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v.21 n.

3 2010

APLICAÇÕES DO ELETROMAGNETISMO,
ÓPTICA, ONDAS, DA FÍSICA MODERNA E
CONTEMPORÂNEA NA MEDICINA (2º PARTE)

Mara Fernanda Parisoto


José Tullio Moro

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física


UFRGS
Textos de Apoio ao Professor de Física, v.21 n.3, 2010.
Instituto de Física – UFRGS
Programa de Pós – Graduação em Ensino de Física
Mestrado Profissional em Ensino de Física

Editores: Marco Antonio Moreira


Eliane Angela Veit

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Setor de Processamento Técnico
Biblioteca Professora Ruth de Souza Schneider
Instituto de Física/UFRGS

P234a Parisoto, Mara Fernanda

Aplicações do eletromagnetismo, óptica, ondas, da Física


Moderna e Contemporânea na Medicina : 2º parte / Mara
Fernanda Parisoto, José Tulio Moro – Porto Alegre: UFRGS,
Instituto de Física, 2010.
107 p.; il. (Textos de apoio ao professor de física / Marco
Antonio Moreira, Eliane Angela Veit, ISSN 1807-2763; v. 21, n. 3)

1. Ensino de Física 2. Aprendizagem 3. Corrente elétrica 4.


Fluoroscopia 5. Radiatividade I. Moro, José Tulio II. Título III.
Série.

PACS: 01.40.E

Impressão: Waldomiro da Silva Olivo


Intercalação: João Batista C. da Silva
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul


Instituto de Física
Mestrado Acadêmico em Ensino de Física

TEXTO DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA

APLICAÇÕES DO ELETROMAGNETISMO, ÓPTICA, ONDAS, DA FÍSICA MODERNA E


CONTEMPORÂNEA NA MEDICINA (2ª Parte)

Mara Fernanda Parisoto


José Tullio Moro

Porto Alegre – RS, setembro, 2010

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

SUMÁRIO

3. Aulas 5 e 6 ......................................................................................................................................... 13 


3.1 Esquema de trabalho ...................................................................................................................... 13 
3.2 Aula expositiva-dialogada ............................................................................................................... 15 
3.3 Atividade 1. Estudo em grupo ......................................................................................................... 15 
3.3.1 Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital ................................................................................ 15 
3.3.1.1. Sinal analógico e digital ............................................................................................................ 15 
3.3.1.2. Meios de contraste ................................................................................................................... 16 
3.3.1.3. Fluoroscopia ............................................................................................................................. 16 
3.3.1.3. 1. Intensificador de imagem ............................................................................................................... 18 
3.3.1.4. Fluoroscopia Digital .................................................................................................................. 21 
3.3.2 Grupo 2: formação de imagens radiográficas .............................................................................. 26 
3.3.2.1 Alta-tensão de pico (kVp) .......................................................................................................... 26 
3.3.2.2 Corrente do tubo (mA) ............................................................................................................... 27 
3.3.2.3 Relação entre kVp e mAs .......................................................................................................... 28 
3.3.2.4. Partes formadoras da imagem radiográfica ............................................................................. 28 
3.3.2.5 Densidade radiográfica em exames que usam filmes .............................................................. 29 
3.3.2.6 Contraste do filme ..................................................................................................................... 29 
3.3.2.7 Contraste do objeto ................................................................................................................... 29 
3.3.2.8 Detalhe radiográfico .................................................................................................................. 30 
3.3.2.8.1 Magnificação ...................................................................................................................................... 30 
3.3.2.8.2 Angulação ........................................................................................................................................... 31 
3.3.2.8.3 Seleção ou distância focal ................................................................................................................ 31 
3.3.3. Grupo 3: Radioterapia: Braquiterapia e Teleterapia ................................................................... 33 
3.3.3.1 Radioterapia .............................................................................................................................. 33 
3.3.3.2 Teleterapia................................................................................................................................. 33 
3.3.3.3. Braquiterapia ............................................................................................................................ 38 
3.3.4 Atividade 2: filme: BBC The Big Bang Machine. .......................................................................... 39 
3.3.5 Atividade 3: questões. .................................................................................................................. 39 
3.3.6 Atividade 4: jogo campo minado. ................................................................................................. 40 
4. Aulas 7 e 8 ......................................................................................................................................... 41 
4.1 Esquema de trabalho ...................................................................................................................... 41 
4.2 Atividade 1. Jogo (tabuleiro) ............................................................................................................ 43 
4.3 Atividade 2: modelagem computacional.......................................................................................... 45 
4.4 Atividade 3: expositiva dialogada .................................................................................................... 45 
4.5 Atividade 4: reportagem (como funciona a RMN) ........................................................................... 45 
4.6 Atividade 5: colagem e questões .................................................................................................... 46 
4.6.1 Texto 1: Detectores de radiação .................................................................................................. 46 
4.6.1.1 Detectores a gás ....................................................................................................................... 47 
4.6.1.2. Detectores de cintilação ........................................................................................................... 49 
4.6.1.3. Dosimetria de termoluminescência (TLD) ................................................................................ 50 
4.6.1.4. Luminescência estimulada opticamente .................................................................................. 52 
4.6.1.5 Dosímetros de filmes ................................................................................................................. 52 
4.6.2 Texto 2: Ressonância Magnética Nuclear ................................................................................... 53 
4.6.2.1 Histórico ..................................................................................................................................... 54 
4.6.2.2 Funcionamento .......................................................................................................................... 54 
4.6.2.3 Vantagens e desvantagens da RMN......................................................................................... 58 
4.6.3 Texto 3: Tomografia ..................................................................................................................... 59 

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4.6.3.1 Histórico ..................................................................................................................................... 60 


4.6.3.2 Tomografia Computadorizada e Linear ..................................................................................... 60 
4.6.3.3 Funcionamento .......................................................................................................................... 61 
4.6.3.4 Componentes do sistema .......................................................................................................... 63 
4.6.3.5 Vantagens e desvantagens da TC: ........................................................................................... 67 
4.6.4 Texto 4: Tomografia Computadorizada Helicoidal ....................................................................... 68 
4.6.4.1 Aquisição de imagens ............................................................................................................... 69 
4.6.4.2 Tomografia Computadorizada de múltiplos cortes (Multicortes) ............................................... 70 
4.7 Atividade 6: Estudos em grupo ....................................................................................................... 72 
5. Aulas 9 e 10 ....................................................................................................................................... 73 
5.1 Esquema de trabalho ...................................................................................................................... 73 
5.2 Atividade 1. Filme: “O Discreto Charme das Partículas Elementares”. .......................................... 74 
5.3 Atividade 2: expositiva-dialogada .................................................................................................... 75 
5.4 Atividade 3: Estudos em grupo ....................................................................................................... 75 
5.4.1 Texto 1: Medicina Nuclear ............................................................................................................ 75 
5.4.1.1 História ...................................................................................................................................... 75 
5.4.1.2 Visão geral da Medicina Nuclear............................................................................................... 75 
5.4.1.3 Vantagens e desvantagens ....................................................................................................... 77 
5.4.2 Texto 2: Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)................................................................. 78 
5.4.2.1 História ...................................................................................................................................... 78 
5.4.2.2 Exame ....................................................................................................................................... 78 
5.4.3 Texto 3: Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT) ......................... 82 
5.4.3.1 História ...................................................................................................................................... 82 
5.4.3.2 Exame ....................................................................................................................................... 82 
5.4.3.3 Captação da Imagem ................................................................................................................ 83 
5.4.3.4 Imagem ...................................................................................................................................... 84 
5.4.3.5. Vantagens e desvantagens ...................................................................................................... 85 
5.5 Atividade 4: Mesa redonda .............................................................................................................. 86 
5.6 Atividade 5: Apresentação das colagens ........................................................................................ 86 
6. Referências ....................................................................................................................................... 87 
Sites consultados .................................................................................................................................. 89 
7. Apêndice ............................................................................................................................................ 91 
7.1 Apêndice 1: fichas. .......................................................................................................................... 91 
7.2 Apêndice 2: tabuleiro. .................................................................................................................... 101 
 

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Lista de Figuras

Figura 1: um mapa conceitual dos assuntos abordados no presente material..................................... 12 


Figura 2: o fluoroscópio e suas partes associadas. .............................................................................. 17 
Figura 3: intensificador de imagem. ...................................................................................................... 19 
Figura 4: aparelho fluoroscópico e suas partes. ................................................................................... 19 
Figura 5: esquema do intensificador de imagem. ................................................................................. 20 
Figura 6: fluoroscopia convencional. ..................................................................................................... 21 
Figura 7: fluoroscopia digital. ................................................................................................................ 21 
Figura 8: central de operações. ............................................................................................................. 22 
Figura 9: CCD. ....................................................................................................................................... 23 
Figura 10: relação sinal ruído. ............................................................................................................... 25 
Figura 11: exame Raios-X do joelho para diferentes valores de kVp mantendo mA constante........... 27 
Figura 12: exame utilizando Raios-X de um joelho para diferentes valores de mA mantendo kVp
constante. .............................................................................................................................................. 28 
Figura 13: partes formadoras da imagem radiográfica: a) écran; b) filme radiográfico e c) chassi. ..... 28 
Figura 14: efeito da magnificação. ........................................................................................................ 31 
Figura 15: esquema foco-objeto-filme. .................................................................................................. 31 
Figura 16: imagens radiográficas. ......................................................................................................... 32 
Figura 17: onde se forma a imagem. .................................................................................................... 32 
Figura 18: equipamento usado para fazer teleterapia. ......................................................................... 34 
Figura 19: monitor que envia e recebe informações para o aparelho da teleterapia. .......................... 34 
Figura 20: esquema de um acelerador de partícula: 1. Fonte de elétrons; 2. Alvo; 3. Feixe de elétrons
ou fótons e 4. Mesa de tratamento........................................................................................................ 35 
Figura 21: acelerador linear de partículas. ............................................................................................ 36 
Figura 22: esquema de um cíclotron. .................................................................................................... 36 
Figura 23: LHC. ..................................................................................................................................... 37 
Figura 24: exemplo de implantes utilizados na braquiterapia. .............................................................. 39 
Figura 25: principais efeitos físicos e químicos da radiação ionizante utilizados para a detecção da
radiação. ................................................................................................................................................ 47 
Figura 26: aplicabilidade dos diversos sistemas dosimétricos quanto à faixa mensurável de dose
absorvida. .............................................................................................................................................. 47 
Figura 27: detector de gás..................................................................................................................... 48 
Figura 28: gráfico sinal de saída relativa X Voltagem da câmara. ........................................................ 48 
Figura 29: relação entre fóton incidente e energia emitida. .................................................................. 49 
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Figura 30: esquema detector de cintilação. .......................................................................................... 50 


Figura 31: dosimetria de termoluminescência....................................................................................... 51 
Figura 32: curva de brilho de termoluminescência para o FLi. ............................................................. 52 
Figura 33: processo de luminescência estimulada opticamente. ......................................................... 52 
Figura 34: equipamento de Ressonância Magnética Nuclear. ............................................................. 55 
Figura 35: um núcleo (próton) de um átomo de hidrogênio em precessão sob influência de um campo
magnético. ............................................................................................................................................. 56 
Figura 36: a) aparelho da TC; b) aparelho de TC aberto, mostrando o tubo de Raios-X; c) esquema do
movimento do tubo de Raios-X na TC. ................................................................................................. 60 
Figura 37: a) imagem radiologia; b) imagem Tomografia Linear. ......................................................... 61 
Figura 38: imagem: a) Tomografia axial; b) TC..................................................................................... 62 
Figura 39: movimento fonte em relação ao detector............................................................................. 62 
Figura 40: sistema de imagem de TC de quarta geração. .................................................................... 63 
Figura 41: a) componentes da TC; b) pórtico com suas partes. ........................................................... 65 
Figura 42: colimadores. ......................................................................................................................... 66 
Figura 43: construção da imagem. ........................................................................................................ 68 
Figura 44: movimento tubo Raios-X. ..................................................................................................... 68 
Figura 45: anéis deslizantes. ................................................................................................................. 69 
Figura 46: matrizes detectoras de dois cortes. ..................................................................................... 70 
Figura 47: matriz de quatro detectores que permite que modifique a largura do corte. ....................... 71 
Figura 48: detector. ............................................................................................................................... 76 
Figura 49: aparelho que realiza o exame da PET. ................................................................................ 79 
Figura 50: produção de Raios gama a partir da emissão de pósitron. ................................................. 80 
Figura 51: esquema da varredura PET. ................................................................................................ 81 
Figura 52: aparelho que realiza a SPECT............................................................................................. 82 
Figura 53: tabuleiro.............................................................................................................................. 101 

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Lista de tabelas
Tabela 1: níveis de kVp para exames convencionais para películas de fluoroscopia. ......................... 18
Tabela 2: vantagens dos dispositivos de CCD na visualização médica. .............................................. 24
Tabela 3: características dos detectores de cintilação. ........................................................................ 77

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Agradecimentos

Dedicamos a presente obra aos parceiros e amigos que nos ajudaram:


• Ao professor Marco Antonio Moreira, pelas leituras e pela paciência com os erros;
• Ao Alex pela dedicação, discussões, leituras e sugestões muito úteis referentes ao
presente material;
• As pessoas que participaram das quatro aplicações do curso, muitos dos quais, deram
sugestões e indícios do caminho a melhor seguir: alunos da licenciatura da UFRGS, bolsistas do
Serviço de Proteção Radiológica (SRD), alunos de licenciatura da UNOCHAPECÓ, professores do
Estado de Santa Catarina, professores do Estado do Rio Grande do Sul;
• A Roberta, Thaís, Nathan, Leonardo, Glauco, Eliane e demais alunos do mestrado e
doutorado em Ensino de Física da UFRGS, pelos valiosos conselhos, ensinamentos, discussões e
críticas construtivas que fizeram o trabalho evoluir. Agradecemos, em especial, ao Glauco que esteve
presente no estudo piloto, fazendo importantes criticas ao material e ao curso;
• Ao Everton pelas bibliografias sugeridas;
• Agradecemos também a professora Maria Terezinha Xavier que também fez importantes
críticas ao trabalho, organizou e participou da primeira aplicação do curso, onde foi utilizado tal
material;
• Ao professor Nobrega que organizou o curso na UNOCHAPECÓ, com bastante dedicação
e empenho;
• A Janete e equipe que organizaram, de modo muito bem organizado, o curso na cidade de
Chapecó para os professores de Física do estado de Santa Catarina;
• A Vera que ajudou, com muita paciência, a organizar o curso para os professores do
estado do Rio Grande do Sul;
• Á CAPES pela bolsa de estudos;
• A Nair, Dirceu, Douglas, pelo companheirismo, apoio e amor incondicional;
• A Adriana pela sugestão do assunto para a pesquisa;
• A todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram com este trabalho.

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Apresentação
Ao investigar as aplicações do Eletromagnetismo, da Óptica, da Física Moderna e
Contemporânea na Medicina, foi possível desenvolver uma proposta alternativa, a qual deu origem a
este material de apoio para ensinar conceitos de Física. Para tanto, foi necessário compreender quais
seriam, especificamente, conteúdos de Ensino Médio que pudessem ser utilizados na Física aplicada
à Medicina e que abordagem(ns) didática(s) poderia(iam) ser potencialmente facilitadora(s) da
aprendizagem significativa nessa área.
A utilização da abordagem pretendida pelo presente material não foi, ainda, muito investigada
na área de Ensino de Física, visto que, nas 43 revistas pesquisadas foram encontrados apenas 50
trabalhos sobre Física aplicada à Medicina e nenhum com o enfoque pretendido no trabalho. As
revistas pesquisadas foram de periódicos qualis A e qualis B, tanto nacionais quanto internacionais,
no período de 2000 a 2009:
O resultado de tal pesquisa originou um minicurso de 30 horas, com um projeto de extensão
intitulado “Aplicações de Eletromagnetismo, Óptica, Física Moderna e Contemporânea na Medicina”
que foi aplicado, até o momento, uma única vez, como estudo piloto para um grupo de 12 alunos e
mais dois professores, todos vinculados a UFRGS. Do grupo de alunos 8 são da Licenciatura em
Física, sendo que destes, 7 são bolsistas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à
Docência), um da Geologia, um da Engenharia de Produção, um que faz Mestrado em Ensino de
Física e um aluno da Filosofia. Sendo que os que não cursam licenciatura em Física são bolsistas do
Serviço de Proteção Radiológica (SRD), ou seja, utilizam muitos conceitos físicos ligados a radiações
em seu trabalho. O aluno de Mestrado em Ensino de Física, Glauco Ferreira Pantoja, assim como os
professores, Maria Terezinha Xavier e José Tullio Moro participaram do minicurso, principalmente,
para oferecer importantes contribuições. Dessa forma, todos os participantes já possuíam algumas
noções sobre alguns dos conceitos que foram trabalhados no minicurso.
Os materiais que compõem essa proposta podem ser adotados e adaptados a outras
situações, inclusive como complemento de cursos mais tradicionais.
Aprender exige forte envolvimento por parte dos alunos. Por isso, na implementação original
da proposta, a discussão dos alunos em pequenos grupos foi um elemento chave. Assim, os textos
foram elaborados de modo a não serem lidos de modo passivo, intercalando-se a eles perguntas que
proporcionassem a complementação do raciocínio exposto, buscando estimular a discussão entre os
alunos e o professor.
Preferimos deixar os textos em sua forma original, para estimular o professor a não utilizá-lo
de modo passivo que possibilitaria aos alunos encontrar respostas prontas.
Este material possui várias sugestões de metodologias/ recursos para ajudar os professores
de Física do Ensino Médio a fazer com que o ensino da Física se torne mais próximo à realidade dos
alunos e mais interessante seu estudo, sendo assim potencialmente facilitadores da aprendizagem
significativa.
A pesquisa, que originou o presente material, tem como um de seus objetivos contribuir na
implementação de alguns fundamentos da teoria de aprendizagem significativa de Ausubel (2002), da
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teoria de aprendizagem significativa crítica de Moreira (2005), da teoria dos campos conceituais de
Vergnaud (MOREIRA, 2004) e da epistemologia de Toulmin (1977), na sala de aula de Ensino Médio,
revisando conceitos importantes de Óptica, Eletromagnetismo, Física Moderna e Contemporânea que
são fundamentais para a compreensão da Física aplicada à Medicina.
Contudo, o principal objetivo do trabalho, que culminou no desenvolvimento desse material,
foi construir materiais alternativos que facilitem aos aprendizes ocorrência de uma aprendizagem
significativa e não mecânica. Para tanto, foi avaliado o material, de modo a buscar melhorá-lo,
através de questionários e entrevista semiestruturada que os participantes responderão. Foi aplicado
pré e pós-testes nos participantes dos minicursos de modo a perceber se houve indícios de
aprendizagem significativa. Além de aplicar questionários abertos, coletar diagramas, mapas,
questões respondidas por eles e respostas a situações problemas e fazer observações. Essa
avaliação foi quantitativa e qualitativa e buscou fazer a triangulação dos dados. Esses resultados
parciais nos ajudaram a melhor estruturar o presente material.
A relevância científica e acadêmica deste trabalho está no fato dele proporcionar uma
discussão acerca de novas possibilidades para ensinar Física utilizando materiais instrucionais para
tornar as aulas mais significativas, criando um espaço interativo e criativo que favoreça a
aprendizagem, buscando utilizar a Física aplicada na Medicina para dar sentido aos conceitos de
Física.
O minicurso foi dividido em cinco partes, cada uma iniciando com um organizador prévio,
seguido de uma situação-problema; depois seguido por uma breve aula expositiva. Essas aulas
expositivas foram intercaladas com várias atividades tais como: atividades experimentais de fácil
confecção e de baixo custo, simulação e modelagem computacional, jogos, ilusão de óptica, charges,
exercícios, mapas conceituais, diagramas, debates, filmes e construção de painéis.
Entretanto, devido à extensão do material, optamos por dividi-lo em duas partes. A primeira,
que deu origem ao texto de apoio anterior a este, contém as seguintes aplicações: ultrassonografia,
funcionamento do olho humano, funcionamento da radiografia convencional e da mamografia. Aborda
os seguintes conteúdos: tipos de ondas, estrutura atômica, radiação e espectro eletromagnético,
radiação ionizante e não ionizante, radioatividade, três tipos principais de radiação ionizante (alfa,
beta, gama), interação da radiação com a matéria (efeito Compton, efeito fotoelétrico, aniquilação e
produção de pares) relação entre matéria e energia, características das ondas, cristais piezoelétricos,
efeito Doppler, Ultrassonografia, produção de raios X (característico e Bremsstrahlung), isótopos e
radioisótopos os quais compõem as duas primeiras partes do minicurso.
Neste texto de apoio, correspondente à segunda parte do material, será abordado sobre as
seguintes aplicações: fluoroscopia, fluoroscopia digital, imagem radiográfica, teleterapia,
braquiterapia, tomografia computadorizada (TM), tomografia computadorizada helicoidal, ressonância
magnética (RM), detectores de radiação, Medicina Nuclear, PET, SPECT. Contém os seguintes
assuntos: unidades de medida das radiações, meia vida, corrente elétrica, resistência elétrica, carga,
voltagem, potência, gerador, retificador, meios de contraste, fluoroscopia, fluoroscopia digital,

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transformador, ânodo, cátodo, filtro, blindagem e ressonância, campo magnético, meia vida, radioatividade, os quais compõem as três últimas partes do
minicurso piloto já aplicado.
Na Figura 1 apresentamos um mapa conceitual com a estrutura do presente material.

Figura 1: um mapa conceitual dos assuntos abordados no presente material.

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3. Aulas 5 e 6

3.1 Esquema de trabalho

Concepções alternativas: segundo Watts apud Filho e Jacques (2008), a energia pode ser
vista como: 1º) uma ideia muito geral de combustível associada a aplicações tecnológicas que visam
proporcionar conforto ao homem; 2º) alguns objetos possuem energia e são recarregáveis, enquanto
outros possuem energia e gastam o que têm; 3º) energia como uma atividade óbvia, no sentido de
que, havendo atividade, há energia, por exemplo, o movimento é energia; 4º) a energia é um fluído
que se transfere de um sistema a outro.

Organizador Prévio:
Objetivo do organizador: propiciar uma interação entre conceitos novos com os já
existentes na estrutura cognitiva dos alunos, buscando favorecer a ocorrência de aprendizagem
significativa. Mais especificamente, utiliza-se a ideia da criptonita, presente no filme do Super
Homem, para que sirva como base para a aprendizagem significativa dos meios de contraste.

Descrição do organizador prévio: utiliza-se uma parte pequena do filme do “Super


Homem”, na qual ele fica próximo a criptonita e simultaneamente começa a se sentir muito mal.
Depois indaga-se aos alunos do curso sobre o porquê de poder ser utilizado meios de contraste em
exames radiológicos e se, realmente, poderia existir um material radioativo que em proximidade ao
nosso corpo reagisse de forma análoga ao que ocorre com o “Super-Homem”.
A interação cognitiva deverá ocorrer quando o aluno perceber porque é possível utilizar
meios de contraste no corpo humano e da impossibilidade de alguma fonte radioativa ter os mesmos
efeitos que a criptonita tem sobre o Super-Homem.

Situação-problema: imagine que você seja um técnico em radiologia e que você precisa
distinguir dois tecidos internos que possuem densidades semelhantes, como você faria? Pense a sua
resposta em termos de contraste.

Assunto: corrente elétrica, resistência elétrica, carga, voltagem, potência, gerador,


retificador, meios de contraste, fluoroscopia, fluoroscopia digital, sinal analógico e digital, imagens
radiográficas, Teleterapia e Braquiterapia.

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Conceitos:
Imagem radiográfica: corrente elétrica, carga, voltagem, cátodo, ânodo, elétron,
velocidade, potência, gerador, retificador, alternada, continua, prótons, campo elétrico, campo
magnético, onda eletromagnética, filamento, energia, dose, tempo, Raios-X, fótons, efeito fotoelétrico,
efeito Compton e produção de pares, densidade, absorção, chassi, chumbo, écran, camada
eletrônica, luz, filme e número atômico.

Fluoroscopia: corrente elétrica, resistência elétrica, carga, voltagem, potência, gerador,


retificador, meios de contraste, sinal analógico, sinal digital, densidade, número atômico, voltagem,
absorção, emissão, nêutrons, Raios-X, Raios gama, camada eletrônica, onda eletromagnética,
decaimento radioativo, campo magnético, chumbo, filtro e colimador.

