência da República. Em discurso após a votação no Senado, Dilma disse que
sofreu um segundo golpe e prometeu uma oposição “firme e incansável”. Às 16h49, Michel Temer (PMDB)
deixou a vice-presidência oficialmente e foi empossado presidente. Mais tarde, na primeira reunião
ministerial, respondeu aos opositores, prometendo não levar “desaforo para casa”: “golpista é você”.
Após 73 horas, o julgamento do impeachment no Senado terminou com o veredicto de condenação de
Dilma por crime de responsabilidade, pelas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e por ter editado decretos
de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. Foram 61 a favor e 20 contrários ao
impeachment, sem abstenções. Em uma segunda votação, os senadores decidiram manter a
possibilidade de Dilma disputar novas eleições e assumir cargos na administração pública.
Governistas surpresos com a segunda votação prometeram recorrer. Segundo o colunista Gerson
Camarotti, a divisão foi costurada entre PT e PMDB para aliviar Dilma. O senador Aloysio Nunes (PSDB-
SP) decidiu entregar o cargo, mas Temer não aceitou. O senador Fernando Collor, que sofreu
impeachment em 1992, criticou: "dois pesos, duas medidas”.

Discurso de Dilma
Em seu primeiro pronunciamento, a agora ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a decisão é o
segundo golpe de estado que enfrenta na vida e que os senadores que votaram pelo seu afastamento
definitivo rasgaram a Constituição. Ao lado de aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi
enfática: "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos
lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode
sofrer.

Posse de temer
Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da
República. A cerimônia durou apenas 11 minutos. Ao apertar a mão de Temer, o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ele: "Estamos juntos".

72
31/08/2016 – Fonte: http://especiais.g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/impeachment-de-dilma/

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Na primeira reunião ministerial do governo, Temer afirmou que agora a cobrança sobre o governo será
"muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você, que está contra
a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma.
O novo presidente embarca para a China, onde participa, nos dias 4 e 5, em Hangzhou, da Cúpula de
Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo. Temer afirmou que vai "revelar aos olhos
do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica." Durante a ausência, assume
provisoriamente a Presidência o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara.

Repercussão e manifestações
Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. Na Avenida
Paulista, um grupo protestava contra o impeachment, enquanto outro comemorava com bolo e
champagne.

Repercussão internacional
A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é
“um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín”
afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou
a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das
previsões de que seu afastamento seria concretizado.

E como fica agora?73

O rito da destituição de Dilma foi consumado e o Partido dos Trabalhadores (PT), que a sustentava,
passa à oposição, depois de 13 anos no poder. Mas o Senado manteve os direitos políticos dela, o que
lhe permitirá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública.
A saída da presidenta era desejada, segundo as pesquisas, por 61% dos brasileiros, o que não impede
que tenha sido uma comoção nacional.

Senadores aprovam parecer, Dilma vira ré e vai a julgamento em plenário74

O Senado aprovou por 59 votos a 21 na madrugada desta quarta-feira (10/08/2016), após quase 15
horas de sessão, o relatório da Comissão Especial do Impeachment que recomenda que a presidente
afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento pela Casa.
Com isso, ela passa à condição de ré no processo, segundo informou a assessoria do Supremo
Tribunal Federal (STF). O julgamento final da presidente afastada está previsto para o fim do mês no
plenário do Senado.
Antes da votação do texto principal, os senadores já tinham rejeitado, também por 59 votos a 21, as
chamadas "preliminares" que questionavam o mérito da denúncia contra Dilma. Depois do texto principal,
houve a votação de três destaques (propostas de alteração do texto principal), apresentados por
senadores defensores de Dilma com o objetivo de restringir os delitos atribuídos a ela. Todos os
destaques foram rejeitados.
Embora estivesse presente ao plenário, o único dos 81 senadores que não votou foi o presidente da
Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele afirmou que tomou essa decisão para se manter isento. "Procurei
conduzir com isenção. Desconstruir essa isenção agora não é coerente", explicou.
Após a votação, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, disse
acreditar que ainda é possível reverter o resultado no julgamento final do impeachment, embora
reconheça que não “é uma situação fácil” para a presidente afastada.

Lava Jato: Queiroz Galvão pagou R$ 10 milhões a alto escalão da Petrobras75

A força-tarefa da Operação Lava Jato informou hoje (2/8/2016) que colheu provas documentais de que
a construtora Queiroz Galvão destinou ao menos R$ 10 milhões em pagamentos ilegais para funcionários
de alto escalão das diretorias de Serviços e Abastecimento da Petrobras entre 2010 e 2013, com o
objetivo de firmar contratos e obter vantagens indevidas junto à petroleira estatal.

73
31/08/2016 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/01/opinion/1472682823_081379.html
74
12/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/senadores-aprovam-parecer-dilma-vira-re-e-vai-julgamento-
em-plenario.html
75
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-08/lava-jato-queiroz-galvao-pagou-10-milhoes-para-diretores-da-petrobras

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A cifra total de repasses ilegais a funcionários da estatal e a partidos políticos, contudo, pode ser muito
maior, de acordo com a Polícia Federal. O doleiro Alberto Yousseff revelou aos investigadores ter tido
acesso a um balanço do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em que constava
uma dívida de R$ 37 milhões ligada à construtora Queiroz Galvão. Os integrantes da força-tarefa
afirmaram que a atuação ilegal da Queiroz Galvão envolveu todas as modalidades de contravenções
investigadas no âmbito da Lava Jato. “A Queiroz tem uma peculiaridade, ela representa todos os pecados,
todas as espécies de crimes que nós verificamos na Operação Lava Jato”, disse o procurador da
República Carlos Fernando dos Santos Lima, em Curitiba, em entrevista sobre a 33ª Operação da Lava
Jato, deflagrada nesta terça-feira(2/8/2016).
Além do repasse direto de propina a funcionários da estatal, a empreiteira repassou dinheiro a políticos
e partidos por meio de caixa 2 de campanha e utilizou ainda doações legais de campanha como meio de
pagamento de vantagens indevidas a partidos, informou a força-tarefa.

Presos
Na 33ª fase da Lava Jato, deflagrada hoje (2/8/16), a PF prendeu preventivamente os ex-executivos
da Queiroz Galvão Othon Zanoide e Idelfonso Colares. Um mandado de prisão temporária continua
pendente, contra Marco Pereira Reis, ex-executivo do consórcio Quip, cuja participação majoritária é da
Queiroz Galvão. São investigados contratos para obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e
nas refinarias de Abreu e Lima (PE), do Vale do Paraíba (SP), Landulpho Alves (BA) e de Duque de
Caxias (RJ). A Queiroz Galvão é a empreiteira com o terceiro maior volume de contratos com a Petrobras,
de mais de R$ 20 bilhões.
O investigadores apuram ainda o esquema de lavagem de dinheiro por meio de contas no exterior
mantidas pelo consórcio Quip, formado também pelas empresas UTC Engenharia e Iesa. O consórcio foi
responsável pela construção e reforma de plataformas de exploração de petróleo como a P-55 e P-53.

CPI no Senado
Os investigadores informaram também haver fortes indícios de que outros R$ 10 milhões foram pagos
pela Queiroz Galvão, provavelmente a parlamentares, para que executivos da empresa não fossem
convocados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, em 2009.

Rodrigo Maia: conheça o perfil do novo presidente da Câmara76

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46 anos, foi eleito na madrugada de quinta-feira
(14/07/2016), com 285 votos, presidente da Câmara dos Deputados. Maia venceu em segundo turno o
deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que até então era apontado como candidato favorito do Palácio do
Planalto para o cargo. Rosso somou 170 votos. Outros cinco parlamentares votaram em branco.

Mandato tampão
Rodrigo Maia ficará à frente da Câmara até fevereiro de 2017. Em discurso no plenário da Casa, o
deputado vencedor destacou sua biografia e se disse pronto para assumir o comando. “Ofereço a
dimensão da experiência que acumulei em quase 20 anos aqui dentro e a correção pela qual pautei minha
vida pública”, pontuou Maia.
Citando a crise econômica que atinge o país e o conturbado momento político pelo qual passa o
Congresso, o deputado afirmou que as repúblicas "nunca se consolidam sem a força dos parlamentos".
“Quando a Câmara é atacada ou mal defendida, é a cada um dos nossos mandatos que atacam”, disse
Maia. “Sei que estou pronto para navegar nessa tormenta, que passará. A Câmara, o Congresso e o
Brasil são maiores que qualquer crise”, finalizou.

Trajetória política
Formado em economia, Rodrigo Maia é deputado federal pelo Rio de Janeiro há cinco legislaturas. Foi
eleito para o primeiro mandato em 1998. Tentou se eleger prefeito do Rio em 2012, tendo Clarissa
Garotinho (PR-RJ) como vice.
Maia também ocupou o cargo de secretário de Governo do Rio de Janeiro (1997-1998) e de secretário
de Governo do Município do Rio de Janeiro (1996). Antes de chegar ao Democratas (DEM), o parlamentar
foi filiado ao PFL e ao PTB. Maia assumiu a presidência nacional do DEM, partido que ajudou a criar, em
2007.

76
14/07/2016 - Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-07/rodrigo-maia-conheca-o-perfil-do-novo-presidente-da-camara

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 130
Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM), Rodrigo Maia integra um bloco informal dos
chamados governistas independentes. Além do DEM, compõem o grupo o PSDB, o PSB e o PPS.

Histórico na Casa
No primeiro turno da votação para presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conquistou os
apoios do PSDB, DEM, PPS e PSB.
Na Casa, o representante do Democratas votou a favor da admissibilidade do processo de
impeachment da presidenta, agora afastada, Dilma Rousseff. O deputado também votou a favor da
proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa mudar a maioridade penal de 18 para 16 anos em
caso de crimes graves.
Em 2015, foi presidente e relator da proposta de reforma política. É presidente da Comissão Especial
da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Atualmente, é membro efetivo das comissões de
Finanças e Tributação.

PEC 241: tire dúvidas sobre a proposta que limita gastos públicos77

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para o aumento dos gastos
públicos pelas próximas duas décadas foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno na
madrugada desta terça-feira (11).

Veja abaixo perguntas e respostas sobre a proposta:

O que propõe a PEC 241, conhecida como PEC do Teto de Gastos?


A PEC do teto de gastos, proposta pelo governo federal, tem o objetivo de limitar o crescimento das
despesas do governo. A medida fixa para os três poderes - além do Ministério Público da União e da
Defensoria Pública da União - um limite anual de despesas.

Por que o governo quer limitar os gastos?


Essa proposta é uma das principais "armas" da equipe econômica para tentar reequilibrar as contas
públicas nos próximos anos e impedir que a dívida do setor público, que atingiu 70% do Produto Interno
Bruto (PIB) em agosto, aumente ainda mais.A justificativa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é
de que governo vem se endividando e pagando juros muito altos para poder financiar essa conta.

Como é calculado esse limite de gastos?


Segundo o texto, o governo, assim como as outras esferas, poderão gastar o mesmo valor que foi
gasto no ano anterior, corrigido pela inflação. Ou seja, tirando a inflação, o limite será o mesmo valor do
ano que passou.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é a desvalorização
do dinheiro, quanto ele perde poder de compra num determinado período. O texto da PEC prevê que,
para o ano de 2017, os gastos públicos serão corrigidos em 7,2%.

Há algum prazo de duração?


Sim. A proposta é de que a PEC seja aplicada pelos próximos 20 anos.

Não poderá sofrer qualquer alteração?


Sim. A partir do décimo ano, o presidente da República que estiver no poder poderá alterar o formato
de correção das despesas públicas. No entanto, a proposta de revisão terá de ser enviada ao Congresso
Nacional por meio de projeto de lei complementar. Será admitida somente apenas uma alteração nos
critérios de correção por mandato presidencial.

O que acontece se o limite não for obedecido?


Caso alguns dos Poderes ou órgãos a eles vinculados descumpram o limite de crescimento de gastos,
ficará impedido no exercício seguinte de, por exemplo, reajustar salários, contratar pessoal, realizar
concursos públicos e criar novas despesas até que os gastos retornem ao limite previsto pela PEC.

77
11/10/2016 Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/veja-perguntas-e-respostas-sobre-pec-que-limita-gastos-publicos.html

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A medida se aplica para todos os tipos de gastos do governo?
Em 2017, haverá exceção para as áreas de saúde e educação, que somente passarão a obedecer o
limite a partir de 2018, segundo o governo. Atualmente, a Constituição especifica um percentual mínimo
da arrecadação da União que deve ser destinado para esses setores.
Em entrevista à rádio Estadão, o presidente Michel Temer disse que o teto não é para a saúde, para
a educação ou para a cultura. O teto é global. Ele afirmou ainda que quando o governo for formalizar
qualquer proposta de orçamento, é possível que tenha de rever projetos de obras públicas, por exemplo,
"para compensar sempre saúde e educação".
E no caso das transferências entre o governo federal e os municípios?
A PEC determina que alguns outros gastos não precisarão se sujeitar ao limite estabelecido pela
medida, como as transferências do governo federal para Estados e municípios e os gastos para a
realização de eleições.

O projeto enfrenta resistência?


Sim. Desde que foi apresentado pela equipe econômica do governo, ainda no primeiro semestre deste
ano, o projeto enfrenta resistências por parte de setores da sociedade. Partidos que fazem oposição ao
presidente Michel Temer, por exemplo, argumentam que, se aprovada, a proposta representará o
"congelamento" dos investimentos sociais.
Para uns, ela é uma medida muito rígida para durar tanto tempo, e deveria ser flexível para se adaptar
às mudanças do país.
Para a professora Cristina de Mello, da PUC-SP, se houver uma queda abrupta da arrecadação, por
exemplo, a dívida aumentaria, porque os gastos serão congelados em um patamar alto.
Segundo a professora, o argumento de que uma medida de longo prazo passa mais credibilidade é
falacioso. Isso porque, se antes do prazo de dez anos, o governo precisar mexer em alguma regra, a PEC
gerará desconfiança.
"Se daqui a alguns anos, for necessário fazer um gasto maior e mudar o índice de inflação por outro
mais confortável, vai haver descrença. Por que escolheram esse critério e não outro? Pode haver
maquiagem de dados", disse em entrevista à BBC.

O que diz quem apoia o projeto?


O mercado financeiro vê a proposta com bons olhos, já que uma medida válida por um período tão
extenso passaria a mensagem de que o Brasil está comprometido com o equilíbrio das contas.
Jolanda Battisti, da FGV, afirma que o prazo representa que o governo está "comprando tempo" para
colocar a dívida sob controle.
"É como se uma pessoa endividada que diz que vai te pagar de volta, mas só dez reais por semana,
e não em grandes prestações."
Um plano de longa duração, afirma, substitui ações mais drásticas, como aumentar impostos ou cortar
despesas imediatamente, o que poderia agravar o desemprego.

Renan lê PEC 241 em plenário e texto passa a tramitar no Senado78

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu em plenário nesta quarta-feira (26/10/2016)
a ementa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que estabelece um limite para os gastos públicos
pelos próximos 20 anos. Com isso, a PEC passa a tramitar no Senado.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a
PEC foi aprovada na madrugada desta quarta pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2
abstenções) e, agora, passará a ser analisada pelo Senado.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou a PEC aprovada
pelos deputados a Renan. A proposta, agora, será remetida à CCJ.
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, Renan Calheiros disse que sugeriu o nome de Eunício Oliveira
(CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, José Maranhão (PMDB-PB) indicar o relator.
Segundo Renan, o presidente da CCJ demonstrou disposição em escolher o líder do PMDB para
relatar o texto na comissão.
Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário “natural” e que foi acordado entre
líderes partidários.

78
26/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/renan-le-pec-241-em-plenario-e-texto-passa-tramitar-no-senado.html

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Pelo cronograma acertado entre Renan Calheiros e os líderes partidários (veja todas as datas ao final
desta reportagem), a votação da PEC em primeiro turno está prevista para 29 de novembro e, em segundo
turno, para 13 de dezembro.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo
menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança
no texto original, a PEC retornará à Câmara.

PEC 241
A PEC 241 prevê que, nos próximos 20 anos, os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário)
só poderão crescer conforme a inflação do ano anterior.
A partir do décimo ano, porém, o presidente da República poderá propor ao Congresso uma nova base
de cálculo.
Em caso de descumprimento, a PEC estabelece uma série de vedações, como a proibição de realizar
concursos públicos ou conceder aumento para qualquer membro ou servidor do órgão.
Inicialmente, os investimentos em saúde e educação deveriam obedecer o limite estabelecido pela
PEC, mas, diante da repercussão negativa e da pressão de parlamentares da base aliada, o Palácio do
Planalto decidiu que essas duas áreas só serão incluídas no teto a partir de 2018.

Cronograma
O cronograma definido por Renan Calheiros e líderes partidários estabelece o seguinte rito da PEC
241 no Senado:
- Ainda nesta semana: texto é encaminhado à CCJ, onde será designado um relator;
- 1º de novembro: parecer do relator é apresentado, e senadores terão uma semana para análise;
- 8 de novembro: audiência pública para debater a PEC (especialistas a favor e contrários à proposta
serão chamados);
- 9 de novembro: votação do parecer do relator (se a PEC for aprovada, o texto será enviado ao
plenário);
- Data a definir: audiência pública para debater a PEC no plenário (especialistas a favor e contrários à
proposta serão chamados);
- 29 de novembro: votação da PEC em primeiro turno no plenário;
- 13 de dezembro: votação da PEC em segundo turno no plenário (se for aprovada, a proposta será
promulgada e as novas regras passarão a valer).

Aprovada na Câmara, PEC 241 passa a tramitar no Senado como PEC 5579

Aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta-feira (26), a Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos,
recebeu nova numeração ao passar a tramitar no Senado, sob a numeração de PEC 55.
A mudança na numeração da PEC não implica necessariamente em uma mudança no conteúdo da
proposta (os senadores ainda analisarão o texto e poderão propor alterações). De acordo com a
Secretaria-Geral da Mesa, a modificação ocorre para organizar o sistema do Senado.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a
PEC foi aprovada pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções) e, agora, passará
a ser analisada pelo Senado.
Mais cedo, nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entregou o texto da PEC
ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A proposta já foi remetida à Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, posteriormente (veja o
calendário completo ao final desta reportagem), será analisada, em dois turnos, pelo plenário.

Relatoria
Ao fazer a leitura da PEC em plenário, nesta quarta, Renan Calheiros sugeriu o nome de Eunício
Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, para relatar da proposta. Cabe ao presidente da CCJ, José
Maranhão (PMDB-PB), porém, indicar o relator.
Segundo Renan Calheiros, Maranhão "demonstrou disposição" em escolher o líder do PMDB para
relatar o texto. O nome de Eunício, mesmo sem um anúncio oficial pelo Senado, já aparece como relator
da matéria, no sistema eletrônico.

79
26/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/aprovada-na-camara-pec-241-vira-pec-55-no-senado.html

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Em plenário, Renan afirmou que a proposta seguirá o calendário "natural" e que foi acordado entre
líderes partidários.
Pelo cronograma acertado entre Renan Calheiros e os líderes partidários, a votação da PEC em
primeiro turno está prevista para 29 de novembro e, em segundo turno, para 13 de dezembro.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo
menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança
no texto original, a PEC retornará à Câmara.

Ao STF, Maia diz que críticas à PEC do teto têm 'natureza política'80

A Câmara dos Deputados enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal na qual afirma que a
PEC do teto de gastos, apresentada pelo governo federal, não ofende a autonomia dos poderes da
República. Segundo o documento de 24 páginas, assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
parte dos questionamentos contra a proposta tem aspecto "sombrio e pessimista" e revelam "natureza
política".
A manifestação foi enviada em ação de deputados do PC do B e PT contra a PEC, que terá que passar
por julgamento de mérito no plenário do Supremo, o que não tem data para acontecer.
"As alegações de violação a direitos fundamentais (à educação e à saúde) e ao princípio da proibição
de retrocesso social revelam vaticínio sombrio e pessimista, escorado em argumentos metajurídicos -
incapazes de disfarçar a natureza eminentemente política da controvérsia", diz Maia.
A PEC, anunciada pelo governo como medida que vai reequilibrar as contas públicas, condiciona pelos
próximos 20 anos o aumento das despesas da União (Legislativo, Executivo e Judiciário) à inflação do
ano anterior.
Há duas semanas, o ministro Barroso, relator do caso, rejeitou conceder liminar para suspender o
andamento da ação. Para ele, uma intervenção do Judiciário só se justificaria se houvesse clara violação
de cláusula pétrea da Constituição - itens que não podem ser alterados por meio de emenda -, o que não
ficou demonstrado.
Segundo Rodrigo Maia, não há ofensa à autonomia porque os entes da União manterão a prerrogativa
de elaborar o próprio orçamento. "Não prospera a alegação relativa à proeminência do Poder Executivo
quanto à iniciativa de alteração do limite de gastos improcede igualmente a alegação de ofensa à
autonomia dos Poderes Legislativos (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e Judiciário, do
Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, sabido que essa autonomia compreende
tão somente a possibilidade de apresentação da respectiva proposta de orçamento."
Rodrigo Maia completou que, mesmo com a PEC, será mantida a atribuição dos parlamentares do
Congresso de darem "a última palavra" sobre o orçamento da União.
"As normas eventualmente resultadas da PEC 241/2016 mantêm intacto o cerne da competência
atribuída aos representantes do povo em matéria orçamentária pública: deputados e senadores
continuarão tendo a última palavra sobre cada montante de recursos públicos a serem alocados em cada
programação orçamentária."

Supremo admite corte de salário de servidores em greve81

O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legítima nesta quinta-feira (27/10/2016) a possibilidade
de órgãos públicos cortarem o salário de servidores em greve desde o início da paralisação.
Não poderá haver o corte nos casos em que a greve for provocada por conduta ilegal do órgão público,
como, por exemplo, o atraso no pagamento dos salários.
Com a decisão, a regra passa a ser o corte imediato do salário, assim como na iniciativa privada, em
que a greve implica suspensão do contrato de trabalho.
Mas os ministros abriram a possibilidade de haver acordo para reposição do pagamento se houver
acordo para compensação das horas paradas.
A decisão tem repercussão geral, devendo ser aplicada pelas demais instâncias judiciais em processos
semelhantes.
No julgamento, os ministros analisaram um recurso apresentado pela Fundação de Apoio à Escola
Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), que, em 2006, foi impedida pela Justiça estadual de
realizar o desconto na folha de pagamento dos funcionários em greve.

80
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/ao-stf-maia-diz-que-criticas-pec-do-teto-tem-natureza-politica.html
81
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/supremo-admite-corte-de-salario-de-servidores-em-greve.html

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Relator do caso e primeiro a votar quando começou o julgamento, em 2015, o ministro Dias Toffoli
afirmou que a decisão não derruba o direito de greve nem a possibilidade de os servidores recorrerem ao
Judiciário.
“Qualquer decisão que nós tomarmos aqui não vai fechar as portas do Judiciário, seja para os
servidores seja para o administrador público. O que estamos decidindo é se, havendo greve do servidor
público, é legal o corte de ponto”, afirmou na sessão.
Primeiro a se manifestar contra o desconto, Fachin defendeu que a suspensão do pagamento só
ocorresse após uma decisão judicial que reconhecesse a ilegalidade da greve.
“A suspensão do pagamento se dá no momento da própria gênese do movimento paredista. Está se
interpretando que o trabalhador deve ir a juízo para um obter direito que lhe é assegurado
constitucionalmente [salário]”, argumentou.
Em vários momentos, ministros que defendem o corte na remuneração alertaram para os prejuízos
causados à população com a paralisação dos serviços.
“O administrador público não apenas pode, mas tem o dever de cortar o ponto. O corte de ponto é
necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a
paralisação, que gera sacrifício à população não seja adotada pelos servidores sem maiores
consequências”, afirmou Roberto Barroso.
O ministro Gilmar lembrou que, em quase todos os países, servidores com estabilidade no emprego
não têm o direito sequer de fazer greve.

Em dez anos, Câmara aprova 16 de 875 propostas de reforma política82

Nos últimos dez anos, 875 projetos com temas que envolvem a reforma política tramitaram na Câmara
dos Deputados. Do total, apenas 16 foram aprovados, o equivalente a 1,83% do total, conforme
levantamento obtido pelo G1 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Apesar do baixo índice de aproveitamento das propostas, os deputados voltaram a se reunir em
comissão especial destinada a analisar e formular medidas relacionadas à reforma política e eleitoral.
Na comissão, os debates serão divididos por temas, como representação política; financiamento
partidário e de campanhas; fortalecimento dos partidos; participação popular; e assuntos considerados
acessórios, como regras para comícios e regulação de pesquisas de opinião.
O levantamento mostra que a maior parte dos temas já está inserida em algum projeto que tramita na
Casa, mas ainda não obteve êxito.
Somente com relação ao financiamento de campanhas e partidos políticos, 36 projetos estão em
tramitação. São propostas de todos os tipos, como financiamento público, privado, misto, criação de
fundos, além de sugestão de plebiscito para definir o tema.
Também há propostas com análise pendente sobre os mais diversos sistemas eleitorais em debate.
Há projetos que sugerem sistema proporcional com lista aberta (como é hoje), proporcional com lista
fechada, misto, distrital, distrital misto e distritão.

Represados na CCJ
Principal colegiado da Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tem a tarefa de analisar
todos os projetos que tramitam na Casa e avaliar se as propostas estão em conformidade com a
Constituição e o sistema jurídico brasileiro.
A comissão, porém, tem funcionado como uma grande represa dos projetos de reforma política, aponta
o levantamento. De todos os projetos sobre o tema que tramitaram na Câmara nos últimos dez anos,
quase 35% seguem retidos na CCJ, aguardando a análise dos deputados.
No mesmo período, quase 30% dos projetos acabaram arquivados e não serão analisados pelos
parlamentares em plenário.

Nova tentativa de votação


No fim de outubro, uma comissão especial da Câmara dos Deputados iniciou um novo debate para
encaminhar propostas de reforma política ao plenário. O relator do colegiado, deputado Vicente Cândido
(PT-SP), lembra que as últimas tentativas feitas na Casa fracassaram.
“As últimas três comissões demonstraram que a Casa tem dificuldade de lidar com o tema. Uma, não
teve sequer relatório; a segunda, deu confusão; na última, o relator foi destituído e foi aprovada uma
reforma sem sintonia com a sociedade”, disse.

82
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/em-dez-anos-camara-aprova-16-de-875-propostas-de-reforma-politica.html

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Na avaliação do relator, a proibição de financiamento privado de campanhas pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) e as crises econômica e política são fatores que podem colaborar para que um pacote de
medidas enfim saia do papel.
Para ele, é preciso que haja uma tomada de consciência dos parlamentares. “O ser humano é
resistente a mudanças. E mudar nós mesmos é mais difícil ainda”, afirmou.
Na comissão, Vicente Cândido considera mais prático selecionar alguns projetos mais abrangentes
que tramitam na Casa para apresentar um relatório substitutivo a esses textos.
Reanalisar a totalidade das centenas de propostas que tramitam na Casa seria inviável, avalia o
deputado.

Oposição quer saída de Geddel; base sai em defesa de ministro83

As acusações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra o titular da Secretaria de Governo,


Geddel Vieira Lima, viraram assunto de conversas de deputados e senadores.
Parlamentares de oposição ao governo do presidente Michel Temer querem a demissão do ministro e
prometem acionar o Ministério Público pedindo a investigação do caso. Governistas preferem aguardar
os desdobramentos da situação e saem em defesa de Geddel.
Calero disse em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" e confirmou posteriormente em um evento com
artistas no Rio de Janeiro que o motivo principal de sua saída do governo foi a pressão que sofreu do
titular da Secretaria de Governo para liberar um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador no qual
Geddel tinha comprado um apartamento.
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro Menezes, afirmou
que o colegiado vai analisar nesta segunda-feira (21/11/2016) se abre ou não processo para investigar a
conduta do ministro.
O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse ao G1 neste domingo (20) que prefere
aguardar uma posição do Planalto antes de comentar o assunto, mas elogiou a atuação de Geddel como
articulador político de Temer no Legislativo.
"Eu estou esperando a avaliação da Comissão de Ética da Presidência da República. Ele [Geddel] tem
sido um excelente ministro no papel de interlocutor do governo no Congresso", opinou Aloysio.
O líder do PTB, partido da base de Temer, Jovair Arantes (GO), também teceu elogios a Geddel e
disse que fazer acusações no Brasil virou uma "doença".
"Esse vaievém dessas acusações virou uma doença de as pessoas acusarem as outras, às vezes sem
ter nenhuma certeza, então não dá pra saber [o que é verdade]. Geddel é um excelente ministro, interage
muito bem com a Câmara", declarou Jovair.
Aliado ao Planalto, o líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (PSD-DF), acredita que o assunto já
"está superado".
"O ministro Geddel já se manifestou. O Brasil tem problemas maiores que esse para resolver. Entendo
ser um assunto superado. Não influenciará em nada o comportamento da base do governo nas votações
no Congresso", disse o deputado.
Já o líder do DEM no Senado, o governista Ronaldo Caiado (GO), criticou Calero por não ter falado
antes sobre as supostas pressões que sofreu do ex-colega. Caiado também afirmou que Geddel "errou"
ao procurar o ministro para tratar de um assunto particular.
"Se alguém vem com uma proposta indecorosa, incompatível com o cargo que a pessoa exerce, você
deve dizer isso na hora. Isso de falar depois dá margem para uma dupla interpretação", afirmou Caiado.
"Mas se o fato foi esse, é lógico que o ministro Geddel errou. Ele não poderia ter misturado as coisas.
Ele poderia tocar no assunto se não tivesse nenhuma propriedade no prédio. No momento em que você
tem propriedade no prédio, isso pode parecer para a opinião pública que você está se valendo do cargo
para benefício próprio", completou.
Caiado disse ainda que o assunto deve ser esclarecido rapidamente e que é responsabilidade de
Temer decidir se afasta Geddel do governo.

Oposição
Por outro lado, a oposição já se movimenta para fechar o cerco em torno do ministro da Secretaria de
Governo. Geddel foi um dos principais articuladores políticos do impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff.

83
20/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/oposicao-quer-saida-de-geddel-base-sai-em-defesa-de-ministro.html

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Neste sábado, o deputado Jorge Solla (PT-BA) afirmou, por meio de nota, que nesta segunda vai
apresentar à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara um requerimento para convocar
Marcelo Calero a prestar esclarecimentos sobre o episódio.
"É uma expressa acusação de crime de prevaricação [...]. Se Calero acusou outro ministro ao sair, é
um caso muito grave e precisa comprovar o que diz para que o caso tenha a consequência devida", diz
trecho da nota divulgada pelo deputado do PT.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), divulgou neste sábado um comunicado pedindo a
demissão imediata de Geddel do primeiro escalão e informando que vai pedir a convocação de Geddel
para que o ministro explique a denúncia no Senado. Além disso, o líder petista afirmou que irá solicitar
que o Ministério Público Federal apure o caso.
"É escandaloso que um ministro extremamente poderoso dentro do governo, que trabalha na antessala
de Temer, use do próprio cargo para coagir e ameaçar colegas em favor de interesses pessoais",
destacou o senador do PT.
O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), também quer a demissão de Geddel e disse que o
governo de Temer "derreteu" ao lembrar outros episódios desfavoráveis, como a exoneração do senador
Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento, após desdobramentos da Lava Jato, e a saída
de Fábio Medina Osório da Advocacia-Geral da União depois de desentendimentos como o chefe da
Casa Civil, Eliseu Padilha.
"Não é só a história do Gedel, é a história do governo Temer. O governo Temer derreteu. O ministro
demissionário [Calero] disse que falou para Temer e ele não tomou nenhuma providência [...]. Geddel
não tem mais condições de continuar no governo, ele tem que cair e o governo Temer também tem que
cair", disse o parlamentar baiano.
Segundo o Blog do Camarotti, o Palácio do Planalto avalia que se o assunto sair da pauta rapidamente,
Geddel poderá permanecer no cargo. Mas se o tema seguir no noticiário, o ministro será demitido. O
receio é de que o caso acabe atingindo o presidente Michel Temer

Geddel pede demissão após crise gerada com denúncia de ex-ministro

Acusado de ter pressionado o ex-titular da Cultura Marcelo Calero para liberar uma obra em Salvador,
o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, enviou na manhã desta sexta-feira (25/11/2016),
por e-mail, uma carta de demissão ao presidente Michel Temer. Geddel, que está na capital baiana desde
quarta (23/11/2016), conversou por telefone com o presidente depois de encaminhar a solicitação para
se desligar do primeiro escalão.
Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, Temer aceitou o pedido de Geddel, que era responsável
pela articulação política do governo federal com o Congresso Nacional. Em meio ao turbilhão que atingiu
até mesmo seu gabinete, o presidente tentará sair de foco nos próximos dias. Ele anunciou que vai viajar
para sua residência em São Paulo na tarde desta sexta.
Temer chegou ao Planalto nesta sexta, por volta às 10h, e, imediatamente, se reuniu com assessores
próximos, como o secretário de Comunicação Social, Márcio Freitas. Em seguida, ele recebeu a carta de
demissão do ministro da Secretaria de Governo.
Geddel é o sexto ministro a deixar o governo desde que Michel Temer assumiu o comando do país em
maio. Antes dele, caíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Fábio Medina
Osório (AGU), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Marcelo Calero (Cultura).
Na carta de demissão, na qual se referiu ao presidente da República como "fraterno amigo", Geddel
escreveu que "avolumaram-se as críticas" sobre ele e, em Salvador, vê o "sofrimento" de sua família, que
é o "limite da dor que suporta". Ele, então, diz ao presidente que "é hora de sair".
Na mensagem, ele também pediu desculpas a Temer pela dimensão das "interpretações dadas",
referindo-se à acusação de Marcelo Calero de que Geddel o pressionou para desembargar a construção
de um condomínio de luxo em um bairro nobre de Salvador que havia sido barrado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura.
Em meio ao texto, o agora ex-ministro da Secretaria de Governo ainda diz que retorna à Bahia, mas
seguirá como "ardoroso torcedor" do governo.
Ele também aproveitou a carta para fazer um afago na base aliada, agradecendo o apoio e a
colaboração na aprovação de "importantes medidas" para o país.

A queda de Geddel
Até então um dos homens forte de Temer no Planalto, Geddel começou a balançar no cargo de ministro
da Secretaria de Governo na semana passada, quando Calero concedeu uma entrevista ao jornal "Folha
de S.Paulo" denunciando a pressão do ex-colega da Esplanada dos Ministérios.

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A turbulência política provocada pela denúncia chegou ao gabinete presidencial nesta quinta (24),
quando veio à tona o teor do depoimento prestado nesta semana por Calero à Polícia Federal (PF). O ex-
ministro disse aos policiais que, durante uma audiência no Palácio do Planalto, Temer interveio em favor
dos interesses do então ministro da Secretaria de Governo.
Calero, que pediu demissão na última sexta (18/11/2016), gravou a conversa que teve na semana
passada com Temer no Planalto, informou o Bom Dia Brasil. Procurado pela TV Globo, Calero disse que
não pode falar desse assunto. Segundo o G1 apurou, ele entregou cópia da gravação à PF, que
encaminhou o material para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Depoimento à PF
No depoimento à PF prestado na última quarta (23/11/2016), o ex-ministro disse que Temer o
"enquadrou" para que ele encontrasse uma "saída" para desembargar a construção do condomínio La
Vue, na capital baiana, no qual Geddel comprou um apartamento.
Após o depoimento de Marcelo Calero à PF vazar na imprensa, o porta-voz da Presidência da
República, Alexandre Parola, afirmou que Temer procurou o ex-ministro da Cultura para resolver o
"impasse" entre ele, Calero, e o chefe da Secretaria de Governo (leia a íntegra do pronunciamento de
Parola ao final desta reportagem).
Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Procuradoria Geral da República (PGR) havia decidido
pedir ao STF a abertura de uma investigação para apurar se Geddel fez tráfico de influência ao pressionar
o ex-colega da Esplanadas.
A PGR recebeu nesta quinta-feira (24/11/2016) o depoimento que Calero prestou à Polícia Federal. O
documento inicialmente foi enviado ao Supremo, que o encaminhou para a análise dos procuradores da
República. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, remeteu o depoimento à PGR antes de mandar
sortear o caso para relatoria de algum dos ministros do tribunal.
Na condição de ministro, Geddel tinha direito ao chamado "foro privilegiado", ou seja, ser investigado
e processado pelo STF, a mais alta Corte do país. Agora, diante da demissão do ministro, o caso pode
ser remetido à primeira instância da Justiça

Comissão de Ética
Na segunda-feira (21/11/2016), a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir
um processo para investigar a conduta de Geddel no episódio relatado pelo ex-ministro da Cultura.
O colegiado fiscaliza eventuais conflitos de interesse envolvendo integrantes do governo, mas não tem
poder para punir nenhum servidor público, apenas pode recomendar ao chefe do Executivo sanções a
integrantes do governo, entre as quais demissões.
Nos últimos dias, Geddel admitiu que é proprietário de um apartamento no empreendimento, confirmou
que procurou o então ministro da Cultura para tratar do embargo à obra, mas negou que tivesse
pressionado Calero para liberar a construção do edifício.

A obra embargada
O empreendimento imobiliário pivô da saída de Marcelo Calero do Ministério da Cultura foi embargado
pela direção nacional do Iphan em razão de estar localizado em uma área tombada como patrimônio
cultural da União, sujeita a regramento especial. Os construtores pretendem erguer um prédio com 31
andares, mas o Iphan autorizou a construção de, no máximo, 13 pavimentos.
Com vista privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos, o condomívio La Vue começou a ser
construído em outubro de 2015. O metro quadrado dos apartamentos – um por andar – custa em torno
de R$ 10 mil. O edifício tem apartamentos com quatro suítes de 259m² e uma cobertura chamada "Top
House" de 450 m². Os imóveis no La Vue variam de R$ 2,6 milhões a R$ 4,5 milhões.
No sábado, o instituto informou que a obra foi embargada após estudos técnicos apontarem impacto
do empreendimento em cinco imóveis tombados da vizinhança do condomínio: o forte e farol de Santo
Antônio, o forte de Santa Maria, o conjunto arquitetônico do Outeiro de Santo Antônio (que inclui o forte
de São Diogo), além da própria Igreja de Santo Antônio (leia mais sobre os argumentos do Iphan ao final
desta reportagem).

Parentes
Familiares do ministro da Secretaria de Governo integram a defesa do empreendimento imobiliário de
Salvador barrado pelo Iphan, no qual ele afirma ter comprado um imóvel, publicou na quarta-feira o jornal
"Folha de S.Paulo".
Segundo o jornal, um primo e um sobrinho de Geddel atuam como representantes do empreendimento
La Vue Ladeira da Barra junto ao Iphan.

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A publicação afirmou que, em um documento anexado ao processo administrativo que tramitou junto
ao Iphan, a empresa Porto Ladeira da Barra Empreendimento – responsável pelo La Vue, interditado pelo
órgão ligado ao Ministério da Cultura – nomeou como procuradores os advogados Igor Andrade Costa,
Jayme Vieira Lima Filho e o estagiário Afrísio Vieira Lima Neto.
Ainda de acordo com a "Folha", Jayme é primo de Geddel e também seria sócio dele no restaurante
Al Mare, em Salvador. Já o estagiáriao Afrísio Vieira Lima Neto é filho do deputado federal Lúcio Vieira
Lima (PMDB-BA), irmão do ministro da Secretaria de Governo.
A procuração, informou o jornal, foi assinada em 17 de maio de 2016, cinco dias depois de Geddel
assumir o comando da Secretaria de Governo.

Leia a íntegra da carta de demissão de Geddel Vieira Lima:


Salvador, 25 de novembro de 2016
Meu fraterno amigo Presidente Michel Temer,
Avolumaram-se as críticas sobre mim. Em Salvador, vejo o sofrimento dos meus familiares. Quem me
conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair.
Diante da dimensão das interpretações dadas, peço desculpas aos que estão sendo por elas
alcançados, mas o Brasil é maior do que tudo isso.
Fiz minha mais profunda reflexão e fruto dela apresento aqui este meu pedido de exoneração do
honroso cargo que com dedicação venho exercendo.
Retornado a Bahia, sigo como ardoroso torcedor do nosso governo, capitaneado por um Presidente
sério, ético e afável no trato com todos, rogando que, sob seus contínuos esforços, tenhamos a cada dia
um país melhor.
Aos Congressistas, o meu sincero agradecimento pelo apoio e colaboração que deram na aprovação
de importantes medidas para o Brasil.
Um forte abraço, meu querido amigo.
GEDDEL VIEIRA LIMA

Câmara aprova em 1º turno PEC sobre recursos especiais ao STJ84

A Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que
estabelece pré-requisitos e restrições para a apresentação de recursos especiais ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
O recurso especial tem caráter excepcional e é apresentado ao STJ contra decisões de outros
tribunais, em única ou última instância, quando houver ofensa à lei federal.
O texto foi aprovado em primeiro turno por 327 votos favoráveis e 75 contrários. Cinco deputados se
abstiveram de votar. Por se tratar de uma emenda constitucional, a proposta precisava do apoio de, pelo
menos, três quintos dos parlamentares (308 dos 513).
Os deputados ainda precisarão votar a matéria em segundo turno. Depois, a PEC, se novamente
aprovada, seguirá para análise do Senado, onde precisará do dos votos de pelo menos 49 senadores
para entrar em vigor.

A proposta
Pela proposta, o STJ não poderá admitir recurso especial sem que o recorrente demonstre a relevância
das questões de direito federal discutidas no caso. Quatro quintos dos membros do órgão poderão rejeitar
a relevância da questão.
"Serão tidas como relevantes as questões de direito federal que tenham repercussão econômica,
política, social ou jurídica", diz o texto.
A PEC define ainda que não cabe recurso especial nas causas com valor inferior a 200 salários
mínimos, a menos que haja divergência entre a decisão recorrida e súmula do STJ.
O texto também estabelece que o STJ poderá aprovar súmula para impedir a interposição de recursos
contra decisão que tiver aplicado. Essa medida será validada com a concordância de quatro quintos dos
membros do órgão competente.

84
30/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/camara-aprova-em-1-turno-pec-sobre-recursos-especiais-ao-stj.html

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Temer se reúne com governadores para discutir crise nos estados85

O Pesidente da República, Michel Temer, se reune na manhã desta quinta-feira (1º), no Palácio do
Planalto, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula
Vescovi, e cinco governadores para discutir a crise financeira dos estados.
Participaram do encontro os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ), Raimundo Colombo (SC),
Rodrigo Rollemberg (DF), Simão Jatene (PA) e Wellington Dias (PI).
O rombo nas finanças tem afetado a maioria dos estados. Alguns deles estão sem dinheiro até para
pagar a folha do funcionalismo. Os casos mais críticos são os do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.
Dos 27 estados brasileiros, quatro tiveram recuo no Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 na
comparação com 2013, de acordo com a pesquisa Contas Regionais 2014 divulgada no início desta
semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pacto nacional
No último dia 22, o governo federal e estados anunciaram um "pacto nacional" pelo equilíbrio das
contas públicas. O anúncio foi feito após reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, que também contou
com a participação do presidente Michel Temer, ministros da área econômica e governadores e que foi
marcada para discutir a crise financeira nos estados.
Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pelo pacto o governo federal aceita dar aos
estados uma fatia maior dos recursos arrecadados com a chamada "repatriação". Em contrapartida, os
governadores se comprometem a fazer um forte ajuste em suas contas, semelhante ao proposto pelo
próprio governo Temer, incluindo aumento da contribuição previdenciária paga por servidores públicos.
Entretanto, o secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte, André Horta, disse nesta segunda (28),
após reunião no Ministério da Fazenda, que os estados do Nordeste não concordam com algumas
imposições do "pacto" pelo equilíbrio fiscal.

Reuniões com a Fazenda


O Ministério da Fazenda informou que representantes da pasta se reuniram com secretários estaduais
de Fazenda para "detalhar o conjunto das medidas de ajuste fiscal que constarão do pacto nacional pelo
equilíbrio das contas públicas, cujas linhas gerais foram apresentadas em reunião com o presidente da
República e o ministro da Fazenda na última semana".
O ministério informou ainda que o "resultado dessas negociações será submetido pelos secretários de
Fazenda aos respectivos governadores para posterior discussão com o ministro da Fazenda".

Com acordo de delação, Marcelo Odebrecht deve deixar presídio em 1 ano86

Acordo de delação premiada o ex-presidente da empreiteira Odebrecht Marcelo Odebrecht prevê que
ele possa deixar o presídio no final de 2017, caso o acordo firmado com o Ministério Público Federal
(MPF) seja homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quinta-feira (1/12/2016), 77 executivos da Odebrecht assinaram acordos de delação com o MPF.
Na semana que vem, eles começam a prestar depoimentos.
A empresa divulgou na quinta-feira nota à imprensa intitulada "Desculpe, a Odebrecht errou", na qual
afirma que não admitirá a repetição de atos investigados na Lava Jato – a empresa é acusada de pagar
propina para políticos e funcionários da Petrobras.
Marcelo Odebrecht já foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato a 19 anos e 4 meses de prisão.
O acordo prevê que a pena dele seja reduzida para dez anos, sendo que dois anos e meio em regime
fechado.
Como o ex-presidente da empreiteira já cumpriu um ano e meio de prisão, ele poderia deixar a cadeia
daqui a um ano para cumprir mais dois anos e meio de pena em regime domiciliar.
Depois, o acordo prevê que Marcelo Odebrecht cumpra mais dois anos e meio da pena em regime
semiaberto e, por fim, mais dois anos e meio no regime aberto.

Acordos
Além dos acordos de delação firmados individualmente pelos 77 executivos da Odebrecht, a empresa
assinou um acordo de leniência, no qual se compromete a pagar multa no valor de US$ 2,5 bilhões, o
que equivale a aproximadamente R$ 6,8 bilhões.

85
01/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/temer-se-reune-com-governadores-para-discutir-crise-nos-estados.ghtml
86
02/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/com-acordo-de-delacao-marcelo-odebrecht-deve-deixar-presidio-em-1-ano.ghtml

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Esse tipo de acordo é uma espécie de delação premiada de empresas, por meio do qual elas
confessam participação em um crime e apresentam elementos que ajudem as investigações, em troca de
redução da punições.
A delação da Odebrecht é tida, no meio político, como a de maior potencial para provocar impacto nas
investigações, isso porque os executivos citaram mais de 200 nomes de políticos de diversos partidos.
Passada a etapa das assinaturas dos acordos, os executivos e a empresa terão de confirmar o que
disseram até agora ao MPF, detalhando o pagamento de propina a políticos e entregando provas. A
previsão é de que os depoimentos durem, no mínimo, um mês.
A previsão é que os acordos só sejam enviados para homologação do STF no ano que vem. Caberá
ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, analisar as condições do acordo e as informações
prestadas pelos executivos. Caso entenda necessário, pode mandar um juiz auxiliar ouvir todos eles
novamente. Depois, caso entenda que os acordos estão corretos, os homologa.
Devolve à PGR os trechos da delação daqueles citados com foro privilegiado e envia à 1ª instância da
Justiça os trechos em que pessoas sem foro são citadas.
Após a homologação, caberá à PGR e à Justiça Federal decidirem o que deverá ser investigado e
pedirem a abertura de inquérito para apurar os fatos.

Ministro do STF afasta Renan Calheiros da presidência do Senado87

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu liminar (decisão
provisória) nesta segunda-feira (5/12/2016) para afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do
Senado. Ele, porém, mantém o mandato de senador.
O ministro atendeu a pedido do partido Rede Sustentabilidade e entendeu que, como Renan Calheiros
virou réu no Supremo, não pode continuar no cargo em razão de estar na linha sucessória da Presidência
da República.
"Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do mandato de Senador, outorgado
pelo povo alagoano, mas do cargo de Presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência
que o caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a esta decisão", afirma o
ministro no despacho.
Em nota enviada pela assessoria, Renan Calheiros disse que só irá se manifestar sobre o afastamento
após conhecer "oficialmente" o inteiro teor da decisão liminar. A nota diz ainda que o peemedebista
consultará seus advogados sobre as medidas adequadas a serem adotadas após a decisão de Marco
Aurélio que, segundo Renan, foi tomada "contra o Senado Federal".
Renan Calheiros ainda pode recorrer ao plenário do Supremo. Além disso, a ação ainda terá que ser
analisada pelo plenário da Corte mesmo sem o recurso do peemedebista, mas isso ainda não tem data
para ocorrer.
Com o afastamento do peemedebista da presidência, o senador oposicionista Jorge Viana (PT-AC),
primeiro-vice-presidente do Senado, assumirá o comando da Casa. Renan e o petista se encontraram à
noite, na casa do senador.
O afastamento efetivo de Renan Calheiros só ocorrerá após a entrega de uma notificação, assinada
pelo ministro Marco Aurélio, no Senado. Até o início da noite desta segunda, o documento ainda estava
sendo produzido pela secretaria judiciária do STF. Segundo apurou o G1, Marco Aurélio Mello estaria
disposto a assinar o documento ainda na noite desta segunda, a fim de enviá-lo ao Senado.
Renan marcou de receber a notificação nesta terça, às 11h, no Senado. Por volta das 21h30 desta
segunda, um oficial de Justiça chegou à residência oficial do Senado, onde mora Renan Calheiros,
dizendo: “Vim entregar a decisão do ministro”. O homem passou pelo portão e ficou aguardando ser
recebido na porta da casa. Passados dois minutos, uma mulher apareceu na porta da residência e
conversou com o oficial de Justiça, que foi embora sem falar com a imprensa.

