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O que é o dom de línguas em Atos dos apóstolos

A NATUREZA PROFÉTICA E INSPIRADA DAS LÍNGUAS EM

ATOS 2:4

Prof. Moisés Bezerril

Atos 2:4 “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.

O livro de Atos tem sido muito utilizado pelos mais variados movimentos religiosos como
um livro normativo. De fato existem muitas verdades normativas em Atos para a igreja
moderna, mas esse não é o propósito primordial de Lucas, (At 1:1-2). O livro é, por natureza,
histórico, e deve ser interpretado observando-se esse detalhe muito mais do que qualquer
outro.

Em tratando-se da questão pentecostal moderna, sobre a natureza das línguas faladas


pelos pentecostais dos nossos dias, podemos dizer que, o movimento pentecostal dos dias
atuais pratica um tipo de língua que não corresponde ao fenômeno de Atos 2:4, pelas
seguintes razões:

1) As línguas de Atos 2 foi um fenômeno histórico com datas já previstas e profetizadas para
seu cumprimento.

A implicação dessa verdade é que, um evento que tem cumprimento atrelado a uma
promessa jamais poderá fornecer argumentos em prol de sua repetição. Ainda mais, não há
nenhuma outra promessa para a continuação do fenômeno na igreja, além da era apostólica
(Atos 2, 10, 19). Não há nenhum mandamento quanto a sua continuidade. É impressionante
como as línguas só ocorrem em Corinto em forma de uma anomalia que o apóstolo precisou
corrigir e desestimular os crentes de Corinto naquela prática; também de ensinou-lhes que em
pouco tempo aquele dom não teria mais lugar entre eles. Este meu argumento pode ser
provado pelo fato de que nas epístolas tardias de Paulo (I, II, Timóteo, Tito) Paulo ordena
Timóteo a se esmerar na leitura e estudo da Palavra escrita. Nada mais é dito sobre línguas e
profecia. As primeiras epístolas de Paulo (Tessalonicenses, e Coríntios) continham informações
sobre línguas (I Coríntios) e profecia (Tessalonicenses) porque pertenciam aos primórdios da
era apostólica ainda. Depois dos anos 70 esses dons parecem ter terminado na igreja. Não há
nenhuma indicação de que tais dons fossem algo comum em todas as igrejas. É importante
lembrar que as igrejas das páginas do Novo Testamento são todas da era apostólica. Não é
correto, portanto, interpretar qualquer dom de Corinto à luz do acontece hoje nas igrejas
moderna. Sendo assim, as línguas de Atos são um elemento puramente histórico.
2) A natureza do “falar em línguas” é a mesma natureza profética dos dias do Antigo
Testamento.

Ninguém questiona que os profetas do Antigo Testamento falaram inspirados por Deus.
Aqueles profetas eram considerados “a boca” de Deus. Na inauguração da nova aliança Deus
promete as mesmas credenciais da aliança do Antigo Testamento. Quando Pedro foi
interrogado sobre o que estava acontecendo no dia de Pentecostes, ele atribuiu o dom de
línguas ao profetismo do Antigo Testamento se utilizando da profecia de Joel 2:28-32. É
intrigante porque nessa profecia não há referência à línguas; mas Pedro na verdade, queria
dizer que naquele dia Deus estava inaugurando uma aliança com profetismo igual ao
profetismo do Antigo Testamento. Isso serviu para mostrar que a aliança ainda era a mesma
feita com o antigo Israel; que tinha valor profético porque era Deus falando e chamando quem
não era povo para ser povo seu. Como Deus falou nos dias da antiga aliança, assim ele também
falou na inauguração da nova aliança. Essa é a razão porque Lucas emprega a expressão
“conforme o Espírito concedia que falassem” em Atos 2:4. É interessante notar que quem fala
no Antigo Testamento é Deus por meio de seus profetas, e quem fala no Novo Testamento é o
Espírito por meio dos apóstolos e profetas. Isto foi profetizado pelo próprio Jesus em João
16:13, o Espírito falará tudo.