Radioterapia: corrente elétrica, resistência elétrica, carga, voltagem, potência, gerador,


retificador, meios de contraste, sinal analógico, sinal digital, densidade, número atômico, voltagem,
absorção, emissão, nêutrons, Raios-X, Raios gama, camada eletrônica, onda eletromagnética,
decaimento radioativo, campo magnético, chumbo, filtro, colimador, atividade radioativa, meia vida da
fonte radioativa e emissão nuclear.

Aplicação: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital, imagem radiográfica, Radioterapia:


Teleterapia e Braquiterapia.

Atividades:
Inicialmente, será resolvida em duplas a situação-problema, que será gravada pela
pesquisadora.
Posteriormente, haverá uma breve aula expositiva, em seguida, serão divididos os alunos
em três grupos que estudarão um dos textos da seção 3.3 Atividade 1. Estudo em grupo e resolverão
as questões descritas depois da apresentação. Prepararão uma apresentação completa, de
aproximadamente 30 minutos cada grupo. Posteriormente, haverá uma apresentação (incluindo
mapa-conceitual) e discussão pelos grupos na sala.
Em seguida, será apresentado um filme de aproximadamente 40 minutos chamado: “The
Big Bang Machine”.
Os grupos que haviam sido formados anteriormente responderão algumas questões
relativas ao filme. Cada grupo fará algumas questões que diferirão dos demais.
Posteriormente, serão formados novos grupos e em cada um precisará haver um aluno de
cada grupo anterior para discutir as respostas encontradas pelos grupos iniciais, dessa forma, todos
os alunos terão e discutirão as respostas dos demais grupos.
Na sequência, realizar-se-á um jogo (campo minado), no qual os alunos utilizarão as
respostas encontradas por todos na etapa anterior.
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Por último, em duplas, os alunos deverão responder, novamente, a situação-problema, que


precisará ser entregue.

Objetivos específicos: auxiliar os alunos a aprenderem significativamente a produção de


imagem radiográfica, processamento de imagem, fatores de exposição radiográfica, fatores físicos na
qualidade de imagens, radiografia digital, fluoroscopia, fluoroscopia digital, Teleterapia, Braquiterapia
a partir dos assuntos propostos para a aula, através de materiais alternativos.

Metodologias: estudo em grupos, resolução de problemas, situações-problemas,


apresentações, filme e jogos.

Testes para buscar indícios de aprendizagem significativa: pergunta da situação-


problema para ser respondida antes e depois da aula.

3.2 Aula expositiva-dialogada

Síntese: nessa atividade, a pesquisadora apresentará através de projetor multimídia sobre:


produção de imagem radiográfica, processamento de imagem, fatores de exposição radiográfica,
fatores físico na qualidade de imagens, radiografia digital, fluoroscopia, fluoroscopia digital,
Teleterapia e Braquiterapia. Essa atividade será intercalada com simulações computacionais e com a
atividade 4.

3.3 Atividade 1. Estudo em grupo

Síntese: a turma será dividida em três grupos. Cada grupo deverá estudar um dos textos e,
por fim, apresentar sobre o mesmo, em 15 minutos de forma criativa.

3.3.1 Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital


3.3.1.1. Sinal analógico e digital

Segundo Gaspar (2000), sinal analógico é um tipo de sinal contínuo que varia em função do
tempo. Uma balança analógica de molas e um termômetro analógico de mercúrio são exemplos de
sinais lidos de forma direta, sem passar por qualquer decodificação, pois as variáveis são observadas
diretamente.

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Na eletrônica, pode-se utilizar tanto o sinal digital quanto o sinal analógico. Quando utilizado
o primeiro, a informação é convertida para bits, enquanto na eletrônica analógica, a informação é
tratada sem essa conversão.

Sendo assim, entre zero e o valor máximo, o sinal analógico passa por todos os valores
intermediários possíveis, enquanto o sinal digital só pode assumir um número pré-determindado de
valores.

Um exemplo de sinal digital ocorre nos computadores nos quais toda a informação é
processada em conjuntos de 0 e 1.

Como exemplos de meios que registram sinais analógicos, há balança de mola, gravação
de som, fita cassete, gravação de imagens, fotografia e filme em película.

3.3.1.2. Meios de contraste


De acordo com Sorenson (1987), os meios de contraste são substâncias geralmente
líquidas injetadas ou ingeridas pelo paciente para absorver mais ou menos Raios-X do que os tecidos
que estão ao redor deles. Os meios de contraste possuem densidade diferente do material a ser
estudado, pois não pode-se distinguir uma estrutura de outra se ambas possuírem a mesma
densidade radiográfica (as partes mais escuras da imagem são as que possuem mais densidade
radiológica, as mais claras são as que possuem menos densidade radiológica), sendo usados em
exames como a Fluoroscopia e a Tomografia.
Os meios de contraste são classificados, por convenção, como positivo e negativo. Se
absorvem menos radiação do que os tecidos adjacentes (tecidos que se quer estudar e que estão
próximos ao contraste) não denominados negativos ou radiotransparentes. Se absorvem mais
radiação são denominados positivos ou radiopacos.
Segundo Dimenstein (2002), os compostos mais utilizados como meios de contraste são o
sulfato de bário e o iodo.

3.3.1.3. Fluoroscopia
Segundo Durán (2003), o primeiro fluoroscópio foi desenvolvido por Thomas Edison, em
1896, após descobrir que o tungstato de cálcio tinha propriedades de fluorescência com cristais
pequenos distribuídos uniformemente sobre uma folha de papelão.
De acordo com Bushong (2007), a principal função do fluoroscópico é a de proporcionar
imagens em tempo real de estruturas anatômicas e, com isso, visualizar estruturas e líquidos internos
em movimento.

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Se durante o exame for observado algo que deva ser registrado para estudo posterior,
pode-se realizar uma radiografia com uma interrupção mínima da fluoroscopia, a qual é conhecida
como seriografia, que é uma imagem estática.
Durante a fluoroscopia, geralmente, é utilizado um meio de contraste para realçar a parte a
ser estudada. Quando essa técnica é utilizada para a visualização de vasos sanguíneos chama-se de
angiografia. Pode-se observar, na Figura 2, um esquema do fluoroscópio e suas partes principais.
Durante a fluoroscopia, a imagem diagnosticada do paciente se apresenta em um monitor
de televisão.
De acordo com Bushong (2007), apesar de, nesse exame, a intensidade da corrente elétrica
(que é diretamente proporcional à intensidade de Raios-X) ser bem menor do que nos equipamentos
de Raios-X, 5mA no aparelho de fluoroscopia contra centenas de mA nos equipamentos de Raios-X,
a quantidade de radiação que chega ao paciente é muito maior no primeiro exame, pois o tempo de
exposição é maior.

Figura 2: o fluoroscópio e suas partes associadas.


Fonte: Bushong, 2007.

Segundo Dimenstein (2005), o kVp (alta tensão de pico) e a mA a ser selecionado é


determinado pelas características da secção do corpo do paciente (espessura, densidade) que se
deseja examinar.
Para melhorar o brilho da imagem fluoroscópica e, consequentemente, a qualidade da
imagem, já que não pode-se mudar o corpo do paciente, pode-se mudar tanto a kVp quanto o mA.

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Geralmente, são preferíveis um alto nível de kVp e um baixo de mA, assim como os demais
exames que utilizam preferencialmente radiação de freamento.
Na Tabela 1 há o valor de kVp para alguns exames convencionais, não há o valor do mA,
pois este depende das características físicas do paciente.

Tabela 1: níveis de kVp para exames convencionais para películas de fluoroscopia.


Fonte: Bushong, 2007.
Níveis de kVp para exames convencionais para películas de
fluoroscopia.
Exame kVp
Vesícula biliar 65-75
Nefrostograma 70-80
Mielograma 70-80
Enema de bário (contraste com o ar) 80-90
Gastrointestinal superior 100-110
Intestino delgado 110-120
Enema de bário 110-120

A seguir será explicado cada uma das partes do fluoróscopio.

3.3.1.3. 1. Intensificador de imagem


Segundo Dimenstein (2002), um intensificador de imagem é constituído de cinco
componentes básicos: materiais fosforescentes de entrada, cátodo, lentes focalizadoras
eletrostáticas, ânodo acelerador dos elétrons e material fosforescente de saída.
Após atravessar o paciente, o feixe de Raios-X interage com a tela fluorescente de entrada,
a qual imediatamente absorve os fótons de Raios-X e os converte em fótons de luz através da
radiação característica. Estes, ao atingirem o cátodo, provocam a emissão de elétrons devido ao
efeito fotoelétrico, os quais imediatamente são atraídos eletrostaticamente por uma diferença de
potencial (ddp) mantida entre o cátodo e o ânodo, aumentando a velocidade dos elétrons.
Para evitar que o feixe de elétrons seja distorcido de sua trajetória, o intensificador possui
lentes focalizadoras para mantê-los em sua configuração geométrica até alcançarem a tela
fluorescente de saída. Esses elétrons, ao atingirem a tela intensificadora de saída, causam a emissão
de fótons de luz através da radiação característica. Essa radiação após ser captada e analisada, gera
a imagem fluoroscópia que chega ao olho do observador.
Portanto, no intensificador, a imagem é produzida seguindo a seguinte sequência: fótons de
Raios-X, que são transformados em fótons de luz e, em seguida, corrente elétrica e finalmente
imagem.
Os Raios-X são transformados em luz para aumentar o número de fótons, possuindo mais
fótons a imagem fica mais nítida. A transformação dos Raios-X em luz ocorre através da radiação
característica. Um elétron do átomo absorve um fóton de Raios-X e quando retorna emite luz, como
os fótons de Raios-X são mais energéticos, eles repetem esse procedimento em mais de um átomo,
e, então, um fóton de Raios-X libera mais de um fóton de luz. Essa luz arranca elétrons do cátodo e
esses elétrons são acelerados devido a uma diferença de potencial até que incidam no fósforo de

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saída. Tal aceleração faz com que haja a emissão de mais fótons nessa tela do que na tela de
entrada, pois os elétrons, possuindo mais energia liberam mais fótons. Cada elétron que atinge o
fósforo de saída libera de 50 á 75 vezes mais fótons de luz do que os que foram emitidos na entrada
do intensificador de imagens, e por isso a imagem de saída possui uma resolução muito melhor.
Pode-se ver esse processo na Figura 5.
Na Figura 3 há a imagem de um intensificador.

Figura 3: intensificador de imagem.


Fonte: Dimenstein, 2002.

Na Figura 4 há o aparelho fluoroscópico e suas partes que são explicadas na sequência.

Figura 4: aparelho fluoroscópico e suas partes.


Fonte: Dimenstein, 2005.

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Segundo Dimenstein (2005), a imagem produzida pela tela de saída pode ser visualizada
diretamente por um sistema de lentes e espelhos (fluoroscopia) ou através de um circuito fechado de
televisão (fluoroscopia digital).

Figura 5: esquema do intensificador de imagem.


Fonte: Bushong, 2007.

Segundo Bushong (2007), a partir da observação da Figura 5, pode-se calcular o ganho de


brilho do equipamento de Raios-X, a partir do intensificador de imagem.
O ganho de brilho é calculado da seguinte forma:
(1)
Ganho de brilho= ganho de redução x ganho de fluxo

O ganho de redução pode ser calculado da seguinte forma:


(2)
2
⎛ di ⎞
⎜⎜ ⎟⎟
Ganho de redução= ⎝ 0 ⎠
d

Onde di é o diâmetro do fósforo de entrada e d0 é o diâmetro do fósforo de saída.

O ganho de fluxo pode ser calculado da seguinte forma:


(3)
númerodefótonsdesaída

númeroderaiosXdeentrada
Ganho de fluxo=
Substituindo 3 e 2 em 1 há:
(4)
2
⎛ di ⎞ númerodefó tonsdesaíd a
Ganho de brilho= ⎜⎜ ⎟⎟ .
⎝ d0 ⎠ númerodera iosXdeentr ada

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3.3.1.4. Fluoroscopia Digital


A diferença entre a fluoroscopia convencional e a digital está na natureza da imagem e na
maneira em que esta se digitaliza, proporcionando um aumento na velocidade de aquisição de
imagens e a possibilidade de seu pós-processamento para melhorar seu contraste.
Um exame de fluoroscopia digital se desenvolve de forma semelhante à convencional, mas
os equipamentos são diferentes, como pode-se observar nas Figura 6 e Figura 7.

Figura 6: fluoroscopia convencional.


Fonte: Bushong, 2007.

Figura 7: fluoroscopia digital.


Fonte: Bushong, 2007.

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Pode-se observar que na Figura 7, diferentemente da Figura 6, há um ADC (Conversor


Analógico Digital) também chamado de ordenador e um DAC (Conversor Digital Analógico) e que
ambos estão ligados a uma memória. O último está ligado a uma central de operações.
O ADC (Conversor Analógico Digital) transforma o sinal analógico (continuo) em digital
(discreto). O sistema mais simples para fazer isso é através do sistema de 8 bits que se organizam
em zeros e uns, cada bit pode assumir tais valores resultando em 28 (256) combinações possíveis. O
sinal que pode assumir qualquer valor (analógico), ao entrar em um circuito que possui, por exemplo,
10 V, devem ser divididos em 0,039 V, pois 10 V divididos em 256 combinações possíveis, resulta
que cada sinal continuo somente pode ter valores múltiplos de 0,039V transformando, dessa forma,
um sinal continuo em discreto.
O contrário também pode ser realizado, o DAC (Conversor Digital Analógico) transforma o
sinal digital (discreto) em sinal analógico (continuo). Cada sinal digital, com números entre zeros e
uns, irá produzir voltagens que variaram de 0 V até 0,039 V, de 0,039 V até 0,078V, assim
sucessivamente, gerando um sinal continuo.
Na Figura 8 há a central de operações. Do lado esquerdo, há as teclas para a introdução de
dados com o paciente e a comunicação com o ordenador. Na parte direita encontram-se as teclas
para a aquisição de dados e sua visualização e, também, se dispõem de controles para a
manipulação do cursor nas regiões de interesse.
Utilizam-se dois monitores. O monitor da esquerda se emprega para a edição dos dados do
paciente e do exame e para anotar as imagens finais. O monitor da direita mostra as imagens prontas
para a análise.

Figura 8: central de operações.


Fonte: Bushong, 2007.

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Segundo Bushong (2007), ao contrário do fluoroscopia convencional, a fluoroscopia digital


utiliza centenas de mA ao invés de menos de 5 mA. Isso seria um problema caso não houvesse
interrupção na emissão de Raios-X, pois, se a amperagem é alta, a quantidade de radiação emitida,
consequentemente também é, o que viria a prejudicar o paciente.
Para não haver esse problema, as imagens na fluoroscopia digital são obtidas a partir de
pulsos de Raios-X, o que é chamado de fluoroscopia de pulsos progressivos.
Geralmente, nesses exames, são utilizadas frequências de aquisição de imagens de um à
10 por segundo. Isso é possível devido ao fato de que é necessário 33 ms para produzir um
fotograma de vídeo e as exposições de Raios-X maiores do que este tempo resultam em uma dose
desnecessária ao paciente. Em consequência disso, o gerador de Raios-X deve ser capaz de ligar e
desligar rapidamente.
Agora pode-se analisar mais detalhadamente a Figura 7.
Câmara de televisão/CCD (charge-coupled device): na câmara de televisão comum
(utilizada na fluoroscopia convencional) o canhão de elétrons gera muito ruído, o que prejudica a
visualização de imagens.
Para melhorar a visualização da imagem foi criado o CCD que é um dispositivo de tamanho
reduzido.
Na Figura 9 há um esquema das partes principais do CCD.

Figura 9: CCD.
Fonte: Bushong, 2007.

A capa protetora tem a função de proteger o CCD de impactos e a capa dielétrica é


composta de maus condutores que possuem a função de isolar a carga elétrica, não deixando os
elétrons “escaparem”. Os semicondutores de luz têm a função de deixar passar apenas uma parte da
luz, como foi visto no efeito fotoelétrico.

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A capacidade de resolução ou detalhe da imagem depende do número de células


fotoelétricas do CCD. Expressa-se este número em pixels. Quanto maior o número de pixels, maior
será a resolução da imagem.
Essa corrente de elétrons gerada nas células fotoelétricas é amplificada pelos transdutores.
O CCD possui um substrato de vidro que é mal condutor e impede que as cargas sofram interferência
do material. Os condensadores armazenam as cargas negativas produzidas e, quando a parte do
corpo analisada é menos densa, os Raios-X atravessam mais o corpo, chegando mais intensidade de
luz ao CCD, que, tendo mais incidência de radiação, ejeta mais elétrons, que são armazenados nos
condensadores de cargas, essas diferenças de cargas negativas são armazenadas e interpretadas
como tonalidades que variam do preto ao branco (escala de cinza).
O CCD é montado no fósforo de saída do tubo intensificador de imagens e se acopla
mediante fibra Óptica ou um sistema de lentes.
Algumas vantagens do CCD nas aplicações médicas são:

Tabela 2: vantagens dos dispositivos de CCD na visualização médica.


Fonte: Bushong, 2007.
Vantagens dos dispositivos de CCD na visualização médica
Alta resolução espacial
Alta resolução sinal- ruído
Alta eficiência quântica de detecção
Não necessita aquecimento
O sistema fica mais rápido
Não há distorção espacial
Não necessita manutenção
Vida ilimitada
Não são afetados por campo magnéticos
Resposta linear
Doses menores

Segundo Garcia (2002), a resolução espacial de um CCD está determinada por seu
tamanho físico e número de pixels. O CCD tem uma sensibilidade à luz mais alta e um nível mais
baixo de ruído eletrônico do que um tubo de televisão. O resultado é um sinal- ruído (SNR) mais alto
e uma melhor resolução de contraste. Essas características também resultam numa dose menor ao
paciente.
O CCD possui resposta linear, como descrito na Tabela 2, o que facilita a visualização de
objetos muito escuros e muito brilhantes.
Sistema de vídeo: o sistema de vídeo convencional tem duas limitações que restringem
sua aplicação às técnicas digitais. Primeiro, o modo entrelaçado de leitura da televisão, pode
degradar significativamente uma imagem digital. Segundo, os tubos de câmaras de televisão são
relativamente ruidosos.

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Devido a filamentos aquecidos e a diferenças de voltagens, sempre há uma pequena


corrente fluindo por qualquer circuito, o que faz com que atrapalhe o sinal eletrônico, o qual é
chamado de ruído eletrônico de fundo.
Segundo Bushong (2007), o sistema de vídeo convencional tem uma SNR de
aproximadamente 200:1, entretanto a fluoroscopia digital requer uma SNR de 1.000:1.
A representação 200:1 significa que a cada 200 sinais eletrônicos um é prejudicado pelo
ruído. Do mesmo modo 1.000:1 significa que a cada 1000 sinais eletrônicos um é distorcido pelo
mesmo motivo. Nesse caso o prejuízo na imagem é menor, oferecendo cinco vezes mais quantidade
de informação útil. Pode-se observar isso na Figura 10.

Figura 10: relação sinal ruído.


Fonte: Bushong, 2007.

Ordenador: segundo Bushong (2007), depois da câmara de televisão há um conversor


analógico digital (ADC) que tem a função de converter o sinal analógico em digital, depois esse sinal
digital passa para o ordenador.
Os ordenadores da fluoroscopia digital têm como função controlar o tamanho da matriz
imagem, a categoria dinâmica do sistema e o ritmo de aquisição de dados.
Dessa forma, se a matriz imagem for maior e houver mais pixels, a qualidade da imagem
será melhor, entretanto o ritmo de aquisição de dados será prejudicada.
De 8 a 30 imagens por segundo podem ser adquiridas com uma fluoroscopia digital
dependendo do modo de matriz imagem.
Depois do ordenador, as informações são gravadas na memória e passam para o conversor
digital analógico (DAC) que, como o nome já diz, converte o sinal digital em analógico.

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Posteriormente, esse sinal passa para a mesa de operações, na qual pode-se visualizar e modificar a
imagem.

Questões:
1. Cite duas vantagens da fluoroscopia digital em relação à fluoroscopia convencional?
2. Descreva, a partir da Figura 7, os componentes do equipamento de fluoroscopia digital,
descrevendo o funcionamento de cada uma delas.
3. Como funciona o intensificador de imagens?
4. Qual a principal função da fluoroscopia?
5. O que são meios de contraste e como funcionam em exames que utilizam radiações
ionizantes?
6. Quais as relações entre kVp, mA, a imagem produzida pelo fluoroscópico e a radiação
incidente no paciente?
7. O que são sinais analógicos e sinais digitais?
8. Cite duas diferenças entre sinais analógicos e sinais digitais. Cite exemplos de cada um
deles.
9. Quais os conceitos físicos que estão envolvidos no texto da seção 3.3.1 Grupo 1:
Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital?
10. Há alguma palavra no texto da seção 3.3.1 Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital
que não foi compreendida? Se houver, escreva abaixo.
11. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do estudado no texto da seção 3.3.1
Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital?

3.3.2 Grupo 2: formação de imagens radiográficas


Alguns fatores influenciam na formação de imagens radiográficas tais como: alta- tensão de
pico (kVp) e a corrente do tubo (mA).
A palavra pico refere-se ao fato de que nos elementos que emitem radiação há várias
energias. Entretanto seleciona-se, através dos filtros, apenas as faixas mais energéticas, pois para
kVp’s baixos (esses valores dependem de vários fatores, tais como o corpo do paciente), os elétrons
são menos energéticos, consequentemente, os fótons também são e, dessa forma, eles são mais
absorvidos pelo paciente, resultando em uma dose maior, o que precisa ser evitado.
Da sessão 3.3.2.1 Alta-tensão de pico (kVp) à seção 3.3.2.4. Partes formadoras da imagem
radiográfica há os fatores que influenciam na imagem radiográfica, bem como suas características.

3.3.2.1 Alta-tensão de pico (kVp)


Segundo Dimenstein (2002), a velocidade do feixe de elétrons dentro da ampola e
consequentemente a energia do feixe de Raios-X é determinada pela voltagem entre o cátodo e o
anodo, ou seja, pela alta-tensão de pico.
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De acordo com Durán (2003), quando se aumenta o valor do kVp, aumenta-se também a
energia do Raios-X e, consequentemente, a capacidade de penetração da radiação no paciente,
afetando com isso o contraste da imagem.
Para valores baixos de kVp, os fótons não possuem energia suficiente para atravessar o
paciente sendo absorvidos, resultando em uma maior dose de radiação no paciente. Dessa forma,
quanto menor o valor de kVp mais clara será a imagem, se essa mantiver o mesmo valor para mA.
Conforme pode-se ver na Figura 11:

50 kVp 60 kVp 70 kVp

Figura 11: exame Raios-X do joelho para diferentes valores de kVp mantendo mA constante.
Fonte: Dimenstein, 2005.

3.3.2.2 Corrente do tubo (mA)

Segundo Nussenzveig (2002), em um tubo de Raios-X, o número de elétrons acelerados,


em direção ao ânodo, é diretamente proporcional a temperatura do filamento. A corrente de elétrons
entre o cátodo e o anodo é expressa em miliampères (mA).
De acordo com Ramos (2002), a quantidade de carga elétrica no tubo corresponde ao
produto da corrente elétrica total, expressa em miliampères (mA) e o tempo de exposição, expresso
em segundo (s). Portanto, a carga elétrica que atravessa uma seção reta em uma unidade de tempo
é referida como mAs, ou seja, a dose.
Segundo Dimenstein (2005), o mAs é o fator primário que afeta a quantidade de exposição
produzida. O número de fótons produzido pelo equipamento que emite Raios-X é proporcional a
corrente do tubo, porém a energia dos fótons é sempre a mesma, se for mantido a mesma diferença
de potencial.
De acordo com o mesmo autor, a exposição de radiação no paciente é diretamente
proporcional ao valor de mAs selecionado pelo operador do equipamento.
A maioria dos equipamentos radiográficos permite ao operador selecionar os valores de
corrente (mA) e dos tempos de exposição. Conforme pode-se observar na Figura 12, se for mantido o
valor de kVp constante e for aumentado o valor da corrente elétrica há um enegrecimento da imagem.

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60 kVp e 10 mAs 60 kVp e 20 mAs 60 kVp e 40 mAs

Figura 12: exame utilizando Raios-X de um joelho para diferentes valores de mA mantendo kVp constante.
Fonte: Dimenstein, 2005.

