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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA

AFRO-BRASILEIRA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

LABORATÓRIO DE QUÍMICA
CAMPUS DAS AURORAS

FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL II

Professor (a): _______________________________________________


Aluno: _____________________________________________________
Horário: ___________________

1
SUMÁRIO

Segurança no laboratório.................................................................................................. 3

01. Determinação do volume molar parcial do sistema NaCl/H2O .............................. 8

02. Construção do diagrama ternário de composição água-etanol-benzeno................ 12

03. Construção do diagrama ternário de composição água-ácido acético


16
clorofórmio..........................................................................................................................

04. Determinação da concentração micelar crítica de um surfactante......................... 17

05. Estudo da cinética da reação entre os íons Iodeto e Persulfato............................... 21

06. Determinação da velocidade de reação do acetato de etila com o íon hidróxido seguida
26
por condutância...................................................................................................

07. Determinação da solubilidade de um sal pouco solúvel........................................... 29

08. Determinação da constante de ionização de um ácido fraco................................... 31

09. Polarimetria................................................................................................................. 33

10. Síntese de um ferrofluido de nanopartículas magnéticas........................................ 38

2
DATA ____/____/_____

CONHECENDO O LABORTÓRIO DE QUIMICA

SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

1 INTRODUÇÃO
Apesar do grande desenvolvimento teórico da Química, ela continua a ser uma
ciência eminentemente experimental; daí a importância das aulas práticas de Química.
A experiência adquirida em laboratório treina o aluno no uso de métodos, técnicas e
instrumentos, além de permitir a aplicação prática dos conceitos teóricos aprendidos.

2 NOÇÕES DE SEGURANÇA
2.1 Conduta no laboratório

O laboratório de química é o lugar privilegiado para a realização de


experimentos, possuindo instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as
bancadas. Possui ainda um local especial para manipulação das substâncias tóxicas,
denominado capela, que dispõe de sistema próprio de exaustão de gases. O laboratório é
um local onde há um grande número de substâncias que possuem os mais variados
níveis de toxicidade e periculosidade. Este é um local bastante vulnerável a acidentes,
desde que não se trabalhe com as devidas precauções. Abaixo, apresentamos alguns
cuidados que devem ser observados, para a realização das práticas, de modo a
minimizar os riscos de acidentes.

2.2 Antes, durante e após o Experimento

Não se entra num laboratório sem um objetivo específico, portanto é necessária


uma preparação prévia ao laboratório: O que vou fazer? Com que objetivo? Quais os
princípios químicos envolvidos nesta atividade?
Durante a realização dos experimentos são necessárias anotações dos
fenômenos observados, das massas e volumes utilizados, do tempo decorrido, das
condições iniciais e finais do sistema. Um caderno deve ser usado especialmente para o
laboratório. Este caderno de laboratório possibilitará uma descrição precisa das
atividades de laboratório. Não confie em sua memória, tudo deve ser anotado.
Após o experimento vem o trabalho de compilação das etapas anteriores
através de um relatório. O relatório é um modo de comunicação escrita de cunho
científico sobre o trabalho laboratorial realizado.

3
2.3 Pré-Laboratório

Estude os conceitos teóricos envolvidos, leia com atenção o roteiro da prática e


tire todas as dúvidas.
Obtenha as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos reagentes a
serem utilizados. Essas instruções são encontradas no rótulo do reagente.

2.4 Pós-Laboratório

Lave todo o material logo após o término da experiência, pois conhecendo a


natureza do resíduo pode-se usar o processo adequado de limpeza.
Guarde todo o equipamento e vidraria. Guarde todos os frascos de reagentes,
não os deixe nas bancadas ou capelas. Desligue todos os aparelhos e lâmpadas e feche
as torneiras de gás.

2.5 Instalações e equipamentos de segurança

As instalações elétricas e hidráulicas devem ser aparentes ou sob piso falso,


para facilitar a manutenção;
Em locais onde se trabalha com solventes orgânicos inflamáveis, as instalações
elétricas devem ser à prova de explosão;
Os gases sob pressão devem passar por uma canalização visível;
Os cilindros de gases de alimentação devem ser armazenados fora do
laboratório, em área livre bem ventilada e sinalizada;
Bancadas e pisos devem ser construídos com materiais que dificultem a
combustão e que sejam resistentes ao ataque de produtos químicos;
Deve existir uma capela, para se trabalhar com produtos voláteis e tóxicos;
Os produtos químicos devem ser armazenados fora do laboratório, em local de
boa ventilação, livre do Sol e bem sinalizado;
Aprenda a localização e a utilização do extintor de incêndio existente no
laboratório. Este também deve estar localizado em lugar de fácil acesso e sinalizado.
Para se prevenir e contornar situações de emergência, devem ser previstas
instalações como:
 Proteção contra incêndios (portas corta-fogo e sinalização de alarme,
ventilação geral diluidora, para evitar a formação de misturas
explosivas);
 Chuveiro de emergência (deve ser instalado em local de fácil acesso e
seu funcionamento deve ser monitorado);
 Lava-olhos (seu funcionamento deve ser monitorado);

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 Sinalização de segurança (faixas indicativas, cartazes e placas
indicativas).

2.6 Medidas de segurança usadas em operações específicas

Antes de manusear um reagente químico qualquer, deve-se conhecer as


propriedades químicas, físicas e toxicológicas deste, seu manuseio seguro e medidas de
primeiros socorros em caso de acidente. Para isto deve-se consultar o Index Merck ou
fichas toxicológicas dos produtos.
Leia os rótulos dos frascos dos reagentes antes de usá-los. Eles devem ser
periodicamente vistoriados e, nos casos de maior incidência, providenciar a proteção
com parafina ou película plástica.
Nunca use um reagente que não esteja identificado, rotulado. Qualquer etapa
de trabalho durante a qual possa ocorrer desprendimento de gás ou vapores tóxicos
dever ser feita DENTRO DA CAPELA;
Não trabalhar com material imperfeito ou defeituoso, principalmente com vidro
que tenha ponta ou aresta cortantes;
NÃO SE DEVEM PIPETAR LÍQUIDOS COM A BOCA. Use a pêra de
borracha ou outro material de sucção;
Nunca cheire um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em
direção ao nariz, enquanto se segura o frasco com a outra mão;
NUNCA despejar ÁGUA em cima de um ÁCIDO concentrado;
Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para o seu lado, nem para o
lado de outra pessoa;
Não aquecer nada em frascos volumétricos, pois o calor irá distorcer o vidro e
mudar o volume calibrado;
Nunca acender um bico de gás quando alguém no laboratório estiver usando
algum solvente orgânico;
Verifique as condições da aparelhagem, evite montagens instáveis de
aparelhos. Não use livros, lápis, caixas de fósforos, etc., como suportes;
Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao
trabalho;
Faça uma limpeza prévia, com água, ao esvaziar um frasco de reagente, antes
de colocá-lo para lavagem;
Rotule imediatamente qualquer reagente ou solução preparada e as amostras
coletadas;
Use pinças e materiais de tamanho adequado e em perfeito estado de
conservação;

5
Limpe imediatamente qualquer derramamento de produtos de petróleo e
reagentes.

2.7 Cuidados pessoais

O laboratório é um local de trabalho sério; portanto, EVITE


BRINCADEIRAS que dispersem sua atenção e de seus colegas.
Serão exigidos de todos os estudantes e professores o avental (jaleco), luvas e
sapatos fechados. Evite jaleco de tecido sintético, pois estes são mais inflamáveis,
prefira os de algodão. Quanta as luvas, normalmente as de látex (borracha natural) são
mais empregadas, contudo existe também luvas de material sintético (vinil) que, além
de mais resistentes aos perfurocortantes, são indicadas para pessoas alérgicas ao látex. O
não utilização destes matérias de proteção individual (EPI’s) pode ocasionar roupas
furadas por agentes corrosivos, queimaduras, manchas, etc.
Trabalhe com óculos de proteção. Lentes de contato não são adequadas a
trabalhos no laboratório, pois podem ser afetadas por vapor de solventes orgânicos, por
ácidos e por bases. Lentes porosas além de permitir que o vapor atinja a córnea, podem
retê-los entre os óculos e a córnea.
Não leve as mãos a boca ou aos olhos enquanto estiver manuseando produtos
químicos. Para sua segurança utilize luvas.
O cuidado e a aplicação de medidas de segurança são responsabilidade de cada
indivíduo. Cada um deve proteger a si e ao outro contra perigos relativos ao seu próprio
trabalho. Consulte o professor sempre que tiver dúvidas, ocorrência de algo inesperado
ou anormal.
Faça apenas a experiência prevista; qualquer atividade extra não deve ser
realizada sem a prévia consulta ao professor.
Planeje o trabalho a ser realizado;
Ao se retirar do laboratório, verifique se há torneiras (água ou gás) abertas.
Desligue todos os aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e lave as mãos;
Os alunos não devem tentar nenhuma reação não especificada pelo professor.
Reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis.
É terminantemente proibido fumar, comer ou beber nos laboratórios;
Não se coloca na boca qualquer substância do laboratório, mesmo que
inofensiva.
Não deixar livros, blusas, etc., jogadas nas bancadas. Ao contrário, colocá-los
longe de onde se executam as operações;
Ao verter um líquido de um frasco, evitar deixar escorrer no rótulo,
protegendo-o devidamente;

