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A SUA FE
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Jardim do Eden?
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Jonas profetiza:
c. 844 AEC ´
˜ Jose se casa com Maria: 2 AEC
Abraao morre: 1843 AEC ´ `
Elias profetiza: depois de 940 AEC Maria da a luz Jesus: 2 AEC
Sem morre: 1868 AEC ´ ´
ate antes de 905 AEC Marta e mencionada no
´
´ ´ relato bıblico: 29-33 EC
Rute se casa com Boaz: c. seculo 14 AEC Abigail se casa com Davi: Ester e mencionada no relato
´ ´ ´ ´ ´ ´ ´ ´
(inıcio do perıodo dos juızes) inıcio do seculo 11 AEC bıblico: de 493 AEC ate c. 475 AEC Pedro se torna apostolo: 31 EC
Ana nasce: Samuel nasce:
´ ´ ´
final do seculo 13 AEC inıcio do seculo 12 AEC
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Elias profetiza: depois de 940 AEC Maria da a luz Jesus: 2 AEC
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ate antes de 905 AEC Marta e mencionada no
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Rute se casa com Boaz: c. seculo 14 AEC Abigail se casa com Davi: Ester e mencionada no relato
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(inıcio do perıodo dos juızes) inıcio do seculo 11 AEC bıblico: de 493 AEC ate c. 475 AEC Pedro se torna apostolo: 31 EC
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IMITE A SUA FÉ
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˜ ˜
Queridos irmaos e irmas:
´ ˜ ´
Logo no primeiro numero, a ediçao para o publico de A Sentinela, de
´ ´
1.° de janeiro de 2008, deu inıcio a uma fascinante serie de artigos inti-
´ ˜
tulada “Imite a Sua Fe”. Desde entao, tem sido muito bom receber um
´ ˆ
novo artigo dessa serie a cada tres meses!
˜
Qual tem sido a reaçao dos leitores? Depois de ler o artigo sobre Marta,
uma leitora escreveu: “Ri sozinha quando li o artigo, porque sou exata-
mente como ela — sempre gosto de receber bem os outros e de estar
`
ocupada, mas as vezes esqueço que preciso parar e aproveitar a com-
` ˜
panhia dos amigos.” Uma adolescente chegou a seguinte conclusao
´
interessante sobre a historia de Ester: “Entendi que podemos ficar ob-
´
cecados com roupas e a ultima moda. Devemos nos arrumar bem, mas
´ ´
sem passar dos limites.” Ela tambem disse: “O que importa para Jeova
´ ´ ˜ ´
e o que somos no ıntimo.” Uma irma reagiu de modo entusiastico a um
artigo sobre Pedro. Ela disse: “Fiquei totalmente envolvida na leitura.
´
Parecia que eu estava la! Usei os sentidos para imaginar o que os rela-
tos apenas mencionam por alto.”
Esses leitores — e muitos outros que escreveram para mostrar seu
´ ´
apreço por essa serie — confirmam o que o apostolo Paulo escreveu
´
muito tempo atras: “Todas as coisas escritas outrora foram escritas para
˜ ´
a nossa instruçao.” (Rom. 15:4) De fato, Jeova incluiu essas narrativas
´ ˜ ´ ˜ ´
na Bıblia para nos ensinar valiosas liçoes. Todos nos, nao importa ha
quantos anos conheçamos a verdade, podemos aprender delas.
˜ ´
Leia este livro assim que puder. Use-o na sua adoraçao em famılia
˜
— as crianças vao amar! Quando este livro for considerado no Estudo
´ ˜ ˜ ˜
Bıblico de Congregaçao, nao perca nenhum estudo! Nao tenha pressa;
˜ ˜
leia-o com atençao. Use sua imaginaçao e seus sentidos. Tente sentir o
que os personagens sentiram, ver o que eles viram. Compare o que
˜ ˆ
eles fizeram em determinada situaçao com o que voce provavelmente
teria feito.
´ ´ ˆ
E um grande prazer tornar este livro disponıvel. Que ele seja uma ben-
˜ ˆ ´
çao para voce e sua famılia. Com muito amor e carinho,
´ ˆ
‘Sejam imitadores daqueles que pela fe e pela paciencia
herdam as promessas.’ — HEBREUS 6:12.
´
“ELE fala sobre personagens bıblicos como amizades como essas. (Atos 24:15) Mas
se fossem seus velhos amigos.” Foi isso o mesmo hoje podemos nos beneficiar de
˜ ´
que uma irma disse depois de ouvir o dis- aprender sobre os homens e mulheres de fe
´ ´
curso de um superintendente viajante idoso. mencionados na Bıblia. Como? O apostolo
˜ Paulo responde: ‘Sejam imitadores daqueles
E com bons motivos, pois o irmao tinha pas-
´ ´ ˆ
sado decadas estudando a Palavra de Deus e que pela fe e pela paciencia herdam as pro-
ensinando sobre ela — tanto que os homens messas.’ (Heb. 6:12) Antes de começar a
´ ´ ´
e mulheres de fe mencionados na Bıblia real- estudar sobre homens e mulheres de fe, con-
mente pareciam seus velhos amigos. sideremos algumas perguntas que surgem
2 Nao˜ quando lemos as palavras de Paulo: O que
acha que muitos desses persona-
´ ´ ´ ´
gens bıblicos seriam otimos amigos para e fe, e por que precisamos dela? Como po-
´ ˜ ˜ ˆ ´
nos? Eles sao tao reais assim para voce? Ima- demos imitar pessoas fieis do passado?
gine como seria andar e conversar com eles, ´ ´
O que e fe e por que precisamos dela
passar tempo conhecendo homens e mulhe- 4 A fe´ e´ uma qualidade atraente. Todos
´ ˜
res como Noe, Abraao, Rute, Elias e Ester.
ˆ os homens e mulheres sobre os quais estu-
Pense na influencia que eles teriam em sua
daremos neste livro davam muito valor a
vida — os valiosos conselhos e encorajamen- ˜
´ essa qualidade. Muitas pessoas hoje nao
to que poderiam lhe dar! — Leia Proverbios ˜ ` ´
dao valor a fe, achando que ela envolve
13:20. acreditar em algo sem ter nenhuma prova
´ ´ ˜
3 E claro que, na epoca da ‘ressurreiçao ˆ ˜
´ ´ real ou evidencia. Mas elas estao enganadas.
dos justos’, sera realmente possıvel ter boas ´ ˜ ´ ˜ ´
A fe nao e credulidade; nao e um simples
´
1, 2. Como um superintendente viajante encarava sentimento; e mais do que crer em algo.
´ ´ ´
fieis personagens bıblicos, e por que esses seriam A credulidade e perigosa. Um simples senti-
´ ´
otimos amigos para nos? ´
mento pode aparecer e desaparecer; e ate
3. (a) Como podemos nos beneficiar de aprender
´ ´
sobre os homens e mulheres de fe mencionados 4. Como muitas pessoas encaram a fe, e por que
´ ˜
na Bıblia? (b) Que perguntas vamos considerar? estao enganadas?
4
˜ ´ ´ ´ ˜ ´
mesmo crer que Deus existe nao e suficien- zer e que o documento e tao confiavel do
ˆ ´
te, pois “os demonios creem e estremecem”. ponto de vista jurıdico que, em certo senti-
´ ´
— Tia. 2:19. do, ele e a propria casa. De modo similar, a
5 A verdadeira fe´ e´ muito superior a essas ˆ ´ ´ ˜
evidencia que nos faz ter fe e tao convincen-
´ ˜ `
coisas. Lembre-se de como a Bıblia a define. te, tao forte, que pode ser equivalente a
´ ´ ´
(Leia Hebreus 11:1.) Paulo disse que a fe propria fe.
envolve duas coisas que nao podemos ver.
˜ 7 Assim, a verdadeira fe´ envolve uma
˜ ˜
Primeiro, ela envolve realidades “nao obser- confiança bem alicerçada e uma convicçao
´ ˜ ´
vadas”. Nossos olhos fısicos nao podem ver inabalavel que se concentra unicamente em
´ ´ ´ ˆ
as realidades do domınio espiritual — como Jeova Deus. A fe nos faz ve-lo como nosso
´ ´
Jeova Deus, seu Filho ou o Reino que ja go- Pai amoroso e confiar que todas as suas pro-
´ ´ ˜
verna no ceu. Segundo, a fe envolve “coisas messas com certeza se cumprirao. Mas a
˜ ´
esperadas” — acontecimentos que ainda nao verdadeira fe envolve mais. Assim como algo
˜ vivo, precisa ser alimentada para sobreviver.
ocorreram. Atualmente, nao podemos ver o
´ ˜ ˜
novo mundo que o Reino de Deus trara em Precisa ser expressa em açoes, senao morre-
˜ ´ ´
breve. Entao, sera que isso significa que nos- ra. — Tia. 2:26.
´
sa fe nessas realidades e nas coisas que 8 Por que a fe´ e´ tao ˜
importante? Paulo deu
˜ uma resposta que nos motiva. (Leia Hebreus
esperamos nao tem base?
˜ ´ ˜
6 De forma alguma! Paulo explicou que a 11:6.) Se nao tivermos fe, nao podemos nos
´ ´ ´ ´
verdadeira fe tem base solida. Quando ele aproximar de Jeova nem agrada-lo. Portan-
´ ´ ´ ´
disse que a fe e “a expectativa certa”, ele to, a fe e essencial para cumprirmos o mais
˜ ´ elevado e nobre objetivo de toda criatura in-
usou uma expressao que tambem pode ser
´ teligente: achegar-se ao nosso Pai celestial,
traduzida “tıtulo de propriedade”. Imagine
´ ´ ´
que alguem resolva lhe dar uma casa. Talvez Jeova, e glorifica-lo.
ele lhe entregue a escritura da propriedade 9 Jeova´ sabe o quanto precisamos de fe, ´
´ ´
e diga: “Aqui esta a sua casa nova.” E claro por isso ele fornece exemplos para nos en-
˜ ˆ ´
que ele nao quer dizer que voce vai morar sinar a desenvolver e demonstrar fe. Ele
naquele pedaço de papel; o que ele quer di- ´ ´
7. O que esta envolvido na verdadeira fe?
´ ˜ ´ ´ ˜
5, 6. (a) Nossa fe envolve que duas coisas que nao 8. Por que a fe e tao importante?
´ ´
podemos ver? (b) Ate que ponto a base para nos- 9. Como Jeova mostra que sabe da nossa necessi-
´ ´ ´
sa fe deve ser solida? Ilustre. dade de fe?
5
˜
abençoa a congregaçao com o exemplo de os cheiros. Mais importante, tente discernir
´ `
homens fieis que tomam a dianteira. Sua Pa- os sentimentos das pessoas. A medida que
´ ˜ ˆ
lavra diz: “Imitai a sua fe.” (Heb. 13:7) E nao voce se identificar com esses homens e mu-
´ ´ ´ ˜
e so isso. Paulo escreveu sobre uma “grande lheres de fe, eles se tornarao mais reais, mais
nuvem de testemunhas”, homens e mulhe- ˆ ´
achegados a voce — alguns talvez ate se tor-
res do passado que deixaram excelentes nem como bons e velhos amigos.
´ 11 Quando voceˆ realmente conhecer essas
exemplos de fe. (Heb. 12:1) A lista que Paulo
´ ´ ´
forneceu em Hebreus capıtulo 11 certamen- pessoas de fe, vai querer imita-las. Por exem-
˜ ´ ´
te nao inclui todos os servos fieis de Jeova. plo, imagine que tenha recebido uma nova
´ ˆ ´ ˜ ˜
A Bıblia contem muitas historias verdadeiras designaçao. Por meio da organizaçao de
sobre homens e mulheres, jovens e idosos, ´ ˆ ´
Jeova, voce e convidado a expandir o seu
˜ ´
de todas as formaçoes, que demonstraram ministerio de alguma forma. Talvez receba
´ ˆ ´
fe durante toda a vida e que tem muito a um convite para se mudar para um territorio
nos ensinar nestes dias em que a maioria ´
˜ ´ onde ha necessidade de mais pregadores,
das pessoas nao tem fe. ou talvez seja convidado a experimentar
´ ˆ ˜
Como podemos imitar a fe de outros? alguma modalidade com a qual voce nao
´ ˜ `
10 Voceˆ so´ pode imitar alguem ´
se antes esta acostumado ou nao se sente a vontade.
´ ` ˜
observa-lo atentamente. Ao ler este livro, A medida que pensa na designaçao e ora
ˆ ´ sobre o assunto, meditar no exemplo de
voce notara que foi feita muita pesquisa
´ ˜
para ajuda-lo a “observar” esses homens Abraao pode ser de ajuda. Ele e Sara esta-
´ ˆ ˜ ˜
e mulheres de fe. Por que voce nao faz o vam dispostos a abrir mao dos confortos de
mesmo e pesquisa mais sobre eles? Use as Ur e foram muito abençoados. Ao imitar o
` ˜ ˆ ´
ferramentas de pesquisa a sua disposiçao exemplo deles, voce com certeza sentira que
para se aprofundar no seu estudo pessoal agora os conhece melhor do que antes.
´ 12 E se alguem ´
da Bıblia. Ao meditar no que estuda, tente achegado o tratar mal e
´ ˆ ˆ ´
visualizar os cenarios e as circunstancias. voce ficar desanimado — ate mesmo que-
` ˜
Tente ver os lugares, ouvir os sons e sentir rendo ficar em casa em vez de ir as reunioes?
ˆ
10. Como nosso estudo pessoal pode nos ajudar 11, 12. (a) Como voce pode se sentir mais ache-
´ ˜ ˆ
a imitar os homens e mulheres de fe mencionados gado a Abraao e Sara? (b) Como voce pode se
´
na Bıblia? beneficiar do exemplo de Ana, Elias e Samuel?
6
˜
I N T R O D U Ç A O
´
Meditar no exemplo de Ana e em como ela de Ana ajudou Maria a desenvolver fe, de
ˆ
foi bem-sucedida em lidar com a maldade modo que ela pode fazer um bom nome
´ ˜ ´
de Penina o ajudara a tomar a decisao certa perante Jeova Deus.
´ ´ 14 O objetivo deste livro e´ ajuda-lo´
e tambem fara com que Ana pareça ser sua a forta-
ˆ ´ ´ ˜
boa amiga. Da mesma maneira, se voce ficar lecer sua fe. Os capıtulos a seguir sao uma
desanimado por causa de sentimentos de ˜ ´
compilaçao de artigos da serie “Imite a Sua
inutilidade, talvez se achegue mais a Elias ao ´
Fe”, publicados em A Sentinela entre 2008
˜ ´ ´
estudar sobre sua situaçao aflitiva e o modo e 2013. Mas ha alguns acrescimos. Foram
´ ´ ˜
como Jeova o consolou. E os jovens que so- incluıdas perguntas para consideraçao e
˜ ˜
frem muitas pressoes de colegas de escola aplicaçao. Muitas gravuras coloridas e
imorais talvez se sintam achegados a Samuel cheias de detalhes foram criadas especial-
depois de estudar como ele lidou com o ´
mente para este livro, e as que ja existiam
´
mau exemplo dos filhos de Eli no taberna- foram ampliadas e aprimoradas. Foram in-
culo. ´ ´
cluıdos outros recursos uteis, como uma
13 Sera´ que imitar a fe´ desses persona- ´ ´
linha do tempo e mapas. Imite a Sua Fe e
´ ˆ
gens bıblicos faz com que voce seja uma uma ferramenta preparada para estudo pes-
˜ ´
simples imitaçao ou diminui o seu valor soal, familiar e congregacional. Alem disso,
como pessoa? De modo algum! Lembre-se ´
muitas famılias talvez gostem de simples-
´ ´
que a Palavra de Jeova nos incentiva a imitar mente ler as historias em voz alta.
´ 15 Que este livro o ajude a imitar a fe´ de
pessoas de fe. (1 Cor. 4:16; 11:1; 2 Tes.
´ ´
3:7, 9) Alem disso, alguns dos personagens servos leais de Jeova do passado. E que o
´ ´
que estudaremos neste livro tambem imita- ajude a aumentar a sua fe e a se achegar
´ ´
ram pessoas de fe que viveram antes deles. mais ao seu Pai celestial, Jeova!
´
Por exemplo, no Capıtulo 17 vemos que Ma- ˜
14, 15. Quais sao alguns recursos deste livro,
ria provavelmente citou as palavras de Ana, e como podemos fazer bom uso dele?
deixando claro que ela a considerava um
´ ´
exemplo. Sera que isso significa que a fe de
˜ ˜ ˜
Maria nao era tao forte? Nao! O exemplo
´ ´ ´
13. Sera que imitar a fe de personagens bıblicos
diminui o seu valor como pessoa? Explique.
7
´
SUMARIO
´ ´
CAPITULO PAGINA
˜
Introduçao 4
1 ‘Embora morto, ele ainda fala’ ABEL 9
´
2 Ele “andou com o verdadeiro Deus” NOE 17
ˆ ´ ˜
3 O “pai de todos os que tem fe” ABRAAO 25
4 “Aonde quer que fores, irei eu” RUTE 33
5 “Uma mulher de bem” RUTE 42
˜
6 Ela abriu seu coraçao a Deus ANA 51
´
7 Ele “continuava a crescer com Jeova” SAMUEL 59
8 Ele perseverou apesar de desapontamentos SAMUEL 67
˜
9 Ela agiu com discriçao ABIGAIL 76
˜
10 Ele defendeu a adoraçao pura ELIAS 84
11 Ele observou e esperou ELIAS 92
12 Ele foi consolado pelo seu Deus ELIAS 99
13 Ele aprendeu de seus erros JONAS 108
˜ ´
14 Ele aprendeu uma liçao de misericordia JONAS 116
15 Ela defendeu o povo de Deus ESTER 125
˜
16 Ela agiu com sabedoria, coragem e abnegaçao ESTER 135
´
17 “Eis a escrava de Jeova!” MARIA 145
˜ ˜
18 Ela tirou “conclusoes no seu coraçao” MARIA 153
´
19 Ele foi protetor, provisor e perseverou fielmente JOSE 162
20 ‘Eu acredito’ MARTA 172
´
21 Ele lutou contra o medo e a duvida PEDRO 180
˜
22 Ele foi leal ao enfrentar provaçoes PEDRO 188
23 Ele aprendeu a ser perdoador com o seu Mestre PEDRO 196
˜
Conclusao 206
´
CAPITULO UM
‘Embora morto,
ele ainda fala’
ABEL observava suas ovelhas, que pastavam calmamente na encos-
˜
ta de um morro. Entao, olhou para longe e viu um brilho suave.
´
Ele sabia que la naquele lugar havia uma espada de fogo girando o
´ ´
tempo todo, bloqueando a entrada do jardim do Eden. Seus pais ja
´
tinham morado naquele paraıso, mas nem eles nem seus filhos po-
´
diam entrar la agora. Imagine a brisa do fim de tarde agitando o
cabelo de Abel enquanto ele olhava para cima e pensava no Cria-
´
dor. Sera que algum dia a humanidade voltaria a ter uma boa rela-
˜
çao com Deus? Isso era o que Abel mais queria.
2 Abel fala com voceˆ hoje. Consegue ouvi-lo? Voceˆ talvez diga
´ ´ ˜
que isso e impossıvel. Afinal, esse segundo filho de Adao morreu
´ ´
muito tempo atras. Ja faz aproximadamente 6 mil anos que seus
´ ´
restos mortais se transformaram em po. E a Bıblia ensina que os
˜ ˜ ˆ
mortos “nao estao conscios de absolutamente nada”. (Ecl. 9:5, 10)
´ ´
Alem disso, nada que Abel tenha dito foi registrado na Bıblia. En-
˜ ´
tao como e que ele fala conosco?
3 O apostolo´ ´
Paulo foi inspirado a dizer: “Por intermedio dela,
embora morto, [Abel] ainda fala.” (Leia Hebreus 11:4.) Por meio
´
do que Abel fala? Por meio da fe. Abel foi o primeiro humano a de-
˜
senvolver essa bela qualidade. E ele a demonstrou de modo tao no-
´
tavel que seu exemplo continua vivo, um modelo excelente para
´ ´
seguirmos. Se aprendermos de sua fe e nos esforçarmos para imita-
´ ´
la, o relato sobre Abel falara conosco de maneira vıvida e motivadora.
4 Mas, ja´ que a Bıblia ´ ˜
fala tao pouco sobre Abel, o que pode-
´
mos aprender dele e de sua fe? Vejamos.
´ ˜
Ele cresceu na epoca da “fundaçao do mundo”
5 ´ ´
Abel nasceu no inıcio da historia da humanidade. Jesus mais
´ ˜ ´
1. O que impedia que a famılia de Adao e Eva entrasse no jardim do Eden, e o
que Abel mais queria?
2-4. Em que sentido Abel fala conosco hoje?
˜
5. O que Jesus queria dizer quando associou Abel com “a fundaçao do mun-
´
do”? (Veja tambem a nota.)
9
Durante toda a
sua vida, Abel ˜
ˆ tarde associou Abel com “a fundaçao do mundo”. (Leia Lucas
pode ver que os
querubins eram
´
11:50, 51.) Pelo visto, Jesus se referia ao mundo de pessoas que
fieis e obedientes podiam ser resgatadas do pecado. Embora Abel tenha sido o quar-
´
servos de Jeova
to humano a existir, tudo indica que ele foi o primeiro a ser enca-
˜
rado por Deus como merecedor do resgate.1 Com certeza, Abel nao
ˆ
cresceu tendo a melhor das influencias.
´
6 A famılia ´
humana ainda estava no inıcio, mas um manto de
´ ´ ˜
tristeza pairava sobre ela. E provavel que Adao e Eva, os pais de
Abel, fossem belos e cheios de vida. No entanto, eles tinham co-
´
metido um grande erro, e sabiam disso. No inıcio, eles eram per-
feitos e tinham a perspectiva de viver para sempre. Mas se rebela-
´ ´
ram contra Jeova Deus e foram expulsos de seu lar paradısico no
´ ´ `
jardim do Eden. Por colocar seus proprios desejos a frente de tudo
´
— ate mesmo das necessidades de seus descendentes —, eles perde-
˜ ˆ
ram a perfeiçao e a vida eterna. — Gen. 2:15–3:24.
˜
7 A vida fora daquele jardim nao era nada facil ´ ˜
para Adao e Eva.
˜
Mas entao algo aconteceu. Quando seu primeiro filho nasceu, eles
lhe deram o nome de Caim, que significa “algo produzido”, e Eva
´ ´
disse: “Produzi um homem com o auxılio de Jeova.” Suas palavras
´
indicam que ela talvez estivesse pensando na promessa que Jeova
˜ ˜
1 A expressao “a fundaçao do mundo” passa a ideia de lançar sementes, ou ter filhos,
de modo que ela tem a ver com os primeiros descendentes humanos. Mas por que
˜ ˜
Jesus relacionou Abel com “a fundaçao do mundo” e nao Caim, que foi o primeiro
˜ ˜
descendente humano? As decisoes e açoes de Caim foram encaradas como uma re-
˜ ´ ˜ ´
beliao deliberada contra Jeova Deus. Parece que, assim como seus pais, Caim nao tera
` ˜
direito a ressurreiçao nem ao resgate.
12
‘EMBORA MORTO, ELE AINDA FALA’
´ ˜
turas inteligentes na Terra naquela epoca. Quando Adao e Eva foram
´
expulsos do jardim, Jeova se certificou de que nem eles nem seus
` ´
descendentes tivessem acesso aquele paraıso terrestre. Para guardar
´
a entrada, Jeova colocou anjos de elevada categoria, chamados que-
rubins, e uma espada de fogo que girava continuamente. — Leia
ˆ
Genesis 3:24.
17 Quando Abel era menino, imagine o que significava para ele
˜
Por observar a criaçao, Abel
encontrou um forte motivo
´
para ter fe num Criador amoroso
´
IMITE A SUA FE ABEL
´ ˜
em Jeova, nao importa o que seus familiares façam. Hoje temos as
˜ ` ´ `
maravilhas da criaçao a nossa volta, a Bıblia inteira a nossa dispo-
˜ ´
siçao e o exemplo de muitas pessoas de fe para imitar. Desse modo,
´
temos ajuda de sobra para desenvolver fe.
´
Por que o sacrifıcio de Abel foi considerado melhor
19 ´ ´
A fe que Abel tinha em Jeova ficou cada vez mais forte, e ele
´
começou a pensar num modo de expressar essa fe. Mas´ o que um
simples humano poderia dar ao Criador do Universo? E claro que
˜
Deus nao precisava de nenhum presente nem da ajuda de huma-
nos. Com o tempo, Abel entendeu uma verdade muito importan-
˜ ´
te: se ele, com a motivaçao correta, oferecesse a Jeova o que tinha
de melhor, seu amoroso Pai se agradaria disso.
20 Abel se preparou para oferecer algumas ovelhas de seu reba-
´
nho. Ele escolheu as melhores, as primıcias, e o que pareciam ser
´ ˆ ˜
os melhores pedaços. Caim tambem buscou a bençao e o favor de
´
Deus por se preparar para oferecer alguns de seus produtos agrıco-
˜ ˜
las. Mas sua motivaçao nao era como a de Abel. A diferença ficou
evidente quando eles apresentaram suas ofertas.
21 Os dois filhos de Adao ˜
devem ter usado altares e fogo para
` ´
fazer suas ofertas, talvez a vista dos querubins, que na epoca eram
´ ´ ˜
os unicos representantes de Jeova na Terra. Qual foi a reaçao de
´ ´
Jeova? O relato diz: “Jeova olhava com favor para Abel e para sua
ˆ ´ ˜
oferenda.” (Gen. 4:4) A Bıblia nao diz como Deus mostrou sua apro-
˜
vaçao.
22 Por que Deus aceitou o sacrifıcio ´ ˜
de Abel e nao o de Caim?
Foi por causa da oferta em si? Abel de fato ofereceu uma criatura
´
viva, derramando seu sangue precioso. Sera que ele sabia que um
´ ´
sacrifıcio assim seria muito valioso? Seculos depois, Deus usou o
´ ´
sacrifıcio de um cordeiro sem defeito para representar o sacrifıcio
´
de seu proprio Filho perfeito, “o Cordeiro ˆ de Deus”, que teria seu
˜
sangue inocente derramado. (Joao 1:29; Exo. 12:5-7) Mas Abel pro-
˜ ˜
vavelmente nao sabia ou nao entendia boa parte disso.
23 De uma coisa podemos ter certeza: Abel ofereceu o melhor
´ ˜ ´
que tinha. Jeova olhou com favor nao so para a oferta em si, mas
´
para quem a oferecia. Abel agiu motivado por amor a Jeova e ver-
´
dadeira fe nele.
24 Mas era diferente no caso de Caim. Jeova´ “nao ˜
olhava com
19. Com o tempo, que verdade importante Abel entendeu?
´ ˜
20, 21. Que ofertas Abel e Caim fizeram a Jeova, e qual foi a reaçao Dele?
´
22, 23. Por que Jeova olhou com favor para a oferta de Abel?
˜
24. (a) No caso de Caim, por que podemos dizer que o problema nao estava na
14 oferta em si? (b) Em que sentido Caim era como muitas pessoas hoje?
´ ´ ˜
Abel ofereceu seu sacrifıcio com fe; Caim, nao
´
IMITE A SUA FE ABEL
ˆ ˜
favor para Caim e para sua oferenda”. (Gen. 4:5) O problema nao
estava na oferta em si, pois a Lei de Deus mais tarde permitiu que
´
se oferecessem produtos da terra. (Lev. 6:14, 15) Mas a Bıblia diz
´ ´ ˜
sobre Caim: “Suas proprias obras eram inıquas.” (Leia 1 Joao 3:12.)
Como muitas pessoas hoje, Caim pelo visto achava que a mera apa-
ˆ ˜ ´
rencia de devoçao a Deus era suficiente. Sua falta de verdadeira fe
´ ˜
em Jeova e amor por ele logo ficou evidente em suas açoes.
˜
25 Quando Caim viu que nao tinha obtido o favor de Jeova, ´
´ ˜
sera que tentou aprender do exemplo de Abel? Nao. Ele ficou com
´ ˜ ´ ˜
muito odio de seu irmao. Jeova viu o que se passava no coraçao
de Caim e pacientemente procurou raciocinar com ele, avisando
´
que sua atitude o levaria a cometer um pecado grave. Tambem pro-
meteu a Caim que, se ele mudasse seu modo de agir, seria ‘enalte-
˜ ˆ
cido’, ou seja, receberia Sua aprovaçao. — Gen. 4:6, 7.
26 Caim ignorou o aviso de Deus. Ele se aproveitou da confian-
˜
ça que seu irmao mais novo tinha nele e o convidou para uma ca-
ˆ
minhada no campo. Ali, Caim atacou Abel e o matou. (Gen. 4:8)
´ ˜
Em certo sentido, Abel se tornou a primeira vıtima de perseguiçao
´ ´
religiosa, o primeiro martir. Ele havia morrido, mas sua historia es-
tava longe de terminar.