3.3.2.3 Relação entre kVp e mAs


Tanto o valor do kVp (relacionado a energia dos fótons) quanto do mAs (relacionada a
quantidade de fótons) influenciam diretamente na aparência das imagens radiográficas. Entretanto, o
operador deve ter em mente uma relação satisfatória entre a qualidade da imagem e a radiação
incidente sobre o paciente.
É necessário relacionar corretamente os valores de kVp e mAs, pois é necessário mudar
esses valores dependendo do paciente e da parte do corpo que será feita a imagem.
Dimenstein (2005), cita uma regra para relacionar o kVp e o mAs: para cada 15% de
aumento no kVp, o mAs pode ser reduzido em 50%, resultando na mesma densidade Óptica na
imagem. Essa regra é válida somente para faixas de energia entre 60 á 100 kVp.

3.3.2.4. Partes formadoras da imagem radiográfica


Os Raios-X chegam inicialmente ao écran (Figura 13-a), que em contato com os Raios-X
produz luz, essa luz impressiona o filme (Figura 13-b) no qual é produzida a imagem. O filme (Figura
13-b) é protegido pelo chassi radiográfico (Figura 13-c), o que impede que a lâmina fique em contato
com outras radiações sendo sensibilizado por elas.

Figura 13: partes formadoras da imagem radiográfica: a) écran; b) filme radiográfico e c) chassi.
Fonte: www.fsc.ufsc.br.

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Da seção 3.3.2.5 Densidade radiográfica à seção 3.3.2.8 Detalhe radiográfico há as


características da imagem.

3.3.2.5 Densidade radiográfica em exames que usam filmes


De acordo com Dimenstein (2005), quando os Raios-X atingem o écran (camada de fósforo
da tela intensificadora), ocorre à emissão de luz de cintilação. A luminosidade emitida pelo écran
atingirá a emulsão do filme radiográfico e produzirá alterações físico-químicas nos haletos de prata da
emulsão.
No filme existem milhares de haletos de prata, os quais serão sensibilizados quando
expostos à luz emitida pelo écran, sendo esse processo denominado imagem latente. Após o
processo de revelação química, a imagem poderá apresentar diferentes níveis de enegrecimento. A
transformação da imagem latente em visível somente ocorrerá após a revelação química da película.
O grau de enegrecimento na radiografia dependerá dos mecanismos de atenuação da
radiação com o paciente, do processamento químico, das respostas sensitométricas dos filmes e dos
tipos de combinações de écran. A essas características estão associadas o conceito de densidade
radiográfica.
O conceito de densidade radiográfica em exames que utilizam filmes é inversamente
proporcional ao conceito de densidade anatômica. Quando há uma parte analisada com maior
densidade anatômica, por exemplo, um osso, ele absorve mais radiação, ocasionando que a imagem
radiográfica produzida na lâmina seja mais clara, ou seja, com uma baixa densidade radiográfica.
Se o tecido tiver menor densidade, a imagem será mais escura e, portanto, terá maior
densidade radiográfica. Os fótons, que são atenuados ou espalhados, atingirão o écran com menor
intensidade em função da espessura do paciente e da densidade do tecido, produzindo, assim, uma
imagem com diferentes tons de cinza.

3.3.2.6 Contraste do filme


O contraste é influenciado pelas características sensitométricas dos filmes. Os haletos de
prata contidos nas emulsões dos filmes podem apresentar diferentes formatos e espessuras, tendo
influencia direta na resolução das imagens.

3.3.2.7 Contraste do objeto


De acordo com Garcia (2002), o contraste do objeto é definido pela diferença entre a
densidade Óptica dos objetos. Os componentes que podem ser radiografados são músculos, fluídos,
tecido adiposo, gases e ossos. Os três primeiros possuem densidade similares e por isso possuem
pouco contraste na imagem radiográfica.
O contraste radiográfico da imagem é a combinação do contraste do filme com o contraste
do objeto.

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As diferenças de densidade Óptica na imagem, que afetam o contraste radiográfico,


dependerão da capacidade de penetração dos fótons de Raios-X, que é influenciado pela energia da
radiação, pela espessura e densidade dos tecidos.
Quanto mais houver cinza na imagem menos contraste existe e, portanto, menos nítida se
torna a imagem.
Segundo Dimenstein (2005), quanto maior a densidade do tecido, menor a quantidade de
fótons que o atravessam, afetando o contraste da imagem.

3.3.2.8 Detalhe radiográfico


De acordo com Bushong (2007), a precisão da visualização de uma estrutura individual do
corpo na imagem é referida como detalhe radiográfico, que está associado à capacidade de distinção
entre dois pontos distintos e é denominado de resolução da imagem.
A resolução da imagem está relacionada com o tamanho do ponto focal, pois quanto menor
for a área emissora de pontos, maior será a probabilidade de visualização de pequenas estruturas
com detalhes.

3.3.2.8.1 Magnificação
Devido a fatores geométricos, como as distâncias foco-paciente e filme-paciente, ocorre que
a imagem radiografada é maior do que o objeto radiografado, ou seja, ocorre uma magnificação da
imagem.
O aumento da distância entre filme e paciente introduz um fator de magnificação que gera
uma distorção da imagem. O fator de magnificação é dado por:
(5)
M= imagem/objeto

Em alguns procedimentos é possível utilizar positivamente essa magnificação, por exemplo,


na angiografia, quando é possível melhorar a visualização dos vasos sanguíneos que geralmente são
muito pequenos, aumentando a distância do filme ao paciente. Quanto maior for essa distância maior
será a distorção causada na imagem e maior será a amplificação da mesma. Na Figura 14, essa
amplificação está representada pela imagem 2.
O importante é que o grau de magnificação seja limitado ao foco fino (área pequena de
onde sai a radiação) para não se perder o detalhe da imagem e, consequentemente, diminuir a
capacidade de diagnóstico a partir dela.
Se o foco for grosso (área grande de onde sai à radiação), devido ao maior contato da
radiação com o ar, esta será mais absorvida e espalhada (através, respectivamente, do efeito
fotoelétrico e Compton), ionizando o ar, diminuindo a intensidade de radiação que chega ao paciente,
prejudicando, assim, a qualidade da imagem, pois haverá menos fótons para produzi-la.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Figura 14: efeito da magnificação.


Fonte: Dimenstein, 2005.

3.3.2.8.2 Angulação
A angulação ocorre quando o raio central do feixe primário não incide exatamente no centro
do objeto. A angulação causa distorção na imagem que pode ser ou não proposital. Essa angulação é
usada, principalmente, para evitar a superposição de partes anatômicas, pois é feito imagens de
pontos diferentes da anatomia.

3.3.2.8.3 Seleção ou distância focal


Segundo Dimenstein (2005), a distância entre o foco (de onde sai a radiação) e o objeto
radiografado é denominada DFO e a distância do foco ao filme é denominada DFF. A variação delas
não altera o espectro de Raios-X, mas muda a energia dos fótons que atingem o receptor de imagem,
pois este varia com o inverso do quadrado da distância. Portanto, quanto mais longe estiver o
paciente do foco, menos intensos serão os fótons de Raios-X que atingem o paciente, menos
radiação o atravessará, ou seja, mais radiação será absorvida por ele.

Figura 15: esquema foco-objeto-filme.

Segundo Bushong (2007), quanto maior for a distância entre o tubo (representado na figura
123 como foco) e o paciente (representado na figura 123 como objeto), maior será a dose de
radiação no mesmo, pois os fótons possuirão menos energia ao encontrar o corpo do paciente,
devido a que uma parte da radiação será absorvida pelo meio, consequentemente ocorrerá maior
absorção pelo paciente devido ao efeito fotoelétrico.
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Questões:
1. Na Figura 16 há algumas imagens produzidas por Raios-X. Identifique, na figura,
algumas partes mais densas e menos densas do corpo humano. Com base nas aulas anteriores
explique por que existe diferença de contraste nas imagens radiográficas devido a diferença de
densidade.

Figura 16: imagens radiográficas.


Fonte: www.fsc.ufsc.br.

2. Identifique na Figura 17: o chassi radiográfico, o écran e a lâmina.

Figura 17: onde se forma a imagem.


Fonte: www.fsc.ufsc.br.

3. Como ocorre, no écran, a transformação de Raios-X em luz?


4. a) O que significa a sigla kVp? b) Esta sigla é unidade de qual grandeza física? c)
Como esta grandeza é ajustada no aparelho de Raios-X? d) Como os valores diferenciados de kVp
influenciam na imagem radiológica? e) Qual a relação entre kVp e a incidência de radiação no
paciente?

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5. a) O que significa a sigla mA? b) Esta sigla é unidade de qual grandeza física? c)
Como esta grandeza física é ajustada no aparelho de Raios-X? d) Como os valores diferenciados de
mA influenciam na imagem? e) Qual a relação entre mA e a incidência de radiação no paciente?
6. Como relacionar o mA e o kVp de modo a produzir uma imagem radiográfica detalhada
e, ao mesmo tempo, não incidir radiação desnecessária ao paciente?
7. Há alguma palavra na seção 3.3.2 Grupo 2: formação de imagens radiográficas que
não foi compreendida? Se existir, escreva-a.
8. Quais conceitos físicos estão envolvidos na seção 3.3.2 Grupo 2: formação de imagens
radiográficas?
9. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do estudado na seção 3.3.2 Grupo
2: formação de imagens radiográficas.

3.3.3. Grupo 3: Radioterapia: Braquiterapia e Teleterapia


3.3.3.1 Radioterapia
Segundo Koch, Ribeiro e Tonomura (1997), a radioterapia é um método de tratamento que
consiste na destruição de células cancerígenas, principalmente na fase de multiplicação celular,
utilizando radiações ionizantes eletromagnéticas (Raios-X e Raios gama) e radiações corpusculares
(partículas alfa e beta).
As radiações podem interagir diretamente no DNA das células, lesando-as diretamente. Ou
então, podem interagir com a molécula de água (H2O2) e criar radicais livres que podem danificar
indiretamente as cadeias de DNA.
O tratamento radioterápico tem várias finalidades, como: destruir as células cancerígenas;
evitar o crescimento do tumor e reduzir sintomas como dor intensa.
Segundo Garcia (2002), a radioterapia está dividida em dois tipos: teleterapia (radioterapia
externa) e braquiterapia (radioterapia interna).

3.3.3.2 Teleterapia
De acordo com Sorenson (1987), a teleterapia emprega uma fonte externa, colocada a uma
determinada distância do paciente, através de um aparelho emissor de radiação, e, por esta razão,
também é conhecida como radioterapia externa.
Uma série de equipamentos podem ser utilizados no tratamento com teleterapia. Sua
escolha faz-se de acordo com o tipo de radiação emitida, as características e consequências
biológicas da radiação, o tipo de tumor a ser tratado e as lesões que afetam os tecidos normais.
Segundo Garcia (2002), ela pode ser dividida em radioterapia superficial, semi-profunda e
de megavoltagem, em função da energia da radiação emitida. A radioterapia de megavoltagem é
realizada através dos aceleradores lineares.

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Na Figura 18 mostra-se um aparelho que faz a teleterapia. A Figura 19 demonstra o monitor


utilizado pelo especialista para realizar o exame atrás de uma proteção de chumbo e, dessa forma,
com mais segurança.

Canhão de Cobalto

Figura 18: equipamento usado para fazer teleterapia.


Fonte: http://radio_teleterapia.vilabol.uol.com.br/radioterapia.htm.

Figura 19: monitor que envia e recebe informações para o aparelho da teleterapia.
Fonte: http://radio_teleterapia.vilabol.uol.com.br/radioterapia.htm.

Segundo Sorenson (1987), para proteção do paciente, é necessário proteger estruturas ou


órgãos sadios através de placas de chumbo, pois a radiação atinge os tecidos normais e doentes por
igual. Entretanto, quanto maior o índice mitótico (reprodução celular) do tecido, maior a sensibilidade.
Os tecidos mais radiossensíveis sofrem maior dano que outros se expostos à mesma dose de
radiação.

A radiação na área do tumor não deve exceder à dose necessária e deve-se imobilizar
adequadamente o paciente.

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O tempo e duração do tratamento dependem do tipo de tumor, seu tamanho e localização.


Assim o tempo e duração do tratamento são dependentes das diferentes radiosensibilidades
específicas de cada tumor.
De acordo com Garcia (2002), equipamentos de alta energia são, geralmente, projetados
para uma distância fonte-pele de 80 a 100 cm. A capacidade dessa pequena distância deve-se,
dentre outros motivos, a construção de aceleradores, que passaram a ser construídos em tamanhos
apropriados para uso clínico e com grande variedade de energias e de tipos de radiações, o que
representa um aumento significativo de opções de tratamento.

A Teleterapia utiliza os feixes de elétrons e nêutrons (aceleradores lineares), os Raios-X


(equipamento de Raios-X) e os Raios gama (equipamentos com fontes radioativas).

Aceleradores. Segundo Williams (1991), aceleradores lineares são túneis retos que servem
para acelerar partículas até atingirem velocidades muito elevadas e podem emitir, além de Raios-X,
feixes de elétrons e nêutrons com várias energias, que estão em torno de 20 á 30 MeV. Isso é muito
importante, pois permite a realização de múltiplos tratamentos utilizando apenas um equipamento.

Num acelerador linear, os elétrons são produzidos por um filamento aquecido que é
colocado dentro de uma estrutura aceleradora. Ao deixar o filamento aquecido os elétrons são
acelerados e colidem com um alvo, produzindo tanto um espectro contínuo (radiação de freamento)
quanto discreto (radiação característica).
Nos aceleradores lineares os elétrons são acelerados devido a bobinas que fornecem um
campo magnético variável a partícula acelerando-a, utilizando o principio da indução eletromagnética.
Na Figura 20 há um esquema de um acelerador linear e na Figura 21 a imagem de um acelerador
linear.

Existem também os aceleradores circulares que, por possuírem mais espaço, permitem que
a partículas atômicas carregadas adquiriram mais velocidade e, portanto, possuam mais energia.

Figura 20: esquema de um acelerador de partícula: 1. Fonte de elétrons; 2. Alvo; 3. Feixe de elétrons ou fótons e
4. Mesa de tratamento.
Fonte: www.novastecnologiassaude.blogspot.com.

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Figura 21: acelerador linear de partículas.


Fonte: www.novastecnologiassaude.blogspot.com.

Existem vários tipos de aceleradores circulares, entre os quais, o cíclotron (Figura 22),
usado para acelerar partículas atômicas carregadas. Os cíclotrons podem produzir feixes de nêutrons
que liberam a maior parte da sua energia quando se chocam com o alvo, pois como os nêutrons não
têm carga, não causam ionização ao longo do seu percurso.

Câmara 1
Câmara 2

Figura 22: esquema de um cíclotron.


Fonte: www.novastecnologiassaude.blogspot.com.

Conforme pode-se ver na Figura 22, o cíclotron é constituído por duas câmaras
semicilíndricas, onde se faz vácuo. Essas câmaras são colocadas perpendicularmente a um campo
magnético uniforme, criado por um poderoso eletroímã, estabelecendo-se entre ambas uma diferença
de potencial alternada, que é utilizada para acelerar as partículas a cada volta. Este é o modelo do
primeiro cíclotron feito em 1929 por Ernest O. Lawrence.

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Os aceleradores circulares modernos, além de produzirem Raios-X, podem ainda produzir


radiação corpuscular, como elétrons, nêutrons, íons pesados (tais como prótons e hélio) e pi-menos
negativo (pequenas partículas carregadas negativamente).

Como algumas radiações corpusculares não conseguem atingir grandes profundidades nos
tecidos, elas são utilizadas para tratar tumores localizados na superfície, ou imediatamente abaixo da
pele, como é o caso dos prótons da radiação corpuscular. Tais radiações depositam a sua energia
numa área muito pequena, chamada pico de Bragg, sendo este usado para dirigir doses elevadas de
radiação corpuscular até o tumor, provocando menos danos aos tecidos normais. Os prótons, além
de possuírem massa, possuem carga e, por esse motivo, são rapidamente absorvidos. Assim,
apenas os tecidos próximos à fonte radioativa são afetados pela dose.

Segundo Walker (2002), nos aceleradores circulares modernos são colocados eletroímãs ao
redor de um tubo circular de cobre para acelerar as partículas. Muitos aceleradores circulares
também têm um acelerador linear curto para acelerar inicialmente as partículas antes de entrarem no
anel.
Um exemplo de acelerador circular é o Large Hadron Collider (LHC). Conforme pode-se ver
na Figura 23 o LHC possui uma circunferência de 27 km, encontra-se a 175 m abaixo do solo e está
presente nos países da França e da Suíça.

Figura 23: LHC.


Fonte: http://ts-dep.web.cern.ch/ts-dep/groups/lea/int/workshops/LHC.jpg.

Aparelhos de Raios-X. Um aparelho de Raios-X difere de um acelerador apenas no


mecanismo de aceleração. O aparelho de Raios-X consiste de dois eletrodos (ânodo e cátodo) que,
sob tensão, formam um campo elétrico que acelera os elétrons (com energias muito mais baixas que
as atingidas por um acelerador circular). Um acelerador possui vários solenóides no caminho que vão
fornecendo vários impulsos a partícula, através do campo magnético produzido por elas.
Tanto os aceleradores quanto os aparelhos de Raios-X não possuem material radioativo no
seu interior, produzindo radiação quando os elétrons acelerados colidem com o alvo.
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Aparelhos de Raios gama. O material radioativo, de césio, cobalto, ou irídio, é colocado


numa cápsula de aço inoxidável, revestida de chumbo para evitar a emissão de radiação em todas as
direções. Esta cápsula encontra-se dentro do aparelho e, quando é aberta, emite radiação que vai de
encontro a área onde encontra-se o câncer.
Os Raios-X e gama propagam-se na velocidade da luz (300000 Km/s). Ambos conseguem
atravessar completamente o corpo humano, podendo causar danos irreversíveis, como alteração na
estrutura do DNA.
Segundo Cavalcante (2000), os isótopos mais usados nos aparelhos de Raios gama são o
Cobalto-60 (Co-60) e o Césio-137 (Cs-137). O Césio-137 possui meia vida de 30,2 anos, possui
atividade de 50 á 500 TBq e picos de energia na forma de Raios-X e Raios gama em 32 keV, 36 keV
e 662 keV. O Cobalto-60 possui meia vida de 5,27 anos, possui atividade de 50 á 500 TBq e picos de
energia na forma de Raios-X e Raios gama em 1173 keV e 1333 keV.

3.3.3.3. Braquiterapia
A terapia por radiação, cuja fonte radioativa está em contato com o câncer, é conhecida
como braquiterapia. A utilização dela teve sua origem na descoberta do rádio por Marie e Pierre Curie
em 1898.
Com a evolução da Medicina Nuclear, foram criadas novas fontes radioativas que oferecem
maior segurança para o paciente e para os trabalhadores expostos. Estes elementos radioativos
emitem radiações de menor alcance do que o elemento rádio e, portanto, tal elemento foi substituído,
em tratamentos de braquiterapia.
Segundo Sorenson (1987), os isótopos usados em braquiterapia podem ser:
• inseridos através de instrumentos especialmente fabricados que podem ser colocados nas
cavidades do corpo que possuam células cancerígenas;
• fichados na superfície de aplicadores e colocados diretamente nos tumores;
• inseridos em órgãos que possuem formato de tubo, tais como esôfago ou brônquios. Em
cada um desses métodos, a fonte radioativa é selada por uma capa metálica especial para evitar o
vazamento de material radioativo;
• colocados em contato com o tumor durante um determinado tempo e depois retirados.
Uma das vantagens da braquiterapia é que altas doses de radiação podem ser liberadas em
um tempo curto na localidade do tumor, enquanto que o tecido em volta recebe doses muito baixas,
uma vez que a dose da radiação utilizava na braquiterapia (alfa e beta) decresce rapidamente com o
aumento da distância. Entretanto, em muitos casos a braquiterapia não pode ser utilizada, pois não
se consegue com ela atingir o tecido a ser tratado. Sendo assim, a escolha da braquiterapia ocorre
sempre quando é possível a sua utilização.
Na Figura 24, pode-se ver um exemplo de implantes utilizados na braquiterapia.

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Figura 24: exemplo de implantes utilizados na braquiterapia.


Fonte: adaptado de www.radio_teleterapia.vilabol.uol.com.br.

Questões:
1. Em que difere a radioterapia dos exames de Raios-X?
2. Quais são os princípios de funcionamento da teleterapia e da braquiterapia? Diferencie-
os.
3. Há três tipos de equipamentos utilizados para fazer a teleterapia, explique o
funcionamento de cada uma delas.
4. Explique o funcionamento do cíclotron.
5. Há alguma palavra na seção 3.3.3. Grupo 3: Radioterapia: Braquiterapia e Teleterapia
que não foi compreendida? Se existir, escreva-a.
6. Quais os conceitos físicos que estão envolvidos na seção 3.3.3. Grupo 3: Radioterapia:
Braquiterapia e Teleterapia?
7. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do que foi estudado na seção 3.3.3.
Grupo 3: Radioterapia: Braquiterapia e Teleterapia.

3.3.4 Atividade 2: filme: BBC The Big Bang Machine.


Síntese: o filme tem duração de aproximadamente 40 minutos, trata das partículas
elementares e sua organização (modelo padrão), do funcionamento e a importância dos aceleradores
de partículas, em especial do LHC e sobre o Big Bang.

Questões:
1. Cite pelo menos duas utilidades de um acelerador de partículas?
2. A partir do que foi explicado, como funciona um acelerador de partículas (linear e
circular)?
3.Os prótons, os elétrons e os nêutrons são indivisíveis?
4.O que são partículas elementares?
5.Qual é a importância dos cientistas estudarem sobre as partículas elementares?
6.O que é Modelo Padrão?
7.O que é Big Bang? Explique tal teoria.

3.3.5 Atividade 3: questões.


Síntese: os alunos da sala serão divididos em pequenos grupos compostos de alunos dos
três grupos que farão apresentações sobre os textos 1, 2 e 3. Esses grupos deverão discutir e
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resolver, em conjunto, as questões do grupo 1, 2 e 3 e as questões propostas a partir do filme, de


modo que todos respondam as questões propostas, favorecendo discussões em grupo e a
construção de conhecimento.
Essas questões serão utilizadas posteriormente no jogo campo minado.

3.3.6 Atividade 4: jogo campo minado.


Síntese: a sala será dividida em dois grupos que irão competir. Uma pessoa por vez,
alternando-se os grupos, deve passar sobre um tapete cheio de um material que emite som ao ser
pressionado, que é chamado popularmente de estourinhos. Se estourar um ou mais deles, a pessoa
que estourar deve responder uma das questões em um determinado tempo; se responder de forma
equivocada sai do jogo; e, assim por diante, até não restar nenhum aluno em uma das equipes.
Quando houver equívocos nas respostas, estas serão discutidas pelos alunos de modo a valorizar o
erro. Para isto será apresentado a resposta que por enquanto, é a mais aceita pela comunidade
científica e será mostrado a eles que esta resposta pode mudar e que, para se chegar a esta,
houveram muitas teorias divergentes, muitas ideias diferentes da atual.
Este jogo pode ser utilizado a partir do inicio da idade escolar, não havendo limite de idade,
utilizando os conteúdos que são ensinados em cada ano escolar e em cada disciplina específica.

Materiais Utilizados
• estourinhos (material que sobre pressão liberam um pequeno estouro);
• tapete;
• as perguntas;
• cronômetro.

Como Montar
Deve-se colocar o tapete estendido no chão, sob o tapete devem ser colocados vários
estourinhos. As perguntas devem ficar com o professor.

Objetivos
• aprofundar o estudo de alguns conteúdos;
• incentivar a pesquisa;
• favorecer o trabalho em equipe;
• melhorar o aprendizado dos alunos;
• ensinar de forma divertida;
• incluir todos os alunos;
• ajudar as pessoas a se expressarem melhor;
• desenvolver o raciocínio lógico-matemático.

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4. Aulas 7 e 8

4.1 Esquema de trabalho

Concepções alternativas: para Driver apud Filho e Jacques (2008) as conceitualizações


de energia são vistas como:
• associada somente a objetos animados;
• um agente armazenado nos objetos;
• um fluído, ingrediente ou produto;
• vinculado à força e ao movimento;
• combustível;
• a conservação de energia não é vista como necessária pelos estudantes.

