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ESTUDO DAS VIGAS

Flexão simples é a flexão sem a força normal, apenas com a atuação do momento fletor e da força
cortante. Caso ocorra a força normal, o campo de estudo se refere à flexão composta, mais característica
para os pilares.
Já no caso das lajes, despreza-se a força cortante, e temos a flexão pura.
Para desenvolver o estudo da flexão simples, iremos nos concentrar nas vigas que, segundo a definição da
NBR 6116, são os “elementos lineares em que a flexão é preponderante”.

Basicamente, a função das vigas é receber as cargas das lajes e transmiti-las aos pilares. Sua armadura é
composta de barras longitudinais (responsáveis pela resistência à tração causadas pela flexão) e por
estribos (responsáveis pelo combate às tensões de compressão e tração geradas na seção transversal, e
às tensões de cisalhamento). Tensão é o esforço por unidade de área, que varia de acordo com as
características geométricas da peça. O que importa é conhecer o valor máximo.
Num raciocínio inverso à laje armada em uma só direção, podemos comparar as barras longitudinais
como a armação principal, e como armação secundária a armação transversal (paralela ao lado menor),
sendo neste caso, os estribos. Quando a armadura longitudinal estiver apenas na região tracionada, é
necessário ter um porta-estribos, composto por duas barras na região comprimida, o que mantém os
estribos na posição de projeto.
O método elástico especifica que devemos calcular as tensões máximas e compará-las com as tensões
determinadas em experimentos de laboratório. Se esta for menor que aquela, garante-se a segurança.
Este é o método de cálculo clássico, ou método das tensões admissíveis.
No entanto, o método mais adotado atualmente consiste em calcular o momento capaz de romper a
peça, e compará-lo com o momento solicitante calculado em função da carga atuante. O estudo é feito na
ruína da estrutura. Obtém-se o coeficiente de segurança (ou de ponderação) dividindo-se o momento ao
qual a peça resiste até o momento responsável pelo colapso (momento solicitante).
M: momento fletor solicitante
Logo, no equilíbrio,
Cc: resultante de compressão no concreto Cc.Z = Ts.Z = M
Ts: resultante da tração no aço
z: distância (braço de alavanca)

Representação tridimensional das regiões onde ocorrem as solicitações:


Corte esquemático de uma viga com armadura dupla e suas tensões e deformações:

Gráficos tensão X deformação

Serão estudados agora os efeitos decorrentes da TENSÃO e da DEFORMAÇÃO, respectivamente, os


ESTÁDIOS e os DOMÍNIOS.

ESTÁDIOS DE TENSÃO:
A ruptura da viga por flexão é lenta e gradual; já se for causada pelos esforços cortantes é abrupta e
imediata. Assim, a resistência da viga ao cortante deve ser maior que a resistência à flexão.
A maneira pela qual o cálculo estrutural analisa o comportamento de uma seção de concreto consiste em
carregá-la, gradativamente, do zero à ruptura (são aplicados esforços de ruptura: esforços máximos
permitidos oriundos da multiplicação dos esforços solicitantes - de serviço - pelo coeficiente de
segurança). Isto permite acompanhar 3 (ou 4) etapas bem características que uma peça estrutural
submetida à flexão passa, do início do carregamento ao colapso. Cada uma destas etapas de tensão é
chamada de ESTÁDIO.

Obs: σc = tensão do concreto: σcc na compressão, σct na tração


σs = tensão do aço
fcd = limite de resistência do concreto no esmagamento (compressão)
fyd = limite de resistência do aço no escoamento (tração)
Estádio Ia: diagrama triangular – concreto resistente à tração.
Estádio Ib: é o início da fissuração, por tração, do concreto
Estádio II: não se considera a resistência do concreto à tração
Estádio III: é o início da plastificação do concreto: esmagamento por compressão.

ESTÁDIO I

Concreto resistindo simultaneamente à tração e compressão: concreto não fissurado.