27 Em sentido simbolico, ´ ´
o sangue de Abel clamava a Jeova
Deus pedindo vingança, ou justiça. E Deus fez com que a justiça
ˆ
fosse feita ao punir o perverso Caim por seu crime. (Gen. 4:9-12)
´ ´
O mais importante e que o registro de fe de Abel ainda fala. Sua
vida — que talvez tenha durado uns cem
˜
anos — foi curta em comparaçao com a
´
ˆ de outros humanos daquela epoca, mas foi
PARA VOCE PENSAR . . . uma vida significativa. Ele morreu sabendo
˙ Como Abel fala conosco hoje? que tinha o amor e a aprovaçao de seu Pai
˜
˙ O que os pais podem aprender ´
celestial, Jeova. (Heb. 11:4) Por isso, pode-
dos erros dos pais de Abel? ´
mos ter certeza de que ele esta a salvo na
˙ Como as obras criativas de ´ ´
´
memoria ilimitada de Jeova, aguardando ser
Jeova, suas promessas e seus ´ ˜
ressuscitado num paraıso terrestre. (Joao
querubins talvez tenham ajuda- ˆ ´ ´ ˆ
´ 5:28, 29) E voce, estara la para conhece-lo?
do Abel a desenvolver fe? ˆ
ˆ Isso pode acontecer, se voce estiver decidi-
˙ De que maneiras voce ´ ´
´ do a escuta-lo e a imitar seu notavel exem-
pretende imitar a fe de Abel? ´
plo de fe.
´
25, 26. Que aviso Jeova deu a Caim, mas o que
ele fez?
27. (a) Por que podemos ter certeza de que Abel
´
sera ressuscitado? (b) O que precisamos fazer para
16 conhecer Abel um dia?
´
CAPITULO DOIS
17
´
Noe e sua esposa
tinham que proteger outro homem justo que andou com Deus. Enoque tinha predito
´
seus filhos de mas ´
ˆ
que um dia de julgamento estava para vir sobre os ımpios daque-
influencias ´
le mundo. Agora, nos dias de Noe, a maldade estava ainda pior. De
´
fato, do ponto de vista de Jeova, a Terra estava arruinada, pois ha-
ˆ ˆ
via muita violencia. (Gen. 5:22; 6:11; Judas 14, 15) O que aconte-
ceu para que as coisas piorassem tanto?
5 Uma terrıvel ´ ´
tragedia tinha acontecido entre os filhos espiri-
´ ´
tuais de Deus, os anjos. Um deles ja tinha se rebelado contra Jeova,
´ ˜
tornando-se Satanas, o Diabo, por caluniar a Deus e induzir Adao
´
e Eva ao pecado. Nos dias de Noe, outros anjos começaram a se re-
´ ˜
belar contra o governo justo de Jeova. Abandonando a posiçao que
´
Deus lhes tinha dado no ceu, vieram para a Terra, assumiram for-
ma humana e se casaram com belas mulheres. Aqueles anjos orgu-
´ ˆ
lhosos, egoıstas e rebeldes eram uma influencia maligna entre os
ˆ
humanos. — Gen. 6:1, 2; Judas 6, 7.
´
6 Alem ˜
disso, a uniao desnatural entre anjos materializados e
´ ´
mulheres produziu filhos hıbridos de tamanho e força extraordina-
´
rios. A Bıblia os chama de nefilins, que literalmente significa “der-
rubadores” — os que fazem outros cair. Os nefilins, que eram inti-
´
midadores crueis, fizeram a maldade na Terra se tornar ainda pior.
˜ ´
Nao e de admirar que, do ponto de vista do Criador, “a maldade
˜
do homem era abundante na terra e que toda inclinaçao dos pen-
˜ ´ ´ ´
samentos do seu coraçao era so ma, todo o tempo”. Jeova decre-
´
tou que eliminaria aquela sociedade ımpia em 120 anos. — Leia
ˆ
Genesis 6:3-5.
ˆ ˜
6. Que influencia os nefilins tiveram sobre as condiçoes do mundo, e o que
´
18 Jeova decretou que faria?
ELE “ANDOU COM O VERDADEIRO DEUS”
7 ´ ´
Imagine como era difıcil cuidar de uma famılia num mundo
´ ´
assim! Mas foi isso o que Noe fez. Noe encontrou uma boa espo-
ˆ ˜
sa e, quando ele tinha 500 anos, ela teve tres filhos — Sem, Ca e
´ ´ ˆ
Jafe.1 Juntos, eles tinham que proteger seus filhos de mas influen-
cias. Meninos costumam admirar “homens de fama”, homens for-
´ ˜
tes — e os nefilins eram exatamente isso. Noe e sua esposa nao po-
´
diam proteger seus filhos de todas as historias sobre as façanhas
daqueles gigantes, mas podiam ensinar a atraente verdade sobre
´
Jeova Deus, aquele que odeia toda a maldade. Eles tinham que aju-
´
dar seus meninos a ver que Jeova se sentia magoado por causa da
ˆ ˜ ˆ
violencia e da rebeliao no mundo. — Gen. 6:6.
8 Os pais hoje podem entender muito bem Noe´ e sua esposa.
´ ´ ˆ
Atualmente, o mundo tambem esta contaminado pela violencia e
´ ˜
pelo espırito de rebeliao. Bandos de jovens rebeldes tomaram con-
´
ta de muitas cidades. Ate mesmo o entretenimento para crianças
´ ˆ ´
esta repleto de violencia. Pais sabios fazem tudo que podem para
ˆ
lutar contra essas influencias por ensinar seus filhos sobre o Deus
´ ´ ˆ
de paz, Jeov´ a, que um dia acabara com toda a violencia. (Sal. 11:5;
´ ´
37:10, 11) E possıvel ter bons resultados! Noe e sua esposa foram
bem-sucedidos. Seus filhos se tornaram homens bons e se casaram
´
com mulheres que tambem queriam colocar o verdadeiro Deus,
´
Jeova, em primeiro lugar na vida.
“Faze para ti uma arca”
9 ´ ´
Certo dia, a vida de Noe mudou para sempre. Jeova falou a
´
esse servo amado sobre seu proposito de destruir o mundo daque-
´
les dias. Deus ordenou a Noe: “Faze para ti uma arca da madeira
´ ˆ
duma arvore resinosa.” — Gen. 6:14.
˜
10 Essa arca nao ˜
era um navio, como alguns acham. Nao tinha
´
proa, popa, quilha nem leme. Era basicamente um grande bau, ou
´ ´ ˜
caixa. Jeova forneceu a Noe as dimensoes exatas da arca, alguns de-
˜
talhes sobre seu projeto e orientaçoes para revestir a arca de alca-
˜ ´
trao por dentro e por fora. E disse a Noe o motivo: “Eis que estou
´ ´ ´
trazendo o diluvio de aguas sobre a terra . . . Tudo o que ha na ter-
´ ´
ra expirara.” Mas Jeova fez o seguinte pacto, ou acordo formal, com
´ ´
Noe: “Teras de entrar na arca, tu e teus filhos, e tua esposa, e as
´ ´
1 No inıcio da historia humana, as pessoas viviam muito mais do que hoje. Parece
que sua longevidade se devia ao fato de viverem mais perto da vitalidade e da per-
˜ ˜
feiçao que Adao e Eva tinham perdido.
´
7. Que desafios Noe e sua esposa enfrentaram para proteger seus filhos das
´ ˆ
mas influencias de seus dias?
´ ´
8. Como pais sabios hoje podem imitar o exemplo de Noe e sua esposa?
´ ´ ´
9, 10. (a) Que ordem de Jeova mudou a vida de Noe? (b) O que Jeova disse
´
a Noe sobre o projeto e o objetivo da arca? 19
IMITE A SUA FÉ NOÉ
árvores para derrubar, toras para arrastar e vigas para cortar, mol-
dar e encaixar. A arca teria três pavimentos, ou conveses, vários
compartimentos e uma porta lateral. Também teria janelas no alto,
ao longo dos quatro lados, bem como um telhado de duas águas
com uma leve inclinação para que a água escorresse. — Gên. 6:14-16.
13 Conforme os anos passavam e a arca tomava forma, Noé
deve ter ficado muito feliz com o apoio de sua família. Havia ou-
tro aspecto do trabalho que pode ter sido ainda mais desafiador do
que construir a arca. A Bíblia diz que Noé era um “pregador da jus-
tiça”. (Leia 2 Pedro 2:5.) Assim, ele corajosamente tomou a lide-
rança em avisar aquela sociedade ímpia e perversa sobre a destrui-
ção que estava para acontecer. Qual foi a reação das pessoas? Mais
tarde, Jesus Cristo disse que as pessoas daquela época “não fizeram
caso”. Ele disse que elas estavam tão envolvidas com as coisas do
dia a dia, como comer, beber e casar, que não deram nenhuma
atenção a Noé. (Mat. 24:37-39) Sem dúvida, muitos zombaram dele
e de sua família; alguns talvez o tenham ameaçado e se oposto a
ele violentamente. Talvez tenham até mesmo tentado impedir a
construção da arca.
14 Mas Noé e sua família nunca desistiram. Apesar de viverem
´ ´
ter sido um perıodo de muita atividade para a famılia. Imagine o
trabalho de colocar e organizar na arca todos os animais, bem como
´ ´
alimento para eles e para a famılia, alem de levar os seus perten-
´ ˜ ´
ces para dentro. A esposa de Noe e as esposas de Sem, Ca e Jafe de-
vem ter ficado muito interessadas em fazer da arca um lugar con-
´
fortavel para morar.
21 E as outras pessoas? Elas “nao ˜
fizeram caso” — apesar de to-
ˆ ´ ´
das as evidencias de que Jeova estava abençoando Noe e seu traba-
˜
lho. Elas nao tinham como deixar de notar os animais entrando na
˜
arca. Mas a apatia delas nao nos deve surpreender. As pessoas hoje
´ ˜ ˆ
tambem nao fazem caso das esmagadoras evidencias de que esta-
´
mos vivendo nos ultimos dias deste sistema mundial. E como o
´
apostolo Pedro predisse, haveria ridicularizadores que zombariam
dos que acatam os avisos de Deus. (Leia 2 Pedro 3:3-6.) De modo
´ ´
similar, as pessoas com certeza zombaram de Noe e sua famılia.
22 Quando foi que a zombaria acabou? O relato diz que, quan-
´ ´ ´
do Noe, sua famılia e os animais estavam dentro da arca, “Jeova fe-
´
chou a porta atras dele”. Se alguns dos ridicularizadores estavam
´ ˜ ´
por perto, sem duvida essa açao divina os silenciou. Caso contra-
rio, a chuva fez isso — pois choveu mesmo! E continuou choven-
´
do, chovendo e chovendo — ate inundar a Terra toda, assim como
´ ˆ
Jeova tinha dito. — Gen. 7:16-21.
´ ´
23 Sera que Jeova se alegrou com a morte daquelas pessoas mas? ´
˜ ´
Nao! (Eze. 33:11) Pelo contrario, ele tinha dado a elas muitas opor-
tunidades de mudar seu modo de vida e fazer o que era certo. Elas
´
poderiam ter feito isso? O modo de vida de Noe respondeu a essa
´
pergunta. Por andar com Jeova, obedecendo a
´
seu Deus em todas as coisas, Noe mostrou que
´ ´
ˆ era possıvel sobreviver. Nesse sentido, sua fe
PARA VOCE PENSAR . . . condenou o mundo de seus dias; deixou bem
´ ˜ ´
˙ Que desafios Noe e sua esposa evidente a perversidade daquela geraçao. Sua fe
´ ˆ
enfrentaram para criar seus fi- salvou a vida dele e de sua famılia. Se voce imi-
´ ´ ´ ´
lhos? tar a fe de Noe, tambem podera beneficiar tan-
´ ´ ˆ
˙ Por que Noe mostrou fe ao to a voce como aqueles a quem ama. Assim
´ ˆ ´
construir a arca? como Noe, voce pode andar com Jeova Deus e
ˆ
te-lo como seu Amigo. E essa amizade pode du-
˙ Por que pregar deve ter sido di-
´ ´ rar para sempre!
fıcil nos dias de Noe?
ˆ ´
˙ De que maneiras voce esta de- 21, 22. (a) Por que a apatia das pessoas nos dias de
´ ˜
´ ´ Noe nao nos deve surpreender? (b) Quando as pes-
terminado a imitar a fe de Noe? ´ ´
soas pararam de zombar de Noe e sua famılia?
´ ˜
23. (a) Como sabemos que Jeova nao se alegrou com
´ ´
a morte das pessoas mas nos dias de Noe? (b) Por que
´ ´ ´ ´
24 e sabio imitar a fe de Noe hoje?
´ ˆ
CAPITULO TRES
O “pai de todos
ˆ ´
os que tem fe”
˜
ABRAAO olhou para cima e fixou seu olhar no imponente zigura-
˜ ˆ
te, uma construçao em forma de piramide, que se destacava em
sua cidade natal, Ur.1 Ali se ouvia o som de muitas pessoas, e su-
bia uma fumaça. Os sacerdotes do deus-lua estavam oferecendo sa-
´ ˜
crifıcios novamente. Imagine Abraao virando as costas e balan-
çando a cabeça, com a testa franzida.
Enquanto ia para casa, passando en- ˜
tre muitas pessoas pelas ruas, ele pro- Como Abraao
vavelmente pensou na idolatria que
se tornou um
tomava conta de Ur. Como a mancha ˜
˜
daquela adoraçao corrompida tinha exemplo tao
se espalhado pelo mundo desde os ´ ´
´ notavel de fe?
dias de Noe!
2 Noe´ morreu apenas dois anos
˜ ´ ´ ´
antes de Abraao nascer. Quando Noe e sua famılia saıram da arca
´ ´ ´
depois do Diluvio, aquele patriarca ofereceu um sacrifıcio a Jeova
˜ ´ ˆ
Deus, que entao fez aparecer um arco-ıris. (Gen. 8:20; 9:12-14) Na-
´ ´ ˜
quela epoca, a unica adoraçao que existia no mundo era a adora-
˜ ´ ˜ ´
çao pura. Mas agora, ao passo que a decima geraçao de Noe se es-
˜
palhava pela Terra, a adoraçao pura ficava cada vez mais rara.
˜ ´
Pessoas em toda a parte adoravam deuses pagaos. Ate mesmo o pai
˜
de Abraao, Tera, estava envolvido em idolatria, talvez fabricando
´
ıdolos. — Jos. 24:2.
3 Abraao˜ `
era diferente. A medida que os anos passavam, ele se
´ ´
destacava cada vez mais por causa de sua fe. De fato, o apostolo
´
Paulo foi mais tarde inspirado a chama-lo de o “pai de todos os
´ ˜ ˜
1 Nessa epoca, o nome de Abraao era Abrao. Mas anos depois Deus mudou o nome
˜ ˜ ˆ
dele para Abraao, que significa “pai duma multidao”. — Gen. 17:5.
´
1, 2. Como o mundo tinha mudado desde os dias de Noe, e como isso afetou
˜
Abraao?
` ˜
3. A medida que os anos passavam, que qualidade se destacava em Abraao, e
o que podemos aprender disso?
25
ˆ ´
que tem fe”. (Leia Romanos 4:11.) Vejamos o
˜
que ajudou Abraao a desenvolver essa qualida-
´
de. Assim, nos mesmos poderemos aprender
´
muito sobre como aumentar a nossa fe.
˜ ´ ´ ´
Adoraçao a Jeova apos o Diluvio
4 ˜ ´
Como Abraao aprendeu sobre Jeova
´ ´
Deus? Sabemos que Jeova tinha servos fieis na
Terra naqueles dias. Um deles era Sem. Embo-
˜ ˆ
ra nao fosse o mais velho dos tres filhos de
´ ´
Noe, em geral ele e mencionado primeiro, pro-
´ ´
vavelmente por causa de sua notavel fe.1 Um
´ ´
tempo depois do Diluvio, Noe se referiu a
´ ˆ
Jeova como o “Deus de Sem”. (Gen. 9:26) Sem
´ ˜
tinha respeito por Jeova e pela adoraçao pura.
5 Sera´ que Abraao ˜ ´ ´
conhecia Sem? E prova-
˜
vel. Quando era criança, Abraao deve ter fica-
do fascinado de saber que tinha um ances-
´
˜ tral vivo que ja havia presenciado mais de
Abraao rejeitou a ´
400 anos de historia humana! Sem tinha visto
idolatria, que era ´ ´
˜
tao comum em Ur toda a maldade do mundo pre-diluviano, o grande Diluvio que ti-
˜ ˜ `
nha limpado a Terra, a formaçao das primeiras naçoes a medida
´ ˜
que a humanidade se multiplicava e a epoca sombria da rebeliao
˜
de Ninrode na Torre de Babel. O fiel Sem nao se envolveu naque-
˜ ´ ´
la rebeliao. Assim, quando Jeova confundiu a lıngua dos constru-
´ ´
tores daquela torre, Sem e sua famılia continuaram a falar a lın-
´ ´ ˜
gua original da humanidade, a mesma lıngua de Noe. Abraao era
´
dessa famılia e certamente cresceu tendo muito respeito por Sem.
´
Alem disso, Sem continuou vivo durante a maior parte da longa
˜
vida de Abraao. Portanto, deve ter sido por meio de Sem que
˜ ´
Abraao aprendeu sobre Jeova.
6 De qualquer forma, Abraao ˜ ´ ˜
levou a serio a importante liçao
´
que aprendeu do Diluvio. Ele se esforçou para andar com Deus, as-
´ ˜
sim como Noe. Foi por isso que Abraao rejeitou a idolatria e se
´ ´ ´
destacou como alguem diferente em Ur, talvez ate em sua famılia
´
imediata. Mas ele encontrou alguem que lhe dava muito apoio.
´ ˜
Ele se casou com Sara, uma mulher notavel nao apenas pela bele-
˜ ´
1 De modo similar, Abraao e muitas vezes mencionado primeiro entre os filhos de
˜
Tera, embora nao fosse o mais velho.
˜ ´
4, 5. Por meio de quem Abraao deve ter aprendido sobre Jeova, e por que po-
´ ´
demos concluir que isso e possıvel?
˜ ´ ˜
6. (a) Como Abraao mostrou que levou a serio a importante liçao que apren-
´ ˜
26 deu do Diluvio? (b) Como era a vida de Abraao e Sara?
ˆ ´
O “PAI DE TODOS OS QUE TEM FE”
´ ´ ´ ˜
za, mas tambem pela grande fe em Jeova.1 Embora nao tivessem
´
filhos, eles tiveram muita alegria em servir juntos a Jeova. Eles
´ ´ ´ ˜ ˜
tambem criaram Lo, um orfao que era sobrinho de Abraao.
7 Abraao ˜ ´
nunca trocou Jeova pela idolatria de Ur. Ele e Sara es-
tavam dispostos a se destacar como diferentes daquelas pessoas
´ ´
idolatras. Para desenvolvermos verdadeira fe, precisamos ter uma
´
atitude similar. Tambem devemos estar dispostos a ser diferentes.
˜
Jesus disse que seus seguidores ‘nao fariam parte do mundo’ e que
˜
o mundo os odiaria por causa disso. (Leia Joao 15:19.) Se algum
ˆ
dia voce ficar muito triste por ter sido rejeitado por membros da
´ ` ˜
sua famılia ou por outras pessoas devido a sua decisao de servir a
´ ˆ ˜ ´ ´ ˜
Jeova, lembre-se que voce nao e o unico. Assim como Abraao e
ˆ ´ ´
Sara fizeram no passado, voce tambem estara andando com Deus.
´ ´ ´
patio interno pavimentado. Algumas facilidades incluıam agua en-
´
canada, banheiros e sistema de esgoto. Lembre-se, tambem, que
˜ ˜
Abraao e Sara nao eram jovens. Ele provavelmente tinha mais de
70 anos; e ela, mais de 60. Com certeza, ele queria cuidar bem de
Sara e lhe dar algum conforto — algo que todo bom marido quer
para sua esposa. Imagine as conversas que eles tiveram sobre essa
˜ ´ ˜
designaçao, as duvidas e as preocupaçoes que talvez tenham sur-
˜
gido. Como Abraao deve ter ficado feliz quando Sara aceitou o de-
´
safio! Assim como ele, ela estava disposta a deixar para tras todos
os confortos de sua casa.
11 Apos ´ ˜ ˜
tomarem a decisao, Abraao e Sara tinham muito que
fazer. Precisavam embalar e organizar muita coisa. O que levariam
´
nessa viagem para o desconhecido, e o que deixariam para tras?
No entanto, o mais importante eram as pessoas que faziam parte
˜
da sua vida. O que fariam com o idoso Tera, pai de Abraao? Eles
´ ´ ´
resolveram leva-lo e tomar conta dele. E provavel que ele tenha
concordado plenamente com isso, pois o relato atribui a ele, como
˜ ´
patriarca, a decisao de sair de Ur com sua famılia. Pelo visto, ele
´ ˜ ´
tinha abandonado a idolatria. Lo, sobrinho de Abraao, tambem iria
ˆ
com eles. — Gen. 11:31.
12 Finalmente chegou o dia da viagem. Visualize a caravana
˜
ajuntando-se de manha do lado de fora das muralhas e do fosso de
Ur. Os camelos e os jumentos estavam carregados, os rebanhos
´
tinham sido ajuntados, a famılia e os servos estavam prontos — ha-
via certa expectativa no ar.1 Talvez todos estivessem olhando para
˜
Abraao, apenas aguardando seu sinal para partir. Por fim, chegou a
´
hora e eles partiram, deixando Ur para tras para nunca mais voltar.
13 Atualmente, muitos servos de Jeova´ decidem se mudar para
´
onde ha necessidade de mais pregadores do Reino. Outros deci-
´
dem aprender um novo idioma para expandir seu ministerio. Ou
decidem experimentar outra modalidade de serviço com a qual
˜ ˜ ˜
nao estao acostumados. Decisoes como essas em geral exigem sa-
´ ˜ ˜
crifıcios — a disposiçao de abrir mao de certa medida de conforto.
˜ ´ ´ ` ˜
Essa disposiçao e muito elogiavel e bem parecida a de Abraao e
´ ´
Sara. Se demonstrarmos essa fe, podemos ter certeza de que Jeova
´
sempre nos dara muito mais do que damos a ele. Ele sempre re-
´ ˜
1 Alguns eruditos questionam se o camelo era domesticado na epoca de Abraao, mas
˜ ´ ˜
seus argumentos sao fracos. A Bıblia diz que havia camelos entre os bens que Abraao
´ ˆ
possuıa. — Gen. 12:16; 24:35.
˜
11, 12. (a) O que Abraao e Sara tiveram de preparar e decidir antes de sair de
ˆ
Ur? (b) Como voce descreveria o dia da viagem?
´ ˜
13. De que maneiras muitos servos de Jeova hoje demonstram uma disposiçao
` ˜
28 parecida a de Abraao e Sara?
ˆ ´
O “PAI DE TODOS OS QUE TEM FE”
´ ´
compensa os que demonstram fe. (Heb. 6:10; 11:6) Sera que ele
˜
fez isso no caso de Abraao?
Do outro lado do Eufrates
14 Aos poucos, a caravana se acostumou com a rotina de via-
˜ `
jar. Podemos imaginar Abraao e Sara as vezes montados em ani-
`
mais e as vezes caminhando; sua conversa se misturava ao baru-
lho dos sinos pendurados nos arreios dos animais. Com o tempo,
´ ´
ate mesmo os viajantes menos experientes ganharam pratica em
montar e desmontar o acampamento, bem como em ajudar o ido-
so Tera a se acomodar confortavelmente sobre um camelo ou um
˜
jumento. Eles seguiram em direçao ao noroeste, contornando o
grande arco formado pelo rio Eufrates. Dias se transformavam em
semanas, e a paisagem ia passando lentamente.
ˆ
15 Finalmente, depois de percorrerem uns 960 quilometros,
˜
avistaram as cabanas de forma arredondada de Hara, uma cidade
´
prospera no cruzamento das rotas comerciais leste-oeste. Eles pa-
raram e se estabeleceram ali por um tempo. Talvez Tera estivesse
muito fraco para continuar a viagem.
´ ˜ ˜
14, 15. Como foi a viagem de Ur ate Hara, e por que Abraao talvez tenha de-
cidido se estabelecer por um tempo ali?
˜ ´
A cidade que Abraao e Sara deixaram para tras
˜ ´ ´ ´
A organizaçao de Jeova ha muito tempo tem se uma cidade prospera! Reluzentes casas e lojas
´ ˜
esforçado para tornar mais vıvidas as descriçoes caiadas se enfileiram por suas ruas tortuosas.
´
de personagens bıblicos e dos lugares em que Mercadores e fregueses pechincham preços nos
˜ ˜ ´
viviam. Por exemplo, a seguinte descriçao da bazares. Usando montes de la crespa, operarios
˜ ´
cidade que Abraao e Sara deixaram para tras labutam dia e noite fiando um fio branco como
apareceu na Despertai! de 22 de maio de 1988: leite. Nos navios, escravos pisam sobre pran-
´ chas rangentes, curvando-se sob o peso de
‘A MEIO caminho entre o golfo Persico e a
´ tesouros importados.
cidade de Bagda acha-se uma pilha de tijolos
´ ´ ˜ `
de barro com aspecto desagradavel. Ela e ape- ‘Toda essa agitaçao ocorre a sombra de um ma-
´
nas uma sentinela solitaria que vigia ampla jestoso zigurate que domina a paisagem da
´ ˆ ´
faixa do deserto esteril. Golpeadas por tempes- cidade. Adoradores vem a esse santuario para
´ `
tades de po e aquecidas pelo sol hostil, as render homenagem a deidade que creem ter
´ ´ ˆ ˆ
melancolicas ruınas mantem-se em total silen- trazido prosperidade a Ur — o deus-lua Nana,
cio, rompido apenas pelo uivo ocasional de um ou Sin.
´ ´ ´ ´
animal noturno. Isso e tudo que resta do que ja ‘Para certo homem, porem, o cheiro dos sacrifı-
foi um dia a poderosa cidade de Ur. ˆ
cios oferecidos no alto dessa enorme piramide
ˆ ˜ ´ ´ ´
‘Mas retorne uns quatro milenios. Ali, no que nao e agradavel nem santo. Seu nome e
˜ ´ ˜
era entao a margem leste do rio Eufrates, Ur e Abrao.’
´ ˜
IMITE A SUA FE ABRAAO
16 ˆ ˜
Por fim, Tera morreu com 205 anos. (Gen. 11:32) Abraao
´ ´ ´
recebeu muito consolo nessa epoca difıcil, pois Jeova se comuni-
´ ˜
cou novamente com ele. Jeova repetiu as instruçoes que tinha lhe
` ˜
dado em Ur, e acrescentou detalhes as suas promessas. Abraao se
˜ ´
tornaria “uma grande naçao” e, por causa dele, todas as famılias
ˆ
da Terra seriam abençoadas. (Leia Genesis 12:2, 3.) Motivado por
˜
esse pacto entre ele e Deus, Abraao sabia que era hora de conti-
nuar a viagem.
17 Desta vez, porem, ´
havia mais coisas para embalar, pois
´ ˜ ˜
Jeova tinha abençoado Abraao enquanto esteve em Hara. O relato
menciona “todos os bens que tinham acumulado e as almas que
˜ ˆ
tinham adquirido em Hara”. (Gen. 12:5) Para se tornar uma na-
˜ ˜ ´
çao, Abraao precisaria de muitos recursos materiais e servos. Jeova
˜ ´
em geral nao enriquece seus servos, mas lhes da tudo o que preci-
sam para fazerem a Sua vontade. Assim, fortalecido por Deus,
˜
Abraao continuou sua viagem rumo ao desconhecido.
18 A varios´ ˜
dias de viagem de Hara fi-
cava Carquemis, onde as caravanas costu-
mavam atravessar o rio Eufrates. Talvez te-
˜
Uma data importante nha sido nesse local que Abraao chegou a
´ ´ um momento crucial na historia dos tratos
´
na historia bıblica
˜ de Deus com Seu povo. Pelo visto foi em
A data em que Abraao atravessou ˆ
´ 1943 AEC, no dia 14 do mes que mais tar-
o rio Eufrates e importante na cronolo- ˜ ˜
´ de foi chamado de nisa, que Abraao atra-
gia bıblica. Outros eventos importantes ˆ
aconteceram nessa mesma data em vessou o rio com sua caravana. (Exo. 12:40-
´
anos posteriores. Exatamente 430 anos 43) Ao sul ficava a terra que Jeova tinha
˜ ˜
mais tarde, em 14 de nisa de 1513 AEC, prometido mostrar a Abraao. Naquele dia,
´ ˜ ˜
Jeova libertou Israel da escravidao no o pacto de Deus com Abraao entrou em vi-
Egito, de modo que eles puderam ir e gor.
tomar posse da terra que ˆ Deus tinha 19 Abraao ˜ ´ ˜
˜ atravessou o paıs em direçao
prometido a Abraao. (Exo. 12:40, 41; ´
´ ao sul, e a caravana parou perto das arvores
Gal. 3:17) E, na mesma data, em 33 EC, ´ ´ ´
´ grandes de More, proximo a Siquem. Ali,
Jesus reuniu seus apostolos e fez com
eles um pacto para que se tornassem ˜
´ 16, 17. (a) Que pacto deixou Abraao motivado?
parte de um governo no ceu, que em ´
(b) Como Jeova abençoou Abraao enquanto este-
˜
´ ˜
breve resolvera todos os problemas da ve em Hara?
´
humanidade. (Luc. 22:29) Ate hoje, as ˜
´ ´ 18. (a) Quando foi que Abraao chegou a um mo-
Testemunhas de Jeova se reunem todos ´
mento crucial na historia dos tratos de Deus com
˜
os anos para celebrar a Refeiçao Notur- Seu povo? (b) Que outros eventos importantes
na do Senhor na data que corresponde ˜
˜ ´ aconteceram em 14 de nisa de anos posteriores?
a 14 de nisa no calendario judaico. ´
(Veja o quadro “Uma data importante na historia
— Luc. 22:19. ´
bıblica”.)
