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Vitaminas:
*Substâncias orgânicas
*Indispensáveis ao normal funcionamento do nosso organismo
*Não são sintetizados pelo homem
*Necessárias em pequenas quantidades
*Não são nutrientes plásticos nem energéticos
*São frequentemente coenzimas
existem excepções:
no intestino delgado existem bactérias que produzem vit. K
o organismo humano produz vit D (na pele)
Vitaminas Hidrossolúveis
1) Vit. B1 (Tiamina) – cereais
Pirimidina substituída ligada a um tiazol substituído por uma ponte de metileno.
Forma activa é ligada a 2 P – tiamina pirofosfato ou tiamina difosfato
Tiamina pirofosfatase ATP-dependente presente no cérebro e fígado, é responsável pela conversão de tiamina à sua forma
activa.
Transportada pelo intestino delgado, fácil absorção, excretada pela urina.
Coenzima em reacções de transferência de aldeídos activados, em dois tipos de reacções:
a) Descarboxilação oxidativa dos α-cetoàcidos ( cetoglutarato)
( por ex. ciclo de Krebs)
NAD+ NADH+
Alcoólicos e desnutridos têm deficiências nesta vitamina bem como os esquimós ( peixe cru tem uma enzima
que destrói vit. B1 - tiaminase)
Beribéri
2) Vit. B7 (Biotina)
Derivado do imidazol
Obtida por síntese nas bactérias intestinais (uma parte)
Única que não necessita de ser fosforilada para ser activa
Existe em muitas fontes alimentares
Co-enzima de reacções de carboxilação, Co-enzima da:
a) Piruvato carboxilase
b) Acetil CoA carboxilase
c) Propionil – CoA carboxilase
d) Β – metilanilCoA carboxilase
3) Riboflavina (B2)
Consiste num anel heterocíclico de isaloxazina unida a ribitol ( açúcar + álcool )
Proveniente das plantas
Facilmente absorvida no intestino delgado por transporte passivo e depois
ATP ADP
Riboflavina FMN AMP FAD
Dupla fosforilação ATP ADP
4) Vit. B6
Consiste num conjunto de 3 compostos derivados da piridina:
Piridina
Piridoxal ( forma alimentar + comum, + numerosa )
Piridoxamina
Disponível nas plantas
Absorvida por transporte passivo no duodeno e no jejuno
Eliminada na urina
Forma activa é o Piridoxal fosfato
ATP ADP
Piridoxal Piridoxal – P
Pirofosfato quinase
Ácido pantoténico
ATP
ADP
4 – P – Pantotenato
Cisteína ATP
ADP + P
4 – Pantoticisteína
CO2
4 – Pantoteína Grupo tiol prostético da ACP (participa na síntese de ac. gordos) e CoA
Adenilação ATP
PPi
P – CoA
ATP
ADP
CoA O grupo tiol transporta radicais acilo, incorpora cisteína + alanina
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Bioquímica Fisiológica II
6) Niacina ( B3)
Ácido nicotínico + nicotinamida
Forma activa = NAD+ e NADP+
Co-enzimas da niacina e de muitas outras desidrogenases.
Envolvidas em reacções redox
Ambas mantêm a sua [] constante na célula
- NAD+ - envolvido no metabolismo oxidativo
- NADP+ - envolvido em biossíntese
Requer a forma activa do piridoxal para a sua síntese
Niacina não é uma vitamina em sentido estrito, uma vez que um pouco de niacina pode ser
sintetizada a partir de triptofano (a.a.)
Pelagra: demência, diarreia, dermatite (causada pela falta de niacina)
Currina
Num composto porfírico ou porfirina, as pontes são iguais entre si, enquanto que num composto não porfírico elas
são diferentes (ex.: vitB12)
-Metileno
Ca2++ R= hidroxi(OH);
metil(CH3);
5’desoxiadenosil
Para ser utilizada, B12, deve ser primeiro removida da proteína por hidrolise ácida, no estômago, ou por digestão por
tripsina no intestino. Depois de ser combinada ao FI, uma proteína secretada pelo estômago, que a transporta até ao
íleon para absorção.
O factor R ligado à cobalamina impede a sua degradação ( este existe na saliva e glândula parótida).
No duodeno, a cobalamina livra-se do factor R por uma protease R. Por sua vez liga-se ao factor intrínseco,
protegendo-a das proteases (produzidas pelo pâncreas).
O complexo vai ser reconhecido e hidrolizado nas células da bordadura em escova, facilitando a absorção. Depois
perde FI e associa-se à transcobalamina II que é que transporta a cobalamina até aos tecidos.
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Bioquímica Fisiológica II
Esquema:
Absorção (mecanismo intermediário)
R
B12 R-B12 FI-B12 íleo-terminal
R FI
O R é produzido nas parótidas e confere protecção contra a acção do suco gástrico e o factor
intrinseco vai ajuda-lo a percorrer o tracto intestinal.
T II FI
FI-B12 FÍGADO
A transcobalamina I une-se à B12 no fígado para que esta seja armazenada e a transcobalamina II une-
se à B12 no interior da pareda intestinal para transportar a B12 a tecidos. O armazenamento hepático
é de 3 a 5 anos
Hidroxicobalamina
B12
Metilcobalamina Mutase
8) Ácido Fólico
N5-MeTHF THF
Homocisteína metionina
Na ausência de B12 não de forma THF livre, pelo que os folatos conjugados ao não terem capacidade de sair da célula
ficam aí aprisionados.
Teoria da privação do folato:
Se não houver B12 o MetilTHF fica aprisionado na célula sob a forma de folato conjugado ficando o organismo a
funcionar como se houvesse défice de ác. fólico quando na realidade esse défice não existe.
A função coenzimática do THF (tetrahidrofolato) é a de transportar corpos em c1 (em vários estados de oxidação e
interconvertíveis – metil, metileno, metinil, formil, forminino). Os derivados de THF tb são usados na biossíntese de
colina, serina, glicina, purina e dTMP.
THF metatrexato
- serina
- forminino purinas
glutamato metionina DHF
reservatório de dTMP
corpos em c1 dUMP
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Bioquímica Fisiológica II
Agente redutor com um potencial de H, que lhe permite reduzir compostos como O 2, nitrato e
citocromos.
Vitaminas Lipossolúveis:
1)Vit. A
. As formas activas são retinol, retinal e ácido retinóico.
. Essas substâncias são sintetizadas como os carotenóides mais complexos, que são clivados a retinal pela maioria dos
animais e armazenados no fígado como palmitato de retinol.
. Demonstrou-se que o β-caroteno e outros carotenóides têm um importante papel como antioxidantes, impedindo o
armazenamento de O2 a baixas pressões nos tecidos.
. Retinol é convertido a retinil fosfato no corpo. Retinil fosfato é essencial para a síntese de certas glicoproteínas
necessárias à regulação normal do crescimento e a secreção de muco. Ambos, retinol e ácido retinóico ligam-se a
receptores intracelulares intraespecíficos que depois, ligam-se à cromatina e afectam a síntese de proteínas
envolvidas na regulação do crescimento e diferenciação celular.
. Finalmente na forma de Δ – cis – retinal, a vit.A fica reversívelmente associada a proteínas visuais.
. Como a vit.A é armazenada no fígado, deficiências de vitamina só se desenvolvem após períodos prolongados de
ingestão inadequada.
. Deficiências leves de vit.A caracterizam-se por hiperqueratinase folicular (pele áspera, queratinizada, parecendo
esfolada), anemia e susceptibilidade aumentada ao cancro. Cegueira nocturna também é uma causa de deficiência de
vitamina A que consiste numa queratinização progressiva da córnea do olho, conhecida como xeroftalmia, nos
estágios mais avançados.
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Bioquímica Fisiológica II
2)Vit. D
. Tecnicamente, a vitamina D deveria ser considerada uma hormona, e não uma vitamina. Calciferol (D3) é produzido
na pele, por irradiação de UV de 7- desidrocolesterol. Portanto, enquento o corpo for exposto adequadamente ao sol,
há pequena ou nehuma necessidade dietética de vitamina D.
. O composto 1,25 – (OH)2 D age em conjunto com a hormona PTH, que também é produzida em resposta a baixo
cálcio no sono.
. Alto níveis de PTH estimulam a produção de 1,25 – (OH)2D inactivo. Uma vez formado 1,25 (OH)2D age sozinho como
hormona esteróide nas células da mucosa intestinal, onde induz a síntese de uma proteína, necessária ao transporte
de cálcio – CBP.
. Os sintomas mais comuns de deficiência de vit. D são raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos.
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Bioquímica Fisiológica II
3) Vit.E (D – α – tocoferol)
. Há diversos tocoferóis que ocorrem na natureza. Todos são isoprenóides substituídos hidroxicromanos ou tocóis.
. Qd há impedimento na absorção de gordura, ocorre deficiência de vit.E. Isso porque o tocoferol é solúvel na
gordura da dieta e é libertado e absorvido durante a digestão das gorduras. Além disso, é transportado no sangue
pelas lipoproteínas, primeiro é incorporado aos quilomicras, que transportam a vitamina até aos tecidos que contêm a
lipoproteína lipase e ao fígado nos quilomicras remanescentes, e segundo, pela saída do fígado nas VLDL, sendo
armazenado no tecido adiposo.
. O tocoferol não é reciclado após exercer a sua função, devendo ser totalmente substituído para continuar a exercer a
sua função biológica na célula.
. A acção antioxidante do tocoferol é efectiva a altas concentrações de O 2, assim não é de surpreender que haja
tendência a concentra-se naquelas estruturas lipídicas que ficam expostas às pressões parciais de O 2 mais altas, por
exemplo, membrana do eritrócito e do trato respiratório.
. Metabolismo do selénio – a glutationa-peroxidase, da qual o selénio é um componente integral constitui-se na
segunda linha de defesa contra os peróxidos antes de se propagarem nas reacções em cadeia, danificando
membranas e outras componentes celulares.
