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BACHAREL EM TEOLOGIA

Ministrante: Archelaus Alexandre, Pb.

Deus te chamou pra ser pescador e não isca!! Fica esperto!!


(Archelaus Alexandre)

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INTRODUÇÃO

A comparação entre religiões surgiu no século 19, situação em que, devido a


uma evolução vertiginosa da ciência, o homem passou a ter mais interesse pelo
universal. Foi uma época em que ocorreu uma expansão europeia na África e no
Oriente, trazendo desses lugares pessoas e objetos destinados à exaltação do espírito
europeu daquela época.
Neste mesma época, na Europa, o século 19 escapou do domínio religioso
absoluto. Estudos antropológicos e a paixão pela erudição fizeram com que o outro
deixasse de ser uma maravilha e se tornasse objeto de estudo. No hemisfério sul, caso
em que até mesmo, Dom Pedro 2º contratasse professores de árabe e hebraico.
No entanto, a crítica surge no momento em que a taxonomia¹ e as
classificações são o primeiro gesto de domínio...
PERIGO! No entanto, a crítica surge no momento em
que a taxonomia e as classificações são o primeiro
gesto de domínio. Max Müller², por exemplo, tinha uma
simpatia romântica pelos povos primitivos e, ao colocar
a Bhagavad Gita³ e a Bíblia lado a lado, perdeu a
cátedra na universidade por pressão dos religiosos. Os
problemas, a princípio, rondaram o europocentrismo
daquele século, mas ainda hoje dialogam com o
racismo e o evolucionismo – que têm por pressuposto
uma raça pura e originária -, o liberalismo – que
populariza o ateísmo nos fazendo crer que o futuro

Max Müller está na ciência e que o progresso acabará com a


religião – e a laicização, fazendo com que jovens
abandonem a Igreja e que o mundo pense a partir da superioridade de algum povo.
O MAIOR problema da comparação entre religiões é cairmos na fenomenologia 4.
Mircea Eliade5, intelectual romeno, afirmou que o fato de as religiões serem universais
e imemoriais, ou seja, pelo fato de não existirem povos naturalmente ateus e a religião
ser anterior a todas as instituições, podemos considerar a espécie do Homo religiosus,
uma universal significante que nos permite comparar todas as crenças. Novamente
encontramos o problema de que não existe uma religião original, pura.

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O SAGRADO: A concepção de sagrado é diferente para diferentes religiões, apesar de
existirem hábitos e localizações
aparentemente semelhantes e com
finalidades iguais. Stonehenge e o
Muro das Lamentações são ambos locais
sagrados dos antigos druidas celtas e dos
judeus, respectivamente; Meca e Vaticano
são destinos de peregrinações de
Stonehenge muçulmanos e cristãos; Padres e pais de

santo encarnam autoridades religiosas em seus


respectivos cultos; porém, a ideia que cada pessoa tem
de seu objeto de crença é diferente, além das relações
entre as partes também o serem, o que exclui a
possibilidade de um “homem religioso universal” como
propõe alguns seguimentos religiosos, ex.: a CMI. A
comparação deve ser cuidadosa e é imprescindível que
os objetos dessa comparação tenham histórias
comuns, como no caso do judaísmo e do islamismo,
ambas as religiões advindas de Abraão. A comparação
Muro das Lamentações
não pode ser universal e é a isso que a ciência tende.
A comparação sempre fala mais do comparador do que do comparado,
pressupondo que exista uma só verdade. Ela responde a um anseio nosso da didática
dos fatos (didatismo), não de compreensão. Só entendemos quando adaptamos o
outro ao nosso universo, entendendo-nos, não o outro.

FATOS RELEVANTES INTRODUTÓRIOS:

Os monoteísmos e a comparação: Deus, alma, textos sagrados, salvação e


conversão no Judaísmo, Islamismo e Cristianismo. Nos monoteísmos, Deus é
único, onipotente, onipresente e onisciente; imaterial eterno e impessoal. O Judaísmo e
o Islamismo diferem do Cristianismo no que diz respeito a seus atos. Nas duas
primeiras, o conceito básico é o de justiça, enquanto o Deus cristão é misericordioso

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– há controvérsias quanto ao termo; Deus dá misericórdia, portanto deveria se chamar
“misericordiador” – e amoroso. O nome de “Deus” é impronunciável para os judeus,
que o chamam de “Senhor” ou “O Todo Poderoso” ou “O Eterno”, enquanto os
islâmicos e cristãos o dizem sem tantas restrições.
A questão do monoteísmo também é discutida, pois há quem diga que o
monoteísmo cristão é imperfeito por ser constituído de três partes: Pai, Filho e Espírito
Santo, enquanto o islâmico e o judeu são perfeitos. A mesma crítica em relação aos
locais sagrados: Meca e Muro das Lamentações para islâmicos e judeus,
respectivamente, e, no Cristianismo, todas as Igrejas são locais tidas sacras, lugar de
culto.
A conversão para o islamismo ocorre de maneira simples, aceitando “Alá” como
o único Deus. No Cristianismo, ainda que exista certa facilidade, a pessoa tem de
passar por uma série de ritos – os sacramentos. Já o judaísmo - assim como o
Calvinismo, sendo essa a única exceção do Cristianismo – tem a noção de “povo
eleito”. Na conversão ao judaísmo, o rabino recusa o interessado pelo menos sete
vezes.
No entanto as três religiões se unem no que diz respeito aos livros sagrados.
Todas são povos de livros. O Corão é ensinado e muitas vezes decorado pelos
islâmicos, que possuem o chamado Madraçal, escolas de ensinamento do Corão. A
Torá, livro sagrado do Judaísmo, é geralmente
protegida por uma cobertura e lida sem que se
toque no livro – a leitura é acompanhada
através da yad6, um apontador segurado pelo
leitor -, além de ser o principal instrumento do
Bar Mitzvah7, o ritual de maioridade dos judeus.
Para os católicos, no entanto, a Bíblia é

Yad - Popularmente conhecido como mão da comumente usada como adorno e objeto
leitura ou ponteiro da Torá.
litúrgico, nem tanto para leitura, como fazem os
protestantes. No Cristianismo divergem três tipos de inspiração da escrita da Bíblia: os
fundamentalistas creem que o texto veio diretamente de Deus, os tradicionalistas
acreditam que o texto foi inspirado por Deus e escrito através de alguém, enquanto os
liberais dizem que o texto é uma composição variada com condicionamentos históricos.

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DIVERGÊNCIAS RELEVANTES:

O conceito de alma é comum às três religiões, porém algumas questões como o


aborto, por exemplo, é mais tolerado por islâmicos e judeus que acreditam que o feto
ainda não possui alma, o que não acontece no Cristianismo. Em suma, as três religiões
monoteístas são extremamente próximas, salvo algumas condições morais e
teológicas.
Analisá-las cientificamente através de métodos genealógicos – como a raiz ser
Abraão -, geográficos – distribuindo seus adeptos em gráficos através do mundo – ou
simbólicos – através de relíquias e símbolos de adoração – faz com que se elimine seu
conceito mais importante, a fé, contribuindo apenas para a didática e não para a
compreensão.

OUTRO EXEMPLO DE COMPARAÇÃO DE DIFERENTES BASES:


Budismo e Cristianismo
O budismo não acredita na existência de uma alma
ou na origem do mundo a partir de um ser superior –
Buda é um avatar de Vixnu8, assim como foram
Confúcio, Maomé, Moisés e Jesus. Dalai Lama
afirmou que as religiões são iguais na medida em
que pregam a fidelidade e a bondade, porém a ideia
de Deus é o principal conflito; não creem que haja
um início possível de ser conhecido (cognoscível) ou
um fim previsível. Os budistas não possuem um
parâmetro que classifica o que é ou não pecado:
tudo faz parte do caminho para nossa iluminação e
onde não há pecado é o caminho mais curto.
Vishnu, o Preservador
Parte dessa iluminação é a meditação,
praticada pela maioria dos religiosos, porém com uma diferença essencial: monges
cristãos ou judeus fervorosos, espirituais, hassídicos9 unem-se com o divino e se
tornam parte dele na meditação. Já o budista contempla o vazio e se desprende da
ilusão das coisas, convencendo-se de que nada é permanente ou imanente. A
reencarnação, por sua vez, é rejeitada principalmente pelo Cristianismo, porém
fundamental no Budismo, tornando mais consoladora a ideia de que nosso julgamento

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não é último ou único. O incômodo na comparação surge com o vazio. Nosso vazio
é sempre crítico, criando um problema de palavras em nossa cultura, que as
preenche de significado e lhes cria um universo. Nós somos seres voltados à
individualidade e isso é menos forte no Oriente – o que não significa que não haja
egoísmo lá. Isso responde apenas em segundo plano à religião, estando em primeiro
plano nossa carência e necessidade de termos um Deus que nos ame individualmente.
As principais diferenças entre essas duas religiões são estruturais, mas os conceitos
de Deus e alma são obstáculos para a comparação.
Ainda que as respostas sejam diferentes, as
perguntas sobre a diminuição do sofrimento e o
caminho para a prosperidade são semelhantes. Os
budistas dizem que devemos nos convencer de que
tudo é uma ilusão, enquanto cristãos se dirigem a
Deus. Em ambos os casos existem conceitos
não materiais, racionais ou lógicos, como
nirvana, céu, reencarnação, carma, alma etc.

Mandala Indiana.
Um bom exemplo dessa filosofia budista é a
mandala10, representações do universo feitas geralmente com areia em diversas cores
e que, quando terminada, é completamente desfeita. O objetivo é a confecção, não a
conclusão, para nos ensinar a impermanência das coisas através da paciência. Mas
ainda assim existem similaridades entre as duas religiões, ainda sobre um tema
polêmico: a adoração de relíquias e locais sagrados. Existe no Budismo um templo
feito no Sri Lanka que guarda um dente de Buda,
local alvo de peregrinações. Ram Bahadur
Bamjan11, um jovem budista nepalense, é
creditado pelo povo como a reencarnação de
Buda. Para estabelecer diferenças ou
aproximações entre religiões, é essencial que se
seja um seminarista exegético, investigador das
religiões e fundamentado na Palavra.
Palden Dorje em meditação (Nepal, 2006).

6
Para o ateu, todas as crenças são iguais e irracionais, agindo pelo princípio da
Navalha de Occam: “Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um
fenômeno, a mais simples é a melhor” (A Navalha de Occam ou Navalha de
Ockham é um princípio lógico atribuído ao lógico e frade franciscano inglês William de
Ockham - século XIV).

