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João 16: 33 Estas coisas G5023 vos G5213 tenho dito G2980 para que G2443 tenhais G2192

paz G1515 em G1722

mim. G1698 No G1722 mundo, G2889 passais G2192 G2192 por aflições; G2347 mas G235 tende bom ânimo;
G2293 eu G1473 venci G3528 o mundo. G2889

I João 2:12 Filhinhos, G5040 eu vos G5213 escrevo, G1125 porque G3754 os vossos G5213 pecados G266 são

perdoados, G863 por causa G1223 do seu G846 nome. G3686

12 Γράφω ὑμῖν, τεκνία, ὅτι ἀφέωνται ὑμῖν αἱ ἁμαρτίαι διὰ τὸ ὄνομα αὐτοῦ. (1Jo 2:12 TIS)
12 scribo vobis filioli quoniam remittuntur vobis peccata propter nomen eius (1Jo 2:12 VUL)

2:13 Pais, G3962 eu vos G5213 escrevo, G1125 porque G3754 conheceis G1097 aquele que existe desde G575 o

princípio. G746 Jovens, G3495 eu vos G5213 escrevo, G1125 porque G3754 tendes vencido G3528 o Maligno.
G4190

13γράφω ὑμῖν, πατέρες, ὅτι ἐγνώκατε τὸν ἀπ᾽ ἀρχῆς. γράφω ὑμῖν, νεανίσκοι, ὅτι νενικήκατε τὸν
πονηρόν. ἔγραψα ὑμῖν, παιδία, ὅτι ἐγνώκατε τὸν πατέρα. (1Jo 2:13 TIS)
13scribo vobis patres quoniam cognovistis eum qui ab initio est scribo vobis adulescentes
quoniam vicistis malignum (1Jo 2:13 VUL)

2:14 Filhinhos, G3813 eu vos G5213 escrevi, G1125 porque G3754 conheceis G1097 o Pai. G3962 Pais, G3962 eu

vos G5213 escrevi, G1125 porque G3754 conheceis G1097 aquele que existe desde G575 o princípio. G746
Jovens, G3495 eu vos G5213 escrevi, G1125 porque G3754 sois G2075 fortes, G2478 e G2532 a palavra G3056 de
Deus G2316 permanece G3306 em G1722 vós, G5213 e G2532 tendes vencido G3528 o Maligno. G4190

14ἔγραψα ὑμῖν, πατέρες, ὅτι ἐγνώκατε τὸν ἀπ᾽ ἀρχῆς. ἔγραψα ὑμῖν, νεανίσκοι, ὅτι ἰσχυροί ἐστε
καὶ ὁ λόγος τοῦ θεοῦ ἐν ὑμῖν μένει καὶ νενικήκατε τὸν πονηρόν. (1Jo 2:14 TIS)
14scripsi vobis infantes quoniam cognovistis Patrem scripsi vobis patres quia cognovistis eum
qui ab initio scripsi vobis adulescentes quia fortes estis et verbum Dei in vobis manet et vicistis
malignum (1Jo 2:14 VUL)

4:4 Filhinhos, G5040 vós G5210 sois G2075 de G1537 Deus G2316 e G2532 tendes vencido G3528 os falsos

profetas, G846 porque G3754 maior G3187 é aquele que está G2076 em G1722 vós G5213 do que G2228 aquele
que está no G1722 mundo. G2889

4 Ὑμεῖς ἐκ τοῦ θεοῦ ἐστε, τεκνία, καὶ νενικήκατε αὐτούς, ὅτι μείζων ἐστὶν ὁ ἐν ὑμῖν ἢ ὁ ἐν τῷ
κόσμῳ. (1Jo 4:4 TIS)
4 vos ex Deo estis filioli et vicistis eos quoniam maior est qui in vobis est quam qui in mundo
(1Jo 4:4VUL)

5:4 porque G3754 todo G3956 o que é nascido G1080 de G1537 Deus G2316 vence G3528 o mundo; G2889 e
G2532 esta G3778 é G2076 a vitória G3529 que vence G3528 o mundo: G2889 a nossa G2257 fé. G4102

4 ὅτι πᾶν τὸ γεγεννημένον ἐκ τοῦ θεοῦ νικᾷ τὸν κόσμον· καὶ αὕτη ἐστὶν ἡ νίκη ἡ νικήσασα τὸν
κόσμον, ἡ πίστις ἡμῶν. (1Jo 5:4 TIS)
4 quoniam omne quod natum est ex Deo vincit mundum et haec est victoria quae vincit mundum
fides nostra (1Jo 5:4 VUL)

5:5 Quem G5101 é G2076 o que vence G3528 o mundo, G2889 senão G1508 aquele que crê G4100 ser G3754

Jesus G2424 G2076 o Filho G5207 de Deus?

5 τίς ἐστιν ὁ νικῶν τὸν κόσμον εἰ μὴ ὁ πιστεύων ὅτι Ἰησοῦς ἐστιν ὁ υἱὸς τοῦ θεοῦ; (1Jo 5:5 TIS)
5 quis est qui vincit mundum nisi qui credit quoniam Iesus est Filius Dei (1Jo 5:5 VUL)

5 Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos


sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos
soberbos, mas dá graça aos humildes.
6 Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo,

vos exalte,
7 lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8 Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,

bramando como leão, buscando a quem possa tragar;


9 ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem

entre os vossos irmãos no mundo.