Réu no STF
Na semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a três, abrir ação penal e tornar
Renan réu pelo crime de peculato (apropriação de verba pública).
Segundo o STF, há indícios de que Renan fraudou recebimento de empréstimos de uma locadora de
veículos para justificar movimentação financeira suficiente para pagar pensão à filha que teve com a
jornalista Mônica Veloso.

87
05/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/ministro-do-stf-afasta-renan-da-presidencia-do-senado.ghtml

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A Corte também entendeu que há indícios de que Renan Calheiros usou dinheiro da verba
indenizatória que deveria ser usada no exercício do cargo de Senador para pagar a locadora, embora
não haja nenhum indício de que o serviço foi realmente prestado.
Além da ação penal por peculato, Renan Calheiros é alvo de outros 12 inquéritos no STF, sendo oito
no âmbito da Operação Lava Jato. Em um dos inquéritos, ele já foi denunciado pelo Ministério Público. O
STF, porém, ainda não analisou a denúncia (veja todos os inquéritos sobre Renan ao final desta
reportagem).
No último domingo (4/12/2016), Renan foi o principal alvo das manifestações de rua que reuniram
milhares de pessoas em todos os 26 estados mais o Distrito Federal. Os atos, em apoio à Operação Lava
Jato e ao projeto de dez medidas de combate à corrupção, foram registrados em pelo menos 82 cidades.

Réu na linha de sucessão


Antes, em novembro, o Supremo começou a julgar ação apresentada pela Rede sobre se um réu pode
estar na linha sucessória da Presidência.
Para seis ministros, um parlamentar que é alvo de ação penal não pode ser presidente da Câmara ou
presidente do Senado porque é inerente ao cargo deles eventualmente ter que assumir a Presidência.
O julgamento, porém, não foi concluído porque o ministro Dias Toffoli pediu vista, ou seja, mais tempo
para analisar o caso.
Apesar de o julgamento não ter sido concluído, a Rede argumentou no pedido de afastamento de
Renan que isso não impedia Marco Aurélio Mello de analisar a liminar. O partido lembrou que isso já
aconteceu em outros casos, de um ministro pedir vista sobre um tema e outro conceder liminar sobre o
mesmo tema.

Decisão
O ministro Marco Aurélio destacou, em sua decisão, que a permanência de Renan Calheiros na
presidência do Senado após virar réu compromete a segurança jurídica. Ele lembrou que seis ministros
do Supremo já decidiram que um réu não pode ocupar cargo que esteja na linha sucessória, mas frisou
que o julgamento ainda não foi retomado.
"O que não havia antes veio a surgir: o hoje Presidente do Senado da República, senador Renan
Calheiros, por oito votos a três, tornou-se réu [...]. Mesmo diante da maioria absoluta já formada na
arguição de descumprimento de preceito fundamental e réu, o Senador continua na cadeira de Presidente
do Senado, ensejando manifestações de toda ordem, a comprometerem a segurança jurídica", disse o
ministro.
Segundo ele, a decisão liminar de afastamento visa implementar provisoriamente decisão já tomada
pela maioria do Supremo.
"Urge providência, não para concluir o julgamento de fundo, atribuição do Plenário, mas para
implementar medida acauteladora, forte nas premissas do voto que prolatei, nos cinco votos no mesmo
sentido, ou seja, na maioria absoluta já formada, bem como no risco de continuar, na linha de substituição
do Presidente da República, réu, assim qualificado por decisão do Supremo", argumenta Marco Aurélio
Mello.

Inquéritos de Renan no STF


- INQ 4326 - investiga se Renan Calheiros e o deputado Aníbal Gomes atuaram e se beneficiaram do
esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Esse é o principal inquérito da Lava Jato e envolve
dezenas de políticos (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 3993 - investiga se Renan e Aníbal Gomes atuaram para manter Paulo Roberto Costa como
diretor da Petrobras e em troca receberam propina (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4172 - investiga se Renan, o senador Jader Barbalho e Aníbal Gomes receberam propina no
esquema da Petrobras, conforme delação do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró (INQUÉRITO EM
ANDAMENTO).
- INQ 4215 - investiga se Renan e Aníbal Gomes receberam propina de contratos da Transpetro
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4216 - investiga se Renan e Aníbal Gomes atuaram em suposto conluio para contratação de
uma empresa terceirizada da Petrobras (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4213 - investiga se Renan recebeu dinheiro de um dos delatores, o "Ceará", enviado pelo doleiro
Alberto Youssef (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4171 - investiga se Renan, Jader e o senador Delcídio do Amaral receberam US$ 5 milhões para
manter Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).

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- INQ 4075 - investiga se Renan recebeu dinheiro desviado das obas da Usina de Angra 3 (INQUÉRITO
EM ANDAMENTO).
- INQ 4267 - investiga se Renan recebeu dinheiro desviado das obras de Belo Monte. A investigação
foi retirada do âmbito da Lava Jato (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4211 - investiga se Renan foi beneficiado com esquema investigado na Operação Zelotes
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 4202 - investiga movimentação financeira suspeita de R$ 6 milhões nas contas de Renan
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
- INQ 2593 - investiga se Renan teve despesas pessoais de uma filha paga pela empreiteira Mendes
Júnior. O inquérito está sob relatoria do ministro Luiz Edson Fachin, já teve denúncia oferecida, mas ainda
não tem previsão de julgamento. O STF recebeu a denúncia mas ainda não abriu formalmente a ação
penal contra Renan.

Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos; veja lista88

Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de delação
premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho apresentou valores
repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a empreiteira.
O depoimento, que veio a público na sexta-feira (9/12/2016), traz nomes, valores, circunstâncias e
motivação dos repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais, mas também
há registro de propina e de caixa 2.
Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o
dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupo dentro do partido. Em outros
casos, não é possível identificar se a doação foi oficial.
Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns pagamentos
eram feitos para garantir a aprovação de projetos de interesse da empreiteira. Na pré-delação, ele citou
51 políticos de 11 partidos.
Veja os nomes dos políticos que Cláudio Melo Filho disse que receberam doações não declaradas, os
valores e a situação do pagamento. Também confira o que cada um disse sobre as acusações:
– Adolfo Viana (PSDB-BA), deputado estadual. Valor: R$ 50 mil, não declarados.
O deputado estadual da Bahia Adolfo Viana disse que não conhece Cláudio Melo Filho e que todas as
doações que recebeu foram declaradas à Justiça Eleitoral.
– Aécio Neves (PSDB-MG), senador. Pediu R$ 1 milhão para o DEM, não declarados.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que todos os pedidos de doações feitos pelo
partido em 2014 se deram exclusivamente dentro da lei.
– Anderson Dornelles, ex-assessor de Dilma Rousseff. Valor: R$ 350 mil, não declarados.
O ex-assessor de Dilma, Anderson Dornelles, negou as acusações. Ele disse que nunca se reuniu na
sede da Odebrecht nem solicitou ou recebeu qualquer ajuda financeira. Negou ainda que tenha autorizado
qualquer pessoa a fazer isso em nome dele.
– Antonio Brito (PSD-BA), deputado federal. Valor: R$ 100 mil não declarados, R$ 200 mil indefinidos
e R$ 130 mil declarados.
O deputado federal Antonio Brito não atendeu as ligações do G1.
– Arthur Maia (PPS-BA), deputado federal. Valor: R$ 250 mil não declarados e R$ 350 mil declarados.
"Todas as doações que recebi da Odebrecht constam na minha prestação de contas e foram
devidamente declaradas ao TSE e, portanto, aconteceram rigorosamente dentro dos parâmetros legais",
afirmou o deputado federal Arthur Maia.
– Arthur Virgílio (PSDB-AM), prefeito eleito de Manaus. Valor: R$ 300 mil não declarados.
O prefeito eleito de Manaus, Arthur Virgílio, do PSDB, negou que tivesse recebido doação por caixa 2.
Ele disse que todas as doações da Odebrecht foram declaradas à justiça eleitoral.
– Ciro Nogueira (PP-PI), senador. Valor: R$ 300 mil não declarados e R$ 1,8 milhão declarados.
O senador Ciro Nogueira disse que as doações recebidas pelo partido foram legais e sempre
devidamente declaradas à justiça eleitoral.
– Colbert Martins (PMDB-BA), ex-deputado federal. Valor: R$ 150 mil não declarados e R$ 441 mil
declarados.
O ex-deputado Colbert Martins negou que tenha recebido quantias não declaradas da Odebrecht ou
de qualquer outra empresa. “Tudo que tem nas minhas contas eleitorais foi declarado. Nenhum tipo de
omissão foi feita. As contas foram apreciadas e aprovadas. Tudo que eu recebi eu declarei."

88
11/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/veja-valores-repassados-a-politicos-segundo-delator-da-odebrecht.ghtml

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– Daniel Almeida (PCdoB-BA), deputado federal. Valor: R$ 100 mil não declarados.
Daniel Almeida negou recebimento via caixa 2 e disse que todas as doações para suas campanhas
foram legais.
– Delcídio do Amaral (sem partido-MS), ex-senador. Valor: R$ 500 mil não declarados.
A defesa do ex-senador Delcídio do Amaral disse que as informações são especulativas, não oficiais
e sem credibilidade.
– Duarte Nogueira (PSDB-SP), deputado. Valor: R$ 350 mil não declarados e R$ 300 mil declarados.
Duarte Nogueira, prefeito eleito de Ribeirão Preto, afirma que todas as doações recebidas em suas
campanhas eleitorais de 2010 e 2014 – por empresas ligadas ao grupo Odebrecht ou repassadas pelo
Diretório Estadual do PSDB – foram regularmente declaradas e aprovadas pelo TSE.
– Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado federal. Valor: R$ 10,5 milhões, não determinado.
A defesa de Eduardo Cunha disse que só vai se manifestar depois que tiver acesso à delação e que
ela deveria ter seu sigilo resguardado.
– Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro-chefe da Casa Civil. Valor: R$ 10 milhões a pedido de Temer,
não determinado.
Eliseu Padilha afirmou que a acusação é “mentirosa” e que nunca tratou de arrecadação para
deputados ou para que quer que seja.
– Eunício Oliveira (PMDB-CE), senador. Valor: R$ 2,1 milhões não declarados.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, disse "que todos os recursos arrecadados em suas
campanhas foram recebidos de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral". Ele ainda disse que
"nunca autorizou ninguém a negociar recursos em seu nome em troca de favorecimento à qualquer
empresa".
– Francisco Dornelles (PP-RJ), vice-governador do Rio de Janeiro. Valor: R$ 200 mil não declarados.
O vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, enviou uma nota afirmando que todas as doações
eleitorais recebidas pelo Partido Progressista foram feitas de acordo com a legislação eleitoral e
aprovadas pela Justiça.
– Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro da Secretaria de Governo. Valor: R$ 1 milhão não
determinados, R$ 1,5 milhão não declarados e R$ 2,380 milhões declarados.
Geddel Vieira Lima disse que acha estranho o nome dele estar na delação, já que todas as doações
da Odebrecht à campanha dele foram declaradas à Justiça Eleitoral.
– Gim Argello (PTB-DF), ex-senador. Valor: R$ 1,5 milhão não determinados, R$ 300 mil declarados
e R$ 1 milhão não declarados.
O G1 conversou com o responsável pela defesa do ex-senador Gim Argelo na manhã desta segunda-
feira (12). O advogado Marcelo Bessa preferiu não comentar as declarações de Cláudio Melo Filho.
– Heráclito Fortes (PSB-PI), deputado. Valor: R$ 200 mil não declarados e R$ 50 mil declarados.
A assessoria do deputado Heráclito Fortes disse que ele recebeu contribuições legais e já aprovadas
pela justiça eleitoral, sem qualquer vinculação com propina.
– Hugo Napoleão (PSD-PI), ex-senador. Valor: R$ 100 mil declarados e R$ 100 mil não declarados.
A assessoria do ex-senador Hugo Napoleão disse que enviaria nota comentando as acusações de
Cláudio Melo Filho.
– Inaldo Leitão, ex-deputado. Valor: R$ 100 mil não declarados.
Segundo o jornal "O Globo", o ex-deputado Inaldo Leitão disse em um perfil nas redes sociais que
nunca teve relação de negócios com a Odebrecht e que não atuou em interesse da empresa.
– Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro. Valor: R$ 3 milhões não determinados e R$ 7,5 milhões não
declarados. Cláudio Melo diz acreditar que foram repassados R$ 10 milhões para a candidatura do
governador da Bahia, Rui Costa, em 2014, a pedido de Wagner.
O ex-ministro Jaques Wagner não retornou os contatos da TV Globo.
– José Agripino (DEM-PI), senador. Valor: R$ 1 milhão, a pedido de Aécio Neves, não determinados.
José Agripino disse que desconhece e repele as acusações.
– José Carlos Aleluia (DEM-BA), deputado federal. Valor: R$280 mil declarados e R$ 300 mil não
declarados.
O deputado José Carlos Aleluia disse ao G1 que "todos os valores recebidos estão declarados em
minhas prestações de contas à Justiça Eleitoral”. Também há um comunicado no site do deputado, que
diz que, em 2010, a legislação não exigia que o candidato especificasse em sua prestação de contas o
nome do doador original ao partido, como passou a ser feito a partir de 2014.
– Jutahy Magalhães (PSDB-BA), deputado federal. Valor: R$ 350 mil sem declaração e R$ 500 mil
declarados.

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. 144
O deputado federal Jutahy Magalhães negou acusações: “Não tive doação de caixa 2 da Odebrecht
em 2010 para minha campanha. Recebi oficialmente pelo partido e está registrado no TSE. Esta é a
verdade”
– Lídice da Mata (PSB-BA), senadora. Valor: R$ 200 mil não declarados.
Em nota, a senadora Lídice da Mata negou as acusações. "Não tenho e nunca tive qualquer tipo de
negócios com a Odebrecht ou qualquer outra empresa. Todas as doações de campanha que recebi foram
dentro da legalidade e devidamente declaradas conforme pode ser comprovado na prestação de contas
disponível no site do TSE / TRE-BA."
– Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), deputado federal. Valor: R$ 400 mil declarados e teria recebido R$
1,5 milhão não declarados.
O deputado Lúcio Vieira Lima afirmou que todas as doações da sua campanha "estão declaradas na
prestação de contas do [Tribunal Superior Eleitoral] TSE”.
– Marco Maia (PT-RS), deputado federal. Valor: R$ 1,35 milhão não declarados.
O deputado Marco Maia refutou as declarações feitas pelo delator, dizendo que foi relator da CPMI da
Petrobras em 2014, que indiciou 53 pessoas. "Não pedi e não autorizei ninguém a pedir em meu nome
nenhuma doação para minha campanha eleitoral em 2014 de quaisquer empresas que estivessem sendo
investigadas por tal CPMI. Todas as doações feitas à campanha estão devidamente registradas no TSE
conforme previa a legislação."
– Michel Temer (PMDB-SP), presidente da República. Pediu, segundo o delator, repasse de R$ 10
milhões.
Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que repudia com
veemência o que chamou de "falsas acusações" de Cláudio Melo Filho. Segundo Temer, as doações
feitas pela construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A nota diz ainda que não houve caixa dois nem entrega em dinheiro a
pedido do presidente.
– Moreira Franco (PMDB-RJ), secretário do PPI. Segundo o relator, pediu recursos para o PMDB,
mas o recebimento foi feito através de Eliseu Padilha.
Moreira Franco disse que a acusação é mentirosa e afirmou que jamais falou sobre política ou recursos
para o PMDB com Cláudio Melo Filho.
– Paes Landim (PTB-PI), deputado federal. Valor: R$ 100 mil não declarados e R$ 80 mil declarados.
O deputado Paes Landim disse que todas as doações que recebeu foram declaradas oficialmente e
que jamais houve troca de favores entre ele e a Odebrecht.
– Paulo Henrique Lustosa (PP-CE), ex-deputado federal. Valor: R$ 100 mil não declarados e R$ 100
mil declarados.
Paulo Henrique Lustosa negou recebimento via caixa 2 e disse que todas as doações para suas
campanhas foram legais.
– Paulo Magalhães Junior (PV-BA), vereador eleito de Salvador. Valor: R$ 50 mil não declarados.
O G1 não conseguiu contato com o vereador de Salvador Paulo Magalhães Junior.
– Paulo Skaf (PMDB-SP), presidente da Fiesp. Segundo o delator, a campanha de Skaf ao governo
de São Paulo. Valor: R$ 6 milhões dos R$ 10 milhões negociados por Michel Temer.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer
contribuição de campanha que não fosse regularmente declarada em suas prestações de contas e
afirmou que todas elas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
– Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Seria, segundo o delator, um dos beneficiários
dos R$ 22 milhões repassados ao grupo do PMDB na Casa (doações declaradas e não declaradas).
Renan Calheiros disse que "jamais autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome em
qualquer circunstância". O senador afirmou ainda que "não há chance de serem encontradas
irregularidades em suas contas pessoais ou eleitorais". E que "essas contas já são investigadas há nove
anos sem que nenhuma prova seja encontrada contra ele".
– Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Valor: R$ 600 mil, não determinados.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, negou com veemência ter participado de qualquer negociação
com a Odebrecht. Ele disse que nunca recebeu vantagem indevida em troca de votações na Câmara e
que todas as doações recebidas por ele foram legais e declaradas ao TSE.
– Romero Jucá (PMDB-RR), senador. Seria, segundo o delator, um dos beneficiários dos R$ 22
milhões repassados ao grupo do PMDB do Senado (doações declaradas e não declaradas).
Romero Jucá, líder do governo no Congresso, negou que recebesse recursos para o PMDB e disse
que está à disposição da Justiça.
– Rui Costa (PT-BA), governador da Bahia. Teria recebido na campanha, de acordo com o delator,
R$ 10 milhões a pedido de Jaques Wagner. Delator não determina se foi doação legal ou caixa 2.

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PEC do teto de gastos é promulgada no Congresso89

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gastos públicos pelos
próximos 20 anos foi promulgada em sessão solene do Congresso Nacional na manhã desta quinta-feira
(15/12/2016).
Com a promulgação, a PEC passa a existir como lei e deve ser executada. Com isso, os gastos
públicos só poderão aumentar de acordo com a inflação do ano anterior.
Participaram da sessão solene os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de outros parlamentares. A sessão durou apenas alguns minutos e também
teve a promulgação da Emenda Constitucional 94, que prevê novas regras para o pagamento de
precatórios.
O texto da PEC do teto foi votado em dois turnos na Câmara e no Senado. Em todas as ocasiões, teve
mais que o mínimo de votos necessários.
A última votação do Senado, na terça-feira (13/12/2016), foi marcada por reclamações de senadores
que alegaram que o presidente da Casa acelerou a tramitação ao realizar três sessões do Senado no
mesmo dia, permitindo a votação da matéria antes do recesso parlamentar.
A proposta é uma das principais apostas do governo Michel Temer para reequilibrar as contas públicas
e viabilizar a recuperação da economia brasileira.
O texto foi enviado pelo Palácio do Planalto ao Congresso em junho e, ao lado da reforma da
Previdência, é considerado por governistas como essencial para o reequilíbrio das contas públicas.
Parlamentares da oposição chamaram a proposta de “PEC da maldade” porque, na visão deles, a
medida vai congelar investimentos nas áreas de saúde e educação, o que os governistas negam.

As regras da PEC do teto de gastos


Confira abaixo os principais pontos da PEC do teto de gastos:
- As despesas da União (Executivo, Legislativo e Judiciário e seus órgãos) só poderão crescer
conforme a inflação do ano anterior;
- A inflação para 2017, que servirá de base para os gastos, será de 7,2%;
- Nos demais anos de vigência da medida, o teto corresponderá ao limite do ano anterior corrigido pela
inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
- Se um poder desrespeitar o limite, sofrerá sanções no ano seguinte, como a proibição de realizar
concursos ou conceder reajustes;
- Se um poder extrapolar o teto, outro poder deverá compensar;
- Os gastos com saúde e educação só serão enquadrados no teto de gastos a partir de 2018;
- Com relação aos gastos mínimos em saúde, o texto prevê que passem em 2017 dos atuais 13,7%
para 15% da receita corrente líquida (somatório dos impostos descontadas as transferências previstas na
Constituição). E que, a partir de 2018, esses investimentos se enquadrem no teto de gastos, sendo
corrigidos pela inflação.
- Ficam de fora das novas regras as transferências constitucionais a estados e municípios, além do
Distrito Federal, os créditos extraordinários, as complementações do Fundeb, gastos da Justiça Eleitoral
com eleições, e as despesas de capitalização de estatais não dependentes;
- A partir do décimo ano de vigência do limite de gastos, o presidente da República poderá um projeto
de lei ao Congresso para mudar a base de cálculo.

MPF denuncia Lula e mais oito pessoas na Lava Jato90

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e mais oito pessoas na Operação Lava Jato. A força-tarefa ainda pediu à Justiça o ressarcimento de
R$ 75.434.399,44 à Petrobras.
O ex-ministro Antonio Palocci, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e a esposa de Lula,
Marisa Letícia, estão entre os denunciados.
Lula é réu em outros três processos relacionados à Operação Lava Jato. Na Justiça Federal do Paraná,
ele responde a uma ação penal.
O documento foi assinado pelos procuradores na quarta-feira (14). Entretanto, foi protocolado no
processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná apenas nesta quinta (15).
O MPF afirma que Lula comandava "uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio
parlamentar" por meio de desvios na Petrobras.
89
http://g1.globo.com/politica/noticia/pec-do-teto-de-gastos-e-promulgada-no-congresso.ghtml
90
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2016/12/mpf-denuncia-lula-e-mais-oito-pessoas-na-lava-jato.html

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. 146
Segundo a denúncia, a Odebrecht pagou R$ 75 milhões em propinas, desviados da Petrobras por
meio de oito contratos com a estatal. Esse valor foi repassado partidos e agentes políticos que davam
sustentação ao governo Lula, em especial PP, PT e PMDB.
Parte desse valor foi usado na compra de um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula
e na de um imóvel vizinho ao apartamento do ex-presidente, em São Bernardo do Campo.

Veja a lista dos denunciados e os crimes:


- Lula: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- Marcelo Odebrecht: corrupção ativa e lavagem de dinheiro
- Antonio Palocci: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
- Branislav Kontic: corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
- Paulo Melo: lavagem de dinheiro
- Demerval Gusmão: lavagem de dinheiro
- Glaucos da Costamarques: lavagem de dinheiro
- Roberto Teixeira: lavagem de dinheiro
- Marisa Letícia Lula da Silva: lavagem de dinheiro

De acordo com os procuradores, ficou constatado que o esquema de corrupção operado contra a
Petrobras envolveu a atuação de Lula em favor de interesses econômicos do Grupo Odebrecht,
recebimento de vantagens indevidas, pactuadas com Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, e
Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda.
Apesar de ser indicado como comandante do esquema, Lula não foi denunciado por crime de
organização criminosa porque esse fato está em apuração no Supremo Tribunal Federal (STF).
A denúncia
Conforme a denúncia, a Construtora Norberto Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel
onde funciona o Instituto Lula, em São Paulo. O valor, afirmam os procuradores, até novembro de 2012,
foi de R$ 12.422.00,00.
Segundo a força-tarefa a Lava Jato, o valor consta em anotações de Marcelo Odebrecht, planilhas
apreendidas durante as investigações e dados obtidos a partir de quebra de sigilo.
A denúncia afirma também que o ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha
à residência onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. De acordo com o MPF, foram
usados R$ 504 mil para a compra do imóvel.
Este segundo apartamento foi adquirido no nome de Glaucos da Costamarques, que atuou como testa
de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva, em transação que também foi concebida por Roberto Teixeira, em
nova operação de lavagem de dinheiro, conforme a denúncia.
Os procuradores afirmam que, na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, Marisa
Letícia chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques.
O MPF pediu à Justiça o perdimento do produto e proveito do crime no valor de R$ 75.434.399,44. A
força-tarefa da Lava Jato afirma que o montante ao valor total da porcentagem da propina paga pela
Odebrecht em razão das contratações dos Consórcios citados na denúncia.
Além disso, requereu que Lula pague R$ 75.434.399,44 à Petrobras.
Outros processos
Lula é réu em outros três processos relacionados à Operação Lava Jato. Ele é suspeito de obstruir a
Justiça ao atuar na compra de silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. É acusado de ter
ocultado ser o dono de um triplex em Guarujá (SP), no valor de R$ 3,7 milhões, e suspeito ainda de ter
recebido vantagem indevida da OAS, por meio da armazenagem de bens pessoais por quatro anos.
Lula também é investigado em quatro inquéritos. A maioria trata de suspeitas de recebimento de
vantagens indevidas. E um deles apura uma suposta tentativa de obstruir a investigação da Lava Jato,
com sua nomeação como ministro da Casa Civil, no governo Dilma.

O indiciamento
Na segunda-feira (12/12/2016), a Polícia Federal (PF) indiciou Lula e outras seis pessoas. Após o
indiciamento da Polícia Federal, o MPF analisa se denuncia os indiciados ou não. A partir de agora, cabe
a juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância,
aceitar a denúncia do MPF, transformando os acusados em réus.
Marcelo Odebrecht e Paulo Melo, que foram denunciados pelo MPF, não haviam sido indiciados pela
Polícia Federal. Os demais indiciados pela PF também foram denunciados pelo Ministério Público
Federal.

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. 147
O indiciamento trata de dois casos distintos: o primeiro é sobre a compra de um terreno, que seria
utilizado para a construção de uma sede do Instituto Lula. O segundo é sobre o aluguel do apartamento
que fica em frente ao que o ex-presidente mora. A Polícia Federal defende que ambos os casos tratam
de pagamento de propina da construtora Odebrecht, ao ex-presidente.
Os dois casos corriam em inquéritos diferentes. No entanto, o delegado Márcio Adriano Anselmo, que
produziu o indiciamento, considerou que deveria unir as duas investigações, por se tratarem de fatos
correlatos.
Conforme a investigação, o ex-ministro Antônio Palocci operava distribuindo a propina da Odebrecht
ao Partido dos Trabalhadores (PT). A PF diz que ele usava a influência para atuar em favor dos interesses
da empreiteira junto ao governo federal.
Segundo a PF, Lula foi um dos beneficiários dessa propina. Uma parte dela foi com a compra do
terreno que seria usado para a construção da sede do Instituto Lula. O terreno foi adquirido por meio da
DAG Construções. A polícia diz que a empresa atuava como um preposto da Odebrecht. Embora o terreno
tenha sido adquirido, não houve mudança na sede do instituto para o referido terreno.
Já o apartamento teria sido comprado por Glaucos da Costamarques e alugado ao ex-presidente Lula,
em um contrato celebrado no nome da ex-primeira-dama, Marisa Letícia. No entanto, de acordo com a
investigação, nunca houve qualquer pagamento por parte do ex-presidente, que utiliza o imóvel, pelo
menos, desde 2003.
A polícia diz que a operação foi realizada para ocultar o verdadeiro dono do imóvel. Para o delegado,
o ex-presidente Lula é quem é dono do local, que também teria sido adquirido por meio de propina obtida
junto à Odebrecht, com a intermediação de Palocci.
Outro lado
Quando a Polícia Federal indiciou sete pessoas – das nove que foram denunciadas pelo MPF – as
respectivas defesas falaram sobre o caso.
Por telefone, a assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que o ex-presidente aluga o
apartamento vizinho ao seu. Acrescenta que o instituto funciona no mesmo local há anos e que nunca foi
proprietário do terreno em questão.
A defesa do ex-presidente Lula afirmou que a transação envolvendo o terreno onde supostamente
seria edificado o Instituto Lula é um "delírio acusatório" "Nós apelidamos de transação imobiliária Manoel
Bandeira, o nosso poeta. Uma transação que teria sido feita, mas que nunca foi. Portanto, estamos
orbitando na esfera da ficção", afirmaram os advogados.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Lula e Marisa, também disse que o indiciamento
contra a ex-primeira-dama "não tem qualquer base jurídica e somente se explica pela parcialidade do
delegado federal Marcio Anselmo, que além de xingar Lula nas redes sociais, é conhecido apoiador de
Aécio Neves no âmbito político".
A defesa de Palocci e Kontic diz que nada se conseguiu que pudesse incriminar os dois no primeiro
processo a que eles respondem. "Então, este artifício acusatório não pode ser levado a sério, porque
ambos nada têm a ver com o Instituto Lula, terrenos ou locação de apartamentos em São Bernardo do
Campo". Os advogados também reclamaram da atuação policial. "Até quando teremos de aguentar essas
manobras da acusação, que não encontram na língua portuguesa um adjetivo qualificativo que lhes faça
justiça?".
O advogado Roberto Teixeira repudiou o indiciamento subscrito pelo delegado Márcio Adriano
Anselmo. Segundo ele, foram encaminhados à polícia, no dia 9 de dezembro, os esclarecimentos sobre
os casos citados no indiciamento. "Isso significa dizer que recebi a notícia do meu indiciamento menos
de um dia útil após haver encaminhado os esclarecimentos solicitados - com as provas correspondentes
-, em clara demonstração de que o ato já estava preparado e não havia efetivo interesse na apuração dos
fatos", diz.
Teixeira também diz ser vítima de retaliação, devido ao fato de ter pedido que Anselmo declarasse a
suspeição para investigar o ex-presidente Lula. "Não tenho dúvida de que minha atuação como advogado
do ex-Presidente Lula nos casos acima, bem como em outros processos e procedimentos em que estou
constituído ao lado de outros colegas advogados foram decisivos para o indiciamento realizado pelo
delegado federal Marcio Anselmo", diz o advogado.
Em nota, a Odebrecht informou que não irá se posicionar sobre o assunto. "A Odebrecht não se
manifesta sobre o tema, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. A empresa está
implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade",
informou a empresa.

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. 148
Em estado de calamidade, RJ entrará em 2017 com rombo de R$ 17 bilhões91

Obras paradas, salários atrasados, fornecedores sem receber, uma absoluta incerteza quanto ao
futuro e quase nenhuma perspectiva de melhora. A frase soa pessimista – e é. A situação financeira do
Estado do Rio de Janeiro não dá margem a uma perspectiva otimista – pelo menos não a curto prazo. A
máquina estadual entrará em 2017 com um rombo de R$ 17,5 bilhões no orçamento e a previsão é de
um déficit de R$ 52 bilhões até dezembro de 2018.
O quadro dramático levou o governo a decretar estado de calamidade e a anunciar, na sexta-feira
(4/11/16), um pacote de medidas radicais para tentar equilibrar as finanças. Entre elas, estão o aumento
do desconto previdenciário de 11% para 14%; o reajuste da tarifa do Bilhete Único de R$ 6,50 para R$
7,50; o desconto de 30% do salário de aposentados; e a redução de 20 para 12 secretarias.
Algumas ações serão feitas por decretos, alguns já publicados no Diário Oficial. Outras, por projetos
de lei, dependem de aprovação de deputados. Além da votação na Assembleia Legislativa (Alerj), terão
que superar também possíveis processos na Justiça, já prometidos por setores que serão afetados pelas
medidas.

Motivos da crise
O primeiro – e talvez mais conhecido – fator que levou à crise foi a queda brusca do preço do barril de
petróleo no mercado internacional. Apenas em 2015, o Estado do Rio deixou de arrecadar quase R$ 1
bilhão em royalties, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo.
Uma política agressiva de isenção de impostos, com vistas a atrair mais empresas para o estado,
também comprometeu as finanças do Rio de Janeiro.

Pagamentos atrasados
O desastre das contas estaduais comprometeu, também, o pagamento do funcionalismo. Entre 2015
e 2016, houve atrasos para todas as categorias. Primeiro em dezembro de 2015 – na ocasião, o
pagamento de novembro foi feito em duas etapas. O 13º daquele ano também chegou atrasado no bolso
dos funcionários e a Secretaria de Fazenda admitiu que não há como estipular uma data para o depósito
do benefício este ano.
Em 2016, houve parcelamentos em março e maio. O governo também trocou a data do pagamento
em duas ocasiões. Desde o pagamento de julho, no entanto, a Justiça obriga o Estado a fazer o depósito
até o terceiro dia útil do mês subsequente.
As forças de segurança, como se poderia esperar, também não saíram ilesas. Além dos salários
atrasados, os policiais passaram a lidar com a ausência de materiais básicos e essenciais ao trabalho
diário, como papel para registrar ocorrências nas delegacias.
As operações em áreas de risco também foram prejudicadas pela impossibilidade de uso de veículos
fundamentais nesse tipo de situação: dois dos três helicópteros da Polícia Civil estão fora de operação e
dos cinco blindados da corporação, apenas um está em condições de funcionamento.
Apesar das medidas anunciadas na sexta-feira (5/11/16), o secretário de Fazenda do Rio, Gustavo
Barbosa, prevê um quadro ainda pior em 2017. "Será um ano mais difícil do que 2016. Isso eu queria
deixar muito claro", explicou.
O pacote de combate à crise promete um aumento de receita de R$ 13 bilhões, em 2017, e cerca de
R$ 14,6 bilhões, em 2018, caso todas as medidas sejam aprovadas. Segundo o próprio secretário de
Fazenda, só vai haver equilíbrio fiscal em 2022 ou 2023.

Perdendo credibilidade
Com a perda do grau de investimento do Brasil, os estados que também são avaliados por agências
internacionais de risco foram consequentemente rebaixados. Entre os estados avaliados, o Rio de Janeiro
é o que tem a pior nota de crédito. Quanto pior a nota, mais caro é para o estado se financiar.

Questões

01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) De saída do governo, o ex-ministro da


Cultura, Marcelo Calero, acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressionado para
favorecer seus interesses pessoais. Calero diz que o articulador político do governo Temer o procurou
pelo menos cinco vezes, por telefone e pessoalmente.
(Folha, 19.11.2016. Disponível em:<https://goo.gl/YjmzVm> . Adaptado)

91
11/11/2016 – Fonte - http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/11/em-estado-de-calamidade-rj-entrara-em-2017-com-rombo-de-r-17-milhoes.html

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Marcelo Calero acusa Geddel Vieira Lima de pressionar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, a
(A) aprovar projeto imobiliário de interesse particular de Geddel localizado nas cercanias de bens
históricos tombados pelo patrimônio.
(B) financiar projetos de restauro de prédios históricos que pertencem a empresários próximos a
Geddel que pretendem explorá-los economicamente.
(C) rejeitar o tombamento de uma nova área que está em discussão no órgão para favorecer
empreendimentos que interessam a Geddel.
(D) direcionar projetos, investimentos e recursos voltados à preservação do patrimônio histórico na
região da base eleitoral de Geddel.
(E) nomear aliados e políticos próximos a Geddel para funções estratégicas e cargos de confiança do
órgão, favorecendo o loteamento de cargos.

02. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes
(B) Dias Toffoli
(C) Edson Fachin
(D) Gilmar Mendes
(E) Luiz Fux

03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)

(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.

04. (TJ-MG – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – CONSUPLAN) A


denominada “Operação Lava Jato” trata, segundo o Ministério Público Federal, do maior caso de
corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo um grande número de políticos,
empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras. O nome do magistrado
encarregado do julgamento em primeira instância, dos crimes apurados na mencionada operação é
(A) Sérgio Moro
(B) Rodrigo Janot
(C) Odilon de Oliveira
(D) Gilmar Mendes

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05. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) O presidente Michel Temer sancionou em 24 de maio o
projeto da nova Lei da Migração. O texto será publicado no dia 25, no Diário Oficial da União.
(Adaptado de: http://brasil.estadao.com.br)
Sobre a lei da Migração são feitas as seguintes afirmações:

I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.

Está correto somente o que se afirma APENAS em


(A) II e III
(B) I e II
(C) I e IV
(D) II e IV
(E) III e IV

Gabarito

01.A / 02.C / 03.B / 04.A / 05.A

Comentários

01. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.

02. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>

03. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-determina-que-texto-da-reforma-da-
previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas recentes vitórias é provável que a base governista tenha força
para aprovar a reforma da maneira que está.

04. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

05. Resposta: A
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.

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. 151
Segue o link de uma notícia vinculada à questão: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-
diversos-vetos,70001812512>

Economia
saúde
Temer indica interino Ivan Monteiro para presidir Petrobras92

O presidente Michel Temer indicou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como novo
presidente-executivo da Petrobras, em substituição a Pedro Parente, que pediu demissão do cargo nesta
manhã, em meio a ataques à política de preços da estatal.
Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que não haverá qualquer
interferência do governo sobre a política de preços da Petrobras e apontou a nomeação de Monteiro,
antes diretor financeiro e de relações com investidores na companhia, como uma garantia de que o rumo
da petroleira seguirá inalterado.

Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho
escravo93

Mais Médicos, policiamento e programas ligados à Educação também serão afetados


BRASÍLIA — Para garantir a redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel nas refinarias, o governo retirou
recursos de áreas sensíveis como a fiscalização de trabalho escravo e trabalho infantil, programa Mais
Médicos, verba de policiamento e até do Sistema Nacional de Transplante. Áreas sociais e programas
ligados à Educação e ao Meio Ambiente também serão afetadas pelos cortes, que somam R$ 9,5 bilhões.
Para garantir o crédito extraordinário que será remanejado para os Ministérios de Minas e Energia e
da Defesa, o governo precisou retirar dinheiro de 19 ministérios, sendo que, ironicamente, o dos
Transportes foi o mais afetado: terá de cortar R$ 1,4 bilhão. Também houve corte em programas sociais
como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e saúde indígena.
A redução do preço do diesel foi uma concessão do governo diante da pressão da greve dos
caminhoneiros que paralisou o país por nove dias. Só no Ministério da Educação os cortes serão de R$
R$ 55,1 milhões. O dinheiro estava previsto no orçamento para concessão de bolsas no Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). Houve ainda
um corte de R$ 150 milhões no fundo garantidor do financiamento estudantil.
Além de sofrer com cortes no programa de transplantes, no valor de R$ 1,3 milhão, o Ministério da
Saúde foi vai ter de retirar R$ 34 milhões do Programa Mais Médicos, R$ 11,8 milhões do programa de
gratuidade do Farmácia Popular e R$ 38,9 milhões do dinheiro que seria destinado à manutenção de
unidades de saúde. O montante do corte na pasta foi de R$179,6 milhões.
No Ministério do Meio Ambiente, chama a atenção a retirada de R$ 1,1 milhão da fiscalização ambiental
e de R$ 2,9 milhões do montante que seria aplicado em unidades de conservação. As informações sobre
as áreas e ministérios que sofreram cortes foram publicadas numa edição extra do Diário Oficial da União
de 30 de maio.
Temer também cortou R$ 3,8 milhões do programa "Criança Feliz". A inciativa da área social tinha
como embaixadora a primeira-dama, Marcela Temer, que resolveu recentemente se afastar dos holofotes.
No início de 2017, os marqueteiros do governo tinham um ambicioso plano para alavancar a popularidade
do presidente. Umas das ideias era escalar Marcela para participar de uma série de atos oficiais
relacionados ao “Criança Feliz”.
Na lista está ainda o corte de R$ 1,5 milhão para o "policiamento ostensivo nas rodovias e estradas
federais". A verba, que seria usada pela Polícia Rodoviária Federal, serviria, entre outros propósitos, para
operações de fiscalização do transporte de cargas e aumento do policiamento em feriados. Procurada
pela reportagem, a PRF disse que a decisão é recente e que ainda vai estudar como irá remanejar os
recursos para garantir o policiamento nas estradas.
O governo também retirou R$ 4,1 milhões para o combate ao tráfico de drogas e proteção de bens da
União. Na rubrica, ainda estava incluído o combate ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual
infanto-juvenil e à pedofilia.

92
REUTERS. Temer indica interno Ivan Monteiro para presidir Petrobras. Economia. Terra. < https://www.terra.com.br/economia/temer-indica-ivan-monteiro-para-
presidir-petrobras-e-nega-que-havera-interferencia-na-estatal,c5d3729cd2d28185e0d24bb7b7a6df4cglgdcirz.html> Acesso em 04 de junho de 2018.
93
CAMPOREZ, P. BRESCIANI, E. GÓES, B. Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho escravo. O Globo.
Economia <https://oglobo.globo.com/economia/2018/05/31/2270-para-baixar-diesel-governo-corta-verba-de-programas-de-transplantes-de-combate-ao-trabalho-
escravo?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 01 de junho de 2018.

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. 152
Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento e causa alta de preços94

Frigoríficos e abatedouros estão parados e foram interrompidas exportações calculadas em mais de


R$ 200 milhões.
No terceiro dia da greve dos caminhoneiros, a Petrobras acenou uma bandeira branca e tentou uma
trégua anunciando uma redução temporária do preço do óleo diesel. A paralisação no transporte de
mercadorias e o bloqueio de rodovias provocaram desabastecimento em todas as regiões do país.
Fogo de pneus incendiados. Rodovia Fernão Dias, na Grande São Paulo, no fim da tarde desta quarta-
feira (23/05). Mais cedo, a manifestação foi na Régis Bittencourt. A Advocacia Geral da União conseguiu
nove liminares para liberar seis rodovias federais. Outros 15 pedidos ainda não foram julgados.
A paralisação nas estradas já provoca desabastecimento. Leite desperdiçado. Os caminhões que iam
buscar cinco mil litros, no interior do Paraná, não chegaram. “É triste porque você trabalha com leite de
qualidade, produz, você quer a tua vaca produzindo leite e chegar e jogar fora”, lamenta a produtora rural
Margareth Coller.
Segundo as entidades dos produtores e exportadores de carnes, há pelo menos 129 frigoríficos e
abatedouros parados, e foram interrompidas exportações no valor de mais de R$ 200 milhões.
Em São Paulo, cena rara no maior entreposto de alimentos do país, a Ceagesp. No meio do dia, muitos
boxes fechados ou desertos. Frutas acabando, como mangas e melões. Mamão, que vem principalmente
do Nordeste, sumiu. O feirante perdeu a viagem: “Tem uns 20 boxes que vendem mamão papaia e não
descarregaram em lugar nenhum”, conta o feirante Célio Martins.
No setor que comercializa batata e cebola, a movimentação era muito pequena nesta quarta-feira.
Basicamente de saída de mercadoria, não de descarregamento. Um caminhão era praticamente o único
de cebola. Muitos comerciantes acabaram antecipando as encomendas já contando com a manifestação
dos caminhoneiros. Um dos caminhões, por exemplo, chegou na madrugada de domingo (20/05). O
problema, é que os estoques, que hoje são muito mais de cebola do que de batata, não devem durar
muito tempo. O efeito da antecipação já passou.
E o preço para quem conseguir novo fornecimento de batata? “Custava para nós a R$ 50 o saco, hoje
se está pagando R$ 130, R$ 140 o saco”.
Aumento que vai chegando ao supermercado. “Nesta quarta, nós estamos vendendo uma batata a R$
4, um tomate a R$ 3 reais. Esses preços, a partir de quinta-feira (24/05), vão ter que ser elevados pra R$
5 a R$ 5,50”, explica o gerente do supermercado Edgar Pimenta.
O transporte de combustível também parou em várias regiões do país. Em São Paulo, a prefeitura
informou que 40% dos ônibus urbanos não vão circular nesta quinta-feira (24/05). No Recife e no Rio isso
já aconteceu nesta quarta. O resultado para os passageiros foi atraso.
Filas enormes para abastecer em várias capitais, como no Vale do Paraíba, em São Paulo. Mesmo
com o preço da gasolina nas alturas, houve confusão em filas de postos em Macaé, no estado do Rio. E
nem era a gasolina mais cara. Olha o preço no Recife: R$ 8,99.
Caminhões foram escoltados pela polícia para abastecer aviões no Recife e em Brasília. Na capital
federal, a partir da tarde desta quarta, só podem pousar aviões que decolem de novo sem abastecimento.
Segundo um relatório da Infraero, outros cinco aeroportos só têm combustível para esta quarta: Recife,
Maceió, Aracaju, Palmas e Congonhas, em São Paulo.
No Porto de Santos, quase parado, os navios chegam. Os caminhões, não. Os motoristas defendem
a paralisação. “Os gastos são de 70% do frete, ficam na estrada: no diesel e nos pedágios”, conta o
caminhoneiro Nilson Oliveira.
Caminhões que transportam oxigênio de uso hospitalar não estão chegando a Juazeiro, na Bahia. A
maternidade, o hospital infantil e o pronto-socorro só têm estoque para mais dois dias. “Todas as cirurgias
eletivas vão ser canceladas e vamos atender na urgência apenas pacientes classificados como vermelho
e amarelo”, diz o diretor médico do hospital José Antônio Bandeira.
O Procon de Pernambuco interditou na noite desta quarta-feira (23/05) por 72 horas o posto que
cobrava gasolina a R$ 8,99 o litro e aplicou multa de R$ 500 mil.
A Agência Nacional de Aviação Civil recomenda que os passageiros com voos marcados consultem
as empresas aéreas antes de irem para os aeroportos por causa das dificuldades no abastecimento de
querosene de aviação.

94
G1. Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento e causa alta de preços. G1 Jornal Nacional. <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/05/greve-dos-
caminhoneiros-afeta-abastecimento-e-causa-alta-de-precos.html> Acesso em 24 de maio de 2018.

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. 153
Pobreza extrema aumenta 11% no último ano; economistas culpam trabalho informal95

Levantamento foi baseado nos dados atualizados sobre renda e desigualdade, publicados nesta
quarta-feira (11/04) pelo IBGE
O número de pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil passou de 13,34 milhões, em 2016,
para 14,83 milhões no ano passado. A informação, que revela um aumento de 11,2% no índice, foi
levantada pela empresa LCA Consultores com base nos dados da Pesquisa de Rendimento divulgada na
quarta-feira (11/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao dado, a
consultoria adotou a linha de corte do Banco Mundial, que estabelece a renda domiciliar por pessoa, por
dia, de US$1,90 como limite para a pobreza extrema nos países em desenvolvimento.
Segundo especialistas, o aumento da pobreza extrema está relacionado, principalmente, ao aumento
do trabalho informal. O estudo do IBGE analisa os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) Contínua, divulgada em fevereiro deste ano, que mostrou que, em dezembro de 2017, os
trabalhadores informais representavam 37,1% da população ocupada no país. De acordo com o IBGE, é
a primeira vez na história que o número de trabalhadores sem carteira assinada superou o conjunto de
empregados formais.
Em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira (12/04), o economista Cosmo Donato,
da LCA Consultora, ressaltou o fechamento de postos com carteira assinada. "No lugar de empregos
[com garantias trabalhistas e pisos salariais], o mercado de trabalho gerou ocupações informais, de baixa
remuneração e ganho instável ao longo do tempo”, destacou.
Segundo Adriana Marcolino, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), o aumento de vagas sem carteira assinada, junto ao não aumento real do
salário mínimo, tiveram um grande impacto no aumento da desigualdade social.
"No mercado de trabalho estamos com altas taxas de desemprego, e o emprego que está sendo
gerado é de baixa qualidade, é informal, instável, com salários menores. Esses elementos todos
compõem o quadro de aumento na desigualdade", destacou.
De acordo com os dados do IBGE, em 2017, o grupo formado por 1% da população mais rica do país
ganhou 36,1 vezes mais do que a metade mais dos pobres, tendo um rendimento médio mensal de
R$27.213. A pesquisa mostra também que a parcela dos 5% mais pobres da população brasileira teve
um rendimento médio de R$40 por mês em 2017, o que representa uma queda de 18% em relação ao
ano anterior (R$49). Já para a população que compõe o 1% mais rico do país, o rendimento encolheu em
apenas 2,3%.
A diminuição da renda advinda do trabalho formal também foi um dos motivos levantados pelo
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, para essa desigualdade, durante a
divulgação do suplemento especial da Pnad Contínua. "A qualidade do emprego foi baixa em 2017, com
a redução da taxa de desocupação por meio do trabalho informal", disse.
No entanto, segundo Marcolino, a pesquisa não reflete a real desigualdade no país, uma vez que o
IBGE tem um limite de dados captados, se utilizando apenas das informações de renda gerada por
emprego, Previdência, pensão, aluguel ou políticas públicas, como o programa Bolsa Família.
"O problema dessa estatística é que ela não pega os super ricos do Brasil, que tem investimentos na
bolsa, isso só seria captado se o IBGE fosse articulado com o imposto de renda. Então, na verdade, a
desigualdade no Brasil é muito maior do que a gente falava" afirmou.

