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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

ENGENHARIA CIVIL

IGGOR VINICIUS LOSS SANTANA


FREDERICO MÁRCIO ARAÚJO OLIVEIRA
VINÍCIUS DOS SANTOS RÉBULI

A SUPERCONDUTIVIDADE E SUAS APLICAÇÕES

VITÓRIA

2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

ENGENHARIA CIVIL

IGGOR VINICIUS LOSS SANTANA


FREDERICO MÁRCIO ARAÚJO OLIVEIRA
VINÍCIUS DOS SANTOS RÉBULI

A SUPERCONDUTIVIDADE E SUAS APLICAÇÕES

Trabalho apresentado para a obtenção


de nota na disciplina de Eletricidade
Aplicada a Engenharia Civil, ministrada
pelo professor Hélio André Antunes

VITÓRIA

2010
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Sumário

1. Introdução.................................................................................................3

2. Imãs e Aplicações em Grande Escala........................................................4

3. Forças sobre Ímãs e Supercondutores......................................................5

4. Quantização do Fluxo e Aplicações em Pequena Escala...........................6

5. Materiais...................................................................................................7

6. Teoria........................................................................................................8

7. Aplicações................................................................................................10

8. Conclusão.................................................................................................13

9. Referências Bibliográficas........................................................................14
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1. Introdução

A corrente elétrica durante o processo de transporte, que vai das usinas


geradoras até os centros consumidores, sofre significativa perda de energia. Essa
perda ocorre em razão da resistência elétrica dos fios condutores de eletricidade.
Ocorre que boa parte da energia elétrica é transformada em energia térmica, sendo
dessa forma dissipada para o meio ambiente. Como forma de diminuir essa perda de
energia usa-se fios condutores com baixa resistência como o cobre, por exemplo, e
conduz a corrente sob alta-tensão, mas mesmo assim em distâncias que ultrapassam
400 km as perdas ainda acontecem, podendo chegar até 20%. Em virtude disso muitos
cientistas buscam conseguir os chamados condutores ideais, aqueles que conduzem
energia elétrica sem que ocorram perdas para o meio ambiente.

A supercondutividade é uma propriedade física que certos materiais


apresentam quando são esfriados a temperaturas extremamente baixas, podendo
conduzir corrente elétrica sem resistências e nem perdas de energia. Esse fenômeno
foi descoberto em 1911 pelo físico holandês Heike Kamerlimgh-Onnes, quando
observou que a resistência elétrica do mercúrio desaparecia ao ser resfriado a 4K, o
que corresponde a – 269,15 °C, dessa forma ele acabava de tornar o mercúrio um
material supercondutor. Esse fenômeno, conseguido com o mercúrio, foi verificado
para outros metais, no entanto não foi permitida a aplicação, pois eram necessários
muitos gastos para conseguir manter temperaturas muito baixas.

A supercondutividade é muito importante e tem larga aplicação. Essa


propriedade não é aplicada somente na transmissão de energia elétrica, mas também
em várias outras como:

• Na construção de magnetos supercondutores que geram campo magnético


extremamente forte, os quais possibilitam a construção dos chamados aceleradores
de partículas;

• Nos aparelhos eletrônicos que funcionam à base de eletricidade, diminuindo o seu


tamanho e o gasto de energia dos mesmos;

• Nos fios supercondutores utilizados em computadores, permitindo que os chips


sejam cada vez menores e mais rápidos no processamento de dados;

• Em ímãs, permitindo que eles possam flutuar sobre a superfície de um material


supercondutor. Esse fato possibilita a construção e operação dos chamados trens
bala, os quais trafegam apenas flutuando sobre o trilho.

Entre essas e mais aplicações e o desenvolvimento dos supercondutores que vamos


discutir de forma introdutória nesse trabalho.
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2. Imãs e Aplicações em Grande Escala

Um imã permanente gera um campo magnético sem nenhuma energia de


alimentação. Tal ocorre porque cada elétron é um pequeno imã permanente. A razão
por que não percebemos as propriedades magnéticas da matérias é que os campos
magnéticos dos elétrons individuais normalmente se cancelam, por causa de suas
diferentes orientações.