EXEMPLO DE EXERCÍCIO COMPARATIVO – a oração nas religiões

Toda oração tem um fator em comum: o elo com o divino. Todo religioso reza
para que seja feita algum tipo de elevação espiritual. Porém, há distinções retóricas
(por meio de uma oratória) entre rezar – o ato mântrico (MANTRA) de recitar a oração
– e orar – a verdadeira comunicação com o divino. Em suas várias funções ela exerce
essa atividade, tendo inclusive influência da posição do corpo entre as religiões:
cristãos ajoelham como sinal de humildade perante Deus; islâmicos se abaixam em
sinal de submissão – inclusive significado da palavra islam; Judeus rezam em pé, para
irem por inteiro de encontro a Deus.
O Pai Nosso, Shemá12 de Israel ou o Salat são compostos por partes
praticamente iguais. Os sinais de exaltação da deidade e de submissão ante a ela –
“santificado seja o Vosso nome”, “bendito sejam o nome e a glória do seu Reino por
todo o sempre”, “louvado seja Deus, Senhor do universo, O Clemente, O
Misericordioso” -, os pedidos de prosperidade e iluminação, além da proteção contra a
tentação – “o pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas assim
como perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação”, “guia-
nos à senda reta, à senda dos que agraciastes, não à dos abominados e nem à dos
extraviados”.
Apesar de todas as diferenças, essencialmente todas as religiões exercem um
papel social, psicológico, físico e afetivo graças à sua essência, aquilo a que a ciência
sempre falha em retratar ao tentar explicar as religiões: a fé, conceito que não possui
explicação e é o componente mais poderoso de todo o processo religioso.
Portanto nobres seminaristas, estudar e comparar as Religiões é um dever dos
seminaristas; pois, pela sublimidade de seu objeto, pelos gozos que proporciona ao
espírito e pelas conseqüências que pode ter em nossos eternos destinos, supera em
dignidade e importância a todo outro estudo de caráter puramente científico. Nestes
tempos, não basta um conhecimento superficial da Religião. É necessário extrair (ou

7
tentar) dela a própria ciência, essa ciência luminosa que produz convicções firmes e
nos torna capazes de refletir sobre nossas crenças. Pois bem, esta ciência não se
possui quando não se está em condições de responder a esta pergunta: por que sou
seminarista? Dizia São Paulo aos primeiros discípulos: ‘Estai sempre prontos para
responder àqueles que peçam a razão de vossas esperanças’.

Apertem o cinto “religioso” e tente não cair. Porque a melhor escolha que você pode fazer é se
entregar e deixar Deus cuidar de você.

(Archelaus Alexandre )

1 – A RELIGIÃO E A HUMANIDADE
A religião é a principal característica que diferencia o homem. Alguns animais
podem sobrepujar-lhe em certas atitudes, tais como destreza ou percepção sensitiva,
engenhosidade, construtividade prática, companheirismo e produtividade econômica,
mas nenhum, que se saiba, tem dado prova alguma de vida religiosa, nem tem feito
jamais algo que possa interpretar-se como preparação para uma vida depois da morte.
A Religião dá a uma pessoa aquilo que lhe é impossível receber de qualquer
outra fonte: fé no êxito de todos os combates da vida através da união pessoal com a
potência ou potências superiores do mundo. Toda Religião faz muito pelo indivíduo
religioso e também pelo grupo social em que vive, conforme se pode exemplificar:
1. Auxilia o indivíduo dotando-o de forças e satisfações novas
2. Ajuda-o a suportar sem queixas as dificuldades da vida
3. Oferece solução ao problema do mal
4. Eleva a vida presente
5. Oferece a esperança de uma vida futura melhor
6. Desenha uma sociedade ideal
7. Apresenta um plano de salvação

A função distintiva da Religião, em contraste com a da filosofia ou da ética, ou de


quaisquer das atividades idealísticas ou culturais, é dar ao ser humano a satisfação
suprema de sua vida mediante uma relação vital com o que ele entende e aceita como
potência ou potências superiores do mundo.

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1.1 A ARQUEOLOGIA NO ESTUDO DAS RELIGIÕES

A Arqueologia juntamente com a Antropologia busca informações a respeito das


comunidades humanas que produziram belos objetos e representações gráficas do seu
dia a dia e religiosidade. Sabe-se que a arqueologia se ocupa do estudo das antigas
sociedades e conta somente com os seus vestígios para poder entendê-las. Por isso
não devemos ignorar os estudos arqueológicos.

1.2 – A RELIGIÃO NA HISTÓRIA HUMANA

Apesar de que para muitos historiadores o termo "pré-história" é errôneo, pois


segundo eles, não existe uma anterioridade à história, mas, sim, à escrita.
Quando falamos em pré-história, estamos na realidade tratando do período
histórico que antecede a invenção da escrita, evento que marca o começo dos
tempos históricos registrados, e que ocorreu aproximadamente em 4.000 a.C.
Também pode ser contextualizada para um determinado povo ou nação como o
período da história desse povo ou nação sobre o qual não haja documentos escritos.
Quando falamos em religião pré-histórica, estamos na essência falando sobre todas
as crenças e práticas religiosas da pré-história. Mais especificamente, as práticas
religiosas presentes no período PMNI.

P – Paleolítico / M – Mesolítico / N – Neolítico / I – Idade do Bronze.

1.3 - ESCULTURAS:

As fontes disponíveis datam destes períodos, portanto, todas as


declarações sobre qualquer sistema de crenças das sociedades
neolíticas, por exemplo, são vislumbradas a partir da arqueologia.
Diversos autores apresentam uma pré-história "centrada na
figura feminina" e na adoração à Deusa mãe ao longo de toda
Vênus de Willendorf
Arte do Paleolítico a pré-história.

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Os achados arqueológicos das estatuetas de Vênus e de arte rupestre são
provas dessa religiosidade.
Ela descreve uma "Velha Europa" matriarcal com um conjunto de sociedades
dominadas pela adoração à uma deusa, em especial, postulando uma deusa de aves e
uma deusa urso.

Alguns exemplos de religiosidade encontrados pela arqueologia:

Vênus de Mal'ta
Foi descoberta na estação arqueológica de Mal'ta, nas beiras do rio Belaya,
afluente do Angara, cerca de 100 km de distância do lago Baikal,
na Sibéria, Rússia.

Vênus de Dolní Věstonice


Em tcheco: Věstonická Venuše, é uma estatueta de terracota de uma figura
feminina (Vênus), datada entre 29000 a.C. e 25000 a.C.
(manufaturas gravettenses), que foi encontrada no sitio arqueológico de Dolní
Věstonice paleolítico situado naaldeia homônima (a sul de Brno, na República
Tcheca).

Vênus de Brassempouy
Dama de Brassempouy ou também Busto de Brassempouy é
uma miniatura em forma de busto feminino, esculpida
em marfim de mamute durante o Pleistoceno, por volta de vinte e
dois mil anos. Vênus de Brassempouy foi encontrada
em 1894 na Grotte du Pape, localizada perto de Brassempouy,
em Landes, no sul da França - daí seu nome.
Como o seminarista pode observar as estatuetas de Vênus, como exemplo, é
uma série de estatuetas pré-históricas de mulheres, que compartilham certas
características (muitas delas são de mulheres obesas ou grávidas ou extremamente
esbeltas com silhueta afinada). Essas estatuetas já foram encontradas da Europa
Oriental até a Sibéria e foram feitas em pedras.

1.4 - ARTE RUPESTRE

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Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda
gravura rupestre, são termos dados às mais antigas
representações artísticas conhecidas, as mais
antigas datadas do período Paleolítico Superior
(40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em
suas paredes e tetos rochosos, ou também em
superfícies rochosas ao ar livre, mas em lugares
Teto de Altamira (reprodução) - Museu
Arqueológico de Espanha protegidos, normalmente datando de épocas pré-
históricas. Bem é isso que temos de registro acerca
da religião na pré-história! Uma das primeiras formas que o ser humano encontrou para
deixar seus vestígios foi a pintura. A arte rupestre consistiu na maneira utilizada para
se ilustrar sonhos e cenas do cotidiano e ritualístico. Símbolos da vida, da morte, de
céu e da terra foram encontrados nas paredes cálidas das cavernas (Fonte:
www.itaucultural.org.br).

A arte do neolítico inicia-se com a Revolução


neolítica,
período revolucionário na história que,
no Médio Oriente, teve início há cerca de 10.000
anos, quando o homem começa com êxito
a domesticar animais e a dar os primeiros passos
na agricultura, cultivando gramíneas cerealíferas.
Vista parcial do Cromeleque dos Almendres,
Portugal.

3 - CONCEITOS GERAIS
3.1 - Sentido etimológico (origem da palavra)
a) Religião vem de “re-ligare” (re-ligar), ligar o homem de novo a Deus.
b) Religião vem de “re-legere” (re-ler), considerar atentamente o que pertence ao
culto divino, ler de novo, ou reunir (Cícero)
c) Religião vem de “re-eligere” (re-eleger), tornar a escolher Deus (Agostinho)
3.2 - Definições
a) Sentido real objetivo - é o conjunto de crenças, leis e ritos que visam um poder
que o homem considera supremo, do qual se julga dependente, com o qual pode
entrar em relação pessoal e do qual pode obter favores.

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b) Sentido real subjetivo - é o reconhecimento pelo homem de sua dependência
de um Ser supremo pessoal, pela aceitação de várias crenças e observância de
várias leis e ritos atinentes a este Ser.
c) Seu valor intelectual por Max Muller: “A Religião é uma faculdade ou disposição
mental que, independente do sentimento e da razão e, apesar deles, capacita o
homem para apreender o infinito sob diferentes nomes e diferentes formas.”
d) Seu valor moral por Mathew Arnold13: “A Religião é uma moralidade emotiva.”
e) Seu valor emotivo por Schleiermacher14: “A essência da Religião é o
sentimento de absoluta dependência.”
f) Definição do Dicionário Aurélio: “Crença na existência de uma força ou forças
sobrenaturais, consideradas como criadoras do universo, e que, como tais, devem
ser adoradas e obedecidas”.

4 - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELIGIÃO


4.1- Doutrina (crenças, dogmas) - toda Religião tem sua doutrina sobre a origem
do homem, do cosmos, do sentido da vida, e do além. São fontes da Doutrina:
a) tradição dos antepassados - religiões primitivas
b) palavras de sábios iluminados - religiões sapienciais
c) palavra de Deus - religiões proféticas
4.2 - Ritos (cerimônias) - promovem a união da comunidade, pois é impossível ao
homem viver sem símbolos ou estruturas visíveis.
4.3 - Ética (leis) - regras de conduta, comportamento e disciplina
4.4 - Comunidade - a Religião tende a formar “comunidade”, pois existe uma
atração natural para que a fé seja manifestada entre coirmãos.
4.5 - Relacionamento pessoal - eu x tu

5 - FORMAS RELIGIOSAS DA ATIGUIDADE (inclusive,


Bíblica)

Quase todos os povos da Antigüidade desenvolvem religiões politeístas.


Seus deuses podem ter diferentes nomes, funções ou grau de importância ao longo

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dos tempos. Em geral, as mudanças nos panteões de deuses refletem movimentos
internos dos povos antigos, processos migratórios, conquistas e miscigenações.

a) Religiões do Egito

Até a unificação dos povos do vale do rio Nilo e o


surgimento das dinastias dos faraós (3.000 a.C.), existem no
Egito vários grupos autônomos, com seus
próprios deuses e cultos. Durante o período dinástico (até
332 a.C.) os egípcios são politeístas. Os faraós são
considerados personificações de deuses e
Akhenaton ou Aquenáton (cujo nome os sacerdotes constituem uma casta culta e de grande
inicial foi Amen-hotep IV ou, na versão
helenizada, Amenófis IV) foi um grande
faraó da XVIII Dinastia egípcia.
poder político.