Organizador Prévio:
Objetivo do organizador: propiciar uma interação entre conceitos novos com os já
existentes na estrutura cognitiva dos alunos, buscando, dessa forma, facilitar a ocorrência de
aprendizagem significativa. Mais especificamente, utilizar um filme de 5 minutos
(http://www.youtube.com/watch?v=pGttA5_rABw) que mostra que a luz solar não passa pelo corpo de
uma menina produzindo assim sombra. Tem-se como objetivo utilizar tal organizador prévio para que
sirva como base para a aprendizagem significativa da formação de imagens tomográficas.

Descrição do organizador prévio: será utilizado um filme curto


(http://www.youtube.com/watch?v=pGttA5_rABw), na qual uma menina, ao longo do dia, vai
percebendo as sombras que ela produz e as sombras que os outros objetos em torno dela produzem,
mostrando que as sombras variam ao longo do dia.
A produção de imagens na Tomografia Computadorizada (TC) funciona de forma análoga
ao sistema Sol-objeto-sombra, uma vez que o gerador de Raios-X (análogo ao Sol) está no lado
oposto ao detector (análogo a sombra) e o paciente esta entre ambos. Portanto, a imagem é
produzida em oposição à fonte, de forma semelhante ao sistema Sol-objeto-sombra. Entretanto,
quando o Sol está exatamente sob o objeto (análogo ao paciente), não é produzida sombra. Na TC
isso não ocorre: quando a gerador de Raios-X e o detector estão um sobre o outro são produzidas
imagens.
A interação cognitiva deverá ocorrer quando o aluno perceber as diferenças e semelhanças
entre os sistemas Sol-objeto-sombra e fonte-paciente-detector de Raios-X.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Situação-problema: suponha que você encontra-se com seu filho no colo à espera de
realizar um exame de Tomografia Computadorizada. Ele ouviu o médico falar que o equipamento irá
fazer uma volta de 360º em torno de você. O menino fica intrigado e pergunta: “Pai, o aparelho de TC
não possui vários cabos? Se possui como pode fazer uma volta completa em torno do paciente? Se
não possui, como o equipamento recebe e manda informações para a mesa de controle? Se possui
como consegue fazer uma volta completa?” Explique a ele.

Assunto: transformador, potência, gerador, retificador, ânodo, cátodo, filtro, blindagem,


ressonância, Ressonância Magnética Nuclear e campo magnético.

Conceitos:
Detectores: ionização, elétrons, corrente elétrica, voltagem, ondas eletromagnéticas, Raios-
X, raios gama, radioatividade, efeito fotoelétrico, fotodiodo, camada eletrônica, laser, calor, luz,
cintilação, estado sólido, térmicos, óptico, gás, absorção, excitação elétrica e radioatividade.
Tomografia: efeito fotoelétrico, ondas eletromagnéticas, frequência, energia, comprimento
de onda, fótons, absorção, corrente elétrica, radiações ionizantes, elétrons, níveis energéticos, luz,
TC, TC Helicoidal, Tomografia Linear, anel liso, anel deslizante, voltagem, corrente, tempo, dose,
transformador, potência, gerador, retificador, ânodo, cátodo, filtro, blindagem, ionização, absorção e
dispersão da radiação, voltagem, número atômico, excitação elétrica, Raios-X, colimador e ondas
eletromagnéticas.
Ressonância Magnética: radiofrequência, campo magnético, ressonância, spin,
momentum do spin, hidrogênio, nêutrons, prótons, elétrons, onda, frequência, comprimento, energia
das ondas, antena, corrente elétrica, excitação eletrônica, fótons, nível energético de equilíbrio,
momentum, densidade e luz.

Aplicações: TC, TC Helicoidal, Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e detectores de


radiação (cintilação, sólido, térmicos, óptico e gás).

Atividades: inicialmente será realizado um jogo, com o intuito de revisar conteúdos de


Eletromagnetismo e de Física Moderna, contendo questões conceituais e matemáticas, aplicações,
história e mímica.
Posteriormente, será ensinado, brevemente, como se faz modelagem no programa
Modellus e serão feitas algumas modelagens com esse programa, sobre ressonância, campo
magnético, campo eletromagnético, transformador, voltagem, corrente e resistência elétrica.
Na sequência, será realizada uma aula expositiva-dialogada utilizando o projetor multimídia,
intercalando-a com simulações computacionais, com situações-problemas para serem resolvidos
pelos alunos e com um documentário sobre a RMN (fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=YeVHTjMwVTo).

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Posteriormente, será confeccionado um painel, no qual, em grupos, os alunos montarão,


através de colagem, um aparelho de TC, um detector de radiação de cintilação, um detector de
radiação a gás e um sobre RMN, identificando as partes principais e explicando o funcionamento de
cada uma delas.
Por último, os alunos realizarão estudos em grupos, discutindo os textos e resolvendo
questões.

Objetivos específicos: auxiliar os alunos a aprenderem significativamente TC, TC


Helicoidal, detectores de radiação e RMN a partir dos assuntos propostos para a aula, através de
materiais alternativos.

Metodologias: jogo (tabuleiro), modelagem computacional (Modellus), reportagem (como


funciona RMN), aula expositiva-dialogada, simulação computacional, colagem, estudo em grupos,
debates e questões.

Testes para buscar indícios de aprendizagem significativa: entrega mapa- conceitual.

4.2 Atividade 1. Jogo (tabuleiro)

Materiais Utilizados
• fichas (7.1 Apêndice 1: fichas.)
• tabuleiro (7.2 Apêndice 2: tabuleiro.);
• pedras, no mesmo número de jogadores;
• tinta;
• pincel;
• dado.
Como Montar
O jogo pode ser jogado por várias pessoas, desde que haja mais do que um jogador.
Sugere-se que o tabuleiro (7.2 Apêndice 2: tabuleiro.) e as fichas (7.1 Apêndice 1: fichas.)
sejam impressas em papel rígido e plastificados para que tenham mais durabilidade.
Precisa ter, pelo menos, a mesma quantidade de pedras que de jogadores. As pedras
precisam ser pintadas de cores diferentes umas das outras.
Como jogar
Para começar, cada um deve jogar o dado, o jogador que tirar o maior número começa a
jogar. Os alunos devem decidir, em grupo, se podem ou não, utilizar o material escolar (livros,
cadernos...).

43
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

As fichas devem ser divididas em 9 montes que ficarão viradas para baixo. Os montes são
sobre: 1) como funciona; 2) perguntas: magnetismo; 3) perguntas: eletricidade; 4) perguntas:
Eletromagnetismo; 5) perguntas: Física Moderna; 6) cientistas; 7) contas; 8) fórmulas e 9) mímica.
O jogador deve lançar o dado, o número que ele tirar é a quantidade de casas que pode
andar com a pedra, onde ele parar deve pegar uma ficha do respectivo monte. Exemplificando, se ele
parar na casa onde está escrito contas, o jogador deve pegar uma ficha do monte que tem os
exercícios de Física que utilizam Matemática e responder. Se responder certo1 move a sua pedra
duas casas para frente, se responder errado23 fica no local em que estava antes da jogada.
É importante que quando ocorrer uma resposta incorreta, seja discutida a resposta de modo
a encontrar a resposta aceita cientificamente, valorizando a oportunidade da aprendizagem oferecida
pelo erro.
Quando cair em T (todos), o jogador pode escolher qualquer um dos montes para pegar
uma carta e responder.
Vence o jogador que ao terminar a trajetória tenha acertado mais questões. Quem terminar
a rodada, pode retornar ao tabuleiro, até que todos tenham passado a primeira vez pela linha de
chegada, de modo que possa acertar mais pontos e, portanto, ter mais chances de ganhar, embora o
mais importante além de competir é apreender.

Objetivos:
• aprofundar o estudo de alguns conteúdos ou introduzi-los;
• incentivar a pesquisa, pois para responderem as questões do tabuleiro, dependendo do
combinado entre os alunos, podem pesquisar em material escrito e entre eles;
• favorecer o trabalho em equipe;
• melhorar o aprendizado dos alunos;
• ajudar os alunos a compreenderem que o conhecimento tem um fator histórico e que foi
construído por pessoas;
• mostrar aos alunos que os conhecimentos científicos não são verdades absolutas;
• mostrar que os conceitos podem evoluir se conseguem explicar os problemas, ou são
abandonados, conforme sugere Toulmin;
• levar os alunos a perceberem que estão rodeados de tecnologias e fenômenos naturais;
• auxiliar os aprendizes a explicar algumas tecnologias e fenômenos naturais;
• desenvolver o raciocínio lógico- matemático;
• ensinar de forma divertida;
• impedir que os alunos sejam excluídos do processo de ensino e de aprendizagem;

1
Errado e certo do ponto de vista do que é aceito cientificamente nos dias de hoje.

44
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• ajudar as pessoas a se expressarem melhor, pois em tal atividade há a necessidade de


que os alunos exponham o que pensam, sendo seus erros criticados, valorizando, dessa forma, a
critica e os erros.

Alternativas
Esse jogo pode ser utilizado para introdução do conteúdo, motivando os alunos a
pesquisarem em livros e materiais diversos para conseguirem jogá-lo. Também pode ser utilizado
para fazer uma revisão e aprofundamento de conhecimentos importantes trabalhados durante o ano
letivo.
O jogo pode ser utilizado, por conteúdos, por exemplo, o professor estuda com os alunos
Eletromagnetismo, colocam-se somente as contas, perguntas, cientistas e como funciona que
envolvam esse ramo da Física. Se o aluno parar em uma casa que não envolve Eletromagnetismo
ele pode escolher qualquer um dos montes para retirar uma carta, ou seja, ele pode escolher contas,
perguntas, cientistas e como funciona, mas apenas do Eletromagnetismo.
Pode ser jogado o jogo em duplas, assim um aluno pode ajudar o outro, favorecendo o
debate.

4.3 Atividade 2: modelagem computacional

Síntese: será ensinado aos aprendizes a fazerem modelos computacionais a partir do


programa computacional Modellus.
Os alunos precisam escolher um dos seguintes assuntos para fazer uma modelagem
computacional: transformador, potência, gerador, resistência elétrica, ressonância e campo
magnético gerado por corrente elétrica. Depois apresentarão suas modelagens para os demais e irão
propor uma forma de trabalhar essas modelagens na sala de aula.

4.4 Atividade 3: expositiva dialogada

Síntese: nessa atividade a pesquisadora apresentará no projetor multimídia sobre:


detectores de radiação, Tomografia (linear, computadorizada e helicoidal) e RMN em conjunto com
suas bases físicas. Essa atividade será intercalada com simulações computacionais e com a
atividade 4.

4.5 Atividade 4: reportagem (como funciona a RMN)

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=YeVHTjMwVTo.

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Síntese: a reportagem tem duração de aproximadamente 10 minutos e relata o


funcionamento do equipamento de RMN, incluindo aplicações e a forma de sua utilização.

4.6 Atividade 5: colagem e questões

Síntese: os alunos serão divididos em quatro grupos, cada um deles deverá estudar ou o
texto da seção 4.6.1 Texto 1: Detectores de radiação ou da seção 4.6.4 Texto 4: Tomografia
Computadorizada Helicoidal, resolver as questões ao final dos textos, montar um painel com a
imagem ou da TC, ou da TC Helicoidal, ou dos detectores de radiação ou da RMN, com suas partes e
com a explicação de cada uma delas.

4.6.1 Texto 1: Detectores de radiação2


Existem vários tipos de instrumentos desenhados para detectar ou medir a radiação
utilizada pelos pesquisadores e pessoas que trabalham diretamente com ela.
Os principais tipos de instrumentos desenhados para detectar ou medir a radiação, como o
dosímetro, baseiam-se em: detectores de gás (câmara de ionização, contadores proporcionais e
detectores -Muller), detectores sólidos, efeitos termicamente induzidos (termoluminescência), efeitos
químicos (dosímetros de Fricke), e os efeitos ópticos (filme dosimétrico).
Será detalhado o funcionamento dos detectores a base de gás (câmara de ionização,
contadores proporcionais e detectores -Muller), detectores de cintilação, termoluminescência e
luminescência estimulada opticamente (cintilação).
O princípio de funcionamento do dosímetro, de um modo geral, é o de converter a radiação
ionizante em doses acumuladas.
Os dosímetros são detectores de radiação que acumulam radiação no aparelho e
posteriormente é verificado quanto de radiação havia em determinado ambiente ou a quantidade de
radiação a que as pessoas foram expostas.

A Figura 26 mostra a aplicabilidade dos diversos sistemas dosimétricos quanto à faixa


mensurável de dose absorvida.

2
Texto baseado em Bushong (2007).

46
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Figura 25: principais efeitos físicos e químicos da radiação ionizante utilizados para a detecção da radiação.
Fonte: http://www.higieneocupacional.com.br/download/detectores-daros.pdf.

Figura 26: aplicabilidade dos diversos sistemas dosimétricos quanto à faixa mensurável de dose absorvida.
Fonte: web.cena.usp.br/apostilas/Zagatto/Dosimetria.doc.

4.6.1.1 Detectores a gás


Segundo Garcia (2002), existem três tipos de detectores a base de gás: câmara de
ionização, contadores proporcionais e detectores -Muller. Eles, apesar de apresentarem diferentes
características na resposta, estão baseados no mesmo principio de funcionamento.
Quando a radiação atravessa um gás ioniza os seus átomos. Os elétrons que são ejetados,
por causa da radiação, são detectados como sinal elétrico proporcional à intensidade de radiação.
Segundo Bushong (2007), um detector a gás é constituído de um tubo cheio de gás. Ao
longo do eixo central existe um eletrodo. Se for criada uma diferença de potencial entre o eletrodo
central e a parede, de maneira que o eletrodo seja positivo e a parede negativa, então o eletrodo
atrairá os elétrons produzidos por ionização dentro do tubo, conforme pode-se observar na Figura 27.

47
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Figura 27: detector de gás.


Fonte: Bushong, 2007.

Estes elétrons formam um sinal elétrico que é amplificado e medido. Sua intensidade é
proporcional à intensidade da radiação que a causou.
Quando há uma câmara maior há mais átomos disponíveis para a ionização e, portanto, o
aparelho se torna mais sensível. Outra forma de tornar o aparelho mais sensível é aplicar nele uma
pressurização, o que aumenta o número de átomos possíveis de ficar dentro da câmara de gás e,
consequentemente, a ionização.
Quanto mais sensível for o detector, mais ele vai captar radiações que emitem energias
mais baixas. Já um aparelho mais exato é aquele que, não somente capta a radiação, mas também a
mede, quanto melhor é a medição, mais exato é o aparelho.
Se aumentar a voltagem na câmara, o detector, com uma radiação fixa, registra maior
intensidade de sinal. Quando a voltagem é baixa os elétrons não chegam a alcançar o ânodo,
recombinando-se na própria câmara, o que é chamado de região de recombinação (R), conforme
pode-se ver na Figura 28.

Sinal de
saída
relativo

Figura 28: gráfico sinal de saída relativa X Voltagem da câmara.


Fonte: Bushong, 2007.

Segundo Bushong (2007), quando a voltagem aumenta, os elétrons produzidos na câmara


alcançam o ânodo e ali são recolhidos. Essa voltagem, na maioria dos aparelhos, está entre 100 a
300 V. Essa região de voltagem é conhecida como região de ionização e é representada, na Figura
28, pela letra I.
Se for aumentado mais a voltagem, os elétrons adquirirão mais velocidade até chegar ao
anodo central, devido a essa velocidade, esses elétrons terão maior probabilidade de gerar mais íons.
Os elétrons originados da formação desses íons, também serão acelerados em direção ao ânodo,

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resultando em um maior número de elétrons captados. Essa região de voltagem é denominada de


região proporcional sendo representada, na Figura 28, pela letra P.
Aumentando ainda mais a voltagem, a presença de uma única ionização gera uma reação
em cadeia que faz com que, praticamente todo o gás presente na câmara se ionize, gerando muitos
elétrons que são atraídos pelo anodo. Esta região de voltagem é denominada de -Muller e é onde os
contadores Geiger-Muller operam. Na Figura 28 essa região é representada por GM. Esses aparelhos
são muitos sensíveis e, por isso, são capazes de detectar apenas um processo radioativo.
A última região de voltagem é denominada de região de descarga contínua. Devido a alta
voltagem somente um evento de ionização, assim como no processo anterior, é capaz de
desencadear um processo em cadeia na qual os elétrons são ejetados do gás, ionizando-as. Como a
voltagem é muito grande, os elétrons continuam sendo ejetados do gás, por este motivo este tipo de
detector de radiação não é útil, pois essa ruptura continua de elétrons faz com que o aparelho
estrague rapidamente. Na Figura 28, essa região de voltagem é representada por CD.

4.6.1.2. Detectores de cintilação


Alguns materiais emitem luz imediatamente depois de absorver um fóton de Raios-X. A
quantidade de luz emitida é proporcional à quantidade de energia absorvida pelo material.
De acordo com Bushong (2007), se um fóton de Raios-X de 50 keV de energia é absorvido
pelo material que forma o detector, essa energia absorvida é transformada em luz.
Segundo o mesmo autor, se de um fóton de Raios-X de 50 keV de energia apenas 20 keV
forem absorvidos, os 30 keV restantes serão espalhados devido ao efeito Compton e, dessa forma,
haverá uma quantidade menor de luz emitida. Conforme pode-se ver na Figura 29.

Figura 29: relação entre fóton incidente e energia emitida.


Fonte: Bushong, 2007.

Na Figura 30 há um esquema de um detector de cintilação.

49
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Figura 30: esquema detector de cintilação.


Fonte: adaptado de Bushong, 2007.

No esquema da Figura 30, o iodeto de sódio (NaI) é o cristal que na presença de Raios-X
emite luz. Esse cristal está envolvido por alumínio, isto permite que a luz seja refletida internamente a
uma parte do cristal que não é coberta pelo alumínio, denominada de ventana.
Posteriormente a luz que provem do cristal interage com o cátodo. Nesta interação a luz
ejeta elétrons por efeito fotoelétrico.
Os elétrons ejetados no cátodo passam através de placas denominadas de dínodos, cuja
função é aumentar o número de elétrons, pois os elétrons arrancados no cátodo arrancam mais
elétrons dessas placas amplificando o sinal.
Quanto maior for a intensidade da radiação, maior será a emissão de fótons,
consequentemente, maior será a quantidade de elétrons arrancados no cátodo, mais elétrons serão
arrancados dos dínodos e maior será a quantidade de elétrons que chegará ao coletor.
Um detector de cintilação é muito sensível, de forma análoga aos contadores Geiger-Muller.

4.6.1.3. Dosimetria de termoluminescência (TLD)


Trabalhadores e pessoas que passam uma parte do tempo, em locais onde há possibilidade
de estarem em contato com radiações ionizantes para tecidos biológicos, precisam utilizar um
detector chamado dosímetro.
Mas a radiação que chega ao dosímetro não é medida simultaneamente, mas
periodicamente.
Os dosímetros são constituídos de um material, geralmente fósforo, que, ao ser submetido a
aumento da temperatura, libera a energia excedente devido, por exemplo, ao contato com a radiação.
Observem a Figura 31.

50
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Figura 31: dosimetria de termoluminescência.


Fonte: Bushong, 2007.

O material termoluminescente, nesse caso o fósforo, é exposto a radiação ionizante e essa


radiação fica contida no material.
Há alguns materiais, como o flúor de lítio que, quando incide radiação sobre ele, excita o
elétron e este vai para um estado metaestável, que é aquele que um elétron excitado permanece até
receber mais energia para ir para uma camada mais externa e depois ir para um nível inferior de
energia. Quando ocorre o aquecimento desses materiais, os elétrons do estado metastável vão para
o estado excitado e depois decaem para o estado fundamental, emitindo luz.
Sintetizando: depois dos dosímetros serem utilizados durante um tempo, eles são abertos e
lhes é tirado o material termoluminescente, que é colocado sobre uma prancheta que aumenta a
temperatura do material, o qual, por sua vez, libera luz. A luz captada varia conforme o aumento da
temperatura, essa luz não é regular, pois, se há mais variação de temperatura, os elétrons ficam mais
excitados mudando para camadas mais externas e, ao retornarem para as suas configurações
originais, liberam essa energia. Quanto maior for a temperatura mais o elétron irá para uma camada
mais externa neste processo, mudando a emissão de radiação.
A Figura 32 mostra a intensidade da luz em função do aumento da temperatura. Há vários
picos no gráfico e cada um ocorre devido a transição eletrônica específica nos cristais
termoluminescentes. Esse gráfico é conhecido como curva de brilho e cada material
termoluminescente apresenta um específico. A área total abaixo da curva e a altura do pico de
temperatura mais alta, são diretamente proporcionais a energia depositada no material
termoluminescente pela radiação ionizante.
Os analisadores de material termoluminescente são os instrumentos eletrônicos feitos para
medir a altura da curva de brilho, ou a área abaixo dessa curva e os relacionam com a exposição ou
a dose, através de um fator de conversão.
A luz emitida é transformada em corrente elétrica e amplificada por um transistor. Então é
feito um gráfico da corrente elétrica (ou intensidade da luz emitida) em função da temperatura,
conforme Figura 32.
Os materiais termoluminescentes são reutilizáveis. A energia absorvida pelos materiais
termoluminescentes, permanece armazenada até que é liberada como luz devido ao aumento da

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temperatura durante a análise. O aumento da temperatura restaura o cristal a sua condição inicial e o
prepara para outra exposição.

Figura 32: curva de brilho de termoluminescência para o FLi.


Fonte: Bushong, 2007.

4.6.1.4. Luminescência estimulada opticamente


Essa forma de captar a radiação surgiu somente no final do século XX.
A luminescência estimulada opticamente utiliza óxido de alumínio como detector de
radiação. A irradiação do óxido de alumínio estimula alguns elétrons a um estado metaestável, como
foi visto na seção anterior. Posteriormente, uma luz laser estimula estes elétrons, provocando que
voltem ao estado original, emitindo luz. A intensidade de luz é proporcional à dose de radiação
recebida. Na luminescência estimulada opticamente o laser faz o papel do aumento de temperatura
da TLD.
O processo de luminescência estimulada opticamente está esquematizado na Figura 33.

Figura 33: processo de luminescência estimulada opticamente.


Fonte: Bushong, 2007.

4.6.1.5 Dosímetros de filmes


A radiação produz alterações na densidade Óptica do filme revelado. Desta forma pode-se
quantificar a exposição da radiação, pois quanto maior for a intensidade da radiação maior será o
enegrecimento da imagem.
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No caso dos dosímetros de filmes, a película do filme é colocada em uma embalagem


(chassi) que impede interferências ambientais tais como, luz e umidade, permitindo a passagem
apenas de radiações ionizantes para tecidos biológicos.
Nesse tipo de dosímetro as medidas dosimétricas são indiretas. Após a interação da
radiação no filme, utiliza-se a densidade Óptica produzida na emulsão fotográfica, para determinar a
medida dosimétrica. Na seção 3.3.2.5 Densidade radiográfica, foi explicado detalhadamente o
processo de captação da radiação em filmes.
O cálculo da densidade Óptica é feito com o uso de simuladores que utilizam os parâmetros
do écran e do filme e a eficiência de emissão. Como esse processo é muito complexo e
essencialmente matemático não será aqui explorado.
Uma das vantagens desse tipo de detector é a de permitir a documentação do registro
dosimétrico, podendo ser utilizado para várias análises, desde que mantidos em condições
ambientais adequados, já que calor e substâncias químicas podem danificar o filme.

Questões:
1. Como são divididos os detectores a gás? Como eles funcionam?
2. Como pode-se fazer para aumentar a sensibilidade de um detector á gás?
3. Como você faria um detector que não fosse com gás?
4. Explique a Figura 27.
5. Qual relação do explicado na Figura 27 e o efeito fotoelétrico?
6. Explique a Figura 30.
7. Explique a Figura 31.
8. Quais os conceitos físicos que estão envolvidos na seção 4.6.1 Texto 1: Detectores de
radiação?
9. Há alguma palavra na seção 4.6.1 Texto 1: Detectores de radiação que não foi
compreendida? Se houver, escreva-a abaixo.
10.Faça um mapa conceitual com os principais pontos do que foi estudado na seção 4.6.1
Texto 1: Detectores de radiação.

