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Resumo
O concreto é o material mais utilizado no setor da construção civil por possuir características benéficas na
execução de inúmeras obras. O presente estudo aborda sobre a penetração de gás carbônico (CO2) para o
interior do concreto, causando o fenômeno da carbonatação natural. A carbonatação acontece naturalmente
nas estruturas de concreto, exigindo apenas certa concentração de CO2 no ar ambiente e uma variação da
umidade para que o gás penetre no concreto produzindo reações de neutralização do concreto, e
posteriormente corrosão das armaduras. Este estudo apresenta concretos com, diferentes teores de cinza
de casca de arroz, cinza volante e sílica ativa, através da composição de misturas binárias e ternárias, de
pozolanas.O fenômeno de carbonatação natural foi analisado a partir de corpos de prova cilíndricos de
concreto, com leituras a 0,5, 1, 2, 4 e 14 anos de idade, sendo exposto em ambiente interno em condições
normais de temperatura e concentração de CO2. A medição da profundidade de carbonatação natural foi
realizada a partir da aspersão da solução de fenolftaleína nos corpos de prova. Através da profundidade de
penetração do CO2 e da determinação dos coeficientes de carbonatação pode se analisar o desempenho
que cada adição proporcionou ao concreto e compará-las entre si verificando sua viabilidade de aplicação.
Palavra-Chave: concreto de alto desempenho, carbonatação natural, teores normais de adições minerais
Abstract
Concrete is the material most used in the construction industry because it has beneficial properties in the
execution of numerous works. This study focuses on the penetration of carbon dioxide (CO2) into the
concrete, causing the phenomenon of natural carbonation. The carbonation occurs naturally in concrete
structures, requiring only a certain concentration of CO2 in ambient air and moisture to a variation of the gas
to penetrate the concrete producing reactions of neutralization of concrete, and later reinforcement
corrosion. This study provides concrete with different amounts of rice husk ash, fly ash and silica fume,
through the composition of binary and ternary mixtures of natural carbonation pozolanas.O phenomenon was
analyzed in cylindrical specimens of concrete, with readings of 0.5, 1, 2, 4 and fourteen years of age,
displayed indoors under normal conditions of temperature and CO2 concentration. Measuring the depth of
natural carbonation was carried out from the spray solution of phenolphthalein in the specimens. Through the
depth of penetration of CO2 and the coefficients of carbonation can analyze the performance provided that
each addition to the concrete and compare them among themselves checking their feasibility of application.
Keyword: high performance concrete, natural carbonation, normal levels of mineral addition
ANAIS DO 53º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2011 – 53CBC 1
1. Introdução
3. Análise Experimental
Com o intuito de avaliar qualitativamente e quantitativamente o desempenho das adições
minerais e sua influência na carbonatação natural o trabalho experimental foi executado
em duas etapas. Primeiramente foi realizada uma coleta dos dados das propriedades dos
materiais utilizados na confecção dos corpos de prova, um vez que os CP’s foram
produzidos por VAGHETTI (1999) fazendo parte da sua dissertação de mestrado e de
seu trabalho anteriormente publicado no 43º Congresso Brasileiro do Concreto (ISAIA,
VAGHETTI & GASTALDINI, 2002) - onde foram apresentados os resultados de
carbontação natural até 2 anos de idade. Em um segundo momento, foi realizado os
ensaios de verificação da profundidade de carbonatação natural dos corpos de prova
mencionados, assim podendo transcrever as propriedades dos materiais utilizados e
analisar os resultados obtidos após quatorze anos de idade dos CP’s.
3.1.2 Pozolanas
Foram utilizados três tipos de pozolanas na pesquisa, sendo que apenas a sílica ativa é
industrializada, e foi adquirida em um fabricante nacional. As demais pozolanas, a cinza
de casca de arroz e cinza volante, são subprodutos industriais e foram doados por
empresas da região. As pozolanas doadas passaram por processos de moagem de uma
hora em moinho de bolas, peneiramento e secagem no laboratório a 110 ºC em estufa. A
Tabela 2 apresenta a composição química das pozolanas utilizadas.
O agregado miúdo utilizado é areia do rio Vacacaí, natural e quartzoza. A areia foi
devidamente lavada e peneirada na peneira #6,3 mm para limpeza de impurezas,
posteriormente foi seca em estufa a 110 ºC ficando isenta de umidade. A areia utilizada
possui uma granulometria continua, conforme Figura 1, favorecendo a consistência e
trabalhabilidade do concreto.
O agregado grudo utilizado foi pedra britada de rocha basáltica, com partículas na maioria
de forma equidimensional e diâmetro máximo de 19 mm. A pedra foi devidamente lavada
e seca ao ar ambiente. A distribuição granulométrica da brita também é continua
conforme mostra a figura 1.
3.1.5 Aditivo
O aditivo usado para conferir a trabalhabilidade desejada aos concretos foi o “Sikament”,
produto da empresa Sika S/A. Este aditivo superplastificante é isento de cloretos, à base
de naftaleno, do tipo F da ASTM C494. O teor de sólidos foi 32,5%, a densidade 1,18
Kg/dm3 e o pH= 7,68.