No ferro e em outros materiais “magnéticos”, os elétrons podem estar


alinhados mas, quando muito, produzem campos de somente 2 ܶ. Na obtenção de
campos mais elevados, é necessário usarmos bobinas transportando correntes. A
energia que é fornecida é dissipada em calor numa tava igual a ‫ܫ‬²ܴܹ (Onde ‫ ܫ‬é a
corrente e ܴ a resistência). Sistemas mais ou menos elaborados devem ser usados
para transportar o calor gerado para fora. Tornar ܴ = 0 usando-se bobinas
supercondutoras é certamente uma enorme vantagem.

Em 1908, H. Kamerlingh Ones iniciou a física de baixas temperaturas


liquefazendo o hélio em seu laboratório em Leiden. Três anos depois, quando
analisava a resistividade de uma amostra de mercúrio, notou que abaixo de 4,15 K, a
resistividade desta caía abruptamente a zero. Inicia-se o fascinante mundo da
supercondutividade.

Kamerlingh Onnes percebeu de imediato a possibilidade de geração de campos


elevados sem dissipação de energia térmica, mas viu seu desmoronar-se nas primeiras
experiências. Para os supercondutores conhecidos até aquela data, a
supercondutividade era destruída por campos magnéticos inferiores a 0,1 ܶ.

Hoje sabemos que a supercondutividade e o magnetismo são inimigos naturais.


As propriedades magnéticas macroscópicas dependem de os elétrons estarem
alinhados paralelamente uns aos outros, enquanto a supercondutividade exige pares
de elétrons com seus spins em sentido opostos. Um campo magnético produz um
torque sobre o elétron e tende a alinhá-lo com o campo. Portanto, o campo atua de
modo a quebrar os pares supercondutores e, assim, destruir a supercondutividade.

Hoje em dia, muitos laboratórios utilizam imãs supercondutores. Eles são


usados na maioria dos aceleradores de partículas e, a construção de dispositivos de
fusão magnética para geração de energia, acredita-se depender deles.

Contudo, existem muitas aplicações que nem poderiam ser imaginadas antes
da descoberta da supercondutividade. Uma destas aplicações é o desenvolvimento de
trens com levitação magnética, ou “vôo eletromagnético”, como ocorre a uma
distância muito pequena do solo, o suficiente para que não haja contato entre o trilho
e o trem para eliminar completamente o atrito entre eles: um dos principais
obstáculos para obtenção de velocidades elevadas.
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3. Forças sobre Ímãs e Supercondutores

Coloquemos um imã em forma de barra, um elétron, uma espira ou uma


bobina transportando corrente, na presença de um campo magnético uniforme. Cada
um destes objetos possui um pólo norte e um pólo sul. O primeiro experimenta uma
força na mesma direção e sentido do campo magnético e o segundo uma força de
mesma direção mas de sentido oposto ao do campo. Não há força resultante. A menos
que o objeto já esteja alinhado com o campo, aparecerá um torque com tendência a
obrigar que o eixo norte-sul fique paralelo ao campo. (Embora estejamos usando uma
linguagem de pólos, a descrição em termos de forças sobre correntes é inteiramente
equivalente e conduz ao mesmo resultado.)

A situação é completamente diferente quando o campo não é uniforme.


Suponhamos, por exemplo, que as linhas do campo sejam convergentes, com a
indicação de que o campo seja mais forte onde as linhas estão mais próximas.
Ocorrerá um torque, como no caso anterior: porém, no alinhamento com o campo, o
pólo norte ficará no local onde o campo magnético é mais forte do que o campo
existente no local onde se encontra o pólo sul. O resultado líquido é que o objeto (imã,
bobina ou elétron) será puxado para a região onde o campo é mais forte. O campo de
um pequeno imã é mais forte em suas proximidades e dois desses imãs irão se atrair.

Num super condutor, a magnetização ocorre em sentido oposto ao do campo


magnético externo. Trata-se do diamagnetismo. Podemos verificar como surge tal
efeito, considerando um cilindro ou uma bobina de fio perfeitamente condutor, mas
sem uma fonte de corrente e, pelo menos no início, sem qualquer corrente. No início o
objeto não está magnetizado, mas correntes e, conseqüentemente, a magnetização
podem induzidas de acordo com a lei de Faraday.

Transportando-se essa bobina para uma região onde exista um campo


magnético, o aumento do fluxo magnético através da bobina produzirá uma FEM
induzida e com ela uma corrente induzida e um campo magnético induzido. De acordo
com a lei de Lenz, o campo induzido tem um sentido que se opõe a variação do fluxo
através da bobina, neste caso, oposto ao sentido de crescimento do campo externo
através da bobina supercondutora.

