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Contexto histórico

As áreas da Física que chamamos "Física Clássica" e que compreendem a mecânica, a


óptica, a termodinâmica e o eletromagnetismo já haviam alcançado um grande aperfeiçoamento no
século XIX.
O desenvolvimento da mecânica clássica tinha atingido uma grande precisão, permitindo o
cálculo tão exato dos movimentos dos planetas, que qualquer pequena diferença entre a teoria e as
observações precisava ser considerada seriamente. Foi investigando diferenças minúsculas desse
tipo que a astronomia do século XIX descobriu a existência do planeta Netuno: sua existência foi
prevista matematicamente por Urbain Le Verrier, e depois ele foi observado (em 1846) por Johann
Gottfried Galle.

A mecânica do século XIX conseguia explicar movimentos complexos, como os dos piões e
giroscópios; estudou os movimentos de líquidos e gases; e desenvolveu técnicas matemáticas muito
sofisticadas com a chamada "mecânica analítica", que utiliza um formalismo diferente do que
existia na época de Newton.

Sob o ponto de vista da tecnologia, esses conhecimentos foram aplicados no


desenvolvimento de novos meios de transporte - grandes navios, submarinos, balões dirigíveis e até
os precursores da asa-delta.

A física ondulatória (abrangendo a óptica e a acústica) também parecia ter atingido uma
grande perfeição durante o século XIX. Até o século XVIII, a opinião predominante era a de que a
luz era constituída por pequenas partículas muito rápidas que saíam dos corpos luminosos. No
entanto, no início do século XIX foram estudados fenômenos de difração e interferência, que só
podiam ser explicados supondo-se que a luz fosse constituída por ondas. Graças principalmente aos
estudos de Augustin Fresnel e Thomas Young, os físicos foram se convencendo de que era
necessário abandonar a teoria corpuscular da luz, e o modelo ondulatório se tornou uma
unanimidade. Para o estudo dos fenômenos ondulatórios da luz, foram desenvolvidos métodos
matemáticos bastante complicados.

Foi também durante o século XIX que foram estudadas as radiações infravermelha e
ultravioleta. Assim, a óptica se ampliou, passando a abranger os espectros visíveis e invisíveis da
luz.

Além dos estudos puramente científicos, o estudo da luz levou a importantes inventos,
durante o século XIX. Primeiramente, a invenção da fotografia por Niepce e Daguerre, permitindo a
fixação de imagens através de meios químicos. As primeiras fotografias exigiam tempos de
exposição enormes (alguns minutos), mas depois, com o gradual aperfeiçoamento técnico, foi
possível produzir fotos "instantâneas", e por fim fazer sequências de fotografias de objetos em
movimento. Daí surgiu o cinema, na última década do século XIX.

Antes do final do século já existiam métodos de produzir fotografias coloridas. Um físico


francês, Gabriel Lippmann, utilizou o princípio de interferência luminosa em películas finas e
conseguiu produzir fotografias em cores que eram, na verdade, precursoras dos atuais hologramas
de luz branca.

O estudo do calor e de suas aplicações teve também um enorme desenvolvimento nessa


época. Já no século anterior haviam começado a se difundir as máquinas a vapor, mas foi durante o
século XIX que esses tipos de máquinas foram aperfeiçoadas e utilizadas em grande escala,
produzindo a chamada "revolução industrial". Além de seu uso em indústrias, as máquinas a vapor
foram aplicadas ao transporte (navios, trens, e até automóveis a vapor).

Os físicos estudaram a conversão do trabalho em calor e do calor em trabalho, propuseram a


lei da conservação da energia, determinaram as leis que regem o rendimento de máquinas térmicas e
estabeleceram o conceito de entropia e a segunda lei da termodinâmica.

A eletricidade e o magnetismo, que antes de 1800 eram apenas fenômenos curiosos sem
grande importância, também sofreram um importante avanço durante o século XIX. A invenção da
pilha elétrica por Alexander Volt permitiu pela primeira vez a produção de correntes elétricas
duradouras e de grande intensidade, abrindo o caminho para estudos completamente novos - como a
descoberta da eletrólise. Nas primeiras décadas do século XIX, Oersted e Faraday descobriram a
possibilidade de produzir efeitos magnéticos utilizando a eletricidade, e vice-versa, nascendo assim
o eletromagnetismo. Houve um intenso estudo experimental dessa nova área, seguido por
desenvolvimentos teóricos que culminaram com a teoria eletromagnética de Maxwell.