4.6.2 Texto 2: Ressonância Magnética Nuclear


De acordo com Guimarães (2000), a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) é um exame
moderno que diferentemente da Radiografia e da TC (4.6.3 Texto 3: Tomografia), não utiliza radiação
ionizante para tecidos biológicos e, sim, um forte campo magnético e ondas eletromagnéticas com a
frequência de rádio, que permitem a formação de imagens.
Analogamente a TC (4.6.3 Texto 3: Tomografia), os sinais captados pelo aparelho são
transformados em valores numéricos e reconstruídos pelo computador em imagens.
Até o momento não foi possível perceber efeitos prejudiciais oriundos desses exames, que
permitem ao médico examinar, com precisão, diferentes partes do corpo.

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Pelo fato do equipamento utilizar campo magnético intenso, algumas precauções precisam
ser tomadas para realizar o exame, como não utilizar jóias, metal e maquiagem.
Segundo Todd (2000), o termo ressonância refere-se à capacidade de dois sistemas, ou
meios físicos, trocarem energia entre si, sem que ocorra dissipação de energia. No caso da RMN,
refere-se à capacidade de prótons receberem e emitirem energia através de ondas de
radiofrequência emitidas e captadas através de antenas, como será explicado na seção 4.6.2.2 .

4.6.2.1 Histórico
Segundo Garcia (2002), o aparelho de RMN baseia-se no conceito de spin, o qual surgiu da
necessidade de se explicarem os resultados encontrados no experimento de Stern-Gerlach na
década de 1920.
De acordo com Walker (2002), nesse experimento, um feixe colimado de átomos de prata,
vindos de um forno em alta temperatura, atravessava um campo magnético não-homogêneo.
Tal experiência era destinada a medir a distribuição dos momenta magnéticos, devidos
principalmente aos elétrons. Como os átomos, na temperatura em que estavam emergindo do forno,
apresentavam-se no seu estado fundamental, deveriam sofrer desvios nulos na presença do campo
magnético não-homogêneo. Entretanto, isso não ocorreu. O resultado obtido foi duas manchas de
depósito de prata sobre o alvo, indicando que o feixe se dividira em dois durante o percurso.
Isso indicou que os átomos de prata do feixe ainda possuíam momentum angular, mas que
não era o dos elétrons no átomo, mas dos prótons. Tal momentum foi denominado de spin.
Segundo Garcia (2002), em 1939, Rabi e colaboradores submeteram um feixe molecular de
hidrogênio (H2), em alto vácuo, a um campo magnético não-homogêneo em conjunto com uma
radiação na faixa das radiofrequências (RF). Para certo valor de frequência, o feixe absorvia energia
e sofria pequeno desvio. Isso era constatado como uma queda da intensidade observada do feixe na
região do detector. Este experimento marca, historicamente, a primeira observação da RMN.
Nos anos de 1945 e 1946, duas equipes, uma de Bloch e outra de Purcell na Universidade
de Harvard, observaram sinais de absorção de radiofrequência dos núcleos de hidrogênio na parafina
e na água.
Em 3 de julho de 1977, foi feito o primeiro exame de RMN em um ser humano.
4.6.2.2 Funcionamento
A RMN fornece aos médicos uma quantidade de informações detalhadas sobre a
localização, tamanho e composição do tecido a ser examinado.
Conforme pode-se observar na Figura 34, há um tubo horizontal que atravessa o magneto
principal. O paciente, deitado de costas, desliza para dentro do vão por meio de uma mesa. Assim,
que a parte do corpo que precisa ser examinada atinge o magneto principal, o exame inicia.

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Figura 34: equipamento de Ressonância Magnética Nuclear.


Fonte: adaptado de www.saude.hsw.uol.com.br

O maior componente em um sistema de RMN é o magneto principal.


As unidades de medidas utilizadas para o campo magnético produzido, por exemplo, por um
magneto de um sistema de RMN, é o tesla e o gauss (1 tesla = 10 mil gauss). Os magnetos utilizados
nos sistemas de RMN, atualmente, estão dentro da faixa de 0,5 a 2 tesla, ou de 5 mil a 20 mil gauss.
O campo magnético da Terra é de 0,5 gauss, ou seja, na RMN, o corpo é submetido a um
campo magnético entre 10.000 a 40.000 vezes mais forte do que o da Terra. Esse campo magnético
artificial, faz com que os átomos de hidrogênio do corpo se alinhem, na média, em uma direção.
Há 3 tipos básicos de magnetos que são usados em sistemas de RMN:
1º) Os magnetos supercondutores.
Um magneto supercondutor é o mais utilizado. Esses magnetos são feitos de bobinas pelos
quais passa uma corrente elétrica que cria o campo magnético.
O fio é continuamente banhado em hélio líquido, a uma temperatura de -233,5° C e funciona
no vácuo. Tal temperatura faz com que a resistência do fio caia praticamente a zero, reduzindo a
necessidade elétrica do sistema.
Os sistemas supercondutores ainda são muito caros, mas podem gerar campos que variam
de 0,5 a 2,0 tesla.
2º) Os magnetos resistivos.
Os magnetos resistivos, consistem em muitas voltas de fios condutores enrolados ao redor
de um cilindro metálico, pelo qual passa uma corrente elétrica alternada. Isso gera um campo
magnético alternado, funcionando a partir da indução eletromagnética3. Se a eletricidade for
desligada o campo magnético deixa de existir.
Esses magnetos são mais baratos de serem construídos do que um supercondutor, mas
exigem mais potência elétrica devido à resistência natural no fio.
3º) Magneto permanente.
O campo magnético do magneto permanente é continuo sem haver a necessidade de
consumo de energia elétrica. Há duas desvantagens: 1º) são mais pesados do que os outros tipos de
magnetos; 2º) não produzem campos tão intensos quanto os dois anteriores.

3
Conceitualmente a indução eletromagnética refere-se ao fato de que uma corrente elétrica alternada gera um campo
magnético também variado e que um campo magnético variado gera corrente elétrica alternada.
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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Segundo Garcia (2002), um campo magnético uniforme, com grande intensidade (0,5 a 2,0
tesla) e estabilidade é essencial para gerar imagens de qualidade. Magnetos, como esses descritos
acima, tornam esse campo possível.
Os equipamentos de RMN utilizam dois tipos de magnétons: o principal e os magnetos
gradientes. O magneto principal coloca o paciente em um campo magnético estável e muito intenso,
enquanto que os magnetos gradientes criam um campo variável que vai orientar a localização e a
espessura do segmento a ser estudado. Se a espessura é maior a intensidade do campo variável
também deve ser maior.
O corpo humano é composto por bilhões de átomos. Simplificadamente pode-se dizer que
os prótons do núcleo4 de um átomo giram sobre um eixo analogamente a um pião, esse movimento é
chamado de precessão5. Conforme pode-se observar na Figura 35.
O eixo z, ou longitudinal, representa a direção de aplicação do campo magnético principal
(B0). O plano xy é chamado de plano transversal.
Segundo Guimarães (2000), um conjunto de momenta magnéticos na presença de um
campo magnético estático B 0 precessiona na frequência angular W0 conforme a equação (6):

(6)

w 0 =ɣ B 0

onde ɣ é a sua razão giromagnética. Se for incidido sobre esse sistema radiação
eletromagnética de frequência igual a essa frequência de precessão, a radiação será absorvida
ressonantemente, esse fenômeno é a Ressonância Magnética Nuclear. Se os momenta magnéticos
são as dos prótons, há a RMN.

Figura 35: um núcleo (próton) de um átomo de hidrogênio em precessão sob influência de um campo magnético.
Fonte: adaptado de Mazzola (2009).

Há muitos tipos diferentes de átomos no corpo, mas para os propósitos da RMN os que
mais influenciam são os átomos de hidrogênio. Esses são átomos ideais para a RMN, porque seu

4
O núcleo do hidrogênio é formado apenas por um próton, portanto é indiferente afirmar que o movimento de precessão é do
próton ou do núcleo.
5
Os prótons não giram, esta é uma simplificação Física Quântica, feita pela Física Clássica, que será aqui adotada, pois ela
atende as necessidades explicativas no nível de profundidade desejada.
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núcleo tem somente um próton e, por isso, possui um momentum magnético maior do que os outros
elementos, pois se há mais de um próton, os momenta magnéticos tendem a se anular.
O alto momentum magnético significa que, ao ser colocado em um campo magnético, o
átomo de hidrogênio a se alinhar com a direção do campo.
O aparelho de RMN usa pulsos de RF com a mesma frequência de precessão do próton do
hidrogênio. Tal pulso ao encontrar o próton do átomo de hidrogênio, através de ressonância, é
absorvido aumentando a energia do próton.
Geralmente, estes pulsos de RF são aplicados através de uma antena emissora e são
captados através de uma antena receptora, de forma análoga ao que ocorre na emissão e captação
de ondas de televisão e rádio. A antena emissora vibra com uma frequência devido a um campo
eletromagnético variável. Esse campo gera ondas eletromagnéticas na frequência do rádio, que
aumentam a energia dos prótons do hidrogênio, ao cessar este campo, eles retornam ao estado de
equilíbrio liberando a energia absorvida na forma de ondas eletromagnéticas. Essas ondas entram
em contato com a antena receptora que vibra, devido a campos magnéticos variáveis, como as
vibrações são similares, ambas entram em ressonância, dessa forma a antena receptora recebe a
informação.
Quanto maior a concentração de prótons de hidrogênio em um segmento estimulado, mais
intenso será o sinal de ressonância, aparecendo na imagem com cores mais próximas ao branco. As
imagens na RMN variam do preto ao branco, passando por escala de cinza. Se há poucos prótons de
hidrogênio a imagem se aproximará da cor preta.
Até aqui, considerou-se que o campo magnético produzido pelo magneto principal possui
um valor único e uniforme. Desta forma, se todo um volume de tecido, como o cérebro, for
posicionado neste campo e se um pulso de RF for enviado com valor de frequência exatamente igual
à frequência de precessão dos prótons de hidrogênio, todo o volume será excitado. Os prótons de
hidrogênio do volume como um todo receberão energia do pulso de RF e retornarão sinal para a
bobina. Este sinal contém informação de todo o tecido cerebral, mas não possibilita saber de que
parte do cérebro ele provém.
Para diminuir esse problema Mazzola (2009) explica sobre a necessidade de haver outras
bobinas, que são os magnetos gradientes. Segundo Garcia (2002), estes magnetos têm intensidade
extremamente baixa, quando comparados ao campo magnético do magneto principal, variando a
intensidade de 180 a 270 gauss ou de 18 a 27 militesla.
Os aparelhos de RMN possuem diferentes magnetos gradientes projetados para diferentes
partes do corpo: joelhos, ombros, pulsos, cabeça, pescoço e outras. Estes geralmente se adaptam ao
contorno da parte do corpo que se quer produzir a imagem.
Os magnetos gradientes são organizados de tal maneira, dentro do magneto principal que,
ao serem ligados alteram o campo magnético principal em um nível bem localizado. E isto significa
que pode-se selecionar a área exata da qual se deseja uma imagem. Portanto, os magnetos
gradientes têm a função de mudar o campo magnético na parte do corpo a ser estudada. Se eles

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mudam o campo local, conforme pode-se ver na equação (6), muda-se a frequência angular, assim,
pode-se localizar espacialmente de onde vem o sinal emitido.
Com a introdução dos magnetos gradientes, pode-se variar linearmente, em uma dada
direção, a intensidade do campo magnético, como mostra a equação (7).
(7)
B z ( z ) = B 0 + ZG z

Onde Bz (z ) é o novo valor de um campo magnético numa dada posição z.


B 0 é o campo magnético fornecido pelo magneto principal;
Gz é a intensidade do gradiente aplicado (mT/m) na direção z;
Z é a posição do magnéton gradiente ao longo do eixo z.
Chama-se as áreas que são feitas as imagens, a partir dos magnetos gradientes, de fatias
(imagens em 2D). É possível fazer imagens de qualquer parte do corpo em qualquer direção e
sentido, sendo uma grande vantagem sobre qualquer outro tipo de exame de imagens. Além disso,
não é preciso mover o aparelho para obter uma imagem em um sentido e uma direção diferente, pois
pode-se manipular onde fazer a imagem com os magnetos gradientes.
Como foi visto na seção 3.3.1 Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital, alguns exames
de imagem, tais como a fluoroscopia, usam contraste injetável em certos procedimentos, na RMN não
é diferente. O que é diferente é o tipo de contraste utilizado e como ele funciona.
Os meios de contraste, utilizados na fluoroscopia e na TC, funcionam da mesma maneira
porque ambos os exames usam radiação ionizante. Nestes exames os meios de contrastes
funcionam dificultando ou facilitando a passagem dos fótons de Raios-X. Os contrastes possuem
densidades diferentes do meio no qual eles são injetados, isto causa diferentes níveis de densidade
Óptica nas imagens, tanto na fluoroscopia quanto na TC, como já foi visto na seção 3.3.1 Grupo 1:
Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital.
Mas o contraste utilizado na RMN tem uma diferença fundamental. Ele funciona alterando o
campo magnético no tecido que está sendo examinado. Isto pode ser feito, por exemplo, ingerindo
água que é rica em hidrogênio, o que aumenta o contraste no estômago.
Tecido normal e cancerígeno não reagem da mesma maneira, devido à diferença na
quantidade de átomos de hidrogênio entre eles e criam sinais diferentes. Eles possuem número de
átomos de hidrogênio diferentes, pois os tecidos cancerígenos se reproduzem mais do que os demais
tecidos, sendo assim, utilizam mais água, como a água é composta de dois átomos de hidrogênio, as
células cancerígenas emitem um sinal mais intenso. Estes sinais diferentes são transferidos para as
imagens, permitindo que sejam visualizados vários tipos de anomalias nos tecidos.

4.6.2.3 Vantagens e desvantagens da RMN


Segundo Koch, Ribeiro e Tonomura (1997) e Guimarães (2000), o fato dos aparelhos de
RMN não usarem radiação ionizante é positivo, pois anula a probabilidade de ocorrer os efeitos

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diretos e indiretos causados pela incidência de radiação ionizante para tecidos biológicos. Tais efeitos
são benéficos tanto para os pacientes como para o médico e/ou técnico que aplicam o exame.
Outro ponto positivo da RMN é sua capacidade de gerar imagens de qualquer plano, não
havendo necessidade do paciente se movimentar.
Embora esse tipo de exame seja ideal para diagnosticar e avaliar vários problemas, ele tem
suas desvantagens:
• há muitas pessoas que não podem fazer esse exame por questões de segurança (por
exemplo, pessoas com marca-passos);
• é contra-indicado para pessoas que possuem claustrofobia;
• durante o exame, o equipamento faz barulho que é criado pelo aumento da corrente
elétrica nos fios dos magnetos gradientes;
• os pacientes devem ficar completamente imóveis durante longos períodos de tempo, o
que não ocorre na TC helicoidal;
• implantes metálicos, por exemplo, pinos, placas e articulações artificiais, na área onde
será feito o exame causam graves distorções nas imagens, porque o material cria uma alteração
significativa no campo magnético principal;
• os equipamentos de RMN são caros, o que acaba deixando os exames caros também.

Questões:
1. Observe a Figura 34 e explique a função de cada parte do equipamento de RMN,
utilizando para tanto seus conhecimentos físicos.
2. Explique o porquê do nome “Ressonância Magnética Nuclear”.
3. Qual a diferença entre o contraste da RMN e dos equipamentos que usam Raios-X?
4. a) Quais são os três tipos de magnetos principais que podem ser utilizados no
equipamento de RMN? b) Explique cada um deles. c) Pode-se dizer que um deles é o melhor?
Justifique.
5. Quais conceitos físicos estão envolvidos na seção 4.6.2 Texto 2: Ressonância
Magnética Nuclear?
6. Há alguma palavra na seção 4.6.2 Texto 2: Ressonância Magnética Nuclear que não foi
compreendida? Se existir, escreva-a.
7. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do estudado na seção 4.6.2 Texto 2:
Ressonância Magnética Nuclear.

4.6.3 Texto 3: Tomografia


Segundo Haaga (1996), tomografia significa imagem de planos. Com esse método, que
utiliza Raios-X, pode-se estudar estruturas localizadas no interior do corpo, situadas em outros planos
sem sobreposição. Há vários tipos de tomografias, neste material de apoio serão explicadas a

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Tomografia Computadorizada, a Tomografia Linear, a Tomografia por Emissão de Pósitrons e a


Tomografia por Emissão de Fóton Único.

4.6.3.1 Histórico
Segundo Haaga (1996), a primeira vez que foi realizada uma TC foi em 1970, por Goldfrey
Hounsfield. Tal cientista, por desenvolver a técnica utilizada no aparelho e Alan Cormack, por
desenvolver a matemática utilizada na reconstrução de imagens na TC, receberam, em 1982, o
Prêmio Nobel da Física.

4.6.3.2 Tomografia Computadorizada e Linear


A TC, como o próprio nome diz, é uma Tomografia realizada com o auxilio de um
computador. O método utiliza um tubo de Raios-X que emite radiações movendo-se em torno do
paciente.
Segundo Bushong (2007), ao invés do filme convencional, a radiação é captada por
sensores conectados ao computador, os quais codificam a informação em valores numéricos e os
transformam numa escala de tons que variam do branco ao preto, passando por várias tonalidades
de cinza.
Em outras palavras, a emissão de Raios-X é direcionada ao paciente, a radiação é
atenuada. Tal radiação é medida por um receptor, cujos sinais são transmitidos a um ordenador,
onde a imagem é formada.
Depois de analisar o sinal do receptor, o ordenador reconstrói a imagem e a mostra em um
monitor. A reconstrução da anatomia no ordenador se consegue mediante equações matemáticas
(algoritmos) adaptadas para processos computadorizados, que não serão explicadas aqui, por não
ser o objetivo do presente material. Na Figura 36 esquematiza-se o aparelho da TC.

Figura 36: a) aparelho da TC; b) aparelho de TC aberto, mostrando o tubo de Raios-X; c) esquema do
movimento do tubo de Raios-X na TC.
Fonte: Koch, Ribeiro e Tonomura, 1997.

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Já a Tomografia Linear não utiliza computadores. Esta tomografia não é mais utilizada
devido aos avanços das tecnologias atuais.

4.6.3.3 Funcionamento
Na radiologia convencional há o problema de que, ao estudar uma parte do corpo, por
exemplo, o tórax, a imagem fica prejudicada devido, principalmente, a dois fatores: a sobreposição
das estruturas anatômicas e a radiação dispersa. Segundo Bushong (2007) as tomografias podem
amenizar esses problemas.
• a Tomografia convencional, linear ou axial. Neste tipo de tomografia, conforme pode-se
observar na Figura 37, a imagem produzida é paralela ao paciente.

Figura 37: a) imagem radiologia; b) imagem Tomografia Linear.


Fonte: Bushong, 2007.

Esta tomografia é realizada por um aparelho, cujo gerador de Raios-X emite radiação
movendo-se, simultaneamente, em direção oposta ao filme, conforme pode-se ver na Figura 37b).
Este exame permite o estudo de estruturas ou lesões no sentido longitudinal, em
anteroposterior (no sentido de frente para trás), perfil (de lado) ou obliqua (fazendo um ângulo com o
paciente maior ou menor que 90º).
A Tomografia Linear vem sendo substituída pela TC porque esta possui vantagens
quantitativas e qualitativas nas informações e potencializa o uso da radiação, ou seja, usando menos
radiação pode-se obter imagens melhores.

• A TC produz uma imagem transversa, conforme pode-se observar na Figura 38b).

61
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Figura 38: imagem: a) Tomografia axial; b) TC.


Fonte: Bushong, 2007.

Existem vários tipos de equipamentos de Tomografia, as mais modernas são a Tomografia


de quarta geração e a Helicoidal (quinta geração), a PET e a SPECT.
Como o funcionamento de um equipamento de tomografia é complexo, inicia-se analisando
os principais componentes de um equipamento de Tomografia, que são o emissor e o detector de
Raios-X. Na tomografia de primeira geração há um gerador e um detector de Raios-X, ambos se
movem de forma simultânea, no mesmo sentido e direção, conforme Figura 39.

Figura 39: movimento fonte em relação ao detector.


Fonte: Adaptado de Bushong (2007).

Segundo Garcia (2002), quando a fonte e o detector realizam uma translação de 180º sobre
o paciente, as partes do corpo analisadas atenuam a radiação, da mesma forma como foi visto na
seção 3.3.2 Grupo 2: formação de imagens radiográficas. A intensidade da radiação detectada varia
em relação a esse padrão de atenuação e formam-se projeções.
Depois do detector e da fonte fazerem uma volta de 180º sobre o paciente, eles retornam e
começam a fazer uma segunda varredura, resultando em uma segunda projeção e assim
sucessivamente. Cada varredura do conjunto fonte-detector proporciona uma projeção, que
representa o padrão de atenuação do corpo do paciente.
Essas várias projeções, realizadas durante o exame, são armazenadas em formato digital
no ordenador, o qual sobrepõe cada projeção para reconstruir uma imagem das estruturas
anatômicas, nas quais foi realizado o exame, através de cálculo matemático.
62
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Entretanto, segundo Bushong (2007), hoje a TC mais utilizada é a Tomografia de quarta


geração e as mais modernas são as Tomografias de quinta geração e as Tomografias da Medicina
Nuclear.
Tomografia de quarta geração: nesta o gerador de Raios-X faz uma translação de 360º em
torno do paciente, entretanto o conjunto de detectores é fixo, conforme pode-se ver na Figura 40.
Para que os detectores não precisem girar há a necessidade de haver vários detectores.
Este tipo de tomografia, segundo Bushong (2007), contem até 4000 detectores, isso traz pontos
negativos ao equipamento, pois o torna mais caro e exige maior tempo de exposição ao paciente em
relação as tomografias mais modernas.
Tomografia de quinta geração: é a Tomografia helicoidal, será visto suas propriedades na
seção 4.6.4 Texto 4: Tomografia Computadorizada Helicoidal.

Figura 40: sistema de imagem de TC de quarta geração.


Fonte: Bushong, 2007.

4.6.3.4 Componentes do sistema6


Segundo Bushong (2007), há três componentes principais no aparelho da TC: o pórtico, o
ordenador e a mesa de trabalho, conforme pode-se observar na Figura 41: a) componentes da TC; b)
pórtico com suas partes.
Cada um desses componentes principais tem vários subsistemas.
Pórtico: inclui o tubo de Raios-X, os detectores, o gerador de alta voltagem, a mesa de
suporte para o paciente e o suporte para cada um deles. Estes subsistemas recebem informações da
mesa de trabalho e transmitem dados ao ordenador para a produção da imagem e o pós-
processamento dela.
Tubo de Raios-X: os tubos de Raios-X utilizados na TC devem ter algumas características
diferentes dos utilizados em outros exames. Os tubos devem suportar alta temperatura, até 3340º,
devido à alta potência (em torno de 80 KW, dependendo do equipamento). Os tubos de Raios-X

6
Este texto baseia-se em Bushong (2007).

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também possuem um foco pequeno em torno de 0,6 mm, variando conforme o equipamento, o que
permite que a radiação seja bem focalizada na parte do corpo que se deseja examinar.
Ordenamento de detectores: os equipamentos de TC atuais possuem mais de um detector.
Estes se dividem em dois tipos: detectores de cintilação e os detectores a gás.
O detector de cintilação mais utilizado são os fotodiodos, que através do efeito fotoelétrico
convertem a luz em corrente elétrica. Esse detector é o menor, mais barato, não precisa de fonte de
energia e possui uma eficiência alta de 90%.
Os detectores a gás são constituídos por uma câmera metálica com defletores separados
em intervalos aproximados de 1 mm. Os defletores são compostos de lâminas que dividem a câmara
em vários compartimentos.
Cada compartimento funciona como um detector de radiação independente, pois todo o
conjunto de detectores está selado com um gás de elevado número atômico. Como o efeito
fotoelétrico é diretamente proporcional a Z³, se no detector há um número atômico elevado
(dependendo se a radiação é suficiente para ionizar o gás) haverá emissão elétrica que (se haver
diferença de voltagem) gerará corrente elétrica. Assim, a radiação produzirá uma corrente elétrica
proporcional a ela que poderá ser medida. A ionização do gás, em cada câmara é proporcional à
radiação incidente na câmara e é detectada de forma análoga ao que ocorre nos detectores de
radiação.
Entretanto, os detectores a gás têm uma eficiência muito inferior em comparação aos
detectores de cintilação. Nos primeiros a energia precisa ser alta (região dos Raios-X e raios gamas
mais energéticos), para que se consiga ejetar elétrons do gás (ionizando-o). Nos segundos, há a
produção de luz, tanto quando ejeta-se elétrons dos átomos do material que o compõe tanto quando
excita-os. Os detectores a gás possuem a eficiência de apenas 45%, contribuindo para o aumento da
radiação que incide sobre o paciente.