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Em caso de derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou
corrosivos tome as seguintes providências:
 Interrompa o trabalho;
 Advirta as pessoas próximas sobre o ocorrido;
 Solicite ou efetue a limpeza imediata;
 Alerte seu supervisor;
 Verifique e corrija a causa do problema;
 Não utilize materiais de vidro quando trincados;
 Coloque todo o material de vidro inservível no local identificado como
"sucata de vidro";
 Não jogue caco de vidro em recipiente de lixo;
 Use luvas de amianto sempre manusear peças de vidro que estejam quentes;
 Não utilize frascos Dewar de vidro sem que estejam envolvidos em fitas
adesivas ou invólucros apropriados;
 Não deixe frascos quentes sem proteção sobre as bancadas do laboratório;
 Coloque os frascos quentes sobre placas de amianto;
 Não use "frascos para amostra" sem certificar-se de que são adequados aos
serviços a serem executados e de que estejam perfeitamente limpos;
 Nunca inspecione o estado das bordas dos frascos de vidro com as mãos
sem fazer uma inspeção prévia visual;
 Tome cuidado ao aquecer recipiente de vidro com chama direta. Use sempre
que possível, uma tela de amianto;
 Não pressurize recipientes de vidro sem consultar seu supervisor sobre a
resistência dos mesmos.

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DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 01

Determinação do volume molar parcial do sistema NaCl/H2O

1 INTRODUÇÃO
O volume molar parcial é de particular interesse devido a sua conecção
termodinâmica com outra propriedade molar parcial, a energia livre de Gibbs molar
parcial, conhecida como potencial químico. Uma importante propriedade do potencial
químico é que, quando em equilíbrio, para uma dada substância ele possui o mesmo
valor em todas as fases do sistema.
Considere um sistema contendo uma substância sólida pura (ex. NaCl) em
equilíbrio com uma solução saturada. O potencial químico do soluto é o mesmo em
ambas as fases. Imagine agora que a pressão sobre o sistema seja mudada
isotermicamente. O soluto tenderá a “migrar” de uma fase para outra, refletindo em uma
mudança na solubilidade? Para uma mudança de equilíbrio em temperatura constante
envolvendo somente trabalho de expansão, a mudança na energia livre de Gibbs (G) é
dada por:
= ( )
Dividindo os dois lados por dn2, variação do número de mols do soluto obtemos:
= ( )
Obtendo-se assim a variação da energia livre de Gibbs molar parcial (potencial
químico) e o volume molar parcial.
Para o equilíbrio entre o NaCl sólido puro em contato com uma solução saturada
do mesmo sal, temos:
( ) ⟺ ( ) ( ), onde podemos escrever que:
(∆ )
(∆ ) = ∆ , =∆ ( )

Então, se o volume molar parcial do soluto em solução for maior que o volume
molar parcial do soluto sólido, um aumento na pressão acrescerá o potencial químico do
soluto em solução relativamente àquele da fase sólida; o soluto então deixará a solução
até que um novo equilíbrio seja atingido. Por outro lado, se o volume molar parcial em
solução for menor que aquele no sólido, a solubilidade aumentará com a pressão.
Volume molar parcial, e em particular seus desvios apresentados em relação
aos valores esperados para soluções ideais, são de considerável interesse em conjunto
com a teoria das soluções, especialmente quando aplicado a misturas binárias de

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componentes líquidos onde estão relacionados aos calores de mistura e desvios da lei de
Raoult.
O volume total (V) de uma mistura binária é igual à soma dos volumes de
todos os componentes na solução; por sua vez, o volume de cada componente é igual ao
produto entre o número de mols daquele componente presente na solução e seu volume
molar parcial. Assim,
= + ( )

Onde o subscrito 1 e 2 referem-se ao solvente e soluto, respectivamente.


Portanto, a partir desta equação vemos que o volume total de uma quantidade
de solução contendo 1 kg (55,51 mol) de água e m mol de soluto é dado por:

= , + ( )

Seja então o volume molar da água pura a 25°C igual a 18,069 cm3/mol.
Definindo então a grandeza volume molar aparente ϕ, que pode ser calculado
rearranjando a equação:

= , + ( )

= − , ( )

O volume da solução também pode ser calculado por meio das seguintes
equações:
+
= ( ) ( )

= ( ) ( )

Onde ρ é a massa específica da solução e ρo é a massa específica do solvente


puro, ambos em g/cm3, e M2 é a massa molecular do soluto em gramas. Substituindo as
equações 9 e 10 na equação 8, e fazendo um trabalho algébrico, obtém-se:


= − ( )

Onde, we = massa do picnometro vazio, w0 = massa do picnometro cheio de


água e w = massa do picnometro com a solução de estudo.
Entretanto, pela definição de volume molar parcial e pelo uso das equações 6 e
7, tem-se:
= = + = + ( )
, ,

9
= − = − ( )
,

Podemos proceder grafando ϕ por m, obtendo uma curva suave com os pontos,
e posteriormente traçando tangentes aos pontos requeridos de m na curva e obter os
coeficientes angulares. No entanto, para soluções de eletrólito simples, foi determinado
que muitas quantidades molares aparente tais como ϕ varia linearmente com m , mesmo
em concentrações moderadas. Este comportamento está de acordo com o previsto pela
teoria de Debye-Hückel para soluções diluídas. Como:


= = ( )
√ √ √

A partir das equações 13 e 14 obtemos:



= + = + ( )
√ √ √
Quando se tem uma solução onde sua concentração tende a zero, tem o volume
molar aparente extrapolado (ϕ0):

= + ( )

É possível também obter a seguinte expressão a partir das equações 13 e 14:

= − = − ( )
, √

Agora se pode plotar ϕ versus √ e determinar a melhor reta entre os pontos.


A partir do coeficiente angular do valor de ϕ0, ambos e podem ser obtidos.

2 PRÉ-LABORATÓRIO
2.1. As variáveis termodinâmicas podem ser de dois tipos: extensivas ou
intensivas. Diferencie cada uma e classifique o volume parcial molar quanto a intensivo
ou extensivo, justifique sua resposta?

3 OBJETIVOS
 Calcular o volume molar parcial de soluções de NaCl como uma função da
concentração utilizando a técnica de picnometria.

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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 Preparação das soluções e medida da massa específica

a) Prepare 200 mL de uma solução aquosa (de NaCl) de aproximadamente 3,0 M;


b) Por diluição da solução estoque prepare 100 mL de soluções com: 1/2, 1/4, 1/8 e
1/16 da concentração da solução estoque;
c) Utilizando um picnômetro, determine a massa específica de cada solução na
temperatura ambiente.
4.2 Utilização do picnômetro

a) Utilize um picnômetro de 25 ou 50 ml para determinar a massa específica de


cada líquido em temperatura constante.
b) Pese o picnômetro vazio e seco. Depois de pesado, encha o picnômetro com a
solução de estudo (faça primeiro para a água) e seque-o bem para próxima
pesagem.
c) Repita este procedimento para todas as soluções. Por meio da fórmula (ρ= m /
v), é possível obter o valor da massa específica do líquido naquela temperatura.
OBS: Não esqueça de descontar a massa do picnômetro vazio!