Embora inicialmente fosse apenas um assunto para pesquisa científica, o eletromagnetismo


logo levou a resultados práticos importantes. Foram construídos dínamos que produziam
eletricidade a partir do movimento, e nas duas últimas décadas do século XIX foram construídas
grande usinas termoelétricas para geração de eletricidade. Dessa forma, o uso doméstico e industrial
da eletricidade começou a se tornar possível. As lâmpadas elétricas substituíram gradualmente os
lampiões e a iluminação a gás. Os motores elétricos começaram a ser utilizados para várias
finalidades, como por exemplo nos primeiros elevadores. A eletricidade também revolucionou as
comunicações, primeiramente através do telégrafo (que já permitia a troca de mensagens de um
continente para outro) e depois pelo telefone. Antes de 1900 já era possível fazer ligações
interurbanas entre muitas cidades na Europa e nos Estados Unidos.

Nesse contexto de constante evolução da ciência e sucesso do método científico, vigora o


conceito de éter luminífero, este será introduzido a seguir.

O Éter

A palavra Éter vem do grego aithér, uma das mais antigas menções ao termo é do período
pré-socrático de Anexágoras de Clazômenas, do século V a.C.. Ele propôs que o mundo como
conhecemos teria surgido de um caos inicial onde tudo estaria misturado. Em seu modelo um
vórtice teria começado a separar as coisas em duas massas distintas: o ar e o aithér, sendo o ar
composto das coisas densas, frias e úmidas e o aithér das coisas quentes, rarefeitas e secas. Então a
partir do ar se diferenciaram as nuvens, a terra, água e pedras e o aithér teria ocupado os lugares
externos.
Semelhante ao modelo de Anexágoras de Clazômenas, com respeito ao aithér, eram a
maioria dos modelos astronômicos desenvolvidos no século IV a.C., na época de Platão e
Aristóteles. Segundo esses modelos de um modo geral as estrelas estariam fixas em uma esfera
celeste distante que giraria em torno da terra a cada vinte e quatro horas. Nesses modelos antigos o
éter seria uma substância na qual tudo o que existe estaria imerso.
Por que os gregos idealizaram o éter? Não existe uma resposta geralmente aceita para essa pergunta,
mas não haviam meios dos gregos saberem (como hoje sabemos) que o que “permeia” o universo
na verdade é o vácuo, não haviam recursos experimentais para isso. A experiência de viver
continuamente na atmosfera terrestre nos leva a intuir exatamente o contrário, ao se esvaziar uma
garrafa de água imediatamente esta é preenchida de ar, a “natureza abomina o vácuo” disse
Aristóteles, um pensamento que no contexto terrestre faz muito sentido.
Pois bem, haviam esses “corpos” que se moviam pelo céu. Ninguém sabia o que eram, por que se
moviam nem o quão distante estavam. Era natural pensar que estavam imersos em algo como tudo
na Terra está. Estranho seria se os gregos através de uma surpreendente intuição imaginassem a
existência do vácuo, e tratando-se dos gregos era possível e muitas vezes acontecia (vide átomo).

Inconsistências Teóricas do Éter luminífero

Até 1609 quando Kepler publicou “Astronomia Nova… De Motibus Stellae Martis” o éter
continuava sobrevivendo tranqüilo, do jeito os gregos o haviam criado: uma substância de
densidade menor do que a do ar, que ocupava os espaços superiores (distantes da superfície
terrestre). O mundo já sabia como os planetas se moviam (descrição), mas ainda não sabia por quê
(causa, mecanismo). E, assim, ainda não havia surgido nenhum argumento contrário à idéia de que
os planetas estivessem imersos no éter e de que através dele realizassem seu movimento orbital,
exatamente da forma descrita por Kepler.
Os subseqüentes passos na compreensão do movimento dos astros traria grandes
conseqüências ao éter. Em 5 de julho de 1687, Isaac Newton publica “Philosophiae Naturalis
Principia Mathematica”, onde são descritas as três leis do movimento. A partir das Leis de Newton,
deduziram que os astros se moviam apenas por inércia, logo nenhum atrito era admitido.
Esse foi o fim do éter como os gregos o idealizaram, o vácuo foi uma dedução puramente
mecânica. Posteriores descobertas acerca da natureza da luz trouxeram novamente o éter para o
meio científico: sendo a luz uma onda, como ela atravessa o vácuo? O Éter tem que existir! A partir
de então, para existir, o éter teria de ser totalmente permeável a qualquer tipo de movimento.
Suas inconsistências teóricas estava apenas começando a surgir. Thomas Young apontava
que para explicar a polarização da luz, esta deveria ser uma onda transversal, porém gases e líquidos
não propagam perturbações transversais, o éter tinha de ser um sólido!

