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Sim, hoje é um bom dia para morrer

Pois minha alma está cinza e não teria pena de mim.


Eu então não resistiria
E apesar das horas passarem e nada acontecer,
Espero a minha chance.
Nada em minha vida justifica a sua continuação:
Nem passado, nem futuro...
Ah! Se eu tivesse encontrado esse mistério em minha consciência
que chamam de presente....
Ah! se eu pudesse senti-lo! E me manter nele fazendo tudo se
autojustificar.
Sim, hoje é um bom dia para morrer
Simplesmente porque o desaparecimento de minha
consciência/ser da face da Terra não seria nem ao menos notada...
Que diferença faz estar ou não estar aqui?
Minha família?
Rapidamente se recomporiam e passariam a amar outros seres,
sendo que de mim, amariam suficientemente a lembrança...
Meu amor?
Se veria livre do peso de me amar...
Meus projetos?
Se perderiam apenas mais rapidamente em suas formas
de areia nesse imenso deserto de nossa existência.
Minha angústia?
Seria triturada e reprocessada em algum outro ser ou grupo...

Sim, hoje é um bom dia para morrer


Mas qual não seria?

Poderia dar três razões para me manter vivo, que não seja
Uma abstração, uma responsabilidade, ou uma dívida...?
Impossível escapar dessa tríade, dessa rede, dessa malha.
Não há saída.
De dentro do ônibus olho para cada pessoa que fugazmente e
ocasionalmente passa pelo meu crivo: existiria alguma
gente - uma sequer - que justificasse a sua própria existência?
Que desse sentido ao universo?
Que ao deixar de existir o universo se ressentisse?
Eu a reconheceria? Eu a conheço? Eu algum dia a encontrei?
Os rostos vão passando e vão se multiplicando
e nenhum - nenhum - vale a configuração de átomos,
moléculas, células, corpo que têm.
São configurações complexas do desenvolvimento da
vida no planeta Terra que serão gastas daqui a poucos anos
em trabalhar, ter família, casar, projetar sonhos,
executar tarefas pífias, pegar ônibus, dirigir carros,
ter sentimentos bons e vis tão ao mesmo tempo que se anularão,
escovar dentes, dormir muito, trepar ou se masturbar
quando possível, pensar muito em sexo, criar novas gentes,
matar outras, criar sofisticadas estratégias para ganhar dinheiro,
pagar contas, ir ao shopping, fazer carinhos e
amores que sempre serão poucos, produzir um quase nada de arte,
ciência desnecessária para a imortalidade,
e lembrar de vez por outra de uma abstração -
que talvez possa ser real mas que com essa configuração não
importa -
chamada espírito humano.

Sim, hoje é um bom dia para morrer.


Pois a minha alma está cinza.

Rio de um amigo que gostaria de ter um filho


para ter quem cuidasse dele na velhice.
Eu que sou farto em filhos, rio e sei que um asilo seria tão querido
para mim,
por significar a possibilidade do esquecimento
violentamente atrapalhada - vez por outra -
por algum enfermeiro maledicente. E que mesmo assim seria bom.
Olho cada rosto e vejo porque a violência
se instala sem trégua entre nós.
Essa configuração complexa precisa se expressar e
com essa vida pouca urbana inculta cotidiana sem viço
sem coração sem poder, só lhe resta baixar a pancada
em si e nos outros, para ver se ainda há sangue.
Compreendo como a violência é a única expressão que resta
para as configurações complexas mostrarem o que
poderiam ser. E então espero que a violência me redima,
que uma bala perdida pausadamente em queda me acerte,
que um assalto ocasional me revele
a tranqüilidade do fim sanguíneo ineficaz para a minha liberdade,
que uma discussão inesperada no trânsito me inaugure
um tiro de misericórdia na falta de sentido em se passar
milhares de horas de nossas vidas simplesmente dirigindo
uma máquina poluidora que não me levará nunca a lugar algum...
Olho em seus olhos e vejo que bem provocados
não deixarão de me matar por defesa, por justiça ou por prazer...
Espero, porque sim.
Sim, hoje é um bom dia para morrer,
Mas não me mato,
Porque isso seria me dar uma importância que não dou
Seria achar que estou apartado de tudo isso
Que meus átomos seriam especiais e diferentes
Seria acreditar que em algum lugar ainda poderei ser
Mas ser já sou - e ser já não sou!
Sim, hoje é um bom dia para morrer
Mas qual não seria?
Postado por Kaslu

SIM, HOJE É UM BOM DIA PARA VIVER, MAS QUAL SERIA?