10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna

glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará,


confirmará, fortificará e fortalecerá.
11 A ele seja a glória e o poderio, para todo o sempre. Amém! (1Pe 5:5-11 ARC)

Mackarthur - Porque a palavra de Deus permanece em quem, nesta fase, eles


são fortes na verdade doutrinária ( Ef 4: 13-16. ; 1 Tm 4: 6. ; 2 Tm 3: 16-17. ; Tito
2: 1 ; cf. Sl 119:. 99 ). Como resultado, eles têm já vencestes o maligno. Afinal
de contas, a ênfase principal de Satanás não é sobre indivíduos tentadoras para
o pecado (cf. Tiago 1:14 ), mas em trabalhar através de falsos sistemas religiosos
múltiplas para enganar o mundo e levar mais a condenação ( 2 Coríntios 10: 3-
5. ; 11: 13-15 ; Ef. 6: 11-12 ; cf. 1 Tm 4: 1-2. ; 1 João 4: 1 , 3 ). Os jovens
espirituais, nesta fase de maturidade, no entanto, estão equipados através de
sua compreensão das Escrituras manter firmes contra seus esquemas
enganosos ( Ef. 6:11 ). Armado com a sã doutrina que lhes foi ensinado, eles
são capazes de refutar o erro e guardar a verdade.
Com. Mundo Hispano - Os escribo a vosotros, jóvenes, porque habéis vencido
al maligno. El tiempo del verbo indica una victoria permanente después de un
conflicto. Porque sois fuertes y la palavra de Dios permanece en vosotros son
dos verdades que ayudan en la constante lucha contra el maligno. El tiempo de
los verbos indica permanencia continua.

Com. Esperança - Ao lado dos “pais” aparecem os “homens jovens” da igreja.


Encontram-se bem no meio da vida e da luta pela sobrevivência em um mundo
cheio de tensões e tentações. A eles o apóstolo assegura algo grandioso para
sua realidade: “Escrevo-vos, homens jovens, porque (que) vencestes o
maligno.” Como Paulo, João sabe que Satanás, “o maligno”, é o príncipe e deus
desta era sobre a terra. Conhece o poder e a artimanha do maligno. Mas os
homens jovens já o derrotaram. Que palavra ousada! João não apenas deseja
que eles possam vencê-lo. Não desafia a igreja para a luta e o engajamento,
para que quiçá obtenha a vitória. Ele fala no pretérito: “que vencestes o
maligno”. Como pode fazer isso? Esses homens jovens estão “em Cristo” e têm
“comunhão” com ele. Portanto são partícipes da vitória que Jesus conquistou
sobre todos os poderes das trevas ao morrer na cruz. Essa “participação” é vista
por João de forma tão séria e real que ele pode asseverar aos homens jovens
que possuem a vitória sobre o maligno como fato consumado.
Mais uma vez o apóstolo traz sua asserção, reiterando-a de forma vivamente
modificada. Nisso se percebe o quanto essa asserção lhe é cara. João emprega
agora a forma do pretérito: “Eu vos escrevi…” Será que está se referindo à frase
recém-anotada? Isso seria estranho. Ou será que faz menção de uma carta
anterior, na qual já apresentou a mesma certeza? Não sabemos nada acerca de
tal carta. E por que faria esta referência restringindo-se apenas a essas poucas
frases, de resto deixando de mencioná-la? Simplesmente deve se tratar do
conhecido estilo epistolar da Antigüidade, no qual o autor se transporta à
situação dos destinatários ao lerem a carta. Para os leitores, porém, o que autor
está dizendo ou fazendo agora já é passado. Ou seja, ao reiterar sua asserção
João simplesmente muda de estilo. Agora os “filhos” são interpelados de tal
maneira que o apóstolo de fato poderia ter em vista as crianças da igreja. “Filhos”
buscam o “pai” e precisam dele. As crianças da igreja, porém, têm o privilégio de
conhecer o “Pai”, “de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre
a terra” (Ef 3.15). “Eu vos escrevi, filhos, porque (que) conhecestes o Pai.” Aos
“pais” é simplesmente dada mais uma vez a asserção do versículo anterior.
Contudo aos numerosos homens jovens – o termo grego tem em vista a idade
de 24 a 40 anos – João passa a dizer expressamente algo mais preciso acerca
da vitória que possuem. “Eu vos escrevi, homens jovens, porque (que) estais
fortes e a palavra de Deus permanece em vós e derrotastes o maligno.” Esses
homens são “fortes”. Obviamente a força natural de nada serve diante do
maligno. Por isso carecem de outra força para vencer. E têm essa força quando
e porque “a palavra de Deus permanece neles”. Importa que esses homens não
apenas “ouçam” a palavra de Deus, mas que a palavra ouvida “permaneça”,
desenvolvendo neles seu poder vital. Cumpre considerar, neste ponto, que os
membros da igreja daquele tempo não tinham uma “Bíblia”! Para que a palavra
do Cristo agisse neles, ela precisava ser acolhida e guardada firmemente na
memória, e constantemente ser trabalhada no íntimo. Quando a palavra de Deus
“permanece” desse modo com sua força em seres humanos, “eles venceram o
maligno”. Recordamos que até mesmo Jesus, o Filho de Deus, na luta decisiva,
conquistou a vitória sobre Satanás não a partir de si mesmo, mas com o apoio
da palavra de Deus (Mt 4.1-11).