5 PÓS-LABORATÓRIO
A molalidade (m, mol/kg) pode ser obtida da molaridade (M, mol/L) da
solução através da seguinte equação:

= ( )

Onde: M2 = massa molar do soluto (58,45 g/mol) e ρ = massa específica da


solução (g/cm3).
5.1. Portanto, calcule ϕ para cada solução e faça um gráfico ϕ versus √ ;
5.2. Determine o coeficiente angular , o valor de ϕ0 e ambos e

para cada solução;
5.3. Construa um gráfico de e versus m.
5.4. Sabendo que a massa específica do NaCl(S) é 2,165 g/cm3 a 25ºC. Como a
solubilidade do NaCl em água será afetada por um acréscimo de pressão?

6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental II.

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DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 02

Construção do diagrama ternário de composição


ÁGUA-ETANOL-BENZENO

1 INTRODUÇÃO
De acordo com a regra das fases, quando o número de componentes for igual a
três, o número de graus de liberdade de um sistema monofásico deve ser igual a quatro
(pressão, temperatura e numero de moles de dois componentes).

= + − = − ( )

Mantendo-se constantes a temperatura e a pressão, tem-se 2 variáveis


independentes e o diagrama pode ser construído no plano de f = 3 – p.
O sistema em estudo é constituído por dois componentes líquidos parcialmente
miscíveis entre si e um completamente miscível nos dois. O diagrama de fases desses 3
componentes pode ser apresentado na forma triangular, onde cada vértice corresponde a
um componente puro (Figura 1).

Figura 1 – Diagrama ternário da mistura água, clorofórmio e ácido acético.

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Nessa figura, a curva dentro do diagrama representa a interface de separação
entre duas regiões distintas: acima da curva a região de uma fase, e abaixo a região de
duas fases.
Cada lado irá indicar sistemas binários. As linhas que indicam uma
concentração constante de um dado componente são paralelas ao lado oposto do vértice
representando este componente. Por exemplo, considerando-se o componente B, a linha
AC (o próprio lado oposto) indica os pontos onde não há componente B, existindo
apenas A e C (0% de B). As linhas paralelas ao lado AC e em direção ao vértice B
indicam, sucessivamente, as concentrações crescentes de B (10%, 20%, etc.). De modo
similar podemos traçar as linhas que definem as concentrações de A e C.
Uma linha passando por um dos vértices – por exemplo, pelo vértice C –
apresenta proporção constante entre os dois outros componentes, no caso A e B. Isto é,
ao se deslocar o ponto representativo do sistema ao longo desta linha, varia-se a
quantidade de C, mantendo-se A e B (As concentrações variam, mas o quociente das
concentrações permanece constante).
Experimentalmente, o diagrama ternário é obtido preparando-se inicialmente
misturas conhecidas dos 2 líquidos parcialmente miscíveis. Em seguida, com o auxílio
de uma bureta, o terceiro líquido é adicionado até que a turbidez desapareça.

2 PRÉ-LABORATÓRIO
Pesquise na literatura quais são as massas específicas da água, clorofórmio e
etanol.

3 OBJETIVO
 Construir um diagrama de fases da mistura água, benzeno e etanol.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 Parte A

a) Em um frasco erlenmeyer adicione 9,0 ml de benzeno;


b) Com o auxílio de uma bureta adicione 0,5 mL de água ao frasco. Titule então com
etanol até a formação de uma única camada (1 fase). Nesse instante, assim que
perceber uma única fase anote na tabela o volume de etanol utilizado. (Ponto 1A);
c) Em seguida adicione 0,2 mL de água ao frasco de modo que no total tenha sido
adicionado 0,7 mL de ÁGUA (anterior mais a presente). Titule então com etanol
até a formação de uma única camada (1 fase). Nesse instante, assim que perceber
a formação de uma fase anote na tabela o volume de etanol utilizado. (Ponto 2A);
d) Adicione novamente ao frasco, mais 0,9 mL de água e torne a titular com etanol
até a formação de uma única camada (1 fase). Nesse instante, assim que perceber
a formação de uma fase anote na tabela o volume de etanol utilizado. (Ponto 3A);
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e) Obtenha mais dois pontos repetindo o procedimento anterior, porém com a adição
de um volume de água de modo a obter um total de 3,0 mL e depois mais uma
quantia que totalize 6,0 mL.
Obs.: Enquanto houver duas fases, sob agitação, o sistema fica turvo.

4.2 Parte B

a) Em um frasco erlenmeyer adicione 14,0 ml de água;


b) Com o auxílio de uma pipeta adicione 0,5 mL de benzeno na água (observe a
presença de uma segunda camada). Titule então com etanol até a formação de
uma única camada (1 fase). Nesse instante, assim que perceber a formação de uma
fase anote na tabela o volume de etanol utilizado (Ponto 1B);
c) Novamente com o auxílio de uma pipeta adicione mais 1,1 mL de benzeno no
frasco (observe a formação de uma segunda camada). Titule então com etanol até
a formação de uma única camada (1 fase). Nesse instante, assim que perceber a
formação de uma fase anote na tabela o volume de etanol utilizado. (Ponto 2B);
d) Obtenha mais três pontos repetindo o procedimento anterior, porém com a adição
de: 1,5; 3,2 e 3,2 mL de benzeno por vez. Sempre titulando com etanol após cada
adição.
Dados obtidos

Os volumes obtidos para cada titulação devem ser escritos na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1 – Dados da realização do experimento

Benzeno Água Etanol


Ponto Volume Volume Volume Massa
Massa (g) %m Massa (g) %m %m
(mL) (mL) (mL) (g)
1A 9,0 0,5
2A 9,0 0,7
3A 9,0 1,6
4A 9,0 3,0
5A 9,0 6,0
1B 0,5 14,0
2B 1,6 14,0
3B 3,1 14,0
4B 6,2 14,0
5B 9,4 14,0

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5 PÓS-LABORATÓRIO
5.1. Calcule as massas dos 3 componentes em cada ponto, como também as
frações mássicas, mostrando todos os cálculos;
5.2. Construa o diagrama ternário utilizando as percentagens em massa dos três
componentes das misturas monofásicas. Utilize um software, como Excel ou Origin.

6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental II.

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DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 03

Construção do diagrama ternário de composição


ÁGUA-ÁCIDO ACÉTICO-CLOROFÓRMIO
Faça o mesmo procedimento da prática número 2, sendo que agora será feito o
diagrama ternário da água, ácido acético e clorofórmio. Anote os resultados na tabela
abaixo:

Clorofórmio Água Ácido Acético


Ponto Volume Volume Volume Massa
Massa (g) %m Massa (g) %m %m
(mL) (mL) (mL) (g)
1A 9,0 0,5
2A 9,0 0,7
3A 9,0 1,6
4A 9,0 3,0
5A 9,0 6,0
1B 0,5 14,0
2B 1,6 14,0
3B 3,1 14,0
4B 6,2 14,0
5B 9,4 14,0

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DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 04

Determinação da concentração micelar crítica de um surfactante

1 INTRODUÇÃO
Os detergentes, também chamados surfactantes, apresentam em sua estrutura
molecular uma região hidrofóbica, que é constituída por uma longa cadeia de
hidrocarbonetos e uma região hidrofílica, que é um grupo polar ou iônico. Um dos
surfactantes mais utilizados dodecilsulfato de sódio (SDS), onde sua estrutura está
apresentada na Figura 1 (A). De acordo com a região hidrofílica os surfactantes
classificam-se em catiônicos, aniônicos e não iônicos. Em soluções diluídas os
surfactantes existem na forma de monômeros, os quais atuam como eletrólitos fortes. À
medida que a concentração aumenta os monômeros formam agregados (micelas) e a
concentração mínima de surfactante em que se inicia a formação de micelas é
denominada Concentração Micelar Crítica (CMC). A CMC de um surfactante é uma
propriedade física tão importante como os pontos de fusão e ebulição ou o índice de
refração de substâncias puras. As micelas podem ser usadas como catalisadores ou
inibidores no estudo cinético de reações químicas e têm grande aplicação na área
farmacêutica, em operações industriais etc.

Figura 1 - (A) Estrutura do SDS, mostrando a parte hidrofílica e hidrofóbica do surfactante. (B)
Gráfico qualitativo do experimento de determinação da CMC utilizando a condutividade da solução do
surfactante. (C) Esquema de eventos que acontecem com a solução de surfactante durante o experimento.

A CMC de um surfactante é determinada através do estudo da variação de


propriedades físicas tais como tensão superficial, condutância elétrica e outras, em
função da concentração do mesmo; graficamente, uma descontinuidade na curva obtida
quando se plota condutância elétrica, medida em microsiemens (µS), versus

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concentração milimolar (mM) do detergente, indica o valor da C.M.C (Figura 1 (A) e
(B)).
Nesta experiência determina-se a C.M.C. de um surfactante aniônico
(dodecilsulfato de sódio – SDS) através da mudança no coeficiente angular da curva de
condutividade elétrica e concentração.

