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PRINCIPAIS JULGADOS DE
DIREITO DO CONSUMIDOR
EM 2017
Lucas Almeida Chaves Pereira
Monitor Acadêmico da EMERJ
A metodologia e conteúdo da aula
Autora Daniela
Pedido Condenar a indenização de R$ 100.000,00 pelos
danos materiais e R$ 10.000,00 pelos danos morais
Fundamento Defeito na prestação do serviço (art. 14 do CDC)
por ter sido extraviada a bagagem, além desse
episódio ter gerado transtorno e arruinado sua
lua de mel, o que enseja a efetiva reparação do
dano material e moral (art. 6º, VI, do CDC);
Aplicação do CDC frente às convenções
internacionais a despeito do art. 178 da CRFB,
por ser norma posterior, consubstanciando a
realização de uma garantia fundamental do
ordenamento jurídico e da própria ordem
econômica (art. 5º, XXXII, e art. 170, V, da CRFB).
Mapeamento do caso
Identificar as partes, os pedidos e as fundamentações
Réu Ar de Paris
Pedidos Limitação da indenização por danos materiais e morais
ao disposto no art. 22, item 3 da convenção de Montreal
Fundamento Aplicação da Convenções de Varsóvia e de
Montreal, em razão do disposto no art. 178 da
CRFB, com indenização “tarifada” em caso de
responsabilidade civil decorrente de transporte
aéreo internacional, limitada a pagar uma quantia
máxima de 1.000 Direitos Especiais de Saque por
passageiro (R$ 4.500,00).
Autora não preencheu qualquer documentação do
conteúdo e valor da mala, sem direito à indenização
integral do suposto valor, conforme o art. 22, item 2,
segunda parte, da referida Convenção.
Questões Fundamentais
Quem quer o quê, de quem e por quê?
QUEM? Daniela
O QUÊ? Condenar a indenização de R$ 100.000,00 pelos
danos materiais e R$ 10.000,00 pelos danos morais
DE QUEM? Air France
POR QUÊ? Defeito na prestação do serviço (art. 14 do
CDC) por ter sido extraviada a bagagem, além
desse episódio ter gerado transtorno e
arruinado sua lua de mel, o que enseja a
efetiva reparação do dano material e moral
(art. 6º, VI, do CDC);
Aplicação do CDC frente às convenções
internacionais (art. 5º, XXXII, da CRFB), a
despeito do art. 178 da CRFB.
Problemas Jurídicos e Questões Norteadoras
a) Internacional
b) Nacional (Doméstico)
Antinomia – CDC x Convenções
Contrato de Transporte
Classificações
a) Público
b) Privado
a) Aquaviário
b) Aéreo
c) Terrestre
Antinomia – CDC x Convenções
Contrato de Transporte
Conceito: É o contrato que tem por objeto o
deslocamento ou a condução de pessoas ou de
coisas em veículos apropriados, mediante
remuneração.
Características: consensual, oneroso, comutativo,
bilateral, de execução sucessiva, não solene e, em
regra, de adesão.
Obs.: Nos contratos de massa, o contrato de transporte
é sempre de adesão. Daí a existência de agencias
reguladoras para se evitar cláusulas abusivas: ANTT,
ANTAC e ANAC.
Antinomia – CDC x Convenções
Dispositivos que embasam a aplicação do CDC
Art. 5º, XXXII, da CRFB
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor.
É um “princípio institutivo”, segundo o Ministro Luís
Roberto Barroso.
Antinomia – CDC x Convenções
Dispositivos que embasam a aplicação do CDC
Art. 170, V, da CRFB, ao dispor sobre a ordem
econômica prevê, entre outros aspectos relevantes, a
defesa do consumidor:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
(...)
V - defesa do consumidor
Antinomia – CDC x Convenções
Dispositivos relevantes do CDC
Art 6º, VI, do CDC traz a previsão do direito básico à
efetiva reparação dos danos sofridos na relação de
consumo. Também é chamado de “princípio da
reparação integral”:
Súmula 595/STJ
Súmula 597/STJ
ERESP 1.515.895/MS – INF 612/STJ
Além de avisar que “contém glúten”, as embalagens dos
produtos deverão também alertar que o glúten é prejudicial
para celíacos
O fornecedor de alimentos deve complementar a
informação-conteúdo "contém glúten" com a informação-
advertência de que o glúten é prejudicial à saúde dos
consumidores com doença celíaca.
RESP 1.582.318/RJ – INF 612/STJ
Validade da cláusula de tolerância
No contrato de promessa de compra e venda de imóvel
em construção (“imóvel na planta”), além do período
previsto para o término do empreendimento, há,
comumente, uma cláusula prevendo a possibilidade de
prorrogação excepcional do prazo de entrega da
unidade ou de conclusão da obra por um prazo que varia
entre 90 e 180 dias. Isso é chamado de “cláusula de
tolerância”. Não é abusiva a cláusula de tolerância nos
contratos de promessa de compra e venda de imóvel em
construção, desde que o prazo máximo de prorrogação
seja de até 180 dias.
RESP 1.431.606/SP – INF 613/STJ
Lanchonete não tem o dever de indenizar consumidor vítima de
roubo ocorrido no estacionamento externo e gratuito do
estabelecimento
A Súmula 130 do STJ prevê o seguinte: a empresa responde,
perante o cliente, pela reparação de DANO ou FURTO de
veículo ocorridos em seu estacionamento. Em casos de roubo, o
STJ tem admitido a interpretação extensiva da Súmula 130 do
STJ, para entender que há o dever do fornecedor de serviços
de indenizar, mesmo que o prejuízo tenha sido causado por
roubo, se este foi praticado no estacionamento de empresas
destinadas à exploração econômica direta da referida
atividade (empresas de estacionamento pago) ou quando o
estacionamento era de um grande shopping center ou de uma
rede de hipermercado.
RESP 1.431.606/SP – INF 613/STJ
Por outro lado, não se aplica a Súmula 130 do STJ em
caso de roubo de cliente de lanchonete fast-food, se o
fato ocorreu no estacionamento externo e gratuito por
ela oferecido. Nesta situação, tem-se hipótese de caso
fortuito (ou motivo de força maior), que afasta do
estabelecimento comercial proprietário da mencionada
área o dever de indenizar.
Em suma, a incidência do disposto na Súmula 130 do STJ
não alcança as hipóteses de crime de roubo a cliente de
lanchonete praticado mediante grave ameaça e com
emprego de arma de fogo, ocorrido no estacionamento
externo e gratuito oferecido pelo estabelecimento
comercial.
RESP 1.442.597/DF – INF 614/STJ
A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, §
2º, I, do CDC, pode ser feita documentalmente ou verbalmente
O CDC prevê que é causa obstativa da decadência a
reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor
perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma
inequívoca, nos termos do art. 26, § 2º, I: Art. 26 (...) § 2º
Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente
formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos
e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve
ser transmitida de forma inequívoca. A reclamação obstativa
da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC, pode ser
feita documentalmente ou verbalmente.
RESP 1.573.859/SP – INF 615/STJ
Saque indevido em conta-corrente não configura, por si
só, dano moral
O saque indevido de numerário em conta-corrente,
reconhecido e devolvido pela instituição financeira dias
após a prática do ilícito, não configura, por si só, dano
moral in re ipsa. O saque indevido em conta corrente não
configura, por si só, dano moral, podendo, contudo,
observadas as particularidades do caso, ficar
caracterizado o respectivo dano se demonstrada a
ocorrência de violação significativa a algum direito da
personalidade do correntista.
Súmula 595/STJ
Agradeço a atenção!
Contato:
lucasacp@hotmail.com