- *
LOO + vitE LH + vitE
(n reactiva), actua contra a propagação
VitE* VitE
4)Vitamina K
. As vitaminas pertencentes ao grupo K são naftoquinonas ( com poliisoprenoide substituído )
K1 ou filoquinona – vegetais verdes
K2 ou metaquinona – sintetizada por bactérias intestinais
K3 ou menadiona (hidrossoluvel) – n se encontra na natureza
. curto armazenamento hepático
. É necessária para a conversão de vários factores de coagolação e de protrombina ao seu estado activo (II, VII, IX,X).
Isto, envolve uma modificação pós-tradução de resíduos de glutamato (Glu) de proteínas percursoras a resíduos de
carboxiglutamato (Gla) por carboxilase específica dependente da vitamina K.
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Bioquímica Fisiológica II
. A protrombina (factor II) contém 10 desses resíduos, que permitem a quelação do cálcio numa inateraação específica
proteína – cálcio – fosfolípido, essencial para a sua actividade biológica.
CO2
Ác. Glutâmico γCarboxiglutamato
Vit. K
. O único sintoma facilmente detectável de defeciência de vit.K no homem é o tempo de coagulação aumentada.
. Como a vit.K é sintetizada por bactérias no intestino, assume-se há muito tempo que deficiências são raras.
O2 CO2
Glu Gla
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Bioquímica Fisiológica II
Transdução do sinal
A transdução do sinal é a forma como a célula recebe informação e a transforma num efeito. Para tal acontecer, é
importante haver a comunicação intracelular, cuja 1ª barreira é a membrana. O sinal tem uma origem e destino definido, e a
sua descodificação inicial envolve a formação de um sinal intracelular que inicia a resposta celular – transdução do sinal. É
importante referir que sinais pequenos levam a respostas celulares amplificadas.
Hormonas
As hormonas poderão dividir-se segundo as suas propriedades químicas em grupos:
Estes mensageiros químicos atuam através de recetores específicos com alta afinidade. Do ponto de vista bioquímico, um
recetor é uma proteína celular capaz de se ligar a um mensageiro extracelular e iniciar uma resposta. Daí ser necessário
estudar os recetores destas moléculas, que são classificados pela sua solubilidade. Classificamos, assim, estas moléculas em 2
grupos:
Grupo 1 – de natureza hidrofóbica (lipossolúveis), têm os seus recetores a nível intracelular e afetam a expressão
genética. São hormonas esteroides (3) e hormonas tiroideias (2).
Grupo 2 – de natureza hidrofílica (hidrossolúveis), ligam-se a recetores de localização de membrana e utilizam
segundos mensageiros intracelulares. São as hormonas peptídico-proteicas (1) e os derivados de aminoácidos exceto
as hormonas tiroideias.
•Alguns derivam do colesterol e possuem o anel cíclico (ciclopentanoperidrofenantreno) tais como o cortisol e a
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Bioquímica Fisiológica II
aldosterona
• Actividade regulatoria da transcrição do DNA quer aumentando quer diminuindo a síntese proteica e a expressão génica
As hormonas lipossolúveis do grupo 1 difundem-se através da membrana plasmática de todas as células, porém só
encontram os seus recetores intracelulares específicos de
alta afinidade nas células-alvo. Esses recetores podem estar
localizados no citoplasma ou no núcleo dessas células.
Inicialmente, o complexo hormona-recetor sofre uma
reação de ativação. A ativação do recetor ocorre por meio
de pelo menos dois mecanismos. Por exemplo, os
glucocorticoides, esteroides do grupo 1, sofrem difusão
através da membrana plasmática e encontram os seus
respetivos recetores no citoplasma das células-alvo. A
ligação do ligante ao recetor produz uma mudança
conformacional do recetor, levando à dissociação da
proteína. O recetor ativado arranja um transportador
intracelular, fazendo este com que o mesmo atravesse a 2ª
membrana para chegar ao DNA; ele é protegido por uma
chaperina2, para a molécula não ser modificada. Atua a
nível do fator de transcrição das citoquinas, inibindo-a e
aumentando a síntese do DNA das proteínas anti-
inflamatórias.
Nota: o glucocorticoide atua numa célula para inibir a inflamação ao inibir as citoquinas (que provocam inflamação) e
produzir proteínas anti-inflamatórias.
2.Ativação direta de canais iónicos pelo ligando – recetores que funcionam como canais iónicos (RCI)
Os recetores canais são proteínas transmembranares que consistem em 5 subunidades que possuem um ou mais locais de
ligação para o mediador e além disso formam um canal transmembranar que permite a difusão de iões. Diferem entre si na
especificidade de ligação aos ligandos e na seletividade iónica. Enquanto muitos neurotransmissores excitatórios abrem
canais de sódio e cálcio, despolarizando a membrana, outros inibitórios abrem canais de cloro, hiperpolarizando a
membrana. Os neurotransmissores são, assim, mais rápidos do que as hormonas pois há uma abertura do canal e uma
difusão imediata de iões. Exemplos:
Canais iónicos de Na+ - presentes nos neurónios e no musculo cardíaco e esquelético, onde atuam os
anestésicos
Canais de Ca2+ - existem 5 tipos de recetores (L, T, N, P,
Q) pois são importantes na contração e calcificação dos
ossos. Aqui atuam as benzodiazepinas.
Canais de K+ - a sua abertura resulta em correntes de
hiperpolarização, e conhecem-se pelo menos 6 famílias
diferentes
Outros canais iónicos como o Cl-, que existem no pulmão
e estomago
Tetrotoxina
Verapamil
Diidropiridinas (nifedipina,amlodipina)
Tirosina-quinase
Ligandos para este tipo de receptor incluem factores peptidicos de crescimento tais como EGF, PDGF, ou Insulina
Mecanismo: o mensageiro liga-se ao recetor. Uma hormona de crescimento reconhece o recetor. Na parte citosólica existe o
domínio enzimático, e as tirosinas são fosforiladas. Mas, antes disso,
o recetor modifica-se dimerizando-se para produzir mais tirosina. Os
fosfatos resultantes fosforilam proteínas no citosol com domínios
SH2. Dão origem a uma proteína fosforilada, tendo 2 caminhos
possíveis, ou metabólicos ou biológicos – ou criam enzimas ou
ativam um fator de transcrição.
Guanil-ciclase
existem duas formas, uma membranária e uma citosólica. A membranária é importante no coração, tendo afinidade para o
péptido natruriético. A citosólica é ativada pelo óxido nítrico ou por derivados do mesmo, sendo um vasodilatador.
Mecanismo: um mensageiro liga-se ao recetor da guanil-ciclase, catalisando a formação no citosol de GMPc (o GTP
transforma-se em GMP primeiro). O GMPc funciona como 2º mensageiro e vai ativar a proteína quinase dependente de
GMPc. Esta fosforila proteínas, mediando respostas químicas. Isto acontece com o óxido nítrico.
JAK
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Bioquímica Fisiológica II
Ao contrário das tirosinas quinases que possuem atividade enzimática intrínseca, neste tipo de recetores a atividade
reside numa família de quinases citoplasmáticas (família de citoquinas citoplasmáticas) denominadas de JAK.
Há a ligação do 1º mensageiro ao recetor (que está ligado a uma JAK quinase) ocorrendo uma mudança
conformacional do mesmo e consequente ativação da JAK. A JAK fosforila as proteínas alvo e as mesmas vão
diretamente para o núcleo, atuando sob os fatores de transcrição.
STAT
A quinase vista atrás – JAK – fosforila uma ou mais proteínas que, em seguida, se associam a outras proteínas por meio de
ligação aos domínios SH2. Esse tipo de interação resulta na ativação de uma família de proteínas citosólicas, denominadas
STAT. A proteína STAT fosforilada forma dímeros e é transferida para o núcleo, ligando-se a um elemento especifico do DNA
e ativando a transcrição.
FAK
São proteínas que têm uma atividade tirosina-quinase e que se associam a recetores da matriz extracelular. Normalmente,
fosforilam proteínas citosólicas na parte tirosina. As proteínas fosforiladas vão para o núcleo para atuarem sob a transcrição.
São muito ativas na diferenciação da migração celular e proliferação. No adulto poderão ser maléficas por causa do cancro.
MAPK
São famílias de proteínas citosólicas (serina/tirosina quinases) que diferem das outras proteínas apenas pelas proteínas
citosólicas. São uma das vias principais da modulação celular, proliferação e controle da diferenciação.
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Bioquímica Fisiológica II
Cerca de 80% do 1º mensageiro exercem os seus efeitos celulares através de recetores acoplados a proteínas G.
Complexo βγ
Podem causar:
Podem activar:
Canais Iónicos
Adenilato Ciclase
Fosfolipase C
Gq – Activa a fosfolipase C
(Recetores ionótropicos)
Activação directa – Proteína G activa directamente o canal iónico independentemente de 2os mensageiros
Activação Indirecta –
Ca2+
Calmodulina
Forskolina
Inibidores do sitio-P
Proteína Quinase K
O AMPc é ativado pela adenil-ciclase, indo ativar a proteína quinase A, a qual vai fosforilar outras proteínas
(maioritariamente enzimas), desencadeando a resposta celular.
Difunde-se através da célula, indo ativar a proteína quinase A, a qua vai fosforilar outras proteínas,
desencadeando a resposta celular
A ação do AMPc é eventualmente terminada pela sua degradação em AMP sob a ação da
fosfodiesterase
A partir do AMPc, há uma amplificação do sinal, produzindo-se milhões de produtos, como no caso da
epinefrina
Fosfolipase C
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Bioquímica Fisiológica II
Grupo de enzimas presentes em todos os tecidos dos mamíferos
Os PIP2 (cujo substrato são os fosfolípidos) ativam os 2º mensageiros, ao fazer com que a fosfolipase C gere inositol trifosfato
(IP3) que retira o Ca2+ do reticulo endoplasmático; e gera também o diacilglicerol (DAG) que se liga ao Ca2+ do IP3 para ativar a
proteína quinase C, que vai fosforilar uma proteína.