Moody - Aquele que existe desde o princípio, isto é, Cristo (cons. Jo.
1:1-14). Jovens. Os mais jovens do grupo. Tendes vencido. Tempo perfeito,
expressando o resultado permanente da ação passada. Força, que é a
característica da juventude, é essencial à vitória nas batalhas espirituais. O
maligno. A forma pode ser masculina (o maligno, isto é, o diabo) ou neutro
(o mal). Uma vez que o tratamento dado aos jovens é pessoal, é muito
provável que a referência aqui também é ao diabo pessoalmente. "A rudeza
com a qual 'o maligno' é apresentado mostra que era assunto familiar"
(Westcott, pág. 60). Filhos (E.R.C.). O mesmo grupo de 2:12, embora a
palavra aqui seja paidia e a ênfase esteja sobre a subordinação mais do que
sobre o relacionamento, como em teknia do versículo 12. A distinção de
idades não está aparente nestas palavras como em "pais" e "mancebos";
portanto a referência é a todo o grupo. Escrevi. Literalmente, mudando aqui
e no versículo 14 dos tempos presentes de 2:12, 13a para o aoristo. A
mudança tem sido diversamente explicada. É provável que seja devida a uma
mudança de perspectiva de João enquanto escrevia. Através de 13a ele via a
carta ainda incompleta, e de 13b ele a via terminada, por isso empregou estes
aoristos epistolares. Conhecestes o Pai (E.R.C.). O uso de Pai ao se dirigir
aos filhos (E.R.C.) reforça a idéia de subordinação. O termo Pai (E.R.C.)
ocorre mais freqüentemente nas canas de João do que nos três Evangelhos
Sinóticos juntos.
14. Palavra de Deus. A razão porque os jovens podiam vencer o maligno
consistia em que a palavra de Deus permanecia neles. Eles fadam a vontade
de Deus conforme revelada em Sua palavra.
Jamieson - 13, 14. Para las tres clases usa el presente, “escribo;” luego en
el aoristo, “os escribí” (no “he escrito;” además, en los manuscritos más
antiguos y versiones, al fin de 2:13 es en aoristo, “escribí.”) A dos clases,
“padres, y “mancebos,” les dirige las mismas palabras cada vez (salvo en el
caso de los mancebos indica la fuente y los medios de su victoria); pero se
dirige diferentemente a los “hijitos” y a los “niñitos.” habéis conocido—y
“conocéis”, tal es el sentido aquí del tiempo perfecto. El “he escrito” (mejor
“escribí” el aoristo epistolar), no indica una epístola anterior, sino ésta
misma. Era un idiotismo el poner el pasado, pensando en el tiempo desde
el punto de vista del lector; cuando éste recibiera la carta, ya el escrito sería
del pasado. Cuando pone “escribo,” escribe desde su propio punto de vista.
aquel … desde el principio—Cristo: “lo que era desde el principio.”
vencido—Los padres; propiamente, por su edad, se caracterizan por su
conocimiento. Los mancebos, correspondientes a su edad, por su actividad
en el conflicto. Los padres, también, han vencido; pero ahora su servicio
activo ha pasado; y ellos, como los niños, se caracterizan por haber conocido
(los padres, a Cristo, “el que era desde el principio” y los niños, al Padre). De
lo que deben darse cuenta primero los niños es de que Dios es Padre de
ellos; corresponde al paralelo de los “hijitos,”…“vuestros pecados están
perdonados por su nombre,” el primer privilegio universal de todos los
queridos hijos de Dios. Así esta última cláusula incluye a todos, mientras la
anterior se refiere más especialmente a los que están en la primera fase de
la vida espiritual, “los niñitos.” Por supuesto, éstos pueden conocer al padre
sólo por medio del Hijo (Mateo 11:27). Es hermoso ver como los padres son
caracterizados como volviendo a las primeras grandes verdades de la niñez
espiritual, y a la suma de frutos los más maduros de la experiencia
avanzada, el conocimienio de aquél que era desde el principio (dos veces
repetido, 2:13, 14). Muchos de ellos habían conocido a Jesús
probablemente en persona, tanto como por la fe. mancebos … fuertes—
hechos fuertes, siendo naturalmente débiles, hechos así aptos para vencer
“al fuerte armado” por medio de aquel que es el “más fuerte.” La fe es la
victoria que vence al mundo. Este término “vencer” es peculiarmente de
Juan, adoptado de su amado Señor. Ocurre dieciséis veces en el Apocalipsis,
seis veces en la Primera Epístola, y sólo três veces en el resto del Nuevo
Testamento. A finde vencer al mundo sobre el fundamento y en el poder de
la sangre del Salvador, debemos estar dispuestos a despojarnos de todo lo
del mundo que nos pertenece: pues no bien dijo, “habéis vencido al maligno
(al príncipe del mundo), agrega, “No améis al mundo, ni las cosas que están
en el mundo.”
fuertes, y—el secreto de la fuerza de los mancebos: la palabra del
evangelio, vestidos del poder viviente del Espíritu que mora
permanentemente en ellos; ésta es la “espada del Espíritu” manejada en
oración, sirviendo a Dios.
Contraste: la fuerza meramente física de los “mozos” (Isaías 40:30, 31). La
enseñanza oral preparó a estos jóvenes para el uso provechoso de la
palabra, cuando estuviese escrita. “El anticristo no puede poneros en
peligro (2:8), ni Satanás arrancaros de la palabra de Dios.” al maligno—el
cual, como “príncipe del mundo”, esclaviza “al mundo” (2:15–17; 5:19.
griego, “puesto en el malo”), especialmente a los jóvenes. Cristo vino para
destruir a este “príncipe del mundo.”
Los creyentes logran su primera conquista grande sobre él cuando pasan de
las tinieblas a la luz, pero después deben mantener una continua vigilancia
guardándose de los asaltos de aquél, con los ojos puestos en Dios, por quien
sólo serán guardados en seguridad. Bengel piensa que Juan se refiere
especialmente a la notable constancia mostrada por los jóvenes en la
persecución de Domiciano. También a aquel joven al que Juan, vuelto del
destierro en Patmos, llevó com amorosa persuasión al arrepentimiento.
Dicho joven había sido encomendado por Juan, en una de sus giras
apostólicas, a los sobreveedores de la iglesia, como un discípulo de
promesa; había sido vigilado, pues, con cuidado hasta su bautismo. Luego,
demasiado confiado en la gracia bautismal, se juntó con malos amigos, e
iba cayendo passo a paso, hasta llegar a ser capitán de ladrones. Cuando
Juan, pasados unos años, volvió a visitar a dicha iglesia y supo de la triste
caída del joven, fué en seguida al escondite de los ladrones, y permitió que
lo capturasen y lo llevasen ante su capitán. El joven, herida su conciencia
por el recuerdo de los años anteriores, huyó del venerable apóstol. Lleno