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a)

Figura 41: a) componentes da TC; b) pórtico com suas partes.


Fonte: adaptado de Bushong, 2007.
Da mesma forma que no equipamento de Raios-X convencional, a TC também possui um
colimador que é útil para a redução de doses de radiação, bem como para melhorar o contraste da
imagem mediante a redução da radiação dispersa.
O colimador é feito com átomos que possuem número atômico elevado, por exemplo, o
chumbo. Ele impede que a radiação que vem da fonte seja espalhada, concentrando o feixe em uma
região menor do paciente, que é aquela que se quer analisar, conforme pode-se observar na Figura
42.
Enquanto que na radiologia convencional existe apenas um colimador, na TC existem dois,
conforme pode-se observar na Figura 42.

65
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Figura 42: colimadores.


Fonte: adaptado de Bushong, 2007.

O colimador pré-paciente limita a área do paciente que intercepta os Raios-X e determina a


dose ao paciente. Já o colimador pré-detector reduz a radiação dispersa, melhorando o contraste da
imagem.
Gerador de alta voltagem: todos os sistemas de imagem de TC trabalham com fontes de
alta frequência. Na maioria dos aparelhos de TC é instalado o gerador de alta voltagem na roda
giratória do pórtico.
O número atômico dos átomos que constituem a mesa deve ser baixo para não interferir na
radiação que chega ao detector. Geralmente é usado o Lítio ou o Berílio.
Ordenador: o ordenador deve ser capaz de um grande número de processamento,
resolvendo, dependendo do exame, até 250.000 equações, necessitando, portanto, de uma grande
capacidade de computação. Sua principal função é a reconstrução de imagem.
A eficiência dos exames está influenciada, principalmente, pelo tempo de reconstrução da
imagem, pois se o ordenador é capaz de reconstruir rapidamente, com mais projeções no mesmo
tempo, há menor exposição ao paciente.
Tendo em vista que a dose é diretamente proporcional ao tempo de exposição e à corrente
elétrica (quanto maior é a corrente elétrica, mais fótons de Raios-X são produzidos). Se há mais
fótons é mais provável que esses interajam com a matéria, podendo gerar os efeitos diretos e
indiretos, tendendo a prejudicar mais o paciente. Pelo mesmo motivo, a dose é diretamente
proporcional ao tempo, pois se o paciente fica exposto a mais radiação, o seu corpo fica em contato
com mais fótons, havendo maior probabilidade deles interagirem com o corpo dele.
Mesa de trabalho: a TC pode utilizar de duas a três mesas de trabalho. Uma para o técnico
ajustar o sistema, outra para o técnico fazer o pós-processamento da imagem, como fotografar e
selecionar e a terceira mesa pode estar disponível para que o médico veja as imagens e manipule o
seu contraste, o tamanho e a aparência visual geral.
A qualidade da imagem, que aparece na tela, dependerá do número de pixels que formam a
imagem.

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A absorção de Raios-X nos tecidos depende do coeficiente de atenuação linear, que por
sua vez depende do número atômico dos átomos que constituem o tecido e da energia dos Raios-X.
A quantidade de radiação que penetra no paciente também é determinada pela densidade da massa
na parte do corpo estudada.
A resolução de contraste é melhor na TC do que na radiografia convencional,
principalmente pela utilização do colimador pré-detector, que diminui drasticamente a radiação
dispersa, pois como o colimador é feito de material que possuí átomos com número atômico alto
absorve a radiação espalhada, como pode-se observar na Figura 42.
Na TC pode-se utilizar meios de contraste a base de iodo, cuja densidade permite não só
dissociar vasos como demonstrar processos dinâmicos de funcionamento dos órgãos estudados.

4.6.3.5 Vantagens e desvantagens da TC:


Segundo Koch, Ribeiro e Tonomura (1997), Bushong (2007), Garcia (2002) e Haaga (2006)
a TC apresenta as seguintes vantagens:
• possibilidade de processar imagem a qualquer momento, através de dados armazenados
em discos magnéticos;
• obtenção de imagens em cortes, sem sobreposição;
• capacidade de identificar os componentes dominantes das estruturas;
• capacidade de identificar diferentes densidades.
Possui as seguintes desvantagens:
• alto custo;
• utiliza radiação ionizante.

Questões:
1. Explique o funcionamento da TC de 4º geração.
2. Quais são as vantagens da Tomografia de 4º geração em relação à tomografia linear?
Proponha melhorias nessa Tomografia.
3. Explique a Figura 41: a) componentes da TC; b) pórtico com suas partes.
4. Faça uma tabela com as diferenças e semelhanças entre a TC, a Tomografia Linear e a
Radiologia Convencional?
5. Qual a vantagem de existir um colimador pré e pós-detector?
6. Cite três vantagens e três desvantagens da TC?
7. Quais os conceitos físicos envolvidos na seção 4.6.3 Texto 3: Tomografia?
8. Há alguma palavra na seção 4.6.3 Texto 3: Tomografia que não foi compreendida? Se
houver, escreva-a abaixo.
9. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do estudado na seção 4.6.3 Texto 3:
Tomografia.
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4.6.4 Texto 4: Tomografia Computadorizada Helicoidal7


A TC Helicoidal recebeu esse nome devido ao fato do tubo de Raios-X realizar um
movimento semelhante a uma espiral, de forma análoga a uma mola, conforme pode-se observar na
Figura 43.
Isso facilita exames que possuem dificuldade de realização devido ao movimento de
respiração, pois como são exames mais rápidos, o paciente precisa ficar pouco tempo imóvel.
O tubo de Raios-X se movimenta circularmente (Figura 44). Enquanto ocorre o exame, a
cama onde está deitado o paciente vai se movendo para dentro do equipamento, conforme pode-se
observar na Figura 44.

Figura 43: construção da imagem.


Fonte: Bushong, 2007.

Figura 44: movimento tubo Raios-X.


Fonte: adaptado de Bushong, 2007.

7
Texto baseado em Bushong (2007).

68
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4.6.4.1 Aquisição de imagens


A TC helicoidal é possível devido à tecnologia de anel deslizante, que são dispositivos
eletromecânicos que conduzem eletricidade e sinais elétricos através de anéis e contatos eletrônicos
de uma superfície rotatória a uma fixa. Também é devido a melhorias no tubo de Raios-X, na secção
de alta voltagem e na matriz detectora.
Anéis deslizantes: uma das superfícies é um anel liso e a outra é um anel com contatos
eletrônicos que rastreiam o sinal do anel liso. A tecnologia dos anéis deslizantes permite a rotação
continua e ininterrupta do pórtico.
Nesse sistema de pórtico e anéis deslizantes, a potência e os sinais elétricos se transmitem
através dos anéis rugosos aos anéis lisos, eliminando a necessidade de cabos elétricos que
impossibilitam a rotação continua.
Os contatos eletrônicos que transmitem a potência aos componentes do pórtico deslizam
em sulcos de contato no anel liso que são estacionários.
Normalmente, utilizam-se três anéis deslizantes no pórtico. Um proporciona potência de alta
voltagem ao gerador de Raios-X (responsável por fornecer diferença de potencial suficiente para
acelerar os elétrons que ao colidirem com o ânodo produzem Raios-X). O segundo proporciona baixa
voltagem aos sistemas de controle no pórtico rotatório (responsável por fornecer elétrons ao gerador
de Raios-X e pelo movimento do pórtico). O terceiro anel transfere dados digitais da matriz detectora
rotatória. Alguns equipamentos utilizam RF para a transferência de dados.
O pórtico, os anéis lisos e rugosos estão esquematizados na Figura 45.

Figura 45: anéis deslizantes.


Fonte: Adaptado de Bushong, 2007.

Tubos de Raios-X: os tubos de Raios-X do equipamento de TC helicoidal fica ligada 1


segundo a cada 6 á 10 segundos e, portanto, necessitam manter níveis de potência elevados, dessa
forma as altas capacidades térmicas e a potência de esfriamento são características dos tubos de
Raios-X do equipamento de TC helicoidal.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

A maioria dos equipamentos utiliza tubos de Raios-X com dois pontos focais (de onde é
emitida a radiação). O ponto focal pequeno é usado para exames de alta resolução e o grande para
estudo de partes anatômicas grandes.
Detectores de Raios-X: a eficiência da matriz detectora de Raios-X reduz a dose ao
paciente, permite um tempo de análise mais rápida e melhora a qualidade da imagem.
Geração de alta voltagem: em um aparelho de TC helicoidal os dois geradores de alta
voltagem devem ser ajustados a potência máxima (P), que depende de cada equipamento, pois
assim, em menos tempo (t) realizarão mais trabalho (W) (lembrar que a potência é calculada por
P=W/t).

4.6.4.2 Tomografia Computadorizada de múltiplos cortes (Multicortes)


Na década de 90, foi melhorada a TC helicoidal introduzindo duas matrizes detectoras,
conforme pode-se observar na Figura 46. Tal TC tem, inicialmente, por objetivo produzir dois cortes
helicoidais no tempo em que anteriormente se produzia uma. Por este motivo há pelo menos duas
vantagens desta tomografia em relação as outras: analisar a mesma anatomia na metade do tempo
ou analisar o dobro de anatomia no mesmo tempo. Esses equipamentos melhorados são chamados
de TC de múltiplos cortes. Atualmente este tipo de TC pode fazer mais de dois cortes helicoidais ao
mesmo tempo.

Figura 46: matrizes detectoras de dois cortes.


Fonte: Bushong, 2007.

Há duas características que diferenciam este equipamento dos demais: 1º) ao invés de
possuir apenas uma matriz possui duas ou mais matrizes paralelas que contem milhares de
detectores individuais; 2º) essas matrizes com esses vários detectores exigem um ordenador muito
rápido e de alta capacidade.
Matriz detectora de múltiplos cortes: hoje existem equipamentos que possuem matrizes
detectoras que realizam até 16 cortes simultaneamente.
A matriz detectora de múltiplos cortes mais simples é aquela de quatro cortes e de
espessura igual, possuindo um fator de deslocamento do feixe de dois por um. Portanto, o
deslocamento da cama do paciente é o dobro da espessura do feixe de Raios-X, conforme pode-se
ver na equação 8. A largura de cada matriz é de 5 mm, resultando em 4 cortes de 5 mm cada um.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

(8)

⎛ deslocamento da cama do paciente ⎞


fator de deslocamento do feixe = ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ espessura do feixe de raios X ⎠

O fator de movimento de rastreamento helicoidal é a relação entre o movimento da cama do


paciente e a colimação do feixe de Raios-X. Um aumento no fator de movimento de 1:1 aumenta o
volume do tecido que pode ser analisado, com uma dose de radiação menor ao paciente.
Essa forma de aquisição de imagem permite a combinação dos sinais detectados para
produzir cortes de 1 mm e de 2 mm, conforme pode-se observar na Figura 47. Uma aquisição de
imagem com um corte mais largo resulta em uma melhor resolução de contraste para o mesmo ajuste
de mA, já que o sinal detectado é maior.

Figura 47: matriz de quatro detectores que permite que modifique a largura do corte.
Fonte: Bushong, 2007.

Entretanto, essa melhora na resolução de contraste vem acompanhada por uma redução da
resolução espacial, devido ao aumento do tamanho do vóxel (pixels em três dimensões). Contudo,
pode-se analisar um volume de tecido maior com resolução de contraste original a um ajuste de mA
menor, pois assim haverá menor absorção da radiação.
O fator de deslocamento do corte tem a mesma formulação que o fator de deslocamento do
feixe, exceto que, no denominador, que é a espessura do corte ao invés da espessura do feixe de
Raios-X, conforme figura (9).
(9)

⎛ deslocamento da cama do paciente ⎞


fator de deslocamento do corte = ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ espessura do corte ⎠

O fator de deslocamento do corte tem pouca utilidade na TC helicoidal de múltiplos cortes,


pois os detectores geralmente estão dentro da espessura dos feixes de Raios-X a não ser que o
colimador não esteja adequadamente ajustado.

71
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

A TC helicoidal tem algumas vantagens sobre a TC convencional: a) redução da perda de


definição por movimento, pois o exame é ininterrupto; b) redução do tempo de análise, portanto há
menos radiação sobre o paciente e c) aumento do volume do tecido que se pode analisar no mesmo
tempo. Estas melhorias permitem que a TC tenha contraste e versatilidade compatíveis com a RMN.

Questões:
1. O que difere a TC da TC helicoidal?
2. A largura do corte de um exame de TC helicoidal de múltiplos cortes é de 0,5 mm. Se a
cama do paciente avança 8 mm por volta, qual é o fator de deslocamento do corte?
3. Quais são as diferenças e semelhanças estudadas entre a TC helicoidal e a TC
helicoidal de múltiplos cortes?
4. Cite três vantagens e três desvantagens da TC helicoidal?
5. Quais são os conceitos físicos envolvidos na seção 4.6.4 Texto 4: Tomografia
Computadorizada Helicoidal?
6. Há alguma palavra na seção 4.6.4 Texto 4: Tomografia Computadorizada Helicoidal que
não foi compreendida? Se houver, escreva-a abaixo.
7. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do que foi estudado na seção 4.6.4
Texto 4: Tomografia Computadorizada Helicoidal.

4.7 Atividade 6: Estudos em grupo

Síntese: divide-se a sala em grupos compostos por quatro alunos. Em cada grupo haverá
uma pessoa que estudou cada um dos textos (4.6 Atividade 5: colagem e questões). Os integrantes
dos grupos têm como objetivo dessa atividade, discutir os textos e resolver em conjunto com o seu
grupo de estudo as questões, de modo que todos os aprendizes tenham todas as respostas e
debatido todos os textos.

72
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5. Aulas 9 e 10

5.1 Esquema de trabalho

Concepções alternativas: para Driver apud Filho e Jacques (2008), as conceitualizações


de energia são vistas como:
• associada somente a objetos animados;
• um agente armazenado em certos objetos;
• um fluído, ingrediente ou produto;
• vinculado a força e a movimento;
• combustível;
• a conservação de energia não é vista como necessária pelos estudantes.

Organizador Prévio:
Objetivo do organizador: propiciar interação entre os conceitos novos com os já existentes
na estrutura cognitiva dos alunos, buscando favorecer a aprendizagem significativa. Mais
especificamente utilizar um filme http://www.youtube. com/watch?=bTzr6Ulw_e0 que traz a ideia de
colisões presentes em uma mesa de sinuca, para que sirva como base para a aprendizagem
significativa de colisões nos cíclotrons.

Descrição do organizador prévio: utiliza-se um filme curto


(http://www.youtube.com/watch?v=bTzr6Ulw_e0), na qual um mestre em sinuca faz várias
demonstrações de jogadas possíveis.
Os alunos serão indagados quanto às semelhanças e diferenças entre as colisões
existentes em uma mesa de sinuca e as existentes em um cíclotron, debatendo sobre isso.
A interação cognitiva deverá ocorrer quando os alunos perceberem as diferenças e
semelhanças entre as colisões existentes em uma mesa de sinuca e as existentes no interior do
cíclotron.

Situação-problema: durante muito tempo imaginou-se que os olhos imitiam radiação que
incidia sobre os objetos que a refletiam e que essa radiação, segundo essa teoria, era vista pelo
observador. Hoje, na PET, ocorre algo semelhante. O pósitron (antipartícula do elétron) e o elétron ao
interagirem se aniquilam, transformando a massa dos dois em energia, segundo a equação de
Einstein E= m.c². Se você fosse professor do Ensino Médio (EM) como você explicaria as diferenças
e semelhanças entre os dois fatos narrados para seus alunos? Como você provaria que a teoria de
emissão de radiação pelos olhos está incorreta?

Assunto: meia vida, radioatividade, radioisótopos, radiação gama e beta.


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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Conceitos: energia, massa, velocidade, conservação de energia e do momentum, raios


gama, radiação beta, nêutron, próton, elétron, neutrino, força nuclear forte, força nuclear fraca, força
elétrica, meia vida, radiofármacos, radioisótopos, molécula orgânica, aniquilação de pares, atividade
radioativa.
Aplicação: Medicina Nuclear, PET, SPECT.

Atividades: inicialmente assiste-se ao filme “O Discreto Charme das Partículas


Elementares”. Posteriormente discute-se o filme através de algumas questões. Na sequência, realiza-
se uma apresentação expositivo-dialogada através de projetor multimídia, que será intercalada com
simulação computacional. A seguir, há algumas questões relativas ao que foi trabalhado na aula
expositiva, que serão debatidas em “mesa redonda”. Por fim, em grupos, apresentarão os painéis de
todos os equipamentos fazendo, simultaneamente, uma linha histórica, explicando as partes
principais, os conceitos físicos envolvidos, as suas vantagens e desvantagens, tanto para as pessoas
quanto para o meio na qual elas vivem, seu histórico, de modo a fazer a reconciliação integradora
proposta por Ausubel (2002).

Objetivos específicos: auxiliar os alunos a aprenderem, significativamente, sobre Medicina


Nuclear, PET e SPECT a partir dos assuntos propostos para a aula, através de materiais alternativos.

Metodologias: filme: “O Discreto Charme das Partículas Elementares”, questões, debates,


aula expositiva-dialogada, simulação computacional, apresentação painéis e confecção linha do
tempo.

Testes para buscar indícios de aprendizagem significativa: entrega do mapa


conceitual.

5.2 Atividade 1. Filme: “O Discreto Charme das Partículas


Elementares”.

Duração: aproximadamente 40 minutos


Síntese: o filme aborda algumas partículas elementares (incluindo algumas que ainda não
foram encontrados indícios experimentais da sua existência), suas características, a importância de
algumas delas, o modelo padrão e a contextualização. Relata, também, brevemente sobre a teoria do
Big Bang e a interação das partículas elementares.
Depois será feita uma discussão a respeito do filme e respondido as seguintes questões:
Questões:
1. O que são partículas elementares?
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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

2. Os elétrons, os prótons e os nêutrons são as menores partículas que existem?


3. O que é LHC? Como ele funciona?
4. Quais das partículas elementares são usadas na SPECT, na PET e na braquiterapia?
5. Explique, a partir do filme e do que você sabe, a teoria do Big Bang?
6. Quais são os quatro tipos de forças existentes? Explique cada uma delas e exemplifique-
as.
7. O que é modelo padrão?
8. Explique o princípio da incerteza.
9. Faça um mapa conceitual a partir do filme.

5.3 Atividade 2: expositiva-dialogada

Síntese: nesta atividade, a pesquisadora apresentará no projetor multimídia os seguintes


assuntos: meia vida, radioatividade, radioisótopos, radiação gama e beta relacionando com as
aplicações na PET e na SPECT. Essa atividade será intercalada com simulações computacionais.

5.4 Atividade 3: Estudos em grupo

Síntese: os alunos da sala serão divididos em três grupos. Cada um dos quais debaterão
um dos textos e resolverão em conjunto as questões presentes no final dos textos, para que todos os
aprendizes tenham todas as respostas e tenham debatido os textos.

5.4.1 Texto 1: Medicina Nuclear


5.4.1.1 História
De acordo com Sorenson (1987), a história da Medicina Nuclear se mescla com as
descobertas da Física Nuclear no final do século XIX. Foi necessária a contribuição de várias ciências
para a formação dessa tecnologia, tais como a Física, a Química, a Biologia e a Medicina.
Na década de 70, surgiu a PET e a SPECT.

5.4.1.2 Visão geral da Medicina Nuclear


Segundo Dimenstein (2002), a Medicina Nuclear é uma especialidade médica, utilizada para
formar imagens do corpo, revelando dados sobre a anatomia e a função de órgãos, além de tratar
doenças.
Nos exames de Medicina Nuclear, uma pequena quantidade de material radioativo é
absorvido pelo corpo via injeção, oral ou inalação.

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Segundo Machado (2006), para produzir radiações em partes específicas do corpo humano
utilizam-se radiofármacos. Um radiofármaco incorpora dois componentes: um radioisótopo, partícula
emissora de radiação beta, para tratamento terapêutico ou partícula emissora de radiação gama, para
diagnóstico e uma molécula orgânica com fixação preferencial em determinado tecido ou órgão.
A emissão de radiação pelos elementos radioativos deve-se à instabilidade atômica. Esses
elementos são chamados de radioisótopos e emitem radiação eletromagnética (gama) e/ou
corpusculares (beta).
Segundo Machado (2006), as moléculas orgânicas mais utilizadas são o Nitrogênio, o
Oxigênio, o Flúor e o Carbono, pois:
• compreende-se bem a química orgânica;
• os átomos de O, N e C estão presentes em quase todo o corpo;
• o pósitron emitido pelo flúor possuí uma baixa energia (635 keV), se comparado a maioria
dos outros pósitrons. Quanto menor é a energia, menor é a distância percorrida pelo pósitron antes
de se aniquilar com o elétron, logo a incerteza entre o lugar de aniquilação é também menor.
Nos exames de Medicina Nuclear são utilizados diferentes emissores gama, aos quais são
caracterizados pelo tipo de energia de emissão, constante de desintegração e a meia vida do
material.
Segundo Sorenson (1987), após administrado ao paciente o material radioativo, uma
câmera especial é utilizada para formar as imagens do corpo. A câmera (normalmente chamada de
gama-câmara) possui detectores que captam a radiação gama emitida pelo corpo, de forma análoga
aos detectores nos equipamentos de Raios-X. Na Figura 48 há uma imagem de um desses
detectores.

Figura 48: detector.


Fonte: Dimenstein, 2002.

De acordo com Dimenstein (2002), essa câmara possui um sistema de colimação com
múltiplos furos, um cristal de cintilação de NaI (iodeto de sódio) e um conjunto de fotomultiplicadores
ligados a circuitos eletrônicos de posicionamento e energia.
Segundo Dimenstein (2002) as principais características e propriedades físicas dos
detectores a base de cintilação então na Tabela 3. Na primeira coluna há o símbolo e o nome dos
materiais que formam os detectores de cintilação. Na segunda coluna há a densidade dos materiais
que formam os detectores de cintilação. Na terceira coluna, há o comprimento de onda emitido pelo
detector quando absorve a radiação ionizante e a transforma em mais ondas, porém com menos
energia que as radiações ionizantes para tecidos biológicos, utilizados na Medicina Nuclear.

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Tabela 3: características dos detectores de cintilação.


Fonte: Dimenstein, 2002.
Cintilador (g/cm³) λ (nm)
NaI (iodeto de sódio) 3,67 410
BGO (Germânio 7,13 480
bismuto).
BaF2 (fluoreto de bário). 4,89 310
Segundo Dimenstein (2002), os isótopos radioativos mostram a localização da anatomia
com a emissão de partículas detectáveis ou sob a forma de Raios gama (fóton). A detecção
localizada de muitos fótons de radiação gama permite formar imagens que informam sobre o estado
funcional dos órgãos.
Os materiais nucleares podem ser usados para criar traçadores radioativos, que podem ser
injetados na corrente sanguínea. Os materiais radioativos podem ser utilizados como traçadores, pois
podem agir de duas formas: 1º) emitir radiação gama; 2º) emitir pósitron que, ao se encontrar com
sua antipartícula (elétron), libera radiação gama através da aniquilação de pares.
Alguns traçadores trafegam pelo sangue, permitindo que a estrutura dos vasos sanguíneos
possa ser observada. Esse método de observação permite que coágulos e outras anormalidades do
sangue possam ser detectadas.
Certos órgãos concentram diferentes tipos de substâncias químicas, por exemplo, a
glândula tireóide acumula iodo, assim, a injeção de iodo ligado a um radioisótopo radioativo na
corrente sanguínea, poderá revelar certos tumores da tireóide. Como os radioisótopos emitem
radiação gama, os detectores fora do corpo captam essa informação, detectando onde há câncer.
Como as células cancerígenas se reproduzem mais do que as demais células elas, no caso da
glândula tireóide, absorvem mais iodo, havendo, desta forma mais emissão de radiação no local onde
há células cancerígenas.
Segundo Sorenson (1987), os radioisótopos usados na Medicina Nuclear decaem, em
questão de anos, dias, horas ou até mesmo minutos e são eliminados pela urina ou pelas fezes.
Segundo Dimenstein (2002), utiliza-se, na Medicina Nuclear, principalmente, as partículas
beta e a radiação gama. Os Raios gama são detectados por um equipamento apropriado, a Câmara
Gama, que será melhor aprofundado na seção 5.4.3 Texto 3: Tomografia Computadorizada por
Emissão de Fóton Único (SPECT).

