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2 – Partes: assim como na promessa em favor de terceiro, na promessa de fato existem três
partes:
a) Promitente: será a pessoa que se obrigará a convencer o terceiro a realizar o serviço.
b) Terceiro: será a pessoa que vai fazer o serviço combinado em contrato.
c) Beneficiário: é a pessoa que vai ser beneficiada com o serviço.
4 – Consequências: os artigos 439 e 440 do Código Civil ditam as consequências que serão
observadas caso o contrato não seja cumprido, a ver:
· Se o terceiro se recusar a fazer o serviço: o promitente responderá pelas perdas e
danos.
· Se o terceiro se obrigar a cumprir a prestação, mas não o fizer: o promitente não se
responsabiliza, passando a mesma ao terceiro.
Vícios redibitórios
Antes de adentrar a questão, é necessário deixar claro que existem dois sistemas sobre
essa matéria: o sistema do Código Civil e o do Código de Defesa do Consumidor. Cada
um deve ser analisado de forma separada.
1 – Conceito: Vícios ocultos que tornam a coisa imprestável ou diminuem seu valor, sempre
aplicável em contratos comutativos (onerosos).
Importante ressaltar que o Código Civil regula apenas as relações de compra e venda
entre particulares, se a relação for entre um particular e um fornecedor, será regido pelo
CDC.
1) O defeito deve ser oculto, considerando-se tal o defeito que uma pessoa
medianamente dotada não possa perceber em um exame superficial.
2) Deverá ser desconhecido do adquirente.
3) Somente se leva em conta o defeito já existente ao tempo da aquisição e que
perdure até o momento da reclamação.
4) O defeito deve inutilizar a coisa ou diminuir seu valor, ou seja, um defeito muito
pequeno não deve ser considerado, salvo nas condições acima citadas.
Se o alienante tinha ciência do vício oculto, além de ter que aceitar uma das
consequências acima, responderá também por perdas e danos.
Se o vício recair sobre bens perecíveis, o alienante tem obrigação de restituir (mesmo
não sendo possível a devolução do bem).
3 – Ações cabíveis (edilícias): são duas as ações cabíveis no caso de vícios redibitórios.
· Ação redibitória: o adquirente pode enjeitar a coisa, resolvendo o contrato por meio de
ação redibitória. Nesse caso, o negócio será desfeito e o adquirente receberá o valor de volta.
· Ação quanti minoris ou estimatória: o adquirente pleiteia o abatimento no preço,
ficando com a coisa.
4 – Prazos decadenciais: existe um prazo para se ajuizar as ações acima, que será contado
a partir da tradição do bem, o Código Civil os numerou da seguinte forma:
· Para bens móveis, o prazo é de 30 dias.
· Para bens imóveis, o prazo será de um ano.
· Em ambos os casos, o prazo será diminuído pela metade se o adquirente já estiver com
a posse do bem.
Existem, ainda, exceções jurisprudenciais para dois casos específicos.
· Máquinas para experimentação: o prazo começará a contar a partir do último ajuste
feito no aparelho.
· Animais: o prazo será de 180 dias a partir da manifestação da doença. Isso,
obviamente, se ficar comprovado que o adquirente comprou o animal com a doença, se for
comprovado que o animal ficou doente após a compra, não pode se falar em ação redibitória.
O prazo para se aumentar o limite de prazo decadencial (para ajuizar ação, a partir do
conhecimento do vício) é de 30 dias.
1 – Conceito: sob a ótica do CDC, vício redibitório é o defeito oculto, aparente ou de fácil
constatação, que tornam a coisa imprestável ou diminuem seu valor.
Deve-se observar que a visão do CDC é mais abrangente. Pois, no Código Civil, o
vício precisa ser oculto. Já no CDC, basta que seja aparente ou de fácil constatação.
Os requisitos são os mesmo do Código Civil, salvo o caso do defeito citado acima (que
não precisa ser oculto).
Evicção
1 – Conceito: Evicção é a perda da coisa, em virtude de sentença judicial, por quem a possuía
como sua, em favor de terceiro, detentor de direito anterior sobre ela. Para fica mais fácil a
visualização, eis um exemplo: a venda de um automóvel feita entre André e Bruno, sendo
que posteriormente se verifica que, na verdade, o automóvel pertencia a Carlos. Bruno pode
sofrer evicção e ser obrigado por sentença judicial a restituir o automóvel para Carlos. Bruno
tem direito a indenização, por André, pelo prejuízo sofrido com a evicção.
3 – Efeitos: Os efeitos da evicção são óbvios. O evicto terá direito de regresso contra o
alienante, desde que o contrato entre eles tenha sido oneroso (que poderá exigir, além do valor
pago, perdas e danos causados pela evicção). Para que tal direito se efetive, é necessária a
boa fé do evicto. Caso fique comprovado que o evicto também agiu de má fé, este terá direito
apenas a exigir o preço que pagou, não sendo possível pedir os prejuízos da evicção.
