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FAUUSP / AUT.

0186 – CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO III / 2011


Prof. Khaled Ghoubar

PRÉ DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL

PROCEDIMENTOS FUNDAMENTAIS PARA O PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTRUTURA


RETICULAR (pilares + vigas + lajes) DE CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL:

A.1. Para se garantir a estabilidade e resistência dos elementos estruturais, de pilares, vigas e lajes planas, deve-
se saber ao menos:

1.1. As cargas atuantes, que são predominantemente verticais, nos pilares resultam em compressão, enquanto nas lajes e vigas
resultam em compressão (que tende a “encurtar” as peças), tração (que tende a “esticar” as peças), torção (que tende a “espiralar”
as peças), e flexão (presença concomitante de compressão e tração, que tendem a “embarrigar” as peças). Por essas razões os
critérios de cálculo são diferenciados;

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1.2. Observar que nos pilares – elementos estruturais verticais – temos de considerar a compressão axial, agindo
no eixo vertical e que tende a encurtas e consequentemente esmagar a peça, e as flexões resultantes de esforços
horizontais chamados de “empuxos”, por conta da ação dos ventos e de contenções laterais (arrimos, represas,
etc.). Também deve-se levar em conta a deformação que pode vir a ocorrer durante a compressão, pela excessiva
esbelteza da peça, e que chamamos de “flambagem”. O concreto é um material excelente para a resistência à
compressão, como aliás são todos os materiais da natureza (madeira, pedra, terra, ar e água).

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1.3. Observar que as vigas, bem como as lajes, elas têm comportamentos semelhantes entre e si e também são
complementares na definição dos elementos estruturais horizontais. Os principais esforços que eles têm a resistir
são os resultantes de cargas verticais que provocam uma deformação (flexão) das peças pela conjugação da força
de compressão (zona negativa), que tende a encurtar a dimensão horizontal das peças – e da força de tração (zona
positiva) que tende a esticar a dimensão horizontal das peças.

1.4. A carga incidente total, uniformemente distribuída sobre as lajes, por conta do peso estático próprio da
estrutura mais o peso dinâmico e acidental de pessoas e mobiliário, será considerada genericamente da ordem de
1000 kg/m2 para um prédio residencial;

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1.5. Embora nesta modelação, de pré-dimensionamento, ainda não seja necessário empregar nos cálculos o peso do
concreto armado, ele é de aproximadamente 2400 kg/m3;

1.6. A resistência do concreto à compressão (fck), a ser adotada nestas simulações, é de 20 Mpa (200 kgf/cm2), a
mínima permitida, conforme exige a NBR.6118, rigorosa norma técnica específica;

1.7. A resistência do aço CA.50, tanto à compressão, como à tração (essa é uma notável característica do aço) é de
5000 kg/cm2. Portanto um cm2 de barra de aço CA.50 é 25 X mais resistente que o concreto de 200 kg/cm2 de
resistência à compressão.

1.8. As dimensões mínimas de qualquer elemento estrutural, tratadas nos próximos itens a seguir, deverão
obedecer ao disposto na referida norma NBR.6118;
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A.2. Apresentamos algumas configurações espaciais da estrutura reticular em concreto armado
convencional para o pré-dimensionamento dos seus elementos estruturais:
O sistema estrutural “reticular” composto de pilares, vigas e lajes pode ser mais simplificado pelo sistema
“cogumelo” que por sua vez é composto somente de pilares e lajes. Esta observação aponta pra uma conclusão
importante: “a estrutura de concreto pode ser concebida corretamente só composta de pilares e lajes”. Essa é a
estética estrutural proposta ao prédio sede da FAU por Vilanova Artigas. Também é a estética predominante nas
obras de Niemeyer, como se pode notar nas obras dos palácios de Brasília e no Parque do Ibirapuera.

vista externa do Palácio do Planalto, durante o velório do Vice Presidente José Alencar - Folha de S. Paulo
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vista interna do Palácio do Planalto, durante o velório do Vice Presidente José Alencar - Folha de S. Paulo

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vista interna atual do edifício da Bienal
constelar.com.br

vista interna atual da marquise vista interna da inauguração da marquise


vitruvius.es mariolopomo.zip.net
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B. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL:

Vejamos agora as recomendações, de forma simplificada e rápida, sobre o pré-dimensionamento


estrutural em concreto armado convencional (não protendido). Neste ambiente o projetista trabalha
para mostrar ao calculista estrutural as proporções e o posicionamento dos elementos estruturais que
interessam ao projeto arquitetônico.

