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5.

A FASE DO CONSTITUCIONALISMO LIBERAL E DAS


DECLARAÇÕES DE DIREITOS
As revoluções liberais, inglesa, americana e francesa, e suas
respectivas Declarações de Direitos marcaram a primeira clara
afirmação histórica dos direitos humanos. A chamada “Revolução
Inglesa” foi a mais precoce (ver acima), pois tem como marcos a
Petition of Right, de 1628 e o Bill of Rights, de 1689, que
consagraram a supremacia do Parlamento e o império da lei.
Por sua vez, a “Revolução Americana” retrata o processo de
independência das colônias britânicas na América do Norte,
culminado em 1776, e a criação da primeira Constituição do
mundo, a Constituição norte-americana de 1787. Várias causas
concorreram para a independência norte-americana, sendo a
defesa das liberdades públicas contra o absolutismo do rei uma
das mais importantes, o que legitimou a emancipação.
Nesse sentido, foi editada a “Declaração do Bom Povo de
Virgínia” em 12 de junho de 1776 (pouco menos de um mês da
declaração de independência, em 4 de julho): composta por 18
artigos, que contém afirmações típicas da promoção de direitos
humanos com viés jusnaturalista, como, por exemplo:
 “todos os homens são, por natureza, igualmente livres
e independentes” (artigo I).
 e ainda “todo poder é inerente ao povo e,
consequentemente, dele procede; que os magistrados
são seus mandatários e seus servidores e, em qualquer
momento, perante ele responsáveis” (artigo II).
A Declaração de Independência dos Estados Unidos de 4
de julho de 1776 (escrita em grande parte por Thomas Jefferson)
estipulou, já no seu início, que:
“todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos
pelo seu Criador certos Direitos inalienáveis, entre os quais se
contam a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade. Que para
garantir estes Direitos, são instituídos Governos entre os Homens,
derivando os seus justos poderes do consentimento dos
governados”, marcando o direito político de autodeterminação
dos seres humanos, governados a partir de sua livre escolha.
Curiosamente, a Constituição norte-americana de 1787 não
possuía um rol de direitos, uma vez que vários representantes na
Convenção de Filadélfia (que editou a Constituição) temiam
introduzir direitos humanos em uma Constituição que
organizaria a esfera federal, o que permitiria a consequente
federalização de várias facetas da vida social. Somente em 1791,
esse receio foi afastado e foram aprovadas 10 Emendas que,
finalmente, introduziram um rol de direitos na Constituição
norte-americana.
Já a “Revolução Francesa” gerou um marco para a proteção
de direitos humanos no plano nacional:
a Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do
Cidadão, adotada pela Assembleia Nacional Constituinte francesa
em 27 de agosto de 1789. A Declaração Francesa é fruto de um
giro copernicano nas relações sociais na França e, logo depois, em
vários países.
O Estado francês pré-Revolução era ineficiente, caro e
incapaz de organizar minimamente a economia de modo a
atender as necessidades de uma população cada vez maior. As
elites religiosas e da nobreza também se mostraram insensíveis a
qualquer alteração do status quo capitaneada pela monarquia.
Esse impasse político na cúpula dirigente associado à crescente
insatisfação popular foi o caldo de cultura para a ruptura, que se
iniciou na autoproclamação de uma “Assembleia Nacional
Constituinte”, em junho de 1789, pelos representantes dos
Estados Gerais (instituição representativa dos três estamentos da
França pré-revolução: nobreza, clero e um “terceiro estado”
que aglomerava a grande e pequena burguesia, bem como a
camada urbana sem posses).
Em 12 de julho de 1789, iniciaram-se os motins populares
em Paris (capital da França), que culminaram, em 14 de julho de
1789, na tomada da Bastilha (prisão quase desativada), cuja queda
é, até hoje, o símbolo maior da Revolução Francesa.
Em 27 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional
Constituinte adotou a “Declaração Francesa dos Direitos do
Homem e dos Povos”, que consagrou a igualdade e liberdade
como direitos inatos a todos os indivíduos. O impacto na época
foi imenso: aboliram-se os privilégios, direitos feudais e
imunidades de várias castas, em especial da aristocracia de terras.
O lema dos agora revolucionários era de clareza evidente:
“liberdade, igualdade e fraternidade” (“liberté, egalité et
fraternité”).
A Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do
Cidadão proclamou os direitos humanos a partir de uma
premissa que permeará os diplomas futuros: todos os homens
nascem livres e com direitos iguais. Há uma clara influência
jusnaturalista, pois, já no seu início, a Declaração menciona “os
direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem”.
São apenas dezessete artigos, que acabaram sendo
adotados como preâmbulo da Constituição francesa de 1791 e que
condensam várias ideias depois esmiuçadas pelas
Constituições e tratados de direitos humanos
posteriores, como, por exemplo:
soberania popular,
sistema de governo representativo,
igualdade de todos perante a lei,
presunção de inocência,
direito à propriedade,
à segurança, liberdade de consciência,
de opinião, de pensamento,
bem como o dever do Estado Constitucional de garantir os
direitos humanos. Esse dever de garantia ficou expresso no
sempre lembrado artigo 16 da Declaração, que dispõe: “Toda
sociedade onde a garantia dos direitos não está assegurada, nem a
separação dos poderes determinada, não tem Constituição”.
Também é importante marco para o desenvolvimento
futuro dos direitos humanos o projeto de Declaração dos Direitos
da Mulher e da Cidadã, de 1791, proposto por Olympe de
Gouges, que reivindicou a igualdade de direitos de gênero. Ainda
em 1791 foi editada a primeira Constituição da França
revolucionária, que consagrou a perda dos direitos absolutos do
monarca francês, implantando-se uma monarquia constitucional,
mas, ao mesmo tempo, reconheceu o voto censitário. Em 1791, o
Rei Luís XVI tentou fugir para reunir-se a monarquias absolutistas
que já ensaiavam intervir no processo revolucionário francês.
Após a invasão da França e derrota dos exércitos austro-
prussianos, os revolucionários franceses decidem executar o Rei
Luís XVI e sua mulher, a Rainha Maria Antonieta (1793).
Esse contexto de constante luta dos revolucionários com os
exércitos das monarquias absolutistas europeias impulsionou a
Revolução Francesa para além das fronteiras daquele país, uma
vez que os revolucionários temiam que as intervenções
estrangeiras não cessariam até a derrota dos demais Estados
autocráticos. Esse desejo de espalhar os ideais revolucionários
distinguiu a Revolução Francesa das anteriores revoluções
liberais (inglesa e americana, mais interessadas na organização da
sociedade local), o que consagrou a Declaração Francesa dos
Direitos do Homem e do Cidadão como sendo a primeira com
vocação universal.
Esse universalismo será o grande alicerce da futura
afirmação dos direitos humanos no século XX, com a edição da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.

QUADRO SINÓTICO
A fase do constitucionalismo liberal e das declarações de
direitos
• As revoluções liberais, inglesa, americana e francesa, e
suas respectivas Declarações de Direitos marcaram a primeira
afirmação histórica dos direitos humanos.
• “Revolução Inglesa”: teve como marcos a Petition of
Rights, de 1628, que buscou garantir determinadas liberdades
individuais,
e o Bill of Rights, de 1689, que consagrou a supremacia do
Parlamento e o império da lei.
• “Revolução Americana”: retrata o processo de
independência das colônias britânicas na América do Norte,
culminado em 1776, e ainda a criação da Constituição norte-
americana de 1787( 11 ANOS DEPOIS). Somente em 1791 foram
aprovadas 10 Emendas que, finalmente, introduziram um rol de
direitos na Constituição norte-americana.
• “Revolução Francesa”: adoção da Declaração Francesa
dos Direitos do Homem e do Cidadão pela Assembleia Nacional
Constituinte francesa, em 27 de agosto de 1789, que consagra a
igualdade e liberdade, que levou à abolição de privilégios,
direitos feudais e imunidades de várias castas, em especial
da aristocracia de terras. Lema dos revolucionários: “liberdade,
igualdade e fraternidade” (“liberté, egalité et fraternité”).
• Projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã:
de 1791, proposto por Olympe de Gouges, reivindicou a
igualdade de direitos de gênero.
• 1791: edição da primeira Constituição da França
revolucionária, que consagrou a perda dos direitos absolutos do
monarca
francês, implantando-se uma monarquia constitucional,
mas, ao mesmo tempo, reconheceu o voto censitário.
• Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do
Cidadão consagrada como sendo a primeira com vocação
universal.