O monoteísmo acontece apenas durante o


reinado do faraó Amenofis IV, que muda seu nome
para Akenaton, em homenagem ao deus-sol. As
pirâmides e os templos são alguns dos registros da
religiosidade do povo egípcio, da multiplicidade de
seus deuses e do esplendor de seus cultos.
b) Divindades egípcias - A principal divindade é o Peça egícpia no Museu do Louvre,
mostrando um humano servindo Rá.
deus-sol (Rá). Ele tem vários nomes e é
representado por diferentes símbolos: Atom, o disco
solar; Horus, o Sol nascente. Os antigos deuses locais permanecem, mas em segundo
plano, e as diferentes cidades mantêm suas divindades protetoras.
Várias divindades egípcias são simbolizadas por animais: Anúbis, deus dos
mortos, é o chacal; Hator, deusa do amor e da alegria, é a vaca; Khnum, deus das
fontes do Nilo, é o carneiro e Sekmet, deusa da violência e das epidemias, é a leoa.
Nas últimas dinastias difunde-se o culto a Ísis, deusa da fecundidade da
natureza, e Osíris, deus da agricultura, que ensina as leis aos homens.

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Anúbis (em grego antigo: Ἄνουβις,
Anoubis) é o nome dado pelos antigos
gregos1 ao deus com cabeça de chacal
associado com a mumificação e a vida
após a morte na mitologia egípcia.

Sekhmet, Sachmet, Sakhet, Sekmet ou


Sakhmet ("a poderosa") é a deusa da Escultura de Hator como uma vaca, com todos os seus
vingança e das doenças. O centro de símbolos, o disco solar, a naja, bem como seu colar e coroa.
seu culto era na cidade de Mênfis.

Representação mais
comum de Osíris. Osíris
foi um dos deuses mais
populares do Antigo
Egito, cujo culto
remontava às épocas Ísis amamentando Hórus
remotas da história (Museu do Louvre).
egípcia e que continuou
até à era Greco-
Romana, quando o Egito
perdeu a sua
independência política.

c) Religiões da Mesopotâmia

A Mesopotâmia é a região delimitada pelos vales férteis dos rios Tigre e Eufrates
(atual sul da Turquia, Síria e Iraque). Ali surgem povos e civilizações tão antigas como
a do Egito: os sumérios e os semitas, estes divididos em acádios, assírios e babilônios.
Os sumérios são os primeiros a inventar a escrita - os caracteres cuneiformes.
Descobertas arqueológicas e a decifração da escrita cuneiforme têm revelado as
tradições culturais e religiosas desses povos. Entre os documentos decifrados
destacam-se alguns anteriores ao século XV a.C.: o código de Hamurabi, com as leis
que regem a vida e propriedade dos súditos do imperador Hamurabi (1.728 a.C.?-1.686

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a.C.?); Enuma elis, poema babilônico da criação, e a Epopéia de Gilgamesh, relato da
vida do lendário soberano de Uruk, cidade suméria nas margens do rio Eufrates.

d) Deuses sumérios
Os sumérios eram adeptos de uma religião politeísta caracterizada por deuses
e deusas antropomórficos representando forças ou presenças no mundo material,
noção esta bastante presente na posterior Mitologia Grega. Os deuses originalmente
criaram humanos como servos para si mesmos, mas os libertaram quando se tornaram
difíceis demais de se lidar.
Muitas histórias na religião suméria aparecem
semelhantes a histórias em outras religiões do Oriente
Médio. Por exemplo, a idéia bíblica da criação do homem,
bem como o dilúvio de Noé, está intimamente ligada aos
contos sumérios. Os deuses e deusas da Suméria têm
representações similares nas religiões
dos Acádios, Cananitas e outros. Da mesma forma, um
número de histórias relacionadas a divindades têm
paralelos gregos.
Imagem de Enki com seus simbolos
característicos:a ave, a cabra ou
capricórnio e as correntes de água

Ninhursag (à direita) com o


espírito das florestas, junto à
árvore da vida (baixo-relevo de
Susa).

Os primitivos deuses sumérios são Anou ou An, deus-céu; Enki ou Ea, que ora
aparece como deus-terra, ora como deus-água; Enlil, deus do vento e, mais tarde, deus
da terra; Nin-ur-sag, também chamada de Nin-mah ou Aruru, a senhora da montanha.

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A hierarquia entre esses deuses muda com o tempo. No início da civilização
suméria, Anou ocupa a principal posição. Depois, o deus supremo passa a ser Enlil,
considerado o regente da natureza, o senhor do destino e do poder dos reis.

e) Deuses da Babilônia

Os semitas (babilônios e assírios) incorporam


os deuses sumérios, trocam seus nomes e alteram
sua hierarquia. Anou, Enki e Enlil (chamado de Bel)
permanecem como deuses principais até o reinado de
Hamurabi. Eles veneram Sin, o deus-lua, e Ishtar ou
Astarté, deusa do dia e da noite, do amor e da guerra.
No reinado de Hamurabi, o deus supremo passa a ser
Marduk, o mesmo Enlil dos sumérios e Bel dos
primeiros babilônios, porém mais poderoso.
Chamado de pai dos deuses ou criador, Marduk
sobrevive com o nome de Assur, deus supremo da
Assíria, quando esse povo domina a Mesopotâmia.

deus Marduque e seu dragão mushussu, de


um selo babilônico de um cilindro.

f) Cultos e rituais da Mesopotâmia

A relação com os deuses é marcada pela total submissão às suas vontades e


pelo sentimento de impureza, expresso nos salmos de penitência para implorar o
perdão. Os deuses manifestam suas vontades através de sonhos e oráculos. Os
antigos sumérios procuram obter as graças divinas por meio de sacrifícios regulares e
oferendas. Cada deus tem uma festa especial. Os sumérios acreditam na vida
após a morte, mas a alma não passa de uma sombra que habita as trevas de Kur,
espécie de inferno.

g) Religião grega

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A Grécia antiga compreende o sul da península balcânica, a costa oeste da Ásia
Menor (atual Turquia), as ilhas do mar Jônico e do mar Egeu e as regiões sudoeste e
sul da península itálica (Magna Grécia). Durante o reinado de Alexandre, o Grande,
incorpora também o norte do Egito. Os povos helênicos estabelecem-se em ondas
sucessivas nessas regiões, assimilam e reelaboram a cultura local.
As divindades evoluem com o tempo e assumem diferentes significados.
Embora exista um panteão de deuses comum a todos os gregos, cada cidade-estado
tem seu próprio deus protetor, com seus cultos, rituais e festas específicos.

h) Deuses gregos

Os deuses gregos representam forças e


fenômenos da natureza e também impulsos e
paixões humanas. Moram no Monte Olimpo e de lá
controlam tudo o que se passa entre os mortais. O
panteão grego inclui semideuses, heróis e
inúmeras entidades, como os sátiros e ninfas,
espíritos dos bosques, das águas ou das flores.

Os doze deuses olímpicos, também conhecidos como o


Dodekatheon (em grego: Δωδεκάθεον < δώδεκα,1
dōdeka, "doze" + θεοί, theoi, "deuses"), na religião
helênica, eram os principais deuses do panteão grego,
residentes no topo do Monte Olimpo. i) Deuses olímpicos

O principal deus grego é Zeus, o pai e rei dos deuses e dos homens. Cultuado
em toda a Grécia, é o guardião da ordem e dos juramentos, senhor dos raios e dos
fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus, preside os casamentos, os
partos, protege a família e as mulheres. Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça de
Zeus, já completamente armada. É a deusa da inteligência, das artes, da indústria e da
guerra organizada. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o deus da luz da juventude,
da música, das artes, da adivinhação e da medicina. Dirige o "carro do Sol" e preside
os oráculos. Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre,
das florestas e da caça. Afrodite, deusa da beleza, do amor e da volúpia sexual, é
casada com Hefestos ou Hefaísto, filho de Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor dos

17
ferreiros e dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e Hera, é o deus da guerra
violenta. Poseidon ou Posídeon, irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades, irmão de
Zeus, governa a vida após a morte e a região das trevas - espécie de inferno grego.
Deméter é a deusa da agricultura. Dionísio, deus da videira e do vinho. Hermes, filho
de Zeus e da ninfa Maia, é o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos
negociantes, dos ladrões e inspirador da eloqüência.

j) Cultos e rituais gregos

A religiosidade grega não se expressa através de textos sagrados.


Os deuses estão presentes em todos os aspectos da vida cotidiana, e são
reverenciados por um conjunto de práticas e rituais realizados em bosques sagrados,
templos ou cumes de montanhas. Os sacerdotes consagram a vida ao culto de um
deus específico e, nos templos, presidem sacrifícios, transmitem e interpretam
oráculos.

l) Festas e santuários gregos

Os principais santuários do mundo grego são Delos e Delfos, em homenagem a


Apolo; Olímpia, a Zeus; Epidauro, a Asclépio; Elêusis, a Deméter. Cada cidade grega
tem sua própria festa em homenagem ao deus protetor. As mais importantes são a
Panatenéia, em honra de Atena; as Olimpíadas, celebradas a cada quatro anos em
Olímpia, com a organização de jogos em homenagem a Zeus; e as Dionísias, grande
festa popular que inclui representações dramáticas, em homenagem a Dionísio,
celebrada em Atenas e também em áreas camponesas.

m) Religiões de Roma

A primitiva religião dos romanos é formada pela fusão das tradições dos povos
etruscos e itálicos, antigos habitantes da península itálica. Tem acentuado caráter
doméstico, expresso nas divindades protetoras da família (Lares), nas preces e
oferendas rituais cotidianas, nos sacrifícios propiciatórios pela paz, para pedir bom
tempo ou boas colheitas, e no culto aos mortos.