ESTÁDIO Ia: σct < fct, onde fct = resistência do concreto à tração. Corresponde ao início do
carregamento, e por isso as tensões são pequenas. O diagrama de tensões é linear ao longo da seção
transversal da peça, conforme a lei de Hooke (a intensidade da força elástica é diretamente proporcional
à deformação: σ = ε E).

ESTÁDIO Ib: σct = fct. cálculo do momento fletor de fissuração (solicitação que pode provocar o início da
formação de fissuras). É como se não houvesse armadura: o cálculo pode ser feito tratando a estrutura
de CA como concreto simples: substitui-se a armadura por concreto de área α vezes a área da armadura,
sendo α a relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto.

O início da fissuração, que ocorre no instante que as tensões de tração (σct) superam a resistência do
concreto à tração (fct), determina o fim do ESTÁDIO I e início do ESTÁDIO II. É nessa fase que é calculada a
armadura mínima.
ESTÁDIO II

σct > fct e σs < fyd. Concreto trabalhando à compressão no regime elástico enquanto as tensões de
tração são desprezadas (concreto fissurado).
Nesta etapa, o concreto já não resiste à tração, surgindo fissuras nesta região tracionada. Assim,
despreza-se a resistência do concreto à tração; contudo a zona de compressão continua sob a lei de
Hooke: tensões lineares, de zero (na linha neutra) ao valor máximo (na borda mais comprimida).
No ESTÁDIO II, é possível verificar o comportamento da estrutura em serviço, seja no estado limite de
abertura de fissuras ou no estado limite de deformações excessivas.
Como o carregamento continua crescendo, as fissuras e a linha neutra vão na direção da borda
comprimida, e as tensões de tração e compressão aumentam, podendo atingir ou não o escoamento –
início do ESTÁDIO III (o ESTÁDIO II termina com o início da plastificação do concreto comprimido).

ESTÁDIO III

σcd = 0,85 (ou 0,80) fcd


e σs = fyd. É o indicado para o dimensionamento no estado limite último,
situação denominada como “cálculo na ruptura”. Os valores de cálculo do momento são obtidos pela
multiplicação do momento característico atuante Mk pelo coeficiente de ponderação (ou de segurança),
resultando em Md.
O dimensionamento consiste em fazer com que as dimensões da seção sejam suficientes para que o
colapso aconteça no momento Md.
Como etapa final do processo, a zona comprimida está completamente plastificada e o concreto desta
região está na iminência de ruptura.
Temos que:
Mk >> Md; o trecho é seguro, mas antieconômico. Existe excesso de materiais.
Mk > Md: ainda há excesso de materiais, mas esta condição poderá ser considerada.
Mk = Md: o trecho atinge o limite de segurança, com o uso adequado de materiais.
Mk < Md: o trecho não é seguro. Faltam materiais e a viga deverá ser redimensionada.

Obs:
Como visto no estudo de lajes nervuradas, para facilitar o cálculo, a Norma permite a
adequação do gráfico para a forma retangular. A tensão é 0,85fcd se a largura da seção (na
linha neutra) não diminuir em direção da borda comprimida. Caso contrário, adota-se
0,80fcd.

O efeito Rusch é levado, portanto em consideração. Trata-se da correção entre os ensaios


medidos em laboratório, de curta duração, e os carregamentos reais de longa duração.

largura da seção = 0.85 fcd largura da seção = 0.80 fcd

Para que o raciocínio de cálculo no ESTÁDIO III seja viável, algumas hipóteses devem ser seguidas (as
mesmas serão melhor detalhadas um pouco mais à frente):
- As seções transversais se mantém planas até a ruptura;
- O encurtamento de ruptura do concreto à compressão é igual a 3,5 mm/m, ou 3,5%0 (três e meio
permilagem, ou por mil) .
- O alongamento máximo do aço na tração é de 10mm/m, ou 10 %0 (dez permilagem, ou por mil).

DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO:
Agora, serão vistas as deformações. Considera-se que o colapso de uma estrutura à flexão ocorre na
ruptura do concreto submetido à compressão ou da armadura submetida à tração. Quando o aço ou o
concreto atinge seu limite de deformação causada por tensões de compressão e tração (ocasionando,
respectivamente, encurtamento e alongamento), entra-se no campo chamado DOMÍNIO. São, portanto,
representações das deformações (ε) existentes na seção transversal.

Obs: εsd = deformação de alongamento do aço

εyd = deformação do início do escoamento do aço


εcd = deformação de encurtamento da fibra mais tracionada de concreto
Esta é uma representação dos oito tipos de domínios relacionados à diferentes solicitações.
Vê-se a seção lateral de uma peça estrutural, no caso, uma viga, com a indicação da armadura positiva
(As2) e da negativa (As1)
Os limites de 3,5%0 (encurtamento do concreto) e 10%0 (alongamento do aço) foram fixados no diagrama,
forçando as linhas dos domínios se inclinarem (são linhas retas pois, na hipótese de cálculo do ESTÁDIO
III, as seções transversais se mantém planas até a ruptura).

A linha neutra percorre o espaço de - a + . Entre X=0 e X=h, a LN estará dentro da seção da peça.

RETA A:
É uma linha que representa a tração uniforme (ou axial):
todos os pontos, inclusive as armaduras, estão com
tração no limite (εyd =10 ‰). As armaduras As1 e As2
estão com a mesma tensão de tração fyd (a mesma do
início de escoamento do aço).
A força normal está no centro de gravidade da seção
transversal.

Como só existe tração (εcd=0), a linha neutra está acima


da borda superior da peça, tendendo a -
DOMÍNIO 1:

A seção está totalmente tracionada (εcd=0), sendo as armaduras a única fonte de resistência. Porém, a
tração não é uniforme, pois a deformação varia, na borda superior, de 10 ‰ a 0 (10%0 <= εyd <= 0). Na
armadura inferior, a deformação permanece em 10 ‰ (εyd = 10 ‰)

Assim, a linha neutra desce de - a zero, e está fora da seção transversal, com X (altura da LN) negativo.
No momento que passa pela borda superior, dá-se o limite entre os domínios 1 e 2.
Neste domínio, o concreto está inteiramente fissurado, e a ruína se dá pelo alongamento do aço

DOMÍNIO 2:
É quando o concreto começa a sofrer encurtamento causado pela compressão. Em decorrência desta
deformação, o domínio 2 é subdividido em duas partes:

- Domínio 2a: a deformação vai de 0 a 2%0 (0 <= εcd <= 2%0)

- Domínio 2b: a deformação vai de 2%0 a 3,5%0 (2 <= εcd <= 3,5%0)

Como a seção transversal tem parte tracionada e parte comprimida, a linha neutra inicia-se em zero, e
cresce até o valor X2lim (0 ≤ X ≤ X2lim), cujo cálculo será visto mais adiante.
Assim, classifica-se o domínio 2 como dimensionamento à seção subarmada, uma vez que a armadura
tracionada é aproveitada ao máximo, com εsd = 10 ‰, mas o concreto comprimido não, com
εcd ≤ 3,5 ‰ (como se houvesse sobra, desperdício de concreto). Ou seja, a armadura escoa antes da
ruptura do concreto à compressão.
Este domínio configura-se como a divisa entre a ruína por exclusivo alongamento da armadura e a
ruptura do concreto comprimido (próximos domínios).
DOMÍNIO 3:

Na borda superior, o concreto está comprimido no valor máximo de εcd = 3,5 ‰, estando assim, na
ruptura. Na borda inferior, a deformação de alongamento na armadura tracionada está entre a
deformação de início de escoamento e 10 ‰ (εyd <=εsd <= 10%0).