2 PRÉ-LABORATÓRIO
 Pesquisar qual é a CMC do SDS reportado pela literatura.

3 OBJETIVO
Calcular a CMC do SDS através do método da condutividade da solução de
surfactante.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
a) Prepare 100mL de dodecilsulfato de sódio (SDS) 40mM (surfactante aniônico);
b) Monte um sistema, bureta com agitador magnético e eletrodo do condutivímetro,
similarmente a um sistema de titulação potenciométrica. Conforme a Figura 2;

Figura 3 – Aparato experimental para determinação da CMC.

c) Coloque na célula de condutância inicialmente 50mL de água e meça a


condutâmcia elétrica inicial da água, anotando-a;

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d) Com auxílio de uma bureta adicione a solução estoque do surfactante de 1,5 em
1,5 mL até 25 mL sob agitação. Leia a condutância após cada volume adicionado
da solução estoque, calcule a concentração da solução completando assim a
Tabela 2.

4.1 Resultados

Temperatura:

Concentração da solução
estoque:

Volume inicial de água:

Condutividade da água
(Li):

Tabela 2 – Dados obtidos do experimento de cálculo da CMC do SDS

Ponto VSDS (mL)1 CSDS (mM) 2 Lobs (µS) 3 Lf (µS) 4

Legenda: 1 Volume da solução estoque de SDS adicionado; 2 Concentração de SDS resultante; 3


Condutividade observada após adição da solução estoque de SDS; 4 Lf = Lobs - Li

5 PÓS-LABORATÓRIO
5.1. Faça um gráfico da condutividade elétrica da solução de SDS (Lf) pela
concentração de SDS (CSDS) e determine a CMC do SDS;
5.2. Compare o resultado obtido com o valor reportado na literatura.
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6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental II.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 05

Estudo da cinética da reação entre os íons Iodeto e Persulfato

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1 INTRODUÇÃO
Cinética química é o estudo da progressão das reações químicas, o que
determina suas velocidades e como controlá-las. Ao estudar a termodinâmica de uma
reação, leva-se em conta apenas os estados inicial e final do sistema, ignorando o que
acontece nos estados intermediários. Na cinética química, estuda-se o processo em si,
ou seja, os detalhes das mudanças que os átomos e moléculas sofrem durante as reações
e as velocidades de cada etapa.
Na química, o termo “velocidade de reação” é análogo à velocidade de
movimento, dada pela razão variação da distância percorrida pelo tempo, sendo que a
“distância percorrida” numa reação é análoga à quantidade de reagentes consumidos ou
formados. Desta maneira, a velocidade de uma reação é definida como a variação da
concentração de um dos reagentes ou produtos divididos pelo tempo que esta mudança
leva para ocorrer. Como a velocidade pode mudar com o tempo, a Equação 1 define a
velocidade média da reação (V), como a variação da concentração molar de um reagente
R, onde Δ[R] = [R]t2 − [R]t1, durante um intervalo de tempo Δt = t2 – t1. Portanto, a
expressão para a V para os reagentes é:
∆[ ]
= − ( )

Como os reagentes são consumidos em uma reação, a concentração molar de R


decresce com o tempo e ∆[R] é negativo. O sinal negativo na Eq. 1 torna a velocidade
positiva, que é a convenção normal da cinética química. Se, por outro lado, for
acompanhada a variação na concentração do produto P, a velocidade média (vP) é
expressa como:
∆[ ]
= − ( )

Para evitar ambiguidades associadas com as várias maneiras de registrar uma


velocidade de reação, pode-se usar a velocidade média única de uma reação, sem
especificar o reagente ou produto. A velocidade média única da reação A + bB cC
+ dD é qualquer uma das quatro quantidades iguais descritas na Equação 3:

∆[ ] ∆[ ] ∆[ ] ∆[ ]
= − =− = = ( )
∆ ∆ ∆ ∆

A divisão pelos coeficientes estequiométricos leva em conta as relações


estequiométricas entre reagentes e produtos. Não é necessário especificar as espécies
quando se usa a velocidade média única porque o valor da velocidade é o mesmo para
todas as espécies. Entretanto, a velocidade média única depende dos coeficientes usados
na equação balanceada, e a equação química tem de ser especificada.
21
A maior parte das reações desacelera à medida que os reagentes são
consumidos. Para determinar a velocidade da reação em um determinado instante no
decurso de uma reação, deve-se utilizar a variação da concentração num tempo
infinitesimal. Em outras palavras, a velocidade instantânea de uma reação é dada por:

[ ] [ ] [ ] [ ]
= − =− = = ( )

1.1 Leis de velocidade e ordem de reação

As tendências das velocidades de reações são normalmente estudadas a partir


da velocidade inicial da reação (v0), definida como a velocidade instantânea no início da
reação (onde t = 0). A vantagem de usar a velocidade inicial é que a presença de
produtos durante a reação pode afetar a velocidade e a interpretação dos resultados
torna-se mais complicada. Como não existem produtos no início da reação, é mais fácil
encontrar as eventuais tendências produzidas pelos reagentes.
Para muitas reações encontra-se que a velocidade v no tempo t está
experimentalmente relacionada com as concentrações das espécies presentes no tempo t
através da Equação 5:

= [ ] [ ] ( )

Na Eq. 5, os expoentes α, β, ..., são geralmente inteiros ou semi-inteiros


(½,¼,...). A constante de proporcionalidade, k, é denominada constante de velocidade e
varia com a temperatura e pressão em que ocorre a reação. A reação é chamada de
ordem α em relação a A, de ordem β em relação a B, etc. Os expoentes α e β também
são denominados ordens parciais, enquanto que a soma α + β + ...≡ n é a ordem global,
ou simplesmente ordem da reação. Uma vez que a velocidade da reação tem unidade de
concentração por tempo, k tem unidades de concentração (1-n).tempo-1.
Expressões como a da Eq. 5, que relacionam v em função das concentrações
em uma temperatura constante é denominada lei de velocidade de reação. Algumas leis
de velocidade a temperatura constante, juntamente com as respectivas constantes de
velocidade, são apresentadas na Tabela 1:

Tabela 1: Leis de velocidade e constantes de velocidade para algumas reações


químicas.

Reação Lei de velocidade T/K Constante de Velocidade (K)

22
2HI → H2 + I2 V = K[HI]2 500 4,3.10-7 L.mol-1.s-1

2N2O5 → 4NO2 + O2 V = K[N2O5]2 298 3,7.10-5 s-1

C2H6 → 2CH3 V = K[C2H6] 973 5,5.10-4 s-1

A maior parte das reações químicas são de primeira ou segunda ordem em cada
reagente, mas algumas reações tem ordens diferentes. A amônia, por exemplo,
se decompõe em nitrogênio e hidrogênio em um fio de platina quente de acordo com a
reação:
V = 2NH3 (g) → N2 (g) + 3H2 (g)

Experimentos mostram que a reação acima ocorre com velocidade constante


até toda a amônia ter desaparecido. Sua lei de velocidade é, portanto:
V = K*
V = K [NH3]
Esta decomposição é um exemplo de ordem zero, uma reação em que a
velocidade não depende da concentração. A Tabela 2 mostra um resumo para as três
ordens de reação mais comuns:

Tabela 2 - Leis de velocidade para diferentes ordens de reação em relação a um


reagente A

Ordem em A Lei de velocidade


0 V=K
1 V = K[A]
2 V = K[A]2

2 PRÉ-LABORATÓRIO

 Estudar quais as formas integradas da lei de velocidade para reações de 1° e 2°


ordem;
 Pesquisar como se obtém os parâmetros cinéticos de uma reação (constante de
velocidade e tempo de meia vida) através do método da pseudo primeira ordem.