5.4.1.3 Vantagens e desvantagens


Segundo Koch, Ribeiro e Tonomura (1997), Sorenson (1987) e Dimenstein (2002) há as
seguintes vantagens e desvantagens da Medicina Nuclear:
1º) a principal limitação da Medicina Nuclear é o custo. No entanto, é impossível observar
muitos processos fisiológicos sem ser por meios cirúrgicos ou através da Medicina Nuclear.

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2º) a quantidade de radiação que o paciente recebe num exame de Medicina Nuclear é
menor do que a radiação recebida em outros exames que utilizam radiação ionizante.
3º) a concentração de radiofármacos é tão baixa que não há perigo de interferir
significativamente com os processos fisiológicos.
Há várias técnicas de diagnóstico com imagens na Medicina Nuclear. Entre essas técnicas
estão:
• PET;
• SPECT;
• imagem cardiovascular;
• varredura óssea.
Todos esses métodos usam elementos radioativos nos exames. Serão vistas as
características dos dois primeiros, respectivamente, nas seções 5.4.2 Texto 2: Tomografia por
Emissão de Pósitrons (PET) e 5.4.3 Texto 3: Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton
Único (SPECT).

Questões:
1. O que é Medicina Nuclear?
2. O que são radioisótopos?
3. Relembrando: O que é meia vida e atividade?
4. Quais são os conceitos físicos envolvidos na seção 5.4.1 Texto 1: Medicina Nuclear?
5. Há alguma palavra na seção 5.4.1 Texto 1: Medicina Nuclear que não foi compreendida?
Se há escreva abaixo.
6. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do que foi estudado na seção 5.4.1
Texto 1: Medicina Nuclear.

5.4.2 Texto 2: Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)


5.4.2.1 História
Segundo Machado (2006), o desenvolvimento da PET ocorreu a partir de 1950, quando foi
feita a primeira imagem com o aparelho, desenvolvido no laboratório de pesquisas de
Massachussets.

5.4.2.2 Exame
De acordo com Machado (2006), o exame da PET é utilizada apenas em alguns hospitais,
pois é necessário um cíclotron que produza o material radioisótopo, que tem meia-vida de apenas
algumas horas.
Segundo Sorenson (1987), o radioisótopo mais utilizado é o Flúor (F-18), que tem meia vida
de 109,6 minutos. Esse material emite um pósitron que surge da transformação de um próton em

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nêutron o qual, numa reação de aniquilação de pares, emite dois Raios gamas em direções opostas,
com energia de 0,511 MeV cada, conforme pode-se observar na equação 10.
(10)

e- + e+ γ+γ

A Figura 49 mostra um equipamento da PET.

Figura 49: aparelho que realiza o exame da PET.


Fonte: www.ipen.br.

Segundo Dimenstein (2002), utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo


(normalmente Flúor-18) e injeta-a no paciente. As regiões que estão metabolizando mais
intensamente do que as demais, tais como tumores ou regiões do cérebro em intensa atividade,
aparecerão em vermelho na imagem criada pelo computador.
Um computador produz uma imagem tridimensional da área, distinguindo as intensidades
de atividades das diferentes regiões do órgão analisado.
Os pósitrons são as antipartículas dos elétrons, quando ambos se encontram, ocorre a
aniquilação de pares havendo a emissão de radiação. Os pósitrons não chegam a percorrer uma
distância significativa depois de sua emissão, mas, por esse motivo, é impossível detectar
diretamente onde encontram-se os radioisótopos.
Como já mencionado, a aniquilação pósitron-elétron gera dois Raios gamas com direções
opostas e cuja direção e comprimento de onda podem ser convertidos na posição e energia do
pósitron que os originou.
Exemplificando: se há um par de pósitron-elétron que são aniquilados, por exemplo, no
córtex visual, eles emitiram radiação. Esta arrancará elétrons do detector, que serão acelerados,
devido ao uma ddp, incidirão no monitor de vídeo, excitarão elétrons do material que o constitui, estes
ao retornarem ao nível menos energético emitirão luz, mostrando a localização do par pósitron-
elétron. Dependendo da energia do pósitron, serão produzidos raios gama mais energéticos. Quanto
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maior for esta energia, mais elétrons a radiação vai extrair do detector, mais excitação haverá no
monitor, tornando a imagem mais clara, identificando, dessa forma, a posição e a energia do pósitron
que os originou. Há aparelhos que convertem estas diferentes intensidades nas cores do arco-íris.
Os radioisótopos, de acordo com Williams (1991), são formados incidindo nêutrons com alta
energia cinética em substâncias químicas.
Na PET, detecta-se os Raios gama emitidos do local onde um pósitron, emitido do
radioisótopo, colide com um elétron no tecido, conforme observa-se na Figura 50. Em a) radioisótopo
instável emitindo pósitron; b) pósitron se aproximando do elétron; c) encontro do pósitron e do elétron;
d) formação de dois raios gamas em direções opostas a partir da aniquilação do par pósitron-elétron.

Figura 50: produção de Raios gama a partir da emissão de pósitron.


Fonte: adaptado de http://saude.hsw.uol.com.br/Medicina-nuclear2.htm.

A PET pode gerar imagens em 3D ou em 2D semelhante ao que ocorre na TC.


Na PET, de acordo com Dimenstein (2002), uma substância radioativa é injetada no
paciente e este é colocado sobre uma mesa plana que se move gradualmente através de uma
cobertura em forma de anel. Conforme pode-se ver na Figura 51, esta cobertura contém um arranjo
circular de detectores de Raios gama, que possui uma série de cristais de cintilação, cada um
conectado a um tubo fotomultiplicador. O funcionamento destes cristais de cintilação estão explicados
na seção 4.6.1.2. Detectores de cintilação.
Os cristais convertem os raios gamas emitidos do paciente em fótons de luz e os tubos
fotomultiplicadores convertem os fótons em sinais elétricos e os amplificam. Estes sinais elétricos são
processados pelo computador, que, com auxílio de algoritmos, geram imagens a partir das energias e
direções de cada par de raios gama.
A mesa é então movida e o processo é repetido, gerando várias imagens da região de
interesse. Essas imagens podem ser montadas em uma representação tridimensional do corpo do
paciente.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

A PET mostra imagens dependendo do tipo de molécula que é radioativamente marcada.


Por exemplo, a PET pode exibir imagens do metabolismo da glicose no cérebro, ou do iodo na
tireóide.

Figura 51: esquema da varredura PET.


Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/Medicina-nuclear2.htm

Segundo Sorenson (1987), os PETs e TCs da mesma área são frequentemente analisados
simultaneamente para correlacionar informações fisiológicas com alterações morfológicas, a esses
aparelhos denomina-se de PET/CT. O equipamento sobrepõe as imagens metabólicas (PET) com as
imagens anatômicas (CT), produzindo assim um terceiro tipo de imagem.
Uma das vantagens da PET é que ela mostra imagens do cérebro em atividade, fornecendo
detalhes da função cerebral de áreas distintas do cérebro humano.

Questões:
1. Como ocorre a PET? Explique detalhadamente.
2. O que é PET/CT? Quais são as vantagens desse exame?
3. UFRGS (2007). O PET (Positron Emission Tomograpy ou Tomografia por Emissão de
Pósitron) é uma técnica de diagnóstico por imagens que permite mapear a atividade cerebral por
meio de radiações eletromagnéticas emitidas pelo cérebro. Para a realização do exame, o paciente
ingere uma solução de glicose contendo o isótopo radioativo flúor-18, que tem meia vida de 110
minutos e decai por emissão de pósitrons. Essa solução é absorvida rapidamente pelas áreas
cerebrais em maior atividade. Os pósitrons emitidos pelos núcleos de flúor-18, ao encontrar elétrons
das vizinhanças, provocam, por aniquilação de pares, a emissão de fótons de alta energia. Esses
fótons são empregados para produzir uma imagem do cérebro em funcionamento.

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Supondo que não haja eliminação da solução pelo organismo, que porcentagem da
quantidade de flúor-18 ingerido ainda permanece presente no paciente 5 horas e 30 minutos após a
ingestão?
a) 0 %
b) 12,50 %
c) 33,33 %
d) 66,66 %
e) 87,50 %
4. Quais conceitos físicos estão envolvidos na seção 5.4.2 Texto 2: Tomografia por
Emissão de Pósitrons (PET)?
5. Há alguma palavra na seção 5.4.2 Texto 2: Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)
que não foi compreendida? Se houver, escreva-a abaixo.
6. Faça um mapa conceitual com os principais pontos estudados na seção 5.4.2 Texto 2:
Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET).

5.4.3 Texto 3: Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único


(SPECT)
5.4.3.1 História
Segundo Dimenstein (2002), no final dos anos 70, foi desenvolvida a SPECT, por R.
Jaszczak.

5.4.3.2 Exame
A SPECT é uma técnica tomográfica de imagem Médica da Medicina Nuclear que utiliza
radiação gama. Na Figura 52 há uma imagem do aparelho que realiza a SPECT.

Figura 52: aparelho que realiza a SPECT.


Fonte: Dimenstein, 2002.

A SPECT é uma técnica similar à PET, mas as substâncias radioativas usadas na SPECT
possuem tempos de decaimento mais longos. Segundo Cavalcante (2000), neste tipo de exame,
geralmente é usado o Tecnécio que possui meia vida de 6 horas e vida média de 8h41min. Possuir

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

um tempo de decaimento mais longo é muito útil, pois dessa forma pode-se produzir o material
radioativo e armazená-lo por algum tempo. Sendo assim, não há necessidade da SPECT estar muito
próximo a um acelerador, pois pode-se produzir esse material radioativo e enviar para hospitais que
não possuem aceleradores.
Na PET o acelerador precisa estar mais próximo aos hospitais, pois o tempo de decaimento
é inferior. O flúor-18, mais usado neste tipo de exame, possui uma meia vida de 109,6min (1h50min)
e vida média de 159 min (2h39min), embora, o tempo de vida não seja fixo, podendo variar
dependendo das interações.
Na PET, há a análise dos raios gamas duplos, que são produzidos pela interação de um
pósitron com um elétron dos átomos que constituem o tecido que será analisado do paciente. Já na
SPECT há a emissão de fótons de raios gama produzidos pelo núcleo dos radionuclideos.
A imagem da PET é mais detalhada do que a imagem da SPECT, pois na PET são
analisados raios gamas duplos ao invés de simples, fornecendo imagens mais detalhadas.
Entretanto, a técnica de SPECT é menos cara que a PET. Além disso, os centros com SPECT são
mais acessíveis, porque não necessitam estar tão próximos quanto a PET de um acelerador de
partículas.

5.4.3.3 Captação da Imagem8


O radiofármaco é injetado no paciente e interage com os tecidos do corpo, assim, a
radiação é emitida. Ela é captada pelos detectores do equipamento e transformada em energia
elétrica. O computador decodifica essa energia formando imagens em 2D ou 3D, estas são
mostradas num monitor, analogamente a PET.
O SPECT usa a gama câmara para formar as imagens. Os componentes do sistema de
detecção da gama câmara são:
• Colimador: os raios gama não estão se dirigindo, unicamente, em direção ao
equipamento. Por isso, o colimador é usado para permitir que apenas aqueles Raios, que possuam
uma certa direção, possam atingir o detector.
Quanto maior a altura dos furos, maior será o processo de seleção dos fótons (os fótons
menos energéticos serão absorvidos e espalhados pelo ar através do efeito fotoelétrico e Compton,
respectivamente), melhor será a resolução da imagem (como apenas os elétrons mais energéticos
vão passar a imagem terá mais contraste) e pior será a sensibilidade de contagem (pois estando mais
longe muitos fótons serão absorvidos pelo ar não sendo utilizado para a produção de imagens).
Quanto maior o diâmetro dos furos, maior a sensibilidade de contagem e consequentemente menor a
resolução.
• Cristal: é o receptor da radiação. A radiação, depois de colimada, atinge o cristal e
interage com ele. Essa interação pode ser feita de quatro maneiras:

8
Texto baseado em Dimenstein (2002).

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

A Penetração Septal: os Raios Gama são emitidos em direção ao colimador, mas não
paralelamente a ele, sendo assim, há uma pequena chance da radiação atingir o cristal e interagir
com ele.
O Espalhamento do Objeto: os raios não são emitidos na direção dos buracos do colimador,
mas são espalhados pelo corpo e passam por eles, sendo detectados. Os raios perdem energia
durante o espalhamento e produzem um sinal menor no detector.
O Evento Válido: os raios gama são emitidos paralelamente aos buracos do colimador,
atravessa um deles e interage fotoeletricamente com o cristal, depositando toda a sua energia em
apenas um local. Essa interação é a melhor das quatro, pois todo fóton incidente é convertido
totalmente em energia elétrica.
A Detecção de Espalhamento: os raios gama são emitidos paralelamente aos buracos do
colimador, atravessa um deles e interage por espalhamento Compton com o cristal. Os Raios
espalhados podem interagir uma segunda vez com o detector. Para a imagem, essa segunda
interação é maléfica, pois causa a perda da nitidez.
• Fotomultiplicadores: multiplicam o sinal produzido pela luz incidente, em torno de 100
milhões de vezes, possibilitando que um único fóton seja detectado quando há pouca incidência de
radiação. Depois de ser arrancado elétrons das células fotoelétricas é passado esses elétrons por um
transdutor onde é amplificado a corrente elétrica, esta é processada pelo computador. Estudou-se os
fotomultiplicadores na seção 3.3.1 Grupo 1: Fluoroscopia, Fluoroscopia Digital.

5.4.3.4 Imagem
Para capturar a imagem de SPECT, a Gama Câmara é rotacionada em volta do paciente.
São capturadas múltiplas imagens bidimensionais (2D) do corpo.
Na maioria dos casos é dada uma rotação de 360 graus com a gama câmara para obter a
otimização na reconstrução.
Os equipamentos mais modernos têm mais de um detector. Quanto mais detectores o
equipamento tiver, maior será a área que ele captará a radiação simultaneamente. O que resultará
num menor tempo total de exame.
A resolução da imagem depende principalmente dos seguintes fatores:
• da energia: se a energia for muito baixa, há uma maior probabilidade da radiação ser
absorvida por efeito fotoelétrico, dessa forma menos radiação atravessa o paciente e, portanto menos
radiação é usada para produzir a imagem o que prejudica a formação dela;
• da eficiência de coleta: quanto mais o detector absorver radiação ionizante ejetando, a
partir dela, elétrons, mais eficiente é a coleta.
• da distância: a distância da fonte ao detector está ligada diretamente à eficiência de coleta.
Quanto menor à distância, maior a eficiência de coleta. É por isso que, no momento do exame, os
detectores do equipamento são aproximados do paciente.

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

• do tipo de buraco do colimador: cada tipo de buraco tem o seu campo de captação. O
colimador de furos paralelos capta radiação de uma área exatamente do tamanho da sua. O
colimador de furos convergentes capta radiação de uma área menor do que a dele. E o colimador
divergente capta radiação de uma área maior do que a dele.
A reconstrução tomográfica consiste em extrair informações a partir de projeções em vários
ângulos ao redor do paciente. No caso da SPECT, o objetivo da reconstrução é encontrar a
distribuição de radioisótopos depositados no órgão de estudo. Primeiro, são reconstruídos cortes
desse volume e depois eles são empilhados, de forma que o resultado seja dado em 3D.
No mapeamento através da PET e da SPECT, a cor preta significa atividade nula, ou seja,
que não esta sendo emitido radiação gama, enquanto o branco significa o nível mais alto de
atividade, ou seja, que está sendo emitido radiação gama.
Os equipamentos modernos convertem as várias tonalidades do cinza em tons das cores do
arco-íris, sendo que o vermelho representa a contagem mais alta, seguido do amarelo, depois do
verde, e assim por diante. Azul, violeta e preto representam os níveis mais baixos de atividade, na
ordem apresentada.

5.4.3.5. Vantagens e desvantagens


Segundo Dimenstein (2000), Sorenson (1987), Koch, Ribeiro e Tonomura (1997) e Garcia
(2002) uma série de fatores pode afetar a qualidade das imagens da Medicina Nuclear. Algumas
estão relacionadas ao desempenho do processo cintilográfico (transformação da radiação gama em
luz) e ao desempenho do detector, dos colimadores e dos circuitos elétricos, outras se referem ao
decaimento radioativo. Outras limitações que contribuem para a perda de sinal são a distância da
fonte ao detector, a atenuação do sinal pelo paciente, o espalhamento da radiação, etc. Essas
limitações estão relacionadas com o sistema de cintilação, pois os detectores não possuem
rendimento de 100%, ou seja, ele não capta toda a informação como foi visto na seção 4.6.1.2.
Detectores de cintilação. Para diminuir tais limitações pode-se, por exemplo, manter a distância do
paciente ao detector a mínima possível e ajustar o colimador.
Pode-se diferenciar a TC, a RMN, a PET e a SPECT em relação à fonte. Para a produção
de imagens a TC utiliza como fonte os Raios-X, a RMN utiliza como fonte um campo magnético e a
PET e a SPECT utilizam como fonte os radioisótopos. Entretanto, na PET há emissão de pósitrons
seguido da emissão de dois raios gama e na SPECT o radioisótopo emite diretamente um raio gama.

Questões:
1. Explique o nome SPECT.
2. Como ocorre o exame da SPECT? Explique detalhadamente.
3. Quais são os componentes do sistema de detecção da gama câmara? Explique cada um
deles.
4. Cite duas vantagens e desvantagens da SPECT em relação a TC.

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5. Faça um quadro comparativo entre RMN, TC, PET e SPECT.


6. Quais são os conceitos físicos envolvidos na seção 5.4.3 Texto 3: Tomografia
Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT)?
7. Há alguma palavra na seção 5.4.3 Texto 3: Tomografia Computadorizada por Emissão
de Fóton Único (SPECT) que não foi compreendida? Se há escreva abaixo.
8. Faça um mapa conceitual com os principais pontos do estudado na seção 5.4.3 Texto 3:
Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT).

5.5 Atividade 4: Mesa redonda

Síntese: em conjunto todos os alunos deverão debater os assuntos e os resultados


encontrados nas questões contidas no final dos textos das seções 5.4.1 Texto 1: Medicina Nuclear,
5.4.2 Texto 2: Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e 5.4.3 Texto 3: Tomografia
Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT).

5.6 Atividade 5: Apresentação das colagens

Síntese: os alunos serão divididos em dez grupos, cada um recebera uma imagem de um
equipamento com as partes estudadas. Eles deverão apresentar sobre o equipamento que
escolheram, estabelecendo, simultaneamente, uma linha histórica, utilizando várias ferramentas
como os mapas conceituais. Explicarão as partes principais, os conceitos físicos envolvidos, as suas
vantagens e desvantagens, tanto para as pessoas quanto para o meio no qual os equipamentos
estão inseridos, apresentado o histórico deles, de modo a fazer a reconciliação integradora proposta
por Ausubel (2002). Cada grupo colará em um cartaz as imagens dos equipamentos em um ordem
cronológica.
As apresentações versarão sobre: Medicina Nuclear: PET e SPECT; Radioterapia
(teleterapia, braquiterapia); Ressonância Magnética Nuclear; Ultrassonografia; Tomografia;
Fluoroscopia; Mamógrafo; Equipamento de Raios-X; Detectores de Radiação; Formadores de
Imagem Radiológica.

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7. Apêndice
7.1 Apêndice 1: fichas.

Mímica Mímica Mímica Mímica


Corrente elétrica Resistência elétrica Campo magnético Condutores

Mímica Mímica Mímica Mímica


Isolante Raios O que acontece se a Atração
Terra parar de girar?

Mímica Mímica Mímica Mímica


Repulsão Bússola Potência Elétrica Efeito Joule

Mímica Mímica Mímica Mímica


Choque Gerador Pilha Bateria

Mímica Mímica Mímica Mímica


Corrente continua Corrente alternada Hidrelétrica Transformador

Mímica Mímica Mímica Mímica


Solenóide Espira Fio Motor elétrico

Mímica Mímica Mímica Mímica


Pêndulo eletrostático Atritar eletricidade Eletromagnetismo

Mímica Mímica Mímica Mímica


Regra da mão direita Força magnética Multímetro Televisão

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


O motor Bússola A emissão de imagens O amperímetro
na televisão

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Uma campainha Um eletroimã O transformador O telefone

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


A Impressora Uma hidrelétrica. O trem bala Uma lâmpada
incandescente e uma
fosforescente.

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Um para-Raios Uma termoelétrica O Celular O cartão de lotação.

91
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Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Circuito elétrico Fusíveis Curto circuito Pisca-pisca

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Pilha Bateria Chuveiro Gerador

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Relógio medidor de luz Fio Terra Rabo quente Cabos de alta tensão

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Capacitores Bomba Nuclear Um imã Um condutor

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Um isolante Um semicondutor Um imantador Um galvanômetro

Como funciona? Como funciona? Como funciona?


A distribuição da energia O microfone A transmissão de som Como funciona?
elétrica A transmissão de
imagem

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Blindagem eletrostática Os Raios Painel solar Diodo

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Transistor Células Fotovoltaicas Fornos de indução Freio eletromagnético

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


Transmissão digital A troca de emissora de O poste de luz A captação de imagem
televisão por nossos olhos.

Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?


A radioterapia Os Raios X A determinação de A radio cirurgia
quanto tempo existiu um
determinado organismo
vivo
Como funciona? Como funciona? Como funciona? Como funciona?
O cíclotron A ressonância
magnética.

Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo


O que aconteceria se a Explique por que em um O tabuleiro tem alguma O que é eletrização por
Terra parasse de girar? tabuleiro todas as peças carga elétrica? Explique. indução?
são atraídas por ele.

Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo


O que acontece com os Como são formados os Como são formados os Quais são as formas que
polos do imã se ímãs artificiais? ímãs naturais? você pode fazer para se
partirmos ele em várias localizar, caso se
partes? perdesse?

92
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Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo


Por que a bússola Por que ao Como podemos ver o O que é campo
sempre fica orientada no aproximarmos um imã da campo magnético de um magnético?
sentido Norte Sul? bússola ela deixa (até imã?
que o imã estiver
próximo) de marcar os
polos norte e Sul
geográficos?
Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo Perguntas- Magnetismo
O que é limalha de As linhas do campo Para que serve o cálculo O que é magnetismo?
Ferro? magnético equivalem a o do campo magnético?
que?

Perguntas- Perguntas- Eletricidade Perguntas- Perguntas-


Eletromagnetismo O que é eletricidade? Eletromagnetismo Eletromagnetismo
O que é O que é amperímetro? Como podemos explicar
eletromagnetismo? o transformador a partir
das leis do magnetismo?

Perguntas- Perguntas- Eletricidade Perguntas- Eletricidade Perguntas- Eletricidade


Eletromagnetismo Por que a água no O que é resistência Como acontece a
O que acontece se chuveiro esquenta elétrica? corrente elétrica?
aproximarmos um imã da quando colocamos na
bobina? posição “inverno”?

Perguntas- Eletricidade Perguntas- Eletricidade Perguntas- Eletricidade Perguntas- Eletricidade


Em que utilizamos a Cite 2 exemplos de Cite 2 exemplos de Cite as principais
resistência elétrica? resistência em série. resistência em paralelo. características da
resistência em série.

Perguntas- Eletricidade. Perguntas- Eletricidade. Perguntas- Eletricidade Perguntas: Eletricidade.


Cite as principais O que é voltagem? Quais são as duas Leis Cite uma aplicação da
características da de Ohm? segunda lei de Ohm.
resistência em série.

Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade.


O que é efeito Joule? Quais são as fórmulas O que é resistividade? Qual a unidade de
das duas leis de Ohm? medida da resistência?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Qual a unidade de Qual a unidade de Qual a unidade de O que é potência
medida da corrente medida da voltagem e da medida da potência elétrica?
elétrica? força eletromotriz? elétrica?

Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas; Eletricidade.


Qual aparelho gasta Quais são os fatores que O que significa cada Ao arrastarmos o banco
mais aquele com maior influenciam na uma das incógnitas ao do automóvel para frente
potência ou aquele de resistência elétrica? lado R= V/i ? ou para traz, produz um
menor? grande atrito, esse atrito
produz uma voltagem
muito grande. Por que
não recebemos choque?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Perguntas:


Faça uma pergunta Faça uma pergunta eletromagnetismo. Eletromagnetismo.
sobre eletricidade. sobre magnetismo. Faça uma pergunta Quais são os efeitos
sobre eletromagnetismo. principais da corrente
elétrica?