O IP3 não exerce a sua atividade como 2º mensageiro pois liga-se aos canais de Ca2+ do reticulo endoplasmático, e o cálcio
difunde-se para o citosol atuando então como 2º mensageiro. O Ca2+ ativo vai ativar calmodulinas que fosforilam proteínas
fazendo com que estas exerçam a sua função. O cálcio pode ser ativado pelo IP 3, por transporte ativo ou por abertura de
canais dependentes de voltagem, funcionando como 2º mensageiro quando há uma ação de um estímulo que leva ao
desequilíbrio da sua concentração.
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Bioquímica Fisiológica II
Óxido nítrico
É sintetizado por um aminoácido que é transformado de arginina para óxido nítrico. É um mensageiro que se
difunde nas células nervosas, imunes e do sistema circulatório, cujo no último tem ação de vasodilatador. Este
atua sob a guanil-ciclase, transformando-a em GMPc, atuando este nas contrações do tecido muscular liso.
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Bioquímica Fisiológica II
DIGESTÃO
O processo de digestão consiste na desintegração dos alimentos em formas assimiláveis pelo organismo: nutrientes (apenas
quando se encontram no sangue). As alterações químicas envolvidas na digestão incluem a ação de hidrólases que catalisam a
hidrólise de:
Proteínas a aminoácidos
Glúcidos a monossacáridos
Lípidos a glicerol e ácidos gordos
É importante ter em conta que não é obrigatório haver uma “partição” total para que estes sejam absorvidos.
A absorção é o movimento das pequenas unidades resultantes da digestão, desde o sistema digestivo até à corrente sanguínea
e/ou linfática.
Principais etapas
1. Homogeneização mecânica e mistura dos alimentos com os fluidos do trato gastrointestinal – fazendo o bolo
alimentar e o quimo
2. Secreção de enzimas digestivas capazes de hidrolisar moléculas
3. Secreção de eletrólitos para permitir uma ótima atividade enzimática
4. Secreção de bílis para permitir a solubilização e absorção de lípidos
5. Hidrólise de oligomeros (8-10) e dímeros
6. Absorção de nutrientes do trato gastrointestinal para a corrente sanguínea/linfática (as moléculas maiores vão para a
linfa)
Principais órgãos auxiliares
Órgãos Funções
Glândulas salivares Secreção de fluídos e enzimas digestivas
Estômago Secreção de HCl e enzimas digestivas
Pâncreas Secreção de NaHCO3 e enzimas para a digestão no lúmen do intestino delgado
Fígado Produção de bílis
Vesícula Biliar Armazenamento, concentração e libertação de bílis
Bordadura em escova e enzimas citoplasmáticas
Intestino Delgado
Absorção de nutrientes, bílis e eletrólitos
Intestino Grosso Absorção de eletrólitos
Esfíncteres
A primeira fase da digestão corresponde à fase cefálica. O olfato, a visão, o tato e o paladar transmitem ao cérebro a informação
sobre o alimento a ingerir, havendo um estímulo do parassimpático que induz a libertação de acetilcolina; esta, por sua vez,
estimula a secreção das glândulas salivares, do suco gástrico e do pâncreas.
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Bioquímica Fisiológica II
Digestão mecânica no estômago:
O esvaziamento gástrico tem uma duração de 1 a 4 horas, estando dependente da mistura de alimentos que fazemos; o teor
lipídico da refeição é que condiciona o tempo. Os hidratos de carbono atravessam o estomago mais depressa, seguindo-se as
proteínas e os lípidos. Quando o quimo está pronto para abandonar o estômago:
Quanto ao intestino delgado, este divide-se em duodeno, jejuno e íleon. É o local onde ocorre a principal parte da digestão,
sendo o local de absorção de vitaminas e minerais. Ocorrem os movimentos peristálticos que permitem os movimentos
necessários à digestão e segmentação do quimo.
No intestino grosso, há reabsorção de água, ajuste do sódio e digestão de pequenas fibras pelas bactérias. Ocorre também o
processamento dos desperdícios resultantes do processo digestivo, formando-se o bolo fecal.
A digestão inicia-se na cavidade oral através da ação da saliva. A saliva contém mucina (glicoproteína) que lubrifica e ajuda a
deglutição dos alimentos; permite a dissolução de pequenas moléculas e o início da digestão através de hidrolases.
Características:
Contém amílase que atua sobre o amido e o glicogénio atacando a ligação glicosídica alfa 1-4 e é inativada pelo pH
ácido do estômago
A superfície dorsal da língua (glândula de Ebner) secreta lípase lingual que atua sob os lípidos
Não ocorre digestão de proteínas na boca
Digestão de proteínas
Ingerimos cerca de 70-100g de proteínas diárias, correspondendo isso a 15% do gasto energético diário de um adulto saudável.
Apenas 1 a 2 g de azoto (6 a 12g de proteínas) são perdidos diariamente nas fezes. As proteínas sofrem digestão gástrica,
pancreática e intestinal.
Introdução
As protéases clivam as proteínas ingeridas nos seus respetivos aminoácidos, no estômago e no intestino. Muitas destas
protéases são sintetizadas em formas maiores e inativas, conhecidas como zimogénios. Após os zimogénios serem secretados no
trato digestivo, são clivados para produzir protéases ativas.
No estômago, a pepsina começa a digestão de proteínas ao hidrolisa-las em polipéptidos mais pequenos. Os conteúdos do
estômago passam para o intestino delgado, onde as enzimas produzidas pelo pâncreas exócrino atuam. As protéases
pancreáticas (tripsina, quimotripsina, elastase e carboxipeptidades) clivam os polipéptidos em oligopéptidos e aminoácidos.
Uma clivagem posterior dos oligopéptidos em aminoácidos é conseguida através de enzimas produzidas nas células epiteliais
intestinais. Estas enzimas incluem as aminopeptidases localizadas na bordadura em escova e outras peptidases localizadas entre
as células. Por fim, os aminoácidos produzidos pela digestão proteica são absorvidos pelas células epiteliais intestinais e entram
na corrente sanguínea.
Existe um grande número de sistemas de transporte para os aminoácidos nas células. Alguns sistemas contêm transportadores
facilitados, enquanto outras expressam transportadores dependentes de sódio, que permitem um transporte ativo dos
aminoácidos para as células.
As proteínas são também continuamente sintetizadas e degradadas (turnover) nas células. Uma grande variedade de protéases
nas células carrega esta responsabilidade. As protéases dos lisossomas degradam proteínas que entram nos lisossomas. As
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Bioquímica Fisiológica II
proteínas citoplasmáticas escolhidas para o turnover ligam-se covalentemente à pequena proteína de ubiquitina, que interage
com um grande complexo proteico, o proteossoma, para degradar a proteína em ATP.
Digestão proteica
A digestão das proteínas começa no estômago e é completada no intestino. As enzimas que digerem as proteínas são produzidas
como precursores inativos – zimogénios – que são maiores que as enzimas ativas. Os zimogénios inativos são secretados das
células em que foram sintetizados e entram no lúmen do trato digestivo, onde são clivados em formas mais pequenas que têm
atividade proteolítica. Estas enzimas ativas têm diferentes especificidades; nenhuma enzima sozinha consegue digerir uma
proteína. Contudo, ao agir em conjunto, as enzimas conseguem digerir as proteínas em aminoácidos e pequenos péptidos, que
são clivados por peptidases associadas às células intestinais epiteliais.
O pepsinogénio é secretado pelas células chefe do estômago. As células parietais do estômago secretam o HCl. O ácido no
estômago altera a conformação do pepsinogénio de modo a que ele se clive a ele próprio, produzindo a protéase ativa –
pepsina. Assim, a ativação do pepsinogénio é autocatalítica.
As proteínas ingeridas são desnaturas pelo ácido do estômago. Este inativa as proteínas e desdobra-as parcialmente para que
sirvam de melhores substratos para as protéases. Contudo, a um pH baixo no estômago, a pepsina não é desnaturada e atua
como endopeptídase, clivando ligações peptídicas em vários pontos da cadeia proteica. Apesar da pepsina não ter muita
especificidade, tende a clivar ligações peptídicas nas quais o grupo carboxilo é dado por um aminoácido aromático ou ácido.
À medida que o conteúdo do estômago se esvazia para o intestino, o quimo encontra secreções do pâncreas exócrino. É preciso
relembrar que o pâncreas exócrino também secreta amílase para a digestão do amido, e lípase para a digestão de lípidos. Outra
secreção pancreática é o bicarbonato que, para além de neutralizar o pH ácido, faz com que este aumente para que as protéases
pancreáticas, que também estão presentes nas secreções do pâncreas, possam ser ativas. Quando secretadas, estas protéases
pancreáticas estão nas suas formas inativas (zimogénios). Como as formas ativas destas enzimas se podem digerir umas às
outras, é importante para estes zimogénios que sejam ativos num curto espaço de tempo. Isto é conseguido pela clivagem do
tripsinogénio na sua forma ativa, tripsina, que cliva os outros zimogénios pancreáticos, produzindo as suas formas ativas.
O zimogénio tripsinogénio é clivado para formar tripsina através de uma enteropeptidase secretada pela bordadura em escova
do intestino delgado. A tripsina catalisa as clivagens que convertem quimotripsinogénio em quimotripsina, proelastase em
elastase e procarboxipeptidases em carboxipeptidase A e B. Assim, a tripsina tem um papel central na digestão porque cliva
proteínas ingeridas e ativa outras protéases digestivas produzidas pelo pâncreas.
A tripsina, a quimotripsina e a elastase são protéases que atuam como endopeptídases. A tripsina é a mais específica destas
enzimas, clivando ligações peptídicas nas quais o grupo carboxilo é da lisina ou da arginina. A quimotripsina é menos específica
mas favorece a clivagem de ligações de aminoácidos hidrofóbicos. Já a elastase cliva não só a elastina, mas também cliva ligações
junto a resíduos de aminoácidos alifáticos, como a alanina, glicina e serina. A função destas endopeptídases pancreáticas é
continuar a digestão das proteínas ingeridas, que foi iniciada pela pepsina no estômago.