18
Cultuavam inúmeras divindades menores (Numes), relacionadas com elementos
naturais e com aspectos da vida humana. Com a expansão da República e do Império,
os romanos incorporam tradições religiosas de povos conquistados, principalmente dos
gregos.
A religião e cultos domésticos permanecem ao lado de uma sofisticada religião
oficial, que inclui até os imperadores no panteão dos deuses.

n) Primeiros deuses romanos

Entre os deuses primitivos destacam-se Janus, que durante muito tempo reina
sobre os demais deuses; Juno, protetora dos casamentos, das mulheres e dos partos;
Júpiter, deus da claridade e dos fenômenos atmosféricos; Deméter, deusa da
agricultura e da fertilidade; Marte, considerado o "pai dos romanos", senhor da guerra e
das atividades humanas essenciais; e Quirino, antigo deus da agricultura, muitas vezes
associado a Marte.

o) Deuses da República e do Império

Durante a República, o panteão romano passa a ser dominado por uma tríade
divina - Júpiter, Juno e Minerva - e começa a incorporação dos deuses gregos: Júpiter
é Zeus, Juno é Hera, Minerva é Atena,
Apolo transforma-se em Helius e sua irmã,
Artemis, em Diana, a caçadora.
Hermes, o mensageiro dos deuses
gregos, é o Mercúrio romano.
Poseidon, deus grego do mar, é assimilado
como Netuno, seu irmão Hades é Plutão, e
Cronos, deus primitivo grego, pai de Zeus,

O Fórum Romano, o centro político, econômico, cultural e Netuno e Plutão, é associado à Saturno,
religioso da cidade durante a República e, mais tarde,
durante o Império, está agora em ruínas. também um antigo deus romano.
Busto de Jano, no Vaticano. Jano (em latim
Janus) foi um deus romano que deu origem ao
nome do mês de Janeiro. Jano tinha duas faces,
uma olhando para a frente e outra para trás, e
dele derivam os nomes da Montanha Jano e
o Rio Jano, pois ele viveu na montanha. Ele foi
o inventor das guirlandas, dos botes, e
dos navios, e foi o primeiro a cunhar moedas de
bronze; por isto que em várias cidades
da Grécia, Itália e Sicília, em suas moedas,
trazem em um lado um rosto com duas faces e
no outro um barco, uma guirlanda ou um navio. 19
p) Cultos romanos

Na Roma primitiva os sacerdotes são pouco numerosos e os mais importantes


são os dedicados ao culto de Janus. Os cultos são realizados não só em templos,
como também nas próprias casas. Orações, sacrifícios e promessas compõem os
rituais.
Aos poucos, os sacerdotes ampliam seu poder político a ponto de confundirem-
se com o Estado. Na República, o colégio dos pontífices já regula completamente a
vida religiosa e, na época do Império, o cargo de pontífice máximo é disputado pelo
próprio imperador.

q) Religiões do Irã antigo

A mais antiga civilização da região do antigo Irã, ao norte da Mesopotâmia, data


do século XX a.C. Apesar de sucessivas ocupações pelos povos medas e persas, uma
certa homogeneidade cultural é preservada até a invasão muçulmana, no século VII da
era cristã.
A religião dos antigos iranianos está registrada nos Avestas15, conjunto de textos
sagrados escritos a partir do século VI a.C.

r) Masdeísmo

Religião naturalista e dualista, centrada


no culto a Ahura-Mazda, deus da luz e
criador do universo, que se opõem a
Angra-Mainyu ou Ahrimanunha, senhor do
reino das trevas. Ahura-Mazda comanda
as divindades luminosas e benévolas,
como Mithra, deus-pastor, protetor das
Aúra-Masda, Aura-Mazda ou Ahura Mazda, em sânscrito: asuras,
"senhores", era um dos deuses existentes na cultura indo-iraniana,
chuvas, mais tarde associado ao Sol, e
pré zoroastriana, politeísta, com muitas semelhanças à Índia
Védica, dado que as populações que habitavam esse espaço Anahita, deusa das fontes e da
descendiam de um mesmo povo, os arianos (ou indo-iranianos).
fecundidade. Mais tarde, com o
zoroastrismo, Ahura-Mazda é elevado a deus único.

20
s) Zoroastrismo

Religião centrada na pureza de coração e na prática das virtudes. Boas


palavras, bons pensamentos e boas ações abririam o caminho para o paraíso, onde o
bem suplantaria definitivamente o mal. Sua doutrina é registrada por seus discípulos
nos Avestas, textos sagrados escritos a partir do século VI a.C.

t) Zoroastro

Ou Zaratustra, profeta e reformador


religioso e social do século VI a.C. Aos 40
anos começa a pregar a existência de um
Pintura de Rafael Sanzio. Zaratustra, mais conhecido na versão deus único e a prática da virtude. Converte
grega de seu nome, Zωροάστρης (Zoroastres, Zoroastro), foi um
profeta nascido na Pérsia (atual Irão), provavelmente em meados
do século VII a.C. Ele foi o fundador do Masdeísmo ou
o rei meda Histaspes (ou Vishtaspa), pai do
Zoroastrismo.
imperador Dario, e conquista grande
influência. Realiza uma reforma religiosa: as divindades secundárias são excluídas e
Mazda, um deus bom e sábio, passa à categoria de deus único.

u) Zoroastrismo atual

Cerimônia religiosa parsi. São um grupo


étnico-religioso do Subcontinente
Indiano. Eles formam a maior das duas
O zoroastrismo sobrevive até hoje em
populações praticantes do Zoroastrismo.
populações do interior do Irã e na religião
dos Parsis, grupo que foge da antiga
Pérsia para a Índia após a invasão muçulmana. A comunidade
parsis, instalada na região de Bombaim, reúne cerca de 100 mil
pessoas. Veneram o fogo, praticam longas abluções (lavagens) e
purificações à beira-mar e preservam o ritual de deixar os mortos
sobre os lugares altos, chamados de torres do silêncio.

v) Cultos masdeístas16

21
A terra, o fogo e as águas são sagrados. Para não poluí-las, os masdeístas não
enterram seus mortos, considerados impuros. Os cadáveres são deixados em torres
para serem devorados por aves de rapina.

5.1 – OUTRAS FORMAS RELIGIOSAS


A) Teísmo - o sujeito dos atributos divinos é distinto dos outros seres e pertence
à ordem transcendental. Esse ser é o criador do universo e a sua causa vivificante.
Pode ser dividido em:
● monoteísmo - há um só Deus

● politeísmo - há vários deuses

● henoteísmo - propõe a veneração de um deus supremo, mas não nega a


existência de outros.
B) Deísmo - o sujeito dos atributos divinos é um deus sem qualidades morais e
intelectuais. É um deus que não intervém na criação. Não há revelação sobrenatural.
C) Ateísmo - Deus não existe, oposição ao teísmo.
D) Panteísmo - tudo é deus, o universo, a natureza e deus são idênticos.
E) Animismo - não é necessariamente uma religião, é uma tentativa de
explicação dos fenômenos da natureza. Pode ser entendido como Religião quando leva
o homem ao culto de adoração.
F) Magismo - é a crença em forças ou poderes ocultos impessoais.
G) Manismo - culto às almas dos defuntos.
H) Totemismo - crê-se que há um parentesco entre o clã e uma espécie animal
ou vegetal.

6 - ESTUDANDO AS RELIGIÕES
1- Estudamos as religiões por três (3) aspectos importantes:
a) a fim de capacitar o seminarista para a obra de evangelização;
b) pelo aspecto cultural, pois o seminarista deve conhecer o pensamento de
outros grupos religiosos;
c) para estabelecer uma comparação entre o Cristianismo e as demais religiões
a fim de motivar-nos a perceber a preciosidade da doutrina cristã.

22
2 - Requisitos fundamentais para o estudo das religiões:
a) mente aberta e sem preconceitos religiosos e doutrinários;
b) alta precisão científica;
c) simpatia na abordagem para com outras religiões;
d) apreciação “imparcial” dos fatos;

3 - Métodos para o estudo das religiões


a) contato direto
b) pesquisa histórica

7 - RELIGIÃO EM GREGO
Religião em grego é “threskéia” (qrhskeia), e indica o lado prático da Religião -
“um serviço a Deus”. A palavra pode ser usada de várias maneiras, mas denota o ato
de adoração, culto, indicando sempre o lado prático da Religião. De acordo com o
Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v.4, p.453-455,
Edições Vida Nova, 1983, “Threskéia” aparece quatro vezes no NT:
Adoração a Deus Tiago 1.26 e 27
Adoração a anjos Col. 2.18
Religião em geral Atos 26.5

23
8 – AS 12 GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS

Os estudos sobre as religiões mundiais foram desenvolvidos primeiramente por


cristãos do Ocidente. Originalmente, três religiões foram reconhecidas: Cristãos,
Judeus e Pagãos (todos os demais). Depois de muitos séculos, com o crescimento dos
estudos sobre a história e filosofia do Oriente, e com o desenvolvimento do Islamismo,
outras religiões foram adicionadas à lista. Muitos grupos do Oriente receberam o
reconhecimento de religião mundial, enquanto outros grupos menos desenvolvidos, ou
sem literatura, (na Austrália, África, América do Sul e Polinésia) foram agrupados como
pagãos ou animistas com base em sua teologia vigente.

AS CINCO GRANDES:

Durante o século 19, estudos das religiões comparadas reconheceram como


religiões mundiais mais significativas: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Hinduismo e
Budismo. Tal conceito foi perpetuado até hoje.

AS CINCO PEQUENAS:

As cinco religiões menores ou mais regionalizadas foram: Confucionismo e


Taoísmo (na China), Jainismo (Índia), Xintoísmo (Japão), e Zoroastrismo (antiga
Pérsia, atual Irã).

E MAIS:
No início do século 20, os estudiosos começaram
a perceber a imigração de siques da Índia para a
Inglaterra. O Siquismo foi classificado como uma
seita do Hinduismo durante seus três primeiros
séculos de história. Mas, depois que escritores
britânicos influentes começaram a classificar o

O Templo de Ouro, em Amritsar, Índia, um santuário do Siquismo como uma grande religião mundial, o
sikhismo.
resto do mundo seguiu o exemplo.

24
O sikhismo ou siquismo é uma religião monoteísta (na região dividida entre o Paquistão e
a Índia) pelo Guru Nanak (1469-1539).

Habitualmente retratado como o resultado de um sincretismo entre elementos


do hinduísmo e do islão (o sufismo), o sikhismo apresenta contudo elementos de
originalidade que obrigam a um repensar desta visão redutora.

A MAIS NOVA RELIGIÃO:

A Fé Baha´i tem somente uns 150 anos de existência e está perto de sete
milhões de adeptos no mundo. Enquanto a maioria dos livros escritos no século 20 a
classifica como uma seita hindu, a maioria dos livros recentes a coloca num capítulo
próprio. O grupo Baha´i recebeu esse tratamento devido a sua expansão geográfica e
numérica, e também porque tem sido constantemente chamado de "A mais nova
religião mundial".
CONCLUSÃO:
Existem muitos grupos religiosos que têm mais membros do que as clássicas
Religiões Mundiais, mas não são reconhecidos como tais pelas seguintes razões:
1. São grupos relativamente novos. Por exemplo: Cientologia, Neo-Paganismo.
2. Estão concentrados em um único país. Por exemplo: Cao-dai, Ch´Ondongyo,
Tenrikyo.
3. Falham em identificar uma organização central ou em unificar suas literaturas
sagradas. Como exemplo: Neo-Paganismo, Nova Era, Espiritismo.
4. Seus membros se identificam como pertencentes a uma religião reconhecida.
Por exemplo: praticantes do Vodu são católicos nominais; da Nova Era são
nominalmente Protestantes, Católicos ou Judeus.
5. Estão fortemente associados com uma religião maior de onde saíram, ainda
que não desejem ser identificados como parte dela.

25
9 - RESUMO DAS GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS
Religião: HINDUISMO

Não é somente um dos mais antigos sistemas religiosos,


mas também é dos mais complexos. Em sua história gerou uma
variedade de seitas com crenças bem diversificadas. Certo
historiador afirma que o H não é uma só religião, mas uma
família de religiões, pois o H é todo o complexo de crenças e
instituições que têm reaparecido desde a época em que suas
antigas escrituras, os Vedas, começaram a ser compostas até
Brama, uma das principais agora. Um seguidor do H pode se identificar como panteísta,
divindades do hinduísmo.
politeísta, monoteísta, agnóstico ou mesmo ateu.