´ ˜ ˆ
19. A promessa de Jeova a Abraao fez referencia
ˆ
30 a que, e do que ele talvez tenha se lembrado?
´ ´ ˜
Deixar para tras a vida confortavel em Ur foi um desafio para Abraao e Sara
´ ˜
IMITE A SUA FE ABRAAO
´ ˜
Jeova mais uma vez falou com Abraao. Dessa vez a promessa de
ˆ ` ˆ ˜
Deus fez referencia a descendencia de Abraao, a qual tomaria pos-
´ ˜ ´
se da terra. Sera que Abraao se lembrou da profecia de Jeova no
´
Eden, que mencionava um “descendente” que um dia salvaria a
ˆ
humanidade? (Gen. 3:15; 12:7) Talvez. Pode ser que ele tenha co-
˜
meçado a entender, embora nao claramente, que fazia parte de um
´ ´
grande proposito que Jeova tinha em mente.
˜
20 Abraao mostrava profundo apreço pelo privilegio ´ ´
que Jeova
´
lhe tinha dado. Ao viajar pelo paıs — de modo cauteloso, visto que
˜
os cananeus ainda moravam ali —, Abraao parou e construiu alta-
´ ´ ´
res a Jeova, primeiro perto das arvores grandes de More, depois
´
perto de Betel. Ele invocava o nome de Jeova, provavelmente ex-
˜
pressando sincera gratidao ao seu Deus, ao passo que pensava em
ˆ ´
como seria o futuro da sua descendencia. Talvez ele tambem te-
ˆ
nha pregado aos seus vizinhos cananeus. (Leia Genesis 12:7, 8.)
˜ ` ´
Com certeza, Abraao ainda enfrentaria muitos desafios a sua fe. De
´ ˜ ´
maneira sabia, ele nao olhava para tras, para a casa e os confortos
que tinha deixado em Ur. Ele olhava para a frente. Hebreus 11:10
˜
diz que Abraao “aguardava a cidade que tem verdadeiros alicerces,
´
cujo construtor e fazedor e Deus”.
21 Nos que servimos a Jeova´ hoje sabemos muito mais do que
´
˜
Abraao sobre aquela cidade figurativa — o Reino de Deus. Sabemos
´ ´ ´ ´
que o Reino ja esta estabelecido no ceu e que em breve trara o fim
´
deste sistema mundial. Tambem sabemos que o descendente de
˜ ´ ´ ´
Abraao, prometido muito tempo atras, e Jesus Cristo e que ele ja
´ ´
governa nesse Reino. Que privilegio sera
˜
vermos Abraao voltar a viver e por fim en-
´ ˜
ˆ tender o proposito divino que antes ele nao
PARA VOCE PENSAR . . . ˆ
˜ ´ entendia claramente! Voce gostaria de ver
˙ Como Abraao demonstrou fe ´
Jeova cumprir todas as suas promessas? Em
mesmo diante de idolatria? caso afirmativo, continue a fazer o que
˙ O que o impressiona na disposi- ˜ ´
Abraao fez. Esteja disposto a fazer sacrifı-
˜ ˜
çao de Abraao de deixar Ur? cios, seja obediente e tenha profundo apre-
´ ˜ ´ ´ ´
˙ A fe de Abraao proporcionou a ço pelos privilegios que Jeova lhe da. Imi-
ˆ ˜ ´ ´ ˜
ele que bençaos e privilegios? te a fe de Abraao, o “pai de todos os que
ˆ ˆ ´ ´ ´
˙ De que maneiras voce gostaria tem fe”, e ele, por assim dizer, tambem sera
´ ˜ o seu pai!
de imitar a fe de Abraao?
˜ ´
20. Como Abraao mostrava apreço pelo privilegio
´
que Jeova lhe tinha dado?
21. Como o nosso conhecimento sobre o Reino de
˜
Deus se compara ao que Abraao tinha, e o que
ˆ ´
32 voce esta decidido a fazer?
´
CAPITULO QUATRO
33
´
Rute sabiamente se apegou a Noemi num perıodo de perda e pesar
“AONDE QUER QUE FORES, IREI EU”
Israel. De fato, foi por isso que Rute conheceu Malom e sua fa-
´
mılia. — Rute 1:1.
5 Por causa de uma fome em Israel, o marido de Noemi, Eli-
´
meleque, tinha decidido sair de sua terra com a famılia. Foram
morar em Moabe como estrangeiros. Essa mudança deve ter sido
´
desafiadora para a fe de cada um deles, pois os israelitas precisa-
´
vam adorar regularmente no lugar sagrado escolhido por Jeova.
´
(Deut. 16:16, 17) Noemi conseguiu manter viva sua fe, mas so-
freu muito com a morte de seu marido. — Rute 1:2, 3.
6 Noemi tambem ´
deve ter sofrido quando seus filhos se ca-
˜
saram com mulheres moabitas. (Rute 1:4) Ela sabia que Abraao,
˜
antepassado de Israel, nao havia medido esforços para procurar
´ ´
entre seu povo alguem que adorasse a Jeova para se casar com
ˆ
seu filho, Isaque. (Gen. 24:3, 4) Mais tarde, a Lei mosaica deixou
˜
claro que os israelitas nao deviam permitir que seus filhos e fi-
˜
lhas se casassem com estrangeiros, para que o povo de Deus nao
se desviasse para a idolatria. — Deut. 7:3, 4.
7 Ainda assim, Malom e Quiliom se casaram com moabitas.
´
Jeova as recompensaria com outros maridos e uma vida nova.
˜
O relato continua: “Entao as beijou, e elas começaram a levan-
˜ ´ ´
tar as suas vozes e a chorar.” Nao e difıcil ver por que Rute e
˜ ´
Orpa sentiam tanta afeiçao por essa mulher altruısta e de bom
˜ ˜
coraçao. As duas insistiam: “Nao, mas voltaremos contigo ao teu
povo.” — Rute 1:8-10.
14 No entanto, Noemi nao ˜
se deixou convencer facilmente.
ˆ ˜
Argumentou com insistencia que nao podia fazer muito pelas
˜ ´
duas em Israel. Ela nao tinha marido para sustenta-la nem filhos
˜
com quem elas pudessem se casar, e nao havia nenhuma pers-
´
pectiva de isso mudar. Daı, disse que sua incapacidade de cuidar
delas era um motivo de amargura. Para Orpa, as palavras de Noe-
´ ˜
mi faziam sentido. Sua famılia, sua mae e sua casa estavam em
´
Moabe, esperando por ela. Realmente parecia mais pratico perma-
necer em Moabe. Assim, com grande tristeza, ela beijou Noemi
e foi embora. — Rute 1:11-14.
15 O que dizer de Rute? Os argumentos de Noemi tambem ´
valiam para ela. Mas o relato diz: “Quanto a Rute, apegou-se a
´
ela.” Noemi talvez ja tivesse retomado a viagem quando perce-
˜
beu que Rute a estava seguindo. Entao disse: “Eis que a tua cu-
nhada enviuvada voltou ao seu povo e aos seus deuses. Volta com
a tua cunhada enviuvada.” (Rute 1:15) As palavras de Noemi re-
˜ ´
velam um detalhe importante. Orpa tinha voltado nao so para
´ ˜
seu povo, mas tambem para “seus deuses”. Ela nao se importava
´
de continuar a adorar Quemos e outros deuses falsos. E Rute?
´ ´
Sera que tambem pensava assim?
ˆ
14, 15. (a) Orpa voltou para o que? (b) Como Noemi tentou convencer Rute
a voltar?
´
“Teu povo sera o meu
povo, e teu Deus,
o meu Deus”
37
´
IMITE A SUA FE RUTE
˜ ´
16 Vendo Noemi naquela estrada deserta, Rute nao tinha du-
˜
vida do que sentia. Seu coraçao transbordava de amor por Noemi
˜
— e pelo Deus a quem ela servia. Assim, Rute disse: “Nao instes
comigo para te abandonar, para recuar de te acompanhar; pois,
aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pernoitares, per-
´
noitarei eu. Teu povo sera o meu povo, e teu Deus, o meu Deus.
Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei enterrada. Assim
´ ˜
me faça Jeova e assim lhe acrescente mais, se outra coisa senao
˜
a morte fizer separaçao entre mim e ti.” — Rute 1:16, 17.
17 As palavras de Rute sao ˜ ´ ´
notaveis. Tanto e que ficaram para
´ ´
a Historia, resistindo ate os nossos dias — 3 mil anos depois. Elas
expressam de modo perfeito uma qualidade preciosa, o amor leal.
˜ ˜
O amor de Rute era tao forte, tao leal, que ela iria com Noemi
´
para onde quer que ela fosse. Apenas a morte poderia separa-las.
´
O povo de Noemi se tornaria seu proprio povo, pois Rute estava
´
disposta a deixar para tras tudo que conhecia em Moabe — in-
´
cluindo os deuses moabitas. Ao contrario de Orpa, Rute podia di-
zer com toda a sinceridade que queria que o Deus de Noemi,
´ ´
Jeova, tambem fosse seu Deus.1
˜
18 Entao as duas, agora sozinhas, continuaram a longa via-
´
gem para Belem. Segundo uma estimativa, essa viagem pode ter
levado uma semana. Mas, com certeza, elas encontraram na com-
panhia uma da outra certa medida de consolo para seu pesar.
19 O mundo esta´ repleto de sofrimento e pesar. Em nossos
´ ´ ´
dias, que a Bıblia chama de “tempos crıticos, difıceis de mane-
jar”, enfrentamos todo tipo de perda e dor. (2 Tim. 3:1) Portan-
´
to, a qualidade demonstrada por Rute e agora mais importante
do que nunca. O amor leal — o amor que se apega a algo e
´ ´
simplesmente se recusa a larga-lo — e uma força poderosa para o
˜
bem neste mundo cada vez mais em escuridao. Precisamos dele
no casamento, no relacionamento com nossos parentes e ami-
˜ ˜ ˜
gos, bem como na congregaçao crista. (Leia 1 Joao 4:7, 8, 20.)
Por cultivarmos esse tipo de amor, imitamos o excelente exem-
plo de Rute.
´ ˜ ´
1 E interessante que Rute nao usou apenas o tıtulo impessoal “Deus”, como muitos es-
´ ´
trangeiros talvez fizessem; ela tambem usou o nome de Deus, Jeova. The Interpreter’s
´ ´
Bible (A Bıblia do Interprete) diz: “O escritor enfatiza assim que essa estrangeira era
seguidora do Deus verdadeiro.”
16-18. (a) Como Rute demonstrou amor leal? (b) O que o exemplo de Rute
´
nos ensina sobre o amor leal? (Veja tambem a gravura das duas mulheres.)
´
19. Como podemos imitar o amor leal de Rute na famılia, entre amigos e na
˜
38 congregaçao?
“AONDE QUER QUE FORES, IREI EU”
´
Rute e Noemi em Belem
´
20 Naturalmente, uma coisa e falar de amor leal; outra bem
´ ´ ´
diferente e coloca-lo em pratica. Rute tinha diante de si a opor-
˜ ´
tunidade de mostrar seu amor leal nao so por Noemi, mas tam-
´ ´
bem pelo Deus a quem escolheu adorar, Jeova.
21 As duas por fim chegaram a Belem, uma pequena cidade ´
ˆ ´
uns 10 quilometros ao sul de Jerusalem. Parece que Noemi e sua
´
famılia haviam tido algum destaque no passado, pois todos esta-
vam falando ´ sobre seu retorno. As mulheres olhavam para ela e
diziam: “E esta Noemi?” Pelo visto, ela estava bem diferente de
´
quando partiu de Belem; os anos de dificuldades e sofrimento em
Moabe haviam deixado marcas em seu semblante e em seu cor-
po. — Rute 1:19.
22 Noemi disse a essas mulheres como sua vida tinha se tor-
´
nado amarga. Ela ate achava que seu nome devia ser mudado de
Noemi, que significa “minha agradabilidade”, para Mara, que sig-
´
nifica “amarga”. Pobre Noemi! Assim como Jo, que viveu antes
´
dela, Noemi achava que tinha sido Jeova Deus
que havia causado suas dificuldades. — Rute
´
1:20, 21; Jo 2:10; 13:24-26.
23 Quando as duas se estabeleceram em Uma obra-prima
´ em miniatura
Belem, Rute começou a pensar em qual seria
o melhor modo de cuidar de si mesma e de ´
O livro de Rute ja foi descrito como
Noemi. Ela soube que a Lei que Israel havia uma pequena joia, uma obra-prima
´ ´ ˜ ´
recebido de Jeova incluıa uma provisao amo- em miniatura. E verdade que esse
˜ ˜ ´ ˜ ˜
rosa para os pobres. Eles tinham permissao de livro nao e tao extenso nem tao
´ ´
entrar nos campos na epoca da colheita e se- abrangente quanto o livro de Juızes,
guir os ceifeiros, respigando o que fosse dei- que o antecede e que fornece seu
´ ´
xado para tras e o que crescia nas beiradas dos fundo historico. (Rute 1:1) Tudo indi-
campos.1 — Lev. 19:9, 10; Deut. 24:19-21. ca que os dois livros foram escritos
pelo profeta Samuel. Mas, ao ler a
´ ´
1 Essa lei era notavel, sem duvida bem diferente de tudo o
´ ˆ
´
Bıblia, voce talvez concorde que o
que Rute tinha visto em sua terra natal. Naquela epoca, no livro de Rute ocupa o lugar certo no
´ ´
Oriente Medio, as viuvas eram tratadas muito mal. Certa ˆ ´
ˆ ´
obra de referencia diz: “Apos a morte do marido, normal- canon da Bıblia. Depois de ler sobre
´ ˜ ˜
mente a viuva tinha de contar com o apoio de seus filhos; guerras, invasoes e retaliaçoes no livro
˜ ´
se nao tivesse nenhum, talvez so lhe restasse se vender como ´
` ˜ de Juızes, nos deparamos com esse
escrava, recorrer a prostituiçao ou morrer.”
pequeno livro que nos lembra que
´ ´ `
20-22. (a) Que efeito os anos que Noemi passou em Jeova esta sempre atento as pessoas
´
Moabe tiveram sobre ela? (b) Que ponto de vista erra- pacıficas que lutam com os proble-
´
do Noemi tinha sobre suas dificuldades? (Veja tambem mas do dia a dia. Esse breve drama
Tiago 1:13.) ˜
familiar ensina grandes liçoes sobre
23. Em que Rute começou a pensar, e que provisao a
˜ ´
´ amor, perda, fe e lealdade, que
Lei mosaica tinha para os pobres? (Veja tambem a ´
podem beneficiar a todos nos.
nota.)
´
IMITE A SUA FE RUTE
´
24 Era a epoca da colheita da cevada, provavelmente abril em
´
nosso calendario atual, e Rute foi aos campos para ver quem a
deixaria respigar. Ela foi parar nos campos de Boaz, um rico pro-
´
prietario de terras e parente de Elimeleque, falecido marido de
Noemi. Embora a Lei lhe desse o direito de respigar, ela achou
˜ ´
melhor pedir permissao ao rapaz responsavel pelos ceifeiros. En-
˜
tao, Rute começou o trabalho imediatamente. — Rute 1:22–2:3, 7.
`
25 Imagine Rute seguindo os ceifeiros. A medida que eles cor-
tavam a cevada com suas foices de pedra, ela se abaixava para pe-
´ ´
gar o que caıa ou o que eles deixavam para tras. Depois, amarra-
va as hastes em feixes e os carregava para um lugar onde mais
˜
tarde pudesse debulhar os graos. Era um trabalho lento e cansa-
´
tivo que ficava cada vez mais difıcil com o passar do dia. Mas
Rute continuava a trabalhar, parando apenas para enxugar o suor
˜
do rosto e tomar uma refeiçao simples “na casa”, talvez um abri-
go que provia sombra para os trabalhadores.
26 Rute provavelmente nao ˜
esperava ser notada, mas foi. Boaz
a viu e perguntou ao jovem encarregado quem era ela. Boaz, um
´ ´
notavel homem de fe, cumprimentava todos os seus trabalha-
´
dores — talvez incluindo os de um dia ou ate os estrangeiros. Ele
´
dizia: “Jeova seja convosco.” E eles respondiam da mesma ma-
neira. Esse homem mais velho, de mentalidade espiritual, mos-
trou um interesse paternal em Rute. — Rute 2:4-7.
24, 25. O que Rute fez quando chegou aos campos de Boaz, e como era respi-
gar nesses campos?
26, 27. Que tipo de pessoa era Boaz, e como ele tratou Rute?
Rute estava
disposta a trabalhar
arduamente num
serviço humilde para
sustentar a si mesma
e a Noemi
40
“AONDE QUER QUE FORES, IREI EU”
ra, havia feito para merecer aquele gesto de bondade, ele respon-
deu que´ tinha ouvido falar de tudo o que ela havia feito por sua
´
sogra. E provavel que Noemi tenha falado bem de sua querida
´
nora para as mulheres de Belem e que isso tenha chegado aos
´
ouvidos de Boaz. Ele tambem sabia que Rute tinha aceitado a
˜ ´ ´
adoraçao de Jeova, pois disse: “Jeova recompense teu modo de
´ ´
agir e haja para ti um salario perfeito da parte de Jeova, o Deus
de Israel, debaixo de cujas asas vieste refugiar-te.” — Rute 2:12.
29 Como essas palavras devem ter encorajado Rute! Ela real-
´
mente tinha decidido se refugiar debaixo das asas de Jeova Deus,
˜
como um passarinho se aconchega no ninho sob a proteçao de
˜
sua mae. Rute agradeceu a Boaz por suas palavras tranquilizado-
´ ´
ras. Daı, continuou trabalhando ate anoitecer. — Rute 2:13, 17.
´ ´
30 A fe demonstrada por Rute e um excelente exemplo para
´
todos os que lutam pelo sustento nesta epoca de dificuldades eco-
ˆ ˜
nomicas. Ela nao se achava no direito de exigir nada dos outros
˜
e, por isso, era grata por tudo que faziam por ela. Nao sentia ver-
´
gonha de trabalhar arduamente por varias horas para cuidar de
quem amava, mesmo que fosse num serviço humilde. Com apre-
´
ço, aceitou e aplicou conselhos sabios sobre como trabalhar com
´
segurança e em boa companhia. O mais importante e que nun-
´
ca perdeu de vista onde estava seu verdadeiro refugio — sob a
˜ ´
proteçao de seu Pai, Jeova Deus.
31 Se mostrarmos amor leal como
Era nos campos dele que Rute respigava. Naquele dia, ele havia
reparado em Rute e sentido um carinho paternal por ela. Com
´
certeza, ela ficou contente no seu ıntimo ao pensar nas palavras
bondosas dele, elogiando-a por cuidar da idosa Noemi e por bus-
˜ ´
car proteçao sob as asas do Deus verdadeiro, Jeova. — Leia Rute
2:11-14.
4 Mesmo assim, Rute talvez se preocupasse com seu futuro.
˜
Visto que era estrangeira, pobre e nao tinha marido nem filhos,
` `
como ela sustentaria a si mesma e a sua sogra nos anos a frente?
1, 2. (a) Que tipo de trabalho Rute estava fazendo? (b) Rute ficou sabendo de
que aspectos positivos sobre a Lei de Deus e seu povo?
3, 4. (a) Como Boaz encorajou Rute? (b) Como o exemplo de Rute pode nos
´ ˆ
ajudar nesta epoca de grandes dificuldades economicas?
42
“UMA MULHER DE BEM”
´
Sera que respigar seria suficiente? E quem cuidaria dela quando
envelhecesse? Seria natural que ela se preocupasse com isso. Mui-
ˆ ´
tos tem ansiedades similares nesta epoca de grandes dificuldades
ˆ ´
economicas. Ao analisarmos como a fe de Rute a ajudou a en-
frentar esses desafios, veremos muitas coisas que podemos imitar.
´ ´
O que e uma famılia?
˜ ´
5 Quando acabou de bater os graos e ajunta-los, Rute viu que
havia respigado aproximadamente 1 efa de cevada, ou 22 litros.
Pode ser que sua carga pesasse uns 14 quilos. Rute talvez tenha
embrulhado tudo num pano, colocado sobre a cabeça e partido
´
para Belem ao anoitecer. — Rute 2:17.
6 Noemi ficou feliz de ver sua querida nora e talvez tenha fi-
13. O que o exemplo de Rute nos ensina sobre aceitar conselhos dos mais ve-
´ ´
lhos? (Veja tambem Jo 12:12.) 45
˜
A motivaçao de Rute
ao procurar Boaz era
´ Rute na eira
pura e altruısta
´ ´
14 Naquele dia, ao anoitecer, Rute foi ate a eira — uma area
˜
plana de terra batida onde os lavradores levavam os graos para
ser debulhados e joeirados. Normalmente, se escolhia um lugar
numa encosta ou no alto de uma colina, onde as brisas eram mais
˜
fortes no fim da tarde e começo da noite. Para separar os graos
´
do restolho e da palha, usavam-se grandes forquilhas ou pas.
A mistura era lançada para o alto de modo que o vento levava
˜ ´ ˜
embora a palha, que era mais leve, e os graos caıam no chao.
`
15 Rute ficou observando discretamente a medida que o ser-
´
viço era concluıdo. Boaz supervisionou o trabalho de joeirar os
˜
graos, que eram amontoados em grande quantidade. Depois de
˜
uma boa refeiçao, ele se deitou perto do monte de cereal. Pelo
´
visto, naquela epoca era costume fazer isso, talvez para proteger
˜
a preciosa colheita contra ladroes ou saqueadores. Rute viu Boaz
ˆ ˜
se deitar; era o momento de por o plano de Noemi em açao.
˜
16 Com o coraçao acelerado, Rute se aproximou lentamente.
Dava para ver que Boaz estava num sono profundo. Assim, con-
´
forme Noemi tinha dito, ela descobriu os pes dele e se deitou ali
perto. Depois aguardou. O tempo foi passando, mas para Rute
deve ter parecido uma eternidade. Por fim, perto da meia-noite,
Boaz começou a se mexer. Tremendo de frio, ele se esticou para
´ ˜ ´
cobrir os pes. Entao, percebeu que havia alguem ali. Conforme
14. O que era uma eira, e o que se fazia ali?
15, 16. (a) Descreva o que aconteceu depois que Boaz terminou o trabalho.
´
46 (b) Como Boaz descobriu que Rute estava deitada aos seus pes?
“UMA MULHER DE BEM”
´
o relato diz, “havia uma mulher deitada aos seus pes!” — Rute
3:8.
17 “Quem es ´
tu?”, perguntou ele. Rute respondeu, talvez com
ˆ
a voz tremula: “Sou Rute, tua escrava, e tens de estender a tua
´
aba sobre a tua escrava, visto que es resgatador.” (Rute 3:9) Al-
´ ˜ ˜
guns comentaristas bıblicos dao a entender que as açoes e as pa-
˜
lavras de Rute tinham certa conotaçao sexual. Mas eles se esque-
cem de dois detalhes. Primeiro, Rute estava agindo de acordo
´
com os costumes da epoca, muitos dos quais se perderam no tem-
˜
po. Assim, seria um erro comparar as açoes dela com os baixos
˜
padroes morais de nossos dias. Segundo, Boaz respondeu de uma
maneira que deixa claro que ele encarava a conduta de Rute mo-
´
ralmente casta e muito elogiavel.
´
18 Sem duvida, o tom gentil e suave
de Boaz acalmou Rute. Ele disse: “Que
´
Jeova te abençoe, minha filha. Expressas- Por tratar outros
ˆ ´
te a tua benevolencia melhor no ultimo
˜
caso do que no primeiro, nao indo atras
´ com bondade e respeito,
˜
dos jovens, quer o de condiçao humilde,
˜ Rute conquistou uma
quer o rico.” (Rute 3:10) A expressao “no ˜
primeiro [caso]” referia-se ao amor leal de excelente reputaçao
Rute em acompanhar Noemi de volta para
´ ˜ ´
Israel e cuidar dela. Ja a expressao “no ul-
timo caso” tinha a ver com o que estava
˜
acontecendo naquela ocasiao. Boaz notou que uma jovem mu-
lher como Rute poderia facilmente ter procurado um marido en-
tre os homens bem mais novos, quer fossem ricos, quer pobres.
˜ ´
Em vez disso, ela procurou o bem nao so de Noemi, mas tam-
´
bem do marido falecido de Noemi, por dar continuidade ao
´ ˜ ´ ´
nome da famılia na terra dele. Nao e difıcil ver por que Boaz fi-
˜ ´
cou tao impressionado com o altruısmo dessa jovem mulher.
19 Boaz continuou: “E agora, minha filha, nao ˜
tenhas medo.
˜
Farei para ti tudo o que disseres, pois todos no portao do meu
´
povo se apercebem de que es uma mulher de bem.” (Rute 3:11)
´
Ele gostou da ideia de se casar com Rute; talvez ate certo ponto
˜
17. De que dois detalhes se esquecem os que dao a entender que havia algo
´ ˜
improprio nas açoes de Rute?
˜
18. O que Boaz disse para acalmar Rute, e a que duas expressoes da benevo-
ˆ
lencia dela ele se referia?
˜
19, 20. (a) Por que Boaz nao quis se casar com Rute imediatamente? (b) De
´
que maneiras Boaz foi bondoso e sensıvel com Rute e mostrou que se preocu-
˜
pava com a reputaçao dela? 47
´
IMITE A SUA FE RUTE
esperasse que ela pedisse que ele fosse o resgatador dela. Mas
˜
Boaz era um homem correto e nao queria fazer as coisas simples-
ˆ
mente segundo suas preferencias. Ele disse a Rute que havia ou-
´ ´
tro resgatador, um parente mais proximo da famılia do marido
falecido de Noemi. Boaz falaria primeiro com esse homem para
lhe dar a oportunidade de se tornar marido de Rute.
20 Boaz sugeriu que Rute se deitasse de novo e descansasse
´ ˜
ate pouco antes do amanhecer; entao ela poderia ir embora dis-
˜
cretamente. Ele queria proteger tanto a reputaçao dela como a
dele, visto que as pessoas poderiam pensar que algo imoral ha-
´
via acontecido. Rute se deitou de novo aos pes de Boaz, talvez
´ ˜
agora mais tranquila apos ouvir uma resposta tao bondosa ao seu
pedido. Depois, enquanto ainda estava escuro, ela se levantou.
˜
Boaz encheu a manta de Rute com uma porçao generosa de ce-
´
vada, e ela voltou a Belem. — Leia Rute 3:13-15.
21 Deve ter sido muito bom para Rute pensar no que Boaz ti-
´
nha dito — que ela era “uma mulher de bem”. Sem duvida, essa
˜ `
reputaçao se devia em boa parte a vontade que ela tinha de co-
´ ´
nhecer a Jeova e servi-lo. Ela tambem havia mostrado grande
bondade e sensibilidade com Noemi e seu povo, por estar dispos-
ta a adaptar-se a costumes que para ela certamente eram desco-
´
nhecidos. Se imitarmos a fe de Rute, nos esforçaremos em respei-
´
tar as pessoas e seus costumes. Assim, tambem poderemos criar
˜
uma excelente reputaçao.
Um lugar de descanso para Rute
´
22 “Quem es, minha filha?”, perguntou Noemi quando Rute
chegou. Ela talvez tenha perguntado isso porque estava escuro.
´
Mas Noemi tambem queria saber se Rute ainda estava na mesma
˜ ´
situaçao de viuva descompromissada ou se agora havia a possibi-
lidade de um casamento. Rute logo contou a Noemi sobre sua
´ ˜
conversa com Boaz. Tambem mostrou a porçao generosa que
Boaz tinha lhe pedido para entregar a Noemi.1 — Rute 3:16, 17.
˜
1 Boaz deu a Rute seis medidas de um peso nao especificado — talvez para sugerir
´
que, assim como seis dias de trabalho eram seguidos de um descanso sabatico, os di-
´ ´
fıceis dias de Rute como viuva em breve seriam seguidos pelo “descanso” que um lar
´ ´ ´
e um marido proporcionariam. Ou e possıvel que as seis medidas — talvez pas
cheias — fossem tudo o que Rute conseguia levar.
21. O que fez com que Rute fosse conhecida como “uma mulher de bem”, e
como podemos imitar seu exemplo?
˜
22, 23. (a) O que talvez significasse a porçao que Boaz deu a Rute? (Veja tam-
´
48 bem a nota.) (b) Que conselho Noemi deu a Rute?
´ ´
Jeova abençoou Rute com o privilegio de ser ancestral do Messias
´
IMITE A SUA FE RUTE
Ela abriu
˜
seu coraçao a Deus
ANA se ocupou com os preparativos da viagem, tentando esque-
˜
cer seus problemas. Era para ser uma ocasiao feliz. Todo ano, seu
´
marido, Elcana, viajava com a famılia para adorar a Deus no ta-
´ ´ ˜
bernaculo em Silo. Jeova queria que essas ocasioes fossem ale-
ˆ ´
gres. (Leia Deuteronomio 16:15.) E desde pequena Ana sem du-
vida apreciava muito essas festividades. Mas as coisas tinham
´
mudado nos ultimos anos.