Os péptidos mais pequenos formados pela ação da tripsina, quimotripsina e elastase são atacados pelas exopeptidases, que são
protéases que clivam um aminoácido de cada vez, da cadeia terminal. As procarboxipeptidases, zimogénios produzidos pelo
pâncreas, são convertidos pela tripsina em carboxipeptidases ativas. Estas exopeptidases removem os aminoácidos da cadeia
terminal carboxilo das cadeias peptídicas. A carboxipeptidase A cliva preferencialmente aminoácido aromáticos, enquanto a
carboxipeptidase B cliva preferencialmente aminoácidos básicos como a arginina e a lisina.
As exopeptidases produzidas pelas células epiteliais intestinais atuam na bordadura em escova e também entre células. As
aminopeptidases, localizadas na bordadura em escova, clivam um aminoácido de cada vez do seu grupo amina terminal. As
peptidases intracelulares atuam em pequenos péptidos que são absorvidos pelas células.
20
Bioquímica Fisiológica II
Absorção de aminoácidos
Os aminoácidos são absorvidos do lúmen intestinal através de transporte ativo secundário dependente de Na + e através de
difusão facilitada.
Os aminoácidos são absorvidos do lúmen do intestino delgado principalmente por proteínas transportadoras dependentes de
Na+ nas células intestinais da bordadura em escova. O Cotransporte de Na+ e de aminoácidos do exterior da membrana apical
para o interior da célula é controlado por concentrações intracelulares de Na+ baixas. Esta concentração intracelular baixa de Na+
resulta no bombeamento de Na+ para fora da célula através de uma ATPase de Na+ e de K+. Assim, o primeiro mecanismo de
transporte envolve a criação de um gradiente de sódio; o segundo processo para o transporte é o acoplamento dos aminoácidos
ao influxo de sódio. Este mecanismo permite que a célula concentre os aminoácidos do lúmen intestinal. Os aminoácidos são
transportados da célula para os fluídos intersticiais, principalmente por transportadores facilitados na membrana.
Maior captação pelo transportador – maior cadeia lateral de aminoácidos; isómeros L; aminoácidos neutros; e
dipéptidos
Menor captação pelo transportador – cadeias menores; isómeros D; aminoácidos ácidos ou básicos; e tripéptidos
Os aminoácidos que entram na corrente sanguínea são transportados por várias membranas de células de variados tecidos,
principalmente através de transportadores dependentes de Na+ e, em menor quantidade, por transportadores facilitados (ver na
tabela).
Formação HCl
*Produzido pelas células parietais do corpo e fórnix
21
Bioquímica Fisiológica II
Neurónios pós-
Células G ganglionares do
SNParassimpático
C.s ECL
(C.s
Acetilcolina Gastrina
enterocromofilai)
Histamina somatostatina
C.s Células D
Parietais
HCL
*3 estímulos, 3 receptores:
. Gastrina – G
. Histamina – H2
. Acetilcolina – H3
M3
22
Bioquímica Fisiológica II
O cloro passa para o lúmen por condutância criada pela ATPase K+/H+
Consumo de ATP
Fonte de H+ é a formação de H2CO3 H2O + CO2
Nas células parietais que produzem o HCl encontram-se no interior vesículas.
Quando activadas (gastrina) mudam de conformação e ficam activas.
HCl, funções
Quebra a estrutura terciária das proteínas
Actua sobre as proteínas formando pepsinogéneo. Quebra a sua estrutura terciária, aumentando a área de acção das enzimas
sobre as proteínas.
Digestão de glúcidos
Os glúcidos são a maior fonte de calorias para maior parte da população mundial. Os glúcidos mais comuns são o
amido, a lactose e a sacarose. O amido é constituído por amilose e amilopectina, polissacáridos compostos por
milhares de unidades glucosil ligadas entre si por ligações α-1,4 e α-1,6. A lactose é um dissacárido composto por
glucose e galactose, ligados entre si por uma ligação β-1,4. A sacarose é um dissacárido composto por glucose e
frutose, ligado por ligações α-1,2. Os processos digestivos convertem todos estes glúcidos em monossacáridos, ao
hidrolisar as ligações glicosídica entre os açúcares.
A digestão do amido começa na boca. A glândula salivar liberta a α-amilase, que converte o amido em polissacáridos
mais pequenos chamados α-dextrinas. As amílases só quebram ligações α-1,4; portanto, a amilose é quebrada na sua
totalidade pois só tem ligações α-1,4, mas o mesmo não acontece com a amilopectina, pois também contém ligações
α-1,6.
A amilase salivar é inativada pela acidez do estômago. A α-amilase pancreática e o bicarbonato são secretados pelo
pâncreas exócrino para o lúmen do intestino delgado, onde o bicarbonato neutraliza as secreções gástricas. A α-
amilase pancreática continua a digestão das α-dextrinas, convertendo-as em dissacáridos (maltose), trissacáridos
(maltotriose) e oligossacáridos chamados α-limit dextrinas. Estas dextrinas contêm entre 4 a 9 resíduos de glicose e
um ramo de isomaltose – dois resíduos de glicose ligados por ligações α-1,6.
A digestão dos dissacáridos lactose e sacarose, como também a da maltose, maltotriose e da α-limit dextrina, ocorre
através de dissacáridos ligados à membrana da bordadura em escova das células epiteliais intestinais. A glucoamilase
hidrolisa as ligações α-1,4 das dextrinas; o complexo sacarase-isomaltase hidrolisa a sacarose, maior parte da maltose
e quase toda a isomaltose formada pela glucoamilase das dextrinas limite. A lactase-glicosilceramidase hidrolisa as
ligações β na lactose e nos glicolípidos. A trealase, por fim, hidrolisa a ligação entre duas unidades de glucose do
açúcar trealase. Os monossacáridos produzidos por estas hidrolases – glucose, frutose e galactose – são depois
transportados para as células intestinais epiteliais.
23
Bioquímica Fisiológica II
As fibras ingeridas, compostas principalmente por polissacáridos, não podem ser digeridas pelas enzimas humanas no
trato intestinal. No cólon, estas fibras e outros glúcidos não digeridos podem ser convertidos a gases (H 2, CO2 e
metano) ou em ácidos gordos de cadeia curta (principalmente ácido acético, ácido propiónico e ácido butírico) pelas
bactérias do cólon.
A glucose, a galactose e a frutose formadas pelas enzimas digestivas são transportadas para as células epiteliais
absortivas do intestino delgado através de transporte mediado por proteínas dependente de Na+ e por difusão
facilitada. Os monossacáridos são transportados destas células para o sangue e circulam no fígado e tecidos onde são
retomados por transportadores facilitados. O transporte facilitado de glucose através das células epiteliais é mediado
por uma família de proteínas de transporte específico de glucose (GLUT1 e GLUT5). O tipo de transportador
encontrado na célula reflete o papel da glucose no metabolismo daquela mesma célula.
Digestão bucal
A digestão dos glúcidos inicia-se na cavidade oral. As glândulas de Ebner secretam α-amilase. A α-amilase salivar é
inativada pelo pH ácido do estômago, mas persiste alguma atividade dentro do bolo alimentar, enquanto este não for
acidificado. É uma isoenzima da amilase pancreática e cliva as ligações α-1,4 do amido e glicogénio.
Produtos da digestão bucal: oligossacáridos lineares de cadeia curta (maltose e maltotriose) – é importante ter em
conta que a maltose pode ser quebrada na boca até glucose, o que pode causar cáries; e ramificados/ α-limit
dextrinas, por incapacidade de hidrólise das ligações α-1,6 da amilopectina – esta só é degradada na bordadura em
escova.
Digestão pancreática
A única diferença da amilase pancreática é o pH em que atua. É produzida no pâncreas sob a influência de acetilcolina,
colecistoquinina e secretina.
Os dissacáridos lactose e sacarose, tal como os produtos da digestão do amido, são convertidos a monossacáridos por
glicosidases ligadas à membrana da bordadura em escova. As diferentes atividades das glicosidases estão
representadas na tabela seguinte.
É de notar que as ligações α-1,6 têm, então, 2 enzimas possíveis, dependendo dos seus resíduos.
Nem todo o amido ingerido é digerido normalmente no intestino delgado. Os amidos que têm muita amilose ou que
estão menos hidratados, são resistentes à digestão e entram no cólon. A fibra ingerida e os açúcares não digeridos
também entram no cólon. Aqui, as bactérias do cólon rapidamente metabolizam os sacáridos, formando gases, ácidos
gordos de cadeia curta e lactato. A maior parte dos ácidos gordos formados são o ácido acético (2 carbonos), o ácido
propiónico (3 carbonos) e o ácido butírico (4 carbonos)
A glucose é transportada nas células absortivas do intestino através de difusão facilitada e através de transporte
facilitado dependente de Na+. A molécula da glucose é extremamente polar e não se difunde através da cadeia
24
Bioquímica Fisiológica II
fosfolipídica hidrofóbica da membrana celular. A glucose, assim, entra nas células absortivas ao ligar-se a uma
proteína transportadora, que liga a molécula num lado da membrana e solta-a no outro lado. Dois tipos de proteínas
de transporte da glucose estão presentes nas células intestinais absortivas: os transportadores dependentes de Na+ e
os transportadores facilitados.
Os transportadores dependentes de Na+, localizados no lúmen das células absortivas, permitem que as células
concentrem a glucose que está no intestino. Uma concentração baixa de Na+ é mantida pela bomba ATPásica de Na+ e
K+ que usa ATP para passar Na+ para o sangue. Assim, o transporte de glucose de uma concentração baixa no lúmen
para uma alta na célula, é promovido pelo Cotransporte de Na+ de uma alta concentração no lúmen para uma baixa
concentração na célula.
Os transportadores de glucose facilitados, que não se ligam ao Na +, estão localizados no lado seroso das células. A
glucose move-se via transporte facilitado de uma alta concentração dentro da célula para uma concentração baixa no
sangue, sem gasto de energia. Os transportadores deste tipo mais comumente encontrados são o GLUT1 e o GLUT5.
A galactose é absorvida através dos mesmos mecanismos do que a glucose. Entra nas células absortivas via
transportadores dependentes de Na+ e também através de transportadores facilitados, GLUT1.
A frutose entra e sai das células por difusão facilitada, através do transportador GLUT5. Apesar deste transportador
também conseguir transportar glucose, tem uma atividade muito maior com a frutose.