3 OBJETIVOS

23
 Obter a constante de velocidade e a energia de ativação da reação de oxidação
do
 iodeto de potássio pelo persulfato de potássio;
 Estudar a cinética de uma reação química através do método das concentrações
para uma reação que pode ser aproximada por um mecanismo de pseudo-
primeira ordem;
 Verificar a variação da energia de ativação de uma reação química de cinética
conhecida.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
a) Numere cada erlenmeyer de 1 a 5 e adicione 10 mL da solução de KI e 2 mL da
solução de amido indicador em todos eles.
b) Em cada frasco numerado adicione as soluções de tiosulfato de sódio (Na2S2O3)
e complete com água seguindo as quantidades indicadas na Tabela 3.
c) Coloque o frasco 1 sob agitação e, controlando o tempo, adicione 10 mL da
solução de persulfato de potássio (K2S2O8). Faça a medida de tempo entre a
adição de persulfato e a variação de cor da solução.
d) Repita a operação para os frascos 2, 3, 4 e 5.
e) Calcule as concentrações de persulfato de potássio presente no tempo da mudança
de cor da solução a partir da concentração de Na2S2O3 em cada frasco.

Tabela 3 - Composição de cada frasco utilizado para o estudo da cinética de


oxidação do iodeto pelo persulfato.
Frasco KI/ mL Amido/mL Na2S2O3/mL Água K2S2O8/mL

1 10 2 1 9 10

2 10 2 2 8 10

3 10 2 3 7 10

4 10 2 4 6 10

5 10 2 5 5 10

5 POS-LABORATÓRIO
5.1 Preencha a Tabela 4 abaixo com os resultados experimentais:

Tabela 4 – Resultados Experimentais


Frasco t/s n (Na2S2O3/mL) n (K2S2O8/mL) [K2S2O8/mL]/ moL.L-1 ln [K2S2O8]

24
1

Utilize uma folha para apresentar os cálculos efetuados para responder os dados na Tabela 4

5.2. Construa um gráfico mostrando a variação de [K2S2O8] com o tempo de


reação e de ln [K2S2O8] pelo tempo de reação. Observe se a reação pode ser considerada
como de pseudo primeira ordem e calcule a constate de velocidade (k’) para esse caso.
5.3. Utilizando a [I-], calcule a constante de velocidade (k) da reação global.
5.4. Pesquise o que é tempo de meia vida e indique algumas aplicações.
Deduza as equações para determinação dos tempos de meia vida para o caso de uma
reação de primeira ordem e de segunda ordem.

6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental III.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 06

Determinação da velocidade de reação do acetato de etila com o


íon hidróxido seguida por condutância

25
1 INTRODUÇÃO
A reação de hidrólise básica do acetato de etila é de cineticamente classificada
de 2º ordem.
CH COOC H + OH ↔ CH COO + C H OH (1)
Se a e b forem as concentrações iniciais do éster e do hidróxido,
respectivamente e x a concentração do produto formado, a expressão da velocidade é:
= ( − )( − ) (2)
A velocidade de aparecimento do produto depende, a cada instante, da
constante de velocidade e das concentrações dos reagentes:

( )( )
= (3)

Onde t é o tempo de reação, x número de mols de produtos que são formados, a


concentração inicial (t = 0) do acetato, b concentração inicial de OH‒ e k constante de
velocidade da equação 1.
Se os reagentes forem pesados em quantidade estequiométricas, a = b e a
equação 3 fica:

( )
= (4)

Integrando a equação 4, temos que:

( )
= (5)

Condutância (C) é o recíproco da resistência. Se R é a resistência, temos que:

= (6)
A unidade de condutância é o inverso da resistência (Ω‒1). A resistência do
condutor pode ser calculada pela relação:
= (7)
Onde ρ é resistência específica ou resistividade (Ω‒1), l comprimento do
condutor (cm) e A área do condutor (cm2).

A condutância da solução em qualquer tempo depende da condutividade e das


concentrações dos reagentes e produtos. Considerando que as condutâncias do éster e do
álcool são muito pequenas, pode-se escrever:
= + (8)
= + ( − ) (9)

26
Onde C é a condutância de cada reagente e x é definido como:
= (10)

No tempo 0 tempo zero de reação: Lo = aLbase e, após tempo infinito, quando


toda a base tiver reagido, C∞ = aCacetato, e portanto:
= (11)

Substituindo x na equação integrada da velocidade (Eq. 5), obtém-se uma


equação que fornecerá k por meio de medidas de condutância:
( )
= ( )
(12)

2 OBJETIVOS
Determinar a velocidade da reação de saponificação do acetato de etila com
hidróxido de sódio.

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
a) Preparar 250 mL de uma solução de acetato de etila 0,02 mol dm-3.
b) Preparar 250 mL de solução de NaOH 0,02 M.
c) Numerar três erlenmeyers: A, B e C.
d) Pipetar 20 mL de NaOH 0,02 M no frasco A mais 80 mL de água destilada.
e) Pipetar 20 mL de NaOH 0,02 M no frasco B mais 80 mL de água destilada.
f) Pipetar 20 mL de acetato de etila 0,02 M no frasco C mais 80 mL de água
destilada.
g) Manter os três frascos em um banho termostático por uns 10 minutos (26 ºC, 30
ºC ou 35 ºC).
h) Lavar a célula de condutância e o eletrodo com água destilada e com NaOH do
frasco A.
i) Preencher a célula com o conteúdo do frasco A e medir L0.
j) Desprezar a solução.
k) Lavar a célula e o eletrodo com água destilada.
l) Misturar os conteúdos dos frascos B e C e imediatamente acionar o cronômetro.
m) Lavar a célula de condutância e o eletrodo com aproximadamente metade da
mistura reagente, desprezando-a ao final.
n) Tornar a encher a célula com a outra metade e fazer leituras de 2 em 2 minutos
(Se a variação for lenta, ler a cada 4 minutos durante os primeiros 20 minutos).
Após o intervalo de leitura pode ser feito em intervalos ampliados (4 ou 8
minutos durante 60 minutos).
o) Deixar a reação ocorrer até o dia seguinte para fazer a leitura em tempo infinito
(t∞).

27
4 PÓS –LABORATÓRIO
4.1 Construir o gráfico de condutância do sistema reagente versus tempo;
4.2 Calcular a constante de velocidade para esta reação.

5 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental III.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 07

Determinação da solubilidade de um sal pouco solúvel

28
1 INTRODUÇÃO
Se um sal pouco solúvel se dissociar de modo simples e completo, sua
solubilidade poderá ser determinada por meio de medidas de condutividade (k).
Conhecendo-se a condutividade da solução saturada do sal da solução e a
condutividade do solvente, no caso a água, calcula-se a condutividade devida aos íons
do sal pela equação:

= çã − á ( )
Os valores de ksolução e kágua podem ser calculados pela expressão:

= ( )

Onde θ = constante da célula em cm-1 e R = resistência medida em Ω.


Sabe-se que a solubilidade de um sal em uma dada temperatura é expressa pela
concentração da solução saturada. Na presente experiência, considera-se a concentração
de um sal pouco solúvel como sendo sua própria solubilidade.
Considerando-se uma solução muito diluída, pode-se admitir que Λ = Λ∞ onde
Λ∞ é a condutividade molar em diluição infinita. Sabe-se que a condutividade molar em
diluição infinita pode ser obtida a partir da soma das respectivas condutividades iônicas
também conhecidas como condutividades molares limite, ou seja:
= + ( )

Da expressão analítica da condutividade molar em função da concentração


específica e substituindo-se, neste caso, a concentração pela solubilidade, tem-se que:

= ( )

Onde o valor de k é dado pela Eq. (1) e, de acordo com o citado acima, a
concentração C pode neste caso, ser substituída pela solubilidade (So) com a Eq. (4)
adquirindo a seguinte expressão:

= ( ) ( )

Da expressão de Λ na Eq. (5), considerando-se que Λ = Λ∞ e substituindo-se


Λ∞ por seu valor dado na Eq. (3), tem-se o valor de So:

= ( ) ( )
+

2 PRÉ-LABORATÓRIO
 Pesquisar como que funciona a conversão da unidade Ohm (Ω) para Siemens
(S);
29
 Pesquisar quais são as condutividades molares limites dos íons cálcio e
carbonato;
 Pesquisar qual a solubilidade teórica, em mol L-1, do carbonato de cálcio.

3 OBJETIVOS
Determinar a solubilidade do carbonato de cálcio através da condutometria.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
p) Lavar a célula de condutância com água destilada.
q) Fazer imersão do eletrodo de condutância em água destilada e fazer quatro
medidas, de 2 em 2 minutos, até obter um valor constante para a condutância
eletrolítica.
r) Pesar 1 g de um sal pouco solúvel, por exemplo CaCO3, juntando logo em
seguida 200 mL de água destilada, agitando de vez em quando para garantir que
se estabeleça o equilíbrio de saturação.
s) Medir a condutância da solução eletrolítica de 5 em 5 minutos, até que dois
valores consecutivos sejam idênticos.