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B.1. Modulação da grade dos pilares, definida em planta:

1.1. A modulação dos pilares objetiva adequar a sua grade de localizações às exigências funcionais de
compartimentação dos espaços; bem como às vagas de garagem dos prédios; e à altura das vigas e espessura das
lajes que têm suas dimensões em parte condicionadas pelo espaçamento entre os pilares. Mas a modulação
estrutural também reflete sobre os materiais, os sistemas construtivos, os recursos humanos, e os recursos
financeiros disponibilizados no local e região. Não há limites teóricos para o tamanho das vigas,
consequentemente não há restrição ao espaçamento entre os pilares, evidente nos projetos de pontes.

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1.2. A modulação e posicionamento dos elementos da estrutura definem e qualificam fortemente a espacialidade
da edificação, cuja volumetria se completa com as paredes, caixilhos e cobertura, onde as suas texturas, paginações
e cores são importantes auxiliares.

Placas de solário, de obra em Madrid, década de 1960, foto de S.V. Kaskel


in “Razón y ser de los Tipos Estructurales”, de E. Torroja, IET/CyC, Madrid, 1960, P.230

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1.3. Portanto, a modulação da grade dos pilares busca a funcionalidade do programa de usos da arquitetura,
também a racionalidade e contextualidade do canteiro, bem como a economia da construção.

Sistema Dom-ino em concreto armado (1915) de Le Corbusier


in “Le Corbusier”, de Kenneth Frampton, T&H, Londres, 2001, P.20

B.2. Procedimentos para o pré-dimensionamento dos pilares:

2.1. Primeiramente define-se a resistência à compressão (fck) que se quer da massa do concreto empregado na
estrutura. Quanto maior o fck, maior será a quantidade de cimento na composição do concreto, dando-lhe maior
resistência e plasticidade, possibilitando um acabamento mais liso e homogêneo das superfícies. Adotaremos fck =
20 Mpa = 200 kgf/cm2.
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2.2. Em seguida estima-se a carga total por m2 de laje que a edificação descarregará sobre os pilares. Essa carga
corresponde ao peso próprio da estrutura de concreto armado, mais todos os demais elementos construtivos
(alvenarias, revestimentos, caixilharia e instalações prediais de água e eletricidade), e a carga acidental estática e
dinâmica dos móveis, equipamentos e pessoas. Adotaremos a carga total para as lajes de piso (excetuando o piso
que estiver em contato com o solo, que não é considerado) em 1000 kg/m2.

2.3. Calcula-se o total das cargas da edificação por m2, incidente nos pilares, através da soma das suas “áreas de
influência”. Prestar atenção no número de lajes de piso e da cobertura, pois “as áreas de influência são lidas em
planta” e a carga incidente nos pilares é a soma das cargas de todos os pavimentos da edificação que se
descarregam sobre os pilares que estamos estudando.

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2.4. Dada a carga total, em kgf, incidente no pilar, divide-se ela pela resistência do concreto à compressão (fck), e o
resultado será a seção do pilar em cm2.

CÁLCULO DAS SEÇÕES DOS PILARES

Primeiramente desenha-se a “área de influência” do pilar em questão, que corresponde a área


definida pelas medianas da distância entre os pilares adjacentes a esse pilar. Calcula-se a carga
incidente essa área multiplicando-a por 1000 kgf/m2, para o caso de um edifício residencial.
Multiplica-se essa carga pelo número de lajes que esse pilar está sustentando. Tem-se agora a
carga total incidente nesse pilar em kgf. Divide-se essa carga total pela resistência do concreto à
compressão (fck, em kgf/cm2) que estamos adotando igual a 200 kgf/cm2. Finalmente o resultado
é a seção estimada do pilar em cm2.