Bolsa Família

A redução no número de beneficiários do programa Bolsa Família no último ano, pelo governo de
Michel Temer (MDB), também foi apontada como um dos principais motivos para o aumento da
desigualdade social. O IBGE apontou que pelo menos 326 mil domicílios deixaram de receber a renda do
programa no ano passado.
A região Nordeste foi a mais impactada pelos cortes: ao todo, 131 mil domicílios nordestinos deixaram
de contar com a renda extra. Paralelamente, a região também sofreu com o maior aumento de
desigualdade, tendo seu índice de Gini, principal medida da desigualdade da renda, elevado de 0,555
para 0,567 entre 2016 e 2017. Para Marcolino, ambas as estatísticas estão relacionadas.
"Na região Nordeste, o salário mínimo, do Bolsa Família e da formalização do trabalho estavam tendo
um impacto importante para reduzir as desigualdades. Com os cortes no Bolsa Família, as pessoas em
pobreza extrema, que agora vivem simplesmente de uma pequena renda de trabalho, somente o fato do

95
JÚIA DOLCE. Pobreza extrema aumenta 11% no último ano; economias culpam trabalho informal. Brasil de Fato. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2018/04/12/pobreza-extrema-aumenta-11-no-ultimo-ano-economistas-culpam-trabalho-informal/> Acesso em 13 de abril de 2018.

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desemprego aumentar e ela ser demitida, já a coloca em uma situação de vulnerabilidade muito grande",
afirmou.

No 12º corte seguido, BC baixa juro para 6,5% ao ano, novo piso histórico96

O Taxa é a menor de toda a série histórica do Banco Central, que começou em 1986. Em nota, Copom
sinalizou a possibilidade de novo corte na Selic na próxima reunião, em maio.
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (21/03) a redução
da taxa básica de juros da economia brasileira de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano.
Foi o 12º corte consecutivo na Selic. A taxa de 6,5% ao ano é a menor desde a adoção do regime de
metas para a inflação, em 1999, e também de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.
A decisão confirma a previsão da maior parte dos economistas do mercado, colhida pelo próprio BC
na semana passada. Ela também afeta o rendimento das cadernetas de poupança.
Em comunicado, o Copom sinalizou que pode fazer uma nova redução moderada da taxa básica de
juros na próxima reunião, em 16 de maio. O novo corte viria para garantir que seja alcançada, ao final do
ano, a meta de inflação de 4,5%.

A possibilidade de novo corte contraria a expectativa dos analistas, que esperavam que a reunião
desta quarta colocasse fim ao atual ciclo de redução da Selic, iniciado em 2016.
"A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto
percentual nesta reunião. Para a próxima reunião, o comitê vê, neste momento, como apropriada uma
flexibilização monetária moderada adicional [novo corte na Selic]. O Comitê julga que este estímulo
adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas", informou o Copom
na comunicado.
Por outro lado, o Copom informou que, se a economia evoluir como o previsto, não serão necessários
cortes adicionais na Selic nas reuniões seguintes à de maio.
"Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço
de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização
monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento",
diz o texto.
A taxa definida pelo BC influencia nos juros praticados pelos bancos. Entretanto, apesar de a Selic
estar na mínima histórica, os juros bancários seguem elevados. Em janeiro (último dado disponível), as
taxas do cheque especial e do cartão de crédito rotativo estavam acima de 300% ao ano.

Como as decisões são tomadas


A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos
os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%. Para 2019, é de 4,25%. O sistema, porém, prevê
uma margem de tolerância, para cima e para baixo. Isso significa que a meta não seria descumprida pelo
Banco Central caso a inflação neste ano ficasse entre 2,5% e 6,5%.

96
MARTELLO, A. SOUSA, Y. No 12º corte seguido, BC baixa juro para 6,5% ao ano, novo piso histórico. G1 Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/no-12-corte-seguido-bc-baixa-juro-para-65-ao-ano-novo-piso-historico.ghtml> Acesso em 22 de março de 2018.

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. 155
Normalmente, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. A expectativa é que a subida da taxa
também eleve os juros cobrados pelos bancos, ou seja, que o crédito fique mais caro e, com isso, freie o
consumo, fazendo a inflação cair. Essa medida, porém, afeta a economia e gera desemprego.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, o BC
reduz os juros. É o que está acontecendo neste momento. Para 2018 e 2019, o mercado estima um IPCA
de 3,63% e de 4,20%, respectivamente.

Comparação com outros países


Com a redução de juros promovida pelo Copom nesta quarta, o Brasil caiu de quinto para sexto lugar
no ranking mundial de juros reais (calculados com abatimento da inflação prevista para os próximos 12
meses), compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.
Com os juros básicos em 6,5% ao ano, a taxa real do Brasil soma 2,54% ao ano, atrás da Turquia
(5,95% ao ano), Argentina (4,56% ao ano), México (3,57% ao ano), Rússia (3,36% ao ano) e Índia (2,67%
ao ano).

Rendimento da poupança
As decisões do Banco Central sobre a Selic também afetam o rendimento da poupança, que vai cair
novamente a partir desta quarta-feira. A regra atual, em vigor desde maio de 2012, prevê corte nos
rendimentos da poupança sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.
Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da
Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de
4 de maio de 2012.
Com a nova queda dos juros, desta vez para 6,50% ao ano, a correção da poupança passará a ser de
4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
Mesmo assim, segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma "excelente opção de investimento,
principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".

1% mais ricos concentra 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo97

A população 1% mais rica detinha, em 2015, 28% de toda a riqueza obtida no país, mostrou um
relatório sobre a desigualdade no mundo divulgado nesta quinta-feira (14/12/17). Em 2001, essa
participação era de 25%.
O documento é assinado por um time de pesquisadores, entre eles o aclamado autor do livro "O Capital
no Século XXI", Thomas Piketty, especialista em estudos sobre desigualdade de renda.
Enquanto os 50% mais pobres do Brasil eram mais de 71 milhões de pessoas em 2015, os 1% mais
favorecidos somavam 1,4 milhão de pessoas.
O estudo também aponta que os 10% mais ricos elevaram sua riqueza de 54% para 55% neste mesmo
período.

Extremos
Os 50% mais pobres também tiveram um aumento da renda, passando de 11% para 12%, um
crescimento mais rápido que os 10% mais ricos, segundo o relatório, mas com impacto bem menos
relevante devido a sua baixa renda.
A participação da classe média, por sua vez, caiu entre 2001 e 2015 de 34% para 32%. Segundo o
estudo, esse estreitamento da camada do meio é resultado da baixa participação da renda e baixa
performance de crescimento desta população.
"Enquanto a desigualdade de renda salarial declinou de acordo com nossas observações, essa queda
foi insuficiente para mitigar a concentração de capital e reverter a crescente concentração de renda entre
os mais favorecidos", diz o estudo.

97
G1. 1% mais ricos concentram 28% de toda a renda no Brasil, diz estudo. G1 Economia. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/1-mais-ricos-
concentram-28-de-toda-a-renda-no-brasil-diz-estudo.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 15 de dezembro de 2017.

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. 156
Terceirização: como fica a partir de agora?98

A sanção da lei que permite a terceirização de trabalhadores de forma irrestrita provocou muita
controvérsia recentemente na sociedade. Diante do novo cenário, é preciso as enxergar as novas
implicações no mercado de trabalho com essa nova lei.
O projeto aprovado pela Câmara e transformado em lei pelo presidente é de 1998 e libera a
terceirização de todos os setores das empresas, seja atividade fim ou atividade meio, e também no serviço
público, com exceção de carreiras de Estado, como auditor e juiz.
A maior crítica da oposição, é que o projeto não tem dispositivos para impedir a chamada "pejotização"
- demissão de trabalhadores no regime de CLT para contratação deles como pessoas jurídicas (PJ) - e
assim restringir direitos trabalhistas. Porém essa conduta continua sendo ilegal. Explicando um pouco
melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.
Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.

INFLAÇÃO DO ALUGUEL99

A FGV divulga o IGP-M, conhecido como "inflação do aluguel" por ser usado para reajustado a maioria
dos contratos imobiliários, de agosto. Em julho, o índice desacelerou para 0,32%, mas ainda acumula alta
de 11,79% nos últimos 12 meses.

98
DANA, Samy. Terceirização: Como fica a partir de agora? Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao-como-
fica-partir-de-agora.html>. Acesso em 10 de abril de 2017.
99
30/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/agenda-do-dia/edicoes/2016/08/30.html

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Desemprego sobe para 11,3% no 2º trimestre, aponta Pnad, do IBGE100

O desemprego subiu para 11,3% no trimestre encerrado em junho, segundo dados divulgados nesta
sexta-feira (29/08/16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior já
registrada pela série histórica da Pnad Contínua, que teve início em janeiro de 2012.
No trimestre encerrado em março, o índice de desemprego foi de 10,9% e no período de abril a junho
de 2015, de 8,3%. No trimestre de março a maio, a taxa bateu 11,2%.
A população desocupada cresceu 4,5% em relação ao primeiro trimestre e chegou a 11,6 milhões de
pessoas. Já na comparação com o 2º trimestre de 2015, o aumento foi de 38,7%.
Por outro lado, a população ocupada somou 90,8 milhões de pessoas e mostrou estabilidade em
relação ao 1º trimestre e queda de 1,5% sobre o período de abril a junho de 2015. Segundo Cimar
Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a ocupação se manteve estável em relação
ao trimestre anterior, no entanto, foi menor do que em 2015. "Com o crescimento da população em idade
para trabalhar (1,3%) e a redução da população ocupada, o nível da ocupação no ano caiu de 56,2% para
54,6%." A Pnad entrevista 211 mil domicílios em 3.464 municípios e 15.756 setores do país.
Também não houve alteração em relação à quantidade de trabalhadores com carteira assinada, que
ficou em 34,4 milhões. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, esse número caiu
4,1%. De acordo com Azeredo, essa retração gera "um movimento de pressão" ao mercado de trabalho.

Rendimento
Em um ambiente de desemprego em alta, o rendimento médio dos trabalhadores acabou caindo e
atingiu R$ 1.972. Sobre o 1º trimestre, a renda diminuiu 1,5% e em relação ao 2º trimestre do ano passado,
4,2%.
"Os trabalhadores estão ganhando menos. Você tem no segundo semestre massa de rendimento de
trabalho circulando menos do que o que estávamos tendo no trimestre passado e no ano anterior. Isso
vai reduzir consumo, gastos e vai refletir no comércio, na indústria, ou seja, vai criar esse círculo vicioso
que você vê no mercado de trabalho”, analisou o técnico.

Dívida pública sobe 2,77% em junho, para R$ 2,95 trilhões101

A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, subiu
2,77% em junho, para R$ 2,95 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta segunda-feira (25/07/2016).
Em maio, o endividamento público havia somado R$ 2,87 trilhões.
O aumento da dívida pública em junho está relacionado com a emissão líquida de títulos públicos, ou
seja, acima do volume dos resgates (papéis que venceram no mês passado) em R$ 61,1 bilhões.
Em junho (2016), foram resgatados R$ 1,31 bilhão em papéis, enquanto que as emissões de títulos
da dívida somaram R$ 62,42 bilhões. A alta da dívida também está relacionada com as despesas com
juros, que totalizaram R$ 18,67 bilhões no mês passado.

Dívida interna X externa


No caso da dívida interna, houve alta de 3,41% em junho, para R$ 2,74 trilhões. A emissão de títulos
públicos e as despesas com juros contribuíram para o aumento da dívida interna no mês passado.
No caso do endividamento externo, houve uma queda de 10,34% no mês passado, para R$ 120
bilhões. No caso da dívida em moeda estrangeira, o recuo decorreu da queda do dólar no período.
Como a dívida no exterior é cotada em moeda estrangeira, principalmente o dólar, quando essa moeda
cai frente ao real, consequentemente diminui o valor da dívida externa.

Contratos de swap
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 7,40% do total (R$ 210
bilhões) em junho, contra R$ 237 bilhões (8,67% do total) em maio deste ano.
Esta dívida atrelada ao dólar se deve à emissão, pelo Banco Central, de contratos de swap cambial –
que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na
cotação do dólar.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O BC (Banco Central) oferece um contrato de
venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda. No vencimento deles,
o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a
variação do dólar no mesmo período.
100
29/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/desemprego-fica-em-113-no-2-trimestre-diz-ibge.html
101
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/divida-publica-sobe-277-em-junho-para-r-295-trilhoes.html

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 158
É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que
para o futuro, e controlar a alta da cotação. Recentemente, a instituição informou que pretende emitir
menos destes contratos, o que tende a baixar o patamar da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio.

Brasil cai para a 81ª posição em ranking de competitividade de países102

O Brasil perdeu mais 6 posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, caindo para
a 81ª colocação em 2016 -– a pior posição já atingida no ranking de competitividade elaborado desde
1997 pelo Fórum Econômico Mundial.
A pior colocação até então tinha sido o 75º lugar, registrado no ano passado. Em 4 anos, o Brasil caiu
33 posições, revelando o agravamento da crise econômica e o declínio da produtividade no país.
O ranking de 2016 avalia 138 países e foi divulgado nesta terça-feira (27) no Brasil pelo Fórum
Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC). O levantamento é uma espécie de
termômetro do nível de produtividade e das condições oferecidas pelos países para gerar oportuniades e
para que as empresas possam obter sucesso.
Após 4 anos consecutivos de perda de posições, o Brasil está, agora, abaixo de países como Albânia,
Armênia, Guatemala, Irã e Jamaica, além de ter ficado ainda mais atrás de países como Chile(que subiu
6 posições, para 51º lugar) África do Sul, México, Costa Rica, Colômbia, Peru e Uruguai. Veja lista
completa mais abaixo
O ranking é calculado a partir de dados estatísticos e de pesquisa de opinião realizada com executivos
dos 138 países participantes. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 118 variáveis são analisadas e
agrupadas em 12 categorias: instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saúde e educação
primária, educação superior e treinamento, eficiência do mercado de bens, eficiência do mercado de
trabalho, desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho de mercado,
sofisticação empresarial e inovação.

Fatores determinantes para a queda


O relatório destaca que a economia brasileira foi afetada no último ano pela deterioração de fatores
considerados básicos para a competitividade, como ambiente econômico, desenvolvimento do mercado
financeiro e, principalmente, capacidade de inovação.
"É como uma maratona, se você não corre, a turma toda passa na sua frente. E fomos ultrapassados
por muitos porque ficamos parados", diz Carlos Arruda, professor da FDC e coordenador da pesquisa no
Brasil. "O Brasil tem marco regulatório atrasado, infraestrutura deficiente e qualidade humana deficiente.
Isso tudo gera perda de produtividade", acrescenta.
Ele destaca entre as consequências da perda da competitividade, além da redução da atratividade
para investimentos, está a deterioração do mercado de trabalho e da renda.
A "boa notícia", segundo o coordenador da pesquisa, é que os indicadores apontam que o Brasil
chegou "ao fundo do poço". "Todos os indicados sugerem que o Brasil chegou na sua pior posição", diz
Carlos Arruda, citando a melhora dos índices de confiança e o ambiente político mais favorável para
aprovação de reformas e atração de investimentos.
"Se o país fizer reformas, melhorar a gestão pública, simplificar o marco regulatório, modernizar a
legislação trabalhista e previdenciária, isso terá um efeito fantástico na posição do Brasil. Foi o que
aconteceu com o México e está acontecendo com a Índia e a Colômbia. Esse é o 'para casa' do passado",
afirma o coordenador da pesquisa.
Entre as oportunidades promissoras para o país, o relatório cita: a maior inserção internacional; espaço
para o investimento privado; a internacionalização das empresas brasileiras; nova pauta de inovação
tecnológica; e simplificação e modernização dos marcos regulatórios.
Já os principais desafios para se fazer negócios no Brasil apontados por executivos em pesquisa de
opinião foram: tributação, corrupção, leis trabalhistas e ineficiência da b urocracia estatal.
"O desenvolvimento da competitividade brasileira só será possível a partir da incorporação de
tecnologias, amadurecimento das empresas e empresários, aumento da produtividade e ganhos de
comércio internacional, desenvolvida e orientada via uma agenda clara e transparente", conclui o relatório.

Suíça e Cingapura lideram ranking


A edição 2016 do ranking não trouxe alterações nas 3 primeiras posições. A Suíça segue em 1º lugar
pelo oitavo ano consecutivo. Além de líderes em inovação e sofisticação, os suíços têm registrado taxa
de desemprego estável e ganhos reais de salário.

102
27/09/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/brasil-cai-para-81-posicao-em-ranking-de-competitividade-de-paises.html

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. 159
Cingapura e Estados Unidos seguem na 2ª e 3ª posições, respectivamente. Holanda e Alemanha
inverteram as posições, completando o top 5. Suécia e o Reino Unido aparecem na sexta e sétima
posições. Japão e Hong Kong caem duas posições cada, e Finlândia ficou em 10º lugar.
Entre as características comuns dos países líderes do ranking, o relatório destaca a capacidade de se
inserir na chamada quarta revolução industrial, caracterizada pelo desenvolvimento de tecnologias de
fronteira como computação cognitiva, robótica, internet das coisas, biotecnologia e impressão 3D.
O Chile é o país da América Latina mais bem posicionado, subindo do 35º para o 33º lugar, seguido
do Panamá (42º lugar).
China aparece na 28ª posição. Já a Índia ganhou 16 posições, saltando para o 39º lugar.

Os menos competitivos
Iêmen, Mauritânia, Chade, Burundi e Malaui ocupam, pela ordem, os últimos lugares do ranking.

Dívida pública sobe 3,1% em setembro e atinge patamar inédito de R$ 3 tri103

A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, registrou
alta de 3,1% em setembro e chegou a R$ 3,04 trilhões, informou nesta terça-feira (25) o Tesouro Nacional.
É a primeira vez que a dívida supera o patamar de R$ 3 trilhões. Em agosto, o endividamento público
somava R$ 2,95 trilhões.
De acordo com o governo, o aumento está relacionado com a emissão líquida, ou seja, colocação de
títulos públicos no mercado acima do valor gasto com pagamento de títulos vencidos, além das despesas
com juros.
Em setembro, as emissões de títulos públicos somaram R$ 78,34 bilhões. Já o gasto com os títulos
vencidos totalizou R$ 16,36 bilhões. A diferença entre os dois valores, R$ 62 bilhões, é quanto a dívida
pública aumentou somente por conta da colocação de títulos no mercado.
Além disso, também houve no mês passado uma despesa com juros de R$ 29,74 bilhões - que
contribuiu para elevar a dívida na mesma proporção.

Programação para 2016


O atingimento da marca de R$ 3 trilhões para a dívida pública, que ocorreu em setembro, já era
esperada pelo Tesouro Nacional. A expectativa da instituição, divulgada no início deste ano, é de que a
dívida pública continuará avançando em 2016 e poderá chegar a R$ 3,3 trilhões no fim do ano.
Segundo o Tesouro, as necessidades brutas de financiamento da dívida pública neste ano, por meio
da emissão de títulos, são de R$ 698 bilhões, mas estão previstos R$ 108 bilhões em recursos
orçamentários. Com isso, a necessidade líquida de financiamento é de R$ 589 bilhões.

Dívida interna X externa


No caso da dívida interna, houve aumento de 3,21% em setembro, para R$ 2,92 trilhões. A queda
decorre do emissão líquida de papéis (acima dos vencimentos) no período e das despesas com juros -
que impulsionaram a dívida para cima em setembro.
No caso do endividamento externo, houve uma alta de 0,81% no mês passado, para R$ 126 bilhões.
O aumento ocorreu devido às despesas com juros, que somaram R$ 1,15 bilhão, que foram em parte
compensadas pelo resgate líquido de R$ 140 milhões em títulos da dívida externa.

Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros
na dívida pública interna voltou a cair em setembro. No mês passado, os investidores não residentes
detinham 14,97% do total da dívida interna (R$ 437 bilhões), contra 15,67% (R$ 443 bilhões) em agosto.
Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública
interna em setembro, atrás dos fundos de previdência (24,26%, ou R$ 708 bilhões) - que seguem na
liderança -, das instituições financeiras (24,14% do total, ou R$ 704 bilhões), e dos fundos de investimento
(21,4% do total, ou R$ 625 bilhões).
Perfil da dívida
O Tesouro Nacional informou ainda que o estoque de títulos prefixados (papéis que têm a correção
determinada no momento do leilão) somou R$ 1,13 trilhão em setembro, ou 38,9% do total, contra R$
1,07 trilhão, ou 38,1% do total, em agosto. O cálculo foi feito após a contabilização dos contratos de swap
cambial.

103
25/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/divida-publica-sobe-em-setembro-e-atinge-patamar-inedito-de-r-3-trilhoes.html

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Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados) também tiveram sua participação
elevada em setembro. No fim do mês passado, estes títulos públicos representavam 24% do volume total
da dívida interna em mercado, ou R$ 701 bilhões, contra 23,6% do total (R$ 668 bilhões) em agosto.
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 32,8% do total em setembro deste
ano, ou R$ 958 bilhões, contra 33,2% do total em agosto de 2016 – o equivalente a também a R$ 940
bilhões.

Contratos de swap
Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 4,2% do total (R$ 122
bilhões) em setembro, contra R$ 143 bilhões (5,06% do total) em agosto deste ano.
Esta dívida atrelada ao dólar se deve à emissão, pelo Banco Central, de contratos de swap cambial –
que funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro (derivativos) para evitar uma alta maior na
cotação do dólar.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O BC oferece um contrato de venda de dólares,
com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda. No vencimento deles, o BC se
compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do
dólar no mesmo período.
É uma forma de a instituição garantir a oferta da moeda norte-americana no mercado, mesmo que
para o futuro, e controlar a alta da cotação. Recentemente, a instituição informou que pretende emitir
menos destes contratos, o que tende a baixar o patamar da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio.

Desemprego fica em 11,8% no 3º trimestre, indica Pnad do IBGE104

O desemprego ficou em 11,8% no trimestre encerrado em setembro, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa segue como a maior de
toda a série histórica da Pnad, que teve início em 2012. No trimestre encerrado em agosto, o índice
também ficou em 11,8%.
No terceiro trimestre de 2015, o índice havia atingido 8,9%. No período de abril a junho deste ano, a
taxa bateu 11,3%.
"É um trimestre que já se poderia dizer, em função da leitura de série histórica, que já deveria começar
a apresentar algum fôlego", disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A população desocupada somou 12 milhões de pessoas – um aumento de 3,8% sobre o trimestre de
abril a junho de 2016 e de 33,9% frente ao mesmo trimestre de 2015.
"Você tem um aumento expressivo da desocupação, um aumento que é constante e significativo.
Chegamos a 12 milhões de pessoas desocupadas. Dados indicam um cenário complicado", afirmou
Azeredo.
A população ocupada atingiu 89,8 milhões de pessoas. O número mostra uma queda de 1,1% em
relação ao trimestre anterior e de 2,4% sobre o terceiro trimestre do ano anterior. "O contingente de
trabalhadores desce da marca de 90 milhões, que foi atingida pela primeira vez no segundo trimestre de
2013", disse o coordenador do IBGE.
Com o aumento do desemprego, caiu o número de empregados com carteira assinada. As
contratações formais recuaram 0,9% sobre o trimestre de abril a junho e 3,7% em relação ao observado
um ano atrás.
De acordo com o IBGE, ficaram estáveis – em ambas as comparações – os números relativos aos
empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,3 milhões de pessoas), dos
trabalhadores domésticos (6,1 milhões de pessoas) e dos empregados no setor público (11,3 milhões de
pessoas).
O número de empregadores chegou a 4,1 milhões e mostrou crescimento expressivo de 10,1% em
relação ao trimestre de abril a junho de 2016. Frente a um ano atrás, não houve variação significativa.
A categoria das pessoas que trabalharam por conta própria (21,9 milhões de pessoas) apresentou
redução de 4,7% em relação ao trimestre de abril a junho de 2016 (menos 1,1 milhão de pessoas). Na
comparação com o trimestre de julho a setembro de 2015, a queda foi de 1,7% (menos 378 mil pessoas).
Na análise dos setores das pessoas que estão ocupadas, o IBGE destaca que, em relação ao trimestre
de abril a junho de 2016, foi registrada queda de 4,2% na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca
e agricultura, 3,7% na construção, de 1,8% no comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas e de 2,1% nos serviços domésticos.

104
27/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/desemprego-fica-em-118-no-trimestre-encerrado-em-setembro.html

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De acordo com Azeredo, a indústria é o principal setor responsável pelo resultado negativo. "Em
relação ao ano passado, ela apresenta uma queda de 1,3 milhão de trabalhadores. E é importante
destacar esse comportamento da indústria, por ser um dos setores de atividades mais importantes e que
agregam um contingente de porte de trabalho de melhor qualidade. Ou seja, está na indústria o maior
número de trabalhadores com carteira assinada e é na indústria que apresenta a maior queda, desde o
início da crise, do contingente de carteira assinada”, destacou.

Salários
O rendimento médio real normalmente recebido pelos trabalhadores cresceu em relação ao trimestre
anterior e caiu sobre um ano antes ao chegar a R$ 2.015.
"Isso que parece ser uma notícia favorável [aumento] pode ser consequência da queda continuada da
carteira assinada e do trabalhador por conta própria. Ou seja, pode ter saído da ocupação quem tinha
renda mais baixa, aumentando então o rendimento médio."
Na comparação com o trimestre de abril a junho de 2016, o único rendimento médio que apresentou
alta foi o do grupamento de atividade da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca

Confiança econômica da zona do euro cresce em outubro105


A confiança econômica da zona do euro foi muito melhor do que o esperado em outubro, impulsionada
pelo maior otimismo na indústria e serviços, mostrou nesta sexta-feira (28) pesquisa mensal da Comissão
Europeia.
A Comissão disse que o indicador de confiança econômica subiu para 106,3 em outubro, ante 104,9
em setembro, bem acima das expectativas do mercado de uma pequena queda para 104,8.
Separadamente, o indicador de clima de negócios, também calculado pela Comissão, subiu para 0,55,
ante 0,44 em setembro, a leitura mais elevada desde julho de 2011.
As expectativas de preço de venda entre as indústrias aumentaram acentuadamente para 3,2 pontos
em outubro, ante 0,0 em setembro e -0,8 em agosto, aproximando-se da média de longo prazo de 4,7.
Entre os consumidores, no entanto, as expectativas de inflação para os próximos 12 meses
permaneceu fraca, caindo para 4.3 em outubro de 4,7 em setembro, e permanecendo bem abaixo da
média de longo prazo de 19.

Petrobras conclui compra de ativos na Argentina e Bolívia106

A Petrobras concluiu todas as etapas da aquisição de 33,6% da concessão de Rio Neuquen, na


Argentina, e de 100% do ativo de Colpa Caranda, na Bolívia, por um valor de US$ 56 milhões, após
ajustes, segundo comunicado ao mercado nesta sexta-feira (28).
O negócio está relacionado à venda, pela Petrobras, da totalidade de sua participação de 67,19% na
Petrobras Argentina (PESA) para a Pampa Energía, em transação concluída em julho com o pagamento
de US$ 897 milhões.
"Os ativos de Rio Neuquen e Colpa Caranda têm valor estratégico para a Petrobras", disse a estatal
brasileira no comunicado.

Exportações impulsionam alta anual do PIB dos EUA no 3° trimestre107

A economia dos Estados Unidos cresceu no ritmo mais rápido em dois anos no terceiro trimestre, com
a alta nas exportações e a recuperação do investimento em estoques compensando a desaceleração nos
gastos do consumidor.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 2,9% após expansão de 1,4% no segundo
trimestre, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira (28) em sua primeira estimativa. Essa
foi a taxa de crescimento mais forte desde o terceiro trimestre de 2014.
Economistas consultados pela Reuters esperavam crescimento a uma taxa anual de 2,5% no terceiro
trimestre.
Apesar da moderação nos gastos do consumidor, o crescimento no terceiro trimestre poderia ajudar a
dissipar quaisquer preocupações de que a economia corre o risco de estagnar. Ao longo do primeiro
semestre do ano, o crescimento teve média de apenas 1,1%.

105
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/confianca-economica-da-zona-do-euro-cresce-em-outubro.html
106
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/10/petrobras-conclui-compra-de-ativos-na-argentina-e-bolivia.html
107
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/exportacoes-impulsionam-alta-do-pib-dos-eua-no-3trimestre.html

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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Embora o Federal Reserve esteja principalmente focado no emprego e na inflação, sinais de força
econômica darão suporte ao aumento da taxa de juros em dezembro. O banco central norte-americano
elevou seus juros em dezembro passado pela primeira vez em quase uma década.
Os gastos do consumidor continuaram sustentando a economia no terceiro trimestre, mesmo que o
ritmo tenha desacelerado ante os 4,3% no segundo trimestre. Os gastos do consumidor, que respondem
por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, subiram a uma taxa de 2,1%.
Um aumento nas exportações de soja ajudou a diminuir o déficit comercial no terceiro trimestre. As
exportações cresceram a uma taxa de 10%, o maior aumento desde o quarto trimestre de 2013. Como
resultado, o comércio contribuiu com 0,83 ponto percentual ao crescimento do PIB, após somar apenas
0,18 ponto percentual no trimestre entre abril e junho.
As empresas elevaram os gastos para refazer os estoques. Elas acumularam estoques a uma taxa de
US$ 12,6 bilhões no último trimestre, contribuindo com 0,61% para a expansão do PIB.

22,5% dos brasileiros não sabem o que farão com a 1ª parcela do 13º108

Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) feita entre os dias 1º e 12 de outubro em
todo o país mostra que 22,5% dos brasileiros não sabem como aplicarão a 1ª parcela do 13º salário. É o
dobro do ano passado, quando os indecisos somavam 11,8%.
“Esse resultado gera incerteza sobre o desempenho do Natal. O varejo poderá ser beneficiado se os
indecisos resolverem comprar”, diz Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). Segundo ele,
para que isso se concretize, o comércio precisa focar em ofertas, promoções e descontos, a fim de atrair
quem está indeciso.
A enquete da ACSP aponta que 42,5% dos consumidores usarão a primeira parcela para quitar débitos
– situação estável frente ao ano passado (41,2%).
Os que têm intenção de guardar o dinheiro somam 20%, contra 29,4% no ano passado. Já os que vão
gastar com presentes são 5% (8,8% em 2015).
Os que utilizarão o benefício para viajar são 2,5%, sendo que no ano passado eram 5,9%. Para Burti,
a parcela poderá aumentar se as agências investirem em pacotes promocionais e se o dólar continuar
em queda.
Reformar a casa deve ser opção de 2,5% dos brasileiros (2,9% em 2015). Embora a parcela seja
pequena, é significativa, o que se explica pela desistência de pessoas de comprar imóveis – optando pela
reforma, segundo a ACSP. Assim, é uma boa perspectiva para lojas de material de construção.

'Inflação do aluguel' acumula alta de 8,78% em 12 meses, diz FGV109

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) fechou o mês de outubro em 0,16%, depois de avançar
0,20% em setembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Um ano atrás, a variação foi de 1,89%.
No ano, de janeiro a outubro, o índice acumula alta de 6,63% e, em 12 meses, de 8,78%.
Usado no cálculo do indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede os preços no
atacado, variou de 0,18% para 0,15%.
Já o índice que calcula os preços no varejo e é usado no IGP-M registrou variação de 0,17%, em
outubro, ante 0,16%, em setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que também entra no cálculo do IGP-M, mas com
peso menor do que o dos outros, desacelerou, de 0,37% em setembro para 0,17%, no mês seguinte.

Leilão linhas de transmissão e subestações da Aneel é nesta sexta110

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza nesta sexta-feira (28) o leilão de 6,8 mil
quilômetros de linhas de transmissão e 16 subestações. A disputa deve ter início às 11h30 na sede da
BM&FBovespa, em São Paulo.
Estão sendo oferecidos 24 lotes de empreendimentos que vão passar por 10 estados: Bahia, Ceará,
Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Trata-se do primeiro grande leilão da Aneel sob o governo do presidente Michel Temer, o que faz do
certame uma espécie de teste do nível de disposição dos investidores em relação à investimentos de
infraestrutura no Brasil.

108
28/10/2016 Fonte http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2016/10/225-dos-brasileiros-nao-sabem-o-que-farao-com-1-parcela-do-13.html
109
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/inflacao-do-aluguel-acumula-alta-de-878-em-12-meses-diz-fgv.html
110
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/leilao-da-aneel-de-linhas-de-transmissao-e-subestacoes.html

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 163
Se todos os lotes forem arrematados, a Aneel estima que deverão ser investidos R$ 12,6 bilhões na
construção dessas novas linhas e que elas devem entrar em operação num prazo de até 60 meses após
a assinatura dos contratos, prevista para fevereiro de 2017.

Regras do leilão
Pelas regras do leilão, o vencedor de cada lote será o grupo que se dispuser a receber a remuneração
mais baixa pela construção e operação da linha de transmissão em relação ao valor teto fixado pela
Aneel. O remuneração máxima de todos os lotes é de R$ 2,6 bilhões anuais. O concessionário vencedor
terá direito ao recebimento da chamada RAP (Receitas Anuais Permitidas) por 30 anos.
O teto de remuneração foi elevado pela Aneel para tornar os empreendimentos mais atrativos a
investidores. No leilão anterior, realizado em abril, o teto de remuneração foi de R$ 2,3 bilhões anuais e
10 dos 24 lotes ofertados não receberam propostas.
A Aneel adotou também para este leilão os chamados “lotes condicionantes” e “lotes condicionados”.
Caso o lote condicionante não receba nenhuma proposta financeira, os lotes que são condicionados a
ele não podem ser licitados. Essa mudança ocorreu por causa da interdependência entre os sistemas de
transmissão.
O edital manteve a proibição de participação de empresas que nos últimos três anos tenham um atraso
médio superior a seis meses na entrada de operação comercial de instalações de transmissão, que
tenham cometido no mesmo período três ou mais infrações por atraso na execução de obras de
transmissão, que sejam concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia ou que estejam
em recuperação judicial ou extrajudicial.

Expectativas
A Aneel espera ter investidores para todos projetos, inclusive com competição em alguns deles. A
expectativa do mercado é de que haja maior interesse de investidores neste leilão, inclusive com disputa
entre empresas e presença de concorrentes não tradicionais, embora linhas vistas como mais complexas
por questões ambientais ou fundiárias ainda possam ficar sem proposta.
O receio de que não haverá participantes suficientes para todos lotes deve-se principalmente à
conjuntura econômica do país, que ainda apresenta condições muito limitadas de financiamento. O Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, vai oferecer empréstimos a
custo de mercado para os participantes da licitação, e não mais pela Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP).
Além disso, a estatal Eletrobras já avisou que não deverá participar do leilão, enquanto prioriza colocar
no prazo uma série de obras atrasadas de suas subsidiárias.

FMI vê recuperação lenta no Brasil e alerta para riscos à frente111

O comitê executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta terça-feira (15/11/2016) que a
economia brasileira pode estar perto de sair de uma forte recessão, mas enfrenta um longo e duro
caminho de recuperação que depende da aprovação de reformas impopulares.
"O Brasil está pronto para sair de recessão profunda", disse o FMI nas considerações do relatório anual
sobre o Brasil. O comitê executivo afirma, entretanto, que apesar dos esforços do novo governo para
evitar uma crise fiscal, eles esperam uma recuperação gradual da economia brasileira, destacando que
a atividade deverá permanecer "fraca por um período prolongado".
Os diretores elogiaram as medidas de controle das despesas apresentadas pelo governo, como a PEC
do teto de gastos, mas destacaram a necessidade de medidas complementares como a de uma reforma
da Previdência para a "consolidação fiscal para garantir estabilidade macroeconômica".

Projeções e riscos
Dados decepcionantes de produção industrial e consumo têm abalado as esperanças de uma
recuperação mais rápida no próximo ano, com algumas autoridades do governo reduzindo suas projeções
de crescimento de 2% para 1% em 2017, destaca a agência Reuters.
O FMI está ainda mais pessimista, com uma projeção de expansão de 0,5% no próximo ano (para
2016, a estimativa é de queda de 3,3%), após dois anos seguidos de queda na economia. As projeções
feitas pelo fundo para a economia brasileira seguem as mesmas feitas em relatório de outubro.
Para o fundo, as perspectivas para o Brasil ainda estão sujeitas a riscos como incertezas políticas
decorrentes da evolução das investigações de corrupção e da desaceleração do crescimento nos países

111
15/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/fmi-ve-recuperacao-lenta-no-brasil-e-alerta-para-riscos-a-frente-20161115182005540917.html

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emergentes, especialmente a China, o que têm provocado queda nos preços das commodities e trazido
condições financeiras mais apertadas.

Efeito Trump
Uma forte valorização do dólar frente ao real desde a semana passada em meio a preocupações com
uma mudança em políticas econômicas nos Estados Unidos após a eleição de Donald Trump para a
Presidência norte-americana também levantou preocupações sobre a recuperação.
Segundo a Reuters, uma autoridade do FMI disse que ainda é muito cedo para medir o impacto de
futuras políticas de Trump sobre o Brasil, mas que as amplas reservas do país e o regime de câmbio
flutuante podem oferecer alguma proteção.

Taxa de juros
O fundo recomenda ainda que o Banco Central mantenha uma política monetária (de definição da taxa
básica de juros) "relativamente apertada". Ou seja, de cautela na redução dos juros, até a realização de
progressos no processo de aprovação de medidas fiscais no Congresso e maior convergência das
expectativas de inflação para a meta do BC.
Após vitória de Trump, o mercado passou a estimar uma queda menor dos juros na última reunião do
Comitê de Política (Copom) do Banco Central deste ano, marcada para o final de novembro. A expectativa
agora é de uma redução de 0,25 ponto percentual - para 13,75% ao ano.
Esperanças de uma rápida recuperação haviam sido levantadas após Michel Temer assumir a
Presidência em decorrência do impeachment de Dilma Rousseff.
Temer apresentou uma medida para limitar o crescimento do gasto público, em tramitação no
Congresso Nacional, e prometeu rever o custoso sistema previdenciário do país.
Embora elogiem essas reformas, a maioria dos diretores do comitê do FMI acredita que o Brasil poderia
se beneficiar mais acelerando a consolidação fiscal com medidas para aumentar a receita.
Entretanto, Temer disse que não planeja elevar impostos a menos que essas reformas não passem, o
que ecoa a opinião de alguns diretores do FMI que alertaram que aumento de impostos pode precisar
esperar até que a economia esteja em um passo mais firme.
O comitê foi unânime em suas preocupações sobre as fracas finanças dos Estados e municípios do
Brasil. Muitos Estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, estão sofrendo para pagar seus funcionários
e honrar suas dívidas.

Petróleo sobe mais de 5% diante de eventual acordo da Opep112

Os preços do petróleo fecharam em alta de mais de 5% nesta terça-feira (15/11/2016), recuperando-


se de mínimas em vários meses diante das expectativas do mercado e que a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) possa fechar no final deste mês um acordo para cortar a produção e
reduzir um excesso de oferta global.
Nos EUA, o barril WTI fechou em forte alta de 5,75%, cotado a US$ 45,81, a maior alta diária desde o
último mês de abril. Ao final do pregão na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os contratos futuros do
WTI para entrega em dezembro subiram US$ 2,49 em relação ao fechamento de ontem, segundo a
agência Efe.
O petróleo Brent subiu 5,7% no mercado de futuros de Londres, cotado a US$ 46,95, no maior ganho
percentual diário desde 28 de setembro.
Ambos os contratos recuperaram-se de uma mínima de três meses atingida na segunda-feira.
Um esboço do acordo entre os profutores foi fechado em setembro, mas as negociações para detalhá-
lo estão se mostrando difíceis, segundo autoridades. Se for confirmado o corte na prosução, será o
primeiro do gênero desde 2008.
O secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, vai viajar para diversos países do grupo ao longo
dos próximos dias, incluindo Irã e Venezuela, para discutir um acordo antes do encontro do grupo que
acontece em Viena no dia 30 de novembro.
O ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, deve viajar nesta semana para Doha, capital
do Catar, onde terá encontros com países produtores de petróleo, incluindo a Rússia, informa a Reuters.
O sócio da Commodity Research Group, Andrew Lebow, disse à Reuters havia especuladores
vendidos na crença de que a Opep não seria capaz de chegar a um acordo e que essas apostas foram
pressionadas conforme um acerto entre os membros da Opep pareceu mais provável, o que explicou boa
parte da alta nesta terça-feira.

112
15/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/petroleo-sobe-mais-de-5-nos-eua-diante-de-eventual-acordo-da-opep.html

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Os preços do petróleo despencaram em 2014 e seguem há mais de 1 ano abaixo de US$ 50 devido a
uma oferta muito elevada, resultante do "boom" de hidrocarbonetos de xisto americanos e da estratégia
da Opep de manter sua produção para não perder fatias de mercado.

Mercado estima menos inflação para este ano e 'tombo' maior do PIB113

Os economistas das instituições financeiras previram menos inflação para este ano e um
"encolhimento" maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, além de uma expansão mais fraca da
economia no próximo ano.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-
feira (21/11/2016) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem
instituições financeiras foram ouvidas.
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano
recuou de 6,84% para 6,80% na semana passada. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do
sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de
4,5%.
Para 2017, a previsão do mercado financeiro para a inflação permaneceu estável em 4,93%. O índice
está abaixo do teto de 6% para o IPCA, fixado para o ano que vem, mas ainda acima da meta central,
que de inflação de 4,5%.
O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a
inflação para a meta central de 4,5% em 2017.

Produto Interno Bruto


Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, o mercado financeiro prevê agora um encolhimento de
3,40%. Na pesquisa anterior, feita na semana retrasada, a previsão era de queda de 3,37%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de
quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da
economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%,
o maior em 25 anos.
Os economistas das instituições financeiras também baixaram a previsão de alta do PIB em 2017, de
1,13% para 1%, informou o BC.
Nesta semana, o governo divulga sua nova previsão para o crescimento do PIB do ano que vem.
Atualmente, a estimativa é de uma alta de 1,6%.

Taxa de juros
O mercado financeiro manteve, na última semana, a previsão para a taxa de juros no fim de 2016 em
13,75% ao ano. Atualmente, os juros estão em 14% ao ano. Com isso, a estimativa do mercado é de mais
um corte nos juros até o fim de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 10,75% ao ano - o
que pressupõe continuidade do processo de corte dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo
sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-
determinados.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos
preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar
os juros.

Câmbio, balança e investimentos


Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de
2016 subiu de R$ 3,22 para R$ 3,30. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o
dólar ficou estável em R$ 3,40.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as
importações) em 2016 recuou de US$ 47,6 bilhões para US$ 47,4 bilhões de resultado positivo. Para o
próximo ano, a previsão de superávit permaneceu em US$ 45 bilhões.

113
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2016/11/mercado-estima-menos-inflacao-para-este-ano-e-tombo-maior-do-pib.html

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Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu
inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas continuou em US$ 70 bilhões.

Prévia da inflação oficial é a menor para novembro desde 2007114

O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial,
ganhou força de outubro para novembro, ao passar de 0,19% para 0,26%, segundo informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (22/11/2016).
Apesar de ter avançado de um mês para o outro, a taxa é a menor para novembro desde 2007, quando
chegou a 0,23%.
No ano, a prévia do IPCA acumula alta de 6,38%. No mesmo período de 2015, o avanço era de 9,42%.
Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 7,64%, abaixo dos 8,27% registrados nos 12 meses
imediatamente anteriores - mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de
inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%.
O que mais impactou a alta do IPCA-15 em novembro foi o etanol, que ficou 7,29% mais caro. O preço
das multas de trânsito, que foram reajustados no início do mês, também pressionou o índice, ao subir,
em média, 23,72%.
Também influenciaram a prévia da inflação oficial os preços de seguro de veículo (2,61%), de plano
de saúde (1,07%), de empregado doméstico (0,87%), de mão de obra para pequenos reparos (0,87%),
de artigos de higiene pessoal (0,87%), de emplacamento e licença (0,80%), de cabeleireiro (0,67%) e de
gasolina (0,59%).

Grupos de gastos
Na análise dos grupos de gastos, o maior aumento de preços partiu de saúde e cuidados pessoais,
cuja alta passou de 0,28%, em outubro, para 0,68%, no mês seguinte.
Os alimentos e bebidas também contribuíram com o avanço do IPCA-15. Isso porque a queda de
preços perdeu força em novembro, ao passar de -0,25% para - 0,06%. Ficaram mais caros: açúcar cristal
(3,73%), pescados (3,91%), batata-inglesa (3,26%), cerveja (2,36%) e carnes (1,43%). Ficaram mais
baratos: leite longa vida (-10,52%), feijão-carioca (-11,84%), feijão-mulatinho (-7,82%), tomate (-6,61%)
e cenoura (-4,31%).

Região
O IPCA-15 mais elevado partiu da região metropolitana do Recife (0,55%), puxado pelo preço do litro
da gasolina (4,11%). Na outra ponta está Goiânia (-0,03%), sob influência da queda de 4,15% da energia
elétrica.

Previsão do mercado financeiro


A estimativa dos economistas para o IPCA deste ano está em 6,80%, segundo o boletim Focus, do
Banco Central, mais recente.

Após 'repatriação', contas públicas têm 1º superávit em 18 meses115

O setor público consolidado, o que inclui o governo federal, os estados, municípios e as empresas
estatais, conseguiu economizar, em outubro, o suficiente não só para pagar as despesas correntes, mas
também os gastos com juros da dívida pública, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta
sexta-feira (28).
É a primeira vez em 18 meses que é registrado um "superávit nominal" nas contas públicas - conceito
que é mais utilizado para comparações internacionais. O saldo positivo, por essa metodologia, somou R$
3,38 bilhões no mês passado.
A última vez que as contas públicas tinham ficado no azul, mesmo após contabilizar as despesas com
juros, havia sido em abril de 2015, quando o saldo positivo somou R$ 11,23 bilhões, de acordo com dados
oficiais.
O bom resulado das contas públicas em outubro deste ano só foi possível por conta do ingresso dos
recursos da regularização de ativos no exterior, a chamada "repatriação", que gerou arrecadação de R$
45 bilhões no mês passado. O prazo para os sonegadores regularizarem sua situação, com desconto de
multa e imposto devido, terminou em 31 de outubro.
Sem contar juros, superávit bate recorde
114
23/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/previa-da-inflacao-oficial-fica-em-026-novembro.html
115
28/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/contas-publicas-tem-1-superavit-em-18-meses-apos-pagar-juros-da-divida.html

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No cálculo que considera apenas as receitas e as despesas correntes, sem contar o que foi pago de
juros da dívida pública, chamado de resultado "primário", as contas públicas registraram em outubro
economia recorde. A série histórica do BC começa em dezembro de 2001.
O superávit primário no mês passado foi de R$ 39,58 bilhões, informou o Banco Central. Até então, o
maior saldo positivo, pelo conceito primário, havia acontecido em janeiro de 2013, com um superávit de
R$ 30,25 bilhões.
Nos últimos cinco meses, as contas estavam no vermelho, até mesmo considerando essa metodologia
(primário), por conta da recessão na economia, que tem diminuído as receitas com impostos não somente
do governo, mas também dos estados e municípios.
Os números do Banco Central revelam, entretanto, que sem os recursos da "repatriação" (R$ 45
bilhões), o resultado do setor público consolidado teria registrado novo déficit, de R$ 5,4 bilhões, em
outubro deste ano. Seria o sexto mês seguido com as contas no vermelho pelo conceito primário.

Acumulado do ano e meta fiscal


Apesar do bom resultado em outubro, fruto do ingresso dos recursos da "repatriação" de ativos, no
acumulado dos dez primeiros meses deste ano as contas públicas continuaram no vermelho, quer seja
pelo conceito primário (que não considera os gastos com juros da dívida) ou nominal (que inclui os juros
na conta).
De janeiro a outubro, foi registrado um déficit primário de R$ 45,91 bilhões. Foi disparado o maior
rombo primário para este período desde o início da série histórica do Banco Central, em dezembro de
2001. Até então, o maior rombo fiscal, para este período, havia sido registrado no ano passado (-R$ 19,95
bilhões).
Pelo conceito nominal, que considera os juros da dívida pública no cálculo, o déficit das contas públicas
somou expressivos R$ 377 bilhões de janeiro a outubro - com queda frente ao mesmo período do ano
pasado, quando totalizou R$ 446 bilhões. Em doze meses até outubro, o rombo fiscal pelo conceito
nominal - que é olhado com atenção por investidores - somou R$ 544 bilhões, ou 8,8% do PIB.
O bom resultado de outubro, obtido com a entrada dos recursos da repatriação, ajuda no atingimento
da meta fiscal deste ano - que foi fixada em um déficit de até R$ 163,94 bilhões.
Esse número considera um superávit, ou seja, resultado positivo, de R$ 6,55 bilhões dos estados e
municípios. Se confirmado este valor, também será o pior resultado da série histórica, que começa em
dezembro de 2001.
Em 2016, o Brasil registrará o terceiro ano seguido com as contas no vermelho. Em 2014, houve um
déficit de R$ 32,5 bilhões e, em 2015, um rombo recorde de R$ 111 bilhões.