5 PÓS –LABORATÓRIO
5.1 Preencher a tabela abaixo com os valores de condutividade:
Amostra k (S cm-1)

5.2 Determinar a solubilidade do CaCO3.

6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental III.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 08

Determinação da constante de ionização de um ácido fraco

30
1 INTRODUÇÃO
Considerando um ácido fraco, CH3COOH, que se dissocia de acordo com a
reação:
CH COOH + H O → CH COO + H O (1)
Sua constante de dissociação é dada por:
[ ][ ]
K = × (2)

Onde, a é o coeficiente de atividade para cada espécie em solução.


Considerando somente soluções bem diluídas, pode-se atribuir aos coeficientes de
atividade o valor unitário, portanto:
[ ][ ]
K = (3)

Sendo α o grau de dissociação do ácido, em uma concentração C, a equação 3


pode ser escrita como:

K = ∝
(4)
O valor de alfa pode ser substituído pela razão entre a condutividade molar (Λ)
e condutividade molar em concentração zero (Λ∞), para um determinado eletrólito.
Portanto, a equação 4 ganha a seguinte forma:
( ⁄ )
K = ⁄
(5)

2 PRÉ-LABORATÓRIO
 Pesquise qual é o valor da condutividade molar para o ácido acético;
 Baseado nas definições de solução ideal e solução diluída ideal, diga a diferença
entre esses dois tipos de solução;
 O que leva em conta o parâmetro coeficiente de atividade?

3 OBJETIVOS
Calcular a constante de dissociação ácida do ácido acético.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Partindo-se de soluções de ácido acético com concentrações de 0,005; 0,01;
0,05; 0,1; 0,2 e 0,5 mol L-1, recentemente preparadas, medir as condutâncias. Isto deve
ser feito em ordem crescente de concentração para evitar contaminação do eletrodo e
das soluções. Anote os resultados na tabela abaixo:
[CH3COOH] (mol L-1) Condutividade (S cm-1) Λ (S L cm-1 mol-1)
0,005
0,01
0,05

31
0,1
0,2
0,5

5 PÓS-LABORATÓRIO
Calcule a constante de dissociação do ácido acético, mostrando detalhadamente
como o método do cálculo.

6 REFERÊNCIAS
Essa prática foi retirada do manual de práticas da Universidade Federal do
Ceará, da disciplina de Físico-Química Experimental III.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 09

Polarimetria

32
1 INTRODUÇÃO
1.1 Polarização

Em física, polarização é uma propriedade de ondas eletromagnéticas. Ao


contrário de ondas mais familiares como as ondas aquáticas ou sonoras, as ondas
eletromagnéticas são tridimensionais e a polarização é uma medida da variação do vetor
do campo elétrico dessas ondas com o decorrer do tempo. A Polarimetria é a ciência da
medição da polarização da luz.
A manifestação mais simples, para visualização, é a de uma onda plana, que é
uma boa aproximação para a maioria das ondas luminosas. Numa onda plana as
direções dos campos magnético e elétrico estão, em qualquer ponto, perpendiculares à
direção de propagação. Simplesmente porque o plano é bidimensional, o vetor campo
elétrico no plano num dado ponto do espaço pode ser decomposto em duas
componentes ortogonais. Chamemos as componentes de x e y (seguindo as convenções
da geometria analítica). Para uma onda harmônica, onde a amplitude do vetor do campo
elétrico varia senoidalmente, as duas componentes têm exatamente a mesma frequência.
Contudo, estas duas componentes têm duas outras características que podem diferir. Em
primeiro lugar, as duas componentes podem não ter a mesma amplitude. Em segundo,
as duas componentes podem não ter a mesma fase, isto é, podem não alcançar os seus
máximos e mínimos ao mesmo tempo, no plano fixo que temos por base.
Considerando a forma traçada num plano fixado pelo vetor campo elétrico à
medida que uma onda plana o percorre, obtemos a descrição do estado de polarização.
Na Figura 1 é apresentado os tipos de polarização.

Figura 1 – Tipos de polarização da luz


Considere em primeiro lugar o caso especial (esquerda), onde as duas
componentes ortogonais estão em fase. Neste caso a intensidade das duas componentes
é sempre igual ou proporcional a uma constante, daí que a direção do vetor campo
elétrico resultante (vetor que resulta da soma destas duas componentes) irá
sempreredundar num segmento de reta no plano. Designamos este caso especial de
polarização linear. A direção desta linha irá depender da amplitude relativa destas duas
componentes. A direção pode ser em qualquer ângulo sobre o plano.
33
Agora considere outro caso especial (ao centro), onde as duas componentes
ortogonais têm exatamente a mesma amplitude que é de 90º em fase. Neste caso uma
componente é igual a zero quando a outra componente está na amplitude máxima ou
mínima. Neste caso especial o vetor do campo elétrico no plano formado pela soma dos
dois componentes vai rodar num círculo. Chamamos a este caso especial de polarização
circular. A direção de rotação irá depender da relação entre as fases. Chamemos a estes
casos de polarização circular direita e polarização circular esquerda, dependendo da
rotação do vetor.
Todos os outros casos, em que as duas componentes não estão em fase nem
têm a mesma amplitude e/ou não estão com 90º fora de fase, encaixam na designação de
polarização elíptica.
A polarimetria é a ciência da medição da polarização da luz. Um feixe de luz
polarizada ao passar através de uma molécula sofre quase sempre uma pequenina
rotação no respectivo plano devido à interação com as partículas carregadas
eletricamente da molécula. Dependendo da molécula pode haver um desvio do plano de
rotação da luz polarizada.
Numa amostra pura de um único enantiômero nenhuma molécula pode servir
de imagem da outra; não se produz, portanto, a anulação de rotações de moléculas
individuais e o resultado é o aparecimento de uma certa rotação. Na maioria dos
compostos, dada a distribuição aleatória do imenso número de moléculas e por cada
molécula que a luz encontra existe outra molécula que, pela sua orientação, se apresenta
como imagem da primeira num espelho plano, e cujo efeito sobre o feixe luminoso
anula exatamente o efeito da primeira molécula resultando numa rotação nula. O
equipamento utilizado para fazer essa medição é conhecido como polarímetro.

1.2 Atividade ótica (rotação específica)

Quando um feixe de luz plano-polarizada e monocromático atravessa uma


coluna de comprimento L (em unidade de dm) de uma solução, contendo uma
substância oticamente ativa (substância capaz de girar plano da luz polarizada) de
concentração c (em unidade de g/mL ou g/cm3), a rotação do plano de polarização da
luz é dada pela lei de Biot:
∝ = [∝] × × (1)
Onde α é o ângulo de rotação e [∝] é uma constante chamada de poder
rotatório específico, característico da substância oticamente ativa. Esta constante
depende do comprimento de onda λ e da temperatura t. As vezes [∝] é encontrado na
literatura como [∝] onde "20" é a temperatura da medição em graus centígrados, "D" é
a linha D do espectro de emissão do sódio (598 nm
Usando essa fórmula é possível calcular a concentração ou a atividade ótica e
eventualmente identificar o tipo de isômero.

34
1.3 Levógiro(L) x Dextrogiro(D)

Moléculas que desviam a luz para a direita são chamadas dextrógiras(D);


quando o desvio é para a esquerda, as moléculas são chamadas levógiras(L). A
importância disso reside no fato de que uma moléculadextrógira e uma levógira da
mesma substância são imagens especulares uma da outra. Como em bioquímica, a
disposição dos átomos é crucial na determinação da atividade biológica, a mesma
substância com distinta quiralidade pode não apresentar efeito biológico. Por exemplo:
os aminoácidos biologicamente ativos são sempre levógiros(L). Os aminoacidos
dextrógiros (D) não têm ação biológica.