Sim, hoje é um bom dia para viver


Pois sua alma está radiante e tem carinho de si
Ela então resistiria
E apesar das horas não passarem e tudo acontececer
Não esperaria outra chance.
Tudo em sua vida justifica a sua continuação:
O passado, o futuro...
Ah! Se você não tivesse encontrado esse mistério em sua consciência que chamam
de presente.
Ah! se você não pudesse senti-lo! e se manter nele fazendo-se em tudo auto-
renunciar.

Sim, hoje é um bom dia para viver


Simplesmente porque o aparecimento de sua consciência/ser na face da Terra é tão
singular...
Que diferença faz estar ou não estar aqui!
Sua família?
Demoradamente se compõem, mas passam a amar, sendo que de você, amam a
Lembrança que você mesmo traz.
Seu amor?
Se vê livre pela leveza de amar...
Seu Plano?
Se acha rapidamente nas formas cristalinas desse imenso manancial de nossa
existência.
Sua angústia?
É partilhada e compartilhada em todos os outros seres e outros grupos.

Sim, hoje é um bom dia para viver.


Mas qual o seria?

Poderia dar três razões para se manter morto, que não seja
Uma abstração, uma responsabilidade ou uma dívida...?
Impossível não escapar dessa tríade, dessa rede, dessa malha.
Não há paredes.

Dentro do ônibus olhe para cada pessoa que persistentemente


passar pelo seu crivo: existiria alguma gente -
uma sequer - que não justificasse sua existência?
Que não desse sentido ao universo?
Que ao deixar de existir, o universo não se ressentisse?
Você não a reconheceria? Você não a conhece? Você não a encontra todo dia?
Os rostos virão chegando e se unificando,
e todos - todos - serão a configuração de átomos,
moléculas, células, corpos que têm.
É a configuração simples do desenvolvimento da vida no planeta terra,
que será gasta em muitos anos em trabalhar,
ter família, casar, projetar sonhos, executar tarefas pífias,
pegar ônibus, dirigir carros, ter sentimentos bons e vis
tão ao mesmo tempo que se anularão, escovar dentes,
dormir muito, trepar ou se masturbar quando possível,
pensar muito em sexo, criar novas gentes, matar outras,
criar sofisticadas estratégias para ganhar dinheiro, pagar contas,
ir ao shopping, fazer carinhos e amores que sempre
serão poucos, mas, ainda assim, produzem um quase
nada de toda arte, ciência necessária para a mortalidade,
e lembram de vez por outra de uma realidade -
que com quase certeza venha a ser abstração,
mas que com essa configuração sempre importa -
chamada espírito humano.

Sim, hoje é um bom dia para viver.


Pois sua alma está radiante.

Ria de um amigo que não gostaria de ter um filho


que quisesse cuidar de si na velhice.
Você, que não é farto em filhos, ri e sabe que um asilo
seria tão terrível para si, por significar a impossibilidade
do esquecimento, gentilmente atrapalhada - quase sempre -
por alguma enfermeira amorosa - que mesmo assim não seria bom.

Olho seu rosto e vejo porque a compaixão


se instala sem trégua entre nós. Essa configuração simples
precisa se expressar, e com essa morte tão urbana,
culta, esporádica, cheia de viço e coração e poder,
só lhe resta ter compaixão consigo e com os outros,
para ver se alguém ainda precisa de sangue.
Compreendo porque a compaixão é a única
expressão possível para as configurações simples
mostrarem o que devem ser. E então espero que a
compaixão lhe redima, que uma flecha certeira,
velozmente em ascenção lhe acerte;
que num assalto proposital se revele a tranquilidade
sanguínea do início de sua liberdade; que a
palavra esperada no seu veículo-alma
lhe venha como a misericórdia do encontro do
sentido em se passar milhares de horas de nossas vidas
simplesmente habitando um veículo-portador
que, purificado, te permitirá ir exatamente onde você quer...
Olho através de seus olhos e vejo que,
bem iluminados, não deixarão me matarem por medo,
por injustiça ou por ódio...
Não espero apenas porque sim, mas
Sim, hoje é um bom dia para viver
E, portanto, me mato
Poque isso é não dar nenhuma importância ao que sou.
É achar-me conectado a tudo isso
meus átomos especiais e iguais a todos
É ter certeza que em todo lugar ainda sou eu
Pois ser já não sou - e ser já sou!

Sim, hoje é um bom dia para viver


Mas qual seria?

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