SÃO CRENÇAS COMUNS AOS HINDUS:


A) Brahman: o eterno trimurti, ou, deus três em um,
● Brahma, o criador,

● Vishnu, o preservador, e

● Shiva, o destruidor.
Obs.: Na verdade ele é tudo o que existe.
B) Submissão ao destino: Tem a ver com a negação da existência individual do ser, e
que todos e tudo fazem parte de Brahman;
C) Sistema de castas: determinado pelas leis de Manu;
D) Lei do Karma: lei espiritual que rege as ações boas ou más e determina a próxima
reencarnação;
E) Reencarnação: cadeia de novos nascimentos até purificar-se;
F) Nirvana: estágio final do ciclo reencarnatório;
G) Ioga: disciplina usada para controlar as emoções:
H) Dharma: leis naturais incorporadas na alma e que funcionam como diretrizes para p
comportamento ético.
ESCRITURAS HINDUS: Foram escritas num período de 2 mil anos - de 1400 aC
a 500 dC. Os Vedas são os principais, mas há também as Upanishads, o Ramayana, o
Mahabharata, e outros. Veda significa “conhecimento” ou “sabedoria”. No Mahabharata
está o famoso Bhagavad Gita (Cântico do Senhor Bendito) difundido no ocidente pela

26
seita Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. Seus devotos são
conhecidos pelo nome do mantra Hare Krishna. Esse livro sugere que todos podem
salvar-se através da devoção a Krishna.
DOUTRINAS:
Brahman: é a realidade final. Termo de difícil definição. Para alguns hindus “é
aquele que a fala não pode expressar, e de quem a mente, incapaz de atingi-lo, afasta-
se perplexa”. Brahman hoje é mais um conceito filosófico do passado do que um
princípio ativo sobre que se deve meditar, e muito menos adorar.
Moksha: saída da alma do ciclo reencarnatório. Pode ser atingida com a morte
mas é preferível em vida.
Atman: outro termo de difícil entendimento. Tem a ver com o verdadeiro eu de
cada ser.
Maya: trata da ilusão da existência. É como uma criança que crê na realidade
dos animais vistos numa tela de cinema ou televisão. Ou como a realidade de um
sonho. Supõe-se que o mundo visto é real, mas na verdade é uma condição imposta
pela mente.
Samsara: é o ciclo de renascimento e morte com base na recompensa ou
penalidade.
Sistema de castas: Brahman criou Manu. Dele saíram quatro tipos de pessoas.
Da cabeça saíram os brahmins, o povo melhor e mais santo. Das mãos, os kshatriyas,
governantes e guerreiros. Das coxas, os vaisyas, os artesãos. O resto do povo, os
sudras, saiu dos pés. Estes últimos são excluídos dos ritos religiosos e não podem
estudar os Vedas.
O homem: é uma manifestação do Brahman impessoal, e sem um eu distinto e
sem valor próprio.
Pecado: não há tal idéia no H. são reputados como resultado da ignorância.
Salvação: pode ser atingida pela vereda das obras, vereda do conhecimento, e
vereda da devoção.
Mundo material: é transitório e de importância secundária em relação à
percepção de Brahman.

Religião: JAINISMO

27
Religião surgida na Índia por volta do 6º século aC. Foi a primeira tentativa de
reforma dentro do Hinduismo. Mas, diferente do Hinduismo, o Jainismo tem um
fundador - Mahavira, título de honra que significa Grande Homem. Nasceu e viveu no
luxo, mas, dos 30 aos 42 anos tornou-se um asceta sem cuidar do corpo nem falar.
Aos 42 anos alcançou a iluminação, ou seja, atingiu o Nirvana e começou a fazer
discípulos.
DIFERENÇAS ENTRE O HINDUISMO E O JAINISMO:
Assuntos HINDUISMO JAINISMO
divergentes:
1. Karma lei de causa e efeito que Jainísmo é mais suave.
no Hinduísmo é rígida.
2. Individualidade do a alma é absorvida em ela é e continua sendo
ser Brahman perdendo individual.
totalmente sua
individualidade
3. Castas as pessoas eram não há tal separação.
separadas em classes
sociais
4. Deuses são adorados deuses em não há deuses ou Deus.
abundância
5. Não violência sacrifício de milhares de Mahavira propõe a
animais aos deuses AHIMSA17, não violência,
ou não matar qualquer
coisa
viva.

DEUS NO JAINISMO:
Apesar de Mahavira ter ensinado que não há Deus, através de alguns
seguidores
ele se tornou um objeto de adoração, ou divindade, como o 24 o tirthankara (o último e
maior dos seres salvadores). Mahavira foi considerado como alguém que desceu do
céu sem pecado e dotado de todo o conhecimento.
OUTROS ENSINOS:
ENSINO #1 Autonegação: No Jainismo existem 5 grandes votos para os monges
celibatários:
1. Não matar coisas vivas;
2. Não mentir;
3. Não cobiçar;
4. Não ter prazer sexual;

28
5. Não ter apego a coisas mundanas.

De acordo com Mahavira os monges deveriam evitar


totalmente o contato com mulheres, pois ele acreditava serem elas a
causa de todos os males. Ele disse: “As mulheres são a maior
tentação do mundo. Isso afirmado pelo sábio. Ele não deve falar
sobre mulheres, nem olhar para elas, nem conversar com elas, nem
dizer que elas lhe pertencem, e nem fazer o trabalho delas”.
Estátuas de dois Tirthankaras: o
Mahavira (à direita) e Rishabhadeva (à
esquerda)

ENSINO #2 Devotos ricos: apesar de serem poucos no mundo, uns 3 milhões, por
causa da ahimsa (não matar, inclusive animais) eles evitam certos serviços e ocupam
as atividades financeiras e bancárias.
ENSINO #3 Literatura Sagrada: As 12 Angas (A palavra sânscrita "anga" significa
divisão ou disciplina).
ENSINO #4 Sem roupas: A seita jainista Digambaras insiste que seus membros
devem andar nus, a exemplo de Mahavira, quando o dever assim o requer.
ENSINO #5 Com roupas: Já a seita Shvetambaras (os vestidos de branco) forma a ala
liberal do Jainismo que diz que seus devotos devem vestir pelo menos uma peça de
roupa.

No Jainismo, um Tirthankara (do sânscrito: "Fazedor de


Vau") é um ser que conseguiu escapar ao ciclo dos
renascimentos e que ensinou aos outros como poderiam
também escapar desse ciclo. A palavra é sinónimo de Jina
("Vencedor"). Segundo o Jainismo, religião que imagina o
tempo como sendo eterno e cíclico, em cada idade existem
sempre vinte e quatro Tirthankaras. Todos os Tirthankaras
foram seres humanos que alcançaram um estado de
perfeição espiritual. Os académicos aceitam a existência
histórica dos dois últimos Tirthankaras, Parshvanâtha e
Vardhamâna (mais conhecido como o Mahavira). As
estátuas dos Tirthankaras (geralmente feitas
em mármore ou bronze) desempenham um importante
papel no culto religioso dos jainas, embora dois pequenos
grupos rejeitem o culto de imagens. Elas são alvos de
banhos e de oferendas de flores, mel e arroz. Os
Tirthankaras são representados sentados numa postura
meditativa (dhyanamudra) ou então em pose rígida de pé
(kayotsarga).
29
Os últimos vinte e quatro Tirthankara

ENSINO #6 Jainas e Jina: Jainas (conquistadores) são os discípulos de Mahavira.


Jina (Conquistador) é o apelido dado a Mahavira por ter obtido vitória sobre seus
desejos físicos.

Religião: BUDISMO

Surgiu como facção dentro do Hinduismo por volta do 6º século aC. Seu
fundador foi Sidarta Gautama. Filho de um rajá, isto é, um governador, vivia num
palácio longe da miséria. Ao ver o mundo como realmente é, viu quatro cenas que
mudaram sua vida:

30
1. um idoso;
2. um enfermo;
3. um cortejo fúnebre;
4. Um monge que esmolava.
Abandonou o palácio e se tornou um esmoler
em busca da iluminação que foi alcançada debaixo de
uma figueira onde estava a meditar por 7 dias.
Formou seu grupo após essa iluminação e o
ensinou a evitar os extremos do luxo e da auto-tortura
e a seguir o meio termo. Falou-lhes então das 4
VERDADES e dos 8 PASSOS.
1 - verdade: viver é sofrer;
2 - sofre por causa do desejo;
3 - acaba-se o sofrimento pondo fim ao desejo;
4 - acaba-se o desejo seguindo os 8 passos, que são:
I - opinião correta;
II - decisão correta;
III - linguagem correta;
IV - conduta correta;
V - ocupação correta;
VI - esforço correto;
VII – contemplação correta; e,
VIII - meditação correta.

DIVISÕES NO BUDISMO:
a) Na Índia onde surgiu é chamado de Budismo Theravada, que é conservador.
b) Na China, para onde migrou, é o Budismo Mahaiana, meio liberal. Um
Bodhisattva, no Budismo Mahaiana, adia sua mancipação ou libertação, a fim
de salvar outros, não só dos que ingressam no mosteiro, mas também dos
que confiam num Bodhisattva.

BODHISATTVA: Individuo que alcançou o nível onde o nirvana é acessível e


onde ele está pronto para tornar-se um Buda. Apesar disso, os Bodhisattvas privamse

31
de cruzar e entrar no nirvana, na esperança de que , através do trabalho diligente,
possam alcançar a o estado de deificação nesta vida.
NIRVANA: o alvo final dos budistas. Termo de difícil interpretação, significa
“soprar para fora” a chama do desejo, a negação do sofrimento. Não é um lugar, mas
uma reorientação da vida como resultado da extinção de qualquer apego que cega e
escraviza.
ESCRITURAS SAGRADAS: As Três Cestas, ou Tripitaka, são 11 vezes maiores
que a Bíblia, e pertencem ao Budismo Theravada. Já os escritos mahaiana são muito
mais volumosos dificultando a harmonia dessa forma de budismo.