Dívidas líquida e bruta


Segundo números do Banco Central, a dívida líquida do setor público (governo, estados, municípios e
empresas estatais) subiu de R$ 2,69 trilhões em setembro, ou 44,1% do PIB, para R$ 2,72 trilhões em
outubro deste ano – o equivalente a 44,2% do PIB.
A dívida líquida considera os ativos do país como, por exemplo, as reservas internacionais –
atualmente ao redor de US$ 370 bilhões.
No caso da dívida bruta do setor público, uma das principais formas de comparação internacional (que
não considera os ativos dos países, como as reservas cambiais), o endividamento brasileiro também
cresceu. Esse indicador é acompanhado mais atentamente pelas agências de classificação de risco.
Em dezembro de 2015, a dívida estava em 66,5% do PIB (R$ 3,92 trilhões). Em setembro, já havia
avançado para R$ 4,32 trilhões, ou 70,7% do PIB mas, em outubro, recuou em termos percentuais do
PIB - para 70,3%. Em reais, porém, avançou para R$ 4,33 trilhões no mês passado.
Se for considerado o conceito usado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) - que leva em conta os
títulos livres na carteira do BC – a dívida bruta estaria em 74,5% do PIB em setembro deste ano.

Previdência: como é e como pode ficar116

O Governo anunciou nesta terça-feira (6/12/2016) os detalhes da reforma da Previdência, que foi
enviada ao Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional (PEC), que recebeu o número 287,
é uma das principais medidas do governo para tentar reequilibrar as contas públicas.
Uma das principais mudanças é que a idade mínima para se aposentar passaria para 65 anos, tanto
para homens quanto para mulheres. Para os homens com menos de 50 anos atualmente e as mulheres

116
06/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/veja-como-e-e-o-que-muda-na-previdencia.ghtml

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com menos de 45, haverá uma regra de transição: o tempo que faltaria para que o trabalhador se
aposentar pela regra atual seria acrescido de 50%.
Por exemplo: para um homem de 50 anos e 34 de contribuição, será aplicado 50% sobre o tempo que
restava para se aposentar. Nesse caso, seria acrescido 50% sobre um ano que faltava, que resultará em
1 ano e meio a mais de contribuição.

Veja abaixo as principais mudanças:

Pensão por morte


Foram anunciadas também mudanças no valor pago à viúva ou ao viúvo, que passaria a ser de 50%
do valor do benefício recebido pelo contribuinte que morreu com um adicional de 10% para cada
dependente do casal.
A regra proposta pelo governo prevê, por exemplo, que uma viúva poderá receber 60% do benefício
se o casal tiver um filho. O INSS pagará 100% do benefício apenas aos pensionistas que tiverem cinco
filhos.
Além disso, o valor extra pago por conta do número de dependentes não será agregado à pensão no
momento em que os filhos completarem 18 anos. Também não será possível acumular esse benefício
com outra aposentadoria ou pensão.

Impacto na economia
De acordo com estimativas do governo, os gastos com a Previdência passarão de 0,3% do Produto
Interno Bruto em 1997 para estimados 2,7% do PIB em 2017. Atualmente, representam 40% do gasto
primário do governo.
O pagamento de aposentadorias e outros benefícios do INSS não pode sofrer cortes e abocanha mais
de 40% dos gastos primários (sem contar os juros da dívida). Estes gastos obrigatórios crescem conforme
a população envelhece e mais pessoas se aposentam, mesmo que as contribuições não arrecadem na
mesma proporção.
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Em 10 anos, os gastos do sistema passaram de R$ 146 bilhões para R$ 436 bilhões até 2015, um
aumento de quase 200%, segundo dados da Previdência Social. Essas despesas subiram 4,3% acima
da inflação entre 2011 e 2015. Até 2037, os gastos com aposentadoria e pensões vão chegar a R$ 2,6
trilhões, apontam as projeções do próprio governo que consideram as regras atuais da Previdência Social.
Outros gastos sociais cresceram mais que a Previdência nos últimos anos, mas eles têm pesos
menores no Orçamento não geram a mesma pressão sobre as contas públicas. Um exemplo é o Bolsa
Família, que nos últimos quatro anos teve despesas 7,1% acima da inflação, mas representa apenas
2,3% dos gastos primários do governo.

Regras da previdência rural


Atualmente, as regras de aposentadoria para quem trabalha no campo são diferentes das do
trabalhador da cidade. Enquanto o trabalhador da cidade contribui com um valor fixo no mês, o produtor
rural paga um percentual sobre a receita bruta de sua produção, que é variável. Pela regra atual, ele não
precisa cumprir um tempo mínimo de contribuição e se aposenta por idade.
Para receber 100% do benefício, os urbanos precisam obter a soma da idade e tempo de contribuição
de 85, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens. O tempo mínimo de contribuição para elas é de
30 anos e, para eles, de 35 anos.
Os trabalhadores rurais continuam com o direito de se aposentar aos 60 anos (homens) e 55 anos
(mulheres), mesmo sem ter cumprido a exigência por tempo de contribuição feita ao trabalhador urbano.
Em 2015, as contribuições rurais representaram apenas 2% do total recolhido à Previdência, mas os
gastos chegaram a 22,4% dos pagamentos.
O resultado da previdência urbana é positivo desde 2009, fruto do aumento do emprego e da menor
informalidade. Em 2015, o superávit foi bem menor devido à queda na arrecadação. A previdência rural
sempre foi deficitária. O rombo se intensificou a partir de 2007, passando de quase R$ 20 bilhões, há dez
anos, para mais de R$ 90 bilhões em 2015.

Senado aprova limite para supersalários de servidores públicos117

O Senado aprovou, na terça-feira (13), o projeto que limita os supersalários dos funcionários públicos.
É outra medida que reduz gastos, mas também é uma cutucada do Congresso no Judiciário. Mais um
capítulo do embate envolvendo os supersalários: Senado versus Judiciário.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, levou à votação, tarde da noite, medidas para acabar com
os salários que passam do teto constitucional de R$ 33,7 mil. É quando o contra-cheque vai acumulando
salário, gratificação e outros tipos de benefícios. O projeto sai cortando o salário dos servidores públicos,
dos magistrados.
A relatora, senadora Katia Abreu, propôs três projetos de lei. Entre eles, o que vai definir quais
benefícios pagos aos servidores públicos devem ser submetidos ao teto de R$ 33,7 mil, auxílios,
gratificações e assistências.
Ela também recomendou a votação da Proposta de Emenda à Constituição que acaba com o chamado
"efeito cascata", que seria o reajuste automático de toda a magistratura com base nos aumentos
concedidos aos ministros dos tribunais superiores. O texto aprovado pelo Senado segue agora para o
plenário da Câmara dos Deputados.
Ao longo da sessão na terça-feira (13/12/2016), Renan Calheiros deixou claro que continua na pauta
o projeto apresentado por ele que trata dos crimes de abuso de autoridade. O assunto está polêmico.

Mercado prevê déficit fiscal de R$ 151 bilhões em 2017 e estouro da meta118

Os economistas do mercado financeiro elevaram para R$ 151,7 bilhões sua previsão para o déficit
primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública) em 2017. Com isso,
seguem prevendo estouro da meta fiscal fixada pelo governo para o ano que vem.
O valor está no mais recente levantamento feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério
da Fazenda e divulgada nesta quinta-feira (15/12/2016) dentro do chamado "Prisma Fiscal". No mês
passado, a mesma pesquisa informava que os analistas estimavam um rombo menor para o ano que
vem, de R$ 144,7 bilhões.
A meta fiscal para 2017 é de déficit primário de R$ 139 bilhões. Isso significa que o governo prevê que
seus gastos vão superar a arrecadação com impostos neste valor. Essa meta não inclui despesas com
pagamento de juros da dívida pública.
117
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/12/senado-aprova-limite-para-supersalarios-de-servidores-publicos.html
118
http://g1.globo.com/economia/noticia/mercado-preve-deficit-fiscal-de-r-151-bilhoes-em-2017-e-estouro-da-meta.ghtml

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A piora da estimativa para o resultado das contas do governo central (União, Previdência Social e
Banco Central) acontece em um ambiente de fraco nível de atividade econômica. Nas últimas semanas,
tanto o governo quanto o mercado financeio baixaram suas estimativas para o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) do ano que vem.
A lógica é que, com menos atividade, também há uma arrecadação menor de impostos e contribuições
federais, o que contribui para uma deterioração no perfil das contas públicas.
Ano de 2016
Para o ano de 2016, o mercado financeiro baixou sua estimativa para o déficit primário de R$ 159,51
bilhões para R$ 156,63 bilhões - abaixo, portanto, da meta de um resultado negativo de até R$ 170,5
bilhões fixada para este ano.
Apesar de a economia estar em forte recessão neste ano, o que tem derrubado a arrecadação, o
governo contou, em 2016, com ingresso dos recursos da chamada repatriação de ativos no exterior - que
somou R$ 46,8 bilhões. Parte desses valores será repassada dos estados e municípios.
Ajuste fiscal
A estimativa dos analistas de bancos para o rombo fiscal em 2017 tem crescido diante da ausência de
medidas de curto prazo para tentar reequilibrar as contas públicas e da autorização do governo para
novas despesas, como reajustes para servidores públicos, para o Bolsa Família e para a tabela do
Imposto de Renda das Pessoas Físicas em 2017.
Para a retomada da confiança na economia brasileira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem
dito que é importante reequilibrar as contas públicas - que passam atualmente por forte deterioração.
Foi aprovada recentemente ao Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional que
institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos, podendo ser alterado o formado de
correção a partir do décimo ano.
A proposta é que a despesa de um ano não possa crescer acima da inflação medida pelo Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a partir de 2017 – envolvendo a União, o Legislativo, o Tribunal de
Contas da União, o Judiciário, o Ministério Público, e a Defensoria Pública da União. Para os gastos com
saúde e educação, a correção pela inflação começará de 2018 em diante.
De acordo com analistas do mercado financeiro, a proposta, embora tenha impacto maior nas contas
públicas no médio e longo prazos, tem pouca influência para melhorar o resultado em 2017.
Para complementar o ajuste fiscal, e o humor dos investidores, o governo também defende uma
reforma na Previdência Social - que foi recentemente enviada ao Legislativo com proposta de uma idade
mínima de 65 anos para homens e mulheres.
Cinco anos de contas no vermelho
Se o cenário para as contas públicas previsto pelo governo e pelo mercado se concretizar, serão pelo
menos cinco anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.
O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi
recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" - repasses a bancos
oficiais que estavam atrasados.
Para 2016 e 2017, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas e, nos últimos meses, o ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que espera que o país volte a registrar superávit primário
(receitas com impostos superiores às despesas, com sobra de recursos) somente em 2019.
“Estamos trabalhando para que possamos gerar um pequeno superávit em 2019 (...) Acredito que é
provável que já possamos mostrar o país com um superávit no ano de 2019”, declarou ele recentemente.

Questões

01. (TJ-SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.

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(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.

02. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:
I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.

Está correto somente o que se afirma APENAS em


(A) I e III
(B) I
(C) I e II
(D) II e III
(E) III.

03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do


Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Ilan Goldfajn.
(E) Michel Temer.

04. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) A economia brasileira voltou a crescer após oito trimestres
seguidos de queda. Nos três primeiros meses de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,0% em
relação ao 4° trimestre do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1° ) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Adaptado de: http://g1.globo.com)

Um dos fatores que contribuiu para o crescimento do PIB foi a


(A) expansão dos setores do comércio e de serviços.
(B) redução do desemprego e do trabalho informal.
(C) manutenção das taxas básicas de juros.
(D) expressiva expansão do agronegócio.
(E) ampliação dos gastos do governo.

05. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – Vunesp–2018) A
decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio
pode abalar o comércio mundial e a economia brasileira.
(UOL, 09.03.2018. Disponível em:<https://goo.gl/Tn1QpE> . Adaptado)
Uma das possíveis consequências da decisão de Trump para o Brasil é
(A) o aumento da produção de aço nacional, devido à demanda de outros países.
(B) uma crise na oferta de aço, diante da escassez do produto no mercado.
(C) o impacto nas siderúrgicas nacionais, que exportam muito para os EUA.
(D) a interrupção da importação de produtos norte-americanos, como retaliação à decisão.
(E) a redução no consumo de petróleo, muito utilizado na produção de aço.

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Gabarito

01.E / 02.A / 03.D / 04.D / 05.C

Comentários

01. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-3-vetos-projeto-da-camara-sobre-
terceirizacao.ghtml>

02. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.

03. Resposta: D
Ilan Goldfajn (Haifa, 12 de março de 1966) é um professor e economista israelo-brasileiro. É o atual
presidente do Banco Central do Brasil.
De origem judaica, nasceu em Haifa, Israel. Parte de sua criação deu-se no Rio de Janeiro, onde
estudou no Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin.
Em 17 de maio de 2016, foi indicado ao cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda
Henrique Meirelles. Seu nome foi submetido à aprovação no Senado Federal, contando com 53 votos
favoráveis e 13 contrários. Foi empossado no cargo em 9 de junho.

04. Resposta: D
PIB do Brasil cresce 1% no 1º trimestre de 2017, após 8 quedas seguidas.
Agropecuária foi o destaque na primeira alta da economia em 2 anos. Tecnicamente, resultado positivo
tira o país de sua pior recessão. (https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-do-brasil-cresce-10-no-1-trimestre-de-2017.ghtml)

05. Resposta: C
A decisão do presidente norte-americano Trump afeta o setor siderúrgico nacional porque o Brasil
ocupa a segunda posição entre os países exportadores de aço para a industrial estadunidense. <
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/03/09/trump-cria-taxa-para-aco-e-aluminio-que-impacto-isso-pode-ter-na-sua-vida.htm>

Sociedade
saúde
Corte Interamericana condena Brasil por morte de Vladimir Herzog119

Tribunal apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
sobre o assassinato do jornalista
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) condenou o Brasil pela falta de investigação
e sanção dos responsáveis pela morte do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, durante o regime militar,
informou o tribunal nesta quarta-feira (04/07).
O tribunal questionou a aplicação da lei de anistia de 1979 para encobrir os responsáveis pela morte
de Herzog e apontou o Estado brasileiro como responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade
e a integridade pessoal em detrimento dos familiares da vítima.
O caso ocorreu após a detenção de Herzog, em 25 de outubro de 1975, quando foi interrogado,
torturado e assassinado "em um contexto sistemático e generalizado de ataques contra a população civil,
considerada como opositora à ditadura brasileira", segundo a corte, sediada em San José, na Costa Rica.
A instância ressaltou que as principais vítimas destes abusos eram jornalistas e membros do Partido
Comunista Brasileiro, durante a ditadura que governou o Brasil entre 1964 e 1985.
Diretor de jornalismo da TV Cultura, Vladimir Herzog foi convocado pelo DOI-Codi em 1975 a prestar
depoimento sobre seus vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). No dia seguinte, estava
morto. No mesmo dia da prisão, o Exército divulgou que Herzog tinha se suicidado e confirmou a versão

119
Carta Capital. Corte Interamericana condena Brasil por Morte de Vladimir Herzog. <https://www.cartacapital.com.br/politica/corte-idh-condena-brasil-por-morte-de-
vladimir-herzog-durante-ditadura> Acesso em 05 de julho de 2018.

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em uma posterior investigação da jurisdição militar. A versão oficial, supostamente corroborada por uma
foto do jornalista enforcado, não convenceu.
Na imagem, Vlado estava de joelhos dobrados, com a cabeça pendida para a direita e o pescoço preso
a uma tira de pano. A "fake news" da ditadura não resistiu à verdade indiscutível, testemunhada por
colegas jornalistas de Herzog também detidos: ele havia sido torturado e morto pelos militares.
O assassinato coincidia com uma greve estudantil em algumas das principais universidades de São
Paulo. Organizado por Dom Paulo Evaristo Arns, o ato inter-religioso em homenagem à Herzog reuniu 8
mil cidadãos na Catedral da Sé em outubro daquele ano. O número poderia ser maior não fosse o esforço
dos militares em dificultar o acesso da população ao local.
Novas investigações foram iniciadas em 1992 e 2007, mas as duas foram arquivadas em aplicação à
lei de anistia.
Durante as audiências perante o tribunal interamericano, "o Brasil reconheceu que a conduta estatal
de prisão arbitrária, tortura e morte de Vladimir Herzog causou aos familiares uma dor severa,
reconhecendo sua responsabilidade" no caso, informou a corte em um comunicado.
Em sua sentença, a Corte IDH determinou que a morte de Herzog foi um "crime contra a humanidade",
razão pela qual o Estado não podia invocar a prescrição do crime ou a lei de anistia para evitar sua
investigação e a sanção dos responsáveis.
Destacou ainda que o Brasil violou os direitos às garantias judiciais e à proteção da mulher e dos filhos
de Herzog, e que o país descumpriu sua obrigação de adequar sua legislação interna à Convenção
Americana de Direitos Humanos, ao manter a lei de anistia vigente.
O tribunal ordenou ao Brasil várias medidas de reparação, como a investigação dos fatos ocorridos
com a detenção de Herzog para identificar e sancionar os responsáveis por sua tortura e morte.

Governo federal lança pacto nacional contra LGBTfobia nesta quarta120

Portaria foi publicada na terça. Estados e DF terão de assinar adesão e criar estruturas locais, em
troca de consultoria e 'articulação de verbas' da União.
O governo federal lança nesta quarta-feira (16/05), em Brasília, um pacto nacional de enfrentamento
à violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – os grupos que compõem a sigla
LGBT. Os governos dos estados e do Distrito Federal terão de manifestar, individualmente, a adesão ao
programa.
Até a tarde desta terça (15/05), 12 estados tinham confirmado presença na cerimônia de assinatura,
segundo o Ministério dos Direitos Humanos. O pacto tem vigência prevista de dois anos, prorrogáveis por
igual período.
A portaria que institui o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência LGBTfóbica já foi publicada no
Diário Oficial da União. Nela, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, cita tratados
internacionais, o Programa Nacional de Direitos Humanos instituído no país em 2009 e recomendações
das Nações Unidas sobre o tema.
De acordo com a portaria, o pacto "tem por objetivo promover a articulação entre a União, Estados e
Distrito Federal nas ações de prevenção e combate à LGBTfobia". O formato exato dessa articulação não
consta na portaria, e deve ser detalhado durante a cerimônia de lançamento, à tarde.
O lançamento do pacto nacional ocorre dois dias antes do Dia Nacional de Combate à Homofobia no
Brasil, celebrado em 17 de maio. Nesta mesma data, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
retirou o termo "homossexualismo" da lista de doenças e problemas de saúde.

Adesão e compromissos

Junto com a portaria, o governo também publicou o modelo do Termo de Adesão a ser preenchido
pelos governos signatários do pacto. O documento lista alguns dos "direitos e deveres" gerados pela
medida.
As atribuições dos estados e do DF incluem a criação de estruturas para "promoção de políticas"
ligadas à população LGBT, assim como "equipamentos nos órgãos estaduais para atendimento
adequado" aos mesmos grupos.
Os governos locais também terão de dar "pleno funcionamento" ao comitê gestor estadual, em até 60
dias após a assinatura do termo. A partir daí, começa um outro prazo, de 45 dias, para a apresentação
de um "plano de ação", com cronograma e estatísticas.

120
Matheus Rodrigues. Governo Federal lança pacto nacional contra LGBTfobia nesta quarta. G1 Distrito Federal. < https://g1.globo.com/df/distrito-
federal/noticia/governo-federal-lanca-pacto-nacional-contra-lgbtfobia-nesta-quarta.ghtml> Acesso em 16 de maio de 2018.

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As ações não se resumem à burocracia. O governo que aderir ao pacto terá de incluir as políticas
LGBT no Plano Plurianual (PPA) – um documento elaborado de 4 em 4 anos, e que serve como base
para a elaboração dos orçamentos anuais de cada governo. Na prática, a inclusão no PPA funciona como
uma "garantia orçamentária" para o tema.
Os gestores que cumprirem os compromissos podem, em troca, exigir contrapartidas da União. A lista
de possibilidades inclui auxílio técnico para o cumprimento do pacto, o compartilhamento de dados de
denúncias do Disque Direitos Humanos (Disque 100) e a capacitação de gestores e gestoras.

Dinheiro 'a combinar'

O documento também fala em "contribuir com a articulação de recursos financeiros, seja em órgãos
do Poder Executivo e/ou Poder Legislativo para financiamento das ações propostas no Plano de Ação".
Isso não significa que a assinatura, por si só, gere verba pública. Na seção seguinte, a própria portaria
esclarece que a transferência de recursos será oficializada "por meio de convênio específico ou outro
instrumento adequado" – se, e quando acontecer.

Muito a percorrer

De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, em 2017, o Disque 100 registrou 1.720 denúncias
de violações de direitos de pessoas LGBT.
A cada 10 casos, 7 são referentes a episódios de discriminação. A violência psicológica aparece em
53% das denúncias, e a física, em 31%. O somatório é maior que 100% porque, muitas vezes, um único
caso é composto de diferentes tipos de violação.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 2016, 343 pessoas foram mortas pela
LGBTIfobia. A sigla usada pela entidade inclui a letra I, de intersexual – alguém que, por razões genéticas
ou de desenvolvimento fetal, não se enquadra na definição típica de "masculino" ou "feminino".

50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE121

Cerca de 25% da população possui renda familiar equivalente a R$ 387. Número de jovens que não
trabalham nem estudam cresce.
Cerca 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e
possuem renda familiar equivalente a R$ 387, ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para
definir se uma pessoa é pobre.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) e fazem parte da pesquisa SIS 2017 (Síntese de Indicadores Sociais 2017). Ela indica, ainda,
que o maior índice de pobreza se dá na região Nordeste do país, onde 43,5% da população se enquadram
nessa situação e, a menor, no Sul, com 12,3%.
A situação é ainda mais grave se levadas em conta os números envolvendo crianças de 0 a 14 anos
de idade. No país, 42% dos cidadãos nesta faixa etária se enquadram nestas condições e sobrevivem
com apenas US$ 5,5 por dia.
A pesquisa de indicadores sociais revela uma realidade: o Brasil é um país profundamente desigual e
a desigualdade gritante se dá em todos os níveis.
Seja por diferentes regiões do país, por gênero - as mulheres ganham, em geral, bem menos que os
homens mesmo exercendo as mesmas funções, por raça e cor: os trabalhadores pretos ou pardos
respondem pelo maior número de desempregados, têm menor escolaridade, ganham menos, moram mal
e começam a trabalhar bem mais cedo exatamente por ter menor nível de escolaridade.
Um país onde a renda per capita dos 20% que ganham mais, cerca de R$ 4,5 mil, chega a ser mais
de 18 vezes que o rendimento médio dos que ganham menos e com menores rendimentos por pessoa,
cerca de R$ 243.
No país, em 2016, a renda total apropriada pelos 10% com mais rendimentos (R$ 6.551) era 3,4 vezes
maior que o total de renda apropriado pelos 40% (R$ 401) com menos rendimentos, embora a relação
variasse dependendo do estado.
Entre as pessoas com os 10% menores rendimentos do país, a parcela da população de pretos ou
pardos chega a 78,5%, contra 20,8% de brancos. No outro extremo, dos 10% com maiores rendimentos,
pretos ou pardos respondiam por apenas 24,8%.

121
DIÁRIO DE S. PAULO. 50 milhões de brasileiros vivem na linha da pobreza, aponta IBGE. Diário de S. Paulo. Disponível em:
<http://www.diariosp.com.br/_conteudo/2017/12/dia_a_dia/24209-50-milhoes-de-brasileiros-vivem-na-linha-da-pobreza-aponta-ibge.html> Acesso em 18 de
dezembro de 2017.

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A maior diferença estava no Sudeste, onde os pretos ou pardos representavam 46,4% da população
com rendimentos, mas sua participação entre os 10% com mais rendimentos era de 16,4%, uma diferença
de 30 pontos percentuais.

Desigualdade acentuada entre brancos e negros


No que diz respeito à distribuição de renda no país, a Síntese dos Indicadores Sociais 2017 comprovou,
mais uma vez, que o Brasil continua um país de alta desigualdade de renda, inclusive, quando comparado
a outras nações da América Latina, região onde a desigualdade é mais acentuada.
Segundo o estudo, em 2017 as taxas de desocupação da população preta ou parda foram superiores
às da população branca em todos os níveis de instrução. Na categoria ensino fundamental completo ou
médio incompleto, por exemplo, a taxa de desocupação dos trabalhadores pretos ou pardos era de 18,1%,
bem superior que o percentual dos brancos: 12,1%.
"A distribuição dos rendimentos médios por atividade mostra a heterogeneidade estrutural da
economia brasileira. Embora tenha apresentado o segundo maior crescimento em termos reais nos cinco
anos disponíveis (10,9%), os serviços domésticos registraram os rendimentos médios mais baixos em
toda a série. Já a Administração Pública acusou o maior crescimento (14,1%) e os rendimentos médios
mais elevados", diz o IBGE.

Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto122

Em sessão tumultuada, vence proposta que pode restringir até interrupções legais da gravidez
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, (08/11), um texto que, na
prática, pode levar à proibição de todas as formas de aborto no País, incluindo as hipóteses que
atualmente são autorizadas na legislação e livres de punição.
Em uma sessão tumultuada, venceu a proposta de alterar a Constituição para que o princípio da
dignidade da pessoa humana e a garantia de inviolabilidade do direito à vida passem a ser respeitados
desde a concepção e não, como é hoje, após o nascimento. A PEC havia sido apresentada originalmente
para se discutir a ampliação da licença-maternidade em caso de bebês prematuros de 120 para 240 dias.
O relator da proposta, Jorge Tadeu Mudalem (DEM-SP), no entanto, sob influência da bancada
evangélica, alterou o texto para incluir também as mudanças relacionadas à interrupção da gravidez.
A mudança foi uma resposta à 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal que, em 2016, havia decidido
não considerar crime a prática do aborto durante o primeiro trimestre de gestação, independentemente
da motivação da mulher.
A comissão foi instalada em dezembro. Entre os 35 membros titulares do colegiado, só seis são
mulheres. Dos parlamentares integrantes, quase um terço tem iniciativas para restringir o direito ao aborto
legal.
O presidente da comissão especial, deputado Evandro Gussi (PV-SP), negou que o texto aprovado
nesta quarta coloque em risco as garantias hoje existentes. Atualmente, o aborto não é punido nos casos
em que a gravidez é resultante do estupro ou quando represente ameaça à vida da gestante. “Hoje essas
duas formas não são punidas e assim vai permanecer. O maior impacto do texto é impedir que o aborto
seja descriminalizado”, disse Gussi.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, tem avaliação diferente. “Impede a discussão da
interrupção da gravidez e traz, no mínimo, insegurança jurídica para os casos já permitidos no Código
Penal”, afirmou.
Foi aprovado apenas o texto principal. Na próxima semana, será a vez de a comissão especial votar
os destaques. Dentre as propostas que deverão ser avaliadas está a de suprimir justamente o trecho que
determina o respeito à vida desde a concepção. Uma vez avaliados os destaques, o texto fica disponível
para o plenário da Casa, onde precisará de 308 votos para ser aprovado, em dois turnos.

Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e
economia derrubam país em ranking global123

O Brasil é um dos países mais igualitários do mundo quando o assunto é o acesso de homens e
mulheres à educação e saúde, mas figura entre aqueles onde mais imperam disparidades de gênero nos
campos político e econômico.

122
CARDOSO, D. FORMENTI, L. Comissão dá aval à PEC que proíbe aborto. Estadão Brasil. Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-
aprova-pec-que-impossibilita-aborto-destaques-ainda-precisam-ser-votados,70002077147> Acesso em 09 de novembro de 2017.
123
Moura. R. Brasil elimina disparidades entre homens e mulheres na educação e na saúde, mas política e economia derrubam país em ranking global. BBC Brasil.
Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41853171?ocid=socialflow_twitter> Acesso em 03 de novembro de 2017.

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A conclusão faz parte do "The Global Gender Gap Report 2017", um estudo divulgado pelo Fórum
Econômico Mundial nesta quinta-feira, que revela o tamanho da desigualdade em 144 países e aponta
quais seriam os ganhos com a reversão desse quadro.
Os dados mostram que desde o início da série histórica, em 2006, é a primeira vez que a igualdade
de gênero retrocede globalmente. No Brasil, porém, o nível de desigualdade é o maior desde 2011 - o
país caiu 23 posições no ranking, figurando em 90º lugar na lista global e com o terceiro pior desempenho
na região que engloba América Latina e Caribe, depois apenas de Paraguai e Guatemala.
A igualdade é medida no levantamento em uma escala de 0 a 1 - quanto mais próximo a 1, maior a
igualdade entre homens e mulheres. Para o Brasil, a nota registrada em 2017 ficou em 0,684, a menor
desde 2011, quando estava em 0,668.
"A posição atual do Brasil no relatório se deve a duas disparidades de gênero em particular - a política
e a econômica", disse por email à BBC Brasil Vesselina Stefanova Ratcheva, economista e coautora do
relatório.
Segundo ela, o país pouco progrediu ao longo dos últimos dez anos no sentido de resolver o problema
no campo econômico. Nessa área, perdeu 20 posições de 2006 para cá, passando do 63º para o 83º
lugar - os principais gargalos são as disparidades de salários em funções semelhantes e de renda obtida
por meio do trabalho.

Política
A desigualdade na política é outro gargalo, observa a economista.
"Nosso índice constata que 2017 tem a menor igualdade de gênero em cargos políticos no Brasil desde
que começamos a calculá-lo, em 2006. Isso contrasta com uma região que, na média, se atua fortemente
para a inclusão das mulheres no campo político."
A participação feminina é medida pelo chamado "empoderamento político", e é considerada um dos
principais problemas para o país em relação à desigualdade. O Brasil foi da 86ª para a 110ª posição no
período de 11 anos englobado no relatório - embora sua nota tenha subido de 0.061 para 0.101, o que
indica um ambiente mais igualitário.
O estudo coloca o país entre os piores em dois aspectos: mulheres no parlamento e em posições
ministeriais, rankings em que ocupa, respectivamente, a 121ª e a 134ª posições.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a maior igualdade nesse âmbito foi registrada entre 2011 e
2015, período que engloba a governo Dilma Rousseff. Seu sucessor, Michel Temer, foi duramente
criticado ao assumir o governo nomeando apenas ministros homens - após as críticas, ele nomeou
mulheres para posições de destaque.

Avanços
Nos campos da educação e da saúde, o Brasil se mantém em posição estável e de liderança nos
últimos anos, dividindo o topo do ranking com pouco mais de 30 países. Mesmo assim, ainda enfrenta
desafios, diz a coautora do relatório.
"Hoje, o Brasil acabou com a desigualdade de gênero em nível educacional, mas, como em muitas
outras economias em todo o mundo, desequilibra na contratação, retenção e remuneração, entre vários
fatores analisados no relatório, que impedem uma maior integração das mulheres no mercado de trabalho
- e de forma igualitária em todos os setores", observa Ratcheva.
Nesse campo, o relatório também leva em consideração o nível educacional de homens e mulheres
que chegam ao mercado de trabalho.
O Brasil foi o único país da América Latina e um dos seis, em meio às 144 nações, a eliminar a
desigualdade entre homens e mulheres na área de educação. Em saúde e sobrevivência, a diferença
também está próxima do fim. Tais resultados são semelhantes aos registrados nos últimos anos.
Neste ano, somente outros cinco países conseguiram resolver as disparidades nas duas áreas:
República Checa, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia.
No que diz respeito à educação, são consideradas a taxa de alfabetização e de matrículas nos ensinos
primário e secundário. Na saúde, a análise se dá sobre a razão entre os sexos no nascimento e a
expectativa de vida saudável entre eles.

Ganhos com a igualdade


Globalmente, o estudo observa que apenas 58% da desigualdade de gênero foi resolvida pelos países,
o pior índice desde 2008.
Segundo o estudo, a igualdade deve resultar em ganhos econômicos expressivos, que variam de
acordo com o contexto de cada país.

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. 177
O texto não traz estimativas específicas para o Brasil, mas no caso do Reino Unido, por exemplo,
mostra que avançar nessa área significaria um reforço adicional de US$ 250 bilhões no Produto Interno
Bruto (PIB).

Nos Estados Unidos, o valor projetado é de US$ 1,7 trilhão.


Há um longo caminho, no entanto, até que as disparidades registradas no estudo sejam eliminadas.
No atual estágio, estima-se que a Europa Ocidental será a região a resolver o problema mais rápido, mas
ainda assim daqui a 61 anos. Na área que englobe a América Latina e o Caribe - e que inclui o Brasil -
serão necessários 79 anos. Para a América do Norte, o tempo previsto chega a 168 anos.
Outro ponto destacado pelo estudo é a fraca presença feminina em áreas como engenharia, indústria
e construção, bem como nos segmentos de comunicação e tecnologia. Áreas que, afirma o relatório,
estão abrindo mão dos os benefícios da diversidade.

Juiz federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença124

Ação popular questionava resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibia tratamentos de
reorientação sexual. Desde 1990, OMS deixou de considerar homossexualidade doença.
Justiça Federal do Distrito Federal liberou psicólogos a tratarem gays e lésbicas como doentes,
podendo fazer terapias de “reversão sexual”, sem sofrerem qualquer tipo de censura por parte dos
conselhos de classe. A decisão, do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, é liminar e acata parcialmente o
pedido de uma ação popular. Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do
Conselho Federal de Psicologia. O órgão disse que vai recorrer.
A ação popular foi assinada por um grupo de psicólogos defensores das terapias de reversão sexual.
A decisão é de sexta-feira (15/09). Nela, Carvalho mantém a integralidade da resolução, mas determina
que o conselho não proíba os profissionais de fazerem atendimento de reorientação sexual. Além disso,
diz que os atendimentos têm caráter reservado.
Na resolução 01/1999, o conselho estabelece as normas de condutas dos psicólogos no tratamento
de questões envolvendo orientação sexual. De acordo com a organização, ela trouxe impactos positivos
no enfrentamento a preconceitos e proteção de direitos da população homossexual no país, “que
apresenta altos índices de violência e mortes por LGBTfobia”.
Para o Conselho Federal de Psicologia, terapias de reversão sexual representam “uma violação dos
direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Desde 1990, a homossexualidade deixou
de ser considerada doença pela Organização Mundial da Saúde.
Ainda de acordo com o conselho, a resolução não cerceia a liberdade dos profissionais nem de
pesquisas na área de sexualidade. O juiz mantém a resolução, mas determina que o Conselho Federal
de Psicologia não impeça os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma
reservada, e veta qualquer possibilidade de censura ou necessidade de licença prévia.
“O que está em jogo é o enfraquecimento da Resolução 01/99 pela disputa de sua interpretação, já
que até agora outras tentativas de sustar a norma, inclusive por meio de lei federal, não obtiveram
sucesso", afirma o conselho.
"O Judiciário se equivoca, neste caso, ao desconsiderar a diretriz ética que embasa a resolução, que
é reconhecer como legítimas as orientações sexuais não heteronormativas, sem as criminalizar ou
patologizar. A decisão do juiz, valendo-se dos manuais psiquiátricos, reintroduz a perspectiva
patologizante, ferindo o cerne da Resolução 01/99.”

Ação popular
Uma das autoras da ação popular que questionava a resolução é a psicóloga Rozângela Alves Justino,
que oferecia terapia para que gays e lésbicas deixassem de ser homossexuais. Ela foi punida em 2009
pela prática.
Na época, Rozângela disse ao G1 que considera a homossexualidade um distúrbio, provocado
principalmente por abusos e traumas sofridos durante a infância. Ela afirmou ter "aliviado o sofrimento"
de vários homossexuais.
“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam
largar a atração por pessoas do mesmo sexo", disse Rozângela na ocasião.

124
MORAIS, RAQUEL. Juiz Federal do DF libera tratamento de homossexualidade como doença. G1 Distrito Federal. Disponível em: <https://g1.globo.com/distrito-
federal/noticia/juiz-federal-do-df-libera-tratamento-de-homossexualidade-como-doenca.ghtml> Acesso em 19 de setembro de 2017.

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Refugiado sírio é atacado em Copacabana: 'Saia do meu país!'125

Um refugiado sírio foi vítima de um ataque em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Mohamed Ali, de 33
anos, que vende esfirras e outros quitutes árabes, e foi agredido verbalmente por um homem por causa
do ponto de venda. Um vídeo da discussão foi publicado nas redes sociais e viralizou.
Nas imagens é possível ver um homem com dois pedaços de madeira nas mãos gritando: "saia do
meu país! Eu sou brasileiro e estou vendo meu país ser invadido por esses homens-bombas que
mataram, esquartejaram crianças, adolescentes. São miseráveis". Adiante no vídeo, ele ainda fala: "Essa
terra aqui é nossa. Não vai tomar nosso lugar não".
Os comerciantes chegam a derrubar a mercadoria de Mohamed no chão, que pergunta o motivo da
agressão. Os homens, então, falam novamente para ele sair do Brasil. Mohamed está no Brasil há três
anos e estava trabalhando na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Santa
Clara na sexta-feira, quando tudo aconteceu.
— Eu não entendi muito bem porque ele veio brigar comigo. De repente ele começou a gritar e me
pedir para sair. Ele falava muito rápido e não consegui compreender algumas coisas. Outras pessoas que
estavam traduzindo para mim. Sei que ele falou que os muçulmanos estavam invadindo o país e falando
de homens-bomba. Não esperava que isso pudesse acontecer comigo. Vim para o Brasil porque a guerra
me fez vir para cá. Vim com amor, porque os amigos sempre diziam que o Brasil aceita muito outras
culturas e religiões, e as pessoas são amáveis e todos os refugiados procuram paz. Não sou terrorista,
se eu fosse, eu não estaria aqui, estaria lá — disse.
No vídeo, ainda é possível ouvir algumas pessoas defendendo Mohamed. Uma mulher ainda o orientou
a deixar o local diante da confusão. Ele, então, retira os pertences.
— Chegaram carros da polícia, da Guarda Municipal. Me falaram para registrar na polícia, mas não
quis. Não quero confusão. Quero apenas trabalhar em paz – disse.
No Facebook, diversos internautas pediram desculpas a Mohamed em nome dos brasileiros pelo
ocorrido:
"Olá, Mohamed Ali, boa noite. Em nome de todos os brasileiros e trabalhadores, peço desculpas pelo
que você passou enquanto trabalhava", escreveu uma internauta.
"Você é bem-vindo no Brasil. Perdoe este sujeito que te atacou, ele não sabe o que faz", disse outro.
Apesar do ocorrido e de ter medo de encontrar o homem que o ofendeu, Mohamed não tem intenção
de sair do Rio ou deixar de trabalhar em Copacabana.
– Passei a trabalhar em outro ponto para não encontrá-lo novamente, mas não vou sair daqui. Mudar,
trocar de casa, é difícil. Espero apenas que não aconteça novamente. Foi muito triste. Não quero outra
briga. Fico com medo. Trabalho sozinho – falou.
O titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, disse ter conhecimento das imagens, mas em
casos como o de Mohamed, a atuação da polícia depende de uma manifestação da vítima.
– O ofendido não compareceu para registrar e denunciar o feito. Ameaça e injúria dependem de
manifestação de vontade da vítima. Independente disso estamos analisando as imagens para tentar
localizar os envolvidos. Estamos diligenciando – disse.
Em nota, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos (SEDHMI)
afirma que acompanha o caso do refugiado agredido. O órgão repudia o ataque de xenofobia, e afirma
que já está em contato com a família do sírio, que participou do curso de português oferecido pela
secretaria no ano passado, para prestar a assistência necessária.
"É inaceitável casos de xenofobia e intolerância religiosa ainda aconteçam no Rio de Janeiro. Essas
pessoas saíram dos seus países por serem vítimas de algum tipo de perseguição e viram no Brasil uma
oportunidade de recomeço. Eles trazem uma grande contribuição para a economia do estado, além da
rica troca cultural com os fluminenses.", afirma, em nota, o secretário Átila A. Nunes.

Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome126

Jornal GGN - A crise econômica aumentou o desemprego no Brasil e ações deflagrados no governo
Temer, sob o guarda-chuva do ajuste fiscal, empurra o País de volta ao mapa mundial da fome da ONU.
Entre elas, a exclusão de pessoas do programa Bolsa Família e o corte no programa de agricultura
familiar, que tem impedido centenas de milhares de pessoas de terem renda suficiente para comprar
alimentos. É o que aponta reportagem publicada pelo jornal O Globo neste domingo (09/07).

125
VIANA GABRIELA. Refugiado Sírio é atacado em Copacabana: ‘Saia do meu país!’. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/refugiado-sirio-
atacado-em-copacabana-saia-do-meu-pais-21665327?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=OGlobo> Acesso em 04 de agosto de 2017.
126
NASSIF, LUIS. Governo Temer empurra Brasil de volta ao mapa mundial da fome. GGN. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/governo-temer-empurra-
brasil-de-volta-ao-mapa-mundial-da-fome> Acesso em 11 de julho de 2017.

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Segundo o veículo, "três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que
significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente —, o velho fantasma volta a
assombrar famílias" no Brasil.
O alerta conta em relatório que será apresentado às Nações Unidas na próxima semana, sobre o
"cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os
Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030".
O Globo ouviu de Francisco Menezes, coordenador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Soicias
e Econômicas) e consultor do ActionAid, que "o país atingiu um índice de pleno emprego, na primeira
metade desta década, mesmo os que estavam em situação de pobreza passaram a dispor de empregos
formais ou informais, o que melhorou a capacidade de acesso aos alimentos".
Mas a mudança na base de dados do Bolsa Família com o intuito de esvaziar o programa, realizada
no final do ano passado, além da "redução do valor investido no Programa de Aquisição de Alimentos da
Agricultura Familiar (PAA), que compra do pequeno agricultor e distribui a hospitais, escolas públicas e
presídios, são uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em todo
o mundo".
O jornal lembrou que, ano passado, Temer promoveu um "pente-fino" no Bolsa Família com a desculpa
de que o programa estava cheio de beneficiários que adulteravam os dados para continuar recebendo a
ajuda de custo do governo sem ter necessidade. Com esse valor "economizado", Temer pretendia fazer
um reajuste no programa.
Porém, segundo O Globo, o pente-fino do governo só mostrou que a pobreza no Brasil avança a
passos largos, em meio à crise econômica.
"O resultado [do pente-fino], porém, foi a confirmação de um fenômeno de empobrecimento. Ao cruzar
bases de dados, a fiscalização encontrou mais de 1,5 milhão de famílias que tinham renda menor que a
declarada — haviam perdido o emprego, mas não atualizaram o cadastro — e, por isso, teriam direito a
benefícios maiores do que recebiam. Isso corresponde a 46% dos 2,2 milhões de famílias que caíram na
malha fina por inconsistência nos dados. E o prometido reajuste no benefício, que seria de 4,6%, foi
suspenso no fim do mês passado pelo governo, por falta de recursos."
No Facebook, a assessoria de Lula comentou a reportagem. "O Brasil estava no caminho da inclusão
social e da redução da fome e da miséria, com programas sociais que são referência em todo mundo.
Com a sabotagem promovida pelos golpistas e o golpe, o Brasil saiu desse caminho."

34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha127

Ainda segundo o levantamento, publicado pelo jornal 'Folha de S.Paulo', 63% se sentem mais
orgulhosos do que envergonhados.
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta terça-feira (02/05) pelo jornal "Folha de S.Paulo"
apontou que 34% têm vergonha de ser brasileiros. O índice daqueles que têm mais orgulho do que
vergonha de ser brasileiros é de 63%, o menor valor para a série histórica, segundo o Datafolha.
O Datafolha questiona a população sobre o orgulho de ser brasileiro desde 2000. O menor resultado
havia sido em julho de 2016, quando 67% diziam se sentir orgulhosos. Já o menor índice dos
envergonhados havia sido em 2000, quando era de 9%.
A atual pesquisa ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios na semana passada. A margem de erro de
2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O Datafolha também ouviu as pessoas sobre a avaliação do Brasil como lugar para viver. Para 54%,
o Brasil é um país ótimo ou bom para morar, uma queda de sete pontos percentuais desde o final do ano
passado. Para 26% é regular e para 20% é ruim ou péssimo.
Segundo o instituto, as duas avaliações, apesar de estar em queda, ainda mostram otimismo com o
país, já que a maioria sente orgulho de ser brasileiro e considera o Brasil um bom lugar para morar.

PERDAS E DANOS128

Há dez anos o Brasil aprovava um novo marco legal para o combate às drogas. A Lei 11.343/2006
nascia com a perspectiva de intensificar penas para o crime de tráfico e reduzir a criminalização dos
usuários. Seu efeito, porém, mostrou-se desastroso: cadeias superlotadas, mais mulheres nas prisões e
criminalização da população negra e pobre. Por outro lado, não há nenhum indicador de que as redes de
tráfico tenham sido coibidas.

127
G1, BRASÍLIA. 34% dizem ter vergonha de ser brasileiros, segundo Datafolha. G1, Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/34-dizem-ter-
vergonha-de-ser-brasileiros-segundo-datafolha.ghtml> Acesso em 02 de maio de 2017.
128
23/08/16 – Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/23/opinion/1471971725_335436.html

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De 2005 até dezembro de 2014, segundo dados do Ministério da Justiça, a população carcerária teve
um salto vertiginoso de 111,4%, ultrapassando a marca de 620 mil presos. Isso colocou o Brasil na
vergonhosa posição de quarto país com a maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos EUA,
China e Rússia.
Em 2005, o porcentual de pessoas incriminadas por tráfico de drogas correspondia a 11% da
população carcerária. Em 2014, segundo dados do Infopen, esse número alcançou 27%. Se
considerarmos apenas as mulheres, o impacto foi ainda mais cruel: 64% das presas no Brasil respondiam
por tráfico de drogas.
O grande responsável por essa desastrosa situação foi o aumento da pena mínima de três para cinco
anos, mesmo para pequenos traficantes. Soma-se a isso a relutância dos juízes em aplicar a diminuição
de pena para réus primários e a insistência no encarceramento, muito embora o Supremo Tribunal Federal
já tenha decidido que a equiparação a crime hediondo não impede a aplicação de penas alternativas,
como ocorre para outros crimes não violentos como o furto.
O resultado é uma distorção racista e classista, já enraizada na cultura brasileira, mas bastante
escancarada no sistema prisional: embora não existam dados sociodemográficos específicos dos presos
por tráfico de drogas, o perfil geral da população prisional brasileira é composto majoritariamente por
negros (61,6%) e de baixa escolaridade (oito em cada dez estudaram, no máximo, até o ensino
fundamental). O foco da atuação policial no combate à venda de drogas no varejo e ao transporte feito
por "mulas" faz com que um contínuo fluxo de jovens desempregados sejam levados ao sistema prisional
mesmo sem praticar qualquer ato violento, enquanto as grandes organizações têm seu complexo sistema
de comércio e corrupção inalterado.
A lógica militar de combate às drogas faz com que 90% das prisões por tráfico sejam em flagrante e
por pequenas quantidades. Esta pessoa provavelmente passará todo o processo no regime fechado de
prisão por suposto "perigo à ordem pública" - pautado não na violência da pessoa, mas na ideia abstrata
do "inimigo traficante" produzida pela mídia. A guerra às drogas é a grande responsável por manter em
prisão provisória, ou seja, sem julgamento definitivo, 40% dos atuais presos do Brasil.
Em uma década, o Brasil acumulou conhecimento e dados suficientes para deixar claro que sua
política antidrogas vem promovendo um violento massacre às populações mais vulneráveis e tornado
cada vez mais insustentável o sistema prisional. Existe uma demanda crescente dentro e fora do país
para a revisão da abordagem proibicionista e tratamento da questão dentro de seu devido lugar, que é a
saúde pública.
Nesse sentido, o STF (Supremo Tribunal Federal) tem em suas mãos uma oportunidade histórica.
Ainda nesse semestre deve ser retomado o julgamento sobre o Recurso Extraordinário nº 635.659, da
Defensoria Pública de São Paulo, que discute a descriminalização do porte de drogas para consumo
pessoal.
Esperamos que os ministros do Supremo assumam para a si a responsabilidade de corrigir essa
distorção, deixando de punir usuários e abrindo caminho para uma política de drogas menos violadora,
menos encarceradora e menos seletiva.