2 Ana era muito amada pelo seu marido. Mas ele tinha outra
51
IMITE A SUA FÉ ANA
que ele se casou primeiro com Ana e alguns anos depois com Pe-
nina. Seja como for, Penina tinha muito ciúme de Ana e sempre
encontrava um jeito de fazer sua rival sofrer. A grande vantagem
de Penina em relação a Ana era sua fertilidade. Ela teve vários fi-
lhos, um atrás do outro, e seu orgulho aumentava cada vez que
dava à luz. Em vez de sentir pena de Ana e a consolar, Penina se
aproveitava do ponto fraco dela. A Bíblia diz que Penina humi-
lhava Ana “para fazê-la sentir-se desconcertada”. (1 Sam. 1:6) Ela
fazia isso de propósito; queria magoar Ana, e conseguia.
6 Pelo visto, a oportunidade preferida de Penina para ator-
mentar Ana era a viagem anual a Silo, e aquele ano não foi dife-
rente. A cada um dos muitos filhos de Penina — “a todos os filhos
e filhas dela” —, Elcana deu porções dos sacrifícios oferecidos a
Jeová. Mas a amada Ana recebeu uma porção especial. A invejo-
sa Penina rebaixou tanto aquela pobre mulher, mencionando vez
após vez sua esterilidade, que ela começou
a chorar e até perdeu o apetite. Elcana per-
cebeu logo que sua querida esposa estava
Ao enfrentar angustiada e não comia nada, por isso ten-
tratamento cruel em tou consolá-la. “Ana”, perguntou ele, “por
que choras e por que não comes, e por
casa, Ana recorreu que se sente mal o teu coração? Não te sou
a Jeová em busca eu melhor do que dez filhos?” — 1 Sam.
1:4-8.
de consolo 7 Elcana até conseguiu perceber que a
5. Por que Penina queria que Ana sofresse, e como ela conseguia magoar
Ana?
6, 7. (a) Embora Elcana tentasse consolar Ana, por que talvez ela não lhe te-
nha contado tudo o que estava acontecendo? (b) Será que a esterilidade
52 de Ana era sinal da desaprovação de Jeová? Explique. (Veja a nota.)
´
Ana estava muito aflita porque era esteril, e Penina fazia de tudo para ela se sentir ainda pior
´
IMITE A SUA FE ANA
que Ana tenha contado isso a ele. Talvez ela achasse que expor
´ ˜
Penina so pioraria a situaçao. Elcana mudaria realmente alguma
´ ˜ ´
coisa? Sera que Penina nao passaria a despreza-la ainda mais? E
que dizer dos filhos e dos servos daquela mulher maldosa? Ana
´
se sentiria cada vez mais uma estranha em sua propria casa.
8 Quer Elcana soubesse de toda a crueldade de Penina, quer
˜ ´ ´
nao, uma coisa e certa: Jeova Deus sabia de tudo. Sua Palavra ex-
˜
poe tudo o que aconteceu, dando assim um forte aviso a todos
´ ´
os que praticam atos aparentemente pequenos de odio e ciume.
´
Por outro lado, pessoas inocentes e pacıficas como Ana podem
sentir-se consoladas por saber que o Deus de justiça resolve to-
` ˆ
dos os assuntos no seu tempo e a sua maneira. (Leia Deuterono-
´
mio 32:4.) Com certeza Ana sabia disso, pois foi a Jeova que ela
procurou em busca de ajuda.
˜
‘Ela nao estava mais preocupada’
´ ´
9 Bem cedo, a casa ja estava movimentada. Todos, ate as
crianças, se preparavam para a viagem. Para chegar a Silo, aque-
´ ˆ
la grande famılia teria de atravessar mais de 30 quilometros na
˜
regiao montanhosa de Efraim.1 A viagem levaria um ou dois dias
´ ˜
a pe. Embora Ana soubesse como sua rival agiria, ela nao ficou
em casa. Assim, deu um valioso exemplo para os adoradores de
´
Deus hoje. Nunca devemos permitir que a ma conduta de outros
˜
atrapalhe nossa adoraçao a Deus, pois isso nos impediria de re-
ˆ ˜ ˜
ceber justamente as bençaos que nos dao forças para perseverar.
´
10 Apos um longo dia caminhando por estradas sinuosas nas
´
montanhas, aquela famılia chegou perto de Silo, no topo de uma
colina cercada por montes. Podemos imaginar Ana meditando
´ ˜
profundamente sobre o que diria a Jeova em oraçao. Ao chegar,
´ ˜ ˆ
a famılia tomou uma refeiçao. Assim que pode, Ana se separou
´ ´
do grupo e foi ao tabernaculo de Jeova. O Sumo Sacerdote Eli es-
´ ˜
tava la, sentado perto da porta. Mas a atençao de Ana estava em
´
seu Deus. Ali no tabernaculo ela tinha certeza de que seria ouvi-
´
da. Mesmo que mais ninguem pudesse entender o que ela esta-
ˆ ´
1 Essa distancia se baseia na possibilidade de Rama, cidade de Elcana, ser o mesmo
lugar conhecido como Arimateia nos dias de Jesus.
´
8. Ao enfrentar crueldade ou injustiça, por que e consolador lembrar-se que
´ ´
Jeova e o Deus de justiça?
˜
9. O que aprendemos da disposiçao de Ana de ir a Silo mesmo sabendo como
sua rival agiria?
´ ˆ
10, 11. (a) Por que Ana foi ao tabernaculo assim que pode? (b) Como Ana
˜
54 abriu o coraçao ao seu Pai celestial?
˜
E L A A B R I U S E U C O R A Ç A O A D E U S
´
va passando, seu Pai celestial podia. Toda a angustia de Ana veio
`
a tona, e ela começou a chorar.
11 Soluçando muito, Ana orou silenciosamente a Jeova. ´
Seus
´
labios tremiam ao passo que pensava nas palavras certas para ex-
˜ ˜
pressar sua dor. Ela fez uma longa oraçao, abrindo o coraçao ao
seu Pai. Mas fez mais do que apenas pedir a Deus que realizasse
˜ ´ ˆ ˜
seu forte desejo de ter filhos. Ana nao queria so receber bençaos
´
de Deus, mas tambem queria lhe dar o que podia. Assim, fez um
voto dizendo que, se tivesse um filho, ela o entregaria para ser-
´
vir a Jeova por toda a vida. — 1 Sam. 1:9-11.
12 No que se refere a` oraçao,
˜
Ana foi um exemplo para to-
´
dos os servos de Deus. Jeova bondosamente convida seus adora-
˜
dores a abrir o coraçao a ele e expressar todas as suas preocu-
˜
paçoes, sem reservas, como faria um filho que tem um pai
´
amoroso. (Leia Salmo 62:8; 1 Tessalonicenses 5:17.) O aposto-
lo Pedro foi inspirado a escrever estas palavras consoladoras:
‘Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele cuida de vo-
ˆ
ces.’ — 1 Ped. 5:7.
13 No entanto, os humanos nao ˜ ˜ ˜
sao tao compreensivos como
´
Jeova. Enquanto Ana chorava e orava, uma voz a assustou. Era
´
Eli, o sumo sacerdote, que a observava. Ele disse: “Ate quando te
´
comportaras como embriagada? Afasta de ti o teu vinho.” Eli ha-
´
via notado que os labios e o corpo de Ana tremiam e que ela pa-
recia perturbada. Em vez de perguntar qual era o problema, ele
ˆ
foi logo concluindo que ela estava bebada. — 1 Sam. 1:12-14.
14 Como deve ter sido duro para Ana ouvir essa acusaçao ˜
in-
´
fundada num momento de tanta angustia — ainda mais de um
˜ ˜
homem que ocupava uma posiçao tao importante! Apesar disso,
´ ˜
mais uma vez ela deixou um excelente exemplo de fe. Nao per-
˜
mitiu que as imperfeiçoes de outra pessoa interferissem em sua
˜ ´
adoraçao a Jeova. Ela respondeu respeitosamente a Eli e explicou
˜ ˜
sua situaçao. Entao, percebendo que tinha errado e talvez falan-
do num tom mais suave, ele disse: “Vai em paz, e que o Deus de
Israel te conceda o teu pedido.” — 1 Sam. 1:15-17.
15 Como Ana se sentiu depois de abrir o coraçao ˜ ´
a Jeova e
12. Conforme mostra o exemplo de Ana, do que devemos nos lembrar no que
` ˜
se refere a oraçao?
˜
13, 14. (a) Como Eli se precipitou em tirar uma conclusao errada sobre Ana?
´ `
(b) Como Ana deixou um excelente exemplo de fe pelo modo como reagiu as
palavras de Eli?
˜ ´ ´
15, 16. (a) Como Ana se sentiu depois de abrir o coraçao a Jeova e adora-lo
´
no tabernaculo? (b) Como podemos seguir o exemplo de Ana quando luta-
mos contra sentimentos negativos? 55
´
IMITE A SUA FE ANA
´ ´
adora-lo no tabernaculo? O relato diz: “A mulher passou a ir-se
˜
embora e a comer, e seu semblante nao estava mais preocupa-
˜ ˜
do.” (1 Sam. 1:18) A Versao Brasileira diz: “Nao mais era triste o
seu semblante.” Ana se sentiu aliviada. Em certo sentido, ela
transferiu o peso da sua carga emocional para os ombros infini-
tamente mais largos e mais fortes de seu Pai celestial. (Leia Sal-
´ ˜
mo 55:22.) Ha algum problema pesado demais para ele? Nao.
´
Nunca houve e nunca havera!
16 Quando sentimos que a tristeza esta´ tomando conta de
´
nos, podemos seguir o exemplo de Ana e falar abertamente com
´ ˜
Aquele que a Bıblia chama de “Ouvinte de oraçao”. (Sal. 65:2) Se
´
fizermos isso com fe, no lugar da tristeza poderemos sentir “a paz
de Deus, que excede todo pensamento”. — Fil. 4:6, 7.
˜ ´
“Nao ha rocha igual ao nosso Deus”
˜ ´
17 Na manha seguinte, Ana voltou ao tabernaculo com Elca-
´ ´
na. E provavel que ela tenha lhe falado sobre o pedido e a pro-
messa que tinha feito a Deus, pois a Lei mosaica dizia que o
marido podia anular um voto feito pela esposa sem o seu con-
´ ˜
sentimento. (Num. 30:10-15) Mas aquele homem fiel nao anu-
lou o voto de sua esposa. Em vez disso, ele e Ana, juntos, presta-
˜ ´ ´
ram adoraçao a Jeova no tabernaculo antes de voltar para casa.
18 Quando foi que Penina percebeu que nao ˜
conseguia mais
˜ ˜
atormentar Ana? O relato nao diz, mas a expressao “seu semblan-
˜ ˜
te nao estava mais preocupado” sugere que a partir de entao Ana
ˆ
recuperou o animo. De qualquer forma, Penina logo descobriu
´ ˜ ´
que seu comportamento cruel ja nao tinha mais efeito. A Bıblia
˜
nao menciona mais o seu nome.
19 Os meses se passaram e a paz que Ana sentia se transfor-
´ ´ ˜
mou numa indescritıvel alegria. Ela estava gravida! Mas Ana nao
esqueceu nem por um momento quem a tinha abençoado. Quan-
do o menino nasceu, ela o chamou de Samuel, que significa
ˆ
“nome de Deus”, pelo visto uma referencia a se invocar o nome
˜
divino, como Ana havia feito. Naquele ano, ela nao acompanhou
´ ˆ
Elcana e sua famılia na viagem a Silo. Ela ficou em casa por tres
´ ˜
anos, ate desmamar a criança. Entao reuniu forças para o dia em
que teria de se separar de seu querido filho.
17, 18. (a) Como Elcana mostrou que apoiava o voto de Ana? (b) O que Peni-
˜
na nao conseguia mais fazer?
ˆ ˜
19. Que bençao Ana recebeu, e como ela mostrou que reconhecia quem a ti-
56 nha abençoado?
˜
20 A despedida nao deve ter sido nada
´ ´
facil. E claro que Ana sabia que Samuel se-
ria bem cuidado em Silo, talvez por algu- ˜
´ Duas oraçoes especiais
mas mulheres que serviam no tabernacu- ˜
˜ As duas oraçoes de Ana registradas em
lo. Mas ele ainda era tao pequeno! E que ˜
˜ ˜ 1 Samuel 1:11 e 2:1-10 sao especiais por
mae nao quer ficar perto de seu filho? ´
varios motivos. Veja alguns deles:
Mesmo assim, Ana e Elcana levaram o me-
˜ ´
nino, nao de ma vontade, mas com senti- ˙ Ana dirigiu a primeira das duas
˜ ´ ´ ´
˜ ´ oraçoes a “Jeova dos exercitos”. Ela e
mento de gratidao. Eles ofereceram sacrifı- ´
a primeira pessoa na Bıblia a usar esse
cios na casa de Deus e entregaram Samuel ´ ´
tıtulo. Ele aparece 285 vezes na Bıblia
a Eli, lembrando-o do voto que Ana havia `
e se refere a autoridade que Deus
feito anos antes. ´
exerce sobre um grande numero de
21 Entao, ˜ ˜ filhos espirituais.
Ana fez uma oraçao que
´ ˜
Deus considerou digna de ser incluıda em ˙ Note que Ana nao fez a segunda
sua Palavra inspirada. Ao ler suas palavras ˜
oraçao quando seu filho nasceu, mas
ˆ quando ela e Elcana o ofereceram para
em 1 Samuel 2:1-10, em cada linha voce
´ ´ o serviço a Deus em Silo. Assim, Ana
notara a profunda fe que Ana tinha em
´ estava feliz por ter sido abençoada por
Deus. Ela louvou a Jeova pela forma ma- ´ ˜
ravilhosa como ele usa seu poder — por Jeova, nao por ter silenciado sua rival,
´ Penina.
sua capacidade inigualavel de humilhar os ´
orgulhosos, abençoar os oprimidos, por
ˆ ˙ Quando Ana disse “Meu chifre esta
` ´ ´
fim a vida ou ate salvar da morte. Ela deveras exaltado em Jeova”, talvez ela
estivesse pensando no touro, um forte
louvou seu Pai por sua santidade sem
animal de carga com chifres poderosos.
igual, e por sua justiça e fidelidade. Com Em outras palavras, Ana estava dizendo:
ˆ ˜ ´ ´ ´
bons motivos, Ana pode dizer: “Nao ha ‘Jeova, tu me das forças.’ — 1 Sam. 2:1.
´ ´
rocha igual ao nosso Deus.” Jeova e total-
´ ´ ´ ˙ As palavras de Ana sobre o “ungido”
mente confiavel e imutavel, um refugio ˜ ´
de Deus sao consideradas profeticas.
para todos os oprimidos que buscam sua ˜
Ela usou uma expressao hebraica que
ajuda. ´ ´
e tambem traduzida “messias”, e foi a
22 Com certeza, o pequeno Samuel foi ´ ´
primeira pessoa na Bıblia a usa-la para
˜ ´ se referir a um futuro rei ungido.
privilegiado por ter uma mae com tanta fe
´ — 1 Sam. 2:10.
em Jeova. Mesmo tendo saudades dela,
˜
ele nunca se sentiu abandonado enquan- ˙ Uns mil anos mais tarde, Maria, a mae
˜ `
to crescia. Todo ano, Ana viajava a Silo, de Jesus, usou expressoes similares as de
´
Ana para louvar a Jeova. — Luc. 1:46-55.
20. Como Ana e Elcana cumpriram a promessa ´
´ (Veja o Capıtulo 17.)
que tinham feito a Jeova?
˜ ´
21. Como a oraçao de Ana a Jeova refletiu sua
´ ´
profunda fe? (Veja tambem o quadro “Duas ora-
˜
çoes especiais”.)
22, 23. (a) Por que podemos ter certeza de que
Samuel cresceu sabendo que seus pais o amavam?
´
(b) De que outras maneiras Jeova abençoou Ana?
ˆ ˜
Ana foi uma verdadeira bençao
para seu filho Samuel
´
levando uma tunica sem mangas para ele usar
´
no serviço do tabernaculo. Cada ponto costu-
rado era prova do seu amor e carinho. (Leia
1 Samuel 2:19.) Podemos imaginar seu olhar
ˆ de ternura e suas palavras bondosas e encora-
PARA VOCE PENSAR . . . ´
jadoras enquanto colocava a tunica no meni-
´
˙ Como Ana demonstrou fe no e a ajeitava. Samuel foi abençoado por ter
˜ ˜
apesar de oposiçao? uma mae assim, e quando cresceu ele mesmo
˜ ˆ ˜
˙ Como as oraçoes de Ana se tornou uma bençao para seus pais e todo o
´
revelaram sua fe? Israel.
´ ´ ´ ˜ ´
˙ Por que Jeova da valor a 23 Ana tambem nao foi abandonada. Jeova
pessoas como Ana? a abençoou com mais cinco filhos. (1 Sam.
ˆ ˆ ˜
˙ De que maneiras voce 2:21) Mas talvez a maior bençao de Ana tenha
´ ˜ ´
pretende imitar a fe de Ana? sido sua relaçao com seu Pai, Jeova. E essa
˜
relaçao ficava cada vez mais forte ao longo
ˆ
dos anos. Que o mesmo aconteça com voce,
´
58 ao passo que imita a fe demonstrada por Ana.
´
CAPITULO SETE
Ele “continuava
´
a crescer com Jeova”
˜
SAMUEL olhava atentamente para o seu povo. A naçao estava reu-
´
nida na cidade de Gilgal, convocada por esse homem fiel que ja ser-
´
via como profeta e juiz por decadas. Era maio ou junho, segundo o
´ ˜ ´
calendario atual; a estaçao seca ja tinha começado. Os campos de tri-
˜ ˜
go da regiao estavam dourados, prontos para a colheita. A multidao
ˆ ˜
estava em silencio. Como Samuel tocaria o coraçao daquelas pessoas?
2 O povo nao ˜ ˜
entendia a gravidade da situaçao. Eles haviam in-
´ ˜
sistido em ter um rei humano para governa-los. Nao percebiam que
tinham mostrado grande desrespeito
´
por seu Deus, Jeova, e pelo profeta ˆ
dele. Na verdade, estavam rejeitando o
´ ´ ˜
A inf ancia de
proprio Jeova; eles nao o queriam mais
como Rei. O que Samuel poderia fazer
Samuel pode
´
para leva-los ao arrependimento? nos ensinar
3 Samuel disse a` multidao: ˜
“Fiquei
velho e grisalho.” Seus cabelos bran-
muito sobre
`
cos davam mais peso as suas palavras. desenvolver
Ele continuou, dizendo: “Tenho anda- ´ ´
´
do diante de vos desde a minha moci-
fe em Jeova
´ ´
dade ate o dia de hoje.” (1 Sam. 11:14, apesar de mas
15; 12:2) Embora fosse idoso, Samuel ˆ
˜
nao havia esquecido de sua juventude. influencias
Suas lembranças daqueles dias ainda
˜
estavam bem vivas em sua mente. As decisoes que havia tomado
´ ˜
quando era jovem resultaram numa vida de fe e devoçao ao seu
´
Deus, Jeova.
4 Samuel teve de fortalecer e manter sua fe´ apesar de muitas ve-
´ ´ ´
zes estar cercado de pessoas sem fe e desleais. Hoje tambem e um
desafio desenvolver essa qualidade, pois vivemos num mundo sem
˜
1, 2. Qual era a situaçao quando Samuel se dirigiu ao povo de Israel, e por
´
que ele precisava leva-los ao arrependimento?
3, 4. (a) Por que Samuel falou sobre sua juventude? (b) Por que o exemplo
´ ´ ´ ´
de fe que Samuel deixou e util para nos hoje?
59
´
IMITE A SUA FE SAMUEL
´
fe e perverso. (Leia Lucas 18:8.) Vejamos o que podemos aprender
ˆ
de Samuel, começando por sua infancia.
´
“Como rapazinho, ministrava perante Jeova”
5 ˆ
Samuel teve uma infancia incomum. Pouco depois de ser des-
mamado, talvez quando tinha 3 anos ou um pouco mais, ele come-
´ ´
çou uma vida de serviço no tabernaculo sagrado de Jeova, que fica-
ˆ ´
va em Silo, a mais de 30 quilometros de sua casa, em Rama. Seus
´
pais, Ana e Elcana, dedicaram seu filho a Jeova para servir de uma
´
forma especial: ser nazireu a vida inteira.1 Sera que os pais de Sa-
˜
muel nao o amavam e o estavam abandonando?
6 De forma alguma! Eles sabiam que seu filho seria bem cuida-
´
do em Silo. E o Sumo Sacerdote Eli sem duvida cuidou desse assun-
´ ´
to, pois Samuel trabalhava diretamente com ele. Tambem havia va-
´
rias mulheres que prestavam serviçosˆ relacionados ao tabernaculo,
´
pelo visto de maneira organizada. — Exo. 38:8; Juı. 11:34-40.
7 Alem ´
disso, Ana e Elcana nunca se esqueceram de seu primei-
ro filho, que tanto amavam; afinal, seu nascimento tinha sido a res-
˜
posta a uma oraçao. Ana havia pedido um filho a Deus, prometen-
´
do dedica-lo a Ele para prestar-lhe serviço sagrado a vida inteira. Todo
´
ano, quando ia visitar Samuel, Ana levava uma tunica sem mangas,
´
que ela mesma fazia, para ele usar em seu serviço no tabernaculo.
´
O menino com certeza gostava muito dessas visitas. Sem duvida, o
` ˜
bom progresso de Samuel se devia ao encorajamento e a orientaçao
´
que seus pais lhe davam, lembrando-lhe sempre do privilegio que
´ ´
era servir a Jeova naquele lugar incomparavel.
8 Os pais hoje podem aprender muito de Ana e Elcana. Ao criar
´ ´
os filhos, e comum os pais so se preocuparem com coisas materiais,
deixando de lado as necessidades espirituais. Mas os pais de Samuel
colocaram os assuntos espirituais em primeiro lugar, e isso teve gran-
ˆ
de influencia no tipo de homem que seu filho se tornou. — Leia
´
Proverbios 22:6.
9 Podemos imaginar aquele menino explorando as colinas em
´ ˜ ´
1 Os nazireus estavam sob um voto que incluıa a proibiçao de tomar bebidas alcoo-
licas e de cortar o cabelo e a barba. A maioria deles fazia esse tipo de voto por apenas
´ ˜ ˜
um perıodo limitado, mas alguns, como Sansao, Samuel e Joao Batista, foram nazi-
reus a vida inteira.
ˆ
5, 6. Em que sentido Samuel teve uma infancia incomum, mas por que seus
pais tinham certeza de que ele seria bem cuidado?
´
7, 8. (a) Como os pais de Samuel lhe davam encorajamento ano apos ano?
(b) O que os pais podem aprender de Ana e Elcana?
´
9, 10. (a) Descreva o tabernaculo e os sentimentos do jovem Samuel a respei-
´
to daquele lugar sagrado. (Veja tambem a nota.) (b) O que talvez estivesse
´ ˆ
incluıdo nas responsabilidades de Samuel, e como voce acha que os jovens
60 hoje podem imitar o exemplo dele?
´
ELE “CONTINUAVA A CRESCER COM JEOVA”
´
volta de Silo ao passo que crescia. La de cima, quando olhava para
´ ˜
a cidade e o vale atras dela, seu coraçao provavelmente se enchia de
´ ´ ´
alegria e orgulho ao ver o tabernaculo de Jeova. Aquele tabernaculo
´
era de fato sagrado.1 Construıdo quase 400 anos antes sob a orien-
˜ ´ ´ ´ ˜
taçao do proprio Moises, era o unico centro da adoraçao pura de
´
Jeova em todo o mundo.
10 O jovem Samuel amava o tabernaculo. ´
No relato que ele es-
creveu mais tarde, lemos: “Samuel, como rapazinho, ministrava pe-
´ ´
rante Jeova, estando cingido dum efode de linho.” (1 Sam. 2:18) Pelo
visto, essa vestimenta simples, sem mangas, indicava que Samuel au-
´ ˜
xiliava os sacerdotes no tabernaculo. Embora nao fosse da classe sa-
´ ˜
cerdotal, ele tinha tarefas que incluıam abrir de manha as portas do
´ ´
tabernaculo que davam para o patio e ajudar o idoso Eli. No entan-
´
to, por mais que ele prezasse seus privilegios, com o tempo seu co-
˜
raçao inocente ficou aflito. Algo muito errado estava acontecendo
´
na casa de Jeova.
11, 12. (a) Que falha grave Hofni e Fineias tinham? (b) Que tipo de maldade
˜ ´ ´
e perversao Hofni e Fineias praticavam no tabernaculo? (Veja tambem a
nota.) 61
´
IMITE A SUA FE SAMUEL
ˆ ˜ ˜
bençao e orientaçao. Mas Hofni e Fineias influenciavam os outros
sacerdotes a tratar as ofertas com grande desrespeito.1
13 Imagine o jovem Samuel observando, espantado, esses graves
´
abusos acontecerem sem ninguem fazer nada. Quantas pessoas po-
´
bres, humildes ou oprimidas ele viu se aproximar do tabernaculo sa-
grado na esperança de obter consolo e força em sentido espiritual,
´
mas que saıram desapontadas, magoadas ou humilhadas? E como
´
ele se sentiu quando soube que Hofni e Fineias tambem desrespei-
´ ˜
tavam as leis de moral de Jeova por terem relaçoes sexuais com al-
´
gumas das mulheres que serviam no tabernaculo? (1 Sam. 2:22) Tal-
vez ele esperasse que Eli fizesse algo a respeito.
14 Eli era a pessoa mais indicada para resolver esse problema que
´
aumentava a cada dia. Como sumo sacerdote, ele era responsavel por
´ ˜
tudo que acontecia no tabernaculo. Como pai, ele tinha a obrigaçao
de corrigir seus filhos. Afinal, eles estavam prejudicando a si mes-
´
mos e a muitas outras pessoas no paıs. No entanto, Eli falhou como
sumo sacerdote e como pai. Ele deu aos filhos apenas uma repreen-
˜
sao branda. (Leia 1 Samuel 2:23-25.) Mas eles precisavam de uma
´
disciplina bem mais severa. Estavam cometendo pecados passıveis de
morte!
˜
15 A situaçao ˜ ´
ficou tao grave que Jeova enviou a Eli “um ho-
˜ ´
mem de Deus”, um profeta cujo nome nao e mencionado, com uma
´
forte mensagem de julgamento. Jeova disse a Eli: “Tu persistes em
honrar mais a teus filhos do que a mim.” Por isso, Deus predisse que
´
os filhos perversos de Eli morreriam no mesmo dia e que a famılia
´ ˜
de Eli sofreria muito, perdendo ate mesmo sua posiçao privilegiada
´ ´
como membros da classe sacerdotal. Sera que essa famılia mudou de
´ ˜
atitude em vista desse forte aviso? O registro bıblico mostra que nao
houve nenhuma mudança. — 1 Sam. 2:27–3:1.
16 Como toda essa perversao ˜
afetou o jovem Samuel? De vez em
´
1 O relato contem dois exemplos desse desrespeito. Primeiro, a Lei especificava quais
partes da oferta deviam ser consumidas pelos sacerdotes. (Deut. 18:3) Mas, no taber-
´ ´
naculo, os sacerdotes perversos haviam estabelecido uma pratica bem diferente; eles
˜
mandavam os ajudantes simplesmente enfiar um grande garfo no caldeirao onde a
carne estava cozinhando e pegar qualquer pedaço. Segundo, quando as pessoas tra-
´
ziam seus sacrifıcios para serem queimados no altar, aqueles sacerdotes mandavam
um ajudante ameaçar o ofertante, exigindo a carne crua antes mesmo que a gordu-
´ ´
ra do sacrifıcio fosse oferecida a Jeova. — Lev. 3:3-5; 1 Sam. 2:13-17.
13, 14. (a) Como pessoas sinceras estavam sendo afetadas pela perversidade
´
no tabernaculo? (b) De que modo Eli falhou como sumo sacerdote e como
pai?
´ ´
15. Que forte mensagem Jeova enviou a Eli, e como sua famılia reagiu a esse
aviso?
ˆ
16. (a) O que o relato diz sobre o progresso do jovem Samuel? (b) Voce acha
˜
62 essas declaraçoes animadoras? Explique.
Embora sentisse medo,
Samuel transmitiu fielmente a Eli
´
a mensagem de julgamento de Jeova
´
que a Arca sagrada de Jeova tinha sido capturada. — 1 Sam. 3:10-18;
4:1-18.
˜
23 No entanto, a reputaçao de Samuel como profeta fiel melho-
´ ´
rava cada vez mais. O relato diz que ‘o proprio Jeova mostrava estar
´
com ele’ e que Jeova cumpria todas as profecias de Samuel. — Leia
1 Samuel 3:19.
´
“Samuel clamou a Jeova”
24 ´
Sera que os israelitas seguiram a liderança de Samuel e se tor-
´ ` ˜
naram pessoas fieis, que davam valor a espiritualidade? Nao. Com o
˜
tempo, eles decidiram que nao queriam mais que um simples pro-
˜
feta os liderasse. Queriam ser como as outras naçoes e ter um rei hu-
´ ˜ ´
mano para governa-los. Sob a orientaçao de Jeova, Samuel atendeu
ao pedido deles. Mas ele tinha de mostrar a Israel a seriedade de seu
˜ ´
pecado. Eles estavam rejeitando, nao um simples homem, mas o pro-
´
prio Jeova! Por isso, Samuel convocou o povo a Gilgal.
`
25 Vamos voltar aquele momento tenso em que Samuel estava
falando a Israel em Gilgal. Ali, o idoso Samuel lembrou os israelitas
´ ´
de como ele tinha sido fiel e ıntegro a Jeova. Em seguida, “Samuel
´
clamou a Jeova”, pedindo que ele enviasse uma tempestade. — 1 Sam.