Figura 2 – Dois enantiômeros de um aminoácido


O açúcar de cozinha é uma molécula do tipo dextrógira, sendo seu principal
constituinte a molécula de D-sacarose ([α]=+65,5º). A seguir temos o teor de sacarose
em alguns vegetais: pêssego (7%); abricó (5,8%); beterraba (6,11%); cenoura (4,2%)
melão (5,7%) e cana de açúcar (de 14 a 24%). Outro tipo de açúcar encontrado nas
frutas é a frutose. Os açúcares de um modo geral são substâncias quirais (a molécula
tem um átomo de carbono assimétrico, ou seja, está ligada a 4 grupos diferentes), isto é
fazem rodar o plano de polarização da luz polarizada. Como vimos, a rotação especifica
é uma constante físico-química, que é medida com um polarímetro, sendo importante
para caracterização das substâncias quirais. O termo quiral é um termo usado em
Química, para definir objetos não sobreponíveis à sua própria imagem no espelho. Estes
objetos usualmente são moléculas e o estudo da quiralidade está associado a um
fenômeno cada vez mais atual. Por conseguinte, uma molécula é quiral quando não é
sobreponível à sua imagem no espelho. A quiralidade das moléculas é de grande
importância na estereoquímica.

2 PRÉ-LABORATÓRIO
 Pesquise como funciona um polarímetro;
 O que seria o açúcar invertido?
 Pesquise fármacos que possuem diferentes propriedades quando estão na forma
de dextrogiro e levogiro;

35
 Como é possível sintetizar moléculas com só um dos isômeros opticamente
ativos?

3 OBJETIVOS
Fazer uma curva de calibração usando o princípio de rotação ótica causada por
moléculas de sacarose.
Determinar a quantidade de sacarose em diferentes amostras reais.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 Ângulo de desvio de diferentes soluções de sacarose

a) Pese em um béquer 40g de sacarose e junte água apenas o suficiente para a


completa dissolução do açúcar. Transfira a solução obtida para um balão
volumétrico de 200ml, complete o volume com água destilada, agite bem e
obtenha, assim, uma solução de 20% (massa/volume) ou a 0,20 g/mL de
sacarose;
b) A partir dessa primeira solução, usando pipetas e balões volumétricos de
100mL, prepare soluções de sacarose nas concentrações 15, 10, 5 e 2,5 %;
c) Meça com o polarímetro (veja a seguir como usar o instrumento) os ângulos
desvios (α) da água pura e das cinco soluções anteriormente preparadas;
Organize os resultados obtidos em uma tabela cujo modelo é o seguinte:

SOLUÇÕES AQUOSAS DE SACAROSE


Concentração (g/mL) 0,000 0,025 0,050 0,100 0,150 0,200
Ângulo de desvio (º)

d) Com os dados da tabela acima, construa o gráfico de α versus L × c. Verifique a


linearidade dos pontos experimentais no gráfico e determine o coeficiente
angular da melhor reta de ajuste. Calcule então, pela lei de Biot, o poder
rotatório específico da sacarose ([∝] ).

4.2 Determinação do teor de açúcar em diferentes amostras reais

Importante mencionar que, para essa parte, iremos considerar a única


substancia que possui atividade ótica nestas amostras é a sacarose.
a) Determine o ângulo de desvio da luz dos seguintes produtos diluídos a 25%
(v/v) em água destilada, e anote os resultados na tabela abaixo;
b) Utilizando os resultados obtidos no experimento parte 4.1, calcule a
concentração de sacarose nesses produtos.

Produto Ângulo de desvio (º) Concentração (g/mL)


Coca-cola
Coca-zero
Guaraná

36
Fanta
Água de cocô

5 REFERÊNCIAS
Este manual prática foi retirada do manual de práticas da Universidade do Vale
do Paraíba e foi elaborada pelo prof. Dr. Sergio Pilling.

DATA ____/____/_____

PRÁTICA Nº 10

Síntese de um ferrofluido de nanopartículas magnéticas

1 INTRODUÇÃO

37
1.1 Nanotecnologia – definição

A definição clássica da nanotecnologia é o estudo e uso de entidades físico-


químicas que possuem tamanhos entre 1 e 100 nm, em pelo menos uma direção, e
apresenta novas propriedades relacionadas com a sua escala. Tomando como exemplo o
material tema dessa prática, a magnetita (Fe3O4), que é um mineral magnético composto
pelos óxidos de ferro II (FeO) e III (Fe2O3), quando extraído da terra, está na forma de
cristais bem definidor visíveis a olho nu, como mostrado na Figura 1 A. Já quando se
sintetiza nanopartículas de Fe3O4, a morfologia dos cristais só é possível ser identificada
com microscopia eletrônica, como mostrado na Figura 1 B. Importante mencionar, que
quando há uma diminuição do tamanho das partículas de Fe3O4 até tamanhos
nanométricos, suas propriedades magnéticas são totalmente alteradas, o que dá
possibilidade para que elas possam ter aplicações em outros campos da ciência como no
tratamento e diagnóstico de diversas doenças, incluindo câncer.

(A) (B)

Figura 1 – (A) Cristais de Fe3O4 extraídos da terra. (B) Imagem de microscopia eletrônica de
transmissão de nanopartículas de Fe3O4 sintetizadas pelo método da decomposição térmica. Atentar para a
escala na micrografia.

Essas entidades, que são geralmente chamadas de nanopartículas, podem estar


na forma de esferas, cubos, nanotubos, nanopratos, bastões, prismas, dentre outras.
Importante mencionar que nanomateriais com diferentes formas (morfologias) podem
apresentar propriedades bastante distintas, mesmo sendo mantida a mesma composição
química. Na Figura 2, é possível observar diferentes nanopartículas através de
miscroscopia eletrônica de varredura e transmissão. Devidos às novas propriedades que
podem surgir a partir da redução do tamanho e/ou mudança de morfologia, a
nanotecnologia, e mais especificamente, a ciência por trás da preparação desses
materiais vem ganhando bastante destaque de centros de pesquisa do mundo todo.

38
Figura 2 – Nanopartículas de diferentes materiais com diversas morfologias.

Dentre as diversas metodologias de síntese de nanomateriais, uma das mais


simples e usadas é a co-precipitação, que será utilizada nessa prática para preparar
nanopartículas de Fe3O4.

1.2 Propriedades magnéticas de nanopartículas de Fe3O4

O magnetismo de materiais magnéticos é oriundo no movimento ordenado em


determinada direção dos elétrons nos átomos da matéria. Os dois movimentos que
explicam o magnetismo de determinados materiais são os relacionados com o momento
angular do elétron e momento angular do spin. Para entender o que acontece de
diferente nas propriedades magnéticas de partículas com dimensões nanométricas,
vamos considerar a seguinte história: Quando um determinado profissional deseja
magnetizar um parafuso, ele coloca um imã, que já possui seus elétrons em movimento
ordenado em uma direção, em contato com o parafuso, para que os elétrons dos átomos
constituintes do parafuso fiquem da mesma forma que os elétrons do imã e, portanto,
magnetizado mesmo sem o contato com o imã. Para que o parafuso seja
desmagnetizado, é necessário desalinhar o movimento dos elétrons, que é possível
através do aquecimento do parafuso ou aplicação de um campo em sentido oposto ao
alinhamento dos elétrons do parafuso. Portanto, para desalinhar elétrons é necessário
fornecer energia ao sistema até que seja superada uma energia de barreira, que sustenta
os spins alinhados.
Importante mencionar que o fato de determinados materiais “guardar” o
magnetismo quando se aplica um campo magnético externo a ele, é chamado de
memória magnética, e é extremamente utilizado para armanezamento de informações
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em hard drivers, cartões de crédito, pen drives, etc. Essa propriedade é características
de materiais ferri- ou ferromagnéticos com dimensões de partículas
microscópicas/macroscópica.
Entretanto, quando as dimensões das partículas de materiais ferri- ou
ferromagnéticos atingem a escala nano, elas apresentam somente um domínio
magnético, então elas atuam como se fosse íons metálicos de dimensões gigantescas.
Deste modo sua energia de barreira para o desalinhamento dos spins é diminuída a tal
ponto que a energia térmica fornecida pelo ambiente é suficiente para superar a energia
de barreira. Nesse ponto, pode-se dizer que esse material possui comportamento
superparamagnético, que significa que ele não tem memória magnética. Portanto,
quando as nanopartículas magnéticas são colocadas em contato com um imã, seus spins
irão se alinhar, mas quando o imã é retirado seus spins voltarão a ficar desalinhados,
como mostrado na Figura 3.

Figura 3 – Comportamento magnético de nanopartículas superparamagnéticas.