Num sentido específico, refere-se aos seres de sabedoria elevada, que


seguem uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar
todos os demais seres sencientes. O outro significado para bodisatva
refere-se a todas as forças de pureza dentro da mente. Na
tradição Mahayana e Vajrayāna, há todo um panteão de bodisatvas,
personificações das forças dentro de nossas mentes. A expressão
significa, em tradução literal do sânscrito, "ser (sattva) de sabedoria
(bodhi)"

EXPANSÃO MUNDIAL: A
seita Nichirem Shoshu
remonta ao século 12 dC
quando foi fundada por
Nichiren Daishonon, era
pequena no Japão até que
em 1930 foi fundada a Soka
Gakkai (Sociedade de
Criação de Valor) como uma
organização laica da Nichiren
Shoshu. Em 1940 eram
Nichiren Shoshu é uma religião budista fundada há mais de 750 anos no Japão, apenas 21 pessoas e em
precisamente em 28 de abril de 1253.
1960 chegaram a 1,3 milhão
no Japão. Em 1960 chegou aos EUA e em 1973 já eram 250 mil em solo americano. Já

32
no Japão, de 3 mil em 1951, saltaram para 7 milhões em 1971. Sua literatura sagrada é
o livro Lótus Sutra que prevê que todos podem alcançar a condição de Buda.
O GOHONZON: ocupa lugar central na crença da seita
Nichiren Shoshu. É uma caixa de madeira preta que
contém os nomes de importantes pessoas que
aparecem no Lótus Sutra. Essa caixa é usada como um

altar particular em casa. A adoração ritual é chamada


de “gonkyo”. A pessoa se ajoelha diante do altar e
recita passagens do Lótus Sutra, e manuseia um tipo
de rosário, e entoa o “daimoku” que é: “nammyoho-
rengue-kyo”.
Fragmento de uma versão em sânscrito do
Sutra do Lótus, do século V, encontrada em
Hotan, em Xinjiang, na República Popular
da China.

Religião: CONFUCIONISMO

Dizem que não é propriamente uma religião, mas uma


visão humanista e social. A China vivia em completa
anarquia social com muitos genocídios (60, 80, e até 400
mil pessoas mortas em guerras fratricidas). Diante disso,
Confúcio propõe uma nova organização social.
Fundador: KUNG FU-TZU (Confúcio), séc. 6 aC. Ele
viveu na China, entre 551 e 479, e exerceu e ainda
exerce profunda influência na cultura chinesa, e em
especial no que diz respeito à educação e à moral, tendo
como centro o homem. Foi um pensador
e filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos.
Os pensamentos de Confúcio foram desenvolvidos num
sistema filosófico conhecido por confucianismo Porque

Confúcio ensinando, retratado por Wu nenhum texto é demonstrável ser de autoria de Confúcio,
Daozi, Dinastia Tang.
e as ideias que mais chegadas lhe eram foram
elaboradas em escritos acumulados durante o período entre a sua morte e a fundação

33
do primeiro império chinês em 221 a.C., muitos académicos são muito cautelosos em
atribuir asserções específicas ao próprio Confúcio. Os seus ensinamentos podem ser
encontrados na obra Analectos de Confúcio.
Literatura: São atribuídos aos seguidores de Confúcio 9 livros, dentre eles está OS
ANALECTOS = Diálogos de Confúcio (constituem o livro doutrinal mais importante
do confucionismo e é constituído por uma seleção de textos atribuídos a este
pensador chinês e aos seus discípulos) como o mais destacado por trazer maiores
detalhes da vida do fundador. Como muitos outros grandes homens do passado, nada
escreveu e os Analectos são uma coletânea de aforismos (Dito ou palavra memorável;
pensamento conciso, sentença breve; provérbio) feita por seus discípulos e difícil de
interpretar, tanto pela linguagem chinesa pictórica (pintura) como por simbólica, que,
com certeza, ao longo de sucessivas traduções teve alguns significados alterados.
Medo dos mortos: Na época de Confúcio já era comum os vivos cuidarem dos
parentes mortos provendo-lhes as coisas necessárias (comida, armas, roupas, etc). Se
não o fizessem, sofreriam males. Até hoje celebra-se na China a Festa dos Fantasmas
Famintos.
Mêncio: Meng-Tzu (Mêncio) nasceu no séc.4 aC e
tornou-se fiel discípulo de Confúcio. O feudalismo
chinês estava cada vez pior e Mêncio nada pôde fazer
para melhorar a vida social. Ficou notabilizado por ter
tratado de assunto espiritual, coisa que Confúcio não
fez. Falou da natureza humana como sendo
essencialmente boa. Tal ensino, até hoje, é comum
na China.

Mêncio. Sua interpretação do


confucionismo foi, em geral, considerada
como a versão ortodoxa pelos filósofos
chineses subsequentes, especialmente os
neoconfucionistas da Dinastia Song.

Comunismo: “Uma coisa que o regime nunca conseguiu fazer é extirpar Confúcio da
China”.
Feng Shui: Geomancia18 chinesa que determina lugares corretos nas casas e
sepulcros. É muito comum hoje no Ocidente. Pretende desviar a energia negativa de
lares, locais de trabalho, atraindo a boa sorte. Mas só é possível com a correta

34
utilização da energia de vida (Chi), que transforma locais com energia nociva em
ambientes que produzem prosperidade, felicidade e harmonia.

Feng Shui ou (Pinyin: fēngshuǐ) é um termo de origem chinesa,


cuja tradução literal é vento e água. Sua pronúncia correta em
mandarim é "fon xuei". Os mesmos ideogramas são utilizados
em outros países da Ásia com um sentido semelhante:
no Japão (fūsui), Coreia (pung-su) e Vietnam (phong-thủy). A
origem da expressão "Feng Shui" está no Zang Shu (O Livro
dos Enterros) escrito pelo Mestre Guo Pu (276-324 d.C).

Os chineses comparam os benefícios que o tratamento que o


Feng Shui pode proporcionar a um espaço com os resultados
que a terapia da acupuntura pode oferecer a um paciente. O
movimento da Nova Era interessou-se pelo estudo de seus
princípios. Devido à amplitude deste movimento e à diversidade
de seus integrantes, simultaneamente divulgou no Ocidente o
seu uso como forma de organizar espaços de um modo sério e
banalizou os seus preceitos até o limite da superstição. O Feng
Shui é ainda utilizado na China rural, em Taiwan, na Malásia,
emSingapura, e Hong Kong.

Religião: TAOISMO

Século 6 AC – China – Religião mística e enigmática cuja fundação


é atribuída a LAO-TSÉ (velho filósofo), figura também enigmática e
misteriosa, que teria nascido já velho.
Livro Sagrado: TAO-TE-KING (O Caminho e o Seu Poder) É um
livro pequeno que ensina a suportar as dificuldades da vida através
do não-envolvimento, o que daria ao individuo uma melhor chance
Tao Te Ching edição Wang Bi, de sobrevivência. Tal livro é a base dessa religião.
Japão 1770

35
Doutrinas:
TAO*: Palavra que significa CAMINHO, mas cujo
conceito é de difícil entendimento. Mas é o caminho para
a realidade última, a base para toda a existência. É o
caminho do universo, o caminho pelo qual o indivíduo
deveria ordenar a sua vida.
WU WEI: Significa inação (Falta de ação, de trabalho.
Indecisão, inércia). Para o homem ajustar sua vida ao

Ideograma de tao TAO* deve praticar a atitude básica WU WEI. Tal atitude
envolve evitar toda agressividade, vivendo de modo passivo, a
fim de se viver em harmonia com a natureza. Dessa forma,
a vida fluiria em harmonia com o TAO*.
YIN e YANG: Embora todas as coisas emanem do TAO*,
existem elementos que se opõem, como bem e mal,
morte e vida. O lado positivo é YANG e o negativo YIN.

Esses conceitos são interdependentes e são expressões


WU WEI : é o princípio prático
central da filosofia taoista e diversas do TAO*. O conceito do YIN e YANG é usado
corresponde a um modo de viver
que tem por objetivo reconquistar para explicar a maré e o fluxo, tanto do homem quanto
um estado de harmonia perfeita
com o Tao. É um modo de viver da natureza. De acordo com o TAOISMO, “mesclar-se
que consiste em não fazermos
com o ciclo (do universo), sem fazer esforço, é unir-se ao
nada de «artificial», convencional
ou exclusivamente voluntário, e Tao, e, portanto, encontrar realização”.
em nos comportarmos sem
tentarmos forçar as coisas a
serem como desejamos, ou seja,
termos uma conduta
O taijitu, a forma mais conhecida de representar o conceito de yin-yang (yīnyáng).
completamente serena, sem
esforço e sem tensão, sem
interferência no curso natural dos
acontecimentos.

36
Religião: XINTOISMO

Sem fundador, envolve antigas práticas


religiosas desenvolvidas somente pelos
japoneses. Suas origens remontam a
antigas eras. Como os japoneses acreditam
que as ilhas que formam o Japão foram a
primeira criação divina, o Xintoísmo limita-
se àquele povo e país. Japão em japonês é
NIPPON (origem do sol). O Xintoísmo é

um politeísmo. Ou seja, reconhece muitas Ise Jingu - Honden em Naiku, principal dos santuários
xintoístas japoneses.
divindades.
HIRATA, famoso xintoísta do , que iniciou um reavivamento xintoísta após séculos de
forte influência budista no Japão, escreveu: “O Japão é o país dos deuses, e seus
habitantes são os descendentes dos deuses. Do fato da origem divina do povo japonês
é que procede a sua incomensurável superioridade sobre os nativos de outros países,
quanto à coragem e à inteligência. Eles são honestos e retos de coração, e não tendem
para teorias inúteis e falsidades, como no caso de outras nações.”
Não tem doutrinas organizadas.
Xintoísmo vem do chinês Shen-tao (caminho dos deuses).
Kami: Ponto principal do Xintoísmo, Kami se refere ao
poder sagrado de objetos animados e inanimados. Os Kami
são deuses ou espíritos na natureza que precisam ser
venerados. Os Kami, ou seres superiores, são tão
numerosos que não dá para hierarquizá-los.
Amaterasu: Principal KAMI, é a deusa-sol. Crê-se que o
primeiro dos deuses que veio a existir instruiu Izanagi e
Izanami, divindades macho e fêmea da segunda geração de
deuses, para que criassem o mundo, e, em particular, as
ilhas do Japão. Surgiu a terra, os kami dos montes, das
árvores e dos riachos, o deus do vento e o deus do fogo, e
Xintoísmo • Kami • Os Sete Deuses assim por diante. Eventualmente a deusa AMATERASU, a
da Sorte
grande Kami do sol, veio à existência.

37
Livros: Ko-ji-ki é o mais antigo escrito japonês. Contém mitos, lendas e narrativas
históricas do Japão, aos antepassados dos imperadores e à corte imperial. Data: 712
dC. Outro livro, o Nihon-gi, 720 dC, contém a crônica da origem do Japão até o ano
700dC.
Harakiri: Suicídio cerimonial cometido por guerreiros devido a fracassos (que consiste
em rasgar o ventre a faca ou a sabre).
Jigai: Suicídio feito por mulheres para expiação dos erros através de corte na veia
jugular.

Religião: ZOROASTRISMO

Século 6 aC - Pérsia - Zoroastro (Zaratustra) cuja origem é questionável e


incerta. Religião com cerca de 100 mil adeptos apenas, exerce forte influência no
mundo através de suas crenças. Salienta a eterna batalha entre o bem e o mal. O
homem merece o favor divino através de boas obras. Sua prática envolve ocultismo e
superstição. Há um templo onde o fogo é adorado; Torres onde são colocados
cadáveres para serem comidos por abutres.
DIVINDADES: Ahura-Mazda (senhor
sábio) o deus verdadeiro e digno de
adoração é rivalizado por Angra Mainyu,
ou Ahriman (espírito mau). Quando esses
espíritos gêmeos se juntaram, no
princípio, estabeleceram a Vida e a Não-
Vida, e a Pior Existência (inferno) é para
os seguidores da mentira, mas o Melhor
Pensamento (paraíso) é para aqueles
que seguem o que é certo. Os dois
deuses têm sido co-iguais desde o
começo do tempo, e continuarão a
Ahura Mazda ou Ormazd Pahlavi, ou Ormuzd em persa, combater-se um ao outro até o fim do
tornou-se o deus supremo no zoroastrismo, Ahura só. Ele é o
pai da luz e da escuridão. mundo.