No texto grego de Atos 2:4 há o emprego de dois termos para o verbo “falar”: “passaram
a falar (lalein), noutras línguas segundo o Espírito lhes concedia que falassem (apofqeggesqai).
Alguns têm advogado que não há diferença entre estes termos, e que os mesmos são
sinônimos, podendo ser traduzidos apenas por “falar”, mas, a verdade é que a intenção de
Lucas não é esta, levando em conta que o evangelista só emprega o termo apofqeggesqai no
livro de Atos para os sermões inspirados de Pedro e Paulo, quando esses dois apóstolos são
tomados pelo Espírito para profetizar a revelação de Deus ao mundo gentílico, (At 2:14; 26:25).
Além do mais, fora de Atos, o termo não é encontrado em outra literatura bíblica; este termo
foi emprestado da literatura pagã, o qual era empregado para referir-se à fala dos deuses, ou
oráculos das divindades. Este termo era empregado quando se entendia que um deus estava
falando por meio de um profeta. Assim, o termo passou a ser empregado no Novo Testamento
com o significado de “falar oráculos divinos”, “falar inspiradamente”. A ênfase oracular do
termo pode ser notada em Lucas por três simples razões: a) ele emprega propositadamente
dois verbos diferentes para “falar”, quando deveria usar apenas um se não quisesse fazer
distinção de significados; b) emprega o mesmo termo para os sermões proféticos inspirados de
Pedro e Paulo; c) aplica o verbo lalein para homens, e apofqeggesqai para o Espírito.
Percebendo estes detalhes, pode-se entender que, em Atos 2:4, Lucas atribui aos homens o
falar mecânico, como puro ato de falar; e atribui a fala do Espírito como “oráculos”, ou
“profecia inspirada”.

Uma regra básica para qualquer definição das línguas é aceitar o fato de que nas línguas
de Atos 2 quem fala é o Espírito. Não há qualquer indicação no Novo Testamento que o dom
de línguas não seja o mover do Espírito de Deus para trazer revelação, profecia, conhecimento,
e ensino para a igreja apostólica antes da formação do corpo doutrinário escriturado no Novo
Testamento, (I Co 14:6). Isso significa que o conhecimento quer temos hoje das doutrinas do
Novo Testamento de maneira inspirada e autoritativa, aqueles irmãos da era apostólica o
tinham por meio das línguas, de maneira inspirada e autoritativa porque era o Espírito quem
lhes falava. O Espírito de Deus só fala inspiradamente, e o que ele fala vira Bíblia.

3) O conteúdo das línguas corresponde ao mesmo conteúdo profético nos moldes do Antigo
Testamento.

A principal razão para Lucas atribuir o verbo a)pofqeggesqai ao Espírito é a sua concepção
de que nas línguas o homem apenas transmite (lalein) aquilo que o Espírito fala,
(apofqeggesqai). Uma boa indicação desta verdade é o fato de Lucas usar a velha fórmula
profética do Antigo Testamento, “falou o Espírito por meio de”, o que pode ser
incontestavelmente percebido na expressão grega kaqwV to pneuma edidou apofqeggesqai. A
palavrinha mais importante desta expressão é kaqwV (“conforme”). Este advérbio é usado
para indicar como causa ou razão o que vem depois dele. Assim, kaqwV to pneuma é uma
expressão para indicar que o Espírito é a causa da “fala”. Era exatamente isto o que acontecia
com os profetas inspirados do Antigo e Novo Testamento: eles eram tomados pelo Espírito
apenas como porta-vozes, pois quem de fato falava era o Espírito,( veja I Pedro 1:21). Essa é a
única razão pela qual Lucas emprega dois verbos distintos para o termo “falar” em Atos 2:4.
Conclui-se com isso, pois, que os discípulos não falaram em línguas o que quiseram, mas
falaram o que o Espírito dava edidou para eles falarem. Isto significa que os discípulos não
falaram “influenciados pelo Espírito”, ou “no Espírito”, mas foram canais proféticos da “fala do
Espírito”.

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