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Hoje a Igreja convida-nos a fazer um balanço dos benefícios que recebemos de Deus, para
dar graças, e do muito que ainda nos falta, tanto no plano material como no espiritual, para
pedi-lo ao nosso Pai-Deus, que está sempre disposto a conceder-nos aquilo de que
precisamos.
As Têmporas são dias de acção de graças que a Igreja eleva a Deus quando
terminam no hemisfério Norte as colheitas e o período anual de descanso. É
também um dia propício para pedirmos ao Senhor que nos ajude a recomeçar
com brio as tarefas profissionais2.
II. A PRINCIPAL CENSURA que São Paulo dirige aos pagãos é que, tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças 10. Não
sejamos ingratos.
Este ano – pelo qual damos graças – esteve repleto de dons do Senhor. Uns
foram claros e visíveis; outros, às vezes mais valiosos, ficaram ocultos: perigos
para a alma e para o corpo de que o Senhor nos livrou; pessoas que
conhecemos e que terão uma importância decisiva na nossa salvação; graças
e ajudas que nos passaram desapercebidas; e até acontecimentos que nos
pareceram negativos (uma doença, um fracasso profissional...) e que não
demoraremos a ver que foram um presente de Deus. Toda a nossa vida é um
bem imerecido.
Há, além disso, uma outra razão para sermos perseverantes nas nossas
súplicas: quanto mais pedimos, mais nos aproximamos de Deus, mais cresce a
nossa amizade com Ele. Na terra, quando temos de pedir um favor a uma
pessoa, procuramos alguém que sirva de intermediário, esperamos pelo
momento oportuno, em que a pessoa esteja bem disposta... No caso do nosso
Pai-Deus, sempre o encontramos disposto a escutar-nos. Há porventura algum
de vós que, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? E, se lhe pedir
um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar
coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus,
dará o bom espírito aos que lho pedirem? Dispomos de todos os motivos para
recorrer com confiança a Deus. Nada pode enfraquecer essa fé, nada pode
legitimamente atenuá-la.
E o que devemos pedir? “Quem não tem coisas a pedir? Senhor, essa
doença... Senhor, esta tristeza... Senhor, aquela humilhação que não sei
suportar pelo teu amor... Queremos o bem, a felicidade e a alegria das pessoas
da nossa casa; oprime-nos o coração a sorte dos que padecem fome e sede de
pão e de justiça; dos que experimentam a amargura da solidão; dos que, no fim
dos seus dias, não recebem um olhar de carinho nem um gesto de ajuda.
“Mas a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade que
queremos remediar, é o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as
almas se percam por toda a eternidade”18.
Temos um caminho, que a Igreja sempre nos mostrou, para que as nossas
orações cheguem mais prontamente à presença de Deus. Esse caminho é a
mediação de Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa. E entre as orações que a
piedade cristã dirigiu a Santa Maria ao longo dos séculos, o Santo Rosário, que
a Igreja nos propõe como devoção particular neste mês de Outubro, sempre foi
um caminho eficaz para todas as petições, para todas as necessidades. “Não
deixeis de inculcar com todo o cuidado a prática do Rosário – aconselhava Pio
XI –, a oração tão querida da Virgem e tão recomendada pelos Sumos
Pontífices, por meio da qual os fiéis podem cumprir mais suave e eficazmente o
preceito divino do Mestre: Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-
se-vos-á”19. Não façamos ouvidos surdos ao conselho.
(1) Cfr. Sl 64, 12.6; Antífona da comunhão da Missa do dia 5 de Outubro; (2) cfr. J. A. Abad-M.
Garrido Boñano, Iniciación a la liturgia de la Iglesia, Palabra, Madrid, 1988, pág. 666; (3) Santa
Teresa,Vida, 10, 3; (4) Deut 8, 11-15; Primeira leitura da Missa do dia 5 de outubro; (5) Jo 11,
41; (6) Jo 6, 11; (7) Lc 22, 17; (8) João Paulo II, Audiência geral, 29-VII-1987; (9) São
Josemaría Escrivá, Forja, n. 333; (10) Rom 1, 21; (11) J. Tissot, La vida interior, Herder,
Barcelona, 1971, pág. 321; (12) cfr. S. Bernal, Perfil do Fundador do Opus Dei, pág. 151; (13)
J. M. Pero-Sanz, La hora sexta, Rialp, Madrid, 1978, pág. 274; (14) ib., pág. 275; (15) Oração
sobre as oferendas da Missa do dia 5 de outubro; (16) Lc 18, 1; (17) Mt 7, 7-11; (18) São
Josemaría Escrivá, Amar a Iglesia, págs. 77-78; (19) Pio XI, Enc. Ingravescentibus malis, 29-
IX-1937.