de amor el anciano padre corrió tras de él, le rogó que cobrara valor y le
anunció el perdón de sus pecados en nombre de Cristo. El joven fué
recuperado para los senderos del cristianismo, y fué el medio de inducir a
muchos de sus malos compañeros a arrepentirse y a creer. [Clemente
Alejandrino, Quis dives salvus? 4:2; Eusebio, Hist. Eccl. Libro 3:20;
Crisóstomo, 1 Exhortación a Teodoro, 11.].
Stott - O autor divide os seus leitores em três grupos, que denomina
filhinhos, pais e jovens, e a cada grupo se dirige duas vezes. Ele está
indicando, não as suas idades físicas como pensam alguns, mas estágios em
seu desenvolvimento espiritual, pois a família de Deus, como toda família
humana, tem membros de diferente maturidade. Em vista do uso que João
faz do título, “filhinhos”, alhures nesta epístola, abrangendo todos os seus
leitores, muitos (os pais gregos, Lutero e Calvino inclusive) acham que aqui
a palavra tem a mesma referência inclusiva a todos os membros da igreja,
subseqüentemente divididos em dois grupos apenas, pais e jovens, os
amadurecidos e os imaturos, divisão correspondente à familiar alusão
paulina a “crianças em Cristo”, e aos perfeitos “em Cristo” (por exemplo, 1
Co 3:1 e Cl 1:28). Por certo a ordem (filhos, pais, jovens) também pode
sugerir isso. Mas o conteúdo característico da mensagem dirigida aos três
grupos favorece a idéia de alguns antigos comentadores latinos, como
Agostinho, de que eles representam três diferentes estágios da peregrinação
espiritual. Os filhinhos são os recém-nascidos em Cristo. Os jovens são
cristãos mais desenvolvidos, fortes e vitoriosos na luta espiritual; enquanto
que os pais possuem a profundidade e a estabilidade da experiência cristã
amadurecida. Desde que a descrição de cada grupo é semelhante em ambas
as ocasiões em que o autor se dirige a eles, será mais simples – tomar juntos
os pares correspondentes. A repetição dos três grupos e das mensagens a
eles dirigidas que, se não são idênticas são parecidas, leva sem dúvida a
intenção de ênfase.
12, 14a. Aos filhinhos primeiro se lhes chama teknia (12) e depois paidia
(13c). Se se preserva algum tom diferente entre eles, teknia salienta a
associação natural entre a criança e o seu pai (de tekein gerar ou procriar),
ao passo que paidia se refere à menoridade da criança como alguém sob
disciplina (paideuein, adestrar, castigar). Paidia difere de teknia “pela
ênfase que dá à idéia de subordinação e não à de parentesco” (Westcott).
Por terem nascido de Deus, os leitores de João tinham-se tornado filhos de
Deus. Os seus pecados são perdoados, por causa do seu nome (12), isto é,
foram e continuam perdoados (perfeito, apheõntai) por causa do nome de
Cristo, nossa propiciação e nosso advogado (v. 1, 2), nome que representa
a Sua Pessoa divina e a Sua obra salvadora (cf. At 4:12). Ademais, eles
conhecem o Pai (14a, na AV 13c), literalmente, “viestes a conhecer” (outro
perfeito verbal) a Deus como seu Pai. Estas são as primeiras experiências
conscientes do cristão recém-nascido. Regozija-se no perdão dos seus
pecados por intermédio de Cristo e em sua conseqüente comunhão com
Deus. O Espírito Santo nele o faz ciente da sua filiação e o leva a clamar,
“Aba, Pai” (Rm 8:15, 16; G1 4:6).
13a, 14b. Os pais, a quem João se dirige agora, são os espiritualmente
adultos da congregação. Sua primeira emoção de êxtase ao receberem
perdão e comunhão com o Pai foi uma experiência de muito tempo atrás.
Mesmo as batalhas dos jovens, a que se referirá em seguida, são passadas.
Os pais progrediram muito rumo a uma profunda comunhão com Deus. Nas
duas vezes em que se dirige a eles, João emprega palavras idênticas:
conheceis aquele que existe desde o princípio. O verbo é o mesmo que foi
empregado quanto aos filhinhos. Todos os cristãos, maduros e imaturos,
vieram a conhecer (egnõkate) a Deus. Mas o seu conhecimento de Deus
amadurece com o passar dos anos. Os filhinhos conhecem-no como o Pai;
os pais vieram a conhecê-lo como aquele que existe desde o princípio,
provavelmente uma referência, não ao Logos (apesar do que, ver 1:1 e Jo
1:1), mas ao imutável e eterno Deus que não muda, como os homens
mudam, com o avançar dos anos, mas que é para sempre o mesmo. O
tempo passa veloz, mas em todas as gerações eles encontram refúgio
naquele que de eternidade a eternidade é Deus (SI 90:1, 2; cf. Ml 3:6). Já
estão vivendo conscientemente na eternidade.
13b, 14c. Entre os filhinhos e os pais estão os jovens, ativamente envolvidos
na batalha do viver cristão. A vida cristã, pois, não é só gozar o perdão e a
comunhão de Deus, mas combater o inimigo, O perdão dos pecados
passados deve ser acompanhado pela libertação do poder atual do pecado,
a justificação pela santificação. Assim, em ambas as passagens, afirma-se
aos jovens que eles “têm vencido” (NEB, “dominado”) o maligno. Sua luta
veio a ser uma vitória. Possivelmente João usa uma assonância deliberada:
neaniskoi... nenikekate (13b). É significativo que em cada uma destas seis
mensagens o verbo está no tempo perfeito, que indica a conseqüência
presente de um evento passado. João está dando ênfase à segura posição
a que todo cristão chegou, seja qual for o seu estágio de desenvolvimento
espiritual. É dada uma idéia quanto ao segredo da vitória dos jovens. Sois
fortes, diz ele, e a vossa força se deve ao fato de que a palavra de Deus
permanece em vós (14c). Captaram a revelação cristã. Estão procurando
amoldar as suas vidas às exigências éticas que ela faz, pois, “de que maneira
poderá o jovem guardar puro o seu caminho?” Deveras, “observando-o
segundo a tua palavra” (SI 119:9; cf. vs. 11). Alternativamente, a referência
pode ser à vitória sobre o falso ensino dos anticristos, o qual era diabólico
(cf. 4:1-4; 5:4, 5).
H.D.Lopes - Uma palavra de encorajamento - O que temos em Cristo
(2.12-14)
O apóstolo João escreve assim:
Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados,
por causa do seu nome. Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele
que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes
vencido o Maligno. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai.
Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o
princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a Palavra de
Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno (2.12-14).