38
O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo do bem
sobre o mal. Por isso crê-se que tenha influenciado três grandes religiões: Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo.
AVESTA é o livro sagrado do Zoroastrismo.

Religião: JUDAISMO

Além do que já é conhecido na Bíblia, destacamos a


Declaração de Fé (com 13 artigos) atribuída a Moses
Maimônides, do século 13 dC, onde afirma a crença
monoteísta, a natureza divina, nos profetas, em Moisés,
nas Escrituras, na ressurreição dos mortos, e,
principalmente na vinda do Messias. O item 12 afirma:
“Creio com perfeita fé, na vinda do Messias e embora Ele
se demore, esperarei diariamente pela Sua vinda”.
Maimônides termina sua declaração de fé com a
expressão: “Espero pela Tua salvação, ó Senhor”. Nascido
em uma família judaica de Al-Andalus (a Península Ibérica

Assinatura de Maimónides.
sob domínio mouro), Rambam teve de fugir aos treze
anos, devido à expulsão dos judeus que não haviam se
convertido ao islamismo radical dos Almóadas que haviam tomado Córdoba em1148.
Durante doze anos sua família vagou pelo sul da Península Ibérica até se estabelecer
em Fez, Marrocos

DIAS SANTIFICADOS NO ANTIGO TESTAMENTO:


1) Sábado (semanal)
2) Lua nova (mensal)
3) Páscoa (pessach) comemora o livramento da última praga no Egito e o fim da
escravidão (Ex.12)
4) Semanas (shavuót) chamada de Pentecostes em grego, festa das primícias da sega
do trigo (Ex.34.22).

39
5) Ano Novo (Rosh Hashanah – cabeça de ano) Há dúvidas se tal festa é bíblica. Há
menção à Festa das Trombetas celebrado 10 dias antes da Expiação (Num.29.1). No
judaísmo moderno é dia de solene reflexão quanto aos acontecimentos do ano findo;
6) Dia da Expiação (Yom Kippur) é o dia mais santo do ano, comemorado 10 dias
depois do ano novo. Os judeus se dedicam à confissão de pecados e à reconciliação
com Deus através de jejum. Lê-se Isaías 58.5-7 nesse dia.
7) Cabanas (sukkoth) comemora a colheita no fim do ano (Ex.34.22) cinco dias depois
da Expiação. É uma das 3 grandes festas (Ex.34.23) quando o povo habitava em
cabanas lembrando como habitavam seus ancestrais ao saírem do Egito (Lv 23.33-43)
FESTAS APÓS EXÍLIO BABILÔNICO:
8) Sortes (Purim) comemora o livramento dos judeus através de Éster (Éster 9)
9) Hanukkah comemora os atos heróicos dos macabeus em 167aC quando se
revoltaram contra Antioco IV Epifânio que havia colocado a adoração aos deuses
gregos como oficial e profanado o templo de Jerusalém.
RAMOS DO JUDAÍSMO:
1) Ortodoxo: observa as leis dietéticas e cerimoniais tradicionais.
2) Conservador: não é liberal, mas se opõe à idéia de um estado judaico na Palestina.
Diz que a missão dos judeus é testificar em favor de Deus pelo mundo inteiro.
3) Reformado: é a ala liberal, não aceita a revelação divina. Há entre os reformados
pouco consenso quanto a crenças ou doutrinas.
O Messias: entre a maioria dos judeus a crença na vinda de um messias pessoal não
existe. Fala-se numa era messiânica caracterizada pela verdade e pela justiça.
ESCRITURAS: O AT é chamado de Tanach que dividido
em três partes:
1) Torah (Lei) a mais importante;
2) Neviim (profetas) e
3) Ketuvim (escritos)
PECADO ORIGINAL: não há tal conceito. Mas a expiação pelos pecados é
obtida por meio da retidão pessoal que inclui arrependimento, orações e boas obras.
Certo escritor afirmou: “Notemos que a iniciativa na expiação cabe ao pecador
(Ez.18.31). Ele se purifica no Dia da Expiação por meio de um corajoso auto-exame, de
confissão franca e da resolução de não repetir as transgressões no ano anterior.

40
Religião: SIQUISMO

1469 dC (século 15) – Índia –


fundador: Nanaque (Nanak). Praticado
principalmente na província indiana do
Punjabe. É uma tentativa de harmonizar
o Hinduismo e o Islamismo.
Livro sagrado: Granth Sahib (livro do
Senhor).
DEUS: Chamado de SAT NUM (nome
verdadeiro). Deus é um, mas não um
ser essoal. “Há somente um Deus, cujo
O Guru Nanak foi o fundador do sikhismo e o primeiro dos nome é verdadeiro, criador, isento de
dez gurus dos sikhismo.
temor e inimizade, imortal, não-nascido,
auto-existente, grande e generoso” (Granth Sahib) Semelhanças e dessemelhanças
com o Hinduismo: doutrina do karma e transmigração da alma; crença em uma unidade
Suprema Mística; repúdio ao politeísmo hindu, às peregrinações, ao ritualismo, ao
ascetismo; rejeição aos escritos hindus, à degradação
hindu das mulheres, ao vegetarianismo, e ao infanticídio hindu.
Semelhanças e dessemelhanças com o Islamismo: unidade do Ser Supremo
Pessoal; salvação através da submissão a Deus; salvação por meio da repetição do
nome divino; repetição de orações prescritas; fundador como profeta de Deus;
divindade sikh não tão violenta; livro sagrado sikh atribuído a muitos mestres (37 pelo
menos) e não um só como no islamismo; sikhs não jejuam; siquismo não tem dia
decisivo de julgamento final.

Religião: FÉ BAHÁ´I

Século 19 dC, Tenta promover a paz e a unificação mundial. Crendo que no próprio islã
havia a profecia da vinda de outro profeta, em 1844 Mirza Ali Muhammed se
apresentou com o anunciador de tal profeta. Em 1863 Mirza Husayn Ali disse que era
ele o prometido.

41
Não existem sacramentos, rituais ou clero. Mas jejuam 19 dias por ano, guardam
dias santos, e fazem peregrinação a Haifa (Israel) sede mundial do grupo.
5 milhões de adeptos em 205 países.

Religião: ISLAMISMO

1) O QUE É? - O islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé no início do


século VII, na região da Arábia. O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica,
que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O
muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. O
termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos
rejeitam essa expressão - afinal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta
Maomé.
Islã, em árabe, significa “rendição” ou “submissão” e se refere à obrigação do
muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra palavra árabe,
salam, que significa “paz”, Salam (árabe) e Shalom (hebraico).
2) ORIGEM: O islamismo foi fundado no ano de 622 dC (Início do Calendário
Islâmico), na região da Arábia, atual Arábia Saudita. Seu fundador, o profeta Maomé,
reuniu a base da fé islâmica num conjunto de versos conhecido como Corão - segundo
ele, as escrituras foram reveladas a ele por Deus por intermédio do Anjo Gabriel.
3) HÉGIRA*: Ainda no início da formação do Corão, Maomé e um ainda
pequeno

42
grupo de seguidores foram perseguidos por grupos rivais e deixaram a cidade de Meca
rumo a Medina. A migração, conhecida como Hégira*, dá início ao calendário
muçulmano. Em Medina, a palavra de Deus revelada a Maomé conquistou adeptos em
ritmo acelerado.
4) EXPANSÃO: Maomé morreu aos 63 anos e a maior parte da Arábia já era
muçulmana. Um século depois, o islamismo era praticado da Espanha até a China. Na
virada do segundo milênio, a religião tornou-se a mais praticada do mundo, com 1,3
bilhão de adeptos. Divididos em seitas, as principais são: Sunitas (90%) e Xiitas
(10%).
5) MAOMÉ: Nascido em Meca, no ano de 570, era órfão
de pai e mãe faleceu quando tinha 6 anos. Foi criado pelo
tio, membro da tribo dos coraixitas. De acordo com
historiadores, tornou-se conhecido pela sabedoria e
compreensão, tanto que servia de mediador em disputas
Gravura otomana retratando o
momento da revelação pelo anjo tribais. Adepto da meditação, ele realizava um retiro
Gabriel do Alcorão para o profeta
Maomé. quando afirmou ter recebido a primeira revelação de
Deus através do anjo Gabriel, aos 40 anos. As
revelações prosseguiram pelos 23 anos restantes da
vida do profeta. Ele foi o último dos profetas a trazer a
mensagem divina, mas só Deus é adorado.
A princípio, Maomé não tinha certeza quanto à origem
das visões recebidas, se eram divinas ou demoníacas.
Quem o encorajou a aceitar que elas eram de origem
Profeta Maomé recitando o Alcorão
em Meca (gravura do século XV). divina foi sua esposa, Cadija. Tiveram uma filha: Fátima.
6) ARTIGOS DE FÉ: São cinco os Artigos de Fé do Islamismo:
a) Crença em um só Deus;
b) Crença nos anjos;
c) Crença nas Escrituras;
d) Crença nos Profetas;
e) Crença nos Últimos Dias
7) PILARES DE FÉ: São cinco os Pilares de Fé do Islamismo:
a) O Credo – “Não há Deus além de Allah, e Maomé é o Profeta de Allah”;
b) As Orações – cinco vezes ao dia;
c) As Esmolas;
43
d) O Jejum no mês de Ramadan do alvorecer ao crepúsculo;
e) A Peregrinação – Pelo menos uma vez na vida o adepto deve ir a Meca.
ATENÇÃO: Jihad - Há um sexto dever religioso vinculado às cinco colunas
(pilares) de fé do Islamismo que é o Jihad, ou Guerra Santa, que significa o
esforço e a luta do muçulmano para agir corretamente e cumprir o caminho
indicado por Deus..
8) O CORÃO: O livro sagrado dos muçulmanos
reúne todas as revelações de Deus feitas ao profeta
Maomé através do anjo Gabriel. No Corão estão instruções
para a crença e a conduta do seguidor da religião - não
fala apenas de fé, mas também de aspectos sociais e
políticos. Dividido em 114 “suratas” (capítulos), com vários
versículos cada (o número varia de 3 a 286 versículos), o
Corão foi escrito em árabe formal e, com o tempo, tornou- Alcorão do Al-Andalus (século XII)
se de difícil entendimento.
O complemento para sua leitura é a Sunna, coletânea de registros de discursos
do profeta Maomé, geralmente em linguagem mais clara e fluente. Cada uma dessas
mensagens tiradas dos discursos é conhecida como “hadith”.
Como os relatos foram de pessoas diferentes, há muitas divergências entre
os registros de ensinamentos do profeta: cada um contava a mensagem da forma
que o interessava. Além de contradições, as “hadith” provocaram também uma
expansão dos conceitos do Islã, ao incorporar tradições e doutrinas sobre sociedade e
justiça - aspecto importante na formação da cultura islâmica em geral, que não ficou
restrita à religião.
Dizem ter sido a Bíblia corrompida, mas aceitam como válidas as declarações de
Moisés, dos profetas Davi e Jesus.
9) SHARIA: É a lei religiosa do islamismo. Como o muçulmano não vê distinção
entre o aspecto religioso e o resto da sua conduta pessoal, a lei islâmica não trata só
de rituais e crenças, mas de todos os aspectos da vida cotidiana. Apesar de ter
passado por um detalhado processo de formatação, a lei islâmica ainda é aplicada de
formas variadas ao redor do mundo - os países adotam a sharia têm interpretações
mais ou menos rigorosas dela.
Na Arábia Saudita, por exemplo, vigora uma das mais conservadoras versões da
lei islâmica. O Afeganistão da época da milícia Talibã teve a mais dura e radical