A tensão na armadura é a máxima permitida, fyd, ou seja, também é uma armadura econômica.
Este domínio é classificado como dimensionamento subarmado, mas quando se verifica a deformação
última do concreto simultaneamente com a deformação última da armadura (10%0), classifica-se como
seção normalmente armada.
A altura da linha neutra varia de X2lim até X3lim (X2lim ≤ X ≤ X3lim), servindo de fronteira entre os domínios 3
e 4.

DOMÍNIO 4
Na borda superior, o concreto continua na ruptura, comprimido no valor máximo de 3,5 ‰.
O aço, porém, não atinge o escoamento, e considera-se este domínio como seção superarmada: o
concreto atinge o encurtamento de ruptura antes da armadura escoar.

A deformação de alongamento na armadura tracionada varia de zero até εyd , ou seja, a tensão na
armadura é menor que a máxima permitida, fyd. A ruína é pelo encurtamento do concreto.
A altura da linha neutra pode variar de X3lim até a altura útil d (X3lim ≤ X ≤ d), sendo que, se ultrapassar,
entra-se no DOMÍNIO 4a, válido apenas para a flexo-compressão.
DOMÍNIO 4A
A seção está quase totalmente comprimida. A ruína permanece causada pela deformação de
encurtamento máximo do concreto na borda superior comprimida (εcd =3,5 ‰). A borda inferior está
com 0 <= εsd <= εyd.

Ambas as armaduras encontram-se comprimidas, embora a armadura próxima à linha neutra tenha
tensões muito pequenas (portanto, esta armadura é mal aproveitada).
A linha neutra ainda está dentro da seção transversal, na região de cobrimento da armadura menos
comprimida, ou seja, d ≤ X ≤ h.

DOMÍNIO 5
A seção está totalmente comprimida. A linha neutra está fora da seção transversal, com altura variando
de h até +. A ruína acontece pelo encurtamento do concreto.
Neste domínio é definido o ponto C, existente a 3/7 h a partir da borda mais comprimida. É por este
ponto que passa a linha inclinada do diagrama de domínios.

Na borda superior, o encurtamento do concreto εcd varia de 2 ‰ a 3,5 ‰ e na borda menos


comprimida, εcd varia de 0 a 2 ‰. Considera-se a seção superarmada (εyd = 0).

O diagrama terá forma de um triângulo (quando a altura da LN for igual a h) ou, com seu contínuo
deslocamento, de um trapézio.
RETA B
A compressão é uniforme, com a força normal de compressão
aplicada no centro de gravidade da seção transversal . A linha está
em +∞ , e todos os pontos da seção possuem encurtamento de 2
‰.

Conclusão: para a flexão simples, são utilizados apenas os domínios 2, 3 ou 4.

DIMENSIONAMENTO DE VIGAS:
Um ponto fundamental para início do cálculo é a obtenção da altura X da linha neutra. Ela dependerá do
tipo de aço. Obs: 0  X  d

LIMITE ENTRE O DOMÍNIO 2 E O DOMÍNIO 3:

0,01 0,0035

dx X

X lim2 / 3  0,259d
LIMITE ENTRE O DOMÍNIO 3 E O DOMÍNIO 4:

 yd 0,0035

dx X

0,0035d
X lim3 / 4 
 yd  0,0035

CA-25 CA-50 CA-60


εyd (%0) 1,04 2,07 2,48
domínio 2 0  X  0,259d 0  X  0,259d 0  X  0,259d
limite 2/3 X lim  0,259d 0,259d 0,259d 0,259d
domínio 3 0,259d  X  0,771d 0,259d  X  0,628d 0,259d  X  0,585d

limite 3/4 0,0035d 0,771d 0,628d 0,585d


X lim 
 yd  0,0035
domínio 4 0,771d  X  d 0,628d  X  d 0,585d  X  d


Lembrando que  fyk  250MPa

  250
aço CA-25:  fyd   217,39MPa
 1,15
 217,39 Módulo de elasticidade do aço =
 yd   0,001035  1,04%0
 210.000 210 GPa = 210.000 MPa