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Bioquímica Fisiológica II
Lipoproteínas
Como os lípidos não são solúveis em água, o problema do seu transporte no plasma sanguíneo é resolvido pela associação dos
lípidos neutros – triacilglicerol e ésteres de colesterol – aos lípidos anfipáticos – fosfolípidos e colesterol – e às proteínas, para
formar lipoproteínas miscíveis em água.
Quando há um período de balanço calórico negativo, após a ingestão durante a fase anabólica do ciclo alimentar, o organismo
recorre às suas reservas de hidratos de carbono e gordura; este ciclo é mediado pelas lipoproteínas, que transportam lípidos a
partir do intestino sob a forma de quilomicra – e, a partir do fígado sob a forma de lipoproteínas de densidade muito baixa
(VLDL) – para a maioria dos tecidos para oxidação e até ao tecido adiposo para armazenamento. Os lípidos são mobilizados do
tecido adiposo sob a forma de ácidos gordos livres ligados à albumina sérica.
Como a gordura é menos densa do que a água, a densidade de uma lipoproteína diminui à medida que aumenta a proporção
entre o lípido e a proteína. Existem 4 grupos principais de lipoproteínas: (1) quilomicra, proveniente da absorção intestinal do
triacilglicerol e de outros lípidos; (2) lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), derivadas do fígado para a exportação de
triacilglicerol; (3) lipoproteína de baixa densidade (LDL), que representam um estado final do catabolismo das VLDL; e (4)
lipoproteínas de alta densidade (HDL), envolvidas no transporte de colesterol, bem como no metabolismo das VLDL e das
quilomicra.
Lipoproteína
As principais apoproteínas das HDL são as ApoA; a principal das LDL é a ApoB (B100), que também é encontrada na VLDL. As
quilomicra contêm uma forma diferente da ApoB – a ApoB48, que é sintetizada no intestino, enquanto a B100 é no fígado (pois
o intestino não é capaz de sintetizar a ApoB completa). As ApoC podem ser livremente transferida entre várias lipoproteínas. A
ApoE, encontrada nas VLDL, nas LDL e nas quilomicra, é também livremente transferida.
As apoproteínas desempenham vários papéis: (1) Estrutural, como a ApoB; (2) Cofatores enzimáticos, como a C2 para a lípase
lipoproteica, e a A1 para a LCAT; e (3) atuam como ligantes para a sua interação com recetores de lipoproteínas nos tecidos,
como por exemplo a B100 e a ApoE para o recetor da LDL.
26
Bioquímica Fisiológica II
Quilomicra
As quilomicra provêm do intestino e têm como função específica o transporte dos triacilgliceróis alimentares para o fígado;
porém, chegam ao fígado sob a forma de colesterol esterificado, para ajudar a sintetizar os ácidos biliares, sendo então a única
via para transformação do colesterol ingerido.
No eritrócito, na presença de triacilgliceróis, vai haver a síntese de ApoB48, dando origem à quilomicra nascente, também na
presença de ApoA, cuja função é insignificante na quilomicra. É importante ter em conta que não pode haver síntese de ApoB48
sem haver presença de triacilgliceróis, dependendo assim o tamanho da quilomicra da quantidade de lípidos ingeridos. Assim,
consoante o volume da lipoproteína formada, a quilomicra pode seguir duas vias: se tiver um volume muito pequeno (pouca
ingestão de lípidos) vai diretamente pela via porta; pelo contrário, se o volume for grande, sai pelos linfáticos.
De seguida, ainda na linfa, vai ocorrer um 1º choque: a quilomicra vai chocar com a HDL1, que vai fornecer 2 apoproteínas, a
ApoE (sinalizador hepático) e a ApoC – que tem 3 componentes, e cuja ApoC2 vai servir de cofator para a lípase lipoproteica. A
lípase lipoproteica está localizada nas paredes dos capilares sanguíneos do tecido adiposo subcutâneo; no entanto, esta enzima
não reage prontamente com a quilomicra. Tanto os fosfolípidos como a ApoC2 são necessários como cofatores para a atividade
da lípase, abrindo um canal que a permite passar até à linfa – enquanto a ApoA2 e a ApoC3 atuam como inibidores. Ocorre
então uma hidrólise enquanto quilomicra está ligada à enzima, sob o endotélio; o triacilglicerol é progressivamente hidrolisado
por um diacilglicerol, a monoacilglicerol e, por fim, passa a AGL + glicerol. Alguns dos AGL voltam para a circulação, ligados à
albumina, porém a maior parte deles é transportado para o tecido adiposo. O glicerol vai para o fígado.
Após esta hidrólise, a quilomicra diminui o seu tamanho e portanto já pode entrar na circulação sanguínea. Aqui, vai ocorrer o 2º
choque da quilomicra com a HDL2 – enriquecida em colesterol esterificado – onde vai haver troca de lípidos neutros. A
quilomicra quando recebe o colesterol esterificado transforma-se em quilomicra remanescente, muito pequena, tendo agora
capacidade de entrar no fígado para entregar o colesterol que vai servir para formar os ácidos biliares – é a única via de
transformar o colesterol ingerido. A quilomicra, para entrar no fígado, perde a ApoC toda (após a sua reação com a lípase
lipoproteica, pois já não tem triacilgliceróis) e, portanto, fica apenas com ApoE, que sinaliza o seu percurso para o fígado.
Os remanescentes de quilomicra são captados pelo fígado por endocitose mediada por recetores, e os ésteres de colesterol são
hidrolisados e metabolizados.
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Bioquímica Fisiológica II
Nota: CETP – proteína de transferência de colesterol esterificado
Nota: os ácidos gordos são os libertados por hidrólise do triacilglicerol, que depois sofrem a via da beta-oxidação
Na presença do triacilglicerol, já há condições para formar a ApoB100, cujo tamanho depende da quantidade de triglicéridos. A
ApoB100, ao envolver o triacilglicerol, vai formar a VLDL nascente.
A VLDL nascente sai do fígado via sanguínea veia porta, onde vai ocorrer um 1º choque: a VLDL nascente vai chocar com a HDL1,
que vai fornecer ApoC e ApoE. Após reunir o cofator necessário para ativação da lípase lipoproteica – ApoC2 – a VLDL vai até ao
tecido adiposo profundo, onde esta se encontra no endotélio capilar, onde vai ocorrer uma hidrólise do triacilglicerol da VLDL. O
triacilglicerol é progressivamente hidrolisado por um diacilglicerol, a monoacilglicerol e, por fim, passa a AGL + glicerol.
Depois, ocorre um 2º choque, onde vai haver troca de lípidos neutros total ou parcial com a HDL2. Se a troca for total, isto é, se a
VLDL fornecer todos os triglicéridos a HDL2 fornece todos os seus ésteres de colesterol e forma-se LDL – lipoproteína de
densidade baixa. Se, por outro lado, a VLDL não fornecer todos os seus triglicéridos, a troca foi parcial, e vai dar origem a
remanescentes de VLDL ou IDL – lipoproteínas de densidade intermédia.
Uma vez que a LDL tem apenas colesterol esterificado, pode ir para todas as células; porém, como a IDL tem tanto triacilglicerol
como colesterol esterificado, tem de retornar ao fígado, a partir do recetor E.
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Bioquímica Fisiológica II
Se o colesterol esterificado permanecesse no citosol, formaria inclusões, pelo que o colesterol esterificado vai ser envolvido pelo
ligando Apo100E da célula, formando um endossoma. Quando entra, o colesterol vai ser então desterificado nos lisossomas,
dando origem a ácidos gordos e colesterol livre. O colesterol livre vai para a membrana, precisando de ser captado pelas HDL3,
que fazem o turnover do fígado, que depois passam para as HDL2 e, por fim, transportam ao fígado.
Assim, as LDL são responsáveis pelo turnover das células, uma vez que o colesterol transportado pelas mesmas precisa de ser
desterificado pelas esterases. Se não for desterificado, as células sofrem apoptose.
A HDL nascente (HDL1) consiste em duplas camadas de fosfolípidos discoides contendo ApoA e colesterol livre. A LCAT – e o seu
ativador, ApoA1 – liga-se às partículas discoides, e os fosfolípidos da superfície e o colesterol livre são convertidos em ésteres de
colesterol e lisolecitina. Por outras palavras, a LCAT vai dar o radical acilo do fosfolípido ao colesterol livre, formando um
colesterol esterificado, deixando a partícula de ser discoidal e passando a ser redonda pois o colesterol esterificado desloca-se
para dentro da dupla camada, enquanto a lisolecitina é transferida para a albumina plasmática. Forma-se assim a HDL3.
O recetor scavenger B1 da classe B foi identificado como um recetor de HDL com duplo papel no metabolismo das HDL: no
fígado e nos tecidos, este recetor liga-se à HDL pela ApoA1, e o colesterol esterificado é seletivamente libertado para as células,
embora a partícula em si, incluindo a ApoA1, não seja captada. Por outro lado, nos tecidos, o SR-B1 medeia a receção pela HDL
do colesterol proveniente das células e, em seguida, transporta-o até ao fígado para a excreção pela bílis (sob a forma de
colesterol ou ácidos biliares), num processo conhecido como transporte reverso do colesterol.
A HDL3, formada a partir da HDL discoide pela ação da LCAT, aceita o colesterol dos tecidos por meio do SR-B1, e o colesterol é
então esterificado pela LCAT, aumentando o tamanho das partículas para formar a HDL2, menos densa. De seguida, ocorre uma
nova formação de HDL3 após a libertação seletiva colesterol esterificado - pelo fígado por meio do SR-B1 ou por hidrólise do
fosfolípido - e do triacilglicerol da HDL2 - pelas lípases hepáticas e endotelial. Este intercâmbio entre o HDL2 e o HDL3 é chamado
ciclo das HDL. A ApoA1 livre é libertada por estes processos e forma a pré-β-HDL após a sua associação a uma quantidade
mínima de fosfolípidos e colesterol; o excesso de ApoA1 é destruído no rim.