12:17, 18.
26 Uma tempestade? Na estaçao ˜ ´
seca? Ninguem nunca tinha ou-
vido falar de uma coisa dessas! Se havia entre o povo algum sinal
´ ´
de zombaria ou duvida, foi por pouco tempo. De repente, o ceu es-
˜
cureceu. O vento castigava o trigo nos campos. Ouviram-se trovoes
estrondosos, ensurdecedores. E a chuva caiu.
˜
Qual foi a reaçao deles? “O povo ficou com
ˆ ´
muito temor de Jeova e de Samuel.” Eles fi-
PARA VOCE PENSAR . . .
nalmente viram a gravidade de seu pecado.
˙ O que ajudou Samuel — 1 Sam. 12:18, 19.
´
a desenvolver fe durante 27 Jeova, ´
o Deus de Samuel, havia toca-
a juventude? ˜
´ do o coraçao daquele povo rebelde. Samuel
˙ Como a fe de Samuel o ajudou ´
exerceu fe em seu Deus desde a juventude
´ ˆ
a resistir a mas influencias? ´ ´
´ ate a velhice, e este o recompensou. Jeova
˙ Como a fe de Samuel foi de ˜
nao mudou; ele ainda apoia quem tem fe
´
ajuda para ele vencer o medo? como a de Samuel.
ˆ
˙ De que maneiras voce gostaria ˜
´ 24. Com o tempo, que decisao os israelitas toma-
de imitar a fe de Samuel?
ram, e por que isso era um pecado grave?
25, 26. Em Gilgal, como o idoso Samuel finalmen-
te ajudou o povo a ver a gravidade de seu pecado
´
contra Jeova?
´ ´
27. Como Jeova encara os que imitam a fe de Sa-
66 muel?
´
CAPITULO OITO
67
Como Samuel ajudou seu povo a lidar com perdas graves e desapontamentos?
ELE PERSEVEROU APESAR DE DESAPONTAMENTOS
9
No entanto, os filisteus ficaram sabendo desse grande ajun-
tamento e viram nisso uma oportunidade para destruir aqueles
´ ´ ´
adoradores de Jeova. Assim, eles enviaram seu exercito a Mispa. Os
israelitas ficaram sabendo do perigo que se aproximava. Com mui-
to medo, pediram que Samuel orasse a seu favor. Ele fez isso e tam-
´ ´ ˆ ´
bem ofereceu um sacrifıcio. Durante essa cerimonia sagrada, o exer-
´ ˜ ´ ` ˜
cito filisteu atacou Mispa. Entao Jeova respondeu a oraçao de
˜
Samuel, demonstrando sua indignaçao. Ele “fez naquele dia trove-
jar com um forte barulho contra os filisteus”. — 1 Sam. 7:7-10.
10 Sera´ que esses filisteus eram como criancinhas que correm
˜ ˜ ˜
para suas maes ao ouvir o barulho de um trovao? Nao, eles eram
˜
fortes guerreiros, acostumados com batalhas. Por isso, esse trovao
´
deve ter sido diferente de qualquer coisa que eles conheciam. Sera
´
que foi a intensidade desse “forte barulho” que os assustou? Sera
´
que o ceu estava limpo quando trovejou,
˜
ou o trovao ecoou nas montanhas, deixan-
do-os confusos? De qualquer forma, o ba-
Os filisteus viram rulho fez com que os filisteus ficassem ater-
num ajuntamento do rorizados. Totalmente desorientados, eles
logo passaram de perseguidores a persegui-
povo arrependido de ´
dos. Os homens de Israel saıram de Mispa,
´
´ ˆ
Jeova uma oportunidade os derrotaram e os perseguiram por quilo-
´
metros, ate um lugar ao sudoeste de Jerusa-
para oprimi-los ´
lem. — 1 Sam. 7:11.
11 Aquela batalha resultou numa gran-
´
lho de forma fiel, apesar de desapontamentos. Ele tambem mos-
´ ´
trou uma atitude apreciativa. Depois da vitoria em Mispa, Samuel
erigiu um monumento para que o povo se lembrasse de como
´
Jeova os havia ajudado. — 1 Sam. 7:12.
13 Voceˆ tambem
´
deseja ‘executar a justiça’? Em caso afirmati-
ˆ
vo, seria bom aprender da paciencia de Samuel e de sua atitude hu-
´ ˜
milde e apreciativa. (Leia 1 Pedro 5:6.) Quem de nos nao precisa
dessas qualidades? Foi bom Samuel ter adquirido e mostrado essas
qualidades quando era relativamente jovem, pois anos mais tarde
ele teve de enfrentar desapontamentos piores.
´ ˜ ˆ
“Os teus proprios filhos nao tem
andado nos teus caminhos”
14 ´
Quando o relato volta a falar de Samuel, ele ja era idoso.
´
Nessa epoca, Samuel tinha dois filhos adultos, Joel e Abias, e lhes
´ ˜
confiou a responsabilidade de ajuda-lo na sua designaçao de juiz.
ˆ
13. (a) Para imitar Samuel, que qualidades precisamos ter? (b) Quando voce
´ ´
acha que e uma boa epoca para desenvolver qualidades como as de Samuel?
14, 15. (a) Que grande desapontamento Samuel teve depois de idoso? Como Samuel
´ ˜ lidou com o
(b) Sera que Samuel era um pai que precisava de repreensao, assim como Eli?
Explique. desapontamento
de ter filhos que se
tornaram corruptos?
71
´
IMITE A SUA FE SAMUEL
˜
Mas infelizmente eles nao mereciam essa confiança. Embora Sa-
˜
muel fosse honesto e justo, seus filhos usaram a posiçao que ti-
´
nham para fins egoıstas, desvirtuando a justiça e aceitando subor-
no. — 1 Sam. 8:1-3.
15 Certo dia, os anciaos ˜
de Israel foram se queixar ao idoso pro-
´ ˜ ˆ
feta, dizendo: “Os teus proprios filhos nao tem andado nos teus ca-
´
minhos.” (1 Sam. 8:4, 5) Sera que Samuel sabia o que estava acon-
˜ ´
tecendo? O relato nao diz. Mas, ao contrario de Eli, Samuel com
˜ ˜ ´
certeza nao era um pai que precisava de repreensao. Jeova havia
censurado e punido Eli por ele ter falhado em corrigir seus filhos
perversos, por ter honrado mais a eles do que a Deus. (1 Sam. 2:27-
´ ˜
29) Essa falha Jeova nao viu em Samuel.
16 O relato nao ˜ ´
menciona a terrıvel vergonha, a ansiedade ou
o desapontamento que Samuel sentiu ao saber da conduta errada
de seus filhos. No entanto, muitos pais podem imaginar o que ele
´ ´
sentiu. Nos tempos difıceis de hoje, e comum os filhos se rebela-
´
rem contra a autoridade e a disciplina dos pais. (Leia 2 Timoteo
˜
3:1-5.) O exemplo de Samuel talvez sirva de consolo e orientaçao
´ ˜
para quem esta passando por algo assim. Samuel nao deixou de
forma alguma que a conduta infiel de seus filhos mudasse seu
˜
modo de agir. Lembre-se: mesmo que conselhos e disciplina nao
˜ ´
toquem o coraçao insensıvel dos filhos, o exemplo dos pais pode
ˆ
ensinar muito. E os pais sempre tem a oportunidade de fazer seu
´ ´
proprio Pai, Jeova Deus, sentir orgulho — assim como Samuel fez.
“Designa-nos deveras um rei”
17 ˜
Os filhos de Samuel nao poderiam ter imaginado todas as
ˆ ˆ ´ ˜
consequencias de sua ganancia e egoısmo. Os anciaos de Israel dis-
seram a Samuel: “Agora, designa-nos deveras um rei para nos jul-
˜ ´
gar, igual a todas as naçoes.” Sera que Samuel achou que eles o es-
´
tavam rejeitando com esse pedido? Afinal, ele ja julgava esse povo
´ ´
em nome de Jeova por decadas. Mas agora eles queriam um rei para
˜ ˜
ser o seu juiz, nao um simples profeta como Samuel. As naçoes vi-
´
zinhas tinham reis, e os israelitas tambem queriam um. Como Sa-
´
muel reagiu? “A coisa era ma” aos seus olhos. — 1 Sam. 8:5, 6.
´
18 Veja como Jeova respondeu quando Samuel falou sobre esse
˜
assunto em oraçao: “Escuta a voz do povo referente a tudo o que
ˆ
16. Que sentimentos afligem os pais que tem filhos rebeldes, e como os pais
˜
podem encontrar certa medida de consolo e orientaçao no exemplo de Sa-
muel?
˜
17. O que os anciaos de Israel pediram a Samuel, e como ele reagiu?
´ ` ˜
18. Como Jeova consolou Samuel e ainda assim trouxe a atençao a gravidade
72 do erro dos israelitas?
ELE PERSEVEROU APESAR DE DESAPONTAMENTOS
˜ ´ ´
te dizem; pois, nao e a ti que rejeitaram, mas e a mim que rejeita-
ram como rei sobre eles.” Para Samuel isso foi muito consolador,
mas para o Deus Todo-Poderoso foi um insulto muito grande.
´
Jeova disse ao seu profeta que alertasse os israelitas sobre o alto
preço que eles pagariam por ter um rei humano. Quando Samuel
˜ ´ ´
fez isso, eles insistiram: “Nao, mas um rei vira a estar sobre nos.”
´
Sempre obediente ao seu Deus, Samuel foi e ungiu o rei que Jeova
havia escolhido. — 1 Sam. 8:7-19.
19 Mas sera´ que Samuel obedeceu de modo ressentido ou in-
´
diferente? Sera que ele permitiu que o desapontamento envenenas-
˜
se seu coraçao, deixando a amargura tomar conta dele? Muitos tal-
˜ ˜
vez reagissem assim numa situaçao como essa, mas nao Samuel.
´ ´
Ele ungiu Saul e reconheceu que o proprio Jeova o havia escolhi-
˜
do. Beijou Saul, em sinal de boas-vindas e submissao ao novo rei.
´ ˜ ´
E disse ao povo: “Vistes aquele que Jeova escolheu, que nao ha
quem lhe seja igual entre todo o povo?”
— 1 Sam. 10:1, 24.
20 Samuel se concentrou nas qualida-
´ ´
“Ate quando prantearas a Saul?”
22
Samuel estava certo de ver o lado bom de Saul; ele era um
´ ˆ
homem notavel. Alto e de aparencia impressionante, era corajoso
´
e capaz, mas modesto e despretensioso no inıcio. (1 Sam. 10:22,
´ ´
23, 27) Ele tambem tinha o precioso dom do livre-arbıtrio, ou seja,
´
a capacidade de escolher seu proceder na vida e tomar suas pro-
˜ ´
prias decisoes. (Deut. 30:19) Sera que ele usou bem esse dom?
23 Infelizmente, quando um homem sente o gosto do poder,
´ ´ ˜
muitas vezes a modestia e a primeira qualidade que ele perde. Nao
demorou muito e Saul começou a ficar arrogante. Ele decidiu de-
` ´
sobedecer as ordens de Jeova transmitidas por Samuel. Certa vez,
´
Saul ficou impaciente e ofereceu um sacrifıcio que Samuel iria ofe-
recer. Samuel teve de corrigi-lo fortemente e predisse que o reina-
˜ ´
do nao permaneceria na sua famılia. Em vez de aprender da disci-
ˆ
plina, Saul passou a cometer atos ainda piores de desobediencia.
— 1 Sam. 13:8, 9, 13, 14.
24 Por meio de Samuel, Jeova´ disse a
22. Por que Samuel estava certo de ver o lado bom de Saul?
23. Qual foi a primeira qualidade valiosa que Saul perdeu, e como ele mos-
ˆ
trou cada vez mais arrogancia?
´
24. (a) Como Saul desobedeceu a Jeova na guerra contra os amalequitas?
` ˜ ˜ ´
74 (b) Como Saul reagiu a correçao, e qual foi a decisao de Jeova?
ELE PERSEVEROU APESAR DE DESAPONTAMENTOS
25 Samuel ficou muito aflito com o que Saul tinha feito. Ele
´ ´
passou a noite implorando a ajuda de Jeova. Ate mesmo pranteou
por Saul. Samuel tinha visto nele tanto potencial, tantas qualida-
´
des boas, e agora suas esperanças haviam sido destruıdas. O ho-
mem que ele conheceu tinha mudado — havia perdido suas me-
´
lhores qualidades e se voltado contra Jeova. Samuel se recusou a
´
ver Saul novamente. Mas, com o tempo, Jeova deu uma leve re-
˜ ´ ´
preensao a Samuel: “Ate quando prantearas a Saul, enquanto eu,
por outro lado, rejeitei que reinasse sobre Israel? Enche teu chifre
´ ´
de oleo e vai. Enviar-te-ei a Jesse, o belemita, porque providenciei
para mim um rei dentre os seus filhos.” — 1 Sam. 15:34, 35; 16:1.
26 O proposito ´ ´ ˜
de Jeova nao depende de humanos imperfeitos,
˜ ´
que nem sempre sao leais. Se um homem se torna infiel, Jeova es-
colhe outro para realizar Sua vontade. Assim, o idoso Samuel dei-
˜ ´ `
xou de prantear por Saul. Sob a orientaçao de Jeova, ele foi a casa
´ ´ ´
de Jesse, em Belem, onde conheceu varios de seus filhos, homens
ˆ ´ ´
de excelente aparencia. Mas, ja sobre o primeiro filho, Jeova disse
˜ ˆ ´
a Samuel para nao olhar apenas para a aparencia fısica. (Leia 1 Sa-
muel 16:7.) Por fim, Samuel conheceu o filho mais novo, Davi,
´
que foi o escolhido por Jeova!
´
27 Nos seus ultimos anos de vida, Samuel viu mais claramente
˜ ´
que a decisao de Jeova de substituir Saul por Davi tinha sido corre-
ta. Saul havia chegado ao ponto de querer matar Davi por causa de
´ ´ ´
ciume e, alem disso, tinha se tornado apostata. Por outro lado, Davi
´ ´
mostrou belas qualidades — coragem, integridade, fe e lealdade. A fe
de Samuel, no fim de sua vida, ficou ainda
mais forte. Ele viu que nenhum desaponta-
´ ´
mento e grande demais para Jeova curar, ˆ
´ PARA VOCE PENSAR . . .
resolver ou ate mesmo transformar numa
ˆ ˜ ˙ Como Samuel lidou com as
bençao. Por fim, Samuel morreu, deixando ´
´ ´ tragedias que aconteceram
para tras um registro notavel de uma vida
´ ˜ ´ em Silo?
que durou quase um seculo. Nao e de ad-
mirar que todo o Israel tenha lamentado a ˙ O que ajudou Samuel a perse-
perda desse homem fiel. Hoje em dia, os verar apesar da rebeldia
´ ˜ de seus filhos?
servos de Jeova farao bem em se perguntar:
´ ˙ Como Samuel se recuperou
‘Vou imitar a fe de Samuel?’
dos desapontamentos relacio-
25, 26. (a) Por que Samuel pranteou por Saul, nados ao Rei Saul?
´ ˜
e como Jeova lhe deu uma leve repreensao? ˆ
˜
(b) Que liçao Samuel aprendeu quando foi a casa
` ˙ De que maneiras voce gostaria
´ ´
de Jesse? de imitar a fe de Samuel?
´
27. (a) O que fez com que a fe de Samuel ficasse
ˆ
ainda mais forte? (b) O que voce acha do exemplo
que Samuel deixou? 75
´
CAPITULO NOVE
Ela agiu
˜
com discriçao
ˆ
ABIGAIL viu o panico nos olhos do rapaz. Ele estava aterrorizado
— e com bons motivos. Um grande perigo se aproximava. Bem na-
quela hora, cerca de 400 guerreiros estavam a caminho, determina-
dos a matar todos os homens da casa de Nabal, marido de Abigail.
ˆ
Por que?
2 Tudo começou com Nabal. Como
76
˜
E L A A G I U C O M D I S C R I Ç A O
´ ˜
Nabal era “duro e mau nas suas praticas”. Por ser tirano e beberrao,
˜
muitas pessoas o temiam e nao gostavam dele. — 1 Sam. 25:2, 3,
17, 21, 25.
5 Abigail era bem diferente de Nabal. O nome dela significa
“meu pai se fez alegre”. Muitos pais se orgulham de ter uma filha
bonita, mas um pai sensato fica ainda mais feliz por ver a beleza in-
´
terior de sua filha. Muitas vezes, uma pessoa que e bonita por fora
˜
se esquece de desenvolver qualidades como discriçao, sabedoria,
´ ˜ ´
coragem e fe. Esse nao era o caso de Abigail. A Bıblia a elogia por
˜
sua discriçao e beleza. — Leia 1 Samuel 25:3.
6 Alguns talvez se perguntem por que uma jovem tao ˜
inteli-
˜ ´
gente se casou com um homem tao imprestavel. Lembre-se que
´
muitos casamentos nos tempos bıblicos eram arranjados. E, mes-
˜ `
mo que um casamento nao fosse arranjado, dava-se muito valor a
˜ ´ ´
aprovaçao dos pais. Sera que os pais de Abigail aprovaram ou ate
arranjaram esse casamento, impressionados com a riqueza e o
´
destaque de Nabal? Sera que eram pobres e sentiram-se pressiona-
˜
dos? Seja como for, o dinheiro de Nabal nao fez dele um bom ma-
rido.
7 Pais sensatos preocupam-se em ensinar os filhos a ter um
˜
conceito correto sobre o casamento. Eles nao pressionam seus fi-
˜
lhos a casar por dinheiro nem a namorar quando ainda sao novos
´
demais para assumir as responsabilidades e os papeis de adultos.
(1 Cor. 7:36) No entanto, era muito tarde para Abigail pensar nis-
so. Independentemente dos motivos, ela tinha se casado com
˜
Nabal e estava decidida a fazer o seu melhor naquela situaçao
´
difıcil.
`
fugitivo. Essa forma de encarar Davi talvez fosse similar a de Saul,
´
que odiava Davi. Nenhum deles pensava como Jeova, que amava
˜
Davi e o via como o futuro rei de Israel, nao como um escravo re-
belde. — 1 Sam. 25:10, 11, 14.
13 Quando os homens voltaram com a resposta de Nabal, Davi
˜ ˜
provisoes, depois seguiu sozinha. “Mas”, conforme lemos, “ela nao
contou nada a seu esposo Nabal”. — 1 Sam. 25:18, 19.
16 Significa isso que Abigail se rebelou contra a chefia que Na-
˜
bal tinha direito de exercer? Nao, lembre-se que Nabal havia agido
´ ˜
iniquamente contra um servo ungido de Jeova. Essa açao poderia
resultar na morte de muitos membros inocentes da casa de Nabal.
´ ˜
Sera que, se Abigail nao tivesse feito nada, teria se tornado culpada
˜
como o marido? No caso em questao, ela tinha de colocar a sub-
˜ ` ˜
missao a Deus a frente da submissao ao marido.
17 Pouco depois, Abigail se encontrou com Davi e seus ho-
Ele defendeu
˜
a adoraçao pura
˜
ELIAS observava a multidao que subia quase se arrastando pelas en-
costas do monte Carmelo. Mesmo na fraca luz do amanhecer, era
´
facil ver como a pobreza e a necessidade afligiam aquelas pessoas.
ˆ
Elas sentiam na pele os efeitos de tres anos e meio de seca.
2 No meio delas, andando de maneira arrogante, estavam os
´
450 profetas de Baal, cheios de orgulho e ardendo de odio por Elias,
´
profeta de Jeova. A Rainha Jezabel tinha executado muitos servos
´ ˜
de Jeova, mas esse homem continuava firme contra a adoraçao de
Baal. Mas por quanto tempo? Talvez aqueles sacerdotes pensassem
que um homem sozinho jamais conseguiria vencer todos eles.
(1 Reis 18:4, 19, 20) O Rei Acabe os acompanhava em sua carrua-
´ ˜
gem real. Ele tambem nao gostava nem um pouco de Elias.
3 Aquele profeta solitario ´
tinha diante de si um dia como ne-
nhum outro em sua vida. Enquanto Elias observava, preparava-se o
´ ´
cenario para um dos mais dramaticos confrontos entre o bem e o
´ `
mal que o mundo ja viu. Como ele se sentia a medida que ia ama-
nhecendo? Sendo um “homem com sentimentos iguais aos nos-
´
sos”, Elias tambem sentia medo. (Leia Tiago 5:17.) Mas podemos
ter certeza de uma coisa: rodeado por aqueles sacerdotes assassinos,
´ ´
pelo povo sem fe e pelo rei apostata deles, Elias sentiu que estava
totalmente sozinho. — 1 Reis 18:22.
4 Mas o que levou Israel a essa crise? E o que esse relato tem a
ˆ ´
ver com voce? Considere o exemplo de fe de Elias e como ele pode
´ ´
ser pratico para nos hoje.
´
Uma longa luta chega ao clımax
5 ˜ ´
Por quase toda a vida, Elias observou a adoraçao de Jeova, a
melhor coisa que sua terra e seu povo tinham, ser deixada de lado
˜
1, 2. (a) O que afligia as pessoas nos dias de Elias? (b) Que oposiçao Elias en-
frentou no monte Carmelo?
`
3, 4. (a) Por que Elias talvez tenha sentido medo a medida que aquele dia im-
portante ia amanhecendo? (b) Que perguntas consideraremos?
5, 6. (a) Em que luta Israel estava envolvido? (b) De que maneiras o Rei Aca-
´
be tinha ofendido profundamente a Jeova?
84
˜
E L E D E F E N D E U A A D O R A Ç A O P U R A
´
e desprezada, sem poder fazer nada a respeito. Veja so: Israel esta-
˜
va envolvido numa longa luta, uma guerra entre a religiao verda-
˜ ´
deira e a falsa, entre a adoraçao de Jeova Deus e a idolatria das
˜
naçoes vizinhas. Nos dias de Elias, aquela luta tinha piorado ainda
mais.
6 O Rei Acabe tinha ofendido profundamente a Jeova. ´
Ele ha-
´
via se casado com Jezabel, filha do rei de Sıdon. Jezabel estava de-
˜
cidida a espalhar a adoraçao de Baal pela terra de Israel e a elimi-
˜ ´ ` ˆ
nar a adoraçao de Jeova. Acabe logo cedeu a influencia dela. Ele
construiu um templo e um altar a Baal e tomou a liderança em se
˜
curvar diante desse deus pagao. — 1 Reis 16:30-33.
˜
7 O que tornou a adoraçao de Baal tao ˜
ofensiva? Ela seduziu Is-
´
rael, levando muitos a se afastar do Deus verdadeiro. Era tambem
˜ ˜
uma religiao repugnante e cruel. Envolvia a prostituiçao de homens
´
e mulheres no templo, orgias sexuais e ate
´
mesmo o sacrifıcio de crianças. Por causa
´
disso, Jeova enviou Elias a Acabe para anun-
´
ciar uma seca que duraria ate que o profeta
De certo modo, a maioria
de Deus decretasse o fim dela. (1 Reis 17:1)
´
dos principais aspectos
Depois de varios anos, Elias compareceu no-
que caracterizavam
vamente perante Acabe e lhe disse para reu- ˜
nir o povo e os profetas de Baal no monte a adoraçao de Baal
Carmelo.1 ˜
8 Mas o que essa luta significa para nos ´ s ao cada vez mais
hoje? Alguns talvez achem que a historia so-
´ comuns hoje
˜ ˜ ´
bre a adoraçao de Baal nao e importante
´ ˜
hoje, ja que nao vemos templos e altares de
˜ ´ ´ ´
Baal ao nosso redor. Mas esse relato nao e so historia antiga. (Rom.
´
15:4) A palavra “Baal” significa “dono” ou “amo”. Jeova disse a seu
povo que eles deveriam escolher a Ele como seu “baal”, ou dono
˜
marital. (Isa. 54:5) Nao concorda que as pessoas ainda servem a uma
variedade de amos em vez de ao Deus Todo-Poderoso? Quer as pes-
´ ˜
soas usem sua vida para ir atras de dinheiro, carreira, diversao, pra-
´ ´
zeres sexuais, quer para ir atras de qualquer um dos incontaveis
˜ ´
deuses que sao adorados em vez de Jeova, elas escolhem um amo.
(Mat. 6:24; leia Romanos 6:16.) De certo modo, a maioria dos prin-
˜ ˜
cipais aspectos que caracterizavam a adoraçao de Baal sao cada vez
1 Veja o quadro “Quanto tempo durou a seca nos dias de Elias?”.
˜ ˜
7. (a) O que tornou a adoraçao de Baal tao ofensiva? (b) Com respeito ao
tempo que durou a seca nos dias de Elias, por que podemos ter certeza de
´ ˜
que a Bıblia nao se contradiz? (Inclua o quadro.)
˜
8. O que podemos aprender do relato sobre a adoraçao de Baal? 85
´
IMITE A SUA FE ELIAS
´
mais comuns hoje. Refletir naquela antiga disputa entre Jeova e Baal
pode nos ajudar a escolher sabiamente a quem vamos servir.
´ ˜
que Jeova tinha dado aos filhos de Abraao parecia estar morrendo.
Agora era uma terra endurecida pelo sol causticante, arruinada por
´
causa da tolice do proprio povo de Deus. Enquanto as pessoas se
´
ajuntavam, Elias se aproximou e disse: “Ate quando ficareis man-
˜ ´ ´
cando em duas opinioes diferentes? Se Jeova e o verdadeiro Deus,
´
ide segui-lo; mas se e Baal, ide segui-lo.” — 1 Reis 18:21.
10 O que Elias queria dizer com a expressao ˜
“mancando em
˜ ˜
duas opinioes diferentes”? Bem, aquelas pessoas nao se davam con-
˜ ´
ta de que precisavam escolher entre a adoraçao de Jeova e a adora-
˜
çao de Baal. Elas pensavam que podiam fazer as duas coisas — man-
ter a paz com Baal por meio de seus rituais repugnantes e ao mesmo
´
tempo pedir favores a Jeova Deus. Talvez pensassem que Baal aben-
˜ ´
çoaria suas plantaçoes e seus rebanhos, ao passo que “Jeova dos
´
exercitos” os protegeria nas batalhas. (1 Sam. 17:45) Mas tinham se
´
esquecido de uma verdade basica, uma verdade que muitos ainda
´ ˜ ˜ ´
hoje despercebem: Jeova nao divide sua adoraçao com ninguem.
˜ ˜
Ele exige e merece devoçao exclusiva. Para ele, qualquer adoraçao
˜ ´ ´
que esteja misturada com outra ˆ forma de adoraçao e inaceitavel,
´
ate mesmo ofensiva! — Leia Exodo 20:5.
11 Portanto, aqueles israelitas estavam “mancando” como al-
´
guem tentando seguir dois caminhos ao mesmo tempo. Hoje mui-
tos cometem um erro parecido, permitindo que outros “baals” se
˜
infiltrem aos poucos em sua vida, deixando de lado a adoraçao a
Deus. Acatar o apelo alto e claro de Elias para parar de mancar pode
˜
nos ajudar a reavaliar nossas prioridades e nossa adoraçao.
Um teste decisivo
12 ˆ
A seguir, Elias propos um teste bem simples. Os sacerdotes
´
de Baal deviam preparar um altar e colocar ali um sacrifıcio; depois
deviam orar a seu deus para que ele acendesse o fogo. Elias faria o
´
mesmo. Ele disse: “O verdadeiro Deus que responder por fogo e o
verdadeiro Deus.” Elias sabia muito bem quem era o verdadeiro
´ ˜ ˜
Deus. Sua fe era tao forte que ele nao hesitou em dar aos seus opo-
nentes toda a vantagem. Ele deixou os profetas de Baal fazer o tes-
´
te primeiro. Assim, eles escolheram o novilho para o sacrifıcio e co-
meçaram a invocar a Baal.1 — 1 Reis 18:24, 25.
´ ˜ ˆ ´
1 E curioso que Elias tenha lhes dito: ‘Nao deveis por fogo’ no sacrifıcio. Alguns eru-
´ `
ditos dizem que esses idolatras as vezes usavam altares com uma abertura secreta por
baixo para parecer que o fogo tinha sido aceso de modo sobrenatural.
˜
10. Como as pessoas dos dias de Elias estavam “mancando em duas opinioes
´
diferentes”, e de que verdade basica tinham se esquecido?
ˆ
11. Como voce acha que as palavras de Elias no monte Carmelo podem nos
˜
ajudar a reavaliar nossas prioridades e nossa adoraçao?
ˆ
12, 13. (a) Que teste Elias propos? (b) Como podemos mostrar que temos
´
tanta confiança em Jeova como Elias tinha? 87
´
IMITE A SUA FE ELIAS
˜ 13 ´ ´ ˜
Nao vivemos numa epoca de milagres. No entanto, Jeova nao
mudou. Podemos ter tanta confiança nele como Elias tinha. Por
˜ ´
exemplo, quando outros nao concordam com o que a Bıblia ensi-
˜ ´
na, nao precisamos ter medo de deixa-los se expressar primeiro.
Como Elias, podemos recorrer ao Deus verdadeiro para resolver o
˜ ´
assunto. Fazemos isso, nao por confiar em nos mesmos, mas em
sua Palavra inspirada, que tem como objetivo “endireitar as coisas”.
— 2 Tim. 3:16.