Para verificar a influência das misturas em relação a carbonatação dos concretos foi
realizada um análise dos dados referentes ao ensaios de carbonatação natural com os
CPs, passando por um tratamento estatístico, em seguida, a obtenção das tabelas e
gráficos para a ilustração e discussão dos resultados.
A partir do dos dados acima se pode verificar que o concreto de referência apresentou
menor profundidade de carbonatação. Os concretos com adições pozolânicas tiveram
uma maior profundidade de carbonatação, sendo que a mistura binária com sílica ativa
obteve o melhor desempenho entre elas, ou seja menor profundidade de carbonatação,
enquanto que a mistura ternária de cinza volante e cinza de casca de arroz obteve a
maior profundidade de carbonatação. Os resultados obtidos estão em conformidade com
o que foi relatado por (VAGHETTI 1999) e por outros pesquisadores. Verifica-se que o
aumento da profundidade de carbonatação em concretos com adições minerais ocorre
porque o desenvolvimento das reações pozolânicas induz a diminuição dos teores de
hidróxido de cálcio na solução dos poros do concreto e, conseqüentemente, aumento da
profundidade de carbonatação, pois a difusão do CO2 nos poros é mais rápida devido à
menor quantidade de hidróxido de cálcio disponível para reagir. Deste modo, a menor
profundidade de carbonatação do concreto de referência está associado a maior reserva
alcalina que o cimento Portland proporciona existindo maior quantidade de CH para ser
consumido pelo CO2 nas reações de carbonatação.
A Figura 4 a seguir mostra a relação medida da profundidade de carbonatação nos
concretos com pozolanas em relação ao concreto de referência 14 anos de idade.
A partir do gráfico acima verificou que a mistura que obteve o melhor desempenho com
sílica ativa teve uma profundidade de 78% maior que o concreto de referência e que a
mistura com a maior profundidade de carbonatação obteve uma profundidade de 139%
maior que o concreto de referência.
Através da evolução das profundidades ao longo dos anos pode-se averiguar que a
velocidade da frente de carbonatação foi contínua, representados pelas retas crescentes
no gráfico, apresentando um crescimento semelhante para todas as misturas estudas. No
entanto, a mistura de referência teve um menor avanço da frente de carbonatação.
Adicionando-se linhas de tendência no gráfico é possível relacionar a evolução das
profundidades com o coeficiente angular da reta de tendência, deste modo, o coeficiente
da reta do traço de referência é menor, enquanto as demais retas apresentam
coeficientes maiores semelhantes. Sendo assim observa-se que os coeficientes menores
representam traços com maior reserva alcalina CH, e quanto maior o coeficiente menor a
reserva alcalina CH do concreto.
Onde:
x = Profundidade Carbonatada -
K = coeficiente de carbonatação -
t=Tempo de exposição ao CO2 -
Figura 6 – Gráfico para o cálculo do coeficiente de carbonatação natural (K) dos traços de cinza volante e
cinza volante + cinza de casca de arroz.
5. Considerações Finais
O fenômeno da carbonatação é uma fonte de degradação das estruturas de concreto
armando causando-lhes sérias manifestações patológicas ao longo do tempo. O processo
é influenciado pelas variáveis ambientais do ambiente de exposição e também pelas
características dos materiais em um processo simultâneo.
A partir da análise dos resultados, pode-se observar que nas misturas com adição o
desenvolvimento das reações pozolânicas diminuiu os dos teores de hidróxido de cálcio
na solução dos poros do concreto e, conseqüentemente, ocorreu um aumento da
velocidade de carbonatação, pois a difusão do CO2 nos poros é inversamente
proporcional a quantidade de hidróxido de cálcio disponível para reagir, ou seja quanto
menor a quantidade de CH disponível maior será a velocidade da frente de carbonatação.
Além disso, verificou-se também que o concreto de referência apresentou menor
coeficiente de carbonatação em relação aos concretos com pozolanas, esse
comportamento está associado à maior reserva alcalina que o cimento Portland
proporciona, existindo maior quantidade de CH para ser consumido pelo CO2 nas reações
de carbonatação, assim a frente de carbonatação necessita primeiro rebaixar o pH da
solução, para depois continuar a avançando fazendo com que a profundidade
carbonatada progrida lentamente, em função disso, tem-se uma diminuição dos
coeficientes de carbonatação.
Enfim, as reações pozolânicas contribuíram para o avanço da frente de carbonatação,
devido ao consumo das reservas de hidróxido de cálcio, facilitando o progresso de
carbonatação, estando de acordo com outras pesquisas sobre a temática. No entanto, o
fenômeno também foi influenciado pelas condições ambientais de exposição do ambiente
interno. Por se tratar de um fenômeno físico químico complexo, outras pesquisas ainda
serão realizadas com diferentes teores de pozolanas, diferentes relações
água/aglomerante juntamente com um estudo criterioso da microestrutura para esclarecer
detalhadamente a ocorrência do fenômeno em longo prazo.