Mais de 5.200 migrantes morreram no mundo neste ano, diz OIM129

Mais de 5.200 migrantes morreram até agora este ano em todo o mundo, um número em alta de 20%
em relação ao mesmo período do ano passado, anunciou nesta sexta-feira (28) a Organização
Internacional para as Migrações (OIM).
De um total de 5.238 mortes, 3.930 pessoas morreram tentando cruzar o Mediterrâneo, 170 a mais
que durante todo o ano de 2015, informa a agência com sede em Genebra em um comunicado.
O Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas (ACNUR) anunciou na quarta-feira um
balanço diferente, de mais de 3.800 mortos no Mediterrâneo desde janeiro, indicando que é um recorde
em comparação a 2015.
A rota marítima mais perigosa continua sendo a que leva para a Itália. Esta semana, mais de 280
migrantes morreram em barcos que partiram da Líbia para a Itália, de acordo com a OIM.
Este balanço de mortos e desaparecidos no mundo significa que 13 migrantes morreram a cada dia
em 2016, enfatiza a agência. Os corpos de mais de 60% deles não foram encontrados.
A OIM também observou que mais de 500 migrantes morreram na América Latina, citando o caso de
87 hondurenhos, 10 deles crianças, que morreram ao tentar atravessar o México entre 1º de janeiro e 23
de outubro.

129
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/mais-de-5200-migrantes-morreram-no-mundo-este-ano.html

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Paris abre 1º centro humanitário para receber migrantes130

Paris inaugurou nesta quinta-feira (10/11/2016) o 1º centro humanitário para migrantes e refugiados,
como parte das medidas adotadas pelas autoridades francesas para evitar a formação de acampamentos
informais nas ruas.
O centro instalado em uma antiga estação ferroviária ao norte da capital, com capacidade para 400
pessoas, receberá migrantes durante cinco a 10 dias.
Destinado apenas para homens, o centro acolherá por dia de 50 a 80 pessoas, o que corresponde ao
número de migrantes que chegam diariamente a Paris.
Lá, os migrantes poderão passar por exames médicos, receber ajuda psicológica e assistência jurídica,
antes da transferência para outras instalações, de acordo com a situação pessoal.
"A ideia é criar um lugar onde cada migrante poderá ser recebido de forma digna e humana", afirmou
a associação humanitária Emmaüs, que administrará o local.
Os migrantes receberão informações sobre seus direitos e como proceder para obter asilo.
"Também vamos propor uma ajuda de retorno voluntário a seus países", explicou Didier Leschi, diretor
do Escritório Francês de Imigração e Orientação (Ofii).
Um segundo estabelecimento destinado a mulheres e famílias com filhos será inaugurado no início de
2017 na periferia sudeste da capital.
A Europa vive sua pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, com a chegada de 1,5 milhão
de migrantes que cruzaram o Mediterrâneo desde 2014, fugindo da guerra e da pobreza.
A França foi considerada durante muito tempo um país de trânsito. Em 2015 recebeu 80.000 pedidos
de asilo, contra quase um milhão na Alemanha. Mas este ano, o número de solicitações deve alcançar
100.000.
Apesar do aumento ser considerado modesto na comparação com outros países, as autoridades se
viram obrigadas a criar de forma urgente novas estruturas de abrigo.
O centro, em uma antiga área industrial de 10.000 metros quadrados, está dividido em oito
departamentos com 50 vagas cada. Cada estrutura tem 12 cabines de madeira com calefação e cama,
sala de jantar e banheiro. Também serão disponibilizadas áreas de lazer, com mesas de pingue-pongue
e totó.
O projeto tem valor total de 16,4 milhões de euros entre o investimento e os custos operacionais.
Para a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, filha de imigrantes da Andaluzia, o centro é "uma alternativa
digna" para que os migrantes não permaneçam nas ruas.
As autoridades desmantelaram na semana passada um grande acampamento improvisado ao
nordeste da capital com mais de 3.800 pessoas.
Em outubro, a polícia desalojou a 7.000 migrantes, incluindo 2.000 menores de idade, de um
acampamento de migrantes em Calais, norte da França, onde as pessoas viviam em condições
miseráveis à espera de uma oportunidade para tentar chegar ao Reino Unido.
A seis meses da eleição presidencial, a questão dos migrantes e refugiados se tornou um tema central
da campanha.
O governo do presidente François Hollande, que bate recordes de impopularidade, tenta demonstrar
que controla a situação.

Em Fortaleza, Parada pela Diversidade Sexual reivindica cidadania plena131

A 17ª Parada pela Diversidade Sexual de Fortaleza reúne neste domingo (13/11/2016) centenas de
pessoas na Avenida Beira Mar, em Fortaleza, para reivindicar cidadania plena para lésbicas, gays,
bissexuais e transexuais. Com o tema “Basta de close errado”, o evento, organizado pelo Grupo de
Resistência Asa Branca (Grab), enfatiza a exigência por igualdade de direitos.
“Esse tema tem o objetivo de fazer a denúncia dos closes errados, que são a tentativa de diminuição
dos direitos sociais, incluindo o direito à homossexualidade plena, e o combate às vulnerabilidades e às
violências estruturais. A parada celebra a diversidade, os direitos das comunidades LGBTs [Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros] e denuncia esse cenário, que torna cada vez
mais importante que haja políticas efetivas e concretas de combate a essas vulnerabilidades”, explica o
presidente do Grab, Francisco Pedrosa.
Na Avenida Beira Mar, um dos cartões-postais da capital cearense, os participantes da parada deram
voz ao tema do evento. A estudante Louisy Guardekey, junto a amigas, levaram cartazes pedindo respeito

130
10/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/paris-abre-1-centro-humanitario-para-receber-migrantes.html
131
13/11/2016 Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-11/em-fortaleza-parada-pela-diversidade-sexual-reivindica-cidadania

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ao público LGBT. Ela conta que tomou a iniciativa de se expressar durante o evento pelo fato de o pai ser
gay e sofrer preconceito com frequência.
“As pessoas demonstram preconceito quando riem e fazem piada com o modo dele de falar. A minha
relação com amigos, por conta disso, já foi bastante crítica, mas hoje eles já entenderam. Eu só espero
da sociedade mais igualdade.”

Mais de 18 milhões recebem tratamento para HIV no mundo, diz Unaids132

Mais de 18 milhões de pessoas estão recebendo tratamento para Aids atualmente, 1,2 milhão a mais
do que no final do ano passado, informou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids
(Unaids) nesta segunda-feira (21).
Em um relatório sobre a pandemia de Aids, que infectou 78 milhões de pessoas e matou 35 milhões
desde que teve início nos anos 1980, a Unaids disse que a intensificação consistente dos tratamentos fez
as mortes anuais relacionadas à Aids diminuírem 45 por cento, ou para 1,1 milhão, em 2015 -- o pico foi
de cerca de 2 milhões em 2005.
Mas agora que mais pessoas com o vírus vivem mais tempo, os desafios de cuidar delas à medida
que envelhecem, de evitar que o vírus se dissemine e de reduzir novas infecções são duros, afirmou a
Unaids, embora os remédios possam diminuir os níveis de vírus no sangue dos pacientes para quase
zero e reduzir significativamente o risco de transmiti-lo.
"O progresso que fizemos é notável, particularmente nos tratamentos, mas também é incrivelmente
frágil", disse o diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, por ocasião da publicação do relatório.
Com dados detalhados mostrando algumas das muitas complexidades da epidemia de HIV, o
documento revelou que as pessoas são especialmente vulneráveis ao vírus em certas épocas da vida. O
estudo pediu uma abordagem de "ciclo de vida" para oferecer ajuda e medidas preventivas a todas as
pessoas em todas as fases da vida.
À medida que as pessoas portadoras da HIV envelhecem, correm o risco de desenvolver efeitos
colaterais do tratamento para HIV, criando resistências aos medicamentos e necessitando de cuidados
para outras doenças, como tuberculose e hepatite C.
O relatório também citou dados da África do Sul que mostram que mulheres jovens que se infectam
com o vírus com frequência o recebem de homens mais velhos, e disse que a prevenção é vital para
acabar com a epidemia entre mulheres jovens e que o ciclo de infecção de HIV precisa ser interrompido.
"As mulheres jovens estão enfrentando uma ameaça tripla", disse Sidibé. "Elas têm alto risco de
infecção de HIV, taxas baixas de exame de HIV e pouca adesão ao tratamento".
O documento, que afirma que o número de pessoas com HIV recebendo remédios que salvam suas
vidas é de 18,2 milhões, também mostrou que o progresso rápido na obtenção de medicamentos para
Aids para os necessitados está tendo um impacto significativo no prolongamento de suas vidas.
Em 2015 havia 5,8 milhões de pessoas acima de 50 anos vivendo com HIV, mais do que nunca.
A Unaids disse que se as metas de tratamento forem alcançadas --a entidade pretende ter 30 milhões
de pessoas em tratamento até 2020-- esse número irá disparar.

Taxa de analfabetismo cai pelo quarto ano no Brasil, mas sobe na Região Norte133

A Taxa de analfabetismo entre brasileiros com 15 anos ou mais caiu pelo quarto ano consecutivo,
segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na manhã desta sexta-feira (25/11/2016). O índice foi estimado
em 8% da população (12,9 milhões de pessoas). Em 2014, ele ficou em 8,3%; em 2013, a taxa era de
8,5% e, em 2012, era de 8,7%.
Em todas as regiões do país a taxa de analfabetismo caiu, com exceção da Região Norte, onde ela
avançou de 9% para 9,1%, depois de quatro quedas seguidas. De acordo com os dados divulgados nesta
sexta, a Região Nordeste continua registrando a taxa mais alta de analfabetismo no país. O índice ficou
em 16,2% nos estados nordestinos, ante 16,6% na edição anterior da pesquisa.
A Pnad aponta que a taxa de analfabetismo varia conforme a idade dos adultos. Entre os jovens de 15
a 19 anos, a taxa registrada foi de 0,8%; já entre as pessoas com 60 anos ou mais, o índice de
analfabetismo sob para 22,3%, segundo as estimativas de 2015. Isso quer dizer que pelo menos um a
cada cinco idosos brasileiros não sabem ler nem escrever.

132
21/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/mais-de-18-milhoes-recebem-tratamento-para-hiv-no-mundo-diz-unaids.ghtml
133
25/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/taxa-de-analfabetismo-cai-pelo-quarto-ano-no-brasil-mas-sobe-na-regiao-norte.ghtml

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Analfabetismo funcional
A taxa de brasileiros considerados analfabetos funcionais – ou seja, que têm 15 anos ou mais de idade,
mas tiveram menos de quatro anos de estudo formal, caiu de 17,6% em 2014 para 17,1% em 2015. Nesse
caso, o índice caiu em todas as regiões, e a Região Nordeste é, mais uma vez, a que registrou a taxa
mais alta (26,6%, contra 27,1% no ano anterior).
Entre 2004 e 2015, os dados registram um crescimento de 20% na escolaridade média dos brasileiros
de 10 anos ou mais: em 2004, o número médio de anos de estudo das pessoas nessa faixa etária era de
6,5. Em 2015, essa média subiu para 7,8 anos. A Região Sudeste é a que tem a maior média de anos de
estudo (8,5), seguida pelo Sul (8,3), o Centro-Oeste (8,2), o Norte (7,3) e o Nordeste (6,7).

Escolaridade
Considerando a população com 25 anos ou mais de idade, o Brasil registrou um ligeiro aumento no
número de pessoas com diploma, e uma pequena redução no número de pessoas com ciclos de ensino
incompletos. O número de pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 11,7%
para 11,1%; o de pessoas com ensino fundamental incompleto caiu de 32% para 31,3%. Já a taxa de
pessoas com ensino médio incompleto era de 4,2% em 2014 e foi de 4,1% em 2015; e o número de
pessoas com ensino superior incompleto mudou de 3,9% para 3,8%.
Por outro lado, o número de brasileiros com 25 anos ou mais com ensino fundamental completo mudou
de 9,5% para 9,6%; o de pessoas com ensino médio completo foi de 25,5% para 26,4%, e a população
com diploma do ensino superior foi de 13,1% para 13,5%.

Frequência escolar
Entre as crianças e adolescentes em idade escolar, a Pnad mostrou que, depois de três anos de
estagnação, voltou a crescer ligeiramente a taxa de escolarização da população de 15 a 17 anos. A taxa
foi de 84,2% em 2012, 84,3% em 2013 e 84,3% em 2014. Em 2015, ela foi para 85%.
Já entre as crianças de 4 e 5 anos, a taxa de escolarização avançou de 82,7% para 84,3% entre a
Pnad 2014 e a Pnad 2015.
De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), os estados e municípios deveriam garantir, até
o final de 2016, que 100% das crianças e adolescentes dessas duas faixas etárias estejam matriculados
na escola. Porém, o governo federal já anunciou que não será possível cumprir essa meta.
Em relação às crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização pouco mudou: era de
98,5% em 2014 e foi para 98,6% em 2015.

Rede pública x rede privada


Os dados da pesquisa do IBGE divulgados nesta sexta mostram que três quartos dos estudantes com
quatro anos ou mais de idade estão matriculados na rede pública de ensino. O número é mais alto no
ensino básico: do total da população matriculada na escola, 85,3% dos alunos do ensino fundamental
estudam em escolas públicas; o mesmo vale para 88,1% dos estudantes do ensino médio.

População parda quase se iguala à branca no país, segundo Pnad134

O percentual da população que se autodeclara parda no país quase se igualou à de brancos, segundo
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, divulgada nesta sexta-feira
(25/11/2016) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2015, a população residente era composta por 45,2% de pessoas de cor branca, 45,1% de pardos
e 8,9% de pretos. Segundo a Pnad, não houve alteração significativa dessa distribuição quando
comparada à do ano anterior, mas, desde 2004, houve redução da população branca e aumento das
demais.
A partir de 2006, a participação da população branca passou a ser inferior à das populações parda e
preta em conjunto. “Em 2015, a participação da população parda praticamente se igualou à da branca”,
diz o estudo.
Em números absolutos, eram 92,636 milhões de brancos, 92,310 milhões de pardos e 18,153 milhões
de pretos que se autodeclararam assim, em 2015.
Conforme a Pnad, 76,7% da população da região Sul declarou-se de cor branca. Essa proporção foi
de 21,2% no Norte e de 26,4% no Nordeste. Nestas regiões, a maioria se declarou parda, com 70,2% e
62,0%, respectivamente.

134
25/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/populacao-parda-quase-se-iguala-branca-no-pais-segundo-pnad.html

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. 184
Em todas as regiões, o percentual de mulheres que se declararam brancas foi superior ao de homens
brancos. No Brasil, 46,4% das mulheres e 44,0% dos homens se declararam brancos.

População
Segundo os dados da Pnad, a população residente no Brasil foi estimada em 204,9 milhões de pessoas
em 2015, um crescimento de 0,8% em comparação com o ano anterior, ou 1,7 milhão de pessoas a mais.
Os maiores aumentos ocorreram nas regiões Norte (1,4%) e Centro-Oeste (1,5%). O Sudeste possui a
maior população, de 85,9 milhões de pessoas (41,9% do total).
A Pnad também constatou o envelhecimento da população, com a redução nas faixas até 24 anos de
idade. A partir do grupo de 25 a 39 anos de idade, houve crescimento, em especial da população de 60
anos ou mais de idade, que, em 2004, era de 9,7% e, em 2015, atingiu 14,3%.
Sudeste e Sul registraram os maiores percentuais de idosos (15,7% e 16%, respectivamente), e o
Norte, o menor (10,1%).
Em 2015, as mulheres representavam 51,5% (105,5 milhões), enquanto os homens, 48,5% (99,4
milhões). A única região em que os homens alcançaram uma proporção maior que a das mulheres foi a
Norte (49,6% para as mulheres e 50,4% para os homens).
As mulheres são maioria nos grupos de idade mais altas, e os homens, nas mais baixas. Até o grupo
de 20 a 24 anos de idade, os homens eram 19% do total da população residente (23,4% em 2004), e as
mulheres, 18,2% (22,9% em 2004).
A partir dos 25 anos de idade, a situação se inverte. Em 2015, as mulheres de 60 anos ou mais de
idade correspondiam a 8% da população total (5,4% em 2004), enquanto os homens representavam 6,3%
(4,3% em 2004).

Avião da Chape cai, e autoridades informam: 71 mortos e 6 sobreviventes135

Uma tragédia no futebol mundial e especialmente brasileiro. O avião que transportava a delegação da
Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional fez um
pouso forçado na madrugada desta terça-feira na região de Antióquia, em gravíssimo acidente na
Colômbia. Segundo informações do chefe da polícia colombiana, José Acevedo, 71 pessoas morreram e
seis sobreviveram. O zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel e o goleiro Follmann estão entre os
sobreviventes, sendo que Follmann teve uma perna amputada. Os outros três que escaparam vivos da
tragédia são o jornalista Rafael Henzel e dois integrantes da tripulação: Ximena Suárez e Erwin Tumiri. O
goleiro Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas de acordo com informações do SporTV, não resistiu.
Inicialmente, as autoridades informaram que eram 75 mortos, mas quatro pessoas não chegaram a
embarcar.
A delegação da Chapecoense saiu de Guarulhos para a Bolívia em voo comercial com 72 passageiros
e nove tripulantes. Após escala técnica, deixou Santa Cruz de La Sierra em direção a Medellín. Quando
sobrevoava as cidades colombianas de La Ceja e Abejorral, perdeu contato com a torre de controle do
aeroporto José Maria Córdova. A causa do acidente teria sido uma pane elétrica. De acordo com a
imprensa local, o piloto teria liberado combustível para evitar explosão após o pouso forçado.
A delegação viajaria diretamente para Medellín em um voo fretado, o que foi desautorizado pela
Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Assim sendo, o time foi forçado a mudar seus planos e
embarcar primeiro para São Paulo. De lá, pegou o voo para a cidade colombiana.
O local da queda do avião é de difícil acesso. Além disso, o mau tempo na região metropolitana de
Medellín, além da baixa temperatura - 5º C durante a madrugada, atrapalhou ainda mais o resgate. Dois
helicópteros da força aérea do país sobrevoam a área para auxiliar no trabalho das equipes de resgate.
De acordo com informações fornecidas pelo aeroporto José Maria Córdova, a aeronave perdeu contato
com a torre de controle às 21h33 locais (0h33 de Brasília) e caiu às 22h15 (01h15 de Brasília).
"O Comitê Operativo de Emergência do aeroporto José Maria Córdova informa que às 10 horas da
noite uma aeronave com matrícula CP2933 proveniente de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, da
empresa Lamia Corporation, com matrícula boliviana se declarou em emergência entre o município de
Ceja e La Union, a aeronave se declarou com falhas elétricas, segundo foi informado a Torre de Controle
da Aeronáutica".
Devido ao difícil acesso e às condições climáticas de baixa visibilidade, está sendo difícil o trabalho de
resgate dos feridos. Autoridades locais pedem aos moradores da região que possuam camionetes 4x4
que auxiliem na busca das vítimas. Residentes dos arredores dizem não ter ouvido estrondos de queda.

135
29/11/2016 Fonte: http://globoesporte.globo.com/sc/futebol/times/chapecoense/noticia/2016/11/imprensa-colombiana-diz-que-aviao-que-transporta-chape-esta-
desaparecido.html

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. 185
Em nota oficial, a Conmebol suspendeu todas as atividades envolvendo a Confederação, inclusive a
partida, duelo de ida pela final da Sul-Americana, que estava marcada para quarta-feira às 21h45 (de
Brasília) em Medellín.

“A Confederação Sul-Americana de Futebol confirma que há sido notificada por autoridades


colombianas que o avião em que viajava a delegação do Atlético Chapecoense do Brasil sofreu um
acidente em sua chegada à Colômbia. Estamos em contato com as autoridades e à espera de
informações oficiais. A família Conmebol lamenta enormemente o ocorrido. Todas as atividades da
Confederação ficam suspensas até novo aviso.”

Confira a lista dos jogadores que viajaram para a Colômbia


Jogadores
Goleiros: Danilo e Follmann;
Laterais: Gimenez, Dener, Alan Ruschel e Caramelo;
Zagueiros: Marcelo, Filipe Machado, Thiego e Neto;
Volantes: Josimar, Gil, Sérgio Manoel e Matheus Biteco;
Meias: Cleber Santana e Arthur Maia;
Atacantes: Kempes, Ananias, Lucas Gomes, Tiaguinho, Bruno Rangel e Canela.

Comissão técnica
Treinador - Caio Júnior
Auxiliar técnico - Duca
Preparador Físico - Anderson Paixão
Preparador de Goleiros - Boião
Fisiologista - Cezinha
Médico - Dr. Marcio
Fisioterapeuta - Rafael Gobbato
Analista de Desempenho - Pipe Grohs

Veja abaixo a lista com os profissionais de imprensa que estavam no voo:


Victorino Chermont (FOX), Lilacio Pereira Jr. (FOX), Rodrigo Santana Gonçalves (FOX),Deva
Pascovicci (FOX), Mário Sérgio (FOX), Paulo Julio Clement (FOX), Guilherme Marques (TV Globo),
Guilherme Van der Laars (TV Globo), Ari de Araújo Jr. (TV Globo), Laion Espíndola (GloboEsporte.com),
Giovane Klein Victória (RBS), André Podiacki (RBS), Bruno Mauri da Silva (RBS), Djalma Araújo Neto
(RBS), Gelson Galiotto (Rádio Super Condá), Edson Luiz Ebeliny (Rádio Super Condá), Fernando
Schardong, Douglas Dorneles (Rádio Chapecó), Jacir Biavatti, Renan Agnolin (Rádio Oeste Capital).

Questões

01. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.

02. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.

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. 186
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”)
encarregados da contratação.
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.

Gabarito

01.E / 02.D

Comentários

01. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

02. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>

Educação
saúde
Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com
deficiência136

Instituição vai oferecer 5% de vagas adicionais para o público, além das que já são ofertadas
normalmente. Decisão valerá para os processos de graduação e de pós-graduação a partir de 2019.
A Universidade Estadual da Bahia (Uneb) terá sistema de cotas para transexuais, travestis,
transgêneros, quilombolas, ciganos e portadores de deficiência, transtorno do espectro autista e altas
habilidades.

136
G1 BA. Uneb terá cotas para trans, ciganos, portadores de transtorno do espectro autista e pessoas com deficiência. G1 Bahia.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2018/07/23/uneb-tera-cotas-para-trans-ciganos-portadores-de-transtorno-do-espectro-autista-e-pessoas-com-
deficiencia.ghtml. Acesso em 24 de julho de 2018.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 187
De acordo com as informações divulgadas pela instituição nesta segunda-feira (23/07), a decisão foi
tomada pelo Conselho Universitário (Consu) e começa a valer a partir de 2019, em todos os processos
de graduação e de pós-graduação da universidade.
Segundo a Uneb, serão oferecidos 5% de vagas adicionais para cada um dos grupos, além das que
já são ofertadas para os demais. Dessa forma, as novas cotas não devem alterar o percentual ofertado
aos não cotistas.
Atualmente, a instituição oferece 40% das oportunidades para negros e 5% para indígenas, além das
vagas de ampla concorrência, para quem não integra o sistema de cotas, que, segundo a instituição,
corresponde a 60%.
Ainda conforme a Uneb, para concorrer às cotas, assim como nos demais grupos, os candidatos das
novas cotas devem ter cursado todo o segundo ciclo do ensino fundamental e o ensino médio
exclusivamente em escola pública, além de terem renda familiar mensal de até quatro salários mínimos.

Uneb
Fundada em 1983, a Uneb é mantida pelo Governo do Estado por intermédio da Secretaria da
Educação (SEC). A instituição possui 29 departamentos instalados em 24 campi: um sediado em
Salvador, onde se localiza a administração central, e os demais distribuídos em 23 importantes municípios
baianos de porte médio e grande, como Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista e Barreiras.
Atualmente, segundo o site da instituição, mais de 150 opções de cursos e habilitações nas
modalidades presencial e de educação a distância (EaD) são ofertados pela universidade, nos níveis de
graduação e pós-graduação.
Além dos campi, a Uneb está presente na quase totalidade dos 417 municípios do estado, por
intermédio de programas e ações extensionistas em convênio com organizações públicas e privadas, que
beneficiam milhões de cidadãos baianos, a maioria pertencente a segmentos social e economicamente
desfavorecidos e excluídos. Entre eles, a alfabetização e capacitação de jovens e adultos em situação de
risco social; educação em assentamentos da reforma agrária e em comunidades indígenas e quilombolas;
projetos de inclusão e valorização voltados para pessoas com deficiência, da terceira idade, LGBT.
A Uneb desenvolve também importantes pesquisas em todas as regiões em que atua. Alguns projetos
trazem a marca da vanguarda acadêmica, a exemplo dos trabalhos nas áreas de robótica e de jogos
eletrônicos pedagógicos. O corpo discente da instituição é estimulado a participar das pesquisas por meio
de programas de iniciação científica e de concessão de bolsas de monitoria.

Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC137

Valor máximo que um contrato de financiamento poderia ter era de R$ 30 mil por semestre; mas, a
partir do segundo semestre, ele vai ser 40% maior, para R$ 42 mil por semestre, ou R$ 7 mil por mês.
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) voltou a aumentar o limite máximo do valor de
mensalidades para estudantes poderem fechar um contrato de financiamento, segundo anunciou nesta
quarta-feira (06/06) o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva. Em entrevista a jornalistas em
Brasília, ele divulgou as mudanças aprovadas na reunião desta terça (05/06) pelo Comitê Gestor do Fies,
composto por representantes de vários ministérios.
A partir do segundo semestre, a adesão dos estudantes vai contemplar cursos com mensalidades de
até R$ 7 mil, ou R$ 42 mil por semestre. No primeiro semestre, o limite era de R$ 30 mil, o que permitia
que apenas cursos com mensalidade de até R$ 5 mil pudessem participar do financiamento. Segundo
Rossieli, isso acabou excluindo estudantes interessados em cursos de medicina.
Conhecido como "teto da semestralidade", esse limite de R$ 42 mil já existia no antigo modelo do Fies,
mas foi reduzido no lançamento do Novo Fies, segundo ele, em nome da "sustentabilidade" do programa.
Reportagem do G1 com dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação mostrou que, em fevereiro,
54% dos contratos do Fies que já estavam na fase de amortização (pagamento por parte dos
estudantes) tinham pelo menos um dia de atraso no pagamento de parcelas.
De acordo com o ministro, as mudanças anunciadas nesta terça valem apenas para a modalidade 1
do Novo Fies e para o segundo semestre. As inscrições começam em julho, ainda sem data definida.
No primeiro semestre, o ministro disse que 35.866 estudantes fecharam novos contratos de
financiamento do Fies 1, e outros 16.351 estão em fase de tramitação do contrato para vagas
remanescentes. O prazo para o fechamento dos contratos termina no dia 25/06. Segundo o MEC, o Novo
Fies, na modalidade 1, tem verba para cerca de 100 mil novas vagas no ano de 2018, incluindo os dois

137
G1. Fies vai voltar a atender cursos com mensalidade de até R$ 7 mil, anuncia MEC. G1 Educação. <https://g1.globo.com/educacao/noticia/fies-vai-voltar-a-
atender-cursos-com-mensalidade-de-ate-r-7-mil-anuncia-mec.ghtml> Acesso em 07 de junho de 2018.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 188
semestres. Considerando todas as três modalidades, 155 mil novos contratos já foram fechados no
primeiro semestre, e a estimativa é oferecer 310 mil vagas neste ano.

'Travas' para garantir sustentabilidade

Rossieli explicou que as mudanças fazem parte do processo de "implantação" do Novo Fies. "A gente
queria inclusive testar o novo modelo, a gente está em um processo de implantação", disse ele.
"A gente veio de um cenário catastrófico, ponto. Para termos segurança de avanço, tem que ter
sustentabilidade", afirmou Rossieli.
O ministro diz que o retorno ao teto da semestralidade voltou ao patamar anterior depois que o comitê
gestor observou que, com outras medidas de controle dos valores dos contratos, o Novo Fies pode manter
a sustentabilidade.
Segundo ele, a nova obrigação para as instituições de ensino cobrarem do aluno do Fies o valor
mínimo cobrado na turma em que ele estuda foi o principal mecanismo introduzido pelo Novo Fies para
evitar abusos por parte das faculdades privadas.
De acordo com informações divulgadas pelo MEC, como os estudantes financiados pelo Fies eram
uma garantia de pagamento em dia das mensalidades, já que quem paga é o governo federal, muitas
instituições se aproveitaram disso para cobrar desses estudantes uma mensalidade mais alta do que os
demais alunos daquela mesma turma do mesmo curso, que Rossieli diz ser uma "mensalidade
artificializada para aumentar o lucro de instituições".

Inclusão de mais cursos de medicina

"O valor mínimo por turma funcionou bem, isso traz sustentabilidade de forma muito mais clara",
explicou ele. Por isso o comitê decidiu aumentar o teto do valor da semestralidade, o que deve aumentar
o número de contratos de financiamento de estudantes cursando medicina.
Segundo Rossieli, o comitê considera que a mudança pode contemplar cursos que têm valores mais
altos para todos os alunos – e não só para os alunos financiados pelo governo federal, principalmente os
de medicina.
"Atende uma demanda para cursos mais caros, como medicina, para valores que estavam mais
adequados ao mercado."

Novo limite de financiamento mínimo

Outra novidade anunciada pelo MEC nesta terça é um limite mínimo para que o financiamento do Novo
Fies seja concretizado. A partir do segundo semestre, todos os contratos deverão cobrir pelo menos 50%
do valor total da mensalidade do estudante.
Segundo Rossieli, esse valor não tinha limite mínimo e chegou a ser de apenas 8%, dependendo a
renda familiar do estudante e do custo da faculdade.
"Se o curso custar R$ 10 mil e você pedir o financiamento, você vai ter no mínimo [financiamento de]
R$ 5 mil reais. Se o menino for mais pobre, tiver mais necessidade, pode chegar a 60%, 70%", explicou
o ministro.
Apesar de essa última mudança valer para o segundo semestre, estudantes que já fecharam contrato
no primeiro semestre vão ter a opção de aumentar a porcentagem do financiamento quando renovarem
o contrato a partir do próximo semestre.

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. 189
Disciplinas, carga horária e impacto no Enem: veja o que deve mudar com a base curricular do
ensino médio138

A última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio foi entregue pelo
Ministério da Educação ao Conselho Nacional de Educação (CNE) na tarde desta terça-feira (03/04).

Abaixo, veja as principais questões sobre a medida e, na sequência, o que já se sabe sobre seus
impactos:

Qual a relação com a BNCC já aprovada em dezembro?


Esta é a segunda etapa na definição das diretrizes de tudo o que deve ser obrigatoriamente ensinado
nas escolas de todo Brasil: a primeira etapa foi concluída com a finalização da base específica para o
ensino infantil e fundamental, que deve ser implementada até 2020.
Agora, a atual versão da BNCC do ensino médio vai passar por audiências e debates antes de o texto
ser finalizado. Depois disso, ele será votado no Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologado
pelo ministério da Educação.

Quando a BNCC vai sair do papel?


Ainda não existe um prazo definido. Segundo Eduardo Deschamps, presidente do CNE, na próxima
semana os conselheiros se reunirão para definir o cronograma.
A BNCC referente à educação infantil e ao ensino fundamental, que foi entregue ao CNE em abril de
2017, só foi aprovada oito meses depois, em dezembro. Agora, um comitê especial do MEC orienta a
implementação da nova Base Curricular do ensino infantil e fundamental nas escolas até 2020.

O Enem vai mudar?


Sim, o MEC trabalha com a necessidade de futuras adequações no exame. Porém, segundo o ministro
da Educação, Mendonça Filho, qualquer mudança no Enem só deve ocorrer a partir de 2020.
"O processo de adaptação do Enem, respeitando toda essa concepção estabelecida da Base
Curricular do ensino médio, será gradual, e certamente só a partir de 2020 em diante", afirmou o ministro.

Qual a relação da BNCC com a reforma instituída via MP por Temer?


A reforma foi um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio implementadas via Medida
Provisória. Elas foram apresentadas pelo governo federal em 22 de setembro de 2016. A reforma
flexibilizou o conteúdo que será ensinado aos alunos, mudou a distribuição do conteúdo das 13 disciplinas
tradicionais ao longo dos três anos do ciclo e deu novo peso ao ensino técnico.
Entretanto, para entrar de fato em vigor, a reforma precisa da BNCC para apontar a diretriz do que se
espera que os alunos aprendam, para que, no passo seguinte, estados, municípios e a rede privada
elaborem seus currículos.

Essa é a versão final da BNCC?


Não. A versão apresentada pelo MEC é a terceira desde o início do processo de elaboração, mas
ainda não é final: ela ainda precisa ser analisada e votada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE),
que já confirmou que realizará audiências pelo Brasil para ouvir as contribuições da sociedade. Porém,
alterações e emendas podem ser feitas, mas a versão não pode ser completamente reelaborada.

A BNCC funciona como currículo para as escolas?


Não. A Base, segundo o próprio documento, é uma "referência nacional comum e obrigatória para a
elaboração dos seus currículos e propostas pedagógicas". Ela não se trata do currículo escolar.
O currículo é definido em cada escola e as competências e habilidades previstas na BNCC devem
preencher 60% da carga horária do ensino médio.

Há disciplinas que deixarão de ser obrigatórias no ensino médio?


A rigor, nenhuma. A BNCC prevê que apenas matemática e língua portuguesa sejam disciplinas
obrigatórias nos três anos da etapa final da educação básica. A regra, porém, não é nova. Apesar de os
adultos de hoje terem tido aulas de química, história, geografia, biologia e física em todos os anos do

138
MARQUES, M. MORENO, A. C. Disciplinas, carga horária e impacto no Enem: veja o que deve mudar com a base curricular do ensino médio. G1 Educação.
Disponível em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/com-base-curricular-do-ensino-medio-so-portugues-e-matematica-serao-obrigatorios-nos-tres-anos-e-enem-
pode-mudar-a-partir-de-2020.ghtml> Acesso em 04 de abril de 2018.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 190
ensino médio (ou do antigo colegial), essas matérias nunca tiveram seu ensino obrigatório por lei. A
prevalência dessas aulas é, em parte, explicada pelos conteúdos exigidos nos vestibulares.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) sempre manteve como obrigatórias, nos três anos do ensino médio,
apenas língua portuguesa e matemática. Entre as demais disciplinas, as únicas que também já eram
obrigatórias, mas não necessariamente em todos os anos, são artes, educação física, língua estrangeira
e história e cultura afro-brasileira e indígena.
Com a divulgação da última versão da BNCC pelo Ministério da Educação, a novidade é que
competências e habilidades das áreas de ciências humanas e da natureza também passam a ser
oficialmente obrigatórias no ensino médio.
Apesar de as escolas não serem obrigadas a oferecer essas disciplinas em todos os três anos, elas
podem fazê-lo, desde que cumpram os requisitos obrigatórios, como a aplicação dos conteúdos da BNCC
na carga horária mínima exigida.

Qual a carga horária prevista pela BNCC?


O documento prevê que as três mil horas do ensino médio sejam divididas em duas partes: 1.800
horas para os conteúdos das quatro áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências humanas
e ciências da natureza), e 1.200 para os itinerários formativos, onde cada escola poderá se aprofundar
em uma ou mais áreas.
"Itinerários formativos serão desenvolvidos pelos estados e escolas. O MEC não fará a definição de
itinerários, mas sim, um guia de orientação para apoiar estados e municípios", afirmou Maria Helena
Guimarães de Castro, secretária executiva do MEC.

Ensino médio em tempo integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta Censo Escolar
2017139

Censo Escolar 2017 mostra aumento de 1,5 ponto percentual no total de adolescentes que têm jornada
de sete horas nas escolas.
O total de alunos do ensino médio matriculados em escolas de tempo integral aumentou 1,5 ponto
percentual entre 2016 e o ano passado, de acordo com o Censo Escolar 2017. Ao todo, são 7,9% de
alunos nessa modalidade de ensino. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31/01) pelo Ministério
da Educação (MEC).
O número ainda está abaixo da meta do governo, que pretende aumentar a porcentagem de vagas em
tempo integral para 13% até 2018, investindo R$ 1,5 bilhão até o fim da gestão. É considerada escola em
tempo integral aquela na qual o estudante passa uma média de sete horas diárias em aulas ou atividades.
Aumentar o tempo de permanência dos jovens na escola é um dos objetivos da reforma do ensino
médio, instituída por meio de medida provisória e sancionada pelo presidente Michel Temer em fevereiro
de 2017.
“O ensino integral reflete a prioridade do MEC. Claro que a escola nunca será integral para todo mundo,
tem aluno que precisa trabalhar. Mas é um papel importante oferecer alternativas para que eles não
abandonem a escola no primeiro ano, que cheguem até o final", afirma Maria Helena Guimarães de
Castro, secretária-executiva do MEC e ministra interina da Educação.

Ensino médio em tempo integral

Veja a expansão entre 2011 e 2017 da taxa de matrículas no ensino médio de pelo menos sete horas
diárias

139
LARISSA BATISTA. Ensino Médio em Tempo Integral alcança 7,9% dos alunos no Brasil, aponta censo escolar 2017. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/ensino-medio-em-tempo-integral-alcanca-79-dos-alunos-no-brasil-aponta-censo-escolar-2017.ghtml> Acesso em 01 de
fevereiro de 2018.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


. 191
No ensino fundamental, a porcentagem de alunos matriculados no ensino integral subiu para 13,9%.
Em 2016, ano que houve uma queda nesse indicador, o percentual era de 9,1%.

Queda nas matrículas do ensino médio

De acordo com o Censo, em 2017, havia 48,6 milhões de matrículas nas 184,1 mil escolas de
educação básica no Brasil. Dentro desse grupo, são 7,9 milhões de matrículas no ensino médio.
O levantamento aponta que o total de matrículas nessa etapa de ensino segue a tendência de queda
observada nos últimos anos, que se deve a duas questões: menos alunos entraram no ensino
fundamental (a matrícula do 9º ano teve queda de 14,2% de 2013 a 2017) e menos estudantes foram
reprovados. Esse último fato faz com que haja uma melhoria no fluxo no ensino médio - a taxa de
aprovação subiu 2,8 pontos percentuais de 2013 a 2017.
"Um número muito elevado de alunos que concluem o nono ano nem se matriculam no ensino médio.
Então essa etapa continua sendo o gargalo." - Maria Helena
"Por isso, a prioridade da agenda do governo foi uma série de ações, como a base comum curricular,
que vai melhorar esse quadro. Essas políticas apresentarão resultado mais para frente, mas são
fundamentais para que o aluno não desista do ensino médio", diz a secretária-executiva do MEC.
Apesar da queda no ensino médio geral, as matrículas nos cursos técnicos de nível médio da rede
pública apresentaram um crescimento de 2,2% no último ano.

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. 192
Censo 2017 - matrículas no ensino médio

Luta contra o abandono


A manutenção dos alunos nesta etapa do ensino é um dos desafios para o país, que enfrenta nesta
década taxas de evasão acima de 12%, conforme estudo revelado no ano passado.
O Censo Escolar 2017 mostra que a taxa de distorção idade-série do ensino médio é de 28,2%,
permanecendo em patamar elevado – em 2016, o percentual era de 28,0%. A chamada distorção ocorre
quando jovens que já deveriam ter concluído a etapa ainda permanecem em busca do diploma.
A secretária-executiva do MEC criticou o alto índice de reprovação dos alunos brasileiros. "As crianças
que serão reprovadas terão uma enorme dificuldade de continuar na escola e ter prazer em aprender, ter
curiosidade, porque a escola continuará usando o mesmo livro", disse. "Então é inútil reprovar se a
dinâmica da escola vai se manter a mesma. Isso é um fracasso da escola."
De acordo com dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 53%
dos jovens brasileiros estavam matriculados no ensino médio em 2015, enquanto a média dos países da
OCDE é de 95%.
A estimativa é que mais de 1,5 milhão de jovens de 15 a 17 anos estejam fora da escola. Ao todo, o
Brasil tem cerca de 2,5 milhão de crianças fora das salas de aula.

Cai total de docentes no ensino médio


Um número maior de adolescentes matriculados no ensino médio de tempo integral não significa que
eles passarão mais tempo dentro das salas de aula. As atividades previstas para a “jornada estendida”
também não necessariamente serão orientadas por professores.
Entre 2016 e 2017, o ensino médio brasileiro viu, na prática, que houve redução de 1,9% no número
de docentes. Atualmente, esse grupo tem 509,8 mil professores, sendo que 77,7% atuam na rede
estadual de educação e 20,2% dão aulas em escolas particulares.
A maioria, nessa etapa de ensino, é formada por mulheres (59,6%) e 52,9% têm mais de 40 anos de
idade. Mas 6,5% dos professores do ensino médio ainda não têm o nível superior completo e 13,2% não
possuem licenciatura. De acordo com os dados do Censo Escolar 2017, 3,9% dos professores no ensino
médio estão, atualmente, cursando o nível superior.

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. 193
Formação de professores do ensino médio em 2017

As parcelas de docentes do ensino médio que são formados na disciplina que lecionam são menores
em sociologia (27,1%), artes (41,1%), física (42,6%) e filosofia (44,22%). Nesses quatro componentes
curriculares, os professores estudaram outro campo do conhecimento, e não o que ensinam aos alunos.
Para reverter o quadro, a aposta do ministério é a oferta de cursos a distância ou semi presenciais. "O
MEC está ampliando a oferta de matrículas na Universidade Aberta do Brasil, para que os professores
tenham a chance de fazer ou a distância ou em curso semi presencial os cursos de formação superior
assim eles complementem a formação de casos de professores que não atuam na área pela qual foram
formados", afirma Maria Helena.

Escolas particulares x escolas públicas


O Censo Escolar 2017 mostra que os municípios são responsáveis por 61,3% das escolas brasileiras
– o equivalente a 112,9 mil instituições de ensino. As estaduais representam 16,6% e as federais, 0,4%.
A porcentagem de colégios privados apresentou um pequeno aumento entre 2016 e 2017: foi de 21,5%
para 21,7% das escolas de educação básica.
Considerando as etapas de ensino oferecidas pelas instituições, percebe-se que a maior parte delas
tem vagas nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). O ensino médio, por outro lado, só está
disponível em 28.558 escolas – 15,5% do total:

Número de escolas que oferecem cada etapa de ensino (2017)

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Sobre as matrículas, 0,8% dos alunos estão em escolas federais, 33,4% em estaduais, 47,5% em
municipais e 18,3% em particulares.

Professores na educação infantil e no fundamental


Analisando a formação dos professores na educação infantil, 6,2% deles estudaram até o ensino
fundamental e 18,1% não terminaram nem o ensino médio. Apenas 65,9% fizeram a licenciatura e 1,2%,
o bacharelado. Outros 8,5% estão na universidade, segundo o Censo.

Formação de professores da educação infantil em 2017

No ensino fundamental, 3,7% dos docentes não terminaram o ensino médio e 5% estudaram só até
essa etapa. Existem ainda 6% que estão na faculdade e 85,3% formados na universidade.
Sobre as disciplinas, o Censo aponta que língua estrangeira têm apenas 42% dos professores com
formação adequada na área. Em 23,7% dos casos, os docentes desse componente curricular não
possuem sequer ensino superior completo.

Inclusão escolar
Entre 2013 e 2017, o número de matrículas de alunos com deficiência nas escolas cresceu 22,7%:
saltou de 639.888 para 827.243 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos. A pesquisa inclui também
estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
Em 2013, 14,5% deles estavam em salas especiais, reservadas apenas para pessoas com deficiência.
No ano passado, o índice caiu para 9,1% - ou seja, 90,9% desses alunos estão estudando em classes
comuns, em que há, juntas, crianças com e sem necessidades educativas especiais.
É importante ressaltar, no entanto, que a inclusão escolar abrange mais do que a presença desses
estudantes na escola: é necessário que haja uma política de atendimento a elas, com materiais didáticos
adaptados, professores com formação adequada e acessibilidade na infraestrutura dos prédios.
Cresceu também a parcela de alunos com deficiência que usufruem do chamado atendimento
educacional especializado – um direito deles, reservado por lei, de ir à escola no contraturno para receber
um atendimento específico.
Uma criança que estude na turma comum pela manhã, por exemplo, pode ir à tarde para a escola e
ter um tempo reservado para desenvolver trabalhos relacionados à deficiência, como melhoria da
coordenação motora, socialização, etc. Em 2013, 35,2% dos alunos com necessidades educativas
especiais estavam em classes comuns e frequentavam a sala de atendimento especializado. No ano
passado, o índice subiu para 40,1%.

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É interessante notar que os municípios com menores porcentagens de matrículas de crianças com
deficiência estão no Sul e no Sudeste. No Paraná, por exemplo, 16,5% das cidades possuem menos da
metade dos alunos de 4 a 17 anos desse grupo em classes comuns.
Analisando a porcentagem das crianças e adolescentes com deficiência nas salas comuns, por etapa
de ensino, temos os seguintes resultados, de acordo com o Censo:

Porcentagem de alunos com deficiência matriculados em salas comuns

Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em
universidades140

Levantamento do G1 mostra a expansão de vagas do sistema do MEC, que desde 2010 usa a nota do
Enem para selecionar candidatos para cada vez mais vagas no ensino superior público.
Criado depois da reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, o Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) ganhou, em menos de uma década, o status de maior aglutinador de vagas em
graduação nas instituições públicas do país. Entre 2010 e 2016, o número de vagas que as universidades,
institutos e faculdades federais e estaduais decidiram destinar ao sistema cresceu mais de quatro vezes,
e a concentração do total de vagas ofertadas no ensino superior público do Brasil no Sisu saltou de 10,7%
para 43%.
Nesta terça, o Sisu 2018 do primeiro semestre abriu as inscrições para 239.601 vagas em 130
instituições.
O levantamento foi feito pelo G1 a partir de dados divulgados ano a ano pelo Ministério da Educação
e informações das edições do Censo da Educação Superior de 2010 e 2016, ano dos dados mais recentes
disponíveis.

140
MORENO, ANA CAROLINA. Sisu cresce quatro vezes em sete anos e concentra quase metade das vagas públicas em universidades. G1 Educação. Disponível
em: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-universidades.ghtml>
Acesso em 23 de janeiro de 2018.

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. 196
A evolução do Sisu

Em 2010, as 47.913 vagas oferecidas por meio do Sisu representaram 10,7% do total de 445.337
vagas oferecidas por vestibular ou outros processos seletivos de todos os cursos presenciais em
universidades públicas, segundo os dados do Censo da Educação Superior.
Entre 2010 e 2016, as instituições públicas haviam expandido seu número total de vagas oferecidas
para 529.239, um aumento de 18,8%. Mas, nesse mesmo período, a expansão de vagas do Sisu foi de
376%. Na edição do primeiro semestre de 2016, o Sisu reuniu 228.071 vagas, ou seja, 43,1% do total de
novas vagas oferecidas no ensino superior público em todo o país.

Histórico do Sisu

Fonte: <https://g1.globo.com/educacao/noticia/sisu-cresce-quatro-vezes-em-sete-anos-e-concentra-quase-metade-das-vagas-publicas-em-
universidades.ghtml>

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Distribuição de vagas
Nesta edição, são 100 instituições federais participantes, e 30 estaduais. De acordo com o MEC, as
instituições aumentaram o número de vagas oferecidas, mas reduziram o número de cursos com os quais
aderiram ao sistema. O estado com o maior número de vagas oferecidas é Minas Gerais, que responde
por 30.381 vagas, ou 12,7% do total do Sisu. Rondônia, com 328, e Roraima, com 886 vagas, são os
estados com a menor oferta neste semestre.
Atualmente, segundo dados do MEC, só duas universidades federais não participam do Sisu: a
Universidade Federal de Rondônia (Unir) e a Universidade Federal do Oeste do Pará. "Ele é por adesão
e não é obrigatório. Das nossas 63 universidades federais, por exemplo, atualmente 61 já ofertam vagas",
explicou Fernando Bueno, coordenador-geral de Programas de Ensino Superior do MEC, em dezembro,
quando a nova edição foi anunciada.
"Cada instituição tinha o seu vestibular, em uma data diferente. (...) Às vezes havia coincidência de
datas e o candidato tinha que optar por um ou por outro. O Sisu veio para unificar."

Cotas raciais e sociais


Das 239 mil vagas oferecidas pelo Sisu 2018, 121.266 (ou 50,6%) estão reservadas para alguma
modalidade de cota social ou racial. São 103.897 vagas que seguirão a Lei Federal de Cotas, obrigatória
apenas para as instituições federais, e 17.369 vagas de outras políticas de ação afirmativa que tanto as
instituições federais quanto as estaduais têm liberdade para criar.
A USP, por exemplo, vai oferecer 2.745 vagas em 102 cursos pelo Sisu; dessas, 2.322 são destinadas
a ações afirmativas, o que representa 84,5% do total.
O estado com o maior número de vagas reservadas para algum tipo de cota é Santa Catarina, com
60,8% do total. O Piauí, com 41,9% das vagas destinadas às ações afirmativas, é o estado com a menor
porcentagem. As instituições federais são obrigadas por lei a destinar pelo menos 50% de suas vagas a
cotistas, somando todas as vagas oferecidas, incluindo as do Sisu e as do vestibular tradicional.

Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz
IBGE141

Taxa geral de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Entre as pessoas autodeclarados pretas ou
pardas, índice é de 9,9%, e de 4,2% entre as brancas.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) aponta que, em 2016, a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em 2015, 8% dos
brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD). Naquele ano, o total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e
"apresentou relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até atingir 20,4%
entre as pessoas de 60 anos ou mais".
O total de analfabetos mostra que o país ainda está distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional
de Educação (PNE), instituído pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo
para 6,5%, em 2015.

Taxa entre pretos ou pardos


Além de notar que a taxa é maior entre os mais idosos, a pesquisa também aponta que o número é
superior entre as pessoas pretas ou pardas. Se considerados apenas os autodeclarados brancos, a taxa
total de analfabetismo é de 4,2%, enquanto entre as que se declaravam pretas ou pardas o índice foi de
9,9%. Em um recorte que considera as pessoas com 60 anos ou mais, o percentual entre os dois grupos
é de, respectivamente, 11,7% e 30,7%.
"Essa relação foi constatada em todas as Grandes Regiões", analisa o relatório do IBGE.
No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 7,4% e para as
mulheres, 7,0%.

Analfabetismo nas regiões


De acordo com o estudo, a região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14,8%), o que
representa "em torno de quatro vezes mais do que as taxas estimadas para as regiões Sudeste (3,8%) e

141
G1. Analfabetismo entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que entre as brancas, diz IBGE. G1 Educação. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/analfabetismo-entre-pessoas-pretas-e-pardas-e-mais-que-o-dobro-do-que-entre-as-brancas-diz-ibge.ghtml> Acesso em 21
de dezembro de 2017.

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Sul (3,6%). Na Região Norte essa taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. Logo, a Meta 9 do PNE para
2015 só foi alcançada nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste".

Nível de instrução e anos de estudo


De acordo com o IBGE, no Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais de idade estavam
concentradas nos níveis de instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o
ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo.
"Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução se mostraram ainda maiores:
enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam
nesse grupo. Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas o
possuíam, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%", aponta o relatório do IBGE.

Taxa de escolarização
A pesquisa também verificou o percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente
que somava 56,5 milhões de pessoas. "Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de escolarização foi 30,4%,
o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-
escola, a taxa foi de 90,2%, totalizando 4,8 milhões de estudantes".
A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano de 2016, da educação infantil na pré-escola.
Entretanto a PNAD constatou, em 2016, taxa de 90,2%.
Apesar de a meta não ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4
a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%.
A PNAD também constatou que 5% dos estudantes de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade
estavam atrasados em relação à etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação,
seja por evasão.
A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino fundamental de nove anos para as pessoas de
6 a 14 anos.

Rede de ensino
Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%, escola privada.
"Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde a mais de 70% dos estudantes, no
ensino superior de graduação essa participação se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e
doutorado equivale a 32,9%", aponta o relatório.
A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola,
cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos,
não haviam concluído uma graduação.

Ocupação e condição de estudo


O IBGE também analisou a situação na ocupação e condição de estudo para pessoas de 14 a 29 anos.
"No que diz respeito à cor ou raça, a maior diferença entre os grupos foi estimada para as pessoas que
estavam não ocupadas e não estudavam: 16,6% para as pessoas brancas e 23,3% para as pretas ou
pardas", aponta o relatório do IBGE.

Governo decide reincorporar ensino religioso na Base Nacional Curricular142

MEC e CNE discutem mudanças no documento voltado à educação infantil e ensino fundamental
BRASÍLIA - Depois de retirar o ensino religioso da última versão da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) referente à educação infantil e ao ensino fundamental, o Ministério da Educação (MEC)
recuou da decisão e resolveu reincorporar o tema ao documento. A decisão recente do Supremo Tribunal
Federal, que considerou constitucional a oferta da disciplina nas escolas, mantendo a matrícula
facultativa, ampliou as pressões de grupos religiosos em favor da volta do assunto para a BNCC.
A volta do ensino religioso está dentro de um pacote de últimas sugestões levantadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), a partir de audiências públicas realizadas pelo país neste ano, que estão
sendo debatidas com o MEC nesta quinta-feira. O CNE fará então a versão final do texto para encaminhá-
lo ao ministro da Educação, a quem cabe homologar a BNCC. O documento irá definir o que deve ser
aprendido pelos alunos em cada etapa escolar. A previsão é que esteja pronto até o fim deste ano.

142
MARIZ, RENATA. Governo decide reincorporar ensino religiosa na Base Nacional Curricular. O Globo Sociedade. Disponível em: <
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/governo-decide-reincorporar-ensino-religioso-na-base-nacional-curricular-
22050225?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 10 de novembro de 2017.

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Segundo o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Silva, a decisão de recolocar o ensino
religioso na BNCC vem de uma “sensibilidade” em torno do tema a partir das manifestações colhidas nas
últimas audiências:
— O que há é uma sensibilidade clara de que o ensino religioso deve ser tratado na Base Nacional
Comum. Existe uma comissão do CNE específica para tratar de ensino religioso e esta comissão está
debruçada e trará uma proposta.
O presidente do CNE, Eduardo Deschamps, afirmou que a própria decisão do Supremo deixou
registrada a necessidade de haver uma regulamentação sobre a oferta do ensino religioso, embora os
alunos não sejam obrigados a se matricular:
— A lei fala da oferta, que é obrigatória com matrícula facultativa, mas não diz como deve ser. Temos
vários documentos que podem tratar disso. Um deles é a Base.
Deschamps minimiza as pressões sofridas pelo CNE desde que a terceira versão da BNCC foi
entregue pelo MEC, em abril deste ano, para análise, modificações e aprovação.
— Não são pressões, mas manifestações da sociedade de maneira em geral. Essa é uma Casa para
receber esse tipo de manifestação.

Indígenas e Quilombolas
Além da volta do ensino religioso, outras mudanças serão feitas, como a incorporação de um
detalhamento mais apurado em língua portuguesa e na educação indígena e quilombola. A antecipação
do fim do ciclo de alfabetização para o 2º ano, em vez do 3º ano, é outra mudança feita pelo MEC na
última versão da BNCC, mas sobre a qual não se sabe o que o CNE fará.
— Existem posicionamentos individuais de conselheiros acerca da alfabetização que podem ser
divergentes da posição do MEC. Mas a manifestação do CNE só se dará no momento em que aprovar o
parecer e a devolução final do documento.
Tanto Deschamps quanto Rossieli disseram que não haverá uma quarta versão da BNCC e que o
cronograma está mantido, para que o documento seja entregue ainda neste ano ao MEC. Após
homologação do ministro, o texto se torna uma norma nacional. Eles minimizaram o número de críticas e
sugestões colhidas nas audiências públicas feitas pelo CNE e que agora serão debatidas:
— Foram 234 postagens e contribuições. Muitas delas se repetem. E obviamente agora haverá uma
análise — disse Deschamps.
Ele lembrou que a primeira versão da BNCC recebeu 12 milhões de intervenções e a segunda contou
com 9 mil participantes em discussões regionais. Agora, segundo Deschamps, são apenas “centenas de
contribuições, apenas ajustes”.

ALUNOS GAYS SOFREM MAIS AGRESSÃO DO QUE HÉTEROS, DIZ ESTUDO NOS EUA143
Uma pesquisa nos Estados Unidos mostrou que a probabilidade de um ou uma adolescente sofrer
estupro ou agressão durante um encontro romântico é mais alta se a vítima for gay, lésbica e bissexual,
em comparação com os demais estudantes de high school (o equivalente ao ensino médio nos EUA). A
pesquisa, feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) é a primeira
em âmbito nacional feita sobre esse tema, e foi divulgada em agosto.
O estudo ouviu, de forma anônima, mais de 15 mil jovens numa escala nacional. Os dados levantados
a partir da resposta dos adolescentes mostram, por exemplo, que cerca de um terço dos estudantes LGBT
sofreram bullying no colégio, contra cerca de 20% dos estudantes héteros. A taxa de tentativas de suicídio
nos 12 meses anteriores à pesquisa foi de cerca de 25% entre os homossexuais, quatro vezes mais alta
que entre os heterossexuais. A taxa de adolescentes que relataram ter sofrido um estupro em algum
momento da vida também foi quatro vezes mais alta entre gays, lésbicas e bissexuais do que entre
adolescentes heterossexuais.
Os resultados são semelhantes a levantamentos de menor abrangência e dados levantados por grupos
de lobby, mas essa é a primeira pesquisa feita pelo governo norte-americano para abordar essas
questões em todo o país.
Durante anos, grupos e ONGs têm dito que a frequência de bullying e ostracismo é maior entre
adolescentes gays e lésbicas, e que eles sofrem maior risco de enfrentar muitos outros problemas. Mas,
antes, as pesquisas governamentais eram limitadas a poucas cidades e estados. A nova pesquisa inclui
também estudantes de áreas rurais e outras partes dos Estados Unidos.

143
16/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/alunos-gays-sofrem-mais-agressao-do-que-heteros-diz-estudo-nos-eua.ghtml

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Enquete nacional
Os resultados da pesquisa estão baseados em respostas de cerca de 15.600 estudantes em uma
enquete anônima conduzida no ano passado pelo CDC. O relatório foi divulgado na última quinta-feira
(11/08/2016).

Veja alguns dos dados levantados pelo CDC:


- Quase um em cada cinco estudantes gays, lésbicas e bissexuais afirmaram que sofreram estupro
em algum momento de suas vidas, em comparação com um em cada 20 estudantes heterossexuais
- Quase um em cada cinco estudantes gays, lésbicas e bissexuais que foram a um encontro romântico
com alguém no ano passado afirmaram que sofreu uma agressão física do par, como ser empurrado
contra uma parede ou apanhado. Isso é mais do que o dobro do reportado pelos jovens héteros.
- Um em cada três disse que sofreu bullying na escola, contra um em cada cinco estudantes
heterossexuais.
- Mais de um em cada dez disse que perdeu aulas no último mês por preocupação com sua segurança.
Menos de um em cada 20 heterossexuais afirmaram o mesmo.
- Mais de um em cada quatro estudantes LGBT disseram que tentaram suicídio nos últimos 12 meses.
Em comparação, cerca de um em cada 16 alunos heterossexuais admitiram ter tentado se matar
recentemente.

Escola de ensino integral é modelo na superação da desigualdade, mostra pesquisa144

Pesquisa que mapeou escolas brasileiras e estrangeiras mostra que o ensino integral no ensino médio
ajuda a superar as desigualdades em questões como inclusão social, autonomia, etnia, raça, gênero e
sexualidade. O estudo foi divulgado hoje (02/08/16), na capital paulista, durante o Seminário Internacional
Educação Integral e Ensino Médio: Desafios e Perspectivas na Garantia da Equidade, promovido pelo
Centro de Referências em Educação Integral, Instituto Unibanco e Cidade Escola Aprendiz.
Foram selecionadas 29 escolas (12 delas estrangeiras), que se destacaram pela qualidade na
educação ao vencer prêmios ou por indicação de secretarias municipais e estaduais de educação. Os
pesquisadores escolheram instituições de países como Estados Unidos, Afeganistão, Peru e Argentina.
A partir das conclusões do estudo, foram elaboradas 92 recomendações para as escolas interessadas
em introduzir o ensino integral. Além de derrubar preconceitos, os pesquisadores recomendam o
fortalecimento da autonomia do estudante, a possibilidade de intervir no seu próprio currículo escolar, nas
decisões da escola e a promoção da diversidade.

MP da reforma do ensino médio tem vigência prorrogada por 60 dias145

Medida Provisória 746 que institui a reforma do ensino médio teve sua vigência prorrogada pelo
período de 60 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).
A proposta da reforma foi apresentada pelo governo federal no dia 22 de setembro. Por ser uma
medida provisória, ela passa a entrar em vigor imediatamente após a sua edição pelo Executivo. Mas,
para virar lei em definitivo, precisa ser analisada em uma comissão especial do Congresso e depois
aprovada pela Câmara e pelo Senado em até 120 dias para não perder a validade.
Um dos programas da MP prevê apoiar a criação de novas 257.400 vagas no ensino médio integral
em até 572 escolas públicas brasileiras. Atualmente, o país já tem 384.635 estudantes cursando o ensino
médio regular em tempo integral, o que representa 5,6% do total de matrículas.
O projeto de reforma do ensino médio é alvo de críticas de especialistas e recebeu mais de 500
emendas. Estudantes de todo o país ocuparam instituições de ensino em protesto ao projeto. O Ministério
da Educação adiou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 405 que estavam ocupadas por este
motivo. Mais de 270 mil alunos inscritos nestes locais farão as provas nos dias 3 e 4 de dezembro.

Polêmica
Um dos pontos mais polêmicos propostos pelo governo é que o conteúdo obrigatório será diminuído
para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências
humanas e formação técnica e profissional.
O objetivo do governo federal é incentivar que as redes de ensino ofereçam ao aluno a chance de dar
ênfase em alguma dessas cinco áreas. Já entre os conteúdos que deixam de ser obrigatórios nesta fase
de ensino estão artes, educação física, filosofia e sociologia. Entretanto, o conteúdo dessas disciplinas
144
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-08/escola-de-ensino-integral-e-modelo-na-superacao-da-desigualdade-diz
145
16/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/noticia/mp-da-reforma-do-ensino-medio-tem-vigencia-prorrogada-por-60-dias.ghtml

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não será propriamente eliminado, mas o que será ensinado de cada uma delas dependerá do que estiver
dentro do conteúdo obrigatório previsto na futura Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O segundo destaque da reforma será o aumento da carga horária. Ela deve ser ampliada
progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800, de acordo com o MEC.
Com a medida, a intenção do Ministério da Educação é incentivar o ensino em tempo integral, e para isso
prevê programa específico com R$ 1,5 bilhão para incentivar que escolas adotem o ensino em tempo
integral.

VEJA ABAIXO OS DESTAQUES DA REFORMA

Áreas de concentração e ensino técnico


A medida provisória prevê que o currículo do ensino médio será definido pela Base Nacional Comum
Curricular. A reforma dá opção para que as escolas ofereçam aos alunos cinco possibilidades de áreas
nas quais queiram empregar mais tempo. São os chamados "itinerários formativos": linguagens,
matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional.
Entretanto, vale a ressalva de que a medida provisória não dá diretamente ao aluno a chance de
escolher sua área de concentração. Isso vai depender de como cada sistema de ensino (escolas
estaduais ou da rede privada) vai elaborar seu próprio currículo. Por exemplo, pode ser que o aluno queira
optar por concluir o ensino médio com ênfase na formação técnica e profissional, mas dependerá de a
rede estadual oferecer essa formação.

Quando entra em vigor?


Maria Helena Guimarães, secretária executiva do MEC, diz que a primeira turma ingressando no novo
modelo poderia ser em 2018. O ministro da Educação, Mendonça Filho, diz que não há um prazo máximo
para que todos os estados estejam no novo modelo, e diz que espera que haja uma demanda dos próprios
estados para acelerar o processo.
Apesar de depender da aprovação da BNCC, o MEC ainda faz a ressalva de que a MP já terá valor de
lei e que escolas privadas e redes estaduais já podem fazer adaptações seguindo os seus currículos já
em vigor.

Aumento da carga horária


A carga horária mínima deve ser progressivamente ampliada para 1.400 horas. Antes, a LDB
estabelecia em 800 horas anuais, distribuídas em um mínimo de 200 dias letivos. A MP não estabelece
o mínimo de dias letivos.
Além disso, o texto não especifica prazos para que essa ampliação da carga horária aconteça. Em
outro artigo, a MP ainda limita em 1.200 horas a carga horária total (dos três anos do ensino médio) que
as escolas devem dedicar ao ensino do currículo definido pela Base.
Segundo Maria Helena Guimarães, secretária-executiva do MEC, metade da carga horária de todo o
ensino médio deverá ser usada no conteúdo obrigatório que será determinado pela Base Nacional.

Inglês passa a ser obrigatório


O ensino da língua inglesa passa a ser obrigatória a partir do sexto ano. Antes, era obrigatória a
inclusão de uma língua estrangeira moderna a partir do quinto ano. A escolha do idioma, até então, era
de responsabilidade da "comunidade escolar". O ensino de um segundo idioma, preferencialmente o
espanhol, deverá ser optativo.

Vestibulares - seleção para universidades


Os vestibulares deverão cobrar apenas o que for determinado pela Base Nacional Comum Curricular.
"(O processo seletivo) considerará exclusivamente as competências, as habilidades e as expectativas de
aprendizagem das áreas de conhecimento definidas na Base Nacional Comum Curricular", afirma o texto
da MP.
Atualmente, as universidades são livres para definir que conteúdos que exigem das provas para
selecionar os calouros, levando em consideração o impacto da exigência no ensino médio.

Professores sem diploma específico


A MP vai permitir que profissionais com notório saber, que seja reconhecido pelos respectivos sistemas
de ensino, possam dar aulas de conteúdos de áreas afins à sua formação.
Artes, educação física, filosofia e sociologia

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Na versão anterior da LDB, o ensino de artes e de educação física estava explicitamente previsto em
todas as etapas da educação básica (infantil, fundamental e médio). Agora, a MP prevê que o ensino
dessas duas disciplinas será obrigatório apenas nos ensinos infantil e fundamental.
Ou seja, no ensino médio, o ensino dessas disciplinas vai depender do que será incluído dentro do
conteúdo obrigatório da BNCC. O mesmo acontece com as disciplinas de filosofia e sociologia: um inciso
da lei indicava que o ensino delas era obrigatório nos três anos do ensino médio. A MP derrubou esse
inciso.
O texto da medida provisória é explícito agora apenas em relação a duas disciplinas: "o ensino de
língua portuguesa e matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio", afirma o texto.

Prazos de implantação
O MEC ressaltou que a previsão é que as primeiras turmas a adotarem o novo modelo sejam as que
ingressarem em 2018.
Além disso, a MP dá o prazo de dois anos, após a publicação do texto, para que os currículos dos
cursos de formação de professores tenham por referência Base Nacional Comum Curricular.
A MP estipula que a carga horária destinada ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular não
poderá ser superior a mil e duzentas horas da carga horária total do ensino médio. Essa mudança deve
ser implementada no segundo ano letivo após a data de publicação da Base.

Incentivo ao ensino médio integral


O documento institui uma política de incentivo financeiro às escolas de ensino médio em tempo integral
que forem implementadas a partir da medida provisória. O Ministério da Educação transferirá recursos
para os Estados e para o Distrito Federal, anualmente, por no máximo quatro anos para cada escola. O
objetivo é que os colégios possam bancar as despesas – é permitido, também, investir na expansão da
merenda escolar.
Os valores serão repassados por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com a MP, ainda não foi definida a quantia que será transferida às escolas. Ela vai variar de
acordo com o número de alunos que estudam na instituição de ensino beneficiada. Os colégios serão
obrigados a comprovar, sempre que pedido, como estão administrando o dinheiro recebido.

Nível de escolaridade dos pais influencia rendimento dos filhos146

O nível de escolarização dos pais influencia na formação profissional e nos rendimentos dos filhos. É
o que apontam os dados suplementares da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de
2014 divulgada nesta quarta-feira (16/11/2016) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento considerou diversos indicadores relacionados ao grau de instrução, formação
profissional e renda dos pais para analisar a mobilidade sócio-ocupacional dos filhos. “A estrutura familiar
parece ter uma importância muito grande em relação tanto ao nível de instrução dos filhos quanto aos
índices de alfabetização”, disse a gerente da pesquisa, Flávia Vinhaes.
O levantamento abrange entrevistas realizadas em 2014 com 58 mil pessoas de 16 anos ou mais.
Foram consideradas as posicionais sócio-ocupacionais dos pais e mães quando os entrevistados tinham
15 anos de idade.
De acordo com a pesquisa, o rendimento dos filhos está associado ao grau de escolaridade dos pais.
Em 2014, a média de rendimentos do trabalho de pessoas com nível superior completo cujas mães não
tinham instrução era de R$ 3.078, chegando a R$ 5.826 para aquelas com mães com ensino superior
completo.
Já em relação ao pai, o rendimento médio do trabalho de pessoas com nível superior era de R$ 2.603
quando o pai não tinha instrução, chegando a R$ 6.739, no caso de pessoa cujo pai tinha nível superior.
Para pessoas com ensino médio completo, o rendimento médio variava de R$ 1.431, quando a mãe
não tinha instrução, a R$ 2.209, para aquelas cuja mãe tinha nível superior; e de R$ 1.367, para aquelas
cujo pai não tinha instrução, a R$ 2.884,00 no caso de o pai ter nível superior.
A pesquisa mostrou também que a presença do pai ou da mãe no ambiente doméstico influencia
diretamente na escolaridade dos filhos. “O fato dos filhos morarem com a mãe ou com o pai e a mãe teve
uma forte influência no índice de formação”, afirmou Flávia Vinhaes.
Segundo a pesquisa, o índice de alfabetização foi menor entre aquelas pessoas que não moravam
com a mãe. A taxa de alfabetização daqueles que moravam com a mãe quando tinham 15 anos de idade
chegou a 92,2%, enquanto entre aqueles que não moraram com a mãe na mesma idade foi de 88,1%.

146
16/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/11/nivel-de-escolaridade-dos-pais-influencia-rendimento-dos-filhos.html

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Em relação ao grau de instrução, a pesquisa mostrou que foi maior a taxa dos filhos se instrução que
moravam somente com o pai aos 15 anos de idade (16,2%). Os menores percentuais das pessoas sem
instrução foi observado entre aqueles que moravam com ambos os pais ou somente com a mãe (10,8%
e 10,3%, respectivamente.
Ainda segundo a pesquisa, mais da metade dos filhos (51,4%) tiveram ascensão sócio ocupacional
em relação à mãe, enquanto 47,4% tiveram ascensão em relação ao pai.
Segundo a gerente da pesquisa, Flávia Vinhaes, não há pesquisa anterior para se poder comparar os
dados. Ela destacou, no entanto, ser possível afirmar que a ascensão a ascensão tanto no nível de
escolaridade quanto de renda está relacionada com a estrutura doméstica.
“Não é só com a estrutura ocupacional ou nível de instrução dos pais, mas com o ambiente doméstico,
com os estímulos que os filhos recebem. Não é só uma dependência de renda, não é o capital econômico
só que influencia econômico social cultural pessoal. Uma criança que recebe atendimento dos pais, um
Questionada sobre porquê filhos que moraram só com a mãe tiveram maior ascensão quanto ao nível
de instrução, Flávia Vinhaes esclareceu que a pesquisa não tem base de apoio para fazer esta análise.
Todavia, ela sugeriu que os cuidados maternos podem ter maior peso na formação sócio-cultural dos
filhos que os paternos.
“Uma criança que recebe atendimento dos pais, que é estimulada pelos pais através de um ambiente
familiar que propicie isso, que gere algum desenvolvimento cognitivo, ela vai ter uma posição no mercado
de trabalho e uma posição social melhor do que uma criança que não teve esses estímulos, esses
cuidados. Eu imagino que seja por isso que a importância [da presença da mãe] é tão fundamental”,
ponderou.

Temer critica radicalizações na ocupação de escolas147

O presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (08/11/2016) mudanças no ensino médio e
criticou radicalizações na ocupação de escolas.
No Paraná, onde havia o maior número de ocupações, quase todas as escolas foram liberadas depois
de decisões da Justiça, inclusive o Colégio Estadual do Paraná, o maior de todos, que ficou 33 dias
ocupado.
As ocupações são um protesto contra a PEC do teto dos gastos públicos e a medida provisória de
reforma do Ensino Médio.
Mas em todo o país, no último fim de semana, o impacto direto foi em cima do Enem. As ocupações
impediram a realização das provas em 405 locais em 20 estados e no Distrito Federal. Por causa disso,
271 mil terão que fazer o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.
A situação provocou tensão. Candidatos que não puderam fazer a prova, ficaram revoltados e
criticaram as ocupações, que segundo eles, impediram o direito de milhares de pessoas.
Em Florianópolis, por exemplo, um pai discutiu com os manifestantes. “Devia tirar todo mundo aí de
dentro para gente poder fazer prova”, afirmou ele.
Já os manifestantes, defendem as ocupações. “A gente acredita que esse incremento da luta contra a
PEC 241 é necessário agora para que a gente possa garantir uma universidade nos próximos 20 anos de
qualidade, que possa se expandir", disse um estudante.
A Defensoria Pública da União que presta assistência jurídica a quem não pode pagar advogados,
recomendou ao MEC que evite identificar e punir os envolvidos nas manifestações. O ministério disse
que ainda não foi notificado, mas afirmou que a constituição assegura tanto o direito de manifestação,
quanto o direito de ir e vir e a educação para quem quer estudar.
O presidente Michel Temer disse que o governo quer aprovar a reforma do Ensino Médio, mesmo que
não seja por meio da medida provisória apresentada. O presidente criticou a radicalização.
“O que menos se faz hoje é respeitar as instituições. Isso cria problemas. O direito existe exatamente
para regular as relações sociais. Hoje ao invés do argumento oral, do argumento intelectual - ou que não
seja intelectual, mas o argumento verbal - usa-se o argumento físico, a pessoa vai e ocupa não sei o quê,
bota pneu velho e queima estrada para impedir trânsito. Eu vi uma entrevista, uma ocasião desses que
ocupam. Mas você sabe o que é uma PEC? PEC é proposta de ensino comercial, quer dizer, as pessoas
não leem o texto. Não estou dizendo dos que ocupam ou não ocupam. Estou dizendo no geral. A vida é
assim, as pessoas debatem sem discutir sem ler o texto, sem sequer ler o texto”, dizze Temer.

147
08/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/11/temer-critica-radicalizacoes-na-ocupacao-de-escolas.html

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É 'absurdo' achar que não existe racismo, diz goleiro Aranha sobre redação do Enem148

A pova de redação da segunda aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada neste
domingo (4/12/2016), falou sobre "Caminhos para combater o racismo no Brasil" e recebeu elogios tanto
de professores quanto de famosos e candidatos que fizeram o exame. Em entrevista ao G1, Mário Lúcio
Duarte Costa, conhecido no mundo do futebol como Aranha, afirmou considerar importante que o assunto
apareça na prova do MEC, porque, segundo ele, "a gente tem um hábito ruim de achar que as coisas que
não são debatidas é porque foram resolvidas, ou porque não existe o problema".
Aranha jogava no Santos em 2014 quando, durante uma partida contra o Grêmio, no Rio Grande do
Sul, sofreu ofensas racistas proferidas por diversos torcedores gremistas. O goleiro reagiu ainda dentro
do gramado e obrigou a sociedade – e os torcedores registrados em vídeo – a enfrentar e debater o
problema.
"Você tocar nesse assunto era complicado. Você era visto como inimigo da nação, como uma pessoa
que era frustrada, então, a gente não tinha o hábito de debater e falar sobre esse assunto, coisa que tem
acontecido bastante agora", afirmou ele ao G1.
Hoje com 36 anos recém-completos e atuando pela Ponte Preta, clube em que foi revelado, Aranha
afirma que, caso esse episódio tenha sido citado por candidatos do Enem na redação, provavelmente
eles poderão pensar que foi uma situação isolada.

Brasil cai em ranking mundial de educação em ciências, leitura e matemática149

Os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em


inglês), divulgados na manhã desta terça-feira (6/12/2016), mostram uma queda de pontuação nas três
áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. A queda de pontuação também refletiu uma queda do
Brasil no ranking mundial: o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação
em matemática.
A prova é coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi
aplicada no ano de 2015 em 70 países e economias, entre 35 membros da OCDE e 35 parceiros, incluindo
o Brasil. Ela acontece a cada três anos e oferece um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos
estudantes, reúne informações sobre variáveis demográficas e sociais de cada país e oferece indicadores
de monitoramento dos sistemas de ensino ao longo dos anos.

Top 5 do Pisa em CIÊNCIAS:


1- Cingapura: 556 pontos
2- Japão: 538 pontos
3- Estônia: 534 pontos
4- Taipei chinesa: 532 pontos
5- Finlândia: 531 pontos

Top 5 do Pisa em LEITURA:


1- Cingapura: 535 pontos
2- Hong Kong (China): 527 pontos
3- Canadá: 527 pontos
4- Finlândia: 526 pontos
5- Irlanda: 521 pontos

Top 5 do Pisa em MATEMÁTICA:


1- Cingapura: 564 pontos
2- Hong Kong (China): 548 pontos
3- Macau (China): 544 pontos
4- Taipei chinesa: 542 pontos
5- Japão: 532 pontos

Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que não há motivos para comemorar os resultados do país no
Pisa 2015, e afirmaram que, além de investir dinheiro na educação de uma forma mais inteligente, uma
das prioridades deve ser a formação e a valorização do professor. "Questões como formação de

148
05/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/noticia/e-absurdo-achar-que-nao-existe-racismo-diz-goleiro-aranha-sobre-redacao-do-enem.ghtml
149
06/12/2016 http://g1.globo.com/educacao/noticia/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-ciencias-leitura-e-matematica.ghtml

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professores, Base Nacional Comum e conectividade são estratégicas e podem fazer o Brasil virar esse
jogo", afirmou Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.
"É fundamental rever os cursos de formação inicial e continuada, de maneira que os docentes estejam
realmente preparados para os desafios da sala de aula (pesquisas mostram que os próprios professores
demandam esse melhor preparo)", disse Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Movimento Todos pela
Educação.
Para Mozart Neves Ramos, diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, parte da
solução "passa também em superar a baixa atratividade dos jovens brasileiros pela carreira do magistério,
ao contrário do que ocorre nos países que estão no topo do ranking mundial do Pisa. Nesses países, ser
professor é sinônimo de prestígio social".

Participação do Brasil
No país, a prova fica sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep). A amostra brasileira contou com 23.141 estudantes de 841 escolas, que
representam uma cobertura de 73% dos estudantes de 15 anos.
Em cada edição, o Pisa dá ênfase a uma das três áreas. Na deste ano, o foco foi ciências. Em 2015,
a nota do país em ciências caiu de 405, na edição anterior, de 2012, para 401; em leitura, o desempenho
do Brasil caiu de 410 para 407; já em matemática, a pontuação dos alunos brasileiros caiu de 391 para
377. Cingapura foi o país que ocupou a primeira colocação nas três áreas (556 pontos em ciências, 535
em leitura e 564 em matemática).
Segundo o Inep, não existem "evidências empíricas" para afirmar que houve "diferenças
estatisticamente significativas" entre a pontuação dos estudantes brasileiros nas três áreas do Pisa entre
2015 e as três últimas edições da prova (2012, 2009 e 2006).
De acordo com os dados, os resultados dos estudantes em ciências e leitura são distribuídos em uma
escala de sete níveis de proficiência (1b, 1a, 2, 3, 4, 5 e 6). Em matemática, a escala vai de 1 a 6. De
acordo com a OCDE, o nível mínimo esperado é o nível 2, considerado básico para "a aprendizagem e a
participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas em um mundo
globalizado".
No Brasil, em todas as três áreas, mais da metade dos estudantes ficaram abaixo do nível 2.
Além disso, 4,38% dos alunos brasileiros ficaram abaixo até do nível mais baixo no qual a OCDE
determina habilidades esperadas para os estudantes em ciências. Em leitura e matemática, esse índice
foi de 7,06% e 43,74% em matemática (no caso, da matemática, porém, há seis níveis de proficiência, e
não sete).
Participaram alunos de todos os estados brasileiros, mas, no Amapá e no Paraná, não houve um
número mínimo de avaliações para garantir uma análise estatística ampla. Por isso, o Inep alerta que os
dados referentes a estes estados sejam analisados com cautela.
Em ciências e leitura, o Espírito Santo foi o estado com a maior média (435 e 441 pontos,
respectivamente). Em matemática, a média do Paraná foi a mais alta, com 406 pontos, e o Espírito Santo
teve a segunda maior média: 405. Já Alagoas registrou a média mais baixa nas três áreas: 360 em
ciências, 362 em leitura e 339 em matemática.
Para Ricardo Falzetta, do Todos pela Educação, os dados mostram dois problemas principais. "Em
primeiro lugar, que os nossos jovens não estão aprendendo conhecimentos básicos e fundamentais para
que possam exercer plenamente sua cidadania enquanto jovens e depois, enquanto adultos, realizando
seus projetos de vida. Em segundo lugar, a pesquisa aponta novamente – como vemos em diversos
outros estudos, inclusive os nacionais – as enormes disparidades entre as regiões."
Veja abaixo os resultados do Brasil em cada área:

Ciências
A área de ciências foi o foco da prova neste ano. Os alunos foram avaliados de acordo com três
competências científicas: explicar fenômenos cientificamente, avaliar e planejar experimentos científicos
e interpretar dados e evidências cientificamente. De acordo com a OCDE, "um jovem letrado
cientificamente está preparado para participar de discussões fundamentadas sobre questões
relacionadas à Ciência, pois tem a capacidade de usar o conhecimento e a informação de maneira
interativa".
As perguntas variavam entre o nível de dificuldade (baixo, médio e alto), e as respostas podiam ser
dissertativas, de múltipla escolha simples ou múltipla escolha complexa. Os temas de ciências envolvem
os sistemas físicos, vivos e sobre a Terra e o espaço, e foram abordados nos contextos pessoal,
local/nacional e global.

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Em ciências, 43,4% dos estudantes obtiveram pelo menos o nível 2 da escala de proficiência, segundo
os dados divulgados nesta sexta. A média do Brasil na área foi de 401 pontos. Desde 2009, o
desempenho do Brasil estava estagnado em 405, e agora recuou quatro pontos.

Desempenho em CIÊNCIAS:
Média dos países da OCDE: 493 pontos
Média do Brasil: 401 pontos
Brasil – rede federal: 517 pontos*
Brasil – rede privada: 487 pontos*
Brasil – rede estadual: 394 pontos
Brasil – rede municipal: 329 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental

Os estudantes brasileiros que participaram do Pisa em 2015 apresentaram mais facilidade para
interpretar dados e evidências cientificamente e mais dificuldade com a competência de avaliar e planejar
experimentos científicos. As questões que tinham contexto pessoal foram mais fáceis tanto para
brasileiros quanto para alunos de outros países: elas registraram um índice de acertos de 33,8% pelos
estudantes do Brasil. As questões globais, por outro lado, só foram respondidas corretamente por cerca
de 26% dos participantes.
"Apenas para ilustrar, se considerarmos os nossos resultados em ciências, atingimos 401 pontos,
enquanto que os alunos dos países da OCDE obtiveram uma média de 493 pontos", afirmou Mozart
Neves, do Instituto Ayrton Senna. "É uma diferença que equivale a aproximadamente ao aprendizado de
três anos letivos!"
De acordo com o Inep, “representam pontos fortes dos estudantes brasileiros, de modo geral, os itens
da competência explicar fenômenos cientificamente, de conhecimento de conteúdo, de resposta do tipo
múltipla escolha simples. Por outro lado, representam pontos fracos os itens da competência interpretar
dados e evidências cientificamente, de conhecimento procedimental, de resposta do tipo aberta e múltipla
escolha complexa".

Leitura
O Pisa define o "letramento em leitura" como a capacidade de os estudantes entenderem e usarem os
textos escritos, além de serem refletir e desenvolver conhecimentos a partir do contato com o texto escrito,
além de participar da sociedade. A prova do Pisa avalia o domínio dos alunos em três aspectos da leitura:
Localizar e recuperar informação, integrar e interpretar, e refletir e analisar.
Vários tipos de textos aparecem na prova, como os descritivos, narrativos e argumentativos, e há
textos que apresentam situações pessoais, públicas, educacionais e ocupacionais.
No Pisa 2015, 50,99% dos estudantes ficaram abaixo do nível 2 de proficiência. A média de
desempenho foi de 407 pontos. É a segunda queda consecutiva na área de leitura desde 2009.

Desempenho em LEITURA:
Média dos países da OCDE: 493 pontos
Média do Brasil: 407 pontos
Brasil – rede federal: 528 pontos*
Brasil – rede privada: 493 pontos*
Brasil – rede estadual: 402 pontos
Brasil – rede municipal: 325 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental
"Os estudantes brasileiros mostraram melhor desempenho ao lidar com textos representativos de
situação pessoal (por exemplo, e-mails, mensagens instantâneas, blogs, cartas pessoais, textos literários
e textos informativos) e desempenho inferior ao lidar com textos de situação pública (por exemplo, textos
e documentos oficiais, notas públicas e notícias)", avaliou o Inep, no documento divulgado à imprensa.

Apostila gerada especialmente para: Maria Belarmino de Sousa 840.845.374-20


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Matemática
A área de matemática do Pisa é onde o Brasil tem a pontuação mais baixa nas últimas cinco edições
do programa. Porém, o país vinha registrando uma tendência de crescimento consistente. Na edição de
2012, o governo federal afirmou que o Brasil foi o país que mais evoluiu na pontuação média de
matemática no Pisa. Porém, nesta edição, essa foi a área onde o Brasil teve a queda mais acentuada:

Desempenho em MATEMÁTICA:
Média dos países da OCDE: 490 pontos
Média do Brasil: 377 pontos
Brasil – rede federal: 488 pontos*
Brasil – rede privada: 463 pontos*
Brasil – rede estadual: 369 pontos
Brasil – rede municipal: 311 pontos**
*Segundo o Inep, o desempenho médio dos estudantes da rede federal e da rede priva não é
"estatisticamente diferente"
**O Inep ressalta que a rede municipal tem pontuação inferior porque, na maioria das escolas, os
estudantes ainda estão cursando o ensino fundamental

"Os resultados do Brasil no Pisa são gravíssimos porque apontam uma estagnação em um patamar
muito baixo. 70% dos alunos do Brasil abaixo do nível 2 em matemática é algo inaceitável. O Pisa é mais
uma evidência do que vemos todos os dias nas escolas", afirmou Denis Mizne, da Fundação Lemann.
Os conteúdos matemáticos avaliados na prova do Pisa são relacionados a quantidade; incerteza e
dados; mudanças e relações; espaço e forma. A OCDE considera como capacidades fundamentais da
matemática atividades como delinear estratégias, raciocinar e argumentar, utilizar linguagem e operações
simbólicas, formais e técnicas e utilizar ferramentas matemáticas. Entre os processos matemáticos, o
Pisa mede a habilidade dos estudantes de formular, empregar, interpretar e avaliar problemas.
De acordo com a avaliação do Inep, os estudantes brasileiros apresentaram "facilidade maior em lidar
com a matemática envolvida diretamente com suas atividades cotidianas, sua família ou seus colegas".
Além disso, "o manuseio com dinheiro ou a vivência com fatos que gerem contas aritméticas ou
proporções é uma realidade mais próxima dos estudantes do que, por exemplo, espaço e forma", diz o
órgão.

Entenda o Pisa
As provas do Pisa duram até duas horas e as questões podem ser de múltipla escolha ou dissertativas.
Nesta edição, em alguns países, incluindo o Brasil, todos os estudantes fizeram provas em computadores.
O exame é aplicado a uma amostra de alunos matriculados na rede pública ou privada de ensino a partir
do 7° ano do ensino fundamental. Além de responderem às questões, os jovens preencheram um
questionário com detalhes sobre sua vida na escola, em família e suas experiências de aprendizagem.
Do total de alunos da amostra brasileira, 77,7% estavam no ensino médio, 73,8% na rede estadual,
95,4% moravam em área urbana e 76,7% viviam em municípios do interior.
Estudantes de escolas indígenas, escolas rurais da região Norte ou escolas internacionais, além de
alunos de escolas situadas em assentamentos rurais, comunidades quilombolas ou unidades de
conservação sustentável não fizeram parte do estudo do Pisa. Segundo o Ministério da Educação, o
motivo foram as dificuldades logísticas de aplicação da avaliação e o fato de certos grupos populacionais
não terem necessariamente a língua portuguesa como língua de instrução.

Questões

01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA)150 Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE

150
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=fies&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidade=&disc
iplina=56&assunto=1327&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gerai
s=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=

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. 208
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM

02. (PROAMUSEP – Enfermeiro – FAUEL) Em 2016, ocorreu um relevante movimento de


ocupação em escolas, institutos e universidades federais por todo o país. Segundo dados divulgados
pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, mais de mil estabelecimentos estavam ocupados
no mês de outubro. Assinale a alternativa que melhor explica esse movimento de ocupações: Em
2016, ocorreu um relevante movimento de ocupação em escolas, instit utos e universidades federais
por todo o país. Segundo dados divulgados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, mais
de mil estabelecimentos estavam ocupados no mês de outubro. Assinale a alternativa que melhor
explica esse movimento de ocupações:
(A) As ocupações estiveram focadas nos graves problemas enfrentados pelo Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) nos últimos anos.
(B) Estudantes e professores uniram-se contra as propostas do Governo Federal para realizar
operações de varredura em penitenciárias do país.
(C) Foi um movimento estudantil organizado pela oposição peemedebista a favor do afastamento da
então presidente Dilma Rousseff.
(D) Tratou-se de uma forma de protestos contra a chamada “PEC do Teto” e outras medidas que
afetariam o Ensino Médio.

03. (CRBio – 1ª Região – Auxiliar Administrativo – VUNESP) Alvo de protestos de estudantes em


todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada nesta quinta- -feira (16.02) pelo presidente
da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do Planalto. A proposta, feita por meio de uma
Medida Provisória, foi aprovada na semana passada pelo Senado.
(Valor, https://goo.gl/Y3J7PW, 16.02.2017. Adaptado)
Essa reforma
(A) cria a base nacional curricular comum e proíbe a participação de não docentes na sala de aula.
(B) estabelece a segmentação de disciplinas por áreas de conhecimento e amplia a carga horária.
(C) transforma Artes e Educação Física em disciplinas facultativas e organiza o ensino em módulos.
(D) extingue o turno integral nas escolas públicas e favorece a formação profissional dos jovens.
(E) universaliza os cursos à distância e permite ao aluno a escolha de somente uma área de estudo.

Gabarito

01.A / 02.D / 03.B

Comentários

01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação151.

02. Resposta: D
Uma das principais medidas anunciadas até agora pelo governo de Michel Temer é a PEC 241,
que estabelece um teto para o crescimento dos gastos públicos. No Senado, a proposta tramitou
como PEC 55. A mudança de número seria por conta da organização das proposições no Senado.
No dia 13 de dezembro, o Senado aprovou em segundo turno a proposta do governo, com 53 votos
a favor e 16 contrários.
Com a aprovação do teto de gastos, a tendência é que dentro de alguns anos os gastos públicos
tenham uma participação menor na economia e que os recursos que financiam serviços públicos
sejam limitados, tais como educação e saúde 152.

03. Resposta: B
Alvo de protestos de estudantes em todo o país, a lei da reforma do ensino médio foi promulgada
nesta quinta-feira (16) pelo presidente da República, Michel Temer, em cerimônia no Palácio do

151
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
152
http://www.politize.com.br/teto-de-gastos-publicos-infografico/

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. 209
Planalto. A proposta, feita por meio de uma Medida Provisória, foi aprovada na semana passada pelo
Senado, no dia 08. A reforma flexibiliza o conteúdo que será ensinado aos alunos, muda a distribuição
do conteúdo das 13 disciplinas tradicionais ao longo dos três anos do ciclo, possibilita a oferta do
ensino técnico na grade curricular e incentiva a ampliação de escolas de tempo integral. O ensino
médio terá cinco tipos, que são chamados de itinerários formativos, que sã o: linguagens e suas
tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências
humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional 153.

Segurança
saúde
Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública154

Proposta prevê integração de informações de inteligência entre governo federal, DF e estados. Com
aprovação, texto seguirá para sanção do presidente Temer.
O Senado aprovou nesta quarta-feira (16/05) o projeto que cria o Sistema Único de Segurança
Pública (Susp).
O texto seguirá para sanção do presidente Michel Temer e entrará em vigor 30 dias após a publicação
no "Diário Oficial da União".
Mais cedo, nesta quarta, a proposta foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Casa e, diante da aprovação de um pedido de urgência, o texto já foi incluído na pauta de votações do
plenário desta quarta.
A proposta prevê que as instituições de segurança federais, distritais, estaduais e municipais deverão
atuar em operações combinadas, compartilhando informações.
O projeto define, ainda, que os registros de ocorrência e as investigações serão padronizados e aceitos
por todos os integrantes do Susp.
O novo sistema será conduzido pelo Ministério da Segurança Pública, responsável por coordenar
ações e implementar programas de modernização dos órgãos de Segurança Pública e Defesa Social.

Entenda o Susp
O projeto aprovado determina que serão integrantes do Susp:

- Polícia Federal;
- Polícia Rodoviária Federal;
- Polícia Ferroviária Federal;
- polícias civis;
- polícias militares;
- corpos de bombeiros militares;
- guardas municipais;
- órgãos do sistema penitenciário;
- órgãos do sistema socioeducativo;
- institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;
- secretarias nacional e estaduais de segurança pública;
- Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil;
- Secretaria Nacional de Política sobre Drogas;
- agentes de trânsito;
- guarda portuária.

Principais pontos
Saiba abaixo os principais pontos do sistema:
- Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
- Estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
- Aceitação mútua dos registros de ocorrências e dos procedimentos apuratórios;
- Compartilhamento de informações;
- Intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.

153
http://www.valor.com.br/politica/4871882/alvo-de-protesto-de-estudantes-lei-do-novo-ensino-medio-e-sancionada
154
GARCIA, G. Senado aprova projeto que cria Sistema Único de Segurança Pública. G1 Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-texto-base-
de-projeto-que-cria-o-sistema-unico-de-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 17 de maio de 2018.

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. 210
Plano de Segurança
O projeto de lei também estabelece que a União devera instituir um Plano Nacional de Segurança
Pública e Defesa Social, que deverá:
- Definir metas aos órgãos do Susp;
- Avaliar resultado das políticas de segurança pública;
- Priorizar e elaborar ações preventivas.
- O plano terá duração de dez anos e os estados e o Distrito Federal deverão implantar as ações em
dois anos a partir da publicação do documento nacional.

Repercussão
Antonio Anastasia (PSDB-MG), relator do projeto no Senado: "Pela primeira vez teremos no Brasil uma
lei que determina a política nacional de segurança pública. Muito mais que um plano, é uma política. [...]
Durante muitas décadas, se disse que a União não era responsável pela segurança pública, que a matéria
era só da alçada dos estados. Agora, ficou claro que a União coordenará o processo com muita
responsabilidade".
Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, no Twitter: "O Senado Federal acaba de aprovar o
SUSP, Sistema Único da Segurança Pública. Um passo importante para o combate ao crime e a violência
em nível nacional. Doravante, teremos uma segurança, polícias e inteligencia mais integradas, reunindo
todos, união, estados e municípios."
Humberto Costa, líder do PT no Senado: "O projeto do Susp é fundamental para integrar as ações de
prefeituras, governos estaduais e governo federal e sociedade civil, ele é fundamental para nós criarmos
as condições para melhorar a segurança pública. No entanto, eu entendo que alguns sistemas não
deveriam fazer parte de uma política de segurança pública, entre eles, o sistema socioeducativo, que é
dirigido para crianças e adolescentes, que nós entendemos que deve ser tratado à parte."

Governo destinará mais de R$ 1 bi para intervenção no Rio e Ministério da Segurança, diz


ministro155

Dyogo Oliveira (Planejamento) deu informação após se reunir com Temer e outros cinco ministros.
Recursos serão remanejados do orçamento federal deste ano, explicou.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou na noite deste domingo (18/03) que o governo
federal destinará mais de R$ 1 bilhão para a intervenção no Rio de Janeiro e para o recém-
criado Ministério da Segurança Pública.
Dyogo deu a informação ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, após se reunir com o presidente
Michel Temer e outros cinco ministros, entre os quais Raul Jungmann (Segurança Pública), Torquato
Jardim (Justiça) e Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional).
Segundo o ministro do Planejamento, o valor exato será definido até o fim desta semana e o montante
será realocado no orçamento federal deste ano.
"É na casa de bilhão, mas acho precipitado adiantar valores (...). Teremos crédito extraordinário para
o Rio de Janeiro, cujos valores ainda estão sendo levantados pelo Ministério da Segurança Pública e pelo
interventor. E deveremos ter isso até o final desta semana enviado ao Congresso Nacional", declarou
Dyogo Oliveira.
Segundo o ministro, será editada uma medida provisória para a liberação dos recursos para a
intervenção. Neste caso, a MP tem vigência imediata e precisa ser analisada pelo Congresso em até 120
dias.
Sobre os recursos para o Ministério da Segurança, Dyogo informou que o governo enviará ao
Congresso um projeto de lei.
O G1 apurou que uma das fontes consideradas pelo governo para liberar os recursos é a chamada
"reoneração" da folha de pagamentos, ou seja, o aumento da tributação para as empresas.
Atualmente, 50 setores da economia são excluídos da possibilidade de pagar imposto sobre a folha
de pagamentos com base em um percentual da receita bruta - que representa uma tributação menor. O
governo, entretanto, quer manter quatro setores com esse benefício. O projeto ainda vai passar por
votação no Congresso Nacional, mas o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), indicou que quer
manter mais setores com esse benefício, o que diminuiria o impacto na arrecadação.

