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O Direito com relação a sociedade hebraica antiga, que teve sua importância extensiva
para humanidade, não pode ser considerado sem a compreensão histórica do qual estava
inserido, nesse contexto os judeus apresentam uma forte ligação de sua história atrelada a sua
religião. Religião esta que motivou a construção da identidade étnica deste povo, conforme se
depreende:
O Direito hebreu neste histórico cenário tem seu marco com os dez mandamentos,
porém antes disto haviam patriarcas que foram importantes na construção da identidade moral
judaica entre eles está Noé e Abraão. Então, percebesse que o Direito Hebraico se subdivide
em três partes que são: o Direito Moral, o Direito Cerimonial e o Direito Civil ou Judicial,
embora não seja consenso esta divisão é a mais aceita. Todas estas leis estão permeadas
conforme as narrativas do livro de referência o Pentateuco, mais conhecido no Ocidente como
Velho Testamento pela intervenção divina. O Velho testamento para os ocidentais e, Torá
para os judeus é composto dos dez mandamentos que seriam uma espécie de constituição
mais as demais leis que são de cunho ritualístico e de costumes, as outras leis são sobre justiça
social ou moralidade, todas elas juntas formam seiscentos e treze mandamentos.
Antes, porém da lei Mosaica escrita, a lei prevalecia através da oralidade. No livro
Bíblico de Êxodo Capítulo 18: 1-27. p.184-185, esta afirmativa é de fácil compreensão pela
narrativa que se desenvolve; o sogro de Moisés sabendo da saída do povo hebreu, veio ao
encontro de seu genro e verificou que o mesmo julgava, ao ver o desgaste deste, aconselhou-o
a nomear juízes para julgar as coisas simples do povo, vindo a ele questões mais complexas e
assim foi feito. Com isto é de fácil compreensão o que diz, CASTRO, (2010, p. 31, apud
RÁO, V. Op. cit., p. 174):
"A lei oral (Torah Cheb'al Pé) atuava ao lado da escrita, isto é, mosaica
(Tora Chebikhtav). Esta continuou a ser considerada, séculos afora, a lei
suprema, infalível, sacrossanta. Prevalecia sempre (mesmo depois da
codificação da lei oral) em qualquer conflito que se verificasse entre as duas.
A lei oral, formada pelo Sofrim (escritores), Anchei Haknesset Hagdolah (os
homens da Grande Assembléia) e Tanaim (sábios), teve sempre um caráter
subsidiário."
A lei do Talião é vista por muitos autores como sendo um avanço da lei judaica
embora já existisse foi na Bíblia que ela foi primeiramente descrita. Outros avanços da lei
Mosaica foram: individualidade da pena que não passava de seu agente; a lapidação era a
pena mais comum no Velho Testamento aplicada para os idólatras (Deut. 17, 5-7), os
feiticeiros (Lev. 20, 27), os filhos rebeldes (Deut. 21, 18-21) e as adúlteras; cidades de refúgio
para homicidas; necessidade de testemunhas e o falso testemunho; matrimônio; adultério;
divórcio; estupro; herança e primogenitura; defloração; escravidão; governo; fraude comercial
e juros.
A codificação da lei oral judaica só vai surgir séculos depois, conforme afirma
(CASTRO,2010, P.32):
BIBLIOGRAFIA
Selayaram, R. et al, Formação Jurídica (1º ano) / organizadora Ângela Kretschmann. Uma
Introdução a História do Direito: Os Hebreus – Porto Alegre : Verbo Jurídico,2013, p.90.
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito: Geral e Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro:
Lúmen Júris, 2006. p.31-32.