A FEM induzida desaparece assim que a bobina fica em repouso e o campo


através dela pára de crescer. Numa bobina feita de fio normal, a corrente e seu campo
magnético deixarão de existir. Entretanto, numa bobina perfeitamente condutora, ou
sobre s superfície de um cilindro feito de material perfeitamente condutor, a corrente
continuará a fluir mesmo sem uma FEM, porque a resistência é nula e não há
necessidade de suprimento de energia.

Num campo externo convergente, é o pólo oposto, o pólo sul, que está no
campo mais forte. O resultado é que uma força líquida está dirigida para a parte mais
fraca do campo. No campo de outra bobina ou imã, o material diamagnético é
repelido!

Para um supercondutor temos de conduzir o raciocínio mais adiante. Quando


um supercondutor num campo magnético é esfriado abaixo da temperatura de
transição ܶ௖ , não há variação no fluxo externo, por isso a lei de Faraday não prevê a
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magnetização induzida. Ainda assim, o supercondutor se torna diamagnético. Tal


propriedade é conhecida como efeito Meissner e Oschsenfeld, em 1933. Este efeito
demonstra que não podemos explicar as propriedades de um supercondutor,
simplesmente afirmando que ele é um condutor ideal.

4. Quantização do Fluxo e Aplicações em Pequena Escala

O uso de supercondutores para detectar campos magnéticos extremamente


pequenos depende de dois fenômenos: a quantização do fluxo e o “tunelamento
Josephson”, nome dado em homenagem a Brian Josephson, que previu o efeito
enquanto ainda era estudante na Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

Assim como a carga elétrica é quantizada e ocorre somente em múltiplos


inteiros da unidade fundamental de carga ݁ (݁ = 1,6 × 10ିଵଽ ‫ )ܥ‬, podemos
demonstrar que o fluxo magnético é quantizado através de uma espira
supercondutora. O quantum de fluxo vale ℎ/2݁ (onde ℎ é a constante de Planck),
sendo igual a aproximadamente 2 × 10ିଵହ ܶ݉². Essa quantidade minúscula de fluxo e
até mesmo pequenas frações dela podem ser detectadas por meio do efeito de
Josephson.

O efeito Josephson é um efeito físico que se manifesta pela aparição de uma


corrente elétrica que flui através de dois supercondutores fracamente interligados,
separados apenas por uma barreira isolante muito fina. Esta disposição é conhecida
como uma Junção Josephson e a corrente que atravessa a barreira é chamada de
Corrente Josephson. Esses termos foram criados depois que o físico britânico Brian
David Josephson previu a existência do efeito em 1962, e um ano mais tarde, foram
comprovadas por Anderson e Rowell. Estes trabalhos valeram a Josephson o prêmio
Nobel da Física em 1973, juntamente com Leo Esaki e Ivar Giaever.

Josephson mostrou que dois pares de elétrons, numa corrente supercondutora,


podem mover-se por um “tunelamento” através de barreira fina isolante. Uma espira
com material supercondutor, possuindo tal barreira, ou “junção de tunelamento”,
pode ainda ser supercondutora. Suponha agora que se tente aumentar o fluxo
magnético através da espira. Uma vez que o fluxo é quantizado, não se pode aumentar
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continuamente. Assim, a corrente que passa na espira deve variar para manter o fluxo
constante. Contudo, a junção não pode suportar uma corrente acima de determinado
limite. Quando este limite é atingido, a espira deixa momentaneamente de ser
supercondutora e permite variação descontínua do fluxo. Sob determinadas
condições, a variação pode tornar-se igual a exatamente um quantum de fluxo em
cada etapa. Contando o número de etapas, pode determinar com grande precisão o
fluxo através da bobina e, então, o próprio campo magnético.

Uma espira que contenha uma ou mais junções Josephson para detectar ou
medir o fluxo magnético denomina-se ܷܵܳ‫“( ܦܫ‬superconducting quantum
interference device”, ou seja, dispositivo supercondutor de interferência quântica).

A variação descontínua , por etapas, do fluxo magnético é também a base de


funcionamento de dispositivos que contêm junções Josephson, usados com elementos
de processamento e de memória em computadores digitais. Em virtude da
supercondutividade e da resultante ausência de dissipação de calor, podem ser
acondicionados de modo mais compacto.