155
MARTELLO, A. KLAVA, N. Governo destinará mais de R$1 bi para intervenção no Rio e Ministério da Segurança, diz ministro. G1 Política. Disponível em: <
https://g1.globo.com/politica/noticia/ministerio-da-seguranca-publica-e-recursos-para-o-rj-somarao-mais-de-r-1-bilhao-diz-ministro-do-
planejamento.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 19 de março de 2018.

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Destinação dos recursos
Dyogo Oliveira explicou que os recursos sairão do Orçamento Geral da União deste ano, por meio de
remanejamento.
Deste modo, outras áreas perderão recursos consequentemente. "As fontes desse crédito
extraordinário ainda não foram completamente definidas. Estaremos elaborando as fontes dentro do
orçamento nos próximos dias que serão remanejadas para atender essa demanda da área de segurança",
afirmou.
Dyogo Oliveira disse, ainda, que o governo identificará as fontes de recursos no orçamento e
encaminhará a MP e o projeto de Lei ao Congresso até o fim desta semana.
Segundo o ministro, parte dos recursos da intervenção irá diretamente para o Rio, enquanto outra parte
será direcionada para as forças federais que atuam no estado.

Pezão repercute
À GloboNews, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que a Secretaria de Segurança
Pública do estado é a que tem o maior orçamento, mas "quase todos" os recursos são destinados ao
pagamento de salários.
"Estamos com dificuldade na infraestrutura. Nosso orçamento hoje é quase todo para a folha de
pagamento", acrescentou.
Pezão informou que se reunirá nesta segunda (19/03) com o interventor federal, general Braga Netto,
para discutir as ações e definir o orçamento necessário. Só depois disso, acrescentou o governador, é
que Netto deve apresentar o plano de custos ao governo federal.

Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio156

Decreto já está em vigor desde a semana passada, mas governo precisava do aval do Congresso para
medida continuar valendo. Com aprovação, texto será publicado no 'Diário Oficial'.
Senado aprovou no fim da noite desta terça-feira (20/02), por 55 votos a 13 (1 abstenção), o decreto
que autoriza intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. O decreto vai a
publicação no "Diário Oficial da União".
A intervenção federal foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16/02). A medida
passou a vigorar imediatamente, mas, para continuar valendo, precisava do aval da Câmara e do Senado.
O tema foi aprovado pela Câmara na madrugada desta terça-feira (20/02), por 340 votos a 72.
O decreto estabelece que a intervenção durará até 31 de dezembro deste ano.
Enquanto vigorar a medida, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do
Leste, será o interventor no estado e terá o comando da Secretaria de Segurança Pública, Polícias Civil
e Militar, Corpo de Bombeiros e do sistema carcerário fluminense.
Segundo o decreto, o objetivo da intervenção é tratar do "grave comprometimento da ordem pública"
no Rio. A medida foi tomada após o feriado de carnaval, período em que a capital do estado
registrou vários episódios de violência.
Pelo texto, o interventor está subordinado ao presidente da República e não está sujeito a regras
estaduais que entrem em conflito com o objetivo da intervenção.
O general Braga Netto pode, se necessário, solicitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e
humanos do Rio para restabelecer a ordem pública.
Ele também poderá, segundo o decreto, requisitar a órgãos civis e militares da administração pública
federal meios necessários ao sucesso da intervenção.
O decreto preserva, sob a responsabilidade do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), as
atribuições sem relação com a área de segurança pública.

A sessão
Por se tratar de uma medida de urgência, o decreto seguiu da Câmara direto para o plenário do
Senado, sem passar pelas comissões da Casa. O tema foi analisado em sessão extraordinária que
começou por volta das 20h30 desta terça.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), designou como relator o senador Eduardo
Lopes (PRB-RJ), que votou favoravelmente à intervenção. Segundo Eunício, 11 parlamentares o
procuraram para assumir a função.
Durante a apresentação do relatório, Eduardo Lopes afirmou que a situação do Rio é "grave",
acrescentando que a população do estado está com "medo de sair de casa.
156
GARCIA, GUSTAVO. NETTO, C. JOÃO. Senado aprova intervenção federal na segurança pública do Rio. G1. Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/senado-aprova-intervencao-federal-na-seguranca-publica-do-rio.ghtml> Acesso em 21 de fevereiro de 2018.

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. 212
"Sabemos que a situação não é exclusiva do Rio de Janeiro, sabemos que existe violência e altos
índices de violência em outros estados, mas, sem dúvida, o Rio de Janeiro repercute muito mais, tanto
internamente, como internacionalmente", disse.
"No momento que nós vimos ladrões assaltando carrinho de cachorro-quente com fuzil, isso mostra
que a situação realmente é grave. Arrastões por toda cidade, um medo imperando, pessoas com medo
de sair, cancelando compromissos, não participando de eventos sociais, com medo da violência",
completou o relator.
Eduardo Lopes é suplente de Marcelo Crivella (PRB-RJ), que deixou o Senado em 2017 para assumir
a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Argumentos pró e contra o decreto


Durante a sessão, parlamentares favoráveis e contrários ao decreto se revezaram na tribuna do
Senado.
Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, presidente do PT, foi a primeira a falar contra a intervenção federal.
A senadora disse que outros estados – como Sergipe, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte –
apresentam índices de violência mais altos e questionou o critério do governo ao decidir pela intervenção
no Rio.
"O Ceará é um estado hoje que também tem um índice de violência muito maior que o do Rio de
Janeiro. O que vão fazer lá? Vão fazer intervenção também? Ou será que o estado do Ceará tem que se
contentar com os 36 homens da Força Nacional que o Temer mandou para lá?".
Já o senador Lasier Martins (PSD-RS) defendeu a intervenção no Rio de Janeiro. Para o parlamentar,
é "quase inacreditável insinuar" que não se deve mexer no que o Rio de Janeiro se tornou.
"Estamos em uma situação de exceção porque, neste momento, o Rio de Janeiro está entregue à
bandidagem, onde as crianças não podem ir a escolas porque estão sujeitas às balas perdidas".
Lasier também defendeu que o governo edite um segundo decreto, estabelecendo "orçamento
continuado" para a intervenção.
Líder da minoria, Humberto Costa (PT-PE) seguiu a linha do discurso de Gleisi Hoffmann e criticou o
decreto presidencial, chamando a medida de Temer de "intervenção Tabajara" de um governo
"paspalhão".
"Uma intervenção que não tem qualquer planejamento, não diz sequer de onde virão os recursos. [...]
Se der errado, nós vamos recorrer a quem? Ao Vaticano?".
Vice-presidente do Senado, o tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) declarou voto a favor da
intervenção federal.
Ele disse que a crise na segurança do Rio “está diretamente vinculada ao desmonte que foi feito no
estado por práticas de corrupção, crime organizado e formação de quadrilha não só de traficantes, mas
de governantes” do estado.
"Não há o que se fazer hoje no Senado a não ser aprovar o decreto presidencial. Não há alternativa.
Qualquer posição contrária é, naturalmente, um embate político. Não é defesa efetiva da população do
Rio de Janeiro".
Depois que cinco senadores favoráveis e cinco contrários se manifestaram sobre o assunto, líderes
partidários encaminharam suas bancadas e a votação foi iniciada, com os votos registrados em painel.

No aniversário da crise dos presídios, nove mortos em rebelião em Goiás157

Confronto entre grupos rivais deixou ainda 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia
Pelo menos nove pessoas morreram e 14 ficaram feridas durante um motim em uma prisão na região
metropolitana de Goiânia, informaram fontes oficiais. A rebelião ocorre exatamente um ano após o início
de uma série de revoltas em presídios no país — a primeira delas, em Manaus, levou à morte de mais de
50 pessoas.
Nesta segunda-feira, um grupo de prisioneiros em regime semiaberto invadiu um pavilhão do
Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia onde estavam os presos de um grupo rival e incendiaram
algumas instalações, de acordo com a Superintendência Executiva da Administração Penitenciária
(SEAP).
Os presos atearam fogo em algumas instalações, por isso foi necessária a presença de bombeiros
para apagar o incêndio. Um total de 34 presos conseguiu fugir durante o motim que, de acordo com as
primeiras informações, já foi controlado pelas autoridades penitenciárias.

157
EL PAÍS. No aniversário da crise dos presídios, nove mortos em rebelião em Goiás. El País. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/02/politica/1514848126_015384.html?id_externo_rsoc=TW_BR_CM> Acesso em 02 de janeiro de 2017.

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Parentes dos presos se juntaram na porta da prisão para tentar obter informações sobre o ocorrido e
alguns deles chegaram a ser avisados sobre o massacre pelos próprios detentos através de aplicações
de mensagens instantâneas, de acordo com a imprensa local.
O Brasil viveu em janeiro do ano passado um dos episódios mais trágicos de sua história carcerária
com mortes nas prisões nos estados do Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte, que causaram mais
de 130 mortes.
O pior massacre ocorreu há exatamente um ano, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj)
na cidade amazônica de Manaus, onde 56 presos morreram em um confronto entre facções rivais, o que
mostrou a grande influência delas dentro das prisões e deixou evidente a insegurança, a superlotação e
as más condições do sistema penitenciário brasileiro.

BRASIL TEM 6,5 HOMICÍDIOS POR HORA, APONTA MAPA DA VIOLÊNCIA158

O Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, aponta um estudo coordenado pelo professor e sociólogo
Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre
Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO). O dado corresponde a 6,5
assassinatos por hora.
- O Brasil teve 29 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2014.
- São Luís, no Maranhão, foi a cidade mais violenta do país, com 90 homicídios para cada 100 mil
habitantes.
- Alagoas foi o estado mais violento para a população negra. A cada 13 vítimas de homicídio, 12 eram
negras.

Mortes por armas de fogo


Nesta quinta-feira (25/08/16), Waiselfisz divulgou o Mapa da Violência 2016. Nele, o pesquisador
detalha os homicídios cometidos por armas de fogo no país, que somaram 42.291 casos em 2014, ou
21,2 para cada 100 mil habitantes. Em 2004, essa taxa era de 20,7.
"Ficou evidente, nesse estudo, o progressivo, sistemático e ininterrupto incremento das taxas de
homicídio por arma de fogo", escreveu o pesquisador. Veja os destaques:
- Fortaleza (CE) foi a capital com maior taxa de homicídios por armas de fogo em 2014, com 81,5
vítimas a cada 100 mil habitantes.
- Recife (PE), que em 2004 liderava a lista, caiu para a 13ª posição. A taxa de homicídios por arma de
fogo na cidade caiu de 77,8, naquele ano, para 35,8 em 2014.
- Boa Vista (RR) foi a capital com a menor taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 9,1 para
cada 100 mil habitantes.
- Alagoas foi o estado com maior taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 56,1 mortes para
cada 100 mil habitantes.
- O estado do Rio de Janeiro, que em 2004 liderava a lista, caiu para a 15ª posição. A taxa no estado
caiu de 47, naquele ano, para 21,5 em 2014.
- Santa Catarina foi o estado com menor taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 7,5 mortes
para cada 100 mil habitantes.

Último suspeito de terrorismo preso deve ser levado a presídio federal159

O mecânico Leonid El Kadre de Melo, último foragido da "Operação Hashtag" preso neste domingo
(24/07/2016) em Comodoro, a 656 km de Cuiabá, em Mato Grosso, deve ser levado para o presídio
federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. No local, já estão as outras 11 pessoas suspeitas de
planejar ataques terroristas na Olimpíada do Rio de Janeiro.
Leonid foi preso pela Polícia Militar por volta das 19h30 na rodoviária de Comodoro após ser
reconhecido por conta das fotos divulgadas pela imprensa. Uma denúncia dizia que um homem estava
tentando comprar uma passagem sem documentos. Os policiais chegaram até o local, o reconheceram
e deram voz de prisão. Ele foi levado para a delegacia para prestar depoimento.
Na sexta-feira (22/07/2016), o penúltimo foragido, Valdir Pereira da Rocha, se entregou à Polícia
Federal na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km de Cuiabá. Todos os presos na ação
estão no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A unidade é de segurança máxima
e recebe presos de alta periculosidade.

158
25/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/brasil-tem-65-homicidios-por-hora-aponta-mapa-da-violencia.html
159
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/07/ultimo-suspeito-de-terrorismo-preso-deve-ser-levado-presidio-federal.html

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Operação Hashtag
A chamada "Operação Hashtag" foi lançada na semana passada pela Polícia Federal, resultando na
prisão de dez pessoas em sete estados, informou o Ministério da Justiça.
Foram as primeiras prisões no Brasil com base na recente lei antiterrorismo, sancionada em março
pela presidente afastada, Dilma Rousseff.
Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico,
que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
Além das prisões, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em dez estados – São Paulo
(8); Goiás (2); Amazonas (2); Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Minas Gerais
e Mato Grosso (um em cada). Houve ainda duas conduções coercitivas, em São Paulo e Minas Gerais.

'Célula amadora'
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse, em coletiva na semana passada, que os
investigados na operação não tiveram contato com membros do Estado Islâmico e que se trata de uma
"célula absolutamente amadora", porque não tinha "nenhum preparo".
"Mas obviamente que não podemos – nenhuma força de segurança – ignorar isso. [...] Só o fato de
começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver, e o melhor era decretar a
prisão deles", afirmou o ministro.
Moraes disse que o grupo mencionava a intenção de comprar um fuzil AK-47 em uma loja clandestina
no Paraguai.
Segundo Moraes, os investigados na operação, batizada de Hashtag, nunca tinham se encontrado
pessoalmente e eram monitorados há meses pela polícia. Eles costumavam se comunicar pela internet,
por meio dos aplicativos de mensagem instantânea WhatsApp e Telegram.
Questionado sobre como foi o monitoramento dos suspeitos, já que o WhatsApp foi bloqueado mais
de uma vez pela Justiça brasileira justamente por não fornecer dados para investigações, o ministro
inicialmente não quis responder. Depois disse que revelar como se deu o monitoramento atrapalharia a
investigação.

Com PEC do Teto, segurança vai "parar" se não melhorar gastos, diz especialista160

O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, afirmou ao


UOL que a PEC do Teto pode causar graves problemas no combate à violência no país. Segundo ele,
sem mais investimentos e sem melhoras na forma como se gasta os poucos recursos, a segurança
pública "vai parar" antes de 2020.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) congela os gastos do governo federal pelos próximos 20
anos. Ela já passou pela Câmara e ainda será votada pelo Senado.
"Pelo o que se percebe, olhando por gastos hoje, quem sustenta a segurança são os municípios --que
vivem crise aguda na área e nas finanças púbicas-- e os Estados. E pelo cenário traçado, não teremos
mais dinheiro. Ou avança para melhorar a qualidade do gasto público. Ou, em dois, três anos, a segurança
não só vai entrar em colapso, porque acredito que ela já está, ela vai parar", disse.

Segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Fórum, os
gastos com segurança pública no país totalizaram R$ 76,2 bilhões em 2015, 11,6% maior que o ano
anterior (sem levar em conta a inflação de 2014, que foi de 6,41%).
O especialista explica que, desde 2010, os investimentos federais vêm sendo reduzidos, e que o
cenário para os próximos anos é preocupante.
"Se a média dos gastos federais se mantiver como nos últimos anos, não teremos dinheiro federal para
dar conta das parcerias com Estados e municípios. O dinheiro já tinha sido reduzido e hoje é quase todo
direcionado às polícias Federal e Rodoviária Federal", disse.
Ele explica que o Fundo Nacional de Segurança Pública representa apenas 3% do orçamento do
Ministério da Justiça, valor insuficiente até para ampliar o efetivo da Força Nacional, como planeja o
Ministério da Justiça. A Força Nacional é uma tropa emergencial do governo federal utilizada para
estancar picos de criminalidade.
"Quase metade dos gastos do Fundo são com a Força Nacional. O governo quer aumenta de 1.500
para 7.000 policiais. O primeiro raciocínio é: de onde vai sair esse dinheiro? O Fundo não tem a
capacidade para financiar esses adicionais. Pelos números do gasto dos últimos anos, vai ter ser dinheiro
novo", disse.
160
03/11/2016 Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/11/03/com-pec-do-teto-seguranca-vai-parar-se-nao-melhorar-gastos-diz-
especialista.htm

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. 215
Como a segurança não possui limite mínimo de investimento federal, Lima acredita que o setor pode
ficar à mercê com outras áreas e lutando pelos recursos que sobrarem.
"A pergunta é: de onde sairá o dinheiro, já que nós estaremos constrangidos pelo financiamento do
teto de gastos? Saúde e educação têm suas vinculações orçamentárias. A Previdência tem seus próprios
custos. Ou seja, o que sobrar vai ser disputado pelas várias áreas", diz, citando uma fala do presidente
Michel Temer como um possível caminho a ser trilhado pelo governo federal nos próximos anos.
"O presidente declarou, na semana passada, que responsabilidade da segurança é dos Estados. Ali
talvez seja a deixa de que não vai ter dinheiro", finalizou.

SP é o Estado que mais gasta com segurança


Segundo o Anuário, somente São Paulo gastou R$ 11,3 bilhões com segurança pública, 24,6% a mais
que os gastos da União com a área --que somaram R$ 9 bilhões, apenas 1% a mais que em 2014, quando
havia gasto R$ 8,9 bilhões (valor não corrigido pela inflação). Os gastos dos municípios com o setor
totalizaram R$ 4,4 bilhões.
Percentualmente, o Estado de Minas Gerais é o que mais gasta com segurança, investindo 17% das
receitas na área. O Piauí está na outra ponta, gastando apenas 3,2% do orçamento com a segurança.
O levantamento também traz, pela primeira vez, os gastos da Força Nacional de Segurança Pública.
Desde 2004, quando foi criada, ela já gastou R$ 1,2 bilhão em 239 operações. Desse montante, R$ 162,6
milhões foram consumidos em 2015. Em setembro do ano passado, o efetivo da força era de 1.446
policiais.

Questões

01. (UEPB – Auxiliar Administrativo – CPCON) A violência tem atingido os mais diversos municípios,
dos mais aos menos populosos. O texto abaixo sinaliza esse aspecto.
O ranking dos municípios mais violentos do Brasil de 2015, divulgado pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (IPEA) em 2017, aponta o município de Santa Rita como o mais violento da
Paraíba e o 22º do país. Com uma população de 134.940 habitantes o município registrou 100 homicídios
no ano de 2015, o que dá uma taxa de 74,1 homicídios por 100 mil habitantes. Na outra ponta do estudo,
o município de Botucatu foi o segundo menos violento de São Paulo e o 6º do país. Com uma população
de 139.483 habitantes, o município registrou 6 homicídios no ano de 2015, o que dá uma taxa de 4,3
homicídios por 100 mil habitantes.
Como dois municípios com tamanhos populacionais semelhantes podem ter taxas de homicídios tão
diferentes? Marque a alternativa que apresenta fatores CORRETOS para essa diferença.
(A) Em São Paulo é permitido o porte de armas pelo cidadão de bem, o que comprovadamente intimida
a ação dos criminosos.
(B) Melhor distribuição de renda e maiores investimentos sociais em saúde, educação, lazer e cultura.
(C) A presença ostensiva da polícia nas ruas de Botucatu garante a paz no município. O município
possui o maior efetivo de policiais do país.
(D) A ausência de leis específicas sobre homicídios no Estado da Paraíba contribui para as altas taxas
de homicídio de Santa Rita.
(E) A reforma do sistema educacional de Botucatu em 2000, que incluiu técnicas de defesa pessoal e
artes maciais no currículo básico, preparou melhor a população para enfrentar a violência.

02. (TER-AP – Analista Judiciário – CESPE) A segurança é um item de crescente preocupação da


população brasileira. Esta preocupação é resultante
(A) da descoberta, apenas recentemente, da existência de grupos econômicos e sociais envolvidos no
comércio ilícito das drogas.
(B) de uma onda episódica de acasos policiais que envolvem personalidades políticas nacionais.
(C) da percepção da sociedade brasileira da urgência do tema bem como de suas causas profundas
e imediatas, como a crise no próprio sistema de segurança do Estado.
(D) de uma visão passional e imediatista da população brasileira em relação a problema global que
atinge todo o mundo.
(E) de uma visão limitada do país e manipulada pelos grandes conglomerados da comunicação
nacional.

Gabarito

01.B / 02.C

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Comentários

01. Resposta: B
Questões sociais são normalmente relacionadas a problemas com segurança e violência. Os
investimentos (ou ausência deles) estão entre algumas das explicações para as diferenças entre regiões
mais ou menos seguras.

02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo: <
https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>

Arte e Literatura
saúde
Arte Brasileira1

A arte brasileira surge da mistura de outros estilos e se inicia desde o período da Pré-História há mais
de 5 mil anos, até a arte primitiva. Ela também foi influenciada pelo estilo artístico de outras sociedades.
Dentre elas, temos a arte da Pré-História brasileira, com vários sítios arqueológicos espalhados pelo
território e tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Outra a ser citada
é a arte indígena na época do descobrimento do Brasil, quando no início, havia cerca de 5 milhões de
índios. Atualmente, esse número foi reduzido, assim como parte de sua cultura.
Outra vertente da arte brasileira a ser citada é a do Período Colonial. O Brasil transformou-se em
colônia de Portugal, depois da chegada de Cabral e eram feitas construções simples, como as feitorias,
várias vilas e engenhos de açúcar como representação da arte.
Na invasão dos holandeses que ficaram no nordeste do Brasil por quase 25 anos, no início de 1624,
se instalou uma cultura vinda dos povos holandeses. Apesar dos portugueses terem defendido o Brasil
de invasores, estes ainda conseguiram instalar-se. Artistas e cientistas vieram para o Recife, trazendo a
cultura holandesa.
Outro estilo surgido foi o Barroco, ligado ao catolicismo. A influência da Missão Artística Francesa, no
início do século XIX, quando a família real veio ao Brasil foi intensa. A população começou a imitar a
cultura europeia. Eram pintados retratos da família real e algumas imagens dos índios brasileiros.
A Pintura Acadêmica, também no século XIX na arte brasileira, retrata a riqueza clássica, sendo que
era refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela Academia de Belas Artes). Já no início
do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro, marcado inicialmente pela Semana de Arte
Moderna. Antes disso, o Expressionismo já começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall
(1891-1957) que contribui para o Modernismo. Após a Semana de Arte Moderna, vários artistas
começaram a desenvolver um estilo próprio de pintura, sendo ela mais valorizada no país.
Além do já citado Lasar Segall, o Brasil tem grandes pintores, cujas obras têm reconhecimento
internacional. Entre os principais destaques, podemos incluir:

Cândido Portinari - Foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Nasceu na cidade de Brodowski
(interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia
e política. Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos
países, como a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos. No ano de 1935 ele recebeu
uma premiação em Nova Iorque por sua obra “Café”. Deste momento em diante, sua obra passou a ser
mundialmente conhecida. Dentre suas obras, destacam-se: “A Primeira Missa no Brasil”, “São Francisco
de Assis” e “Tiradentes”. Seus retratos mais famosos são: seu autorretrato, o retrato de sua mãe e o do
famoso escritor brasileiro Mário de Andrade.
Características principais de suas obras: Retratou questões sociais do Brasil e utilizou alguns
elementos artísticos da arte moderna europeia; Suas obras de arte refletem influências do surrealismo,
cubismo e da arte dos muralistas mexicanos; Arte figurativa, valorizando as tradições da pintura.

Anita Malfatti - Foi uma importante e famosa artista plástica (pintora e desenhista) brasileira. Nasceu
na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889 e faleceu na mesma cidade, em 6 de novembro
de 1964. Estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e nos Estados Unidos (estudou na Independent
School of Art em Nova Iorque). Em sua passagem pela Alemanha, em 1910, entrou em contato com o

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. 217
expressionismo, que a influenciou muito. Já nos Estados Unidos teve contato com o movimento
modernista.
Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao
mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens
marginalizados dos centros urbanos, causaram desaprovação nos integrantes das classes sociais mais
conservadoras. Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade, participou da Semana de Arte Moderna.
Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald
de Andrade e Menotti del Picchia.
Principais obras: “A boba”, “As margaridas de Mário”, “Natureza Morta - objetos de Mário”, “A Estudante
Russa”, “O homem das sete cores”, “Nu Cubista”, “O homem amarelo”, “A Chinesa”, “Arvoredo” e “Interior
de Mônaco”, entre outros.

Di Cavalcanti - Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di


Cavalcanti, foi um importante pintor, caricaturista e ilustrador brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, em 6
de setembro de 1897. Desde jovem demonstrou grande interesse pela pintura. Com onze anos de idade
teve aulas de pintura com o artista Gaspar Puga Garcia. Seu primeiro trabalho como caricaturista foi para
a revista Fon-Fon, em 1914.
Fez a primeira exposição individual para a revista "A Cigarra". Participou da Semana de Arte Moderna
de 1922, expondo 11 obras de arte e elaborando a capa do catálogo. Foi premiado, junto com o pintor
Alfredo Volpi como melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo. Seu estilo artístico é marcado pela
influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas mexicanos (Diego Rivera, por exemplo). Abordou
temas tipicamente brasileiros como por exemplo o samba. O cenário geográfico brasileiro também foi
muito retratado em suas obras. Em suas obras são comuns os temas sociais do Brasil (festas populares,
operários, as favelas, protestos sociais, etc). Estética que abordava a sensualidade tropical do Brasil,
enfatizando os diversos tipos femininos. Principais obras: “Pierrete”, “Samba”, “Mangue” e “Cinco Moças
de Guaratinguetá”, entre outras.

Tarsila do Amaral - foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista.
Nasceu na cidade de Capivari (interior de São Paulo), em 1º de setembro de 1886. Na adolescência,
Tarsila estudou no Colégio Sion, localizado em São Paulo, porém, completou os estudos numa escola de
Barcelona (Espanha). Desde jovem, demonstrou muito interesse pelas artes plásticas.
Somente aos 31 anos começou a aprender as técnicas de pintura com Pedro Alexandrino Borges
(pintor, professor e decorador). Em 1920, foi estudar na Academia Julian (escola particular de artes
plásticas) na cidade de Paris. Em 1922, participou do Salão Oficial dos Artistas da França, utilizando em
suas obras as técnicas do cubismo. Retornou para o Brasil em 1922, formando o "Grupo dos Cinco", junto
com Anita Malfatti, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Entre as décadas de 1920 e 1930, pintou suas obras de maior importância e que fizeram grande
sucesso no mundo das artes. Entre as obras desta fase, podemos citar as mais conhecidas: Abaporu
(1928) e Operários (1933). No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-Brasil e
Antropofágico.
Entre as propostas desta fase, Tarsila defendia que os artistas brasileiros deveriam conhecer bem a
arte europeia, porém deveriam criar uma estética brasileira, apenas inspirada nos movimentos europeus.
Características de suas obras: Uso de cores vivas; Influência do cubismo (uso de formas geométricas);
Abordagem de temas sociais, cotidianos e paisagens do Brasil; Estética fora do padrão (influência do
surrealismo na fase antropofágica).
Principais obras: “Abaporu”, “Autorretrato”, “Retrato de Oswald de Andrade”, “Estudo (Nu)”, “Natureza-
morta com relógios”, entre outras.

Volpi - Alfredo Foguebecca Volpi, artista plástico ítalo-brasileiro. É considerado um dos principais
artistas da Segunda Geração da Arte Moderna Brasileira. Ganhou destaque com pinturas representando
casarios e bandeirinhas de festas juninas (sua marca registrada). Nasceu na cidade de Lucca (Itália) em
14 de abril de 1896. Atuou como pintor decorador de residências de famílias da alta sociedade paulistana,
fazendo pinturas em paredes e murais; Ganhou o prêmio de melhor pintor nacional na Bienal de Artes de
1953; Fez afrescos na Capela São Pedro de Monte Alegre e Participou da 1ª Exposição de Arte Concreta
em 1956.
Estética: explorou as formas e composição de cores com grande impacto visual. Nos anos 50
enveredou para o campo do abstracionismo geométrico. Foi neste período que começou a retratar
bandeirinhas de festas juninas. Principais obras: "Mulata", "Fachada e Rua", "Festa de São João",
"Grande Fachada Festiva" e "Fachadas".

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. 218
Literatura brasileira161

A literatura no Brasil viveu vários períodos, geralmente recebendo influência de escolas europeias.
Houve ainda um movimento que tentou criar uma identidade puramente nacional, voltada à abordagem
de temas cotidianos. Os principais momentos da produção literária no Brasil foram:

Quinhentismo (século XVI) - Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo
da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de
Anchieta com seus poemas, autos, sermões, cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com
sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros.
Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral.
Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação (de viagem) sobre o Brasil. O
objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais
da nova terra.

Barroco (século XVII) - Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse
contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras
são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas, antíteses
e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais
representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopeia; Gregório de Matos Guerra (Boca do
Inferno), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo
Antônio ou dos Peixes.

Neoclassicismo ou Arcadismo (século XVIII) - O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia
e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações
e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa
é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga
das cidades) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher
amada. As principais obras desta época são: Obra Poética, de Cláudio Manoel da Costa; O Uraguai, de
Basílio da Gama; Cartas Chilenas e Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga; e Caramuru, de Frei
José de Santa Rita Durão.

Romantismo (século XIX) - A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real
portuguesa em 1808 e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na
literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar: individualismo,
nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e
sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos
citar: O Guarani, de José de Alencar; Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães;
Espumas Flutuantes, de Castro Alves; e Primeiros Cantos, de Gonçalves Dias. Outros importantes
escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e
Souza.

Realismo - Naturalismo (segunda metade do século XIX) - Na segunda metade do século XIX, a
literatura romântica entrou em declínio juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam
a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características
desta fase, podemos citar: objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de
personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade.
O principal representante desta fase foi Machado de Assis, com as obras: Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas
Aluísio de Azedo, autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia, autor de O Ateneu.

Parnasianismo (final do século XIX e início do século XX) - O parnasianismo buscou os temas
clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma
linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam
a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não
retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são:
Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

161
Texto adaptado de www.suapesquisa.com

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Simbolismo (fins do século XIX) - Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broqueis,
de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo
suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos,
carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza
e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922) - Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só
começou em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Esta época é marcada pelo regionalismo,
positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os
principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro Lobato, Lima
Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma, e Augusto dos Anjos.

Modernismo (1922 a 1930) - Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As
principais características da literatura modernista são: nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos),
linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas:
Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

Neorrealismo (1930 a 1945) - Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e
as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos
também são retomados. Destacam-se as seguintes obras: Vidas Secas, de Graciliano Ramos; Fogo
Morto, de José Lins do Rego; O Quinze, de Raquel de Queiroz; e O País do Carnaval, de Jorge Amado.
Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecília
Meireles.

Arquitetura Brasileira162

Os colonizadores improvisavam-se construtores para levantar moradias e entrincheiramento a fim de


se defenderem dos índios e de outros brancos. Na necessidade da conquista e manutenção do espaço
cria-se um sistema feudal e organizam-se os arraiais, como no caso de Salvador, uma cidade cercada
por muros de taipa, essa técnica, embora precária quando bem mantida, perpetua-se ao longo dos
séculos. Em cada uma das regiões ocupadas recursos locais são utilizados na construção, como a
carnaúba no Piauí que ainda hoje é utilizada.
Até a primeira metade deste século grande parte das casas no Recife era construída como no século
do descobrimento. A “casa-fortaleza”, como era denominada, utilizava pedra, cal, pau a pique e era
telhada e avarandada. Não se tem amostras, mas sabe-se através dos documentos que obedeciam às
prescrições da Coroa ao conceder-se uma sesmaria. Com o crescimento das vilas, os construtores
começam a procurar materiais mais resistentes e passam a utilizar a pedra. A primeira obra em pedra
parece ter sido a torre de Olinda, construída por seu primeiro donatário (Duarte Coelho).
Deve-se notar aqui as conquistas holandesas, os batavos muito produziram com alta qualidade e
fazem com que Recife torne-se a cidade mais importante da colônia, porém não se misturam com os
produtores da insipiente arte local. É com a ajuda de Pieter Post, arquiteto incluído na expedição de
Nassau, que se realizam um conjunto de obras urbanísticas e arquitetônicas notáveis. É nesta época que
o barroco começa a dar sinais de vida, e as Igrejas buscam construir com luxo, enquanto o povo
continuara a viver da maneira mais simples até os anos setecentos. A prosperidade da arquitetura
religiosa deve-se, também, à instituição das Irmandades que construíam suas igrejas, às vezes,
rivalizando com as Ordens. Os artistas eram disputados e razoavelmente retribuídos.
Nosso barroco floresce de maneira torta e não é comparável aos outros movimentos no mundo, pode-
se dizer que é mais parecido com o alemão do que com o italiano. A arquitetura civil é inexpressiva e
servia, praticamente, a fins religiosos. Quase todos os arquitetos brasileiros da primeira metade do século
XVIII, constroem igrejas de nave octogonal, a primeira, construída entre 1714 e 1730, é a de Nossa
Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, muito importante por representar uma evolução em
relação às igrejas portuguesas ou mesmo qualquer igreja da época.
Outras Igrejas brasileiras de plano octogonal são: a igreja paroquial de Antônio Dias (1727); a Igreja
de Santa Efigênia em Ouro Preto (1727), ambas atribuídas a Manuel Francisco Lisboa, pai de Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho; igreja do Pilar em Ouro Preto (1720); igreja de São Pedro dos Clérigos
de Recife (1728-1782), de Manoel Ferreira Jácome; igreja da Conceição da Praia em Salvador, projetada

162
http://www.coladaweb.com/artes/arquitetura/arquitetura-brasileira

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. 220
por Manoel Cardoso Saldanha, que foi a última de importância construída na Bahia, também a última de
plano octogonal a ser erguida, tanto no Brasil quanto em Portugal.
Na segunda metade do século XVIII, Minas Gerais passa a dominar a arquitetura religiosa em igrejas
como: o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (1757-1770); a de São Pedro
dos Clérigos, em Mariana (1771) e a Capela do Rosário de Ouro Preto. Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho principal escultor e arquiteto da época deixou vasta obra, adepto do estilo rococó, soube
integrar melhor do que ninguém a arquitetura e a escultura, a decoração rebuscada à sobriedade da
arquitetura religiosa portuguesa. Ele modifica a estrutura do altar suprimindo o baldaquim ou elevando-o
até a abóbada. A igreja de São Francisco em Ouro Preto foi inteiramente projetada, construída e decorada
por Aleijadinho num espaço de vinte e oito anos entre 1766 e 1794, o que explica sua extraordinária
unidade. Sua capela-mor é uma das obras mais importantes de Aleijadinho.
A transferência da Corte de Dom João VI para o Brasil provoca mudanças sensíveis na arquitetura.
Em 1816 chega ao Rio de Janeiro a chamada Missão Francesa incumbida, por Dom João, da educação
artística do povo brasileiro. Liderada por Lebreton, a missão trouxe como arquiteto Auguste-Henri-Victor
Grandjean de Montigny (1776-1850), que introduziu o Neoclassicismo e fez adeptos. A primeira obra, que
foi encomendada a ele, foi a da Academia de Belas-Artes, edifício cujas obras paralisadas durante anos,
por ocasião da morte do Conde da Barca, responsável pela vinda de Grandjean. Tal fato faz com que o
arquiteto passe a dedicar-se a outros projetos, como o edifício da Praça do Comércio, já demolido, a
Alfândega, o antigo Mercado da Candelária e várias residências, além de ter sido o primeiro professor de
arquitetura do Brasil. Atuaram também nesta época os arquitetos José da Costa e Silva, Manuel da Costa
e o Mestre Valentim da Fonseca e Silva, autor da ornamentação do passeio público do Rio de Janeiro.
Já no começo do século, o Art Nouveau e o Art Deco aparecem de forma restrita, principalmente em
São Paulo, e seu expoente máximo é Victor Dubugras, que faleceu em 1934. A Semana de Arte Moderna
de 1922 e a sequente revolução de 1930 são a alavanca da arquitetura moderna no Brasil. Já em 1925 o
arquiteto Gregori Warchavchik publicou seu Manifesto da Arquitetura Funcional. É interessante notar que
a Casa Modernista que Warchavchik construiu em São Paulo, em 1928, é anterior à construção da Casa
das Rosas, da Av. Paulista. Le Corbusier, arquiteto modernista francês, visitou o Brasil pela primeira vez
em 1929 e realizou conferências no Rio e em São Paulo; chegou a propor um plano de urbanização para
o Rio de Janeiro que não foi executado. Provavelmente o seria, não fosse a Revolução que colocou
Getúlio Vargas no poder e Júlio Prestes no exílio.
Mas a revolução trouxe vantagens para a arquitetura: Lúcio Costa torna-se diretor da Escola Nacional
de Belas Artes, para onde chama Warchavchik. Por motivos políticos, sua gestão não dura um ano, mas
não sem frutos. Cedo uma nova geração de arquitetos surgia: Luiz Nunes, os irmãos M.M.M. Roberto,
Aldo Garcia Roza, entre outros.
Em 1935, é realizado o concurso para o prédio do Ministério da Educação no Rio de Janeiro, cujo
primeiro prêmio foi para um projeto puramente acadêmico; porém, por decisão do Ministro Gustavo
Capanema, o projeto passa para as mãos de Lúcio Costa, que reúne uma equipe com outros
concorrentes, entre eles Oscar Niemeyer. Le Corbusier faz nova visita ao Brasil para opinar sobre o
projeto do concurso e também para discutir o projeto da Cidade Universitária do Rio de Janeiro. Lúcio
Costa deixou, em 1939, a chefia da equipe que construía o Ministério da Educação e em seu lugar assume
Oscar Niemeyer, no início de uma carreira brilhante, que tem seu apogeu juntamente com Lúcio Costa,
com a construção de Brasília, vinte anos mais tarde. No mesmo ano de 1939, acontece a Exposição
Internacional de Nova York, onde o Pavilhão do Brasil, obra de Lúcio e Oscar, causa furor.
A arquitetura brasileira dá sinais de vida mundialmente. Niemeyer constrói o conjunto da Pampulha
em Belo Horizonte durante a prefeitura de Juscelino Kubitschek, que depois o leva para Brasília, onde
realizará um conjunto de obras notáveis juntamente com o plano geral de Lúcio Costa. Oscar Niemeyer
também esteve à frente da equipe que construiu o parque do Ibirapuera em São Paulo entre 1951 e 1955.
No Ibirapuera, o paisagismo é de Roberto Burle Marx, que tem vasta obra a ser apreciada e é o maior
expoente dessa arte no país.
Em 1954, foi construído o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de Affonso Eduardo Reidy. Outro
arquiteto modernista de grande importância é Villanova Artigas, autor, entre outras obras, da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Artigas, que esteve exilado por causa do
regime militar, quando retornou ao Brasil, viu-se obrigado a fazer uma prova de admissão para poder
lecionar na faculdade que ele mesmo projetara, prova que ficou registrada em forma de livro.
ão podemos deixar de citar aqui a grande obra de Lina Bo Bardi, mulher de Pietro Maria Bardi, autora
de projetos como o do SESC Pompéia, em São Paulo ou o do MASP (Museu de Arte de São Paulo), cuja
arrojada estrutura foi uma imposição do terreno. O projeto deveria conservar o antigo belvedere, e a
solução encontrada por Lina foi construir um prédio sustentado apenas por quatro pilares nas
extremidades do terreno, uma vez que o túnel da Av. 9 de julho, que passa por baixo do terreno, não

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permitia outra conformação. O resultado é uma grande caixa de vidro suspensa, envolta em dois pórticos,
formados pelos pilares somados às vigas de sustentação da cobertura. Seu vão livre, de setenta e dois
metros em concreto protendido, é uma aventura a ser apreciada.

Cinema no Brasil163

Em 1896, chegaram ao Rio de Janeiro aparelhos de projeção cinematográfica, em 1898, foram


realizadas as primeiras filmagens no Brasil. Somente em 1907, com o advento da energia elétrica
industrial na cidade, o comércio cinematográfico começou a se desenvolver. Nesta fase predominou
filmes de reconstituição de fatos do dia-a-dia. A partir de 1912, das mãos de Francisco Serrador, Antônio
Leal e dos irmãos Botelho eram produzidos filmes com menos de uma hora de projeção, época em que
o cinema nacional encarou forte crise perante o domínio norte-americano nas salas de exibição, os
cinejornais e documentários é que captavam recursos para as produções de ficção.
Em 1925, a qualidade e o ritmo das produções aumenta, o cinema mudo brasileiro se consolida e os
veículos de comunicação da época inauguram colunas para divulgar o nosso cinema. Entre os anos 30 e
40, o cinema falado abre um reinício para a produção nacional que limita-se ao Rio em comédias
populares, conhecidas como chanchadas musicais que lançaram atores como Mesquitinha, Oscarito e
Grande Otelo.
A década de 30 foi dominada pela Cinédia e os anos 40 pela Atlântida. No período de 1950 a 1960,
em São Paulo, paralelo à fundação do Teatro Brasileiro de Comédia e abertura do Museu de Arte
Moderna, surge o estúdio da Vera Cruz que através de fortes investimentos e contratação de profissionais
estrangeiros busca produzir no Brasil, uma linha de filmes sérios, industrial, com uma preocupação
estético-cultural hollywoodiana e com a participação de grandes estrelas como Tônia Carreiro, Anselmo
Duarte, Jardel Filho, entre outros.
A Vera Cruz tinha uma produção cara e de qualidade, mas faltava-lhe uma distribuidora própria e salas
para absorver a sua produção, uma de suas produções foi premiada em Cannes, o filme Cangaceiro, de
Lima Barreto. Em oposição às produções paulistas e cariocas, surgem cineastas independentes que a
partir da década de 60, buscam manter a pretensão artística da Vera Cruz, como por exemplo Walter
Hugo Khouri, e uma esfera neorrealista, com o filme “Rio 40°” de Nelson Pereira dos Santos. Nesta fase
há o fenômeno de filmes feitos na Bahia, por baianos e sulistas, como o “Pagador de Promessas”, é o
surgimento do Cinema Novo, movimento carioca que abarca o que há de melhor no cinema nacional,
época de intensa produção e premiação de nomes como os de Glauber Rocha, Serraceni, Ruy Guerra,
entre outros.

Televisão no Brasil164

A primeira emissora de televisão no Brasil, a TV Tupi, foi inaugurada há 67 anos, em 18 de setembro


de 1950. No começo, os programas eram ao vivo e caracterizados pela improvisação, experimentação
em linguagem (adaptada do rádio e do teatro) e falta de aparelhos receptores, devido ao alto custo.
O idealizador da TV brasileira foi Assis Chateaubriand (1892-1968), dono dos Diários Associados, um
império de comunicação que incluía dezenas de jornais, revistas e rádios. Como não havia televisores no
país, o empresário contrabandeou 200 aparelhos. Até os anos 1960, novas emissoras foram inauguradas,
como a TV Excelsior, a Globo, a Bandeirantes e a Rede Record. Nesse período a TV Tupi entrou em
decadência, até ter a concessão cassada em 1980.

Música Brasileira165

Podemos dizer que a MPB surgiu ainda no período colonial brasileiro, a partir da mistura de vários
estilos. Entre os séculos XVI e XVIII, misturaram-se em nossa terra as cantigas populares, os sons de
origem africana, fanfarras militares, músicas religiosas e músicas eruditas europeias. Também
contribuíram, neste caldeirão musical, os indígenas com seus típicos cantos e sons tribais. Nos séculos
XVIII e XIX, destacavam-se nas cidades, que estavam se desenvolvendo e aumentando
demograficamente, dois ritmos musicais que marcaram a história da MPB: o lundu e a modinha.
O lundu, de origem africana, possuía um forte caráter sensual e uma batida rítmica dançante. Já a
modinha, de origem portuguesa, trazia a melancolia e falava de amor numa batida calma e erudita. Na
segunda metade do século XIX, surge o Choro ou Chorinho, a partir da mistura do lundu, da modinha e

163
http://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-brasileiro/
164
http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/
165
http://www.suapesquisa.com/mpb/

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da dança de salão europeia. Em 1899, a cantora Chiquinha Gonzaga compõe a música Abre Alas, uma
das mais conhecidas marchinhas carnavalescas da história. Já no início do século XX começam a surgir
as bases do que seria o samba. Dos morros e dos cortiços do Rio de Janeiro, começam a se misturar os
batuques e rodas de capoeira com os pagodes e as batidas em homenagem aos orixás.
O carnaval começa a tomar forma com a participação, principalmente de mulatos e negros ex-
escravos. O ano de 1917 é um marco, pois Ernesto dos Santos, o Donga, compõe o primeiro samba que
se tem notícia: Pelo Telefone. Neste mesmo ano, aparece a primeira gravação de Pixinguinha, importante
cantor e compositor da MPB do início do século XIX. Com o crescimento e popularização do rádio nas
décadas de 1920 e 1930, a música popular brasileira cresce ainda mais. Nesta época inicial do rádio
brasileiro, destacam-se os seguintes cantores e compositores: Ary Barroso, Lamartine Babo (criador de
O teu cabelo não nega), Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. Surgem também os grandes
intérpretes da música popular brasileira: Carmen Miranda, Mário Reis e Francisco Alves. Na década de
1940 destaca-se, no cenário musical brasileiro, Luis Gonzaga, o "rei do Baião". Falando do cenário da
seca nordestina, Luis Gonzaga faz sucesso com músicas como, por exemplo, Asa Branca e Assum Preto.
Enquanto o baião continuava a fazer sucesso com Luis Gonzaga e com os novos sucessos de Jackson
do Pandeiro e Alvarenga e Ranchinho, ganhava corpo um novo estilo musical: o samba-canção.
Com um ritmo mais calmo e orquestrado, as canções falavam principalmente de amor. Destacam-se
neste contexto musical: Dolores Duran, Antônio Maria, Marlene, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Angela
Maria e Caubi Peixoto. Em fins dos anos 50 (década de 1950), surge a Bossa Nova, um estilo sofisticado
e suave. Destaca-se Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João Gilberto. A Bossa Nova leva as belezas
brasileiras para o exterior, fazendo grande sucesso, principalmente nos Estados Unidos. A televisão
começou a se popularizar em meados da década de 1960, influenciando na música. Nesta época, a TV
Record organizou o Festival de Música Popular Brasileira. Nestes festivais são lançados Milton
Nascimento, Elis Regina, Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso e Edu Lobo. Neste mesmo período,
a TV Record lança o programa musical Jovem Guarda, onde despontam os cantores Roberto Carlos e
Erasmo Carlos e a cantora Wanderléa. Na década de 1970, vários músicos começam a fazer sucesso
nos quatro cantos do país. Nara Leão grava músicas de Cartola e Nelson do Cavaquinho. Vindas da
Bahia, Gal Costa e Maria Bethânia fazem sucesso nas grandes cidades.
O mesmo acontece com Djavan (vindo de Alagoas), Fafá de Belém (vinda do Pará), Clara Nunes (de
Minas Gerais), Belchior e Fagner (ambos do Ceará), Alceu Valença (de Pernambuco) e Elba Ramalho
(da Paraíba). No cenário do rock brasileiro destacam-se Raul Seixas e Rita Lee. No cenário funk
aparecem Tim Maia e Jorge Ben Jor. Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos
estilos musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do punk e da new
wave. O show Rock in Rio, do início dos anos 80, serviu para impulsionar o rock nacional.Com uma
temática fortemente urbana e tratando de temas sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas
musicais. É deste período o grupo Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe
Rude, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem
sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca Pagodinho e Raul
Seixas.
Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da música sertaneja ou country. Neste
contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário musical: Chitãozinho e Xororó, Zezé di
Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e João Paulo e Daniel. Nesta época, no cenário pop destacam-
se: Gabriel, o Pensador, O Rappa, Planet Hemp, Racionais MCs e Pavilhão 9. O século XXI começa com
o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para o público jovem e adolescente. São exemplos:
Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e CPM 22.

Teatro no Brasil166

Uma das primeiras manifestações do teatro no Brasil ocorreu no século XVI como forma de
catequização. O teatro era utilizado pelos jesuítas para instruir religiosamente os índios e colonos. O
padre Anchieta é um dos principais jesuítas que utilizou estes tipos de representações que eram
chamadas de teatro de catequese. Esse teatro possuía uma preocupação muito mais religiosa do que
artística, os atores eram amadores e não existiam espaços destinados à atividade teatral, as peças eram
encenadas em praças, ruas, colégios entre outros. Já no século XVII, além do teatro de catequese emerge
outros tipos de teatros que celebram festas populares e acontecimentos políticos, alguns lembram muito
o carnaval como conhecemos hoje, as pessoas saíam às ruas para comemorações vestidas com
adereços, desfilando mascaradas, dançando, cantando e tocando instrumentos.