 fyk  500MPa

 500
 fyd   434,78MPa
 aço CA-50:  1,15
 434,78
 yd   0,002070  2,07% 0
 210.000

 fyk  600MPa

 600
 fyd   521,74MPa
 1,15
 aço CA-60:  521,74
 yd   0,00248  2,48%0
 210.000
ROTEIRO PARA O DIMENSIONAMENTO:
1) determinar a altura da linha neutra

a. braço de alavanca Z = d – 0,4X

b. Md = Rc * Z = (0,85fcd * 0,8X * bw) * d -0,4X

Obs: as fórmulas então podem ser

Md = 0,68 * fcd * X * bw * (d − 0,4* X) ou

Md = (0,68 * X * d – 0,272* X2 )* fcd* bw

2) verificar a limitação de X pela Norma:

x  0,45 para fck  50MPa


X
x  
d 
x  0,35 para fck  50MPa

Caso esta limitação seja ultrapassada, entramos com o valor de fck e de Kc na tabela Kc x Ks para
determinar o novo βx. Com este novo valor de βx, teremos X = βx *d.
bw * d 2
Obs: lembrando que Kc 
Md

3) definição do domínio: compara-se a altura da LN obtida com os limites X2lim ou X3lim:

a. se for no domínio 2 ou 3:  sd   yd seção subarmada: a armadura escoa antes.


Igualamos σsd com fyd.

b. se for no domínio 4:  sd   yd seção superarmada: o concreto rompe antes.


Entramos no gráfico Tensão X Deformação com εsd para determinar σsd

4) cálculo da seção:
Md
a. se for no domínio 2 ou 3: As 
Z * fyd

Md
b. se for no domínio 4: As 
Z *  sd
Md
Obs: se X foi obtido por meio de X = βx *d, a área da seção será As  Kc
d sd
5) armadura mínima: As mín   mín * b * h
6) espaçamento entre as bitolas:

2cm 2cm
 
eV   eH  
0,5dMáx 1,2dMáx
 

BRITA DIÂMETRO (mm)


dMáx:
0 4,8 a 9,5
1 9,5 a 19
2 19 a 25
3 25 a 38

7) A armadura dupla é necessária no DOMÍNIO 4: estas barras ajudam na resistência à compressão:

7.1 – Calcula-se M2d, que é a resultante da compressão sobre o aço multiplicada por (d – d´).

M2d = σ´sd * (d – d´), onde σ´sd é a tensão de encurtamento do aço.

M 2d
7.2 – calcula-se A´s  A´s:
 ´sd (d  d ´)

Md M 2d
7.3 – calcula-se As: As  
 sd (d  0,4 X )  sd (d  d´)

Observações gerais:

 Seção normalmente armada: é quando a ruptura se dá no mesmo momento pelo esmagamento


do concreto (εcd = 3,5%0) e pela tensão máxima de tração da armadura (fyd), ou seja, tensões
últimas.

 Seção superarmada: o esmagamento do concreto vem antes da armadura escoar (εsd < εyd). Isto
ocorre quando se usa uma altura da peça menor do que aquela se fosse normalmente armada.
Não é recomendada na flexão simples, sendo característica do domínio 4.

 Seção subarmada: a armadura escoa antes do concreto se romper (εsd >= εyd). Neste caso, a
altura é maior do que se fosse normalmente armada. Pode ser usada para economizar armadura,
característica do domínio 2 e 3.
 Uma viga deve ter largura mínima de 12cm, exceto para vigas parede, que deve ser 15cm.

 Vigas parede são vigas altas, onde a relação comprimento/altura é menor que 2 (vigas biapoiadas)
ou 3 (vigas contínuas), podendo receber carregamentos superiores ou inferiores.

 Uma viga deve ter altura mínima de 25cm, padronizada de 5 em 5cm.