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Bioquímica Fisiológica II
Um segundo mecanismo importante para o transporte reverso do colesterol envolve os transportadores cassete com ligação de
ATP A1 (ABCA1) e G1 (ABCG1). Estes transportadores são membros de uma família de proteínas transportadoras que acoplam a
hidrólise do ATP à ligação de um substrato, possibilitando o seu transporte através da membrana. O ABCG1 medeia o transporte
do colesterol das células para as HDL, enquanto o ABCA1 promove preferencialmente o efluxo de partículas contendo poucos
lípidos, como a pré-β-HDL ou a ApoA1, que são convertidas em HDL3 pela HDL discoide. A pré-β-HDL constitui a forma mais
potente de HDL que induz o efluxo de colesterol dos tecidos.
Lipase Gástrica
pH óptimo (4-6)
tem preferência pelas posições 1 das ligações éster
tem uma actividade pouco marcada
os ácidos gordos libertados são absorvidos na mucosa gástrica
Lipase Salivar
Secretadas pelas glândulas de Ebner
Actividade gástrica (3-4)
Preferência pela posição três dos TG’s contendo ácidos gordos de cadeia curta
Os ácidos gordos que vão sendo libertados são logo absorvidos no estômago (sangue portal)
Água
Micelas de Ácidos Biliares
. Colecistoquinina – contracção da vesícula Sais Biliares
Saída Colesterol
. Secretina – Relaxação do esfíncter
da Bílis Sais minerais
Pigmentos
. São agregados de pequenas dimensões que resultam da junção de lípidos e ácidos biliares.
. Os produtos de hidrólise de TG’s são continuamente transferidos das gotículas de emulsão para as micelas.
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Bioquímica Fisiológica II
. Ácidos biliares são sintetizados no fígado a partir do colesterol, mas podem ser modificados por enzimas bacterianas no
lúmen intestinal.
. Ácidos biliares primários sintetizados pelo fígado são o ácido cólico (3,7,12) e quenodesoxicólico (3,7).
. Ácidos Biliares secundários são derivados dos primários resultando em desoxicólico (3,12) e litocólico (3). (ocorre
desidroxilação na posição 7)
. São reabsorvidos pelos intestino para o sangue portal, captados pelo fígado e depois secretados novamente na bílis –
circulação entero hepática.
Absorção:
72% - 2MAG
28% - 2MAG
Estado de jejum – TG’s são degradados libertando ácidos gordos indo para o fígado:
Armazenamento
Utilizados
Junta-se às VLDL e são degradados de novo
Os ácidos gordos podem ser oxidados a acetilCoA ou ser sintetizados a partir desta.
A oxidação dos ácidos gordos ocorre na mitocôndria, ao passo que a lipogénese ocorre no citosol.
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Bioquímica Fisiológica II
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Bioquímica Fisiológica II
Metabolismo Intermediário
Os aminoácidos que resultam da digestão de proteínas e a glucose que resulta da digestão de carbohidratos partilham
uma rota comum a nível da sua absorção na via da veia portal hepática.
Ambos os compostos e outros produtos solúveis da digestão são inicialmente transportados para o fígado.
O fígado tem como função metabólica primária regular a concentração da mioria dos metabolitos no sangue,
particularmente a glucose e os aminoácidos. No caso da glucose, isto é conseguido, retirando o excesso de glucose e
convertendo-o a glicogénio (glicogénese) ou gorduras (lipogénese).
Entre as refeições, o fígado pode libertar o glicogénio que está nele armazenado para repor a glucose no sangue
(glicogenólise), ou conjuntamente com o rim, converter metabolitos não carbohidratos como o lactato, glicerol e
aminoácidos a glucose (gluconeogénese).
O fígado tem ainda a função de sintetizar a maior parte das proteínas plasmáticas (albumina) e desaminação de
aminoácidos que estão em excesso relativamente àquilo que é requerido, com a formação de ureia que é
transportada pela corrente sanguínea até ao rim onde é excretada.
O músculo esquelético utiliza a glucose como fonte de energia, formando lactato e CO2. Ele armazena o glicogénio
como fonte para utilizar durante a contracção muscular e sintetiza proteínas musculares a partir de aminoácidos
plasmáticos.
Os lípidos da dieta representados principalmente pelos TG, depois da digestão são convertidos a MAG e ácidos
gordos.
Estes são recombinados nas células intestinais, combinados com proteínas e são secretados inicialmente para o
sistema linfático e depois para a circulação através de duma lipoproteína designada de quilomicra.
Ao contrário do que se passa com a glucose e os aminoácidos, os quilomicra não são imediatamente levados para o
fígado. São 1º metablizados nos tecidos extrahepáticos que possuem a LPL que hidroliza o TG libertando ácidos gordos
que são incorporados em tecido lipídico ou oxidados como fonte.
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Bioquímica Fisiológica II
Sistemas Hormonais
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Bioquímica Fisiológica II
Sistema de feedback negativo – opera quando níveis suficientemente altos da hormona final já foram
secretados na circulação. Geralmente há três circuitos de feedback – o circuito longo, curto e ultra-curto.
*Feedback longo – a hormona liga-se a um receptor ou sobre as células pituitárias anterior, hipotálamo e do
SNC impedindo a elaboração posterior de hormonas das células envolvidas na cascata.
*Feedback curto – responsável pela hormona da pituitária que retroalimenta negativamente o hipotálamo,
operando através de um receptor.
*Feedback ultra-curto – o factor libertador do hipotálamo retroalimenta a nível do hipotálamo, inibindo a
secreção posterior desse factor libertador.
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Bioquímica Fisiológica II
Homeostase
Capacidade do organismo de manter um meio interno relativamente estável, mas dinâmico.
Parâmetros mantidos mais ou menos constantes:
concentração de glucose sanguínea,
níveis de água,
concentração de cálcio,
taxa metabólica,
electrólitos,
balanço ácido-base,
temperatura
Comunicação intercelular
Hormonas
Substâncias químicas
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Bioquímica Fisiológica II
3. Derivados de lípidos
• Hormonas esteroides – derivadas do colesterol, libertadas pelos
oÓrgãos reprodutores (androgénios pelos testículos nos machos e estrogénios e progestinas pelos
ovários nas fêmeas)
oCórtex das suprarrenais (corticoesteroides)
oRins (calcitriol)
• Eicosanoides -derivados do ácido araquidónico.
oFactores parácrinos que coordenam actividades e afectam processos enzimáticos (tais como a
coagulação sanguínea)
oLeucotrienos, prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas.
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Bioquímica Fisiológica II
Catecolaminas Precursor
- Adrenalina
- Noradrenalina Tirosina
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Bioquímica Fisiológica II
- Dopamina
Esteróides e derivados
- Cortisol, outros glucocorticoides
- Aldosterona, outros mineralcorticoides
- Testosterona, outros androgénios Colesterol
- Estradiol, outros estrogénios
- Progesterona
- Colecalciferol e outras vitaminas D’s
Tiroide
- Tiroxina (T4) Tirosina
- Tri-iodotironina (T3)
Outras
- Serotonina Triptofano
- Melatonina Triptofano
- Prostaglandinas Ácido araquidónico
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Bioquímica Fisiológica II
Hipotálamo
Hipófise (Pituitária)
Tiróide
Supra-renais
Gónadas: Ovários e Testículo
Hipotálamo
Recebe e integra sinais do sistema nervoso central.
Sintetiza pequenas hormonas peptídicas, oxitocina e vasopressina.
Sintetiza vários factores hormonais estimulantes e inibidores da libertação de hormonas pela hipófise
Eminência mediana é o local
Hormonas do Hipotálamo
As hormonas hipotalamicas regulam a
hipófise anterior.
anterior.
Muitas hormonas hipotalamicas, em particular o TRH, CRH e somatostatina são encontradas noutros
Hormonas do Hipotálamo:
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Bioquímica Fisiológica II
hipotálamo.
CRH: controla a libertação de ACTH conjuntamente com ADH, cotecolaminas, VIP e angiotensina II.
A libertação de CRH é influenciada por cortisol (Hormona glicocorticóide secretada pela renal).
PRIH: inibe a síntese e libertação de PRL, inibindo a transcrição do gene para PRL. O GnRH também pode
estar envolvido com a inibição de PRIH devido a um neuropeptideo que apresenta actividade GnRH e PRIM
– GAP.
Hormonas da Hipofise
• São hormonas peptídicas.
• Contêm entre 3 e cerca de 200 resíduos de aminoácidos.
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Bioquímica Fisiológica II
Hipófise Anterior
Secreta, sob influencia de hormonas hipotalamicas, uma série de hormonas (hormonas tróficas), que
A perda da função hipofisiária anterior, resulta na atrofia da tiróide, do córtex cerebral e das glândulas
sexuais. Os efeitos secundários provocados pela ausência das hormonas secretadas pelas glândulas alvo,
afectam a maioria dos órgãos e tecidos do organismo e os metabolismos de proteínas, lipidos e glícidos.
Grupo II: Hormonas glicoproteicas: hormona estimulante da tiróide (TSH), hormona luteinzante (LH),
Grupo III: Peptideos pró-opiomelanocortina (POMC): péptidos que actuam como hormonas (ACH –
hormona adenocorticotrópica, LPH – lipotropina e MSH – hormona estimulante do melanócito) e outras que
Constituem uma família de hormonas proteicas que apresentam homologia de sequências. Cada uma das
hormonas deste grupo apresenta um único resíduo de triptofano e cada um tem duas pontes homólogas de dissulfeto.
Estas hormonas partilham alguns antigénios comuns e todas promovem o crescimento e a lactogenica.
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Bioquímica Fisiológica II
hidratos de carbono, lipidos, nitrogénio e minerais. Os efeitos relacionados com o crescimento são primeiramente
Efeitos:
também aumenta a síntese proteica. Aumenta assim a síntese de RNA e DNA em alguns tecidos. Devido a isto, a GH
estimulação da neoglicogénese e inibição da entrada de glucose na célula, podendo levar a diabetes mellitos. Antagoniza
os efeitos da insulina.
adiposo, causando oxidação de ácidos gordos livres no fígado. Ocorre cetogenese aumentada.
do osso e cartilagens.