166
www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=196

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Com a chegada da família real no Brasil em 1808, o teatro dá um grande salto. D. João VI assina um
decreto de 28 de maio de 1810 que reconhece a necessidade da construção de "teatros decentes" para
a nobreza que necessitava de diversão. Grandes espetáculos começaram a chegar ao Brasil porém, além
de serem estrangeiros e refletirem os gostos europeus da época eram somente para os aristocratas e o
povo não tinha qualquer participação, o teatro não tinha uma identidade brasileira. No século XIX o teatro
brasileiro começa a se configurar e um grande marco foi a representação da tragédia Antônio José ou O
Poeta e a Inquisição de Gonçalves Magalhães em 13 de março de 1838. Esse drama foi encenado por
uma companhia genuinamente brasileira, com atores e propósitos nacionalistas formado pelo ator João
Caetano.
Nessa época surgem as Comédias de Costume com o escritor teatral Luiz Carlos Martins Pena que
buscava em fatos da época situações para arrancar da plateia muitos risos. Muitos autores teatrais
surgiram como Antônio Gonçalves Dias, Manuel Antônio Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro
Alves, Luís Antônio Burgain, Manuel de Araújo Porto Alegre, Joaquim Norberto da Silva, Antônio
Gonçalves Teixeira e Souza, Agrário de Menezes, Barata Ribeiro, Luigi Vicenzo de Simoni e Francisco
José Pinheiro Guimarães. Em 1855 surge o teatro realista no Brasil, o teatro deixa de lado os dramalhões
e visa o debate de temas atuais, problemas sociais e conflitos psicológicos tentando mostras e revelar o
cotidiano da sociedade, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humanos. Um dos mais importantes
autores dessa época é Joaquim Manoel de Macedo, autor da obra-prima A Moreninha, de Arthur Azevedo.
A Semana de Arte Moderna de 1922, que foi um marco para as artes não abrangeu o teatro que ficou
esquecido, adormecido por longos anos.
A renovação do teatro brasileiro veio em 1943, com a estreia de Vestido de Noiva, de Gianfrancesco
Guarnieri e Nelson Rodrigues, sob a direção de Ziembinski, que escandalizou o público e modernizou o
palco brasileiro. Vestido de Noiva fez um grande sucesso assim como o Auto da Compadecida, de Ariano
Suassuna. Vale destacar Teatro Brasileiro de Comédia formado por grandes artistas como Cacilda
Becker, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, entre outros e o Teatro de
Arena que encenou a peça Eles Não Usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958, um grande
sucesso. Com o golpe militar em 1964 veio a censura e um número enorme de peças foram proibidas e
somente a partir dos anos 70 o teatro novamente ressurge mostrando produções constantes.

Questões

01. (BANPARÁ – Técnico Bancário – ESPP) Segundo foi divulgado na Folha Ilustrada de 11.02.12
(www1.folha.uol.com.br/ilustrada): “O Theatro Municipal começa na próxima quarta-feira (14.02) uma
programação para lembrar os 90 anos da Semana de Arte Moderna, com música de câmara e sinfônica,
balé e, sobretudo, duas óperas modernistas: "Magdalena", de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), e "Pedro
Malazarte", de Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993)”

Sobre a Semana de Arte Moderna, o Modernismo e seu contexto histórico, assinale a alternativa
incorreta.
(A) Inserida nas festividades em comemoração ao centenário da independência do Brasil, em 1922, a
Semana de Arte Moderna aconteceu em um momento em que o clima político era tenso em função da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
(B) A Semana de Arte Moderna deu início à construção de uma cultura essencialmente nacional.
(C) A Semana de Arte Moderna ressaltou nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário
de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita Malfatti, entre outros.
(D) A crítica não poupou esforços para destruir as ideias inovadoras, em plena vigência da República
Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário
brasileiro.
(E) A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de
experimentação, na liberdade criadora, considerando a calmaria política e social do momento.

02. (MRE – Assistente de Chancelaria – ESAF) A Música Popular Brasileira (MPB) percorreu rica
trajetória, especialmente entre fins do século XIX e os dias atuais. Um movimento renovador, surgido
na segunda metade dos anos 50, nela deitou raízes e ampliou-lhe consideravelmente as portas do
mercado mundial. Esse movimento, que teve na canção Chega de Saudade e em seu intérprete, João
Gilberto, dois de seus principais emblemas, e que ainda hoje marca presença, ficou conhecido como
(A) Tropicalismo
(B) Jovem Guarda
(C) Modernismo

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(D) Bossa Nova
(E) Samba-enredo

Gabarito

01.E / 02.D

Comentários

01. Resposta: E
O período foi marcado por turbulências políticas e sociais.1922 foi o ano da fundação do Partido
Comunista Brasileiro, da revolta do Forte de Copacabana, Marechal Hermes foi preso, Artur Bernardes
foi eleito e, na Itália, Mussolini chegou ao poder.

02. Resposta: D
Bossa Nova é um gênero musical brasileiro que recebeu influência do samba e do jazz americano.
A bossa nova surgiu no Brasil no final da década de 50, na intimidade dos apartamentos e boates da
Zona Sul do Rio de Janeiro - reduto da classe média - estudantes e jovens em geral. Inicialmente o termo
era apenas usado como um novo modo de cantar e tocar naquela época167.

Cultura
saúde
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Cultura dentro dos tópicos de atualidades, teremos
uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado pelo edital,
traremos uma pequena introdução falando a respeito da cultura brasileira e sua diversidade. Caso
tenha alguma dúvida, por favor entre em contato conosco.

A cultura no Brasil é um reflexo da formação do país já no período colonial, quando começam a surgir
as primeiras relações entre portugueses e indígenas, nos primeiros anos do contato. Ao longo de mais
de cinco séculos de transformação, ela incorpora elementos de todos aqueles que ajudaram a criar o país
ou que vieram para o Brasil em buscas de vida nova. Do churrasco ao acarajé, catolicismo a umbanda,
norte ao sul, o Brasil é um país de contrastes, definidos por seus habitantes que convergem seus
costumes, crenças e práticas em território nacional.
Mesmo admitindo a existência de diversos estudos e discussões antropológicas sobre o conceito de
cultura, podemos considerá-la a grosso modo da seguinte forma: cultura diz respeito a um conjunto de
hábitos, comportamentos, valores morais, crenças e símbolos, dentre outros aspectos mais gerais, como
forma de organização social, política e econômica que caracterizam uma sociedade.
Dessa forma, podemos pensar na seguinte questão: o que caracteriza a cultura brasileira?
Certamente, ela possui suas particularidades quando comparada ao restante do mundo,
principalmente quando nos debruçamos sobre um passado marcado pela miscigenação racial entre
índios, europeus e africanos e que sofreu ainda a influência de povos do Oriente Médio e da Ásia. Na
prática isso reflete em aspectos religiosos, musicais, gastronômicos (...) em que apesar de serem
brasileiros, sofrem fortes influências europeias, indígenas e africanas.
A diversidade cultural reflete os diferentes costumes e práticas que compõem a sociedade brasileira.
O Brasil é um país de dimensões continentais, que passou por diversos processos de ocupação,
migração, imigração e emigração, incorporando os traços de diversos povos e sociedades para compor
uma cultura única e diversificada. Além disso, por conter um extenso território, apresenta diferenças
climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.

167
https://www.significados.com.br/bossa-nova/

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Textos noticiados:

Em Oscar marcado por discursos a favor da diversidade, “A Forma da Água” vence168

O filme “A Forma da Água” foi o grande vencedor da cerimônia. O longa conquistou 4 das 13 categorias
que concorria. O evento foi marcado por protestos a favor da diversidade e da defesa de minorias.
Pela 2ª vez consecutiva, o apresentador norte-americano Jimmy Kimmel foi o anfitrião da cerimônia.
Ele mencionou o incidente de 2017, quando os envelopes foram trocados pela equipe de produção e o
filme errado foi anunciado como vencedor do Oscar. Segundo Kimmel, a empresa PwC, responsável pelo
acontecido, disse que o “foco singular será no show e entregar os envelopes corretos“. Os atores Faye
Dunaway e Warren Beatty apresentaram novamente a categoria de “Melhor Filme”.
O apresentador Jimmy Kimmel falou também sobre o caso de “Todo Dinheiro do Mundo”, em que o
ator Mark Wahlberg foi pago com US$ 1,5 milhão para regravar o filme enquanto Michelle Williams
recebeu US$ 80 por dia, pontuou que o caso é mais crítico pelos 2 atores serem representados pela
mesma agência (William Morris Endeavor – WME). O filme em questão passou por regravações após o
ator Kevin Spacey ser retirado da produção por denúncias de assédio sexual. Spacey foi substituído por
Christopher Plummer.
Ao mencionar a expulsão de Harvey Weistein da Academia, o magnata de Hollywood acusado de
inúmeros casos de assédio sexual, Kimmel mencionou os movimentos Me Too, Time’s Up e Never
Again. “Não podemos deixar que mau comportamento escape novamente”, disse. “Esta é uma mudança
positiva. Nosso plano é trazer luz para filmes excepcionais”.
Os atores Kumail Nanjiani e Lupita Nyong’o fizeram 1 discurso sobre imigração antes de apresentarem
o Oscar de “Melhor Design de Produção”. Ambos citaram seus países (México e Paquistão) e destacaram
que os imigrantes estão em Hollywood apesar de ainda serem esquecidos. Nanjiani declarou: “Sou do
Paquistão e de Iowa, 2 lugares que nenhuma pessoa em Hollywood sabe apontar no mapa“.

TIME’S UP
Após uma temporada de premiações marcadas por manifestações a favor de igualdade salarial e
contra o assédio sexual, o Oscar teve em 2018 discursos acentuados sobre 1 tempo de mudança.
Um dos momentos de destaque ocorreu na apresentação da música “Stand Up for Something”, do
filme “Marshall”. Common e Andra Day convocaram ativistas de diversos movimentos a favor de minorias,
como membros do Dream Act Now, a favor do DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals).
A fundadora do movimento Time’s Up, Tarana Burke, anunciou que algo diferente aconteceria pela
sua rede social.

RESUMO
O Poder360 compilou os vencedores da noite:
Melhor filme: “A Forma da Água”;
Melhor diretor: Guillermo del Toro, por “A Forma da Água”;
Melhor ator: Gary Oldman, por “Destino de uma Nação”;
Melhor ator coadjuvante: Sam Rockwell, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz: Frances McDormand, por “Três anúncios para um crime”;
Melhor atriz coadjuvante: Allison Janney, por “Eu, Tonya”;
Melhor roteiro original: “Corra!”;
Melhor roteiro adaptado: “Call Me By Your Name”;
Melhor Animação: “Viva – A Vida é Uma Festa”;
Melhor Animação em Curta-Metragem: “Dear Basketball”;
Melhor Fotografia: “Blade Runner 2049”;
Melhor Figurino: “Trama Fantasma”;
Melhor Maquiagem e Cabelo: “Destino de uma Nação”;
Melhor Mixagem de Som:”Dunkirk”;
Melhor Edição de Som: “Dunkirk”;
Melhores Efeitos Visuais: “Blade Runner 2049”;
Melhor Design de Produção: “A Forma da Água”;
Melhor Montagem: “Dunkirk”;
Melhor Trilha Sonora: “A Forma da Água”;
Melhor Canção Original: “Remember Me”, de “Viva – A Vida é Uma Festa”;
168
GOMES, R. IBARRA, P. Em Oscar marcado por discursos a favor da diversidade, “A Forma da Água” vence. Poder 360. Disponível em: <
https://www.poder360.com.br/internacional/em-oscar-marcado-por-discursos-a-favor-da-diversidade-a-forma-da-agua-vence/> Acesso em 05 de março de 2018.

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Melhor Filme Estrangeiro: “Mulher Fantástica”;
Melhor Curta-Metragem: “The Silent Child”;
Melhor Documentário: “Icarus”;
Melhor Documentário em Curta-Metragem: “Heaven is a Traffic Jam on the 405”.

Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18
anos169

'História da sexualidade' tem obras de artistas consagrados como Pablo Picasso e será inaugurada
nesta sexta (20/10) com classificação etária.
Segundo o Museu, é a primeira vez em 70 anos que a presença de menores, mesmo que
acompanhados dos pais ou responsáveis, será vetada em uma exposição.
A medida ocorre menos de um mês após o Museu de Arte Moderna (MAM) e seus funcionários serem
alvo de ataques por conta de um vídeo divulgado nas redes sociais em que uma criança aparece
interagindo com a performance de um artista nu. O caso rendeu investigação do Ministério Público.
Em nota, o Masp afirma que buscou orientação jurídica que "confirmou a autoclassificação, houve a
análise das obras integrantes da exposição Histórias da sexualidade, à luz dos critérios contidos no Guia
Prático de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, tendo-se concluído que tal exposição deveria
ser classificada como não permitida para menores de 18 anos".
"Observando a regulamentação vigente e orientação jurídica sobre o tema, o MASP estabeleceu a
autoclassificação de 18 anos, restringindo o acesso à referida exposição para menores de idade, mesmo
que acompanhados de seus responsáveis. Tal classificação será restrita às galerias da exposição
Histórias da sexualidade no 1º andar, 1º subsolo e sala de vídeo. As exposições Guerrilla Girls: gráfica,
1985-2017, Pedro Correia de Araújo: Erótica e Acervo em Transformação, nas galerias do 1º subsolo, 2º
subsolo e 2º andar, respectivamente, continuarão abertas ao público em geral, com classificação livre",
diz a nota.
Com mais de 300 obras de diversos artistas, a exposição, concebida em 2015, se insere na
programação anual do museu, dedicada às histórias da sexualidade.
Algumas obras de artistas centrais do acervo do Masp, como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da
Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles, estarão expostas em novos
contextos, oferecendo outras possibilidades de compreensão e leitura.
O material estará reunido em nove núcleos temáticos e não cronológicos: Corpos nus, Totemismos,
Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e
Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro
subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos.

Nomeação de Sérgio Sá Leitão para Cultura é publicada170

Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta
A nomeação de Sérgio Sá Leitão para o comando do Ministério da Cultura está publicada na edição
desta terça-feira (25/07) do Diário Oficial da União. A cerimônia de posse do novo ministro ocorre às 11h,
no Palácio do Planalto.
Além da passagem pela direção da Agência Nacional de Cinema, para onde teve a indicação aprovada
em abril pelo Senado, Leitão ocupou a chefia de gabinete do Ministério da Cultura durante a gestão do
ex-ministro Gilberto Gil e foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
Sérgio Sá Leitão assume o comando do Ministério da Cultura no lugar do ministro interino João Batista
de Andrade, que estava no cargo desde maio, após o deputado Roberto Freire (PPS-PE) ter deixado a
pasta.

169
G1 SP. Com exposição sobre sexualidade, Masp veta pela primeira vez entrada de menores de 18 anos. G1 São Paulo. Disponível em: <https://g1.globo.com/sao-
paulo/noticia/com-exposicao-sobre-sexualidade-masp-veta-pela-primeira-vez-entrada-de-menores-de-18-
anos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 20 de outubro de 2017.
170
AGÊNCIA BRASIL. Nomeação de Sérgio Sá Leitão para cultura é publicada. O Tempo. Política. Disponível em:
<http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/nomea%C3%A7%C3%A3o-de-s%C3%A9rgio-s%C3%A1-leit%C3%A3o-para-cultura-%C3%A9-publicada-
1.1501297> Acesso em 26 de julho de 2017.

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Ministério da Cultura cria teto para Lei Rouanet e promete maior controle171

O ministério da Cultura anunciou nesta terça-feira (21/03) a criação de um teto para liberação de
recursos pela Lei Rouanet. A legislação permite a captação de verbas para projetos culturais por meio de
incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Pelas novas regras, o limite será de R$ 700 mil para
pessoas físicas e microempreendedores. Grandes empresas podem captar até R$ 40 milhões para até
10 projetos, sendo que um único projeto não pode receber mais de R$ 10 milhões.
Os cachês individuais também não poderão ultrapassar R$ 30 mil por artista. Todas as despesas dos
produtores serão pagas a partir de uma conta única do Banco do Brasil, e o ministério receberá os dados
sobre cada transferência em até 24 horas. Em 30 dias, o governo promete divulgar essas informações no
Portal da Transparência.
Os produtos gerados a partir da Lei Rouanet também vão sofrer mudança. Livros e ingressos deverão
ter valor médio de R$ 150. Antes o valor limite era de R$ 200. Na prática, uma peça de teatro pode custar
bem mais caro do que R$ 150, mas se o valor médio (considerando também o número de meias em
relação ao total de ingressos comprados) ficar até este limite, está autorizado.
Por exemplo, uma peça de teatro pode custar R$ 300, mas fazendo a média com número de cadeiras
de estudantes, o valor médio abaixa para R$ 150.
As regras ainda estabelecem que o valor total da receita bruta da produtora não pode ser superior ao
valor previsto no projeto. Estão isentos dos limites de captação projetos que trabalhem com área de
patrimônio e museologia.
Segundo o Ministério da Cultura, o objetivo é trazer maior controle sobre a gestão e aproveitamento
dos recursos destinados para incentivar a cultura.
De acordo com a nova resolução, que substitui as regras aprovadas em 2013, o ministério vai priorizar
projetos que já tenham captado 10% dos recursos do orçamento aprovado. Na opinião do governo, essas
são propostas com maior chance de serem executadas. Atualmente, um a cada quatro projetos consegue
patrocínio suficiente para começar a fase preparatória e ser considerado executável pelos pareceristas
do ministério.
Os repasses da pasta foram alvos de uma operação da Polícia Federal deflagrada em junho de 2016,
a Operação Boca Livre, que segue investigando a liberação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos
com recursos da lei. Em 2016, a Lei Rouanet aprovou projetos no valor total de R$ 1,142 bilhão.

Descentralizar
Outro ponto da resolução desta terça (21/03) é o incentivo para projetos que forem realizados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2016, o ministério informou que 91,1% das
liberações de recursos pela Lei Rouanet foram para projetos no Sul e Sudeste. A mesma concentração
foi registrada nos dois anos anteriores.
Para reduzir esse índice de desigualdade, o limite de orçamento poderá ser 50% maior caso o produtor
cultural apresente algum projeto a ser realizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.
Atualmente, os números do ministério mostram que enquanto 62% dos projetos beneficiados se
concentram na região Sudeste; o Nordeste conta com 8,13% dos favorecidos e Centro-Oeste e Norte
com 3,5% e 1,2% respectivamente.

E O NOBEL DE LITERATURA DE 2016 VAI PARA... BOB DYLAN172

Bob Dylan, cantor e compositor norte-americano de clássicos como "Blowin' in the Wind" e "Like a
Rolling Stone", é o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2016. A notícia foi recebida com surpresa:
no ambiente geralmente formal, ouviram-se gritos e aplausos na sala onde a porta-voz da Academia
Sueca, Sara Danius, fez o anúncio nesta quinta-feira (13/10/16), em Estocolmo, às 8h (horário de
Brasília).
Danius disse que Dylan foi agraciado por ter "criado novas expressões poéticas dentro da grande
tradicional canção americana". Ela ainda traçou paralelos entre a obra dele e a dos poetas gregos Homero
e Safo. "Eles faziam poesia para ser ouvida e para ser apresentada com instrumentos. Nós lemos Homero
e Safo e gostamos até hoje. É o mesmo com Dylan. Ele pode ser lido, deve ser lido, e é um grande poeta
da língua inglesa. E ele faz isso se reinventando constantemente".
Dylan que já tem 12 prêmios Grammy, um Oscar, um Globo de Ouro, um Pulitzer e um Príncipe das
Astúrias das Artes-- é o primeiro compositor de canções a ganhar o prêmio máximo da literatura. Mas,
além de ser músico, Dylan tem também 30 livros publicados. É autor, entre eles, do livro "Tarântula", uma
171
21/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/ministerio-da-cultura-cria-teto-para-lei-rouanet-e-promete-maior-controle.ghtml
172
13/10/2016 – Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2016/10/13/bob-dylan-vence-o-premio-nobel-de-literatura-de-2016.htm

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. 228
coletânea de poesias que ele lançou em 1966 e que foi publicada no Brasil em 1986 pela Editora
Brasiliense. Também já lançou sua autobiografia, "Crônicas Vol. I", que chegou no Brasil em 2005.

Centenas de obras de arte estão em risco após terremoto na Itália173

Enquanto continuam as buscas por sobreviventes entre os escombros do terremoto de magnitude 6.2
que atingiu a Itália, um outro alerta veio à tona: o patrimônio histórico e cultural da região corre perigo.
Segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério para os Bens Culturais, 293
bens históricos e culturais foram destruídos ou estão seriamente ameaçados em um raio de 20 km do
epicentro do terremoto.
A maior parte dos danos aconteceu em Amatrice, onde basílicas, igrejas, bibliotecas, portas romanas,
torres e pontes de grande valor histórico viraram pó.
"Amatrice era muito importante porque foi uma cidade fundada na metade do século 12. Não é um
vilarejo que cresceu, foi uma cidade projetada, como Brasília. O plano da cidade é único na Itália", explicou
à BBC Brasil o professor Alessandro Viscogliosi, da Faculdade de Arquitetura da Universidade Sapienza,
em Roma.
Há anos ele pesquisa e escreve sobre a região, onde tinha uma casa que também desabou no
terremoto.
"No momento do terremoto eu deveria estar em Amatrice com um grupo de seis estudantes e outros
colegas professores", contou Viscogliosi. O grupo adiou a pesquisa por questões médicas.
Ele coordena um projeto de pesquisa sobre o patrimônio histórico e urbanístico da região. No verão,
quando o clima é quente, costumam acontecer os trabalhos de pesquisa de campo. "Amatrice era uma
cidade especial também porque dela dependiam cerca de 80 outros vilarejos menores vizinhos. São
muitas casas medievais e igrejas com obras de arte espalhadas pela região", afirmou Viscogliosi.
Até o momento, sabe-se que na cidade foram gravemente atingidas pelo terremoto a basílica de São
Francisco, a Igreja de Santo Agostinho e o museu cívico.
A cidade vizinha de Accumoli também abriga portas medievais e palácios, e sua história remonta ao
século 11. Em 1643, a vila foi comprada pela família Medici (mecenas de grandes artistas como
Michelangelo e Rafael) e mais tarde vendida ao reino de Nápoles.

Próximos passos
O Ministério para Bens Culturais ativou quatro unidades de crise para avaliar os danos e prevenir
maiores estragos.
"Agora ainda estamos buscando sobreviventes. Assim que as condições mínimas de segurança forem
garantidas, equipes irão à região", disse à BBC Brasil por telefone a partir de Roma, Paolo Iannelli,
engenheiro membro da unidade de crise.
Segundo ele, o ministério conta com protocolos e procedimentos que já foram usados em outras
situações de emergência. Os próximos passos incluem mapeamento dos danos e análise técnica dos
bens a serem retirados do local, protegidos ou restaurados.
"Agora o maior desafio é minimizar o dano aos bens culturais que ainda estão em pé. Se chove, por
exemplo, pode se perder o material sob os escombros em museus e bibliotecas", acrescentou Ianello.
Outro risco também seriam possíveis roubos e danos, principalmente a obras de arte dentro das
igrejas.
"A grande desgraça do terremoto em Áquila (em 2009) foi que preciosas estátuas de terracota
desabaram no chão e se quebraram. Mas também é preciso ficar atento aos ladrões de obra de arte",
afirmou o professor Viscogliosi.
Em gesto de solidariedade, o governo convidou os italianos a visitarem museus neste domingo, 28,
quando toda a arrecadação dos ingressos será doada aos esforços de reparação dos bens artísticos
atingidos pelo terremoto.

'Aquarius', de Kleber Mendonça Filho, é selecionado para festival de NY174

"Aquarius", filme do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho protagonizado por Sonia Braga,
estará na 54ª edição do Festival de Cinema de Nova York, um dos mais importantes dos Estados Unidos.
A lista de 25 filmes da mostra principal foi anunciada nesta terça-feira (09/08/2016) e inclui importantes
nomes da indústria cinematográfica, entre eles Pedro Almodóvar, que exibirá o seu "Julieta", e Ken Loach,
com "I, Daniel Blake", vencedor da Palma de Ouro em Cannes neste ano.
173
29/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/centenas-de-obras-de-arte-estao-em-risco-apos-terremoto-na-italia.html
174
10/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2016/08/aquarius-de-kleber-mendonca-filho-e-selecionado-para-festival-de-ny.html

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. 229
Repercussão em Cannes
Com estreia prevista para 1º de setembro de 2016, o longa disputou a Palma de Ouro no Festival de
Cannes, em maio. O júri, no entanto, escolheu como vencedor o representante britânico de Loach. No
festival francês, o filme ficou marcado pelo protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff que o diretor
e o elenco fizeram no tapete vermelho.
Além disso, ganhou a simpatia da crítica, tendo sido aplaudido por vários minutos após o fim da sessão.
O jornal britânico "Daily Telegraph" deu o seguinte título à resenha: "'Aquarius' vai fazer você querer morar
no Brasil". A atuação de Sonia Braga no papel de uma mulher que se recusa a deixar de viver do modo
como deseja, também foi elogiada.

O abraço da serpente' é vencedor nos Prêmios Platino com 7 estatuetas175

O filme colombiano "O abraço da serpente" (2015), de Ciro Guerra, foi o grande vencedor da terceira
edição dos Prêmios Platino de Cinema Ibero-Americano, ao ganhar em sete das oito categorias às quais
concorria, entre elas as de melhor filme de ficção e direção (veja, abaixo, a lista de ganhadores). A
cerimônia de entrega aconteceu neste domingo (24/07/2016) no Centro de Convenções de Punta del
Este, no Uruguai. O filme brasileiro "Que horas ela volta?", de Anna Muylaert levou um prêmio fora de
competição.

Nova regra da Lei Rouanet pode gerar prejuízos aos cofres públicos, diz TCU176

Medida tomada pouco antes do afastamento da presidenta Dilma Rousseff para acelerar a análise da
prestação de contas de projetos da Lei Rouanet pode gerar prejuízos, conforme entendimento do Tribunal
de Contas da União (TCU). Pela medida, são dispensados de análise financeira os projetos cujo valor
captado seja menor ou igual a R$ 600 mil. De acordo com o TCU, tais projetos correspondem a 88,39%
dos beneficiados pelo programa e a aproximadamente R$ 2,3 bilhões, ou 41,68% do montante total dos
recursos captados, considerando o período de 2007 a 2011.
A análise financeira é a segunda etapa da análise da prestação de contas de projetos financiados por
meio de incentivos fiscais. Nessa etapa, é analisada a regularidade das demonstrações financeiras, dos
documentos comprobatórios das despesas e do nexo causal com o objeto pactuado. A primeira etapa é
uma análise técnica da execução do projeto, do alcance dos objetivos e da finalidade, proporcionais à
captação de recursos para o projeto cultural. Para o TCU, a dispensa da segunda etapa pode resultar em
potencial risco de danos ao erário porque analisar apenas a execução do projeto não comprova o
adequado emprego de recursos federais envolvidos.
A medida consta na Portaria 58, de 10 de maio de 2016 do Ministério da Cultura, publicada ainda na
gestão de Juca Ferreira. Ao assumir a pasta, o ministro Marcelo Calero enviou uma consulta ao TCU
sobre a regularidade do normativo. A intenção era rever, se necessário, a medida e eliminar o "grande
estoque de prestações de contas ainda pendentes desde 2011", como consta no relatório do TCU. Dados
de junho do Ministério da Cultura mostram que havia 12.109 projetos no passivo da Lei Rouanet,
propostas aprovadas entre 1992 e 2011, que não tiveram as contas examinadas.

Olimpíada
O TCU também se manifestou sobre a Instrução Normativa 7, de 10 de maio de 2016, segundo a qual
projetos da Lei Rouanet ligados ao Jogos Olímpicos e Paraolímpicos deste ano podem captar recursos
acima do atual limite de renúncia, que é de 0,05% para pessoa física e de 3% para pessoa jurídica. Para
o Tribunal de Contas, essa medida é regular.
No entendimento do TCU, a exceção já existe em casos de projetos ligados à restauração ou
recuperação de bens de valor cultural reconhecido pelo ministério, e a medida apenas a amplia para os
Jogos, o que é regular, dada a "relevância e o ineditismo" dos eventos.
Questionado sobre o impacto dos posicionamentos do TCU e as medidas que serão adotadas a partir
de agora, o Ministério da Cultura disse que seguirá as recomendações do TCU.

Garry Marshall, diretor de 'Uma linda mulher', morre aos 81 anos177

Conhecido por comédias românticas, ele teve complicações de pneumonia. Conhecido ainda por
comédias românticas como "Um salto para a felicidade" (1987), "Noiva em fuga" (1999), "Diário de

175
25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2016/07/o-abraco-da-serpente-e-vencedor-nos-premios-platino-com-7-estatuetas.html
176
02/08/2016 – Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-08/nova-regra-da-lei-rouanet-pode-gerar-prejuizos-ao-governo-diz-tcu
177
20/07/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07/diretor-de-uma-linda-mulher-garry-marshall-morre-aos-81.html

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princesa" (2001) e a sequência "Diário de princesa 2: Casamento real" (2004), Marshall também criou um
clássico da TV americana, a série de TV "Happy days", exibida entre 1974 e 1984.
Mas o principal trabalho do diretor foi mesmo "Uma linda mulher", espécie de conto de fadas
ambientado nos anos 1990 que transformou Julia Roberts na "namoradinha da América" e estabeleceu
Richard Gere de vez como um dos grandes galãs de Hollywood. Para muitos, é a comédia romântica por
excelência.
Os Prêmios Platino do Cinema Ibero-Americano valem para o cinema em espanhol e em português.
Quem promove é Entidade Espanhola de Gestão de Direitos Audiovisuais (Egeda) em parceria com a
Federação Ibero-Americana de Produtores (FIPCA).
Das oito categorias em que estava indicado, "O abraço da serpente" não levou apenas o prêmio de
melhor roteiro, que foi o chileno "O clube", escrito por Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel
Villalobos.

Mulher negra substituirá Tony Stark como Homem de Ferro nas HQs178

Uma mulher negra vai substituir Tony Stark como Homem de Ferro em um nova série do herói nos
quadrinhos, informa nesta quarta-feira (06/07/2016) a revista "Time". A versão sairá após a conclusão de
"Guerra Civil II", que está começando agora nos Estados Unidos.
Riri Williams, descrita como um "gênio da ciência que entrou no MIT aos 15 anos, é uma nova
personagem que já havia aparecido em um número de "Invincible Iron Man" lançado em maio.
A personagem havia criado sozinha uma armadura própria baseada em um modelo antigo feito por
Tony Stark.
Em entrevista à "Time", o roteirista Brian Michael Bendis, criador de Riri Williams, explicou que a
personagem surgiu "de maneira orgânica", e não em uma reunião na qual alguém determinou sua
aparição. "É inspirada no mundo ao meu redor e que não é suficientemente representado na cultura
popular", afirmou Bendis.
Ao comentar recepção de Riri Williams entre os fãs de quadrinhos, o roteirista citou outros heróis
surgidos nos quadrinhos da Marvel nos últimos anos e a versão negra e latina do Homem-Aranha
lançada em 2012.
"Felizmente, por causa de meu envolvimento na criação de Miles Morales, Jessica Jones e outros
personagens, temos o benefício da dúvida mesmo entre os fãs mais ardorosos. Há fãs que dizem
'mostrem coisas novas' e há fãs que dizem 'não faça nada diferente do que tinha quando eu era criança'.
Então, quando você está apresentando novos personagens, sempre vai ter gente ficando paranoica a
respeito do fato de você estar arruinando a infância delas", brincou.
"Tenho passado por isso com Miles Morales, Jessica Jones, Maria Hill. Eu sabia que estava em boas
mãos com Mike Deodato e outros artistas que me ajudaram a visualizar Riri." Nome artístico do paraibano
Deodato Taumaturgo Borges Filho, Mike é um desenhista brasileiro que já assinou HQs do Homem-
Aranha, Hulk, Thor e Vingadores, dentre outros.

Por 8 votos a 1, Supremo declara válida lei sobre direitos autorais179

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) validou hoje, por oito votos a um, a lei aprovada pelo
Congresso, em vigor desde 2013, que regulamenta a gestão dos direitos autorais, recebidos pelos artistas
como remuneração pela veiculação de suas músicas.
O Supremo concluiu o julgamento, iniciado em abril deste ano, de duas ações apresentadas por
associações de músicos e compositores para derrubar trechos da lei, que alterou as regras dos direitos
autorais e permitiu participação do governo na arrecadação e distribuição dos valores.
De 1998 a 2013, a gestão dos direitos autorais era realizada somente pelo Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição (Ecad), integrada por nove associações, que representam diversas categorias
do setor: músicos, arranjadores, regentes, intérpretes, compositores, entre outros.
Parte da categoria, no entanto, apontava abusos nas taxas cobradas de rádios e emissoras de TV, por
exemplo, bem como desigualdade na remuneração dos artistas. Por isso, apoiaram a lei, que introduziu
a participação do Ministério da Cultura na gestão.
Nesta quinta, a análise do caso continuou com o voto do ministro Marco Aurélio Mello, que havia
pedido, em abril, mais tempo para analisar a questão.
Marco Aurélio foi o único que concordou com os pedidos das entidades, que argumentava que as
mudanças levaram à intervenção pública no setor.
178
06/07/2016 - Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07/adolescente-negra-substituira-tony-stark-como-homem-de-ferro-nas-hqs.html
179
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/10/por-8-votos-1-supremo-declara-valida-lei-sobre-direitos-autorais.html

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Oito dos 11 ministros votaram contra as ações: além do relator, ministro Luiz Fux, também foram
contrários os ministros Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Cármen
Lúcia, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.
Os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello não estavam no plenário e não participaram do
julgamento.
O relator Luiz Fux considerou que a nova legislação garante transparência na gestão dos recursos e
busca preservar os autores.

Votos
Nesta quinta, Marco Aurélio Mello entendeu que a nova legislação fere o princípio de liberdade das
associações. "A liberdade das associações está garantida na Constituição e é pressuposto da
democracia", disse o ministro.
Ricardo Lewandowski, que concordou com o relator Luiz Fux, apontou que é papel do Estado atuar
para garantir o direito de cultura por parte dos cidadãos.
Em seu voto, em abril, Luís Roberto Barroso afirmou que CPIs no Congresso e audiências no STF
atestaram falhas na gestão dos direitos autorais que justificaram a intervenção do Legislativo.
“As alterações promovidas garantem maior transparência, eficiência, modernização e fiscalização na
gestão dos direitos coletivos. Eu, por convicção filosófica, acho que os monopólios, sejam estatais ou
privados, são por definição problemáticos e tendem a produzir ineficiência e abuso de poder”, afirmou,
em referência ao poder do Ecad anterior à norma.
Na mesma linha, Rosa Weber entendeu não haver intervencionismo do governo na gestão, mas
“necessária correção de rumos”. “Em jogo uma atividade privada de interesse público, eu não visualizo
intervencionismo estatal em contrariedade à nossa lei fundamental [Constituição], e sim uma atuação
fiscalizadora no exercício de legítimo poder de polícia”, disse.

Hacker pega 18 meses nos EUA por vazar na web fotos de famosas nuas180

Um homem de 36 anos foi condenado nos Estados Unidos a 18 meses de prisão por envolvimento no
vazamento de fotos de famosas nuas, como a atriz Jennifer Lawrence e a modelo Kate Upton.
(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar, no título, que o hacker havia sido
condenado a 18 anos de cadeia. No texto, a informação estava correta).
De acordo com a sentença, Ryan Collins, nascido na Pensilvânia, acessou ilegalmente mais de 100
contas pessoais da Apple e Google, incluindo de algumas celebridades do show business, segundo
informou nesta quinta-feira (27) a Promotoria americana.
Entre novembro de 2012 e setembro de 2014, Collins enviou e-mails para suas vítimas em potenciais
sob o disfarce de um representante da Apple e Google, fazendo com que lhe fornecessem seus nomes
de usuário e senhas.
Com as respostas, ele acessou ilegalmente as contas e roubou informações pessoais, incluindo
imagens e vídeos privados que mais tarde foram veiculados na internet.
Os investigadores identificaram mais de 600 vítimas de Collins, muitas das quais pertenciam a indústria
do entretenimento de Los Angeles.
O vazamento em massa de fotografias nuas e privadas de celebridades foi conhecido como o
"celebgate" e afetou, a partir de agosto de 2014, entre outras, Jennifer Lawrence, Ariana Grande, Kate
Upton, Kim Kardashian, Rihanna, Scarlett Johansson, Mary Elizabeth Winstead e Kirsten Dunst.
No mês de maio, Collins já se tinha declarado culpado das acusações.

Quadro 'Meule', de Claude Monet, é leiloado por US$ 72,5 milhões181

"Meule", do francês Claude Monet, pintado em 1891, foi leiloado nesta quarta-feira (16), na Christie's,
por US$ 72,5 milhões. Se trata de uma pintura que faz parte da série "Grainstack", de um total de 25,
poucas em mãos privadas.
"Meule" mostra um campo rústico ao entardecer, uma vista que o pintor contemplava a partir de sua
vila, em Giverny.
O leilão, que superou algumas expectativas que era em torno de US$ 54 milhões, não alcançou o
recorde do leilão por um Monet (1840-1926) conseguido em 2008 e que chegou aos US$ 80,4 milhões.
A noite de arte moderna e impressionista da casa britânica também inclui obras de Pablo Picasso,
René Magritte, Paul Cézanne, entre outros.
180
28/10/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/homem-e-condenado-nos-eua-por-roubar-e-vazar-na-web-fotos-de-famosas-nuas.html
181
17/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/11/quadro-meule-de-claude-monet-e-leiloado-por-us-725-milhoes.html

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Nomeação de Roberto Freire para a Cultura é publicada no 'Diário Oficial'182

O governo publicou na edição desta terça-feira (22/11/2016) do "Diário Oficial da União" a nomeação
do deputado Roberto Freire (PPS-SP) para o cargo de ministro da Cultura.
Presidente nacional do PPS, Freire assume o posto no lugar do diplomata de carreira Marcelo Calero,
que pediu demissão do cargo na semana passada alegando "divergências" com integrantes do governo.
Segundo Calero, em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" e em evento artístico no Rio de Janeiro, o
motivo de sua saída seria uma pressão do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para
liberar um empreendimento imobiliário de alto luxo no centro histórico de Salvador no qual Geddel tinha
comprado um apartamento.
À Rede Bahia, afiliada da TV Globo, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre o assunto, mas
negou que tenha havido pressão.
Segundo o próprio Roberto Freire, a cerimônia de posse deve ser realizada nesta quarta (23), no
Palácio do Planalto. Ele disse ao G1 que a data foi acertada com o presidente da República, Michel
Temer, durante almoço no Palácio da Alvorada.
Ao G1, Roberto Freire afirmou que, na conversa com Temer, eles não chegaram a discutir as ações
que deverão ser tomadas na pasta a partir do momento que assumir o ministério. Ele acrescentou, porém,
que buscará dar continuidade ao trabalho de Calero.
"Vou seguir o princípio da continuidade. Vou conversar com secretarias e gabinetes, sem mudanças
drásticas", disse.
Sobre o episódio envolvendo Calero e Geddel, Freire disse não ter como fazer uma avaliação. "O
Ministério da Cultura já resolveu a questão de apoiar a decisão do Iphan e não tem mais nada a ver com
isso", acrescentou.

Caso Geddel
Nesta segunda, um grupo de parlamentares que faz oposição ao governo do presidente Michel Temer
pediu à Procuradoria Geral da República que investigue o ministro da Secretaria de Governo e apure se
ele cometeu crime no episódio com Marcelo Calero.
Após a ação da oposição, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR),
acusou os parlamentares de tentarem criar um "fato político".
Em meio aos desdobramentos políticos do caso, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola,
convocou a imprensa para um pronunciamento no Palácio do Planalto no qual disse que o presidente
Michel Temer decidiu manter o ministro no cargo.
Em razão do episódio, nesta segunda, a Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu abrir um
processo para apurar a conduta de Geddel Vieira Lima.

'Verdades secretas' ganha o Emmy Internacional 2016183

A produção brasileira "Verdades secretas", exibida pela TV Globo, ganhou nesta segunda-feira (21) o
Emmy Internacional, considerado o Oscar da TV mundial. A cerimônia de entrega do evento organizado
pela Academia Internacional de Artes & Ciências Televisivas aconteceu em Nova York, nos Estados
Unidos.
Com autoria de Walcyr Carrasco e direção artística de Mauro Mendonça Filho, "Verdades secretas"
concorria com outra produção da emissora, "A regra do jogo", de João Emanuel Carneiro. Também
disputavam uma produção canadense e outra filipina.
"'Verdades secretas' foi uma novela onde mergulhei profundamente, um trabalho feito com a alma",
afirmou Carrasco, que foi ao palco da premiação acompanhado das atrizes Camila Queiroz, Grazi
Massafera, Guilhermina Guinle e Agatha Moreira, dos diretores-gerais André Felipe Binder e Natalia
Grimberg, do diretor Allan Fiterman e da produtora de elenco Bruna Bueno.
O autor citou que a trama "foi uma novela inovadora, que trouxe assuntos polêmicos, como a
prostituição no mundo da moda – o famoso book rosa – e a destruição humana causada pelo crack". E
concluiu: "Foi libertador escrevê-la. Em si só, uma viagem profunda ao meu interior como artista".
Em nota, o diretor Mauro Mendonça Filho, que não pôde estar em Nova York, parabenizou o autor:
"Estou muito feliz pelo Walcyr. Ele merece, pois foi uma novela ousada".
Ao todo, a Globo tinha seis nomes entre os indicados ao prêmio, em cinco categorias diferentes. Na
história, a emissora tem agora 15 prêmios Emmy Internacional.

182
22/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/nomeacao-de-roberto-freire-para-cultura-e-publicada-no-diario-oficial.html
183
22/11/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/11/novela-verdades-secretas-ganha-o-emmy-internacional-2016.html

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O diretor-geral da Rede Globo, Carlos Henrique Schroder, comemorou a premiação da edição 2016:
"Acho que tem uma preocupação constante de buscar temas que a sociedade gostaria de ver no ar. E a
gente tenta ouvir a sociedade e traduzir através de conteúdo, através de uma produção que – seja de
ficção ou seja de realidade – traga de volta para ela aquilo que ela deseja ver no ar".

Grazi e Nero não levaram


Grazi Massafera ("Verdades secretas") e Alexandre Nero ("A regra do jogo") estavam entre os
concorrentes aos prêmios de melhor atriz e ator.
Em entrevista ao "Bom Dia Brasil" ainda no tapete vermelho, Nero, que na novela interpretou o ex-
vereador corrupto Romero Rômulo, comemorou a indicação. "É meio fantasioso, uma brincadeira de
criança. É muito mais longe do que a gente esperava", disse.
O vencedor na categoria foi o americano Os vencedores foram americano Dustin Hoffman ("Roald
Dahl's esio trot")
Já na categoria de Grazi, que na novela viveu uma modelo viciada em crack, a vencedora foi a atriz
britânica Christiane Paul ("Under the radar"). Após a entrega do prêmio de melhor novela para "Verdades
secretas", Grazi disse sentir "muito orgulho" do trabalho.

'Zorra' e 'Os experientes' concorreram


O humorístico "Zorra", reformulado no ano passado, foi indicado a melhor série de comédia e perdeu
para a produção britânica "Hoff the Record".
Ainda disputou o prêmio na noite "Os experientes", coprodução da Globo com a O2 Filmes, indicada
a melhor minissérie, que que perdeu para "Capital", da BBC.
Pelo Brasil, também concorria "Adotada", da MTV, na categoria melhor programa de entretenimento
não roteirizado. A produção suíça "Allt För Sverige" venceu a categoria.
No ano passado, duas produções da Globo foram premiadas com o Emmy Internacional. "Império"
levou o prêmio de melhor novela e o especial "Doce de mãe" ganhou como melhor comédia.

Morte de Gullar marca o fim de uma era184

Neste momento, detalhes sobre a biografia e a trajetória literária de Ferreira Gullar já estão disponíveis
em diversos artigos e reportagens na Internet – muitos recorrendo, justificadamente, à expressão “perda
irreparável”. No caso do poeta maranhense, o clichê se torna exato e verdadeiro como um verso: esta é
mesmo uma perda irreparável. A excelência e a consistência de sua produção poética ao longo de mais
de seis décadas (seu primeiro livro, “A luta corporal”, começou a ser escrito em 1950), não encontram
termo de comparação no Brasil de hoje.
Mas a morte de Ferreira Gullar também tem um impacto simbólico que supera o da partida de outros
escritores: ela marca o fim de uma era na cultura brasileira, em dois aspectos igualmente importantes.

Primeiro:
Ferreira Gullar foi o último poeta realmente grande, daqueles que podem ser chamados de “poetas
nacionais” – na linhagem de Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo
Neto. Um poeta nacional é aquele que representa, com sua obra, a identidade e os valores de uma cultura;
é um artista perene, ao contrário de muitos poetas laureados que ocupam cargos públicos, ou de muitos
poetas descolados e cultuados, de forma passageira, em festas literárias.
Não que não existam poetas muito bons em atividade. Mas nenhum deles tem sequer essa ambição.
E talvez nem se trate de uma questão de ambição: talvez tenha morrido, antes mesmo de Gullar, uma
cultura em que havia espaço para poetas nacionais. Hoje só há lugar para poetas menores e modestos
– o que reflete o espaço menor que a poesia passou a ocupar no mundo.

Segundo:
Ferreira Gullar foi o último representante relevante de uma época em que escritores, artistas e
intelectuais tinham a obrigação moral de se associar incondicionalmente à esquerda. Não que ele tenha
abandonado seus ideais (os que permaneceram esquerdistas de forma acrítica é que abandonaram,
ainda que inconscientemente, esses ideais).
Gullar foi um dos poucos que entenderam o que aconteceu no Brasil e no mundo, em termos de
ideologia, e pagou um preço alto por sua independência. Crítico contumaz dos rumos que a esquerda
tomou no país nas últimas décadas, foi jogado para escanteio pela “inteligência” ligada ao campo no

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04/12/2016 Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/blog/maquina-de-escrever/post/morte-de-gullar-marca-o-fim-de-uma-era.html

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poder. Inatacável em sua poesia e pelo seu passado – ele foi militante do PCB e, exilado pela ditadura
militar, viveu na União Soviética, na Argentina e Chile (foi no exílio argentino, aliás, que escreveu o
magistral “Poema sujo”, publicado em 1976) – Gullar se tornou uma presença incômoda para muita gente.
Quando, em uma entrevista recente, lhe perguntaram se ele tinha passado para a direita, Ferreira
Gullar respondeu:
“Eu, de direita? Era só o que faltava. A questão é muito clara. Quando ser de esquerda dava cadeia,
ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é.”

Questões

01. (Prefeitura de Cipotânea/MG – Enfermeiro - REIS & REIS) “Apontada como um mecanismo
importante de financiamento cultural no Brasil, a ________________ é constantemente alvo de críticas e
voltou ao debate nacional por causa da extinção – agora revertida – do Ministério da Cultura na gestão
interina de Michel Temer. Esta Lei foi criada em 1991, durante o governo Collor, e permite que produtores
e instituições captem, junto a pessoas físicas e jurídicas, recursos para financiar projetos culturais. O valor
destinado a esses projetos pode ser deduzido integralmente do Imposto de Renda a pagar.”
Marque a alternativa que completa corretamente o enunciado acima:
(A) Lei Collor.
(B) Lei Rouanet.
(C) Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
(D) Lei Echer.

02. (TJ/CE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – IESES – 2018) As principais premiações
da indústria cinematográfica em 2018, o Globo de Ouro e o Oscar, foram marcadas por manifestações
contra o assédio sexual e a favor da igualdade de gênero e da diversidade. A respeito desses dois
eventos, é correto afirmar:
(A) O filme “Coco”, cujo título em português é “Viva – A Vida É uma Festa”, novo filme da Pixar
ambientado em Cuba e com um elenco totalmente latino, foi o vencedor do Oscar de melhor animação
do ano.
(B) A atriz Daniela Vega, transexual, ganhou o Oscar de melhor atriz por sua atuação no filme “Uma
mulher fantástica". Este foi o primeiro filme estrelado por uma pessoa transexual a levar um Oscar.
(C) Em uma noite dominada por mulheres e com fortes manifestações contra o assédio sexual e a
favor da igualdade de gênero em Hollywood, a minissérie "Big little lies" e o filme "Três anúncios para um
crime", com quatro prêmios cada, foram os principais ganhadores do Globo de Ouro 2018.
(D) O ator Gary Oldman, que fez um trabalho magnífico interpretando Winston Churchill, levou o Oscar
de melhor ator por sua atuação no filme “Dunkirk”.

Gabarito

01.B / 02.C

Comentários

01. Resposta: B
Segue na íntegra a notícia onde ainda há debates a respeito da lei Rouanet (Referência: <
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36364789>)

02. Resposta: C
Os discursos dos vencedores (não apenas as mulheres) foram marcados pela forte crítica ao assédio
maquiado na indústria cinematográfica. Segue a premiação do Globo de Ouro na íntegra:
<https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/globo-de-ouro-2018-veja-vencedores.ghtml>

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