 Caso a viga tenha mais que 60cm de altura, faz-se necessário o uso de armaduras de pele, que são
barras longitudinais dispostas nas faces laterais da seção para evitar o surgimento de fissuras na
parte tracionada, combatendo a retração e os efeitos da variação da temperatura.

 As armaduras de uma viga combatem tensões de compressão, tração e cisalhamento na seção


transversal.

 Decalagem é um processo gráfico de caráter corretivo, consistindo no deslocamento do diagrama


do momento fletor no sentido mais desfavorável, a partir de pontos máximos e mínimos. Isto
permite especificar, no detalhamento da armadura, o local onde uma barra pode sofrer
descontinuidade, uma vez já tendo ocorrido a ancoragem. A fundamentação deste processo se
baseia no princípio da treliça de Morsch, quando se compatibiliza o cisalhamento com a flexão: a
força de tração nas barras se estende até o nó vizinho, daí ela não poderia ser calculada como
sendo a divisão entre o momento pelo braço de alavanca.

CISALHAMENTO
Na flexão simples e pura, consideramos como constante o momento fletor, e não levamos em conta a
ação do esforço cortante (V).
Na flexão dita não-pura, o momento é variável e há atuação do cortante. Sempre haverá a atuação de um
momento junto com o cortante que, inclusive, está relacionado ao ângulo de inclinação da viga em
relação ao seu eixo.
A fórmula geral do cisalhamento é , onde
τ = tensão tangencial devido o cortante;
V = esforço cortante na seção;
S = momento estático da área acima da fibra em consideração em relação à LN;
I = momento de inércia da seção em relação à linha neutra.
Para simplificação do cálculo, adota-se um modelo chamado

TRELIÇA CLÁSSICA DE RITTER-MÖRSCH.


Nesta treliça isostática, os componentes são assim representados:
• concreto comprimido: diagonais inclinadas a 45º, chamadas as bielas de compressão,
representando a fissuração;
• armadura transversal responsável pelo combate ao cisalhamento (estribo): linhas verticais ou
inclinadas, de acordo com o ângulo que o estribo estará;
• banzo inferior: armadura de flexão tracionada;
• banzo superior: concreto comprimido acima da linha neutra, no caso de momento fletor positivo.
Obs: os banzos (linhas superior e inferior da seção) são paralelos.

NOMENCLATURA:
BC → banzo comprimido: zona comprimida de concreto(Rcc);
BT → banzo tracionado: barras da armadura longitudinal de tração (Rst);
DC → diagonal comprimida: bielas comprimidas de concreto;
DT → diagonal tracionada: armadura transversal (estribos);
α → inclinação da diagonal tracionada (armadura);
β → inclinação das bielas de concreto (ou das fissuras).
Estribos sendo usados no combate ao cisalhamento:
Sendo Z a altura da treliça, a distância entre os estribos não deve ser superior a 2*Z (estribos inclinados)
ou a Z (estribos verticais).
Estribos a 45º são mais eficientes, pois acompanham a inclinação da tensão, e assim sua bitola pode ser
reduzida; porém possuem comprimento maior que aqueles armados a 90º.
Na prática, o consumo de aço torna-se praticamente o mesmo.

Para se realizar o cálculo à força cortante, nos baseamos em dois modelos chamados
• Modelos de Cálculo I: a treliça é a clássica, sendo as bielas de compressão inclinadas a 45º .
• Modelo de Cálculo II: a treliça é a generalizada, com inclinação das bielas variando de 30º a 45°.
Obs: lembrando do que é um esforço cortante:

Procedimentos de cálculo:
Verificação se as condições abaixo do E.L.U. estão atendidas:

BIELA COMPRIMIDA DE CONCRETO:


força cortante de cálculo na seção (Vd) ≤ força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das
diagonais comprimidas de concreto (Vrd2)
Vd ≤ Vrd2

