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Ciência e Religião na modernidade

Avaliação: Espaço do Conhecimento da UFMG


Aluno: Bárbara Samyra de Melo Silva

O Espaço de Conhecimento da UFMG está localizado na Praça da Liberdade e faz parte


do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o espaço fica aberto para a exposição “Demasiado
Humano” de terça a domingo e funciona das 10h às 17h, para a visita ao Terraço Astronômico
o espaço está aberto aos sábados das 19h às 21h, esta atração também é gratuita, entretanto
possui um número limitado de senhas (120 senhas são distribuídas por ordem de chegada a
partir das 17h30 de sábado), a única atração paga do espaço é o Planetário, os ingressos são
vendidos na recepção do prédio e os valores atuais são de 6 reais a inteira e 3 reais a meia.
O prédio é composto por cinco andares e as exposições e atrações ocupam um total de
quatro andares, ao ir visitar a exposição deve-se começar pelo último andar onde estão
localizados o Terraço Astronômico e o Planetário, descendo-se um andar chegamos as
“Origens”, início da exposição “Demasiado Humano”, ali somos levados através do tempo para
as origens mais remotas do universo e do nosso planeta, a exposição começa com um painel
que conta cronologicamente a formação da terra, do sistema solar, da lua, do surgimento dos
dinossauros e do próprio homem, este painel demonstra muito bem que a origem retratada é a
cientifica, o que comprovado quando nos são apresentadas a “arvore genealógica” do homem,
desde de seu ancestral mais antigo já conhecido, acredito que tanto no quinto andar quanto no
quarto a exposição busca apresentar a vertente cientifica das explicações para a existência do
universo e de nós mesmos.
Entretanto ao chegarmos no terceiro andar, intitulado “Vertentes”, percebemos uma
mudança no tom da exposição, ela não quer mostrar apenas o lado cientifico, como também o
religioso, a exposição começa com a seguinte sentença: “A passagem do homem pela Terra é
narrada de inúmeras formas. Cada memória pode produzi-la de modo próprio e a formação de
um povo será encontrada no que os gregos chamam de epos e a forma de narrar os mithós, com
seus fluxos incessantes. [...] E o conhecimento jamais revelado é a quimera que impulsiona sua
infinita criação”, é interessante reparar que os curadores da exposição tiveram um cuidado ao
usar os termos Cosmogonia e Cosmologia ao invés de religião e ciência, como vemos no texto
de Peter Harisson, “Ciência e Religião: construindo os limites ” tanto o conceito de religião
como o de ciência foram inventados ou reinventados a partir do iluminismo europeu, portanto
ao apresentar mitos como os do Yorùba, Maxakali e da Grécia, que são muito mais antigos que
a própria definição de religião moderna, a exposição preferiu usar o termo Cosmogonia, que
em linhas gerais seria o mito fundador, e as explicações que cada povo, ou grupo cria para
explicar o universo e a realidade a sua volta, em contrapartida a Cosmologia seria um ramo
cientifico que também procura explicar o universo, a natureza e a realidade, porém a partir de
conhecimentos científicos e através da descoberta e análise das leis universais da natureza.
Portanto o Espaço de Conhecimento não pretende fazer uma completa separação entre religião
e ciência, pois apresenta as vertentes, vendo que tanto a religião como a ciência são importantes
para a formação do homem e seu papel em relação ao universo e ao próprio homem, isso é
muito bem resumido em uma das passagens da exposição que diz: “ A memória de um povo,
como uma joia é guardada nas histórias, que contam, de várias formas, o que acontece nas
relações e o que as mantém. [...]. Cada história narrada traz uma nova dimensão da múltipla
natureza. ”
O segundo e último andar do espaço traria uma exposição intitulada “Àguas”, entretanto
agora é usada para exposições temporárias, atualmente a exposição que está em exibição
chama-se “PROCESSABER” e se define como uma “exposição experimental sobre o processo
do conhecimento” e levanta questões e controvérsias sobre o conhecimento humano e as
tentativas de mensurar, comparar e aferir objetos, como: “É possível medir a felicidade? ”, “O
que é inteligência? E personalidade? ”. A exposição começa com o “ Teatro da Verdade” onde
temos quatro telas cada uma apresenta um personagem de idade, vivencia, escolaridade e
realidades diferentes e eles debatem sobre: o que é conhecimento, quais conhecimentos podem
ser considerados os mais importantes, qual o papel das novas mídias na aprendizagem do
conhecimento, questões relacionadas na globalização e como isso interfere nas culturas e nos
conhecimentos, entre várias outras discussões, o debate incita o telespectador a pensar e refletir
se ele concorda ou não com as opiniões apresentadas no teatro.
Outra parte da exposição que conversa com a questão cientifica é quando apresenta ao
visitante a pergunta “ O que define uma pessoa inteligente? ”, seguido de testes de inteligência
como o Q.I (quociente de inteligência) e o P.M.K (Psicodiagnóstico Miocinético) e também
por outras questões como “é possível classificar alguém pelo formato do rosto ou pelo seu
modo de vestir? ”, o que chamou a minha atenção imediatamente, pois existe na área dos
profissionais que trabalham com beleza, tal como cirurgiões plásticos e dentistas uma vertente
chamada Visagismo, que usa da análise de personalidade, a partir de um teste psicológico
conhecido como “teste dos temperamentos” e também através da análise da forma do roso
cabelo, tom de pele, boca, sobrancelha, nariz e olhos, para definir qual seria a melhor “imagem”
para que a pessoa possa se expressar o que ela é ou o que ela deseja, esse tipo de análise também
é usada em outras áreas e alia um estudo cientifico com um propósito pratico, sendo assim
podemos dizer que é possível conhecer parte da personalidade e da inteligência das pessoas a
partir de testes científicos, entretanto estes testes ainda são passiveis de erro, pois tanto
personalidade como inteligência são conceitos relativos e únicos a cada um.
Por fim é preciso falar sobre as escadas que te levam através da exposição, apesar de
possuir elevador, na escada somos guiados por imagens macroscópicas até imagens
microscópicas com cada degrau representando uma potência de 10, que vai do 10-20 até 1020 e
nos mostra através da imaginação e da escala de medidas o universo que está além dos nossos
olhos.
O Espaço de Conhecimento da UFMG, é muito mais do que um espaço dedicado
exclusivamente a ciência, nele várias questões estão sendo tratadas seja de cunho cientifico
como também espiritual, a exposição “demasiado humano” parece ter sido criada para mostrar
e respeitar a multiplicidade de versões que existem para explicar o homem, a natureza e o
universo, não consigo ver uma separação completa entre religião e ciência na exposição, parece
que elas caminham lado a lado, o nome da exposição diz muito sobre isso, o que é ser
demasiado humano?, é buscar as explicações para o mundo por todos os meios possíveis, seja
através da imaginação, com os mitos ou através da ciência, com suas leis universais, ser
humano é buscar respostas, explicações, e as vezes, muitas das vezes mais de uma resposta, de
diferentes caminhos são encontradas e elas vivem paralelamente, outras vezes uma única
resposta é encontrada e ela sobrevive como sendo verdade irrefutável, até que seja contrariada,
mas nem por isso deixa de existir, pois ficam guardadas na memória, e seguem sendo
relembradas e restituídas de significado ao longo da humanidade, da mesma forma que a
própria ciência e religião foram tomando novos significados ao longo dos anos.

Bibliografia:
HARRISON, Peter. “Ciência e Religião: construindo os limites”. Revista de Estudos da
Religião. ISSN 1677-1222. Março, 2007. p. 1- 33.

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