Antes de examinarmos, à luz do texto, o que temos em Cristo, precisamos


resolver dois problemas. Primeiro, o que João verdadeiramente quer dizer
com as palavras “filhinhos”, “jovens” e “pais”? Segundo, por que João usou
nos versículos 12 e 13 o verbo “conhecer” no presente e no versículo 14, o
usou no pretérito perfeito, ou seja, no passado?
Os estudiosos têm se debruçado sobre este assunto. Alguns pensam que
Paulo está falando de três faixas etárias na igreja (crianças, jovens e velhos).
Outros creem que Paulo está falando sobre três estágios de desenvolvimento
espiritual na igreja (os recém-nascidos em Cristo, os jovens e os
amadurecidos na fé).195
Estas duas interpretações encontram algumas dificuldades. Primeiro,
porque todas as verdades aqui descritas se aplicam a todos os crentes de todas
as idades e de todos os estágios da vida cristã.196 Segundo, porque o termo
“fi- lhinhos” nunca é empregado nessa carta para descrever as crianças nem
mesmo os recém-convertidos, mas os crentes em geral (2.1; 2.12,14,28; 3.7;
4.4; 5.21).197 Por conseguinte, somos da opinião de que não é propósito de
João fazer essas distinções no texto em apreço. Talvez ele até esteja
destacando dois grupos: os jovens e os pais, ou seja, aqueles que estão
vivendo no fragor da luta espiritual e aqueles que já são mais
experimentados.
John Stott diz que entre os filhinhos e os pais estão os jovens, ativamente
envolvidos na batalha do viver cristão. A vida cristã, pois, não é só gozar o
perdão e a comunhão de Deus, mas combater o inimigo. O perdão dos
pecados passados deve ser acompanhado pela libertação do poder atual do
pecado, a justificação pela santificação.198
João usa duas palavras gregas distintas e que foram traduzidas da mesma
forma nos versículos 12 e 14: a palavra teknia, “filhinhos” (2.12), e a palavra
paidia, “filhinhos”
(2.14) . A palavra teknia salienta a associação natural entre a criança e
o seu pai, ao passo que paidia se refere à menoridade da criança como
alguém sob disciplina. Paidia difere de teknia pela ênfase que dá à ideia de
subordinação e não à de parentesco.199 William Barclay diz que teknia se
refere a uma criança tenra em idade e paidia a uma criança tenra em
experiência.200
O outro problema que precisamos resolver é sobre o tempo verbal usado
por João. Por que ele usa nos versículos 12 e 13 o verbo “conhecer” no
presente e o mesmo verbo no passado no versículo 14? Alguns estudiosos
creem que João, a partir do versículo 14, está escrevendo uma nova carta e
então, referindo-se a uma carta anterior. Outros creem que João deu uma
pausa depois do versículo 13 e está recomeçando sua missiva. Entendemos,
porém, que essas conjecturas não têm qualquer fundamentação. Essa era
uma maneira comum dos judeus escreverem.
John Stott diz que o aoristo usado no versículo 14 é o aoristo epistolar e
se refere à presente epístola. Assim não há diferença entre os dois tempos
verbais. Primeiro “escreve” e depois confirma o que “escreveu”. Sua
mensagem é segura e firme; não muda de opinião; esse é seu “testemunho
completo e final”.201
Augustus Nicodemus, nessa mesma linha de pensamento, escreve:
“Como é quase certo que João não se refere a outra carta que porventura
haja escrito antes dessa aos moradores da Ásia, cremos que o sentido é
mesmo eu escrevo’ em todas as ocorrências do verbo”.202
O propósito de João ao escrever para os crentes é dar- lhes uma palavra
de encorajamento. Eles não podem ficar abalados com as acusações dos
falsos mestres. Eles não podem claudicar na vida espiritual, pensando que
ainda estão perdidos.
João fala sobre três preciosas bênçãos que os cristãos têm em Cristo
Jesus:
Em primeiro lugar, o cristão tem perdão em Cristo Jesus (2.12).
“Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados são perdoados, por
causa do seu nome”. Aqueles que creem no Senhor Jesus já estão
perdoados. Seus pecados já foram cancelados. Eles já estão limpos.
Fritz Rienecker diz que o perfeito afeontai, “perdoado”, indica que os
pecados foram e permanecem perdoados.203 E isso não por causa de um
conhecimento esotérico ou experiências místicas, como ensinavam os falsos
mestres, mas por causa do nome de Cristo. Ou seja, por causa da obra
expiatória de Cristo na cruz. O perdão não é merecimento nosso, é
merecimento de Cristo. Não o alcançamos pelas nossas obras, mas pela obra
de Cristo na cruz. Não é um troféu que merecemos, mas uma graça que não
merecemos. João diz que temos perdão pelo nome de Jesus.
Concordo com Augustus Nicodemus que João não está atribuindo
nenhum poder mágico ao nome de Jesus.204 Werner de Boor interpreta
corretamente a expressão “pelo nome de Jesus” quando escreve: “O nome
contém toda a natureza e obra daquele que o carrega. Assim somos
perdoados por causa de toda a obra de Jesus ao se encarnar, sofrer, morrer e
ressuscitar”.205
Em segundo lugar, o cristão tem o verdadeiro conhecimento de Deus
(2.13,14). “Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o
princípio [...]. Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos
escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio...”
Os falsos mestres pensavam que eram os detentores do verdadeiro
conhecimento de Deus. Ufanavam-se por causa disso. Porém, João escreve
aos crentes para mostrar-lhes que o verdadeiro conhecimento de Deus não é
um privilégio dos gnósticos, mas dos crentes. Este conhecimento não é
teórico nem esotérico. Este conhecimento não é apenas intelectual. Trata-se
de um conhecimento experimental, relacionai, profundo. Não é conhecer a
Deus apenas de ouvir falar. E conhecê-lo por intermédio de um íntimo
relacionamento. O conhecimento de Deus é a própria essência da vida eterna
(Jo 17.3). O povo que conhece a Deus é um povo forte e ativo (Dn 11.32).
Em terceiro lugar, o cristão tem a força vitoriosa contra o Maligno
(2.13,14). “[...] jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno
[...]. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus
permanece em vós, e tendes vencido o Maligno”. Os jovens são fortes não
por causa de sua força física. Eles são fortes não por causa de sua audácia.
Eles são fortes porque a Palavra de Deus permanece neles. Eles têm
vencido o Maligno não fiados em sua própria força, mas pelo poder da
Palavra que neles permanece.
É importante ressaltar que João fala que os jovens já venceram o
Maligno. João não apenas deseja que eles possam vencê-lo. Não desafia a
igreja para a luta e o engajamento, para que talvez obtenha a vitória. Ele
fala no pretérito: “tendes vencido o Maligno”. Como isso aconteceu? Esses
“jovens” estão “em Cristo” e têm “comunhão com ele”. Portanto, são
partícipes da vitória que Jesus conquistou sobre todos os poderes das trevas
ao morrer na cruz. A vitória dos crentes sobre o Maligno é um fato
consumado.206
A vitória dos cristãos sobre o Maligno consiste em diversos pontos: 1)
eles não vivem mais na prática do pecado, que é característica dos filhos do
diabo (3.8); 2) eles não são mais do Maligno, como Caim que odiava seu
irmão e acabou por matá-lo (3.12); 3) eles foram libertados do domínio e
do poder que o Maligno exerce sobre o mundo (5.19). Tal vitória foi
concedida mediante Jesus Cristo e não mediante 2l gnose. '