BIELA TRACIONADA DE AÇO:


força cortante de cálculo na seção (Vd) ≤ força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração
diagonal (Vrd3).
Vd ≤ Vrd3 e Vrd3 = Vc+ Vsw
Obs:
• Vc: valor empírico, referente à absorção de parte do cortante por outros elementos (efeitos dos
agregados, do concreto comprimido, etc);
• Vsw: parcela da força cortante resistida pela armadura transversal.
• Vd é o cortante multiplicado pelo coeficiente de segurança 1,4.
Modelos de Cálculo I

VERIFICAÇÃO DA BIELA DE CONCRETO:


 f 
 Vrd2 = 0,27 αv2 * fcd * bw * d onde αv2 é igual a 1  ck 
 250 
 verifica-se Vd ≤ Vrd2

VERIFICAÇÃO DA BIELA DE AÇO:


0,7 * 0,3
 Vc = 0,6 * fctd * bw * d
* 3 f ck2
onde fctd é igual a c (na flexão simples)

 Vsw = Vd − Vc (admitindo-se Vsd = Vc+ Vsw)


 Vrd3 = Vc + Vsw
 verifica-se Vsd ≤ Vrd3
 Recomenda-se a utilização de aço CA-50 ou CA-60 para a armadura dos estribos. De acordo com
sua inclinação, o dimensionamento é calculado por:

Asw Vsw
 (estribos inclinados a 45º)
S 55,4 * d

Asw Vsw
 (estribos inclinados a 90º)
S 39,2 * d

Obs:
Asw/S : armadura transversal por unidade de comprimento
Asw : área de todos os estribos, em cm2/cm
Vsw em kN
d em cm
fck em MPa
Modelos de Cálculo II

VERIFICAÇÃO DA BIELA DE CONCRETO:


 Vrd2 = 0,54 * α * fcd * bw * d * sen2 θ (cot g α + cot g θ)
o onde q é o ângulo de inclinação das diagonais de compressão,
inferior a 45º.
 verifica-se Vd ≤ Vrd2

VERIFICAÇÃO DA BIELA DE AÇO:

Vrd3 = Vc + Vsw

 calculamos fctd = 0,7 * 0,3


* 3 f ck2
c
 calculamos Vc0 = 0,6 * fctd * bw * d

 se Vd ≤ Vc0: Vc1 = Vc0


 se Vd = Vrd2: Vc1 = 0

 fazemos Vc = Vc1 (na flexão simples)

 Calcula-se Vsw = Vsd − Vc

 Armadura mínima:
A Norma recomenda que, numa viga, existam estribos responsáveis pela existência de armadura
transversal mínima.

Tal valor é regulamentado pela taxa geométrica mínima  sw calculado pela equação

onde
Asw f
 sw   0,2 * ct ,m
bw * s * sen f ymk Asw = área da seção transversal total de cada estribo;

s = espaçamento entre os estribos;

α = ângulo de inclinação dos estribos;

Asw,mín f ct ,m bw = largura da base;


 0,2 * * bw * sen
s f ymk fywk = resistência característica do aço ao escoamento;

fct,m = resistência média à tração do concreto.


Se considerarmos os estribos verticais (a = 90º) espaçados a cada metro, temos

20 * f ct ,m
Asw,mín  * bw
f ymk

Obs:
Asw,mín área mínima da seção transversal em cm2/cm

fct,m resistência média à tração do concreto f ct ,m  0,3 * 3 f ck2 em Mpa

fymk resistência característica do aço ao escoamento, em kN/cm2

bw
 Diâmetro mínimo: 5mm   
10

Obs: barra lisa:  até 12,5mm

 Espaçamentos:
• mínimo: smín  v  1cm onde  v é o diâmetro do vibrador

• máximo: smáx  0,6d  30cm se Vsd  0,67 *Vrd 2

smáx  0,3d  20cm se Vsd  0,67 *Vrd 2

 Ancoragem:

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