14 Os profetas de Baal começaram a preparar o sacrifıcio ´
e a in-
´ ´
vocar seu deus. “O Baal, responde-nos!”, clamavam vez apos vez.
˜ ˜
Os minutos e as horas passavam, e eles nao desistiam. “Mas nao
˜ ´
havia voz e nao havia quem respondesse”, diz a Bıblia. Ao meio-
´
dia, Elias começou a zombar deles dizendo de modo sarcastico que
Baal devia estar muito ocupado para lhes
responder, que estava satisfazendo suas ne-
˜ cessidades ou tirando uma soneca e precisa-
Elias encarava a adoraçao ´
va que alguem o acordasse. “Clamai ao ma-
´
`
de Baal como uma fraude ximo da vossa voz”, exortou Elias aqueles
´ impostores. Fica claro que ele encarava a
ridıcula, e queria que ˜
adoraçao de Baal como uma fraude ridıcu-
´
o povo de Deus visse la, e queria que o povo de Deus visse isso
claramente. — 1 Reis 18:26, 27.
isso claramente 15 Os sacerdotes de Baal ficaram ainda
´
mais exaltados, ‘clamando ao maximo da
sua voz e fazendo cortes em si mesmos com
´
punhais e com lanças, segundo o seu costume, ate derramarem san-
˜ ˜ ˜
gue sobre si’. Mas tudo isso foi em vao! “Nao havia voz e nao ha-
˜ ˜
via quem respondesse, e nao se dava atençao.” (1 Reis 18:28, 29)
˜ ˜ ´
De fato, nao havia nenhum Baal. Ele era uma invençao de Satanas
´ ´
para desviar as pessoas de Jeova. A verdade e que escolher qualquer
˜ ´ ´ ˜ ´
amo que nao seja Jeova so traz decepçao, ate mesmo vergonha.
— Leia Salmo 25:3; 115:4-8.
A resposta
16 ´
No fim da tarde, chegou a vez de Elias oferecer um sacrifıcio.
´ ´
Ele reconstruiu um altar a Jeova, que sem duvida tinha sido derru-
˜
bado por inimigos da adoraçao pura. Usou 12 pedras, talvez fazendo
14. Como Elias zombou dos profetas de Baal, e por que ele fez isso?
15. Como o caso envolvendo os sacerdotes de Baal mostra a tolice de escolher
˜ ´
qualquer amo que nao seja Jeova?
16. (a) De que o povo talvez tenha se lembrado ao ver Elias reconstruir o altar
´
a Jeova no monte Carmelo? (b) De que outra maneira Elias mostrou confiança
88 em seu Deus?
´
“Nisto veio cair fogo da parte de Jeova”
´
IMITE A SUA FE ELIAS
˜
com que muitos da naçao de Israel, de dez tribos, se lembrassem
que a Lei dada a todas as 12 tribos ainda estava em vigor. Depois
´ ´
colocou o sacrifıcio e fez com que tudo fosse encharcado com agua,
ˆ ´
provavelmente trazida do mar Mediterraneo ali perto. Tambem fez
´
uma vala em volta do altar e a encheu com agua. Ele tinha dado
´
muitas vantagens aos profetas de Baal, mas para Jeova ele dificul-
tou as coisas, pois tinha muita confiança em seu Deus. — 1 Reis
18:30-35.
17 Quando tudo estava pronto, Elias fez
˜ ˜
uma oraçao simples, mas expressiva, que
A oraçao de Elias deixou claro o que era mais importante para
mostrou que ele ainda ele. Primeiro de tudo, ele queria mostrar
´ ˜
que Jeova, nao aquele tal de Baal, era “Deus
se preocupava com seu em Israel”. Segundo, queria que todos sou-
povo, pois estava ansioso bessem que ele era apenas um servo de
´ ´ ´ ´
Jeova; toda gloria e todo credito deviam ser
para ver Jeova fazer dados a Deus. Por fim, mostrou que ainda
˜
“o coraçao deles se preocupava com seu povo, pois estava an-
´ ´
sioso para ver Jeova fazer “o coraçao deles
˜
voltar atras” ´
voltar atras”. (1 Reis 18:36, 37) Elias ainda
os amava, apesar de todo o sofrimento que
a infidelidade deles tinha causado. Em nos-
˜ ´
sas oraçoes, sera que podemos mostrar similar humildade, interes-
˜
se no nome de Deus e compaixao por outros que precisam de ajuda?
˜
18 Antes da oraçao de Elias, a multidao ˜
ali talvez tenha se per-
´ ˜
guntado se Jeova nao passaria de uma mentira, assim como Baal.
˜ ˜ ´
Mas, depois da oraçao, nao havia mais tempo para duvidas. O rela-
´
to diz: “Nisto veio cair fogo da parte de Jeova e passou a consumir
´
a oferta queimada e a lenha, bem como as pedras, e o po, e lam-
´
beu a agua que havia no rego.” (1 Reis 18:38) Que resposta espeta-
˜
cular! E qual foi a reaçao do povo?
19 Todos clamaram: “Jeova´ e´ o verdadeiro Deus! Jeova´ e´ o ver-
´
de Deus dizia que falsos profetas e idolatras deviam ser mortos.
(Deut. 13:5-9) Esses sacerdotes de Baal eram inimigos declarados de
´ ´ ´
Jeova Deus e agiam deliberadamente contra Seus propositos. Sera
´ ´
que mereciam misericordia? Pense bem: que misericordia eles ti-
nham concedido a todas as crianças inocentes que foram queima-
´ ´
das vivas em sacrifıcio a Baal? (Leia Proverbios 21:13; Jer. 19:5) Es-
˜ ´
ses homens nao mereciam nenhuma misericordia! Assim, Elias
ordenou que fossem executados, e foi isso o que aconteceu. — 1 Reis
18:40.
´
20 Crıticos ˜ ˜
modernos talvez nao concordem com a conclusao
desse teste no monte Carmelo. Algumas pessoas talvez receiem que
´
fanaticos religiosos usem isso para justificar atos violentos de into-
ˆ ´
lerancia religiosa. E infelizmente existem hoje muitos fanaticos re-
˜
ligiosos violentos. Mas Elias nao era ne-
´
nhum fanatico. Ele estava agindo a favor de
´ ˜ ´
Jeova numa execuçao justa. Alem disso, os
˜ ˜ ˆ
cristaos verdadeiros sabem que nao podem PARA VOCE PENSAR . . .
fazer o que Elias fez, ou seja, pegar uma es-
´ ˙ O que podemos aprender
pada e acabar com as pessoas mas. Pelo con- de Elias sobre adorar
´ ´
trario, eles seguem o modelo para todos os exclusivamente a Jeova?
´
discıpulos de Jesus, conforme suas palavras ˙ Como podemos imitar
a Pedro: “Devolve a espada ao seu lugar, Elias ao lidar com os que
pois todos os que tomarem a espada pere- ˜
nao concordam com os
˜ ´ ´
cerao pela espada.” (Mat. 26:52) Jeova usa- ensinamentos da Bıblia?
´
ra seu Filho para executar a justiça divina ˙ O que podemos aprender
no futuro. ˜
da oraçao de Elias no
21 A responsabilidade dos cristaos ˜
ver- monte Carmelo?
´ ´ ˜ ˆ
dadeiros e levar uma vida de fe. (Joao 3:16) ˙ De que maneiras voce
´ ´
Um modo de fazer isso e por imitar homens gostaria de imitar a fe
´
fieis como Elias. Ele adorou exclusivamen- de Elias?
´
te a Jeova e incentivou outros a fazer o mes-
ˆ
mo. De forma corajosa, expos como fraude
˜ ´
uma religiao que Satanas usava para desviar
´
as pessoas de Jeova. Para resolver os assun-
´ ˜ ´
tos, ele confiou em Jeova e nao em suas pro-
prias habilidades ou vontade. Elias defendeu
˜ ´
a adoraçao pura. Que todos nos imitemos a
´
sua fe!
˜ ´
20. Por que as preocupaçoes dos crıticos moder-
˜
nos sobre a execuçao que Elias fez dos sacerdotes
˜
de Baal sao infundadas?
´
21. Por que o exemplo de Elias e apropriado para
˜
os cristaos verdadeiros hoje? 91
´
CAPITULO ONZE
92
ELE OBSERVOU E ESPEROU
´
mem de fe? Vejamos isso examinando o relato. — Leia 1 Reis
18:41-46.
˜
Um homem de oraçao
5Elias se aproximou de Acabe e disse: “Sobe, come e bebe;
´ ´ ˆ ´
pois ha o ruıdo da turbulencia dum aguaceiro.” Sera que esse rei
˜
perverso aprendeu alguma liçao do que havia acontecido naque-
˜ ´ ˜
le dia? O relato nao diz de maneira especıfica, mas nao vemos
nenhuma palavra de arrependimento, nenhum pedido para que
´ ˜ ˜
o profeta o ajudasse a se aproximar de Jeova e pedir perdao. Nao,
Acabe simplesmente “passou a subir para comer e beber”. (1 Reis
18:41, 42) Que dizer de Elias?
6 “Quanto a Elias, subiu ao cume do Carmelo e começou a
˜
agachar-se no chao e a manter a face entre os joelhos.” Enquan-
ˆ
to Acabe foi encher o estomago, Elias teve a oportunidade de orar
ao seu Pai celestial. Note a postura humilde mencionada aqui
˜ ˜
— Elias, no chao, com a cabeça tao abaixada que seu rosto chega-
˜
va perto dos joelhos. O que ele estava pedindo? Nao precisamos
´
5. O que Elias disse para Acabe fazer, e sera que Acabe aprendeu alguma li-
˜
çao do que havia acontecido naquele dia?
˜ ˆ
6, 7. O que Elias pediu em oraçao, e por que?
˜
As oraçoes de Elias
refletiam seu desejo
sincero de ver a
vontade de Deus
ser realizada
93
´
IMITE A SUA FE ELIAS
´
adivinhar. Em Tiago 5:18, a Bıblia diz que Elias orou pelo fim da
˜
seca. Provavelmente, ele fez essa oraçao no cume do monte Car-
melo.
7 Antes disso, Jeova´ tinha dito: “Estou decidido a dar chuva
´
sobre a superfıcie do solo.” (1 Reis 18:1) Portanto, Elias orou para
´
que se realizasse a vontade de Jeova, assim como Jesus ensinou
seus seguidores a fazer uns mil anos mais
tarde. — Mat. 6:9, 10.
8 O exemplo de Elias nos ensina mui-
Elias ansiosamente ˜
to sobre a oraçao. Para ele, o mais impor-
ˆ ˜
procurou evidencias tante era a realizaçao da vontade de Deus.
´
´ Quando oramos, e bom nos lembrar do
de que Jeova estava ˜
seguinte: “Nao importa o que peçamos se-
prestes a agir gundo a sua vontade [de Deus], ele nos
˜ ˜
ouve.” (1 Joao 5:14) Fica claro entao que,
˜
para nossas oraçoes serem aceitas, precisa-
´
mos saber qual e a vontade de Deus — um
´
bom motivo para fazer do estudo da Bıblia parte da nossa vida
´ ´
diaria. Com certeza, Elias tambem queria ver o fim da seca por
´
causa de todo ´ o sofrimento que as pessoas de seu paıs estavam
´
passando. E provavel que ele se sentisse muito grato depois de
´
ter visto o milagre que Jeova realizou naquele dia. Da mesma
˜ ˜
forma, queremos que nossas oraçoes reflitam gratidao sincera e
˜ ´
preocupaçao pelo bem-estar de outros. — Leia 2 Corıntios 1:11;
Filipenses 4:6.
Confiante e vigilante
9 Elias tinha certeza de que Jeova´ acabaria com a seca, mas
˜
nao sabia quando ele faria isso. Assim, o que o profeta fez nesse
meio-tempo? Note o que o relato diz: “Ele disse ao seu ajudan-
˜
te: ‘Por favor, sobe. Olha na direçao do mar.’ Ele subiu, pois, e
˜ ˜ ´
olhou, e entao disse: ‘Nao ha absolutamente nada.’ E ele prosse-
guiu, dizendo: ‘Volta’, por sete vezes.” (1 Reis 18:43) O exemplo
˜
de Elias nos ensina pelo menos duas liçoes. Primeiro, veja a con-
ˆ
fiança desse profeta. Depois, considere a sua vigilancia.
´
10 Visto que Elias tinha confiança na promessa de Jeova, ele
ˆ ´
ansiosamente procurou evidencias de que Jeova estava prestes a
agir. Ele enviou seu ajudante a um ponto alto para verificar no
˜
8. O que o exemplo de Elias nos ensina sobre a oraçao?
9. O que Elias pediu ao seu ajudante, e que duas qualidades consideraremos?
´
10, 11. (a) Como Elias mostrou confiança na promessa de Jeova? (b) Por que
`
94 podemos ter confiança similar a de Elias?
ELE OBSERVOU E ESPEROU
˜ ˜
mais tarde indica que nao. Mas o dia ainda nao tinha terminado
para Acabe — nem para Elias.
17 O profeta de Jeova´ começou a viajar pela mesma estrada
99
´
“Elias . . . foi correr adiante de Acabe ate Jezreel”
ELE FOI CONSOLADO PELO SEU DEUS
˜
de acabar. De fato, em questao de horas ele ficaria com tanto medo,
˜ ˆ ´
tao desanimado, que desejaria morrer. Por que? E como Jeova aju-
´
dou esse profeta a recuperar sua fe e coragem? Vejamos.
Uma virada nos acontecimentos
5 ´ ´
Quando Acabe chegou ao seu palacio em Jezreel, sera que ele
˜
mostrou que havia mudado? O relato diz: “Acabe contou entao a
Jezabel tudo o que Elias tinha feito e tudo sobre como tinha ma-
`
tado todos os profetas a espada.” (1 Reis 19:1) Note que Acabe nem
´
sequer mencionou o Deus de Elias, Jeova. Por ser um homem de
mentalidade carnal, ele descreveu aqueles acontecimentos milagro-
sos em termos estritamente humanos: “O que Elias tinha feito.”
˜ ´
Fica claro que ele nao tinha aprendido a respeitar a Jeova Deus. E
como sua esposa vingativa reagiu?
6 Jezabel ficou tao˜
furiosa que enviou a seguinte mensagem a
Elias: “Assim façam os deuses e assim lhe acrescentem mais, se nes-
˜ ˜ `
ta hora, amanha, eu nao fizer a tua alma igual a alma de cada um
´
deles!” (1 Reis 19:2) Isso era uma terrıvel ameaça de morte. Na ver-
˜
dade, Jezabel estava jurando que ela mesma deveria morrer se nao
matasse Elias no dia seguinte para vingar os profetas de Baal. Ima-
´
gine a cena naquela noite de tempestade: Elias e acordado de re-
pente em algum alojamento em Jezreel e ouve as palavras aterrori-
zantes trazidas pelo mensageiro da rainha. Como ele se sentiu?
Vencido pelo medo e pela falta de coragem
7 ˜
Se Elias achava que a guerra contra a adoraçao de Baal esta-
´
va para acabar, suas esperanças foram por agua abaixo naquele mo-
´ ´
mento. Jezabel estava irredutıvel. Muitos outros profetas fieis, ami-
´ `
gos de Elias, ja tinham sido executados as ordens dela, e agora
´
parecia que ele seria o proximo. Como Elias se sentiu diante da
´
ameaça feita por Jezabel? A Bıblia nos diz: “Ele ficou com medo.”
´ ´
Sera que Elias visualizou a morte terrıvel que Jezabel planejava para
˜ ´
ele? Se ele ficou pensando nisso, nao e de admirar que tenha sen-
tido medo. Seja como for, Elias ‘foi embora pela sua alma’ — ele
fugiu para salvar a vida. — 1 Reis 18:4; 19:3.
˜
8 Elias nao ´ ´
foi o unico homem de fe a ser vencido pelo medo.
´
Muito tempo depois, o apostolo Pedro teve um problema similar.
´ ´
5. Sera que Acabe aprendeu a ter mais respeito por Jeova depois dos aconteci-
mentos no monte Carmelo, e como sabemos disso?
6. Que mensagem Jezabel enviou a Elias, e qual era o seu significado?
7. Como Elias se sentiu diante da ameaça feita por Jezabel, e o que ele fez?
˜
8. (a) Como o problema de Pedro era similar ao de Elias? (b) Que liçao pode-
mos aprender do que aconteceu com Elias e Pedro? 101
´
IMITE A SUA FE ELIAS
´
Quando Jesus fez com que Pedro andasse com ele sobre as aguas,
´ ˜
o apostolo começou a ‘olhar para a ventania’. Entao ficou com
medo e começou a afundar. (Leia Mateus 14:30.) Assim, o que
˜
aconteceu com Elias e Pedro nos ensina uma liçao valiosa. Se que-
˜
remos continuar corajosos, nao podemos ficar pensando nos peri-
gos que nos amedrontam. Precisamos nos concentrar na Fonte de
nossa esperança e força.
“Basta!”
9 O medo fez com que Elias fugisse para o sudoeste. Ele andou
ˆ ´
uns 150 quilometros ate Berseba, uma cidade perto da fronteira sul
´
de Juda. Deixou seu ajudante ali e entrou no deserto sozinho. O
registro diz que ele percorreu o “caminho de um dia”, por isso po-
demos imaginar Elias saindo ao nascer do sol, pelo visto sem levar
˜
nenhuma provisao. Abatido e impelido pelo medo, Elias seguiu ca-
minho, enfrentando o calor causticante
˜ ´ ´ `
daquela regiao arida e inospita. A medida
que o Sol, em tom avermelhado, mergu-
Se queremos continuar lhava no horizonte, as forças de Elias se es-
˜ `
gotavam. Exausto, ele se sentou a sombra
corajosos, nao podemos de um arbusto — o que havia de mais pa-
ficar pensando nos perigos recido a um abrigo naquela terra esteril.
´
˜ ´ ´
isso, nao nos surpreende que muitos, ate mesmo servos fieis de
` ˆ
Deus, as vezes se sintam desanimados. (2 Tim. 3:1) Se voce algum
˜
dia se sentir assim, siga o exemplo de Elias: derrame seu coraçao a
´ ´ ´
Deus. Afinal, Jeova e “o Deus de todo o consolo”. (Leia 2 Corın-
´
tios 1:3, 4.) Sera que ele consolou Elias?
´
Jeova sustentou seu profeta
13 ˆ ´ ´ ´
Como voce acha que Jeova, la no ceu, se sentiu ao ver seu
amado profeta debaixo daquele arbusto no deserto suplicando para
´
morrer? O relato nos da a resposta. Depois de Elias cair no sono,
´
Jeova enviou um anjo. Com um toque suave, o anjo o acordou e
disse: “Levanta-te, come.” Elias fez isso, pois o anjo tinha provi-
˜ ˜ ´
denciado para ele uma refeiçao simples — pao quente e agua fres-
´
ca. Sera que ele pelo menos agradeceu ao anjo? O relato diz ape-
´
nas que o profeta comeu, bebeu e voltou a dormir. Sera que ele
˜
estava tao deprimido que nem conseguia falar? Seja como for, o
anjo o acordou pela segunda vez, talvez ao amanhecer. Mais uma
vez ele disse a Elias: “Levanta-te, come”, e acrescentou estas pala-
´
vras tocantes: “Porque a viagem e demais para ti.” — 1 Reis 19:5-7.
14 Graças ao discernimento dado por Deus, o anjo sabia para
´ ´
onde Elias estava indo. Ele tambem sabia que a viagem era difıcil
´ ´
demais para Elias fazer nas suas proprias forças. Como e consola-
˜
dor servir a um Deus que conhece nossos objetivos e limitaçoes
´
melhor do que nos mesmos! (Leia Salmo 103:13, 14.) O que aque-
˜
la refeiçao fez por Elias?
15 O relato diz: “Levantou-se . . . e comeu e bebeu, e foi indo
˜ ´
no poder desta nutriçao por quarenta dias e quarenta noites, ate o
monte do verdadeiro Deus, Horebe.” (1 Reis 19:8) Assim como
´ ´
aconteceu com Moises uns seis seculos antes e com Jesus quase dez
´ ˆ
seculos depois, Elias jejuou por 40 dias e 40 noites. (Exo. 34:28;
˜ ˜
Luc. 4:1, 2) Aquela refeiçao nao resolveu todos os seus problemas,
mas o sustentou de maneira milagrosa. Imagine aquele homem
idoso andando com esforço por aquele deserto sem estradas dia
´ ´ ˆ
apos dia, semana apos semana, por quase um mes e meio!
´ ´
16 Jeova tambem sustenta seus servos hoje, nao ˜ ˜
com refeiçoes
milagrosas, mas de uma forma muito mais importante: ele faz pro-
˜
visoes espirituais. (Mat. 4:4) Aprender sobre Deus por meio de sua
´ ˜
13, 14. (a) Como Jeova, por meio de um anjo, mostrou preocupaçao amorosa
´ ´
por seu profeta deprimido? (b) Por que e consolador saber que Jeova conhece
´ ˜
bem cada um de nos, incluindo nossas limitaçoes?
˜ ´ ´ ˆ
15, 16. (a) A nutriçao dada por Jeova tornou possıvel que Elias fizesse o que?
´
(b) Por que devemos ser gratos pelo modo como Jeova sustenta seus servos
hoje? 103
´
IMITE A SUA FE ELIAS
˜ ´
Palavra e de publicaçoes cuidadosamente baseadas na Bıblia nos
˜ ˜
sustenta em sentido espiritual. Absorver essa nutriçao talvez nao
resolva todos os nossos problemas, mas nos ajuda a suportar o que
´ `
seria insuportavel. Esse alimento espiritual nos conduz a “vida eter-
˜
na”. — Joao 17:3.
ˆ
17 Elias caminhou quase 320 quilometros ´
ate finalmente che-
gar ao monte Horebe (monte Sinai). Aquele era um lugar de gran-
ˆ ´
de importancia, pois foi ali que Jeova Deus, muito tempo antes,
´
havia aparecido a Moises no espinheiro ardente por meio de um
´
anjo, e onde mais tarde Jeova havia feito o pacto da Lei com Israel.
Ali, Elias se abrigou numa caverna.
´
Como Jeova fortaleceu e consolou seu profeta
18 ´
No monte Horebe, Elias ouviu a “palavra” de Jeova, pelo ´ vis-
´ ´
to por meio de um anjo: “Que estas fazendo aqui, Elias?” E prova-
vel que essa pergunta tenha sido feita de uma forma gentil, pois
Elias a entendeu como um convite para desabafar. E foi isso o que
´
ele fez! Ele disse: “Fui absolutamente ciumento por Jeova, o Deus
´
dos exercitos; pois os filhos de Israel abandonaram o teu pacto, der-
`
rubaram os teus altares e mataram os teus profetas a espada, de
´ ˜
modo que so eu fiquei; e estao começando a procurar a minha
alma para a tirar.” (1 Reis 19:9, 10) As palavras de Elias revelam
ˆ ˆ
pelo menos tres motivos para seu desanimo.
19 Primeiro, Elias achava que seu trabalho tinha sido em vao. ˜
´
Apesar de ter sido “absolutamente ciumento” no serviço de Jeova
˜
durante anos, colocando o nome sagrado de Deus e Sua adoraçao
acima de tudo, Elias viu que as coisas pareciam estar piorando. O
˜ ´ ˜
povo ainda nao mostrava fe e era rebelde, ao passo que a religiao
´
falsa prosperava. Segundo, Elias se sentia sozinho. “So eu fiquei”,
´
disse ele, achando que era o unico homem em Israel que ainda ser-
´
via a Jeova. Terceiro, Elias estava com medo. Muitos de seus ami-
´ ´
gos, tambem profetas, ja haviam sido mortos, e ele tinha certeza
´ ˜ ´
de que seria o proximo. Nao deve ter sido facil para Elias admitir
˜
esses sentimentos, mas ele nao permitiu que o orgulho ou a ver-
˜
gonha o impedissem de fazer isso. Por abrir seu coraçao a Deus em
˜ ´
oraçao, ele deu um excelente exemplo a todos os servos fieis de
Deus. — Sal. 62:8.
20 Como Jeova´ lidou com os temores e as preocupaçoes ˜
de
17. Para onde Elias foi, e por que aquele lugar era importante?
´
18, 19. (a) Que pergunta o anjo de Jeova fez a Elias, e como ele respondeu?
ˆ
(b) Por que tres motivos Elias estava desanimado?
20, 21. (a) Descreva o que Elias viu da entrada da caverna no monte Horebe.
˜ ´
104 (b) O que as demonstraçoes do poder de Jeova ensinaram a Elias?
´
Jeova usou seu imenso poder para consolar e encorajar Elias
´
IMITE A SUA FE ELIAS
Elias? O anjo disse a Elias para ele ficar na entrada da caverna. Ele
obedeceu, sem ter ideia do que estava para acontecer. De repente,
começou a soprar um vento forte! O som deve ter sido ensurdece-
˜
dor, pois esse vento era tao forte que partia montes e rochedos.
Imagine Elias tentando proteger seus olhos e segurando sua capa
´
rustica de pelo, que batia nele por causa das fortes rajadas de ven-
´ ˜
to. Depois ele teve de lutar para manter o equilıbrio, pois o chao
começou a tremer — era um terremoto! Ele mal tinha se recupera-
`
do quando surgiu um grande fogo, forçando-o a voltar a caverna
para se proteger do calor intenso. — 1 Reis 19:11, 12.
21 O relato nos traz a` atençao ˜ ´ ˜
que Jeova nao estava em nenhu-
˜
ma dessas demonstraçoes espetaculares do poder da natureza. Elias
´ ˜ ´ ´
sabia que Jeova nao e um deus mıtico da natureza, como Baal, que
˜
na ilusao de seus adoradores era considerado o “cavaleiro das nu-
´ ´
vens”, ou aquele que trazia as chuvas. Jeova e a verdadeira Fonte
´
de todo o espantoso poder encontrado na natureza, mas ele e mui-
to maior do que qualquer coisa que tenha criado. Nem mesmo os
´ ´
ceus fısicos o podem conter! (1 Reis 8:27)
Como tudo isso ajudou Elias? Lembre-se
´ que ele estava com medo. Com um Deus
A Bıblia pode ser ´
como Jeova do seu lado, um Deus que tem
` ˜
como aquela “voz calma, todo esse imenso poder a disposiçao, Elias
˜
nao precisava temer Acabe nem Jezabel.
baixa”, se permitirmos — Leia Salmo 118:6.
que ela nos oriente hoje 22 Depois do fogo, veio uma calmaria,
22. (a) Como a “voz calma, baixa”, garantiu a Elias que ele tinha muito valor?
106 (b) De quem talvez tenha sido a “voz calma, baixa”? (Veja a nota.)
ELE FOI CONSOLADO PELO SEU DEUS
´
mento e nada impediria o seu avanço. Alem disso, Elias ainda fa-
´ ´
zia parte desse proposito, pois Jeova disse para ele retomar seu ser-
˜ ´
viço, dando-lhe instruçoes especıficas. — 1 Reis 19:12-17.
23 Que dizer da solidao ˜ ´
que Elias sentia? Jeova fez duas coisas
a respeito disso. Primeiro, ele disse a Elias para ungir Eliseu como
o profeta que com o tempo o sucederia. Esse jovem se tornaria o
´ ˜ ´
companheiro e ajudante de Elias por varios anos. Que provisao pra-
´ ´
tica e consoladora! Segundo, Jeova lhe deu esta emocionante notı-
˜
cia: “Deixei sete mil remanescer em Israel, todos os joelhos que nao
˜
se dobraram diante de Baal e toda boca que nao o beijou.” (1 Reis
˜
19:18) Elias nao estava sozinho! Ele deve ter ficado muito feliz de
´
saber que milhares de pessoas fieis tinham se recusado a adorar
Baal. Elas precisavam que Elias continuasse seu serviço fiel e fosse
´ ´ ´
um exemplo de lealdade inabalavel a Jeova naqueles tempos difı-
ceis. Elias deve ter ficado profundamente emocionado de ouvir
´
aquelas palavras do representante de Jeova, a “voz calma, baixa”.
´
Para Elias, era como se o proprio Deus tivesse falado com ele.
24 Assim como Elias, talvez fiquemos assombrados com as im-
˜ ´
pressionantes forças da natureza evidentes na criaçao. E isso e na-
˜
tural, pois a criaçao reflete de forma clara o poder do Criador.
´
(Rom. 1:20) Jeova ainda tem prazer em usar seu poder ilimitado
´ ˆ
para ajudar seus servos fieis. (2 Cro. 16:9) No entanto, Deus fala
´
conosco mais plenamente por meio das paginas de sua Palavra, a
´ ´ ´
Bıblia. (Leia Isaıas 30:21.) Em certo sentido, a Bıblia pode ser
como aquela “voz calma, baixa”, se permi-
tirmos que ela nos oriente hoje. Em suas
´ ´ ˆ
valiosas paginas, Jeova nos corrige, encora- PARA VOCE PENSAR . . .
ja e garante seu amor. ˙ Que acontecimentos
25 Sera´ que Elias aceitou o consolo que
´ fizeram Elias ficar
Jeova lhe deu no monte Horebe? Com cer- muito desanimado?
teza! Em pouco tempo, aquele profeta co- ˙ Que sentimentos
rajoso e fiel, que havia lutado contra a ´
˜ ` ˜ contribuıram para
religiao falsa, estava de volta a açao. Se tam- ˆ
o desanimo de Elias?