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Como acontece o Qual a diferença entre O choque de 110 V ou Cite 7 formas de
Raios? Raios, relâmpago e de 220 V pode ser fatal? economizar energia.
trovão?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Por que uma pessoa Por que foi criado o Qual voltagem gasta Diga, pelo menos, um
molhada recebe um horário de verão? menos 110 V ou 220 V? mito que envolva energia
choque mais facilmente e Justifique. elétrica.
com mais intensidade do
que uma pessoa que
está seca?
Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade
O que é e o que faz um a)Qual a diferença entre Quais são as unidades O que são elétrons
gerador elétrico? potência dissipada e de medida da força livres?
potencia útil de um eletromotriz, da potencia,
gerador? b) Qual é da resistência, do
a fórmula de cada trabalho, da corrente e
um deles? da resistência elétrica?

Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade.


Qual a diferença de Por que é fácil uma Quais são as utilidades Quais são as utilidades
condutor e isolante? pessoa molhada levar dos bons condutores? dos maus condutores?
um choque?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Como a energia elétrica E como a energia Quais são as formas de O que é necessário para
é produzida nas elétrica chega até nossas produção de energia se ter uma hidrelétrica?
barragens? casas? elétrica?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Quais as formas de Qual a diferença entre O que é frequência? O que significa Hz?
energia podemos corrente contínua e
observar na hidrelétrica? corrente alternada?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Perguntas:


Por que a maioria dos Como podemos fazer Eletromagnetismo. Eletromagnetismo.
lugares eles utilizam para criar um imã? Cite Qual é a regra da mão O que é
Corrente Alternada? duas formas. direita? Qual sua eletromagnetismo?
Quais são as vantagens? utilização?

Perguntas Perguntas: Perguntas: Perguntas:


Quem foi Hans C. Eletromagnetismo. Eletromagnetismo. Eletromagnetismo.
Oersted (1777-1851)? E Como, em um ferro Qual é a lei de Ampere? Qual é a lei de Biot-
qual sua importante velho, levanta- se os Quais suas aplicações? Savart? Quais suas
descoberta no carros? aplicações?
eletromagnetismo?

Perguntas: Perguntas: Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Magnetismo.


Eletromagnetismo. Eletromagnetismo. Por que um corpo neutro O que é um corpo
Qual é a lei de Lenz? Quais são as atraí um corpo carregado?
importâncias dos carregado?
motores elétricos?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Magnetismo.


O que é eletrização por O que é eletrização por Quais são as principais Todos os materiais
contato? indução? características dos imãs? podem virar imã?
Justifique.

94
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Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Física Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Como são criados os Moderna. Cite 03 aplicações da A energia elétrica pode
imãs naturais? Faça uma pergunta energia elétrica em ser transformada em
sobre Física Moderna. nosso dia-a-dia. quais tipos de energia?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Quais as formas de Quais as formas de Quais as formas de Quais as formas de
produção da energia produção da energia produção da energia produção da energia
elétrica? Renováveis elétrica? Não elétrica? Poluentes elétrica? Menos
Renováveis. poluentes.

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Qual a diferença de O que é um sistema O que é aquecimento O que é efeito estufa?
reciclagem e conservativo? global? É provocado por
reaproveitamento? quais fatores?

Perguntas: Eletricidade Perguntas: A Física é Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Quais são os tipos de dividida em Física O que é potencia? Qual a diferença básica
energia e suas Clássica e Física entre um motor de carro
respectivas fórmulas? Moderna. Quais de 1800 cilindradas (ou
ramificações da Física 1.8) e um outro de 1300
fazem parte de cada uma cilindradas (1.3)?
delas?

Perguntas: Perguntas: Magnetismo. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Eletromagnetismo. Sabe-se que na lua não O que são os átomos? Faça um desenho
Como se forma o campo há campo magnético, Eles são constituídos de simbolizando um átomo
magnético ao redor da seria possível um quais partes principais? com suas partículas.
Terra? Qual a astronauta se localizar O elétron, o próton ou o
importância desse campo nesse nosso astro nêutron que se movem
magnético? usando uma bússola? na corrente elétrica? O
Por quê? que é corrente elétrica?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Por que é aconselhável Eletromagnetismo. Qual é a lei de Qual é a fórmula da lei
não se construir próximo Qual é a lei de Faraday? Coulomb? de Coulomb?
a fios de alta tensão?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Por que em dias secos o O que é carga elétrica Por que a força Entre duas cargas além
cabelo de uma pessoa elementar? E quantum eletrostática é mais forte da força elétrica há
fica eriçado quando ela de carga? que a gravitacional? também força
se penteia? gravitacional? Justifique.

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Qual a diferença entre Defina um elétron- volt. O que ocorre no interior O que significa corrente
campo elétrico e vetor Dê sua relação com a dos fios metálicos que real e corrente
campo elétrico? unidade legal do SI. lhes dá o poder de tornar convencional?
a noite clara como o dia?
Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.
Qual a diferença entre Eletromagnetismo. Qual a diferença entre O que significa dizer que
corrente contínua e Sendo que a velocidade resistor e resistência? a resistência de um
corrente alternada? dos elétrons num fio condutor é de 1 Ω?
condutor é muito
pequena, como se
explica que ao se acionar
um interruptor de luz , as
lâmpadas se acendam
quase que
instantaneamente?

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TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Qual a diferença entre Cite duas características O que faz parte da O que faz parte da
condutor ôhmico e não do condutor ôhmico? eletrostática? eletrodinâmica?
ôhmico?

Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Eletricidade. Perguntas. Eletricidade. Perguntas: Eletricidade.


Qual a semelhança entre O que é potencial O que é capacidade Qual a unidade de
Lei de Gauss e Lei de elétrico? elétrica? capacidade no SI?
Coulomb?
Perguntas: Eletricidade. Perguntas: Perguntas: Perguntas:
O que são receptores? Eletromagnetismo. Eletromagnetismo. Eletromagnetismo.
O que são ondas Como podemos fazer Por que lâmpada
eletromagnéticas? Cite para bloquear as ondas incandescente gasta
exemplos. eletromagnéticas em um mais que uma
presídio? Cite duas fosforescente?
formas.
Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física
Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O que são fótons? A luz é onda ou O que é efeito Cite duas aplicações do
partícula? fotoelétrico? efeito fotoelétrico?

Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física


Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
Como Galileu Galilei Quais são os dois Quais são as divisões Quais as principais
explicava a relatividade? nomes dados aos dois dadas a Física? características da
tipos de relatividade? Relatividade Geral?
Perguntas: Física Perguntas: Perguntas: Física Perguntas: Física
Moderna. Eletromagnetismo. Moderna. Moderna.
Quais as principais O que é Éter? Como a relatividade Qual é a velocidade da
características da restrita explica a luz?
Relatividade Restrita? dilatação do tempo?

Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física


Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O que acontece com um É possível um corpo O que são Raios X? Por que o nome Raios
corpo se ele viaja a (com massa) viajar a X?
velocidades próximas a velocidade da luz?
da luz? Justifique.
Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física
Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O que é radiação de um Como é o átomo de Como é o átomo de Como é explicado a
corpo negro? Rutherford? Bohr? emissão de espectros
pelo modelo do átomo de
Bohr?
Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física
Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
Qual é a teoria de Louis O que é o Principio da O que é antimatéria? Como acontece a fusão
de Broglie a respeito das Incerteza? nuclear? E qual a sua
ondas de matéria? importância?
Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física
Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O é fissão nuclear? E Seria possível um ET, Você acha que as Quais são alguns
qual a sua importância? semelhante a nós, de teorias se originam das estudos atuais dessa
antimatéria? Você experiências ou que as área da Física?
poderia abraça-lo? teorias originam as
experiências?

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Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Eletricidade


Moderna. Moderna. Moderna. O que constitui a
O que é decaimento Quais são algumas O que constitui a Física eletricidade?
radioativo? aplicações da Moderna e a Física
radioatividade? Clássica?

Perguntas: Eletricidade Perguntas: Eletricidade Perguntas: Física Perguntas: Física


O que constitui o O que constitui o Moderna. Moderna.
magnetismo? eletromagnetismo? Explique o principio da A Luz é onda ou
equivalência? partícula?

Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física


Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
Explique qual é o Quem desenvolveu o É possível a O que é energia
principio da incerteza? principio da incerteza? simultaneidade? relativística? Qual a
unidade de medida da
energia no SI?

Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física


Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O que é energia de A Física Moderna é Explique a teoria da Explique a teoria da
repouso? constituída de quais relatividade geral? relatividade restrita?
ramificações da Física?

Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física Perguntas: Física


Moderna. Moderna. Moderna. Moderna.
O que é a teoria do Pensava-se no inicio do
caos? estudo das partículas
que o átomo era
constituído de 3
partículas o elétron, o
próton e o núcleo, hoje
sabe-se que esses ainda
são constituídos por
partículas ainda,
menores, para estuda-las
são feitos grandes
acelerômetros. Cite dois
exemplos dessas
partículas.

Contas Contas Contas Contas


Temos em nossa Temos, em uma Temos as seguintes Duas resistências R1= 2
residência uma voltagem determinada situação, resistências: R1= 2 ohms e R2= 3 ohms
de 220 V, qual deve ser a que a Voltagem é 10 V e ohms, R2= 6 ohm e R3= estão ligadas em paralelo
corrente elétrica, para que a corrente elétrica é 4 ohms. Calcule a a uma bateria de 12 V.
não estragar um de 2 A, no segundo caso resistência equivalente: Calcule: a) a resistência
equipamento que possuí a voltagem é 20V e a a) Se a associação equivalente da
uma resistência de 20 Ω? corrente elétrica é 4 A. estiver em série. associação; b) a corrente
a) O sistema é Ôhmico? b) Se a associação i1 e i2; c) a corrente total
Justifique. estiver em paralelo. do circuito.
b) Faça o gráfico.

97
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Contas Contas Contas Contas


Sabemos que o trabalho Se tivermos uma Das barragens sai uma Aprendemos sobre a
é de 150 J e que a voltagem de 220 v, uma voltagem muito grande, regra da mão direita, com
quantidade de carga é 2 corrente de 2 A e uma supomos nesse exemplo base nela, na atração e
X 10³ C, qual será a força resistência de 5 Ω. Qual que seja de 2000 V, para repulsão de campos
eletromotriz no sistema? será a potência útil, a ser transportado nos fios eletromagnéticos resolva:
potência dissipada e a de alta tensão essa a)Dada a figura,
resistência? voltagem precisa ser determine a intensidade
diminuída para 500 V. do campo magnético
Suponha que a primeira resultante no coração.
bobina tenha 100 voltas Dados:
quanto deverá ter a µo=4π10 expoente -7
segunda bobina? i1=2 A
i2= 4 A

Contas Contas Contas Contas


Associam-se em série Duas resistências R1= 2 Temos um sistema Se um carro realiza o
dois resistores, sendo ohms e R2= 3 ohms ôhmico em que a trabalho de 200 J durante
R1= 10 ohms, R2= 15 estão ligadas em paralelo voltagem é 20V e que a 20 segundos e o outro
ohms. A ddp entre os a uma bateria de 12 V. corrente é 2A, qual é a realiza 400 J de trabalho
extremos da associação Calcule: a) a resistência resistência elétrica? em 1 minuto. Qual deles
é de 100 V. Determine: a) equivalente da Temos um fio de tem mais potência?
a resistência equivalente associação; b) a corrente comprimento de 6 Calcule a potência em
da associação; b) a i1 e i2; c) a corrente total metros, a área de 1 m² e cada um deles?
corrente que atravessa do circuito. resistividade de 1x 10-²,
os resistores; c) a qual a resistência,
voltagem em cada conforme a segunda lei
resistor. de Ohm?

Conta: Conta: Conta: Conta:


Um corpo possuí 4.10
20 Um corpo tem Considerando que e=
20
18
1,6.10
−19
C, quantos Determine, utilizando o
elétrons e 3,5.10 2.10 elétrons e valor de K no vácuo , a
prótons. Quanto a carga elétrons devem ser
18
retirados de um corpo intensidade da força
elétrica desse corpo 4.10 prótons. Como a eletrostática, entre duas
determine: para que sua carga
carga elétrica de um elétrica final seja 4 C. cargas puntiformes
a)O sinal. elétron e de um próton 1
b)A intensidade. vale em módulo 1,6.10 q= * 10 − 4 C ,
−19
C podemos afirmar
3
distanciadas 1 m uma da
que o corpo, podemos
outra.
afirmar que o corpo está
carregado com uma
carga elétrica de:
Conta: Conta: Conta: Conta:
Uma carga elétrica de Uma partícula de 2g Uma carga q= 2.10 C
−8 Determine a intensidade
prova q= 8.10 C é
−8 está parada quando é elevada a um ponto a, da corrente elétrica que
colocada em um ponto submetida a um campo cujo potencial é p= 100V, atravessa um fio,
onde a intensidade de magnético uniforme para um ponto b, onde o sabendo que a carga que
campo elétrico é E= vertical, com intensidade potencial p= 50V. o atravessa é de 32 C em
−3 de 500 N/C. Calcule a Determine o trabalho 4 s, em uma secção reta
5.10 n / c . Determine a carga elétrica da desse fio.
intensidade da força realizado pela força
partícula, considere elétrica nesse
elétrica atuante sobre a g=10m/s²
carga naquele deslocamento.
ponto.

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Conta: Conta: Conta: Conta:


Sabendo que 1200 A carga elétrica de um Num resistor de 22 Ω flui A ddp nos terminais de
elétrons atravessam por elétron é e= 1,6.10
− 19
C. uma corrente elétrica de uma lâmpada é de 3 V,
segundo a secção reta de em 10s 0,5 A. A ddp entre as sabendo que a i= 0,10ª, a
um condutor e que a extremidades do resistor potência dissipada na
carga elementar tem é em volts? lâmpada, em volts é?
intensidade e=
− 19
1,6.10 C . Calcule a
intensidade da corrente
elétrica nesse condutor.
Conta: Conta: Conta: Conta:
Temos um campo Temos a densidade de Temos uma energia
Nas especificações de elétrico de 30 N/C e uma 20 de carga. Sabendo potencial elétrica de 20 J
um chuveiro elétrico lê-se superfície de 30 m², tal que a permissividade no e uma carga de 2 C. a)
2200W e 220V. A campo faz um campo de vácuo é ε0= Qual é o potencial
resistência interna desse 180° com a superfície. 8,9.10
−12
C²/N. m². elétrico? B) Se for uma
chuveiro quando ligado Calcule o campo esfera, qual seria o seu
de acordo com as magnético que passa Raio?
especificações é de: nessa superfície.

Conta: Conta: Conta: Conta:


Se temos um capacitor Se temos um capacitor Se você utilizar 160 KW Medimos com um
de 220 C e uma voltagem de placas paralelas. durante um mês e se a multímetro os seguintes
de 10V. Qual a Sabemos que a tarifa de cada Kw/ h é de dados de uma lâmpada e
capacidade do capacitor? permissividade no vácuo 0,34 centavos. Quanto encontramos que a
é ε0= 8,9.10
−12
C²/N. m², você irá gastar no mês? voltagem em um circuito
a capacidade das placas é de 10 V, a corrente é
é 340 C/V, a distância de 5 A e a resistência de
entre elas é de 1 metro. 2Ω. Qual a potência útil,
Qual a área das placas? a potência dissipada e a
potência total? A
lâmpada tem um bom
rendimento? Qual o valor
do rendimento?

Conta: Conta: Conta: Conta:


Conhecemos a regra da A corrente elétrica nos Numa secção A blindagem
mão direita, se a condutores metálicos é transversal de um fio eletrostática é uma
velocidade dos elétrons é constituída de: condutor passa uma aplicação dos fenômenos
de 20 m/s para a direita, a) Elétrons livres no carga de 10C a cada eletrostáticos onde, por
o campo está entrando sentido convencional. 2,0s. A intensidade da exemplo, qualquer
na folha e vale 5 C, b) Cargas positivas corrente elétrica neste fio aparelho ou instrumento
ambos fazem um com o no sentido convencional. será de: dentro de uma esfera
outro um ângulo de 90° c) Elétrons livres no metálica oca eletrizada,
um com o outro e a carga sentido oposto ao em equilíbrio
é de 2 C. Qual o sentido convencional. eletrostático, não sofrerá
da força e seu valor? d) Cargas positivas influência elétrica do
no sentido oposto ao meio exterior. A
convencional. explicação Física para
esse fenômeno é:
Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:
Benjamin Franklin Hans C. Oersted Otto Von Guericke Joseph Priestley

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Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Charles Augustin de Michael Faraday James Clerk Maxwell Karl Friedrich Gauss
Coulomb

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Alessandro Volta Robert Van de Graaff Stephen Gray André- Marie Ampère

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Georg Simon Ohm Ernst Werner Von Thomas Alva Edison Alessandro Volta
Siemens

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Hans Christian Oesterd Jean- Baptiste Biot Wilhelm Eduard Weber Michael Faraday

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Heinrich Friedrich Emil Nikola Tesla James Clerk Maxwell Heinrich Rudolf Hertz
Lenz

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Albert Einstein Robert Andrews Millikan GalileuGalilei Marie Curie

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Joseph John Thomson Max Karl Ernst Ludwig Niels Bohr Louis De Broglie
Planck

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


Wolfgang Pauli Erwin Schrodinger Arthur H.Compton Enrico Femi

Cientistas: Cientistas: Cientistas: Cientistas:


César Lattes Marcel Grossmann Steven W. Hawking Edward Witten

100
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

7.2 Apêndice 2: tabuleiro.

Figura 53: tabuleiro.

101
 
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Textos de Apoio ao Professor de Física

n°. 1 Um Programa de Atividades sobre Tópicos de Física para a 8ª Série do 1º Grau


Axt., R., Steffani, M. H. e Guimarães, V. H., 1990.

n°. 2 Radioatividade
Brückmann, M. E. e Fries, S. G., 1991.

n°. 3 Mapas Conceituais no Ensino de Física


Moreira, M. A., 1992.

n°. 4 Um Laboratório de Física para Ensino Médio


Axt, R. e Brückmann, M. E., 1993.

n°. 5 Física para Secundaristas – Fenômenos Mecânicos e Térmicos


Axt, R. e Alves, V. M., 1994.

n°. 6 Física para Secundaristas – Eletromagnetismo e Óptica


Axt, R. e Alves, V. M., 1995.

n°. 7 Diagramas V no Ensino de Física


Moreira, M. A., 1996.

n°. 8 Supercondutividade – Uma proposta de inserção no Ensino Médio


Ostermann, F., Ferreira, L. M. e Cavalcanti, C. H., 1997.

n°. 9 Energia, entropia e irreversibilidade


Moreira, M. A., 1998.

n°. 10 Teorias construtivistas


Moreira, M. A. e Ostermann, F., 1999.

n°. 11 Teoria da relatividade especial


Ricci, T. F., 2000.

n°. 12 Partículas elementares e interações fundamentais


Ostermann, F., 2001.

n°. 13 Introdução à Mecânica Quântica. Notas de curso


Greca, I. M. e Herscovitz. V. E., 2002.

n°. 14 Uma introdução conceitual à Mecânica Quântica para professores do ensino médio
Ricci, T. F. e Ostermann, F., 2003.

n°. 15 O quarto estado da matéria


Ziebell, L. F., 2004.

v.16, n.1 Atividades experimentais de Física para crianças de 7 a 10 anos de idade


Schroeder, C., 2005.

v.16, n.2 O microcomputador como instrumento de medida no laboratório didático de Física


Silva, L. F. da e Veit, E. A., 2005.

v.16, n.3 Epistemologias do Século XX


Massoni, N. T., 2005.

v.16, n.4 Atividades de Ciências para a 8a série do Ensino Fundamental: Astronomia, luz e
cores
103
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Mees, A. A.; Andrade, C. T. J. de e Steffani, M. H., 2005.

v.16, n.5 Relatividade: a passagem do enfoque galileano para a visão de Einstein


Wolff, J. F. de S. e Mors, P. M., 2005.

v.16, n.6 Trabalhos trimestrais: pequenos projetos de pesquisa no ensino de Física


Mützenberg, L. A., 2005.

v.17, n.1 Circuitos elétricos: novas e velhas tecnologias como facilitadoras de uma
aprendizagem significativa no nível médio
Moraes, M. B. dos S. A., Ribeiro-Teixeira, R. M., 2006.

v.17, n.2 A estratégia dos projetos didáticos no ensino de Física na educação de jovens e
adultos (EJA)
Espindola, K. e Moreira, M. A., 2006.

v.17, n.3 Introdução ao conceito de energia


Bucussi, A., 2006.

v.17, n.4 Roteiros para atividades experimentais de Física para crianças de seis anos de idade
Grala, R. M., 2006.

v.17, n.5 Inserção de Mecânica Quântica no Ensino Médio: uma proposta para professores
Webber, M. C. M. e Ricci, T. F., 2006.

v.17, n.6 Unidades didáticas para a formação de docentes das séries iniciais do ensino
fundamental
Machado, M. A. e Ostermann, F., 2006.

v.18, n.1 A Física na audição humana


Rui, L. R., 2007.

v.18, n.2 Concepções alternativas em Óptica


Almeida, V. O.; Cruz, C. A. da e Soave, P. A., 2007.

v.18, n.3 A inserção de tópicos de Astronomia no estudo da Mecânica em uma abordagem


epistemológica
Kemper, E., 2007.

v.18, n.4 O Sistema Solar – Um Programa de Astronomia para o Ensino Médio


Uhr, A. P., 2007.

v.18 n.5 Material de apoio didático para o primeiro contato formal com Física; Fluidos
Damasio, F. e Steffani, M. H., 2007.

v.18 n.6 Utilizando um forno de microondas e um disco rígido de um computador como


laboratório de Física
Mai, I., Balzaretti, N. M. e Schmidt, J. E., 2007.

v.19 n.1 Ensino de Física Térmica na escola de nível médio: aquisição automática de dados
como elemento motivador de discussões conceituais
Sias, D. B. e Ribeiro-Teixeira, R. M., 2008.

v.19 n.2 Uma introdução ao processo da medição no ensino médio


Steffens, C. A.; Veit, E. A. e Silveira, F. L. da, 2008.

v.19 n.3 Um curso introdutório à astronomia para a formação inicial de professores de ensino
fundamental, em nível médio
104
TEXTOS DE APOIO AO PROFESSOR DE FÍSICA – IF – UFRGS- PARISOTO, M. F. & MORO, J. T.- v 21 n.3.

Gonzatti, S. E. M.; Ricci, T. F. dos S e Saraiva, M. F. O., 2008.


Sugestões ao professor de Física para abordar tópicos de Mecânica Quântica no
v.19 n.4 Ensino Médio
Soares, S.; Paulo, I. C. de e Moreira, M. A., 2008.

v.19 n.5 Física Térmica: uma abordagem histórica e experimental


Michelena, J. B. e Mors, P. M., 2008.

v.19 n.6 Uma alternativa para o ensino da Dinâmica no Ensino Médio a partir da resolução
qualitativa de problemas
Facchinello, C. S. e Moreira, M. A., 2008.

v.20 n.1 Uma visão histórica da Filosofia da Ciência com ênfase na Física
Peter, E. A, e Mors, P. M., 2009.

v.20 n.2 Relatividade de Einstein em uma abordagem histórico-fenomenológica


Damasio, F. e Ricci. T. F., 2009.

v.20 n.3 Mecânica dos fluidos: uma abordagem histórica


Oliveira, L. D. de e Mors, P. M., 2009.

v.20 n.4 Física no Ensino Fundamental: atividades lúdicas e jogos computadorizados


Herzog, Z. M. e Steffani, M. H., 2009.

v.20 n.5 Física Térmica


Marques, N. L. R. e Araujo, I. S., 2009.

Breve introdução à Física e ao Eletromagnetismo


v. 20, n. 6 Moreira, M.A., 2009.

Atividades experimentais de Física à luz da epistemologia de Laudan: ondas


v. 21, n. 1 mecânicas no Ensino Médio
Morini, L. B. M.; Veit, E. A. e Silveira, F. L. da, 2010.

v.21, n. 2 Aplicações do Eletromagnetismo, Óptica, Ondas, da Física Moderna e


Contemporânea na Medicina (1ª Parte)
Parisoto, M. F.; Moro, J. T., 2010.

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