Com. Biblico Wesleyana - 4. Estágios de caminhada dentro do Fellowship


( 2: 12-14 )
12
Eu vos escrevi, meus filhinhos, porque os vossos pecados são perdoados por
amor do seu nome. 13 Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o
princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi,
filhinhos, porque conheceis o Pai. 14 Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele
que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, ea palavra de
Deus permanece em vós, e já vencestes o maligno.
Desde João definiu, quase em uma palavra, o que é para seguir a Cristo, agora ele
tem algo a dizer sobre as pessoas que seguem o Senhor Jesus. Ele referiu-se a este
grupo como "meus filhinhos" ( 2: 1 ), e como "amado" ( 2: 7 ). Nesta seção, ele se refere
a eles como crianças pequenas, pais e jovens . Em certo sentido, eles são todos os
seus filhinhos , mas em outro sentido, há diferenças entre os crentes dentro do grupo
cristão. Esses crentes se unem em uma bolsa, que, quando é mantido, é um sinal de
verdade.

1. Dirige-se os grupos etários

João parece estar abordando três diferentes grupos etários nos versículos 12-14 . Ele
repete os nomes de cada grupo duas vezes. Na primeira série, ele usa o tempo
presente, eu escrevo ; enquanto que na segunda série, ele usa o tempo passado, eu
escrevi .Aparentemente, ele emprega este dispositivo para alertá-los para as suas
instruções presentes, do seu ponto de vista, e para lembrá-los das mesmas instruções
quando lêem a partir de seu ponto de vista. É possível que o endereço para as crianças
pequenaspode ser um endereço geral para todo o grupo dividido
em pais e jovens . Wesley, no entanto, prefere uma classificação tríplice de leitores do
grupo. Se há dois séculos ou três neste endereço, é bom reconhecer várias idades
espirituais dos crentes dentro de um determinado grupo (cf. Heb. 5: 12-14 ).

b. Privilégios pertencentes aos grupos de idade

Em um olhar mais atento para as palavras nos versículos 12-14 observa-se que João
está retratando todos os cristãos de três maneiras. As bênçãos de um grupo de idade
são as bênçãos dos outros. Todos os cristãos são como crianças na inocência, como
pais, na maturidade, e gostam de homens jovens em vigor. Se esta observação está
correta, os privilégios são mais listado como uma unidade.
Não é o dom do perdão (v. 12 ). Essa bênção não se limita a crianças em Cristo,
apesar de tudo entrar no Reino na porta do perdão. O perdão é uma realidade para o
crente sempre que ele precisa do "Advocate" ( 2: 1 ). Este perdão vem por amor do
seu nome . Ninguém pode merecer o favor de Deus; Só Jesus é o Salvador de todos
( 2: 2 ).
Um segundo privilégio anunciado aqui é o conhecimento. Esses crentes conhecem
aquele que é desde o princípio e eles sabem o Pai. João pode ter sido pensando em
Jesus como o One desde o início. Mas se o objeto deste conhecimento é o Filho, o Pai ,
ou ambos, os cristãos possuem um verdadeiro conhecimento do Divino. Este
conhecimento vem de uma experiência pessoal de fé e é confirmado pela obediência
( 2: 3 ). É a conhecer a Deus, e não apenas no sentido filosófico ou científico, mas por
amizade íntima, como um marido sabe sua esposa.
Força é atribuída aos homens jovens. É necessária Este poder no encontro com
o maligno . A força da fé e poder no Espírito são as garantias de vitória sobre Satanás
( 4: 4 , 5: 4-5 ). Além disso, com a palavra de Deus habitando dentro, o cristão "está
em contato vivo com a fonte da vida. O dom natural de vigor energético é consagrado
a um fim divino por uma voz divina. "Sua palavra é a chave para a vitória espiritual
(cf. Heb. 4:12 ).
LEMBRANDO O QUE SOMOS

1 João 2:12-14
Esta é uma passagem realmente bela, e não obstante toda sua beleza,
apresenta problemas de interpretação tão logo buscamos nos aproximar
de seu significado. Podemos começar a analisá-la notando
primeiro duas coisas certas.
Primeiro, sua forma. Esta passagem não é precisamente poesia, mas
certamente é poética e marcadamente rítmica; portanto tem que ser
interpretada como deve ser interpretada uma poesia.