Onda longitudinal Onda transversal

Mas nem como um sólido o éter se comportava, pois ondas longitudinais também se
propagam em sólidos, mas não no éter. Outra inconsistência do éter é que devido a enorme
velocidade da luz, o éter deveria apresentar enorme rigidez elástica, mas como um meio pode ser
tão rígido à luz e permeável aos corpos?
A tecnologia da época não permitia a detecção do efeito da velocidade da Terra na
velocidade da luz, até que na década de 1880 desenvolveram tecnologia para fazê-lo. E este seria o
golpe que acabaria por transformar o éter em um conceito considerado obsoleto.

O experimento

Foi realizado em 1887 por Albert Michelson (1852 - 1931) e Edward Morley (1838-1923),
no que é hoje a Case Western Reserve University, e é considerada a primeira prova forte contra a
teoria de um éter luminífero mas que por outro lado demonstrou que a luz propagava-se
independente ao meio.
Motivação

Era senso comum na época que ondas necessitavam de um meio para se propagar, o meio
elástico hipotético idealizado para a propagação de ondas eletromagnéticas, como já anteriormente
mencionado, foi o éter luminífero.

Mesmo em meio a tamanhas inconsistências teóricas o modelo de éter sobreviveu por vários
anos, porém nunca fora detectado de forma indireta e tampouco direta. Pois bem, as equações de
Maxsuel previram um valor c para a velocidade da luz em relação a seu meio de propagação, e uma
das questões a serem respondidas na época era a velocidade da Terra em relação a esse meio
hipotético, o éter. Eram duas as hipóteses: se o éter preenche todo o espaço, ou a Terra arrasta o éter
em seu movimento ou a Terra se movimenta sem arrastar o éter, ou seja, o éter seria permeável a
movimentos planetários.

A primeira hipótese é invalidada pelas observações referentes à Aberração Estelar 1. Portanto


a Terra se move em ralação ao éter, assim deveria ser possível medir essa velocidade relativa. Com
esse objetivo foi desenvolvido um experimento capaz de detectar essa velocidade relativa através de
conhecidas propriedades da luz.

E esse foi o objetivo da experiência de Michelson – Morley: determinar a velocidade da


Terra em relação ao éter luminífero.

Princípio de funcionamento

A idéia chave por trás do experimento é a seguinte: se a luz de uma estrela se move com
velocidade c , e a Terra tem velocidade v, então o observador na Terra veria luz da estrela com
velocidade c-v (de acordo com as transformações Galileu). Acreditava-se que isso seria observável
experimentalmente.
Figura 1: O interferômetro construído por Michelson e Morley sobre um bloco flutuando em mercúrio

Figura 2: esquematização do interferômetro de Michelson – Morley

A figura 2 mostra uma esquematização do interferômetro de Michelson – Morley . Um feixe


de luz é disparado pelo laser L e atinge uma lente semi-reflexiva, esta reflete metade da luz
incidente para o espelho E1 e transmite a outra metade para o espelho E2, ambos os espelhos
situados a uma distância D da lente semi-reflexiva. Quando os feixes de luz são refletidos de volta
para o detector LE, estes se superpõem e exibem um padrão de interferência na tela A1. Sendo iguais
as distâncias D que separam os espelhos da lente, a luz levaria o mesmo tempo para percorrer essas
distâncias caso não houvesse nenhum movimento relativo entre Terra e éter, mas a Terra tinha que
apresentar uma velocidade relativa ao éter (devido a Aberração Estelar).

Na situação real da experiência o interferômetro, obviamente, movia-se com a Terra.