Esse universalismo será o grande alicerce da futura
afirmação dos direitos humanos no século XX, com a edição da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
6. A fase do socialismo e do constitucionalismo social
No final do século XVIII, os jacobinos franceses defendiam a
ampliação do rol de direitos da
Declaração Francesa para abarcar também os direitos
sociais, como o direito à educação e assistência
social. Em 1793, os revolucionários franceses editaram uma
nova “Declaração Francesa dos Direitos do
Homem e do Cidadão”, redigida com forte apelo à
igualdade, com reconhecimento de direitos sociais
como o direito à educação.
Essa percepção da necessidade de condições materiais
mínimas de sobrevivência foi ampliada pela
persistência da miséria, mesmo depois da implantação dos
Estados Constitucionais liberais, como na
Inglaterra e na França pós-revolucionária. Surgem, na
Europa do século XIX, os movimentos socialistas que ganham
apoio popular nos seus ataques ao modo de produção capitalista.
Proudhon, socialista francês, fez apelo inflamado à rejeição
do direito de propriedade privada, que
considerou um “roubo”, em seu livro de 1840, “O que é a
propriedade”. Karl Marx, na obra A questão
judaica (1843), questionou os fundamentos liberais da
Declaração Francesa de 1789, defendendo que o
homem não é um ser abstrato, isolado das engrenagens
sociais. Para Marx, os direitos humanos até então
defendidos eram focados no indivíduo voltado para si
mesmo, para atender seu interesse particular
egoístico dissociado da comunidade. Assim, não seria
possível defender direitos individuais em uma
realidade na qual os trabalhadores – em especial na
indústria europeia – eram fortemente explorados. Em
1848, Marx e Engels publicam o Manifesto do Partido
Comunista, no qual são defendidas novas formas
de organização social, de modo a atingir o comunismo,
forma de organização social na qual seria dado a
cada um segundo a sua necessidade e exigido de cada um
segundo a sua possibilidade. As teses
socialistas atingiram também a igualdade de gênero: August
Bebel defendeu, em 1883, que, na nova
sociedade socialista, a mulher seria totalmente
independente, tanto social quanto economicamente (“A
mulher e o socialismo”, 188313).
São inúmeras as influências da ascensão das ideias
socialistas no século XIX. No plano político,
houve várias revoluções malsucedidas, até o êxito da
Revolução Russa em 1917, que, pelo seu impacto
(foi realizada no maior país do mundo em termos
geográficos), estimulou novos avanços na defesa da
igualdade e justiça social.
No plano do constitucionalismo, houve a introdução dos
chamados direitos sociais – que pretendiam
assegurar condições materiais mínimas de existência – em
diversas Constituições, tendo sido pioneiras a
Constituição do México (1917), da República da Alemanha
(também chamada de República de Weimar,
1919) e, no Brasil, a Constituição de 1934.
No plano do Direito Internacional, consagrou-se, pela
primeira vez, uma organização internacional
voltada à melhoria das condições dos trabalhadores, que foi
a Organização Internacional do Trabalho,
criada em 1919 pelo próprio Tratado de Versailles que pôs
fim à Primeira Guerra Mundial.
QUADRO SINÓTICO
A fase do constitucionalismo social
• Antecedentes:
Final do século XVIII: próprios jacobinos franceses
defendiam a ampliação do rol de direitos da Declaração Francesa
para
abarcar também os direitos sociais, como o direito à
educação e assistência social.
1793: revolucionários franceses editaram uma nova
“Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão”,
redigida
com forte apelo à igualdade, com reconhecimento de
direitos sociais como o direito à educação.
• Europa do século XIX: movimentos socialistas ganham
apoio popular nos seus ataques ao modo de produção capitalista.
Expoentes: Proudhon, Karl Marx, Engels, August Bebel.
• Revolução Russa (1917): estimulou novos avanços na
defesa da igualdade e justiça social.
• Introdução dos chamados direitos sociais – que
pretendiam assegurar condições materiais mínimas de existência
– em várias Constituições, tendo sido pioneiras a Constituição do
México (1917), da República da Alemanha (também chamada de
República de Weimar, 1919) e, no Brasil, a Constituição de 1934.
• Plano do Direito Internacional: consagrou-se, pela
primeira vez, uma organização internacional voltada à melhoria
das condições dos trabalhadores – a Organização Internacional do
Trabalho, criada em 1919 pelo próprio Tratado de Versailles que
pôs fim à Primeira Guerra Mundial.

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