´ ˜ ` ´
bem dermos atençao as palavras inspiradas ˙ De que maneiras Jeova
de Deus, o “consolo das Escrituras”, conse- consolou Elias?
´ ˆ ´
guiremos imitar a fe de Elias. — Rom. 15:4. ˙ Como voce imitara Elias
´ se ficar desanimado?
23. De que duas maneiras Jeova ajudou Elias a li-
˜
dar com sua solidao?
24, 25. (a) Em que sentido podemos escutar a
´
“voz calma, baixa”, de Jeova hoje? (b) Por que po-
demos ter certeza de que Elias aceitou o consolo
´
que Jeova lhe deu? 107
´
CAPITULO TREZE
Ele aprendeu
de seus erros
˜ ´ ˜
JONAS nao queria mais ouvir aquele barulho terrıvel. Nao era ape-
nas o som do forte vento que assobiava ao passar pelos cabos do
navio; nem o som das enormes ondas que batiam nas laterais da
˜ ˜
embarcaçao, fazendo ranger cada madeiramento. Nao, muito pior
˜
para Jonas eram os gritos dos marinheiros, do capitao e da tripula-
˜ ˜
çao, enquanto lutavam para o navio nao afundar. Jonas tinha cer-
teza de que aqueles homens estavam prestes a morrer — tudo por
causa dele!
2 Por que Jonas se encontrava
˜
nessa situaçao desesperadora? Ele ti-
nha cometido um grave erro contra ˜
´
seu Deus, Jeova. O que ele havia fei-
Jonas nao
´ ˜ ˜ tinha apenas
to? Sera que a situaçao nao tinha
conserto? Podemos aprender muito ´
com as respostas. Por exemplo, a his-
caracter ısticas
´
toria de Jonas nos ajuda a ver como negativas
´ ˆ ´ ´
ate mesmo os que tem fe genuına po-
dem se desviar — e como podem cor-
rigir o seu erro.
Um profeta da Galileia
3 Quando as pessoas pensam em Jonas, parece que geralmen-
´
te se concentram em suas caracterısticas negativas, como a desobe-
ˆ ´
diencia ou mesmo a teimosia. Mas ha muito mais coisas que po-
demos saber sobre esse homem. Lembre-se que Jonas foi escolhido
´ ´ ˜
para ser profeta de Jeova Deus. Jeova nao o teria escolhido para essa
responsabilidade pesada se ele tivesse sido infiel ou injusto.
´
4 A Bıblia ˜
fala um pouco sobre a formaçao de Jonas. (Leia
1, 2. (a) O que Jonas tinha causado a si mesmo e aos marinheiros no navio?
´
(b) Como a historia de Jonas pode nos ajudar?
3-5. (a) Em que as pessoas geralmente se concentram quando pensam em
˜ ´
Jonas? (b) O que sabemos sobre a formaçao de Jonas? (Veja tambem a nota.)
˜ ´ ´
(c) Por que o trabalho de Jonas como profeta nao era facil nem agradavel?
108
ELE APRENDEU DE SEUS ERROS
´
2 Reis 14:25.) Ele era de Gate-Hefer, uma cidade que ficava a ape-
ˆ ´
nas 4 quilometros de Nazare, onde Jesus Cristo cresceria uns oito
´
seculos mais tarde.1 Jonas foi profeta durante o reinado do Rei Je-
˜ ´ ´
roboao II, do reino de Israel, de dez tribos. A epoca de Elias ja ha-
via passado; seu sucessor, Eliseu, tinha morrido durante o reinado
˜ ´
do pai de Jeroboao. Embora Jeova tivesse usado esses homens para
˜
eliminar a adoraçao de Baal, Israel estava se desviando novamente.
´
O paıs estava mais uma vez sob o poder de um rei que “fazia o que
´
era mau aos olhos de Jeova”. (2 Reis 14:24) Assim, o trabalho de
˜ ´ ´
Jonas nao deve ter sido facil nem agradavel. No entanto, ele o cum-
priu fielmente.
5 Mas, certo dia, houve uma reviravolta na vida de Jonas. Ele
´ ˜ ´
recebeu de Jeova uma designaçao que achou extremamente difıcil.
´
O que Jeova lhe pediu para fazer?
´
“Levanta-te, vai a Nınive”
6 ´ ´
Jeova disse a Jonas: “Levanta-te, vai a Nınive, a grande cida-
de, e proclama contra ela que subiu perante mim a maldade de-
˜ ´ ´ ˜
les.” (Jonas 1:2) Nao e difıcil entender por que essa designaçao pa-
´ ˆ
recia desafiadora. Nınive ficava a uns 800 quilometros ao leste, uma
ˆ ´
viagem que provavelmente levaria cerca de um mes a pe. No en-
´
tanto, as dificuldades da viagem talvez parecessem ser a parte facil
˜ ´
da designaçao. Em Nınive, Jonas teria de transmitir a mensagem de
´ ´
julgamento de Jeova aos assırios, conhecidos por ser muito violen-
´ ´
tos, ate mesmo crueis. Se Jonas havia tido pouca receptividade en-
´ ˜
tre o proprio povo de Deus, o que podia esperar desses pagaos?
´ ´
Como se sairia um servo de Jeova sozinho na enorme Nınive, que
mais tarde seria chamada de “cidade de derramamento de sangue”?
— Naum 3:1, 7.
7 Se esses pensamentos passaram pela mente de Jonas, nao ˜
sa-
´ ´
bemos. O que sabemos e que ele fugiu. Jeova tinha dito a Jonas
que fosse para o leste; ele foi para o oeste, e o mais distante que
´
1 E digno de nota o fato de Jonas ser de uma cidade galileia porque, referindo-se a
ˆ ´
Jesus, os fariseus disseram arrogantemente: “Pesquisa e ve que nenhum profeta ha
˜
de ser levantado da Galileia.” (Joao 7:52) Muitos tradutores e pesquisadores acham
que os fariseus estavam simplesmente generalizando ao dizer que nenhum profeta
jamais havia se levantado ou se levantaria da humilde Galileia. Se esse for o caso,
˜ ´ ´ ´
aqueles homens estavam ignorando nao so a historia, mas tambem a profecia. — Isa.
9:1, 2.
˜ ´
6. Que designaçao Jeova deu a Jonas, e por que ela parecia desafiadora?
´ ˜
7, 8. (a) Ate que ponto Jonas estava determinado a fugir da designaçao que
´ ˜
Jeova tinha lhe dado? (b) Por que nao devemos julgar Jonas como um
covarde? 109
´
IMITE A SUA FE JONAS
´
podia ir. Ele desceu ao litoral, a uma cidade portuaria chamada
´
Jope, onde pegou um navio que ia para Tarsis. Alguns eruditos di-
´
zem que Tarsis ficava na Espanha. Se isso for verdade, Jonas esta-
ˆ ´
va se distanciando uns 3.500 quilometros de Nınive. Essa viagem
´
para o outro lado do Grande Mar pode ter levado ate um ano. Jo-
˜ ´
nas estava realmente determinado a fugir da designaçao que Jeova
tinha lhe dado. — Leia Jonas 1:3.
8 Sera´ que isso significa que Jonas era covarde? Nao ˜
devemos
´
nos apressar em julga-lo. Como veremos, ele demonstrou extraor-
´ ´
dinaria coragem. Mas assim como todos nos, Jonas era uma pes-
soa imperfeita que lutava contra muitas fraquezas. (Sal. 51:5) Quem
´
de nos nunca teve medo?
`
9 As vezes, pode parecer que Jeova´ nos pede algo que achamos
´ ´ ´ ´
difıcil de fazer, ate mesmo impossıvel. Talvez ate achemos desafia-
dor pregar as boas novas ´ do Reino de Deus, conforme se exige dos
˜ ´
cristaos. (Mat. 24:14) E muito facil nos esquecer da verdade pro-
˜ ´
funda expressa por Jesus: “Para Deus todas as coisas sao possıveis.”
`
(Mar. 10:27) Se as vezes isso acontece conosco, talvez possamos en-
tender as dificuldades que Jonas enfrentou. Mas quais foram as
ˆ
consequencias de Jonas ter fugido?
´
Jeova disciplina seu profeta teimoso
10 Podemos imaginar Jonas se acomodando naquela embarca-
˜ ´
çao, provavelmente um navio de carga fenıcio. Ele observava o mo-
˜ ˜
vimento da tripulaçao e ` do capitao ao passo que preparavam o na-
vio para deixar o porto. A medida que a costa ia lentamente ficando
´
para tras e desaparecendo, Jonas talvez achasse que estava escapan-
do do perigo que tanto temia. Mas de repente o tempo mudou.
11 Ventos fortes deixaram o mar muito agitado, com ondas que
´ ˜
talvez fizessem ate as mais modernas embarcaçoes parecerem mi-
´ ˜
nusculas. Quanto tempo levou para que aquela embarcaçao de ma-
´
deira parecesse muito pequena e fragil, perdida no meio de ondas
´ ´
gigantescas? Sera que naquela altura Jonas ja sabia o que mais tar-
´ ´
de escreveu — que ´ “o´ proprio Jeova arremessou um grande vento
contra o mar”? E difıcil dizer. Ele viu que os marinheiros começa-
´
ram a clamar a seus varios deuses, mas sabia que nenhuma ajuda
viria deles. (Lev. 19:4) O relato diz: “No que se referia ao navio, es-
tava prestes a naufragar.” (Jonas 1:4) E como Jonas podia orar ao
Deus de quem estava fugindo?
` ˜
9. As vezes, como talvez nos sintamos a respeito de uma designaçao que
´ ´ ˜
Jeova nos da, e de que verdade precisamos nos lembrar nessas ocasioes?
`
10, 11. (a) O que Jonas talvez achasse a medida que o navio deixava o porto?
˜
110 (b) Com que perigo o navio e a tripulaçao se confrontaram?
ELE APRENDEU DE SEUS ERROS
12 ´
Sentindo-se incapaz de ajudar, Jonas desceu do conves do
navio e achou um lugar para se deitar. Ali, ele caiu num sono pro-
˜
fundo.1 O capitao encontrou Jonas, acordou-o e lhe implorou que
orasse ao seu deus, assim como todos estavam fazendo. Convenci-
dos de que havia algo sobrenatural naquela tempestade, os mari-
nheiros lançaram sortes para ver qual deles era a causa do proble-
´ ˜
ma. Sem duvida, o coraçao de Jonas batia forte enquanto um
´ ´ ` ´
homem apos outro era excluıdo. Logo a verdade veio a tona. Jeova
´
revelou a causa da tempestade por fazer as sortes caırem sobre Jo-
nas. — Leia Jonas 1:5-7.
13 Jonas contou tudo aos marinheiros. Disse que era servo do
´
Deus Todo-Poderoso, Jeova. Esse era o Deus de quem ele estava fu-
˜
gindo e a quem havia ofendido, colocando todos nessa situaçao ter-
´
rıvel. Os homens ficaram aterrorizados; Jonas podia ver o pavor em
seus olhos. Eles lhe perguntaram o que deviam fazer com ele para
salvar o navio e as suas vidas. O que Jonas disse? Ele deve ter es-
tremecido ao pensar que se afogaria naquele mar gelado e agitado.
Mas como ele podia deixar que todos aqueles homens morressem,
´ ˜
sabendo que podia salva-los? Entao Jonas disse: “Levantai-me e ar-
´ ´
remessai-me no mar, e o mar se aquietara para vos; porque me
´ ´
apercebo de que e por minha causa que veio sobre vos esta gran-
de borrasca.” — Jonas 1:12.
14 Acha que essas sao ˜ ´ ´
palavras de alguem covarde? Jeova deve
´
ter ficado feliz de ver o espırito corajoso e abnegado de Jonas na-
´ ´
quele momento difıcil. Vemos aqui a forte fe de Jonas. Hoje, po-
´ `
demos imitar essa fe por colocar o bem-estar dos outros a frente do
˜ ´
nosso. (Joao 13:34, 35) Quando vemos alguem em necessidade em
´ ´ ´
sentido fısico, emocional ou espiritual, sera que damos de nos mes-
´
mos para ajudar? Agradamos muito a Jeova quando fazemos isso.
15 Talvez os marinheiros tambem ´
estivessem comovidos, pois,
´
de inıcio, se recusaram a atender ao pedido de Jonas. Em vez dis-
so, fizeram tudo o que puderam para conseguir sair ilesos do
1 A Septuaginta acrescenta que Jonas roncava, enfatizando que ele dormiu profunda-
˜
mente. No entanto, para nao julgarmos o sono de Jonas como um sinal de sua
` ˜
indiferença, devemos nos lembrar que, as vezes, as pessoas que estao muito depri-
midas ficam com muito sono. Durante as horas agonizantes de Jesus no jardim de
ˆ ˜
Getsemani, Pedro, Tiago e Joao estavam “dormitando de pesar”. — Luc. 22:45.
˜
12. (a) Por que nao devemos nos apressar em julgar Jonas por ele ter dormido
´ ´
durante a tempestade? (Veja tambem a nota.) (b) Como Jeova revelou qual
era a causa do problema?
13. (a) O que Jonas confessou aos marinheiros? (b) O que Jonas disse para os
ˆ
marinheiros fazer, e por que?
´
14, 15. (a) Como podemos imitar a forte fe de Jonas? (b) Como os marinhei-
ros reagiram ao pedido de Jonas? 111
´
IMITE A SUA FE JONAS
˜ ´
temporal — mas em vao. A tempestade so piorava. Finalmente, vi-
˜ ´
ram que nao tinham escolha. Rogando ao Deus de Jonas, Jeova,
´
que lhes mostrasse misericordia, eles levantaram Jonas e o lança-
ram no mar. — Jonas 1:13-15.
´ ´
Jonas obtem misericordia e livramento
16 Jonas caiu nas ondas bravias. Talvez ele tenha se debatido
˜ ` ´ `
tentando nao afundar e visto, em meio a agua que espirrava e a es-
puma das ondas, que o navio estava se afastando rapidamente. Mas
as fortes ondas arrebentavam sobre ele e o empurravam para bai-
xo. Ele afundava cada vez mais, perdendo todas as esperanças.
17 Mais tarde, Jonas descreveu como se sentiu naquela ocasiao. ˜
ˆ
Imagens momentaneas passaram pela sua mente. Ele ficou triste ao
´ ´
pensar que nunca mais veria o belo templo de Jeova em Jerusalem.
˜
Teve a sensaçao de estar descendo para as profundezas do mar, per-
to da base dos montes, onde as algas marinhas se enrolaram nele.
Parecia que ali seria sua cova, sua sepultura. — Leia Jonas 2:2-6.
A pedido de Jonas, 16, 17. Descreva o que aconteceu com Jonas quando ele foi lançado para fora
os marinheiros ´
do navio. (Veja tambem as gravuras.)
o levantaram e o
lançaram no mar
ELE APRENDEU DE SEUS ERROS
´ ´ ´ ˜
peixe. Hoje, e bom nos lembrar que Jeova e ‘o Deus em cuja mao
´ ˆ
esta o nosso folego’. (Dan. 5:23) Devemos a ele toda a nossa respi-
˜ ´ ˆ ˜
raçao, a nossa propria existencia. Somos gratos por isso? Nao de-
˜ ´
vemos entao obedecer a Jeova?
22 Que dizer de Jonas? Sera´ que ele aprendeu a mostrar grati-
˜ ´ ˆ ˆ ˆ
dao a Jeova por obedece-lo? Com certeza. Depois de tres dias e tres
noites, o peixe “vomitou Jonas em terra seca”. (Jonas 2:10) Imagi-
´ ´
ne so —´ depois de tudo, Jonas nem mesmo precisou nadar ate a
praia! E claro que, onde quer que estivesse, ele teve de encontrar o
´ ˜
caminho de volta. Mas logo seu espırito de gratidao foi testado. Jo-
˜ ´
nas 3:1, 2 diz: “Entao veio a haver a palavra de Jeova para Jonas
´
pela segunda vez, dizendo: ‘Levanta-te, vai a Nınive, a grande cida-
˜
de, e faze-lhe a proclamaçao que eu te falar.’ ” O que Jonas faria?
23 Ele nao ˜ ´
hesitou. Lemos: “Nisso Jonas se levantou e foi a Nı-
´
nive, segundo a palavra de Jeova.” (Jonas 3:3) De fato, ele obede-
ceu. Fica claro que ele tinha aprendido de seus erros. Nesse senti-
´ ´ ´
do, nos tambem precisamos imitar a fe de Jonas. Todos pecamos;
´
todos cometemos erros. (Rom. 3:23) Mas sera que desistimos, ou
´
aprendemos de nossos erros e passamos a fazer aquilo que Jeova
´
espera de nos?
24 Sera que Jeova´ recompensou Jonas por sua obediencia?
´ ˆ
Sem
´
duvida. Para começar, parece que Jonas ficou sabendo que aqueles
´
marinheiros sobreviveram. A tempestade se acalmou logo apos o
´
ato abnegado de Jonas, e os marinheiros passaram a fazer sacrifı-
´
cios a Jeova em vez de aos seus deuses falsos. — Jonas 1:15, 16.
25 Uma recompensa ainda maior veio
116
˜ ´
E L E A P R E N D E U U M A L I Ç A O D E M I S E R I C O R D I A
´
funda mudança nele? Por exemplo, Jeova havia lhe mostrado mi-
´ ˜ ˜
sericordia, nao permitindo que se afogasse, nao o punindo por seu
ato rebelde e dando-lhe uma segunda oportunidade para cumprir
˜ ´
sua designaçao. Depois de tudo o que aconteceu, sera que Jonas
´ ´ ´
aprendeu a mostrar misericordia a outros? Muitas vezes e difıcil
´
para humanos imperfeitos aprender a mostrar misericordia. Veja-
mos que proveito podemos tirar da luta interna de Jonas.
˜
Uma mensagem de julgamento e uma reaçao inesperada
4 ˜ ´ ´
Jonas nao encarava Nınive como Jeova a encarava. Lemos:
´ ´
“Ora, a propria Nınive mostrou-se para Deus uma cidade grande.”
´ ˆ
(Jonas 3:3) O relato de Jonas diz que Jeova por tres vezes faz refe-
ˆ ´
rencia a “Nınive, a grande cidade”. (Jonas 1:2; 3:2; 4:11) Por que
´
essa cidade era grande, ou importante, para Jeova?
´
5 Nınive era antiga, uma das primeiras cidades que Ninrode es-
´ ´ ˜
tabeleceu apos o Diluvio. Era uma extensa regiao metropolitana
´ ´
4, 5. Por que Jeova se referiu a Nınive como “a grande cidade”, e o que isso Jonas viu que
nos ensina sobre ele? ´
Nınive era uma
enorme cidade
cheia de injustiças
117
´ ´
Jonas precisou de coragem e fe para pregar em Nınive
˜ ´
E L E A P R E N D E U U M A L I Ç A O D E M I S E R I C O R D I A
´ ´ ˆ
que, pelo visto, incluıa varias outras cidades. Levava tres dias para
´ ´ ` ˆ
um homem atravessa-la a pe de uma ponta a outra. (Gen. 10:11;
´
Jonas 3:3) Nınive era impressionante, com seus templos suntuosos,
´ ˜
muralhas imponentes e outros edifıcios. Mas nao era nada disso
´
que tornava essa cidade importante para Jeova Deus. O que impor-
´ ´ ˜
tava eram as pessoas. Para a epoca, Nınive tinha uma populaçao
´
enorme. Apesar da maldade daquele povo, Jeova se preocupava
´ `
com eles. Ele da valor a vida humana e ao potencial que cada pes-
´
soa tem para se arrepender e aprender a fazer o que e certo.
´
6 Quando Jonas finalmente entrou em Nınive, a sua grande po-
˜
pulaçao de mais de 120 mil habitantes talvez tenha tornado o lu-
gar ainda mais amedrontador.1 Ele caminhou por um dia, indo
´
cada vez mais para dentro daquela metropole movimentada, talvez
procurando um bom ponto central para
transmitir a sua mensagem. Como ele con-
´
seguiu falar com aquelas pessoas? Sera que
tinha aprendido o idioma assırio? Ou sera
´ ´ A mensagem de Jonas
´
que Jeova milagrosamente tinha lhe dado
´ ˜
era simples e dificilmente
essa capacidade? Nos nao sabemos. Pode
ser que Jonas tenha feito a sua proclama-
faria com que ele
˜ ´ ˜
çao em sua lıngua materna, o hebraico, e
´
ganhasse a aprovaçao
usado um interprete para transmiti-la aos
ninivitas. De qualquer modo, sua mensa-
do povo
gem era simples e dificilmente faria com
˜
que ele ganhasse a aprovaçao do povo:
´ ´
“Apenas mais quarenta dias e Nınive sera subvertida.” (Jonas 3:4)
De modo firme, ele continuou repetindo a sua mensagem. Ao fa-
´ ´ ˜
zer isso, mostrou notavel coragem e fe, qualidades que os cristaos
hoje, mais do que nunca, precisam ter.
7 A mensagem de Jonas chamou a atençao ˜
dos ninivitas. Sem
´ ˜
duvida, ele estava preparado para uma reaçao hostil e violenta. Mas,
´
em vez disso, algo incrıvel aconteceu. As pessoas ouviram sua men-
sagem! Aquelas palavras se alastraram como fogo. Em pouco tem-
˜
po, toda a cidade estava falando sobre a profecia de condenaçao
proferida por Jonas. (Leia Jonas 3:5.) Ricos e pobres, fortes e fracos,
´
1 Na epoca de Jonas, estima-se que Samaria, capital do reino de Israel, de dez tribos,
˜ ´
tinha entre 20 mil e 30 mil habitantes — menos de um quarto da populaçao de Nı-
´
nive. Nos seus dias mais gloriosos, Nınive talvez fosse a maior cidade do mundo.
´
6. (a) Por que Jonas talvez tenha achado Nınive um lugar amedrontador?
´
(Veja tambem a nota.) (b) O fato de Jonas ter transmitido a sua mensagem
nos ensina o que sobre ele?
´ `
7, 8. (a) Como o povo de Nınive reagiu a mensagem de Jonas? (b) O que o
´
rei de Nınive fez ao ouvir a mensagem de Jonas? 119
´
IMITE A SUA FE JONAS
´
jovens e idosos, todos se arrependeram e jejuaram. As notıcias des-
se movimento popular logo chegaram aos ouvidos do rei.
8 O rei tambem ´ `
reagiu a mensagem de Jonas. Tomado de um
temor reverente, ele se levantou do trono, tirou suas luxuosas rou-
pas reais, vestiu-se com a mesma roupa que o povo estava usando
´
e ate mesmo “assentou-se nas cinzas”. Com os seus “grandes”, ou
nobres, ele emitiu um decreto que fazia com que aquele jejum que
ˆ
o povo iniciou de forma espontanea se tornasse um ato oficial de
´
Estado. Ele ordenou que todos usassem serapilheira, ate mesmo os
´
animais domesticos.1 O rei humildemen-
te reconheceu que o seu povo era culpado
ˆ
de praticar maldade e violencia. Demons-
trando esperança de que o arrependimen-
Deus deseja muito que to deles abrandaria a ira do Deus verdadei-
os maus se arrependam e ´
ro, o rei disse: ‘Quem sabe Deus recuara
˜
mudem seu modo de agir, da sua ira ardente, para que nao pereça-
mos.’ — Jonas 3:6-9.
assim como os ninivitas ´
9 Alguns crıticos duvidam que essa
˜ ´
mudança de atitude tenha ocorrido tao ra-
pido entre os ninivitas. No entanto, erudi-
´ ` ˜
tos bıblicos chegaram a conclusao de que
˜ ´ ´
uma mudança dessas nao e incompatıvel com a natureza supersti-
´
ciosa e imprevisıvel das pessoas dessas culturas nos tempos anti-
´ ´ ˜
gos. Alem disso, sabemos que esses crıticos estao errados porque o
´ ˆ
proprio Jesus Cristo, mais tarde, fez referencia ao arrependimento
dos ninivitas. (Leia Mateus 12:41.) Jesus sabia do que estava falan-
do, pois viu o desenrolar daqueles acontecimentos quando estava
´ ˜ ´
no ceu. (Joao 8:57, 58) A verdade e que nunca devemos achar que
´ ´ ˜
e impossıvel as pessoas se arrependerem — nao importa o quanto
´ ´ ´ ´
elas pareçam mas aos nossos olhos. So Jeova pode ler o que ha no
˜
coraçao das pessoas.
´
Contraste entre a misericordia divina
ˆ
e a intolerancia humana
´
10Como Jeova reagiu ao arrependimento dos ninivitas? Jonas
escreveu mais tarde: “O verdadeiro Deus chegou a ver os seus tra-
1 Esse detalhe pode parecer estranho, mas isso tinha precedente nos tempos antigos.
´
O historiador grego Herodoto conta que os antigos persas, ao lamentar a morte de
´ ´
um general amado pelo povo, incluıram os animais domesticos nos costumes de luto.
´
9. Alguns crıticos duvidam do que com respeito aos ninivitas, mas como sabe-
˜
mos que eles estao errados?
´
10, 11. (a) Como Jeova reagiu ao arrependimento dos ninivitas? (b) Por que
´ ˜
120 podemos ter certeza de que Jeova nao errou no seu julgamento?
˜ ´
E L E A P R E N D E U U M A L I Ç A O D E M I S E R I C O R D I A
´
que se passava em sua mente, mas o que sabemos e que Jonas ha-
˜ ´
via proclamado a destruiçao de Nınive perante todo aquele povo.
˜ ˜
Eles tinham acreditado nele. E agora nao haveria mais destruiçao.
´
Sera que ele ficou com medo de ser ridicularizado ou de ser rotu-
˜
lado de falso profeta? Seja como for, Jonas nao ficou contente com
´ ´
o arrependimento do povo nem com a misericordia de Jeova. Em
vez disso, parece que ele estava mergulhando num lamaçal de
amargura, autopiedade e orgulho ferido. Mas, pelo visto, o mise-
ricordioso Deus de Jonas ainda via algo de bom nesse profeta
´
aflito. Em vez de puni-lo por seu desrespeito, Jeova simplesmen-
´
te fez uma pergunta gentil, mas profunda: “E de direito que se
´ ´
acendeu a tua ira?” (Jonas 4:4) Sera que Jonas respondeu? A Bı-
˜
blia nao diz.
´ ´
16 E facil julgar Jonas pela sua conduta, mas devemos nos
˜ ´
lembrar que nao e incomum humanos imperfeitos discordarem
´
de Deus. Alguns talvez pensem que Jeova deveria ter impedido
´
uma tragedia, ter executado rapidamente seu julgamento contra
os maus ou mesmo ter acabado com este inteiro sistema antes.
O exemplo de Jonas nos lembra que, quando discordamos de
´ ´
Jeova Deus, e sempre o nosso ponto de vista que precisa ser ajus-
tado — nunca o dele.
´ ˜
Como Jeova ensinou uma liçao a Jonas
´
17 Deprimido, o profeta saiu de Nınive, mas em vez de ir para
casa dirigiu-se para as montanhas ao leste, de onde podia ver a re-
˜ ´
giao. Ele construiu um pequeno abrigo e ficou ali observando Nı-
nive e aguardando. Pode ser que ele ainda tivesse esperança de ver
˜ ´ ´
a destruiçao dela. Como Jeova ensinaria esse homem inflexıvel a
ser misericordioso?
18 Da noite para o dia, Jeova´ fez nascer um cabaceiro. Jonas
acordou e viu essa planta viçosa com suas folhas largas, que da-
´
vam muito mais sombra do que seu fragil abrigo poderia dar. Isso
o deixou bastante animado. “Jonas começou a alegrar-se muito”
por causa da planta, talvez achando que aquele milagre era um si-
ˆ ˜ ˜ ´ ´
nal da bençao e da aprovaçao de Jeova. No entanto, Jeova queria
´
fazer mais do que apenas alivia-lo do calor e de sua raiva infun-
˜
dada. Ele desejava tocar o coraçao de Jonas. Por isso, Deus reali-
zou outros milagres. Usou um verme para matar aquela planta.
˜
16. Em que alguns talvez discordem de Deus, e que liçao podemos aprender
do exemplo de Jonas?
´
17, 18. (a) O que Jonas fez depois de sair de Nınive? (b) Como os milagres de
´
122 Jeova relacionados ao cabaceiro afetaram Jonas?
˜ ´
E L E A P R E N D E U U M A L I Ç A O D E M I S E R I C O R D I A
triste por causa da morte de uma simples planta que tinha surgi-
˜
do da noite para o dia, e que Jonas nao havia plantado nem cui-
˜ ˜
dado. Entao Deus concluiu: “Eu, da minha parte, nao devia ter
´ ´
pena de Nınive, a grande cidade, em que ha mais de cento e vin-
˜
te mil homens que absolutamente nao sabem a diferença entre a
´
19, 20. Como Jeova usou o que aconteceu com o cabaceiro para raciocinar
com Jonas? Deus usou um cabaceiro
˜
para ensinar uma liçao
´
de misericordia a Jonas
´
IMITE A SUA FE JONAS
´
sua direita e a sua esquerda, alem de haver muitos animais do-
´
mesticos?” — Jonas 4:10, 11.1
21 Voceˆ consegue perceber como a liçao ˜ ´ ´
de Jeova e profunda?