Apesar da cláusula expressa de exclusão de garantia, o evicto tem o direito de recobrar
o valor pago pela coisa evicta, se não souber ou não assumiu o risco pela evicção.
O preço a ser pago deve ser o do valor integral da coisa na evicção total ou, se parcial,
proporcional ao prejuízo sofrido.
4 – Requisitos:
· Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa.
· Onerosidade da aquisição. A evicção, como já se afirmou, ocorrerá nos contratos
onerosos, encontrando-se fora da proteção contra os efeitos da evicção todos os contratos
gratuitos de posse e propriedade de bens.
· Ignorância, pelo adquirente, da litiosidade da coisa (artigo 457).
· Anterioridade do direito do evictor. O alienante só responde pela perda decorrente de
causa já existente ao tempo da alienação. Se lhe é posterior, nenhuma responsabilidade lhe
caberá.
· Denunciação da lide do alienante (artigo 456). Somente após a ação do terceiro
contra o adquirente é que este poderá agir contra aquele.
· Sentença judicial, pois só assim estabelece-se a certeza sobre o domínio.
1 – Conceito. Entende-se como contrato preliminar aquele contrato que fará as partes se
comprometerem a celebrar mais tarde outro contrato, denominado contrato principal ou
definitivo.
Muito comum nos contratos de compra e venda de imóveis (onde recebe o nome de
promessa de compra e venda). Somente após o pagamento integral do preço é que o
contrato definitivo se dará, com a assinatura da escritura.
2 – Objeto. O objeto do contrato preliminar é criar uma obrigação de, no futuro, contratar.
O parágrafo único do artigo 463 diz que o registro é exigível apenas para produzir efeitos
para terceiros, pois entre as partes o pré-contrato é válido e obrigatório independente de
registro.
Salvo cláusula de arrependimento (que pode ser incluída), pode o contratante exigir a
celebração do contrato.
Pelo artigo 464, o juiz poderá suprir a vontade, conferindo caráter definitivo ao contrato
preliminar, caso a parte não queira cumprir o contrato.
Artigo 465: Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra
parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
Contratos Aleatórios
1 – Conceito. Contratos aleatórios são aqueles que as partes não sabem, com certeza, o
tamanho das obrigações que terão que suprir. Portanto, o contrato aleatório se opõe ao
contrato comutativo. Nosso Código Civil possui uma seção sobre os contratos aleatórios, nos
artigos 458 a 461.
2 – Aleatoriedade incidente: São contratos que são comutativos por natureza, mas que as
partes incluem cláusulas de aleatoriedade.
Percebam que o risco faz parte do contrato aleatório, sujeitando-se as partes a pagar
sem nada receber, ou a receber sem nada pagar.
3 – Extinção não natural: as causas não naturais de extinção dos contratos dividem-se
em causas anteriores ou conteporâneas (que são anteriores ou concomitantes à assinatura
do contrato) e causas posteriores (que são, obviamente, posteriores à assinatura contratual).
1) Causas Anteriores: Existem quatro formas de extinção contratual relacionadas às
causas anteriores:
· Nulidade: Qualquer hipótese de nulidade contratual dará fim ao contrato. Exemplo:
contrato gerado por absolutamente incapaz.
· Cláusula resolutiva: O contrato pode conter cláusula que preveja a resolução por
inadimplemento, o que é chamada de cláusula resolutiva. A cláusula resolutiva será sempre
expressa.
· Redibição: O contrato será extinto se houver algum vício redibitório.
· Direito ao arrependimento: A parte pode, antes da vigência, se arrepender do contrato,
causando sua extinção. O direito ao arrependimento deve estar expresso no contrato.
2) Causas posteriores: Existem seis formas.
· Resilição: O contrato será extinto por resilição quando uma das partes se manifesta
para tal.
· Distrato: O contrato será extinto quando as duas partes se manifestam para tal.
· Resolução: Sempre que há um pedido judicial de extinção do contrato, causada por
um descumprimento contratual. Para isso, é necessária a comprovação do inadimplemento.
· Rescisão: É o desfazimento do contrato por qualquer alegação de vício.
· Morte: Por motivos óbvios.
Contratos em Espécie
1 – Conceito: Contrato de compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes se
compromete a transferir a propriedade de um bem, móvel ou imóvel, mediante pagamento de
um preço (que deve ser previamente acordado).
5 – Responsabilidade civil pelos riscos da coisa: Regulado pelo Artigo 492 e seus dois
parágrafos, que dizem:
Artigo 492: Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os
do preço por conta do comprador.
§ 1o: Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que
comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido
postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o: Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em
mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
6.1 – Venda à descendente: de acordo com o artigo 496, o contrato de compra e venda para
descendente somente será válido se houver consentimento dos outros descendentes (se
houver, obviamente). Exemplo: José tem dois filhos, Marcos e Rosana, e deseja vender sua
6.3 – Venda entre cônjuges e companheiros: Nada impede que um dos cônjuges aliene ao
outro bem próprio. O artigo 499 diz que “é lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação
a bens excluídos da comunhão”. Essa regra também vale para companheiros, por isonomia
constitucional.