Segundo, seu conteúdo. João esteve advertindo a seus destinatários dos


perigos das trevas e da necessidade de andar na luz; e agora lhes diz que em
qualquer situação a melhor defesa é lembrar quem são eles e o que foi feito
por eles. Não importa quem sejam, seus pecados foram perdoados; não
importa quem sejam, conhecem Aquele que é desde o princípio; não
importa quem sejam, têm a força que pode enfrentar e vencer o Maligno.
A melhor defesa do cristão é lembrar quem e o que é, e tudo que Deus
tem feito por ele em Jesus Cristo. Quando Neemias foi instado a
buscar uma covarde segurança respondeu: “Homem como eu fugiria?”
(Neemias 6:11). E quando o cristão é tentado, sua resposta bem pode ser:
"Homem como eu se dobrará diante desta insensatez, ou me mancharei as
mãos com este mal?". O homem que sabe perdoar, que conhece a Deus,
que lembra que pode contar com uma força superior às suas, tem
em seu poder uma poderosa defesa contra a tentação se simplesmente se
lembrar quem é e o que simplesmente Alguém tem feito por ele.
Mas dizíamos que nesta passagem há dois problemas; o primeiro é
bastante simples. Qual é o motivo da mudança de tempo do verbo? Por que
diz João em três ocasiões vos escrevo, e em outras três vos escrevi ?
Argumentou-se que não há nenhuma diferença entre os dois tempos; a
Vulgata Latina traduz ambos presentemente escrevo. Alguns pensam que
João altera o tempo simplesmente para variar e evitar a monotonia que seis
sucessivos verbos no presentes poderiam causar. Também se argumenta
que o tempo passado era em grego o chamado aoristo epistolar. Quando
os autores gregos redigiam cartas, eles costumavam usar o passado em
lugar do presente, porque se localizavam a si mesmos como leitores da carta.
Para quem redige uma carta, uma coisa pode estar no presente, porque é o
que está fazendo nesse momento; mas para o leitor estará no passado,
porque nesse momento já ocorreu.
A modo de exemplo, um redator grego bem poderia escrever tanto "Hoje
vou à cidade", como "Hoje fui à cidade". Isso é o que no idioma
grego se conhece por aoristo epistolar, ou passado. Se esse for o caso,

não há qualquer diferença entre as expressões joaninas vos escrevo e vos


escrevi. A explicação mais provável é a que segue: quando João diz vos
escrevo está pensando na passagem que nesse momento lhes escreve, e no
que tem ainda a lhes dizer; e quando diz vos escrevi está pensando na parte
da Carta que já escreveu e que nesse momento seus leitores já leram. De
maneira que toda a Carta, tanto a porção que foi escrita, como a que está
escrevendo, como o que ainda fica por dizer, tem como propósito lembrar
os cristãos o que e quem são eles, e o que foi feito por eles.
Para João é de capital importância que os cristãos lembrassem a
posição e os benefícios que têm em Jesus Cristo, pois isso seria sua
defesa contra o erro e o pecado.

EM TODAS AS ETAPAS

1 João 2:12-14 (continuação)


O segundo problema com que nos deparamos é mais difícil, e
também mais importante. João refere-se às pessoas a quem escreve de
três maneiras diferentes. Chama-os filhinhos; neste caso a palavra varia. No
versículo 12 é teknia, e no versículo 13 é paidia; teknia aponta a um menino
tenro em idade, e paidia em experiência e, portanto, em
preparação e disciplina. Chama-os também pais, e jovens. A pergunta
então é: a quem escreve João? Podemos responder de três maneiras.
(1) Poderíamos interpretar essas três palavras como referindo-se a
três grupos de idades diferentes dentro da Igreja — meninos, pais e
jovens. Os meninos têm a doce inocência da infância e do perdão. Dos tais
é o Reino dos céus. Os pais possuem a amadurecida prudência que lhes
proporciona a experiência cristã. Passaram sua vida pensando naquele que
é desde o começo e aprendendo mais dEle. Os jovens se caracterizam
pela força que é prerrogativa da juventude, a força que os capacita a lutar e
vencer em seus encontros pessoais com o Maligno. Isso

é muito atrativo; mas há três razões pelas quais duvidamos em adotar este
como o único significado para esta passagem.
(a) Filhinhos é uma das expressões favoritas de João. Ele a usa em
2:1,12,28; 3:7,8; 4:4; 5:21, e em todos os outros casos é evidente que não
pensa em filhinhos em termos de idade, mas em cristãos dos quais se
sentia pai espiritual por tê-los gerado na fé. A esta altura dos
acontecimentos João deve ter estado próximo aos cem anos de idade;
todos os membros de suas congregações pertenceriam a uma geração
muito mais jovem; para ele, todos eram filhinhos, da mesma maneira que um
mestre ou um professor ainda fala de seus rapazes, quando esses rapazes
já faz tempo que são homens.
(b) Visto que esta passagem está próxima à poesia deveríamos
pensar duas vezes antes de insistir em dar um sentido literal a suas
expressões, e enquadrando-a numa classificação tão definida. O sentido
literal e a poesia não se dão muito bem.
(c) Mas possivelmente a maior dificuldade é que as graças das quais
fala João não são possessão exclusiva de nenhum grupo. O perdão não só
pertence aos meninos; um cristão pode ser jovem na fé e, entretanto, ter
uma formidável maturidade; a força para vencer o tentador não pertence
— graças a Deus — somente à juventude. Estas qualidades não são
exclusivamente as de uma específica idade, e sim da vida cristã.
Não dizemos que não haja aqui referências a diferentes idades; quase
certamente que há; mas João tem uma maneira de dizer as coisas que
permite tomar em dois sentidos, num sentido mais amplo e em um
mais estreito; e ainda que aqui apareça o significado mais restringido,
devemos ir mais além para achar o significado mais completo.
(2) Sugeriu-se que aqui temos que encontrar dois grupos. O
argumento é que filhinhos descreve os cristãos em geral. Todos os cristãos
são filhinhos; e que logo todos os cristãos em geral estão divididos em dois
grupos: os pais e os jovens, quer dizer, os jovens e os mais velhos, os
amadurecidos e os ainda imaturos. É perfeitamente possível, porque
qualquer das pessoas a quem João escrevia estaria tão