44
aplicação da sharia nos tempos modernos - proibia música e outras expressões
culturais e esportivas, restringia gravemente todos os direitos das mulheres e ordenava
punições bárbaras. A sharia, porém, é adotada formalmente numa minoria de países
com grandes populações islâmicas.
10) DEUS: Para um muçulmano parece blasfêmia chamar Deus ou Allah de pai,
porque fazer isso é o mesmo que dizer que a mãe de alguém e Allah tiveram relação
sexual para gerar esse alguém. Deus é único. Não há trindade. Jesus não foi
crucificado. Judas morreu em seu lugar. Jesus retornará à terra para estabelecer o islã
pela terra inteira.
11) TODOS OS MUÇULMANOS SÃO ÁRABES? Esta é uma das mais famosas
distorções a respeito do Islã. Na verdade, o Oriente Médio reúne somente cerca de 8%
da população muçulmana no mundo - sendo que turcos, afegãos e iranianos (persas)
não são sequer árabes. Outros 30% de muçulmanos estão no subcontinente indiano
(Índia e Paquistão), 20% no norte da África, 17% no sudeste da Ásia e 10% na Rússia
e na China. Há minorias muçulmanas em quase todas as partes do mundo, inclusive
nos EUA (cerca de 6 milhões) e no Brasil (entre 1,5 milhão e 2 milhões). A maior
comunidade islâmica do mundo vive na Indonésia.

45
GLOSSÁRIO:
Este glossário do Módulo Religiões Comparadas I reuni, de forma breve e objetiva, os significados dos
mais variados termos e nomes de expressão e palavras usadas no curso teológico. É, portanto, uma
coletânea de nomes e expressões usadas nas páginas de discussão e não nos artigos enciclopédicos
em si. Os seminaristas experientes encontrarão um pequeno, mas, valioso apoio durante seu trabalho de
pesquisa para artigos teológico e exegético.

¹ É uma complementação. Taxonomia é o ramo da Biologia e da Botânica que cuida


de descrever, identificar e CLASSIFICAR os seres vivos, animais e vegetais. Também é a parte da
gramática que trata de classificação das palavras.

² Friedrich Max Müller (6 de Dezembro de 1823 - 28 de Outubro de 1900) lingüista, orientalista e


mitólogo alemão. Aluno de Franz Boppe de E. Burnouf, retomou o estudo da Avesta e a publicação do
Rigveda-Samhita, que manteve de 1849 a 1874 (6 volumes). Sua obra principal é a coleção The sacred
books of the East (51 vols, publicada de 1879 a 1910), fonte essencial da história das religiões e da
mitologia comparada. É considerado o criador da disciplina religião comparada.

³ Bagavadguitá, também conhecido pela grafia Bhagavad-Gita (em sânscrito: "Canção de Deus"), é um
texto religioso hindu. Faz parte do épico Maabárata, embora seja de composição mais recente que o
todo deste livro. Na versão que o inclui, o Maabárata é datado no Século IV a.C..
4
É o estudo descritivo de um conjunto de fenômetro, tais como se manifestam no tempo ou no espaço. Ou, ainda, é
um método pelo qual, é usado principalmente pelos psicólogos, para entender a vivencia do paciente no mundo em
que ele se encontra. e como o paciente se percebe nesse mundo.
5
Mircea Eliade foi um professor, historiador das
religiões, mitólogo, filósofo e romancista romeno, naturalizado norte-americano em 1970. Falava e
escrevia fluentemente oito línguas (romeno, francês, alemão, italiano, inglês, hebraico, farsi e sânscrito),
mas a maior parte dos seus trabalhos acadêmicos foi escrita inicialmente em romeno (depois em francês
e em inglês). É um dos mais influentes historiadores e filósofos das religiões da contemporaneidade.

6
Yad ou iad (em hebraico: ‫)יד‬, literalmente "mão", é um apontador ou ponteiro ritual judaico utilizado no
acompanhamento do texto sagrado em pergaminho durante a leitura da Sefer Torá. Popularmente
conhecido como mão da leitura ou ponteiro da Torá.

7
B'nai Mitzvá (filhos do mandamento) é o nome dado à cerimônia que insere o jovem judeu como um
membro maduro na comunidade judaica. Quando um judeu atinge a sua maturidade (aos 12 anos de
idade, mais um dia para as meninas; e aos 13 anos e um dia para os rapazes), passa a se tornar
responsável pelos seus atos, de acordo com a lei judaica. Nessa altura, diz-se que o menino passa a
ser Bar Mitzvá ( ‫ הוצמ רב‬, "filho do mandamento"); e a menina passa a ser Bat Mitzvá (‫הוצמ תב‬, "filha do
mandamento").
8
Na mitologia hindu , Vishnu é o deus responsável pela manutenção do universo.
9
"hassidismo" é aplicado se restringe à tendência desenvolvida na primeira metade do século XVIII,
na Europa Oriental - com o rabino Israel Ben Eliezer, mais conhecido como Baal Shem Tov - em reação
ao judaísmo legalista ou talmúdico, mais intelectualizado.
10
Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo ou "aquilo que circunda um centro" . É uma
representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a
exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização

46
de um tempo divino. Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória
circular (circunferência), era identificado como o ano. O simbolismo da santidade e eternidade do templo
aparece claramente na estrutura mandálica dos santuários de todas as épocas e civilizações.
11 Palden Dorje, nome budista de Ram Bahadur Bomjon, (Ratanapuri, Nepal, 9 de abril de 1990) é um
jovem budista nepalense que vem recebendo milhares de visitantes e a atenção da mídia por
estar meditando durante meses seguidos sem, aparentemente, consumir alimentos ou água. Dorje
iniciou a sua meditação em 16 de maio de 2005, desapareceu de sua cidade em 11 de março de 2006,
reaparecendo em outra localidade do Nepal em 26 de dezembro de 2006. Desapareceu novamente em 8
de março de 2007. Em 26 de março de 2007, foi encontrado por inspetores da polícia, meditando dentro
de um fosso quadrado de sete pés de profundidade, em um outro ponto de Ratanapuri.
12
Shemá Israel (em hebraico ‫" ;ישראל שמע‬Ouça Israel") são as duas primeiras palavras da seção
da Torá que constitui a profissão de fé central do monoteísmo judaico
(Devarim /Deuteronômio 6.4-9) no qual se diz ‫י ישראל שמע‬-‫ה‬-‫ו‬-‫י אלוהינו ה‬-‫ה‬-‫ו‬-‫( אחד ה‬Shemá Yisrael Ado-
nai Elohêinu Ado-nai Echad - Escuta ó Israel, Ado-nai nosso Deus é Um). Atualmente sua recitação
envolve três porções: Devarim / Deuteronômio 6.4-9, Devarim / Deuteronômio 11.13-21,
e Bamidbar / Números 15:37-41 que constituem a base principal da fé judaica. Seguindo o mandamento
de dizer Shemá "ao deitares-te e ao acordares", a leitura de Shemá é parte das rezas judaicas da noite
(Arvit) e da manhã (Shacharit).
13
Matthew Arnold (Laleham, 24 de dezembro de 1822 - Liverpool, 15 de abril de 1888) foi um poeta e
crítico britânico, um dos críticos literários e de costumes em que a Inglaterra Vitoriana melhor se espelha.
Matthew Arnold foi um poeta prolífico e um intelectual voltado para a democratização do ensino.
14
Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher (Breslau, 21 de novembro de 1768 — Berlim, 12 de
fevereiro de 1834) foi pregador em Berlim na Igreja da Trindade e professor
de Filosofia e Teologia em Halle an der Saale. Traduziu as obras de Platão para o alemão. Foi
influenciado por Kant e Fichte, mas não se tornou um idealista subjetivo.
15 -
O Avesta (língua iraniana oriental), incorretamente chamado Zend-Avesta, é, assim como a Bíblia,
uma coleção de livros sagrados que foram escritos durante um longo período e em diferentes idiomas. A
principal diferença para a Bíblia é que o Avesta se parece com um livro de orações e possui poucas
narrativas.
16 --
Do avéstico masdâo, 'onisciente', epíteto do deus Aúra, + -ismo; fr. mazdéisme. Religião antiga dos
iranianos (persas e medos), caracterizada pela divinização das forças naturais e pela admissão de dois
princípios em luta, aúra-masda e arimã.

17 -
princípio ético-religioso adotado principalmente pelo Jainísmo e presente no hinduísmo e no budismo,
e que consiste na rejeição constante da violência e no respeito absoluto de toda forma de vida.
No Ocidente a sua notoriedade deve-se à prática da ainsa na conduta coerente de Mahatma
Gandhi (1869-1948).

18
- Geomancia é uma técnica de adivinhação baseada na observação de pedras ou terra atirados sobre
uma superfície plana e dos desenhos formados com isso. Também se refere à observação de formações
no solo dispostas em estado natural sem intervenção humana.

47
FONTES: (BIBLIOGRAFIA SUGERIDA)

● www.conhecimentosgerais.com.br
● Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, volume III – Ed. Vida Nova, 1990.
● Filosofia da Religião – Urbano Zilles – Edição Paullus – 1991
● Religiões Da Humanidade 4ª Ed Pe. Waldomiro O. Piazza, Sj
● Martim, Walter. O Império das Seitas. Ed. Betânia, MG. 1991
● Mather, Georg A. Frandes Religiões
● Cabral, J. Religiões, Seitas e Heresias, Universal Produções
● Oliveira, Raimundo de. Seitas e Heresias. CPAD
● Marcus Bach, em Major Religions of the World, 1970
● Las Religiones Vivas, Roberto E.Hume, Editorial Mundo Hispano, 6ª ed. 1976
● Entendendo as Religiões não Cristãs, Josh McDowell, Ed. Candeia, 1992

“A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar.


A covardia e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na
menoridade. Um outro motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na
área de conforto. É cômodo que existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo
e tomem decisões em nosso lugar. É mais fácil que alguém o faça, do que fazer
determinado esforço, pois já existem outros que podem fazer por mim. Os homens
quando permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das próprias
pernas, são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias
escolhas.” (Immanuel Kant)

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