ADOLESCENTES HOMOSSEXUAIS E OS CONFLITOS EM ASSUMIR PUBLICAMENTE A

ORIENTAÇÃO SEXUAL: UMA ANÁLISE DE DISCURSO

Jeyslane Magalhães da Silva¹, Leonardo Santos de Oliveira2, Raiana dos Anjos Carvalho³, Joanna Mendonça Carvalho 4, Anísia Dias Neta5
1
Estudante do curso Técnico em Agropecuária na modalidade integrado ao ensino médio no IF Baiano, campus Catu. E-mail:
jeyslane1@hotmail.com 2Estudante do curso Técnico em Alimentos Integrado ao Ensino Médio do IF Baiano, campus Catu. E-mail:
eco.leo@hotmail.com,³ Estudante do curso Técnico em Agropecuária na modalidade integrado ao ensino médio no IF Baiano, campus Catu. E-
mail: raiana.123@hotmail.com 4Orientadora/Professora de Sociologia do IF Baiano, Campus Catu. Mestre em Antropologia Social. E-mail:
joanna.carvalho@catu.ifbaiano.edu.br 5Co-orientadora/Professora do IF Baiano, Campus Catu. Especialista em Filosofia Contemporânea. E-
mail: anisia.dias@catu.ifbaiano.edu.br
PALAVRAS-CHAVE: Adolescentes. Orientação Sexual. Homofobia.

[Digite texto]
 Introdução
A sexualidade é vista como um assunto privado, algo do qual
não se pode falar publicamente, que é íntimo e reservado,
presente, no máximo, entre um grupo pequeno de amigos.
Viver plenamente a sexualidade no contexto sociocultural
ocidental, sobretudo até meados do século passado com os
primórdios do movimento beatnik e movimento hippie, em
princípio, era uma prerrogativa da vida adulta, a ser partilhada
apenas com o sexo oposto. Assim, a educação dos adolescentes
é voltada para uma preparação para viver a sexualidade
futuramente. Nos estudos de LOURO (2010) sobre sexualidade
e comportamento, aprendemos que essa educação é exatamente
um modelo heteronormativo, o qual educam as crianças e
adolescentes para uma vida dentro de padrões estabelecidos.
Assim, assumir uma orientação sexual divergente destes
padrões torna-se uma tensão, uma questão a ser enfrentada, a
ser vencida. Em se tratando de adolescentes, a questão torna-se
ainda mais emblemática, pois é uma fase de transição e
conflitos que contribuem para aumentar os obstáculos a serem
enfrentados. Adolescentes que resolvem assumir a sua
orientação sexual, ainda vivem uma realidade de preconceito
existente na nossa sociedade. Mesmo com leis que punem
preconceitos e crimes contra a homofobia, eles ainda são
bastante frequentes em nossa sociedade brasileira, chegando a
altíssimos índices. Dentre a divisão destes índices por estado, a
Bahia ficou em primeiro lugar, o que mostra como a
homofobia faz vítimas de diversos tipos, desde homossexuais
que sofrem agressões e muitas vezes tão violentas que levam à
morte, até pais que agridem os filhos de forma verbal,
psicológica ou física por serem homossexuais. O preconceito
homofóbico é tão violento que vitimiza até heterossexuais que
externam alguma afetividade com outra pessoa do mesmo
sexo. Essa situação é mais agravante quando se trata de
adolescentes, pois os pais e a sociedade costumam agir de
forma a normatizá-los e educa-los conforme padrões que não
acolhem suas orientações sexuais ou suas expressões da
sexualidade. Diante desta triste realidade, torna-se fundamental
analisar os processos e as dificuldades pelos quais adolescentes
homossexuais passam. É necessário que haja a quebra de
paradigmas postos pela sociedade para que homossexuais
possam ter direitos igualitários, possam trabalhar e caminhar
normalmente sem sofrer preconceitos. Para pensar essas
questões, analisaremos discursos de adolescentes
homossexuais de escolas do ensino médio do município baiano
de Catu, que querem assumir sua orientação sexual para a
família e sociedade, observando dilemas que estes encontram
nesse processo de ir contra uma normatização da sexualidade,
que aprenderam tanto na família quanto na escola e na
sociedade em geral. Nossa pesquisa tem como objetivo
conhecer sobre a diversidade sexual, diálogo e acolhimento
[Digite texto]
familiar, bem como as discriminações e preconceitos referentes
à aceitação de adolescentes homossexuais assumidos e o
aceitamento dos mesmos na sociedade. Desta forma, estaremos
promovendo também um combate aos preconceitos acerca das
orientações homoafetivas para que o adolescente se sinta
protegido e possa se expressar com a família, tendo o seu apoio
para enfrentar os desafios aos quais estão expostos em nossa
sociedade.
Materiais e Métodos
A metodologia nessa pesquisa vai se dividir em seis etapas: 1-
Revisão de literatura; 2- Levantamento de contatos com
sujeitos que participarão da pesquisa; 3- Elaboração de
questões para realização de entrevistas semiestruturadas; 4-
Entrevistas com adolescentes homossexuais; 5- Levantamento,
Organização e Inventário dos dados e fontes; 6- Análise do
discurso, Interpretação e discussão dos resultados; 7- Redação
do relatório e de outros trabalhos científicos.
Resultados e Discussões
Até a presente etapa da pesquisa percebemos que a
homossexualidade é um assunto muito complexo por envolver
preconceitos sofridos por adolescentes que se assumem e
resolvem se declarar para a sociedade a sua orientação sexual.
Assim, espera-se que esse estudo desenvolva um melhor
entendimento dessas vivências presentes no cotidiano de
adolescentes homossexuais, e contribua para que estes
adolescentes possam enfrentar os problemas e melhorar a
convivência familiar e social, além de promover um combate
aos preconceitos acerca das orientações homoafetivas.
Conclusões e/ou Considerações Finais
Com base no material bibliográfico analisado, avaliamos que é
imprescindível haver diálogo e respeito na família acerca dos
assuntos pertinentes aos adolescentes, especialmente às
questões de sexualidade, bem como a compreensão e o apoio
da família para que a vivência dos adolescentes sobre suas
orientações sexuais seja saudável e fortalecida, a fim de ser
suporte e apoio para enfrentar as diversas situações as quais
que estão expostos fora do lar.
Referências
BOZON, M. Sociologia da sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2004.
CLEREGET, S. Adolescência: a crise necessária. Rio de Janeiro:
Rocco, 2004
LOURO, Guacira Lopes (Org.). O Corpo Educado: Pedagogias da
Sexualidade. 3ª. Edição. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.