2.5. Para se ter uma primeira ideia volumétrica da dimensão do pilar, calcula-se a raiz quadrada da sua seção (acima
calculada em cm2), e se obtém a sua representação em seção quadrada. A NBR.6118 exige que os pilares não pode
ter dimensão alguma menor do que 19 cm.
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2.6. Para o pilar não “flambar” (dobrando-se sobre seu eixo vertical, resultando no desastre da sua quebra) sugere-
se uma proporção entre a sua seção horizontal quadrada e a altura, da ordem de 1:15. Por exemplo, para um pilar
de seção horizontal quadrada de aresta igual a 19 cm, a altura do pilar deveria ser da ordem de = 19 cm x 15 =
2,85 m; ou para o mesmo pilar com aresta igual a 50 cm, a altura do pilar deveria ser de aproximadamente de 50
cm x 15 = 7,50 m; ou ainda para o mesmo pilar com aresta igual a 100 cm a sua altura ficaria por volta de 100 cm
x 15 = 15,00 m. Estas considerações são para aproximar os desenhos de uma dimensão que dialoga com o cálculo
estrutural, mas que vai exigir a satisfação de outras exigências desse mesmo cálculo.

2.7. Também nada nos proíbe de desenhar os pilares com seções superiores às necessárias se isso fizer parte de
uma estratégia da estética e da modulação pela regularidade (todos os pilares desenhados com a mesma seção). A
compensação se dará através de uma menor quantidade de armaduras.

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C. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VIGAS RETAS DE CONCRETO ARMADO CONVENCIONAL:

C.1. Modulação de vigas retas:

1.1. Podemos pensar as vigas como “coadjuvantes” das lajes, à semelhança do que a natureza faz
espetacularmente com os vegetais, pois tudo ali está concebido para reduzir o volume das secções estruturais e
consequentemente o seu peso. A substituição do sistema estrutural “convencional” que tem pilares, vigas e lajes,
pelo sistema “cogumelo” que só tem pilares e lajes, leva em conta a redução do prazo das obras, e o aumento no
custo das fundações, pois o primeiro é uma vantagem enquanto o segundo se encarece.

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1.2. As vigas ou se apoiam diretamente sobre os pilares, ou se apoiam umas nas outras. Por essa razão chamamos
de vigas “principais” aquelas que se apoiam diretamente sobre os pilares; e vigas “secundárias” aquelas que se
apoiam nas vigas principais; e “terciárias” aquelas que por sua vez se apoiam nas vigas secundárias.

1.3. A altura das vigas leva em conta a economia estrutural e as exigências funcionais. E uma dessas exigências,
como é aquela que pede uma altura do vão livre debaixo que permita a colocação das portas com uma altura livre
da ordem de 2,10 m a 2,15 m.

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1.4. Embora as espessuras das vigas não criem problemas funcionais, elas precisam ser concebidas pensando-se na
espessura das paredes que ficariam expostas debaixo delas. A NBR.6118 só estabelece que as “vigas convencionais”
devem ter a sua largura mínima igual a 12 cm, ou igual a 15 cm para as “vigas parede”.

1.5. O espaçamento entre as vigas obedece uma relação com os pilares, considerando também a posição das
paredes sobre elas e a espessura que se quer das lajes que elas apoiam.

C.2. Procedimentos para o pré-dimensionamento das vigas retas:

2.1. Primeiramente verifica-se qual é o vão estrutural da viga, que é a distância entre os eixos estruturais das peças
de apoio, sejam elas pilares ou vigas. Nesses casos a altura da viga será entre L/10 e L/20, onde L é a dimensão do
vão estrutural da viga;

2.2. Em segundo lugar define-se o vão que se quer, ou se precisa, debaixo das vigas (para montagem das portas,
instalação de armários e passagem de equipamentos) e se é compatível com a altura calculada segundo o critério
acima de L/10 a L/20. Por exemplo: para um vão estrutural de 6,00 m, a altura da viga variaria entre 60 cm e 30
cm, já incorporando a espessura das lajes. Mas, se o pé-direito for de 2,50 m e a altura das portas igual a 2,15 m,
a altura exposta da viga não poderá ser maior do que 35 cm, que somada à uma espessura de laje igual a 10 cm,
a altura total estrutural dela será de 45 cm, portanto satisfatoriamente entre 60 cm e 30 cm.