As deficiências de Gh que por perda de função hipofisiária, quer por deficiência isolada de GH são
mais sérias na infância. Assim, falta de GH provoca nanismo, enquanto que grandes quantidades de GH provocam
gigantismo.
Não apresenta função definida nos humanos. Em ensaios biológicos apresenta efeitos semelhantes aos da hormona
do crescimento.
Prolactina (PRL)
A prolactina é uma hormona proteica, secretada pelos lactotropos (células acidófilas na hipófise anterior), estas
Tem como função a lactação em mamíferos, crescimento e diferenciação pré-natal (desenvolvimento da gravidez).
Está sempre inibida, excepto no período de lactação. É capaz de manter o corpo lúteo.
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Tumores nas células secretoras de prolactina podem causar nas mulheres, amenorreia (cessação da menstruação)
e galactorréia (descarga de leite). PRL excessiva nos homens causa ginecomastia (aumento das mamas) e
impotência.
São hormonas proteicas. Estas hormonas interagem com receptores na superfície da célula e
Estas hormonas são constituídas por uma subunidade ɒ e outra ɞ, unidas por uma ligação não
covalente. A subunidade ɒ é igual para todas as hormonas da mesma espécie, sendo a actividade biológica
especifica determinada pela subunidade ɞ. Cada subunidade é sintetizada a partir de RNAm de genes
separados.
Todas são sintetizadas como pré-pró-hormonas, sendo depois sujeitas a processamentos pós-
plasmáticas das células alvo (células filiculares nos ovários e células de sertoli nos testículos). Isto resulta na
activação da adenilciclase e produção de AMPc. A FSH estimula o crescimento folicular, prepara o folículo
para a acção ovulatória de LH, na mulher. Estimula a síntese de ABP (importante no transporte de
estimula a produção de progesterona pelas células do corpo lúteo e de testosterona pelas células de
nas gonadas.
sinciciotrofoblasto da placenta. Aumenta no sangue e urina após a implantação do óvulo fecundado, logo é a
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AMPc é responsável pela acção da TSH na biossíntese tireoidiana da hormona. Controla as hormonas da
São péptidos que actuam como hormonas (ACTH, LPH, MSH) e outras que podem servir como
A POMC é sintetizada como uma molécula precursora, sendo processada difrencialmente em várias
zonas da hipófise.
O gene para a POMC é expresso nos lobos anterior e intermediário da hipófise. A POMC é
encontrada em vários tecidos de vertebrados como o cérebro, placenta, trato gastrointestinal, trato
plasmática, aumentando os níveis de AMPc. A produção excessiva de ACTH pela hidrólise ou devido a um
tumor, resulta no síndrome de Custins. Observa-se produção excessiva de esteróides adrenais, balanços
negativos de nitrogénio, potássio e fósforo, retenção de sódio que resulta em hipertensão e edema,
intolerância à glicose ou diabetes mellitos, ácidos gordos plasmáticos elevados, eosinófilos e linfócitos em
Encontra-se apenas na hipófise, pois é rapidamente convertida noutros tecidos. Provoca lipólise e
mobilização de ácidos gordos, mas o seu papel fisiológico é mínimo. Serve como precursor da endorfina.
escurecimento da pele. Há 3 moléculas de MSH (ɒ,ɞ e ɣ). Estas hormonas não são encontradas em
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humanos após o nascimento. Pessoas com produção insuficiente de cocorticoides (doença de Addison)
Endorfinas:
Estes petideos são encontrados na hipófise, mas não são aí acetilados. Noutros sítios como
nos neurónios do sistema nervoso central são modificados e servem como neurotransmissores ou
neuromodeladores. As endorfinas podem-se ligar aos receptores do sistema nervoso central e desempenhar
Hipófise Posterior
Produz hormonas que regulam o balanço da água e a ejecção de leite pela glândula mamária lactante.
Apresenta duas hormonas activas, a vasopressina (ADH) e a oxitocina.
Cada hormona é produzida por um tipo específico de célula no hipotálamo e é transportada atá às terminações
nervosas da pituitária posterior, onde após estimuladas, são libertadas para a circulação. A vasopressina (ADH) é
primeiramente sintetizada no núcleo supraóptico e a oxitocina no núcleo paraventricular. Cada uma é transportada através
dos axónios associados a neurotransmissores e neurofisinas I e II.
A ADH é a oxitocina são secretadas separadamente na corrente sanguínea, junto com as neurofisinas II e I
respectivamente.
Oxitocina:
Acelera o nascimento por estimulação da contracção da musculatura lisa uterina. Promove a ejecção láctea da glândula
mamária. O estímulo primário para a libertação de oxitocina são os impulsos neurais que estimulam o mamilo. Os
estímulos secundários são a distensão vaginal e uterina. A prolactina também é libertada por muitos dos estímulos que
libertam a aoxitocina. O estrogéneo estimula a produção de oxitocina e de neurofisina I e a progesterona inibe a sua
produção. A oxitocina é usada em fármacos para induzir o parto. Receptores para a oxitocina foram encontrados na
membrana de tecidos uterinos e mamários. Estes receptores aumentam em número por estrogéneos e diminuem por
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progesterona, a elevação de estrogéneos e queda da progesterona que ocorre antes do parto, explica o início da lactação
antes do parto. A oxitocina é a neurofisina I são produzidas no ovário, onde a oxitocina pode inibir a esteroidogénese.
GLÂNDULA TIRÓIDE
(esteróide – precisa de transportador plasmático)
Folículos: a) Parte central colóide
b) Parte periférica (células cubóides)
2 Tipos de hormonas: T3 e T4
As hormonas são produzidas pelos folículos tiroideus e são as únicas que necessitam de iodo para o seu
funcionamento.
Tiroglobulina Tgb
Percursor de T3 e T4
É uma glicoproteína iodada constituída por 2 subunidades
Cerca de 70% do iodo da Tgb: MIT e DIT (percursores inactivos)
Os restantes 30% estão incorporados em resíduos iodotironil T3 e T4.
T4 é produzido em menor quantidade (reserva)
Oxidação do iodo
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I- + H2O2
Tiroperoxidase
I+
O I+ reage com os resíduos de tirosina da Tgb numa reacção catalizada pela tiroperoxidase ocorrendo:
1º Iodinização na posição 3 do anel aromático
2º Iodinização na posição 5 do anel aromático
O resultado é a formação de: MIT e DIT
Seguidamente ocorre o acoplamento dos resíduos iodotirosina:
2DIT – T4
1DIT e 1MIT – T3
T3 e T4 circulam ligadas à TBG
Destino e interesse:
T3 e T4 são hormonas proteicas cujo comportamento é aproximado aos das hormonas esteróides
São transportadas no citoplasma
Possuem um transportador membranário unindo-se algumas a receptores no citoplasma e
outras a receptores no núcleo.
Acção:
Estimula a síntese proteica
Causa um balanço positivo de Azoto
Importante para os processos de desenvolvimento celular
Juntamente com os glicocorticóides estimula a transcrição do gene para a GH
Tiocinato
Inibidores TSH estimulador
Perclorato
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GLÂNDULA SUPRA-RENAL
Situada no vértice do rim
Constituída por: Origem embriológica
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Hormonas do Córtex
Sintetiza hormonas que são agrupadas em 3 grupos (segundo a sua acção):
glicocorticóides
- cortisol
- coticosterona
mineralocorticóides
- aldoesterona
- desidroespiandroesterona (precursos de androgéneo)
- androstenodiona (androgéneo fraco)
Androgeneos
- testosterona
NOTA: A androesrenodiona e a desidroespianodrosterona são esteróides que são convertidos em andrógenos mais
Mineralocorticóides
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A produção de aldoesterona é regulada por sistemas renina-angiotensina e por potássio. O ACTH também está
envolvido.
-sistema renina-angiotensina: o rim tem o nefrónio que tem uma estrutura com células sensíveis á
pressão a nível renal. A diminuição de concentrações de NaCl e o abaixamento da pressão sanguínea a nível renal levam
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á libertação de renina, que é uma enzima proteolitica e vai actuar em circulação numa proteína produzida a nível
hepático, que se designa por angiotensinogénio. A renina vai converter o angiotensinogénio em angiotensina I que
passa na circulação pulmonar onde existe uma enzima que se designa por convertase pulmonar e transforma a
angiotensina I em angotensina II. A angiotensina II é um poderoso estimulo para a produção e libertação de
aldoesterona pelo córtex da supra-renal. A angiotensina II é uma potente vasoconstritora, mas o principal efeito é no
glomerolo de Malpighi. Acontece que a arteriola aferente do glomerolo capilariza-se. A angiotensina II promove a
vasocontrição da arteriola aferente e aumenta a produção renal. Inibe a libertação de renina pelas células
justaglomerulares. É um potente estimulador da produção de aldoesterona. A angiotensina II vai ser degradada em
angiotensina III e depois é degradada em produtos de excreção.
A aldoesterona aumenta o volume circulante levando á reabsorção de sódio dos tubulos renais. O
sódio é reabsorvido levando por efeito osmótico á reabsorção de água, também leva á excreção de potássio e
hidrogeniões. O mecanismo aldoesterona leva á passagem de sódio para o sangue.
- Potássio: a secreção de aldoesterona é sensível ao nível de potássio. O aumento de potássio
aumenta a secreção e a diminuição diminui a secreção.
glicocorticóides
A síntese de cortisol requer 3 hidrolases que actuam sequancialmente nas posições C17, C21 e C11. Se
a posição 21 for hidroxilada inicialmente, é impedida a acção da 17-hidroxilase e vai seguir-se a via dos
mineralocorticóides.
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A via biossintética do cortisol é originada a partir do colesterol, que pode ser proveniente do córtex da supra-
renal por duas vias:
- Trazido por transportadores de lipidos
- Sintetizados na própria célula pela ACTH que estimula fortemente a enzima chave da síntese do colesterol
que é a redutase hidrocimetilbutanil e estimula também a degradação do colesterol esterificado.