1.3 Co-precipitação para preparação de nanopartículas de Fe3O4

Existem várias metodologias para sintetizar nanopartículas de Fe3O4, mas a


mais simples e utilizada é a co-precipitação. Esse método consiste em fazer uma
solução, geralmente aquosa, de um cátion metálico precursor, e adicionar um agente que
faz com que ocorra a precipitaçãodo material de interesse na forma de sólido. Para a
Fe3O4, os precursores metálicos são sais solúveis de Fe2+ e Fe3+ na proporção de 1:2 e
posterior adição de hidróxido de sódio (NaOH) até um pH em torno de 9. Todo esse
procedimento deve ser realizado a uma temperatura de 60 °C.
A reação entre os cátions e o NaOH consiste em reações de condensação entre
os átomos de Fe II ou III e espécies oxigenadas, como ‒OH. O mecanismo de formação
da magnetita está apresentado nas equações químicas 1-5. Primeiramente são formados
compostos de hidróxido de Fe II e III, que subsequentemente se transformam em Fe3O4.
Fe( .) + 3OH( .) → Fe(OH) ( ) (1)
Fe(OH) ( ) → FeOOH( ) + H O( ) (2)
Fe( .) + 2OH( .) → Fe(OH) ( ) (3)

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FeOOH( ) + Fe(OH) ( ) → Fe O ( ) + 2 H O ( ) (4)

( .) + ( .) + ( .) → ( ) + () (5)

1.4 Funcionalização de nanopartículas e ferrofluido

É conhecido que óxidos metálicos são, em sua maioria, insolúveis em solventes


aquosos e orgânicos, principalmente devido a sua tendência em se aglomerar.
Entretanto, para determinadas aplicações necessita-se que essas nanopartículas
magnéticas possam ser dispersas em solventes polares ou apolares. Para isso deve-se
modificar a superfície a superfície com moléculas orgânicas, para que evite a
aglomeração das nanopartículas e consequentemente a dispersão das mesmas em
solventes polares ou apolares. Esse processo é denominado de funcionalização e a
molécula orgânica utilizada é chamada de agente funcionalizante. A anexação dessas
moléculas orgânicas se dá através da interação de grupos orgânicos com hidroxilas da
superfície da nanopartículas, ou reações de coordenação entre grupos doadores de
elétrons do agente funcionalizante e os átomos de Fe presentes na superfície. Existe uma
variedade de grupos químicos que podem se ancorar em nanopartículas magnéticas,
como mostrado na Figura 4.

Figura 4 – Diferentes tipos de ancoramento entre agentes funcionalizantes e nanopartículas


magnéticas.

Quando as nanopartículas magnéticas conseguem se dispersar satisfatoriamente


em um determinado solvente, essa dispersão se transforma em um ferrofluido. E essa
entidade físico-química possui características fluídicas e magnéticas. Portanto, quando
um ferrofluido é colocado em contato com um imã, o líquido como um todo é atraído
(Figura 5 A). Entretanto, quando se tem uma nanopartícula magnética não
funcionalizada dispersa em um líquido e um imã é colocado em contato com essa
dispersão, somente as partículas são atraídas pelo imã (Figura 5 B).

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(A) (B)

Figura 5 – Diferença entre nanopartículas magnéticas funcionalizadas (A) e não


funcionalizadas (B) quando em contato com um líquido.

2 PRÉ-LABORATÓRIO
 O que seriam domínios magnéticos?
 O que acontece com esses domínios magnéticos quando se passa de macro- ou
micropartículas para nanopartículas?
 Quais são as novas aplicações em que só nanopartículas magnéticas podem ser
usadas?
 Quais seriam outros métodos de preparação de nanopartículas magnéticas?
 Quais são as técnicas de análise para estudar as propriedades de nanopartículas
magnéticas?

3 OBJETIVOS
Sintetizar nanopartículas de Fe3O4 funcionalizadas com oleato de sódio para
que possam ser dispersas em solventes apolares.
Fazer a transferência de solvente através da adição de um surfactante, o dodecil
sulfato de sódio.

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1 Síntese de nanopartículas de Fe3O4 funcionalizadas com oleato de sódio

a) Pesar em recipientes separados as quantidades descritas na Tabela 1:

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Reagente Massa (g)
FeCl3.6H2O 1,96
FeSO4.7H2O 1,26
oleato de sódio 1,00
NaOH 1,00

b) Solubilizar o oleato de sódio em 10 mL de água, em um béquer de 50 mL, a


70ºC e agitação magnética. Observação: A mistura dos reagentes será feita
nesse béquer, e ele deve sempre ser mantido a 70 ºC;
c) Adicionar os sais de Fe II e III em outro béquer de 50 mL, e solubilize-os em 10
mL de água destilada a 70 °C. Verificar com o termômetro se a solução atingiu
temperatura de 70 °C
d) Solubilizar o NaOH em 5 mL de água;
e) Adicionar gota-a-gota a mistura de Fe II e III ao béquer contendo o oleato de
sódio, sob agitação magnética vigorosa, e esperar 1 min para que seja feita a
homogeneização. Posteriormente, adicionar gota-a-gota a solução de NaOH, e
deixar o meio reacional sob agitação por mais 10 min.

4.2 Purificação das nanopartículas de Fe3O4 funcionalizadas com oleato de sódio

Essa etapa é para retirada de subprodutos, excesso de NaOH e oleato de sódio


não ligado à superfície das nanopartículas magnéticas. Para isso, serão feitas várias
lavagens com diferentes solventes. Cada vez que um solvente for adicionado às
partículas, deverá ser feita uma mistura com auxílio de um bastão de vidro para que as
impurezas sejam removidas com maior eficiência.
a) Quando a reação acabar, separe com auxílio de um imã as nanopartículas, e
lave-as com 50 mL de água destilada. Repetir esse processo três vezes, sempre
descartando o sobrenadante;
b) Posteriormente lave as nanopartículas duas vezes com 10 mL de acetona;
c) Depois da última lavagem, identifique seu béquer e coloque para secar em um
dessecador durante 10 min;
d) Adicione 20 mL de hexano ao béquer contendo as partículas parcialmente secas,
agite bem a mistura com auxílio de um bastão de vidro. Faça a precipitação
magnética das partículas com 20 mL de etanol, descarte o sobrenadante e
adicione mais 20 mL de hexano. Repita esse procedimento três vezes;
e) A amostra de Fe3O4 funcionalizada com oleato de sódio será intitulada de
Fe3O4@OLNa.

4.3 Transferência da fase orgânica para fase aquosa

a) Adicione em um novo béquer de 50 mL, 10 mL da amostra Fe3O4@OLNa


dispersa em hexano, e posteriormente 10 mL de etanol, e faça a precipitação
magnética; Deixe o béquer secando por 10 min no dessecador;

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b) Adicione 7,5 mL de uma solução de dodecil sulfato de sódio 10%, e agite com
auxílio de um bastão de vidro durante 5 min;
c) Anote as suas observações.

5 PÓS-LABORATÓRIO
5.1 Porque a funcionalização com o oleato de sódio conferiu às nanopartículas
magnéticas a capacidade de ser dispersa em um solvente como hexano. Faça uma
correlação com estrutura do oleato de sódio;

5.2 Baseado na pergunta do item 5.1, em que solvente você espera que nanopartículas
magnéticas funcionalizadas com citrato de sódio terá capacidade de se dispersar?

5.3 A mistura entre Fe3O4@OLNa com hexano é caracterizada como uma solução ou
coloide? Explique sua resposta.

5.4 Qual teste poderia ser feito para afirmar se a mistura do item 5.3 é uma solução ou
coloide?

5.5 Explique o mecanismo de transferência de fase realizado no item 4.3?

5.6 Com qual estrutura biológica pode ser feita uma correlação com a transferência de
fase feita no item 4.3?

6 REFERÊNCIAS
Galvão, W. S., Neto, D., Freire, R. M., & Fechine, P. B. A. (2016). Super-
paramagnetic nanoparticles with spinel structure: a review of synthesis and biomedical
applications. In Solid State Phenomena (Vol. 241, pp. 139-176). Trans Tech Publications.
Shriver, D. F., Atkins, P., OVERTON, T., ROURKE, J., WELLER, M., &
ARMSTRONG, F. (2008). Química Inorgânica. Tradução Roberto de Barros Faria.
Tasca, R. A., Almeida, J. R. L., Silva, D. G., Melo, F. M., & Toma, H. E. (2015).
Desenvolvendo habilidades e conceitos de nanotecnologia no ensino médio por meio de
experimento didático envolvendo preparação e aplicação de nanopartículas
superparamagnéticas. Química nova na escola, 37(3), 236-240..

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