5. Materiais

Após a descoberta da supercondutividade no mercúrio, no ano de 1911, foram


encontrados outros elementos na mesma região da tabela periódica que também
tinham a capacidade de se tornar supercondutores. Alguns exemplos são o estanho, o
índio, o chumbo e o tálio, todos com temperaturas de transição (ܶ௖ ) muito pequenas,
próximas ao zero absoluto, algo em torno de 2,4 a 7,2K.

Em 1925 um grupo de cientistas liderados por Walter Meissner descobriu a


supercondutividade numa outra região da tabela periódica, nos chamados “elementos
de transição”. Lá descobriram também que o elemento nióbio, com ܶ௖ = 9.2K, que é o
elemento com maior temperatura de transição.

Mais um grande passo foi dado quando se verificou que compostos metálicos
poderiam apresentar temperaturas de transição bem mais elevadas do que a do
nióbio. Como exemplo podemos citar o ܾܰ‫ܶ( ܥ‬௖ =10,1K), o Nbଷ ܵ݊ (ܶ௖ =18K) e o Nbଷ Ge
(ܶ௖ =23,2K).

Foi quando, em 1986, Muller e Bednorz surpreenderam os estudiosos da


supercondutividade demonstrando a supercondutividade em óxidos cerâmicos,
descobrindo um óxido de cobre com bário e lantânio que ficava supercondutor a 30K.
A partir daí vários outros compostos da mesma família foram sendo descobertos no
mundo inteiro, com temperaturas de transição cada vez mais elevadas.

Hoje em dia já são conhecidos supercondutores com temperatura crítica acima


de 130K, e a grande vantagem de se ter um supercondutor com a ܶ௖ acima de 77K é
que esta a temperatura de liquefação do nitrogênio, o elemento mais abundante da
nossa atmosfera, que é relativamente barato e fácil de liquefazer. Portanto quando
falamos de supercondutores de alta ܶ௖ , ainda estamos falando de temperaturas
críticas muito baixas.
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Evolução na temperatura de transição supercondutora durante o tempo.

Juntamente com os aumentos de ܶ௖ também vieram os aumentos dos campos


magnéticos críticos, para os quais a supercondutividade pode continuar a existir, e que
podem ser gerados por ímãs supercondutores. Porém logo se percebeu que nem os
altos campos magnéticos críticos nem as altas temperaturas de transição seriam
suficientes para lançar imediatamente os supercondutores nas aplicações
tecnológicas. Isso porque eles são quebradiços (não podendo ser facilmente moldados
na forma de fios de bobina), suas estruturas são muito complexas (e novos métodos de
fabricação com a pureza necessária precisam ser desenvolvidos) e suas propriedades
são fortemente anisotrópicas (ou seja, são diferentes ao longo de diferentes direções).
Além disso, pequenas densidades de corrente já são suficientes para degradar e
destruir suas propriedades supercondutoras.

A supercondutividade ainda tem que avançar bastante, e intensas pesquisas


acerca desse assunto vêm sido desenvolvidas para tentar superar esses obstáculos
descritos acima.

6. Teoria

Até o ano de 1957, a supercondutividade era uma propriedade estranha e de


difícil compreensão até mesmo para os maiores estudiosos da física. Tudo o que se
sabia sobre o assunto havia sido aprendido na prática, pela observação do fenômeno,
mas não existia nenhuma teoria capaz de explicá-lo de forma satisfatória.

A razão da dificuldade teórica era bastante evidente. Era necessário descobrir


de que forma os elétrons podiam cooperar entre si mais fortemente do que na
condutividade normal, apesar da mútua repulsão descrita pela famosa lei de Coulomb.

Foi quando os físicos John Bardeen, Leon Cooper e Robert Scrieffer


apresentaram um modelo teórico que concordava muito bem com as observações
experimentais já feitas paras os supercondutores, a teoria BCS, modelo que lhes
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rendeu o Prêmio Nobel de Física de 1972. Essa teoria descrevia tão bem o
comportamento dos supercondutores que durante vários anos acreditou-se que tal
assunto não teria mais tanta relevância para os físicos.