acostumada ao tratamento de meus filhinhos, que não se lhes ocorreria


relacioná-lo com idade, mas sim sempre se incluiriam a si mesmos nesse
tratamento.
(3) Sugeriu-se que, em todo caso, a palavra inclui a todos os cristãos,
e que não há nenhum intento de classificação já que de fato, há
um só grupo universal. Todos os cristãos são como meninos pequenos,
porque podem recuperar sua inocência mediante o perdão de Jesus Cristo.
Todos os cristãos são como pais, totalmente amadurecidos,
homens responsáveis, que podem pensar e aprofundar cada vez mais no
conhecimento de Jesus Cristo. Todos os cristãos são jovens, com uma
gloriosa e vigorosa fortaleza para lutar e vencer em todos os seus
encontros com o tentador e seu poder. Este nos parece necessariamente o
sentido mais amplo de João. Ao ler suas palavras podemos começar
tomando como uma classificação dos cristãos em três grupos segundo
suas idades; e possivelmente nos detenhamos aqui; mas à medida que
continuamos pensando nelas chegamos à conclusão de que as bênçãos de
cada grupo pertencem a todos os grupos, e que cada um de nós está
incluído em cada um e em todos eles.
O DOM DE DEUS EM CRISTO

1 João 2:12-14 (continuação)


Esta passagem nos mostra admiravelmente o dom de Deus a todos os
homens em Jesus Cristo.
(1) O dom do perdão mediante Jesus Cristo. Esta era a mensagem
essencial do evangelho. Esta era a mensagem essencial dos primeiros
pregadores. Eles foram enviados a pregar o arrependimento e a remissão
dos pecados (Lucas 24:47). E Paulo pregou em Antioquia da Pisídia o
perdão dos pecados mediante Jesus Cristo (Atos 13:38). Ser perdoado é ter
paz com Deus, e habitar com Deus, em comunhão e intimidade com Deus,
e esse é precisamente o presente que Jesus trouxe para os homens.

João usa a chamativa frase em seu nome (versículo 12). O perdão chega
no nome de Jesus Cristo. Os judeus usavam esta expressão, o nome, de
um modo muito particular. O nome não é simplesmente o nome pelo
qual chamamos uma pessoa; o nome representa todo o caráter e a natureza
de uma pessoa até onde foi ensinada e revelada aos homens. Este uso é muito
freqüente no livro dos Salmos. “Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu
nome” (Salmo 9:10). Evidentemente, isto não significa que aqueles que
sabem que o nome de Deus é Yahweh confiarão nEle; significa que os que
conhecem a natureza de Deus, seu caráter, o que Deus é, na medida que
se revelou aos homens, estarão dispostos e ansiosos por confiar nEle, pois
sabem como Ele é. O salmista ora: “Por amor do teu nome, SENHOR,
perdoa a minha iniqüidade” (Salmos 25:11), o qual significa o mesmo
que Por teu amor e por tua misericórdia. Os fundamentos da oração do
salmista são a natureza e o caráter de Deus tal como ele os conhece. Diz o
salmista: “Por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me” (Salmo
31:3). O salmista pode formular sua petição só porque conhece o nome
— a natureza e o caráter— de Deus. Diz o salmista: “Uns confiam em
carros, e outros, em cavalos, mas nós faremos menção do nome do
SENHOR, nosso Deus” (Salmo 20:7). Muita gente deposita sua confiança
em ajudas terrestres; nós confiaremos em Deus porque conhecemos seu
nome, sua natureza, seu amor e sua graça.
Assim, pois, João nos dá a entender que estamos seguros do perdão de Deus
porque conhecemos a natureza e o caráter de Jesus Cristo.
Sabemos que Jesus é a imagem expressa de Deus, que nEle vemos a
Deus. Em Jesus vemos amor sacrificial e paciente misericórdia; por isso
sabemos que Deus é assim e, portanto, estamos seguros de que há perdão
para nós.
(2) O dom do crescente conhecimento de Deus. Sem dúvida, João
pensava em sua própria experiência. Agora estava velho; escrevia em
torno do ano 100 d.C. Durante setenta anos viveu com Cristo, pensou a
respeito de Cristo e chegou a conhecê-lo melhor dia após dia. Para os

judeus o conhecimento não era meramente algo intelectual. Conhecer a


Deus era muito mais que conhecê-lo da maneira como o filósofo o
conhece; era conhecê-lo como a um amigo. Em hebraico a palavra conhecer
é empregada para a comunhão entre marido e esposa, e especialmente para
o ato sexual, a mais íntima das relações (cf. Gênesis 4:1). Conhecer uma
pessoa significava tornar-se íntima e integralmente um com essa pessoa.
Quando João falava do crescente conhecimento de Deus, não pensava que
o cristão pudesse chegar a ser um teólogo cada vez mais entendido, mas sim,
não obstante os anos, o cristão poderia chegar a ter uma crescente intimidade
com Deus como amante amigo.
(3) O dom da força vitoriosa. Notemos que João fala da luta contra a
tentação como de uma luta pessoal. Não fala simplesmente do poder do
mal no sentido abstrato; fala do poder do Maligno. Vê o mal como um
poder pessoal que procura nos derrotar e nos afastar de Deus.
Uma vez, falando de uma experiência que nunca explicou em detalhes,
Robert Louis Stevenson disse: "Conhecem a estação Caledonia da ferrovia
em Edimburgo? Uma vez me encontrei ali com Satanás."
Pode ocorrer que nenhum de nós tenha vivido pessoalmente o ataque do
tentador, o assalto pessoal sobre nossa virtude e lealdade. Em Cristo
recebemos o poder que nos capacita a encontrar-nos com ele e desbaratar
seus ataques. Para tomar uma simples analogia humana, todos sabemos que
há pessoas em cuja presença fica fácil comportar-se mal, e outras em cuja
presença fica fácil comportar-se bem. Quando andamos com Jesus, sempre
se lembrando, sempre conscientes de sua presença entre nós,
caminhamos com Aquele em cuja companhia podemos desbaratar os
assaltos do Maligno.

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