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2.3. Em terceiro lugar define-se a largura da viga numa relação com relação à altura, onde a largura seria entre
0,33 a 0,66 da altura. Por exemplo: para uma viga que atendeu a relação L/10 e teve a sua altura definida em 45
cm, a sua largura (que não pode ser menor do que 12 cm, segundo a NBR.6118) poderá ter de 15 cm a 30 cm de
largura, ou 22 cm em média.

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2.4. Para as vigas em balanço, que estão engastadas de um só lado, admite-se que esse balanço seja da ordem de
1/2 do vão estrutural que ele teria se fosse uma viga contínua (apoiada em 3 ou mais pilares); ou de 1/3 do vão
estrutural se tivesse analogia com uma viga não contínua (apoiada somente em 2 pilares). Por exemplo: uma viga
contínua com L= 6,00 m e altura igual a 60 cm poderá sair num balanço de até 3,00 m (1/2 do vão referencial);
por outro lado, se essa mesma viga não fosse contínua o balanço deverá se limitar a 2,00 m (1/3 do vão
referencial). A seção da viga se mantém igual, mas na colocação das armaduras há uma inversão: nas vigas entre
apoios a armadura principal (positiva) é na parte de baixo, enquanto no trecho em balanço essa armadura fica na
parte de cima da viga.

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C. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE LAJES DE CONCRETO ARMADO CONVENIONAL, PLANAS E
RETANGULARES

C.1. Modulação de lajes planas e retangulares:

1.1. As lajes se comportam como uma prancha qualquer de madeira apoiada sobre um quadro de madeira nas suas bordas,
configurando um verdadeiramente conjunto de laje e vigas. Embora haja uma recomendação para as lajes quadradas e outra para as
lajes retangulares, nós não vamos chegar a esse detalhe e só vamos tratar das lajes retangulares, onde a forma quadra se insere.
Semelhantemente as lajes não têm limitação de tamanho. A definição do seu tipo (maciça ou nervurada) fica a cargo da economia
de cargas para as fundações ou para atender uma certa velocidade nas obras.

1.2. As lajes maciças são as mais comuns e simples, porque estão adotadas economicamente para pequenas dimensões (menores
que 6 m, na menor dimensão da laje), mas têm mais massa e consequentemente mais peso com relação às nervuradas, pois estas
estão aliviadas do material estruturalmente excedente. A natureza faz isso e nervura tudo que for possível para reduzir o peso.
Embora as lajes nervuradas possam resultar num jogo de formas mais sofisticado e de área muito maior daquele empregado nas
lajes maciças, elas têm a mesma capacidade de vão.
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C.2. Procedimentos para o pré-dimensionamento de lajes planas e retangulares:

2.1. Vamos adotar genericamente que a espessura das lajes, tanto nas maciças como nas nervuradas, seja da ordem
de Lm/40, onde Lm é o comprimento do lado menor da laje retangular, ou a dimensão lateral da laje quadrada. Por
exemplo: uma laje retangular maciça ou nervurada, de 5 m x 10 m, a sua espessura seria estimada em 500 cm/40
= 12,50 cm, e para uma laje de 10 m x 40 m, a sua espessura seria de 1000 cm/40 = 25 cm.

2.2. A NBR.6118 exige que a espessura das nervuras das lajes maciças seja ≥ 5 cm para lajes leves de cobertura; e ≥
7 cm para lajes de piso; e ≥ 12 cm para lajes para circulação de veículos. Para as lajes nervuradas a norma dita que
as nervuras não podem ser inferiores a 5 cm e que essa espessura deve satisfazer também a exigência de ser ≥ 1/15
da distância entre o eixo delas. A mesa, que faz o papel de laje de vãos muito pequenos, deve ser ≥ 3 cm. Entende-
se como nervurada a laje que tiver essa sequência de nervuras espaçadas entre si de até 1,0 m.

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2.3. A modulação das lajes (de como elas serão subdivididas dentro da área maior da laje que as contêm) é feita
simultaneamente à definição da existência ou não de vigas expostas. O resultado é uma modulação bastante livre e
dependente opcionalmente da cooperação de vigas.

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fragmentosvirtuais.blogspot.com
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