A idéia central da teoria da BCS é a formação de pares de elétrons, chamados


de pares de Cooper. Enquanto o primeiro elétron do par corre através do
supercondutor, atrai os núcleos dos átomos no supercondutor para si. Já o segundo
elétron se move para frente porque é atraído aos núcleos positivamente carregados na
parte dianteira. Dessa maneira os dois elétrons são mantidos unidos por uma energia
de ligação. Se tal energia for mais elevada do que a energia fornecida por impulsos dos
átomos de oscilação no condutor (o que é verdadeiro a baixas temperaturas), então os
pares manter-se-ão juntos. Esse emparelhamento de elétrons torna-se favorável à
supercondutividade à medida que o material se encontra em um estado baixo de
energia.

John Bardeen, Leon Cooper e Robert Scrieffer, autores da teoria BCS.

Nos 30 anos que se seguiram após a formulação da teoria do BCS, poucas


descobertas de novos supercondutores foram feitas. A teoria até então explicava a
supercondutividade a baixas temperaturas, e suspeitava-se que deveria existir uma lei
natural que impedia a obtenção de temperaturas mais altas para os materiais
supercondutores.

Em 1986, entretanto, experiências com quantização de fluxo mostraram novos


materiais com comportamento supercondutor a “altas temperaturas”. Esses estudos
mostraram que a supercondutividade desses materiais ainda depende dos pares de
Cooper, mas os mecanismos da BCS não são capazes de explicar as altas temperaturas
de transição observadas.

A supercondutividade, principalmente a altas temperaturas, ainda é um


assunto inacabado e de grande importância para a física. Mais de 50 000 artigos
científicos já foram escritos e publicados sobre o assunto, porém os cientistas ainda
não chegaram a uma explicação plausível. Com o tempo espera-se ser possível explicar
tal fato para, quem sabe, desenvolver materiais supercondutores à temperatura
ambiente, o que traria enormes benefícios para nosso dia-a-dia.

Um exemplo das vantagens que a obtenção de supercondutores à temperatura


ambiente é o fato de que o uso de fios e interconexões supercondutoras possibilita
uma diminuição extraordinária do consumo de energia, visto que a resistência de um
fio supercondutor é igual a zero. Além disso, a supercondutividade poderia ser
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utilizada mais facilmente para obtenção de imagens por ressonância magnética com
altas resoluções, uma das principais aplicações da supercondutividade na medicina.

7. Aplicações

Algumas aplicações da supercondutividade já são usadas na prática em


laboratórios, em aceleradores de partículas e em hospitais. Contudo, outras aplicações
da supercondutividade só se tornarão economicamente viáveis futuramente. Neste
trabalho descreveremos apenas as principais aplicações da supercondutividade.

7.1 Aplicações no armazenamento da energia elétrica

Os estudos objetivando aplicações da supercondutividade na geração e no


armazenamento da energia elétrica constituem pesquisas tecnológicas extremamente
importantes. Embora já sejam viáveis tecnicamente, as bobinas supercondutoras ainda
não são economicamente viáveis. Quando as bobinas supercondutoras se tornarem
economicamente viáveis, os reatores nucleares se tornarão desnecessários, evitando-
se a poluição nuclear, assim como os riscos normalmente envolvidos com a operação
desses reatores.

Sabemos que os dispositivos utilizados para o armazenamento direto da


energia elétrica como, por exemplo, baterias, pilhas e outros dispositivos só podem ser
usados durante um período muito curto após receber sua “carga máxima". O único
método de armazenamento de energia elétrica sem nenhuma perda consiste na
utilização de bobinas supercondutoras ou de anéis supercondutores que armazenam
permanentemente esta energia sob a forma de energia magnética através das
correntes persistentes que circulam em uma bobina supercondutora.

7.2 Aplicações na física das altas energias

As bobinas supercondutoras são capazes de produzir fortes campos


magnéticos. Esses fortes campos magnéticos gerados pelas bobinas supercondutoras
também possuem potenciais aplicações em laboratórios de pesquisas, nas indústrias e
na Medicina para obtenção de imagens por ressonância magnética (conhecida pela
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sigla MRI). Em particular, as bobinas supercondutoras são usadas na física das altas
energias, como, por exemplo, nos aceleradores de partículas nos quais geralmente são
necessários campos magnéticos superiores a 1 T. Nos aceleradores de partículas, em
cavidades ressonantes supercondutoras e em projetos de pesquisas físicas envolvendo
altas energias de um modo geral, o uso dessas bobinas se justifica, apesar do custo
extremamente elevado, porque as bobinas normais não podem produzir os fortíssimos
campos magnéticos exigidos nos equipamentos usados nessas pesquisas.