Imagine que o interferômetro se desloca para direita com certa velocidade v, a velocidade do feixe
de luz que percorreu uma trajetória perpendicular ao deslocamento não deveria apresentar nenhuma
mudança na velocidade. O esperado era que a velocidade da luz que se deslocou paralelamente e no
mesmo sentido do deslocamento fosse c – v, logo levasse mais tempo para chegar ao detector LE,
isso se evidenciaria através do padrão de interferência dos raios superpostos na tela A1. Essa
diferença de velocidade seria usada para calcular a velocidade da Terra em relação ao éter.

O inesperado ocorreu. A discrepância encontrada na velocidade da luz que se deslocou


paralelamente e no mesmo sentido do interferômetro foi zero, não importou quantas vezes o
experimento foi repetido, e em que época do ano foi repetido, o resultado foi sempre o mesmo, ou
seja, independente do referencial adotado para se medir a velocidade da luz, esta tinha o valor
constante c.
Interpretação do resultado

“Entidades não devem ser multiplicadas além do necessário”. Essa é uma famosa frase de
Guilherme de Ockham, frade franciscano, filósofo da lógica e teólogo escolástico inglês. Essa frase
traduz a conhecidíssima teoria da Navalha de Ockham, esta afirma que uma teoria deve possuir o
menor número possível de hipóteses, ou seja, deve ser o mais simples possível, deve eliminar todos
os aspectos de caráter supérfluo.

O éter luminífero há muito tempo vinha gerando complicações teóricas e “nós lógicos” no
pensamento científico, cheio de inconsistências (citadas acima) a ponto de sua utilidade ser reduzida
para somente meio de propagação de ondas eletromagnéticas. O experimento de Michelson –
Morley, determinou que não existe nenhum referencial especial ou preferencial para a propagação
da luz.

Navalha de Ockham: O éter luminífero simplesmente não existe e as ondas eletromagnéticas


não necessitam de um meio material para se propagar! Esta é a mais aceita interpretação do
experimento de Michelson – Morley.

Conclusão

Os resultados do experimento de Michelson – Morley causaram um gigantesco impacto no


meio científico tanto que o conceito de éter luminífero se manteve sólido por séculos desde a
antiguidade grega, passando por modificações teóricas cada vez mais esdrúxulas a fim de
sobreviver aos avanços na física, e então é realizado um experimento que subitamente muda não só
o senso comum que imperava na época, como também dá uma nova perspectiva à física de que não
são suficientes nossos sentidos e intuição para investigar todos os aspectos da natureza.

190 Albert Abraham Estados Instrumentação óptica de precisão e pesquisas


10
7 Michelson Unidos espectroscópicas e metrológicas
Referencias Bibliográficas

http://www.articlegarden.com/pt/Article/The-Invisible-Ether-and-Michelson-Morley/8165

http://pt.wikipedia.org/wiki/Philosophiae_Naturalis_Principia_Mathematica

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-11172005000100001&script=sci_arttext

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en|
pt&u=http://www.juliantrubin.com/bigten/michelsonmorley.html

http://fisica.fe.up.pt/luz/michelson.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Éter_(mitologia)

http://vsites.unb.br/iq/kleber/EaD/Fisica-4/Aulas/Aula-10/aula-10.html#Inicio

http://pion.sbfisica.org.br/pdc/index.php/por/multimidia/simulacoes/fisica_moderna_e_contempora
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http://www.casadacultura.org/andre_masini/ensaios/historia_do_eter.html

http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia027.asp

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/eletricidade-e-magnetismo/fisica-no-fim-do-seculo-
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_éter

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_de_Ockham

http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Abraham_Michelson

http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Morley

http://www.projetoockham.org/historia_eter_3.html
Notas:

1 – Aberração estelar (observada em 1725)

A aberração pode ser explicada pela superposição das velocidades, da luz e da Terra:
dependendo da direção do movimento terrestre em sua órbita a luz de uma estrela parece vir de
direções diferentes. Esse fenômeno é inconsistente com a hipótese da Terra arrastar o éter, porque se
assim o fizesse este não existiria, as ondas luminosas seriam também arrastados junto ao éter.
Figura 3: ilustração com analogia da Aberração estelar
L

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