O primeiro passo da biossintese é a actuação da desmolase, um complexo enzimático capaz de clivar os 27
carbonos do colesterol em numa estrutura com 21 carbonos, a prognenolona. Esta reacção é fortemente estimulada
pela ACTH. Assim, a ACTH para alem de estimular a síntese e degradação do colesterol, estimula também a acção da
desmolase a nível da mitocondria e os segundos mensageiros envolvidos na acção da ACTH parecem ter IP# e
diacilgliceol pela acção da fosfolipase C.
A pregnenolona vai ser hidroxilada na posição 17 pela acção da 17-hidroxilase transformando-se em 17-
hidroxipregnenolona. Na 17-hidroxipregnenolona vão actuar duas enzimas, a hidroxiesteroide desidrogenase e uma
isómera que vão formar 17- hidroxiprogesterona. Dá-se a hidroxilação do 17-hidroxiprogesterona formando-se 11-
desoxicortisol, que vai ser hidrolisado a cortisol.
A produção de cortisol é dependente de ACTH. As acções da ACTH sobre a supra-renal são:
- Formação do colesterol a partir de ésteres de colesterol e síntese de colesterol livre a partir de
Acetil-Coa e transformar colesterol em prognenolona na mitocondria pela desmolase.
- Regula a libertação do cortisol.
- Activa a 17-hidroxilase.
- A secreção de colesterol depende de ACTH que é regulada por CRH
Existe muito pouco depósito de hormonas esteróides nas células supra-renais, pois estas hormonas são
libertadas para o plasma assim que são produzidas.
A libertação de cortisol é controlada pelo ritmo diurno de libertação de ACTH. Assim, os níveis de cortisol são
mais elevados de manhã e mais reduzidos ao fim da tarde e noite.
O transporte plasmático de glicocorticóides faz-se com o cortisol ligado a uma proteína transportadora, a
globulina ligadora de corticosteróide (CBG) ou então na forma livre. A CGB é produzida no fígado e a sua síntese é
aumentada por estrogéneos. Quantidades muito inferiores de cortisol ligam-se á albumina. A desoxicorticoesterona é a
progesterona interagem com a CBG competindo com o cortisol. O cortisol livre, corresponde á fracção biologicamente
activa.
As hormonas glicocorticóides regulam a expressão genética. Esta classe de hormonas afecta processos
celulares específicos, influenciando a quantidade de proteínas, normalmente enzimas no interior das células. Isto é
feito através da regulação da taxa de transcrição de genes específicos na célula-alvo. A regulação da transcrição requer
que o complexo esteróide-receptor se ligue a regiões especificas do DNA e que tais regiões confiram especialidade á
resposta. O complexo hormona glicocorticóides-receptor liga-se com grande especialidade a uma determinada região,
GRE (elemento de resposta ao glicocorticóide). A maioria dos genes regulados por glicocorticóides requerem proteínas
adicionais de ligação ao DNA (HRU)
Estas hormonas também regulam a taxa de degradação de RNAm e o processamento pós-tradução.
Andrógenos
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Fisiopatologias
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As cotecolaminas não podem atravessar a barreira hemato-encefálica, logo são sintetizadas localmente no cérebro.
- A dopa é convertida em dopamina por acção da dopa-descarboxilase.
- A conversão de dopamina em noradrenalinana ocorre no grânulo de secreção, por acção da dopamina-
hidroxilase.
- A conversão de noradrenalina em adrenalina ocorre no citoplasma nas das células formadoras de adrenalina
da medula supra-renal por acção da PNMT.
A PNMT é induzida por hormonas glicocorticóides.
As cotecolaminas são armazenadas nos grânulos cromafins. As cotecolaminas penetram no grânulo por um
mecanismo de transporte ATP-dependente e ligam-se ao nucleótico.
- A noradrenalina é armazenada nos grânulos mas pode sair para ser metilada a adrenalina. A adrenalina
formada penetra, formando-se uma nova população de grânulos.
Como ocorre a libertação de cotecolaminas dos grânulos?
A medula supra-renal recebe estimulação neural fazendo com que as membranas dos grânulos de
armazenamento se fundam com a membrana plasmática, resultando na libertação por exocitose da noradrenalina e da
adrenalina. Processo cálcio-dependente.
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Nos tecidos são metabolizadas por COMT e MAO ( catecol – O - metil – transferase e Monoamina Oxidase)
COMT: cataliza a adição metil ao C3 ao anel aromático (enzima citosólica)
*epinefrina – metanefrina
*norepinefrina – normetanefrina
MAO: oxirredutase que desamina monoaminas tipo A e B
Pequenas quantidades de epinefrina são excretadas na urina
Receptores
α andogrénicos: α1 - α2 (Ca2+)
Β androgénicos: β1 – β2 (AMPc)
α1 β1
Ca2+ como 2ºmensageiro AMPc – 2º msg
Neoglucogénese Estimula a lipólise
Suaviza a contracção muscular A força e taxa de contracção do
miocárdio
α2 β2
níveis de AMPc suaviza e relaxamento muscular
inibe a lipólise neoglucogénese
secreção de insulina glucogenólise
liberta renina insulina, glucagon, renina
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Libertação:
A exocitose da norepinefrina do grânulo é cálcio-dependente e dá-se quando há um estímulo neural da medula
adrenal.
A medula adrenal não tem a capacidade de fazer reentrar e de reacumular catecolaminas já libertadas das
células cromafins
A epinefrina libertada vai para o fígado e para o músculo e é rapidamente metabolizada
As catecolaminas circulam no plasma associados à albumina
Hormonas Pancreáticas
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Por acção dos estímulos: insulina e grânulos são libertados para a corrente sanguínea:
1º Receptores
1º glicemia: receptores membranares das células β estão saturados
2º Proteína G membranar (2º mensageiro é o IP2)
3º IP2 satura as células de Ca2+ (leva à produção de Calmodulina Kinase)
4º Calmodulina Kinase: fosforila cadeias contrateis miosina do citoesqueleto.
5º empurra os grânulos para a membrana apical Corrente sanguínea
2ºGlicémia
da taxa de glucose na própria célula β
INSULINA
Hormona proteica constituída por duas cadeias (A e B) unidas por pontes dissulfito (S-S) – A7 –B7
A20-B19
A6-A11
É um heterodímero
Nota: Tanto a pró-insulina como a insulina combinam-se com o zinco para formar hexâmeros
Acção da Insulina
Tecidos: liga-se a receptores da membrana (2 subunidades α e 2β )
α – extracelulares e ligam-se
numa região rica em cisteína
Emitem um sinal
β – transmembranares com
actividade tirosina quinase
(transdução sinal)
Pool de transportadores de glucose que se deslocam para a membrana
apical e transportam
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GLUCAGON
. Sintetizado nas células α ilhéus, sob a forma de pré-glucagon
. Activado no fígado por clivagem
. Circula no sangue +- 5min
. Possui uma acção oposta à insulina
. Estímulo: glucose circulante
. Utiliza também um receptor de membrana
. Actua no jejum (níveis baixos de glucose)
activa a fosforilase – glicogenólise
estimula a lipólise – neoglicogénese e cetogénese
SOMATOSTATINA
Células D dos ilhéus como pré-hormona
Transcrição do seu gene é aumentada pelos níveis de AMPc
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Acção:
- inibe a secreção de GH (por feedback negativo no hipotálamo)
- inibe a secreção de insulina e glucagon
- o transporte e absorção de nutrientes no intestino
Hormonas Sexuais
Masculinas
Testículos – 2 partes:
- aglomerolado de células de Leydig:
síntese de hormonas sexuais masc: testosterona
- tubos seminíferos possuem: espermatogéneos, células de Sertolli, (acção
dependente das células de Leydig)
Funções:
DHT
Manifestação caracteres sexuais secundários
Espermatogénese
Formação dos órgãos sexuais externos
Testosterona
Responsável pela secreção de gonadotrofinas
Espermatogénese
Estimulação dos canais de Wolf
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Transporte de testosterona:
A testosterona produzida é transportada no plasma ligada a β globina plasmática específica – TEBG ou
SHBG
A testosterona também pode ser transportada no plasma ligada à albumina.
Femininas
Corpo Lúteo – forma progesterona e 17-hidroxiprogesterona
Androsterediona
17β hidroxiesteroide
Testosterona
aromatase
esteradiol
desidrogenase
16αhidroxilase
estriol Estrona
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Estrogénios – secreção
O fígado converte estradiol e a estrona a estriol
A estrona, o estradiol e o estroil são substratos para enzimas hepáticas que lhes adicionam glicoronatos ou
sulfatos transformados em conjugados.
Os estrogéneos conjugados são hidrossolúveis e não se ligam a proteínas transportadoras sendo excretadas na
bílis e fezes/por vezes na urina.
Desenvolvimento dos caracteres sexuais 2ºs: crescimento uterino, espessamento do muco cervical e mucosa
vaginal; desenvolvimento dos ductos mamários.
Progesterona – secreção
O fígado metaboliza rapidamente a progesterona a vários compostos.
Secreções do endométrio: inibe contracções uterinas; aumenta a viscosidade do muco cervical; desenvolve
ácidos mamários; temperatura basal; inibe a produção e secreção de leite.
Ciclo menstrual
O ciclo menstrual resulta numa interacção complexa entre o hipotálamo, hipófise e ovário.
Fase folicular
Um folículo começa a aumentar sob a influência do FSH. Os níveis de E2 estão baixos durante a 1ª
semana de fase folicular, mas começam a aumentar progressivamente quando os folículos aumentam.
Os estrogénios alcançam níveis máximos 24h antes do pico do LH e sensibilizam a hipófise ao GnRH
O LH é libertado em resposta a estes níveis altos de E2 num controlo positivo ou em resposta a um
declínio de E2.
Os níveis de progesterona são mto baixos nesta fase
O pico de LH mostra o fim da fase
Fase Luteínica
Após a ovulação, as células granulosas do folículo de Graff formam o corpo lúteo, uma estrutura que começa
logo a produzir progesterona e algum estradiol.
O pico de estradiol ocorre a meio da fase luteínica e então entra em declineo.
A progesterona é necessária para a preparação e manutenção do endométrio.
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