7.3 Aplicações nos transportes

Todos os transportes (aéreos, marítimos e terrestres) poderão tirar vantagens


das aplicações da supercondutividade em grande escala. O trem MAGLEV
supercondutor é um transporte de massa que está sendo desenvolvido no Japão. Este
trem, que já está em operação experimental, se desloca sem contato com o trilho e
recebe impulsão magnética através da ação de bobinas supercondutoras.

Alguns estudos revelam o esgotamento dos transportes aéreos, porque estes


transportes exigem aeroportos que ocupam enormes áreas nas vizinhanças de grandes
cidades. O transporte ferroviário poderá substituir grande parte dos transportes
aéreos com muito mais economia e sem a necessidade do uso de enormes aeroportos,
uma vez que o trem pode ir diretamente de um centro urbano a outro. No Japão já foi
construído um trem MAGLEV com velocidade superior a 500 km/h e, neste caso, este
tipo de trem poderá substituir o avião, além das outras vantagens como ausência de
ruído, ausência de poluição, etc.

Além do trem supercondutor, outro transporte de massa do futuro será o navio


supercondutor que não deverá possuir nenhuma hélice e sua propulsão poderá ser
feita pela ação de força de interação magnética entre uma corrente elétrica e o campo
magnético produzido por uma bobina supercondutora.
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7.4 Aplicações na Medicina

A Medicina geralmente é a primeira beneficiária das aplicações da Física.


Existem dois tipos de aplicações da supercondutividade na Medicina: as aplicações em
grande escala que exigem fortes campos magnéticos (geralmente superiores a 0,5 T) e
as aplicações em pequena escala que exigem fraquíssimos campos magnéticos
(geralmente menores do que 1 ߤ T). Das aplicações em grande escala a mais
importante consiste no uso de bobinas supercondutoras para a obtenção de imagens
por ressonância magnética (MRI).

Denomina-se biomagnetismo o estudo das atividades biológicas que podem


produzir fracos campos magnéticos. Por exemplo, algumas atividades do coração e do
cérebro produzem campos magnéticos da ordem de 1 pT ou ainda menores. Os
campos biomagnéticos são tão fracos que normalmente são expressos em nanoteslas
(1 pT = 10ିଵଶ T) ou em femtoteslas (1 fT = 10ିଵହ T).

Contudo, usando-se um SQUID, podemos detectar esses campos magnéticos


extremamente fracos. Como o sangue contém íons, a circulação sangüínea produz
fracos campos magnéticos. As aplicações da supercondutividade na Medicina
consistem em usar SQUIDs e outros dispositivos para medir tais campos. As principais
pesquisas visam obter: um magnetocardiograma para registrar a atividade do coração
e um magnetoencefalograma para registrar a atividade do cérebro.
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8. Conclusão

Depois de muitos anos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ainda há


na supercondutividade um campo extenso a ser desenvolvido, porém muitos avanços
já ocorreram e as aplicações das propriedades supercondutoras são inúmeras.

Apesar dos custos consideráveis e da complexidade do resfriamento, as


aplicações da supercondutividade foram desenvolvidas muito antes da descoberta da
supercondutividade em temperaturas mais altas. As aplicações vão desde os SQUIDS,
que registram campos magnéticos gerados pelo cérebro humano, até imãs
supercondutores, que entre outras coisas proporcionam o “vôo eletromagnético”,
usado em trens que levitam nos trilhos, devido as forças geradas pelos altíssimos
campos magnéticos.

No começo possível apenas em temperaturas muito próximas do zero absoluto,


hoje a supercondutividade pode ser percebida em temperaturas bem mais elevadas,
como já dito, o que trás de vez o ramo para o mundo da tecnologia para ser aplicável,
deixando de ser “assunto de laboratórios” entre os físicos.
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9. Referências Bibliográficas

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Supercondutividade
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_BCS
• http://www.youtube.com/watch?v=FnjKu5g2djA&feature=related
• http://www.cpdee.ufmg.br/~jramirez/disciplinas/materiais/trab2.pdf
• http://searadaciencia.ufc.br/especiais/fisica/supercondutividade/supercondutividade
4.htm
• http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/meta.php?meta=Supercondutores
• http://www.professandofisica.com/category/efeito-meissner/

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