˜
Jonas nao tinha feito absolutamente nada para cuidar daquela
´
planta. Jeova, por outro lado, era a Fonte da vida daqueles ninivi-
tas e os sustentava, assim como sustenta todas as criaturas da Ter-
´
ra. Como Jonas podia dar mais valor a uma unica planta do que
` ´
a vida de 120 mil humanos e de todos os seus animais domesti-
´ ˜
cos? Sera que nao era porque ele tinha desenvolvido um modo de
´ ´
pensar egoısta? Afinal, ele teve pena da planta so porque ela o be-
˜ ´ ´ ´
neficiava. E nao e verdade que a sua raiva contra Nınive tambem
´ ˜
era motivada por egoısmo — um desejo orgulhoso de nao ser mal
˜ ´
visto, de mostrar que tinha razao? A historia de Jonas pode nos
˜ ´ ´
ajudar a fazer uma avaliaçao sincera de nos mesmos. Quem de nos
´ ˆ ´
esta imune a essas tendencias egoıstas? Como devemos ser gra-
´ ´
tos por Jeova pacientemente nos ensinar a ser mais altruıstas, mais
´
compassivos e mais misericordiosos — assim como ele e!
˜ ´ ´
22 A questao e: Sera que Jonas aprendeu a liçao? No fim do li- ˜
´
vro de Jonas, aquela pergunta de Jeova fica no ar, sem resposta.
˜
Alguns talvez critiquem o fato de Jonas nao ter respondido. Mas,
´ ´ ´ ´ ˆ
na verdade, a resposta esta la — e o proprio livro. As evidencias
indicam que foi Jonas que escreveu o livro que leva o seu nome.
Agora imagine aquele profeta, de novo em segurança na sua ter-
´
ra natal, escrevendo esse relato. Quase da para ver um homem
´
mais velho, mais sabio e mais humilde, la-
`
mentando as coisas que fez, a medida que
´ ˜
descreve seus proprios erros, sua rebeliao e
ˆ ˜
PARA VOCE PENSAR . . . sua teimosia em nao querer mostrar mi-
´
´ sericordia. Fica claro que Jonas aprendeu
˙ Como Jonas mostrou fe e ˜ ˜ ´
´ uma importante liçao com as instruçoes sa-
coragem ao pregar em Nınive? ´
bias de Jeova. Ele aprendeu a ser misericor-
˙ O que podemos aprender do ´ ´ ´
dioso. Sera que nos tambem aprendere-
arrependimento dos ninivitas?
mos? — Leia Mateus 5:7.
˙ O que podemos aprender da
˜
atitude de Jonas diante do 1 Ao dizer que aquelas pessoas nao sabiam a diferença
arrependimento dos ninivitas? entre a sua direita e a sua esquerda, Deus queria dizer
˜ ´
ˆ que, por nao conhecerem os princ ıpios divinos, elas
˙ De que maneiras voce gostaria ˆ
eram ingenuas como crianças.
´
de imitar a fe de Jonas ao ˜ ´
21. (a) Que liçao Jeova ensinou a Jonas? (b) Como
receber um conselho?
o relato sobre Jonas pode nos ajudar a fazer uma
˜ ´
avaliaçao sincera de nos mesmos?
22. (a) Pelo visto, como Jonas foi afetado pelas
˜ ´ ´ ´
instruçoes sabias de Jeova sobre misericordia?
˜ ´
124 (b) Que liçao todos nos precisamos aprender?
´
CAPITULO QUINZE
Ela defendeu
o povo de Deus
´ ´
ESTER tentou ficar calma ao se aproximar do patio do palacio
˜ ˜ ´
de Susa. Isso nao era facil. Tudo naquele castelo havia sido pro-
jetado para impressionar — suas coloridas esculturas em relevo
de tijolos esmaltados, representando touros alados, arqueiros e
˜ ´
leoes; suas colunas caneladas de pedra; suas imponentes esta-
´ ˜
tuas e ate mesmo sua localizaçao no topo de enormes platafor-
mas perto dos montes Zagros, cobertos de neve, com vista para
´
as aguas cristalinas do rio Choaspes. Tudo isso tinha o objetivo
de fazer cada visitante lembrar do imenso poder do homem que
´
Ester iria ver, aquele que se dizia “o grande rei”, e que tambem
era o marido dela.
2 Marido? Assuero era bem diferente de tudo o que uma fiel
˜
moça judia esperaria de um marido.1 Ele nao seguia o exemplo
˜
de homens como Abraao, que humildemente aceitou a orienta-
˜ ˆ
çao de Deus de escutar Sara, sua esposa. (Gen. 21:12) O rei sa-
´
bia pouco ou nada sobre Jeova, o Deus de Ester, ou sobre Sua
´ ´
Lei. Assuero, porem, conhecia a lei persa, que incluıa uma lei
ˆ
que proibia exatamente o que Ester estava para fazer. O que? A
lei dizia que, se uma pessoa comparecesse perante o rei persa
` ˜
sem ter sido convocada por ele, estava sujeita a morte. Ester nao
tinha sido convocada, mas estava indo ver o rei mesmo assim.
´
Ao se aproximar do patio interior, de onde o rei no seu trono
ˆ
poderia ve-la, ela talvez achasse que estava caminhando para a
morte. — Leia Ester 4:11; 5:1.
3 Por que ela assumiu esse risco? E o que podemos apren-
´ ´
der da fe dessa notavel mulher? Primeiro, vejamos como Ester,
´
uma moça simples, se tornou rainha na Persia.
´
1 Muitos acreditam que Assuero era Xerxes I, o governante do Imperio Persa no co-
´
meço do quinto seculo AEC.
1-3. (a) Por que Ester talvez tenha ficado com medo diante da perspectiva de
ir falar com seu marido? (b) Que perguntas sobre Ester consideraremos?
125
´
IMITE A SUA FE ESTER
˜
A formaçao de Ester
´ ˜
4 Ester era orfa. Sabemos muito pouco sobre os pais dela.
Eles lhe deram o nome de Hadassa, palavra hebraica para “mur-
ta”, um lindo arbusto de flores brancas. Quando os pais de Es-
ter morreram, um de seus parentes, um homem bondoso cha-
mado Mordecai, teve pena da criança. Eles eram primos, mas
Mordecai era bem mais velho. Ele levou Ester para sua casa e
cuidou dela como se fosse sua filha. — Ester 2:5-7, 15.
5 Mordecai e Ester eram exilados judeus na capital persa,
˜
onde provavelmente eram desprezados por causa da religiao e da
lei que tentavam seguir. Mas Ester com certeza ficou bem ache-
` ´
gada a seu primo a medida que ele lhe ensinava sobre Jeova, o
Deus misericordioso que muitas vezes no passado havia resgata-
do Seu povo de dificuldades — e que faria isso de novo. (Lev.
´
Mordecai tinha bons 26:44, 45) Naturalmente, surgiu um vınculo de afeto e lealdade
motivos para sentir entre Ester e Mordecai.
orgulho de sua 6 Parece que Mordecai tinha algum tipo de cargo no castelo
filha adotiva ˜
em Susa, visto que se sentava regularmen-
˜
te no portao com outros servos do rei. (Es-
˜
ter 2:19, 21; 3:3) Nao sabemos como era
`
o dia a dia de Ester a medida que crescia,
˜ ´ ´
mas nao e difıcil imaginar que ela cuida-
va de seu primo mais velho e de sua casa,
provavelmente num dos bairros mais po-
˜
bres, do outro lado do rio em relaçao ao
castelo. Ela talvez gostasse de ir ao merca-
˜
do em Susa, onde ourives, prateiros e ou-
tros comerciantes exibiam suas mercado-
rias. Ester nem imaginava que todo aquele
luxo mais tarde seria algo comum na sua
˜
vida; ela nao tinha ideia do que o futuro
lhe reservava.
ˆ
“Bela de aparencia”
˜
Certo dia em Susa, todos estavam
7
´
vez por meio de servos cooperadores que trabalhavam ali, e
´ ˜
provavel que seu coraçao se enchesse de orgulho paternal. Por
ˆ
que?
12 Ester impressionou tanto Hegai que ele a tratou com mui-
˜
lhe dera ordem de que nao o contasse.” (Ester 2:10) Mordecai
´
tinha instruıdo Ester a ser discreta sobre sua origem judaica.
Com certeza, ele notava que havia muito preconceito contra seu
povo entre a realeza persa. Como ele ficou alegre por saber que
´
Ester, apesar de estar longe dele, ainda mostrava o mesmo espı-
´
rito sabio e obediente!
14 Hoje em dia, os jovens tambem ´ ˜
podem alegrar o coraçao
´ ˜
de seus pais ou de outros responsaveis por eles. Quando nao es-
˜ `
tao a vista dos pais — mesmo rodeados de pessoas superficiais,
´ ˆ
imorais ou ruins —, eles podem resistir a mas influencias e se
apegar ao que sabem ser certo. Quando fazem isso, alegram o
˜ ´
coraçao de seu Pai celestial, assim como Ester. — Leia Proverbios
27:11.
15 Quando chegou o momento de ser apresentada ao rei, Es-
ˆ ˆ
deram a obediencia uma virtude, e a desobediencia e a rebeldia
˜ ´ ´ ˆ
sao a regra. Mas pessoas de genuına fe prezam a obediencia, as-
sim como Ester.
´ ´
A fe de Ester e testada
˜
18 Um homem chamado Hama obteve destaque na corte de
˜
Assuero. O rei o nomeou primeiro-ministro, o que fazia de Hama
seu principal conselheiro e o segundo homem mais poderoso no
´ ´
imperio. O rei ate mesmo decretou que quem visse esse alto fun-
´
cionario deveria se curvar diante dele. (Ester 3:1-4) Para Morde-
cai, essa lei era um dilema. Ele sabia que devia obedecer ao rei,
´ ˜
mas so quando isso nao envolvesse desobedecer a Deus. O pro-
´ ˜
blema e que Hama era agagita. Pelo visto, isso significava que
ele era descendente de Agague, o rei amalequita executado pelo
˜
profeta Samuel. (1 Sam. 15:33) Os amalequitas eram tao maus
´
que se declararam inimigos de Jeova e de Israel. Como povo,
´
eram condenados por Deus.1 (Deut. 25:19) Como e que um ju-
deu fiel poderia se curvar diante de um amalequita? Mordecai
˜ ´
nunca faria isso. Ele manteve sua posiçao. Ate hoje, homens e
´ ˆ ´
mulheres de fe tem arriscado a vida para cumprir este princıpio:
“Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos ho-
mens.” — Atos 5:29.
19 Hama˜ ficou furioso. Mas tramar algo para matar apenas
˜
Mordecai nao era suficiente. Ele queria exterminar o povo de
˜
Mordecai. Para convencer o rei a fazer isso, Hama passou uma
ideia negativa dos judeus. Sem mencionar nomes, deu a enten-
der que eles eram insignificantes, um povo “disperso e separado
˜ ˜
entre os povos”. Pior ainda, Hama disse que eles nao obedeciam
` ˆ
as leis do rei, ou seja, que eram rebeldes perigosos. Ele propos
doar uma enorme quantia ao tesouro do rei para pagar as des-
´ ´
pesas da chacina dos judeus no imperio.2 Assuero deu o seu pro-
˜
prio anel de sinete a Hama para ele aprovar qualquer ordem que
tivesse em mente. — Ester 3:5-10.
˜ ´ ´
1 Hama talvez estivesse entre os ultimos amalequitas, ja que “o restante” deles havia
´ ˆ
sido destruıdo nos dias do Rei Ezequias. — 1 Cro. 4:43.
˜
2 Hama ofereceu 10 mil talentos de prata, o que equivaleria hoje a centenas de mi-
˜ ´ ˜
lhoes de dolares. Se Assuero era Xerxes I, essa oferta de Hama deve ter sido ainda
mais interessante. Xerxes precisava de uma grande quantia de dinheiro para a guer-
´
ra que estava planejando contra a Grecia havia muito tempo. Essa guerra por fim
seria um fracasso.
˜
18. (a) Por que Mordecai deve ter se recusado a se curvar diante de Hama?
´ ´
(Veja tambem a nota.) (b) Como homens e mulheres de fe hoje imitam o
exemplo de Mordecai?
˜
19. O que Hama queria fazer, e como conseguiu convencer o rei? 131
Ester arriscou a vida
para proteger o povo 20 Em pouco tempo, mensageiros foram rapidamente a cava-
de Deus ´
lo a cada canto do vasto imperio, levando o que resultaria numa
sentença de morte para o povo judeu. Imagine o impacto que
˜ ` ´
essa proclamaçao deve ter tido ao chegar a distante Jerusalem,
´
onde um restante de judeus, depois de voltar do exılio em Babi-
ˆ ˜
lonia, lutava para reconstruir a cidade que ainda nao tinha mu-
´ ´
ralhas para se defender. Ao receber a terrıvel notıcia, talvez Mor-
decai tenha pensado neles, bem como em seus amigos e parentes
˜
em Susa. Muito aflito, ele rasgou suas vestes, cobriu-se de sera-
pilheira, colocou cinzas sobre a cabeça e ficou no meio da cida-
˜ ´
de clamando. Hama, porem, sentou-se com o rei para beber, sem
remorso pelo sofrimento que estava causando aos judeus e aos
˜
amigos deles em Susa. — Leia Ester 3:12–4:1.
21 Mordecai sabia que precisava agir. Mas o que ele poderia
˜
fazer? Ester ficou sabendo da afliçao dele e lhe enviou roupas.
´
Mordecai, porem, se recusou a ser consolado. Pode ser que ele
´ ´
se perguntasse ja por muito tempo por que seu Deus, Jeova, ha-
via permitido que sua querida Ester fosse tirada dele para ser rai-
˜
nha de um governante pagao. Agora as coisas estavam começan-
˜ ˜ ´
20, 21. (a) Como a proclamaçao de Hama afetou os judeus em todo o Impe-
132 rio Persa, incluindo Mordecai? (b) O que Mordecai implorou que Ester fizesse?
ELA DEFENDEU O POVO DE DEUS
22. Por que Ester ficou com medo de comparecer perante seu marido, o rei?
´
(Veja tambem a nota.)
´
23. (a) O que Mordecai disse para fortalecer a fe de Ester? (b) Por que vale a
pena imitar o exemplo de Mordecai? 133
´
IMITE A SUA FE ESTER
´ ´
tinha plena confiança em seu Deus, Jeova. E nos, temos? — Pro.
3:5, 6.
´
Uma fe mais forte do que o medo da morte
˜
24 Havia chegado a hora de Ester tomar uma decisao. Ela dis-
se a Mordecai para pedir que seus compatriotas se juntassem a
ˆ
ela num jejum de tres dias. Sua mensagem termina com uma de-
˜ ´ ´
claraçao de fe e coragem que ficou registrada ate hoje: “Se eu ti-
ˆ
ver de perecer, terei de perecer.” (Ester 4:15-17) Naqueles tres
dias, ela deve ter orado mais fervorosamente do que nunca. Fi-
nalmente, chegou o momento. Ela colocou sua melhor vestimen-
˜
ta real, fazendo tudo o que podia para agradar o rei. E entao saiu
ao seu encontro.
25 Como descrito no começo deste capıtulo, ´
Ester dirigiu-se
` ˜
a corte do rei. Podemos imaginar suas preocupaçoes e suas ora-
˜ ˜
çoes fervorosas enchendo-lhe a mente e o coraçao. Ela entrou no
´
patio, de onde podia ver Assuero. Talvez tenha tentado ler a ex-
˜
pressao no rosto do rei. Se ela teve de esperar, isso deve ter pare-
cido uma eternidade. Mas a espera acabou quando o rei a viu.
˜
Com certeza ele ficou surpreso, mas sua expressao facial se abran-
dou, e ele estendeu seu cetro de ouro! — Ester 5:1, 2.
26 Ester tinha conseguido uma audiencia, ˆ
um ouvido atento.
˜
Ela havia tomado posiçao a favor de seu Deus e de seu povo, esta-
´
belecendo um belo exemplo de fe para todos os servos de Deus
˜ ˜
ao longo dos tempos. Os cristaos verdadeiros hoje dao valor a
exemplos assim. Jesus disse que seus verdadeiros seguidores se-
˜
riam identificados pelo amor abnegado. (Leia Joao 13:34, 35.)
´
Geralmente, e preciso coragem como a de Ester para mostrar esse
tipo de amor. Mas mesmo depois de Ester
ˆ agir a favor do povo de Deus naquele
PARA VOCE PENSAR . . . ˜
dia, sua missao estava apenas começando.
˙ Como Ester mostrou que era Como ela convenceria o rei de que o con-
˜
humilde e obediente? selheiro predileto dele, Hama, era um ter-
´
˙ Como Mordecai ajudou Ester rıvel conspirador? Como poderia ajudar a
´ ˜
a agir com fe? salvar seu povo? Essas perguntas serao res-
˜ ´ ´
˙ Que açoes revelam a coragem pondidas no proximo capıtulo.
de Ester? ´
24. Como Ester mostrou fe e coragem?
ˆ
˙ De que maneiras voce gostaria 25. Descreva o que aconteceu quando Ester en-
´
de imitar a fe de Ester? trou para falar com seu marido.
˜
26. Por que os cristaos verdadeiros precisam de
˜
coragem como a de Ester, e por que a missao dela
134 estava apenas começando?
´
CAPITULO DEZESSEIS
135
Ela escolheu sabiamente o “tempo para falar”
5 ´
Sera que Ester deveria contar tudo ao rei na frente de sua cor-
´
te? Fazer isso poderia humilha-lo e dar tempo para seu conselhei-
˜ ˜ ´
ro Hama questionar as acusaçoes dela. Assim, o que Ester fez? Se-
´ ˜ ˜
culos antes, o sabio Rei Salomao escreveu sob inspiraçao: “Para
´
tudo ha um tempo determinado, . . . tempo para ficar quieto e tem-
po para falar.” (Ecl. 3:1, 7) Podemos imaginar o pai adotivo de Es-
` ´ `
ter, o fiel Mordecai, ensinando a jovem esses princıpios a medida
ˆ
que ela crescia. Com certeza, Ester sabia da importancia de escolher
com cuidado o “tempo para falar”.
6 Ester disse: “Se parecer bem ao rei, venha o rei com Hama˜
hoje ao banquete que preparei para ele.” (Ester 5:4) O rei concor-
˜
dou e mandou avisar Hama. Consegue perceber como Ester esco-
lheu sabiamente as palavras? Ela preservou a dignidade de seu ma-
rido e criou uma oportunidade mais adequada para revelar suas
˜ ´
preocupaçoes. — Leia Proverbios 10:19.
´
5, 6. (a) Como Ester aplicou o princıpio de Eclesiastes 3:1, 7? (b) Como Ester
136 mostrou sabedoria ao falar com seu marido?
Ester reconheceu
humildemente a
´
misericordia do rei
7 ´
Sem duvida, Ester preparou aquele banquete com todo o cui-
ˆ
dado, certificando-se de que as preferencias de seu marido fossem
´
atendidas em todos os detalhes. O banquete incluıa bom vinho
para alegrar o ambiente. (Sal. 104:15) Assuero estava feliz, e se sen-
tiu motivado a perguntar novamente a Ester qual era o seu pedi-
´
do. Sera que esse era o tempo para falar?
˜
8 Ester achava que nao. ˜
Assim, ela convidou o rei e Hama para
um segundo banquete, no dia seguinte. (Ester 5:7, 8) Por que ela
adiou o momento de falar? Lembre-se que o povo de Ester estava
sob ameaça de morte por causa do decreto do rei. Com tanta coi-
sa em jogo, Ester precisava ter certeza de escolher a hora certa para
falar. Portanto, ela esperou, criando uma nova oportunidade para
mostrar a seu marido o quanto o respeitava.
ˆ
9 A paciencia ´
e uma qualidade rara e valiosa. Embora Ester
7, 8. Como foi o primeiro banquete oferecido por Ester, mas por que ela adiou
o momento de falar com o rei?
ˆ
9. Que valor tem a paciencia, e como podemos imitar o exemplo de Ester nes-
se respeito? 137
´
IMITE A SUA FE ESTER
estivesse aflita e ansiosa para falar, ela foi paciente e esperou o mo-
mento certo. Podemos aprender muito do seu exemplo, pois com
´
certeza todos nos vemos coisas erradas que precisam ser corrigidas.
´
Se quisermos convencer alguem em autoridade a resolver um pro-
´
blema, precisamos imitar Ester e ser pacientes. Proverbios 25:15 diz:
ˆ ´
“Com muita paciencia pode se convencer a autoridade, e a lıngua
´ ˜
branda quebra ate ossos.” (Nova Versao Internacional) Se esperar-
mos pacientemente o momento certo e falarmos com brandura, as-
´ ˜ ˜
sim como Ester fez, ate mesmo uma oposiçao tao dura quanto um
´ ´ ´
osso podera ser quebrada. Sera que o Deus de Ester, Jeova, aben-
ˆ
çoou sua paciencia e sabedoria?
ˆ
A paciencia prepara o caminho para a justiça
10 ˆ
A paciencia de Ester preparou o caminho para uma impres-
ˆ ˜
sionante sequencia de eventos. Hama saiu do banquete todo ani-
˜
mado, “alegre e contente de coraçao”, pois o rei e a rainha tinham
˜
10, 11. Por que o humor de Hama mudou depois que ele saiu do banquete, e
o que sua esposa e seus amigos o incentivaram a fazer?
˜ ˜
lhe mostrado muita consideraçao. Mas, quando passou pelo portao
do castelo, ele viu Mordecai, aquele judeu que continuava se recu-
´
sando a prestar-lhe homenagem especial. Como vimos no capıtu-
˜
lo anterior, Mordecai nao fazia isso por desrespeito, mas sim por
ˆ ˜ ´
causa de sua consciencia e de sua relaçao com Jeova Deus. Ainda
˜
assim, Hama “se encheu imediatamente de furor”. — Ester 5:9.
11 Quando Hama˜ contou a` sua esposa e aos seus amigos sobre
15 Visto que Ester foi paciente e esperou mais um dia para apre-
˜ ´
sentar seu pedido ao rei, houve tempo para Hama causar sua pro-
´ ˜ ´
pria ruına. E quem sabe se nao foi Jeova Deus que fez o rei perder
˜ ´ ´
o sono? (Pro. 21:1) Nao e de admirar que a Bıblia nos incentive a
mostrar “uma atitude de espera”. (Leia Miqueias 7:7.) Quando es-
` ˜
peramos por Deus, as vezes descobrimos que suas soluçoes para os
˜ ˜
nossos problemas sao muito melhores do que qualquer soluçao
´ ´
que nos mesmos pudessemos encontrar.
Ela falou com coragem
16 ˜ ˆ
Ester nao se atreveria a testar ainda mais a paciencia do rei;
´
no segundo banquete, ela tinha de contar tudo. Mas como? O pro-
prio rei deu a ela a oportunidade, perguntando novamente qual
era o seu pedido. (Ester 7:2) O “tempo para falar” tinha chegado.
17 Podemos imaginar Ester orando silenciosamente a seu Deus
— pelo visto uma forma de espiritismo — para saber qual era a me-
´ ´
lhor epoca para realizar esse ataque brutal. (Ester 9:24-26) E verda-
de que ainda faltavam meses para esse dia, mas o tempo estava pas-
´
sando rapidamente. Sera que essa calamidade ainda podia ser
evitada?
25 De forma abnegada, Ester arriscou novamente sua vida por
aparecer mais uma vez diante do rei sem um convite oficial. Des-
sa vez ela chorou por seu povo, implorando a seu marido que re-
´
vogasse aquele terrıvel decreto. Mas as leis promulgadas em nome
˜
do monarca persa nao podiam ser revogadas. (Dan. 6:12, 15) Por
isso, o rei deu poderes a Ester e a Mordecai para emitirem uma nova
˜
lei. Uma segunda proclamaçao foi enviada, dando aos judeus o di-
reito de se defender. Cavaleiros foram enviados rapidamente a toda
´ ´
parte do imperio, levando essa boa notıcia aos judeus. A esperan-
˜ ´
ça renasceu em muitos coraçoes. (Ester 8:3-16) Podemos ate ima-
´
ginar os judeus em todo o imperio se armando e se preparando
para a batalha, o que nunca poderiam ter feito sem aquela nova
´ ´
lei. Mas o mais importante era saber se “Jeova dos exercitos” esta-
ria com seu povo. — 1 Sam. 17:45.
26 Quando finalmente chegou o dia marcado, o povo de Deus
Ester e Mordecai
˜ ´ ´ enviaram
26, 27. (a) Qual a extensao da vitoria que Jeova deu a seu povo sobre seus ˜
˜ ˜ proclamaçoes
inimigos? (b) Que profecia se cumpriu com a destruiçao dos filhos de Hama?
aos judeus no
´
Imperio Persa
´
IMITE A SUA FE ESTER
´ ´
estava pronto. Ate mesmo muitos funcionarios persas estavam ago-
` ´
ra do lado dos israelitas, a medida que se espalhava a notıcia sobre
´
o novo primeiro-ministro, o judeu Mordecai. Jeova concedeu a seu
´ ´
povo uma grande vitoria. Ele sem duvida protegeu seu povo de ter-
´ ´
rıveis represalias por fazer que seus inimigos sofressem uma derro-
ta esmagadora.1 — Ester 9:1-6.
27 Alem ´
disso, Mordecai nunca estaria seguro para administrar
˜
a casa de Hama enquanto os dez filhos desse homem mau ainda
´
vivessem. Por isso, eles tambem foram mortos. (Ester 9:7-10) Cum-
˜ ´ ´
priu-se entao uma profecia bıblica, pois Deus ja havia predito a des-
˜
truiçao total dos amalequitas, inimigos perversos de seu povo.
´ ´ ˜
(Deut. 25:17-19) E bem provavel que os filhos de Hama estivessem
´ ˜
entre os ultimos membros daquela naçao condenada.
28 A jovem Ester teve de carregar em seus ombros uma carga
´
“Eis a escrava de Jeova!”
MARIA ficou espantada ao ver o visitante entrando em sua casa.
˜ ˜
Ele nao estava procurando o pai ou a mae dela. Estava ali para fa-
˜ ´
lar com ela! Maria tinha certeza de que ele nao era de Nazare.
Numa cidade pequena como a dela, os visitantes chamavam aten-
˜ ˜
çao. Esse chamaria atençao em qualquer lugar. Ele se dirigiu a Ma-
ria de um jeito bem diferente, dizendo: “Bom dia, altamente fa-
´ ´
vorecida, Jeova esta contigo.” — Leia Lucas 1:26-28.
´ ´
2 E assim que a Bıblia nos apresenta Maria, filha de Eli, da ci-
´
dade de Nazare, na Galileia. Ela estava passando por um momen-
´ ˜
to decisivo em sua vida. Era noiva do carpinteiro Jose, que nao
´
era um homem rico, mas um homem de fe. Assim, parecia que
´
tudo ja estava planejado — ela teria uma vida simples, apoiando
´
seu marido Jose e criando filhos com ele. Mas, de repente, Maria
˜
se viu diante desse visitante que lhe deu uma designaçao do Deus
a quem ela adorava, uma responsabilidade que mudaria a sua
vida.
3 Muitos ficam surpresos de saber que a Bıblia´ ˜
nao fala mui-
˜
to sobre Maria. Diz pouca coisa sobre sua formaçao, menos ain-
da sobre sua personalidade e absolutamente nada sobre sua apa-
ˆ
rencia. Mas o que a Palavra de Deus diz a seu respeito revela muito
sobre o tipo de pessoa que ela era.
4 Para conhecermos Maria, precisamos olhar alem ´
das muitas
´ ˜
ideias preconcebidas que varias religioes divulgam a seu respeito.
˜ ´
Entao, vamos desconsiderar suas inumeras figuras retratadas em
´ ´
pintura, marmore ou gesso. Vamos desconsiderar tambem a teo-
logia complexa e os dogmas que deram a essa mulher humilde
´ ˜ ´
os elevados tıtulos de “Mae de Deus” e “Rainha do Ceu”. Em vez
´
disso, vamos nos concentrar no que a Bıblia realmente diz sobre
˜ ´
ela. As Escrituras nos ajudam a ter uma compreensao inestimavel
´ ´
da fe que essa mulher tinha e de como podemos imitar essa fe.
1, 2. (a) Que cumprimento Maria ouviu de um visitante? (b) Em que sentido
Maria estava passando por um momento decisivo?
3, 4. Para conhecer Maria, o que precisamos desconsiderar e em que precisa-
mos nos concentrar?
145
´
IMITE A SUA FE MARIA
A visita de um anjo
˜
O visitante de Maria nao era um simples homem. Era o anjo
5
´ ´ ´ `
11 A Bıblia mostra que ate mesmo homens fortes e fieis as ve-
˜
zes hesitaram em aceitar designaçoes desafiadoras da parte de
´ ˜
Deus. Moises argumentou que ˆ nao era fluente o bastante para agir
como porta-voz de Deus. (Exo. 4:10) Jeremias alegou que era “ape-
nas rapaz”, jovem demais para assumir a tarefa que Deus tinha
˜
lhe designado. (Jer. 1:6) E Jonas fugiu de sua designaçao! (Jonas
1:3) Que dizer de Maria?
12 Suas palavras humildes e obedientes servem de exemplo
´
para todas as pessoas de fe. Ela disse a Gabriel: “Eis a escrava de
´ ˜
Jeova! Ocorra comigo segundo a tua declaraçao.” (Luc. 1:38) Uma
escrava era um dos servos mais humildes; sua vida estava inteira-
˜
mente nas maos do seu amo. Era assim que Maria se sentia com
˜ ´
relaçao ao seu Amo, Jeova. Ela sabia que es-
˜ ´
tava segura nas maos dele, que ele e leal
˜
com os que lhe sao leais e que a abençoa-
` Maria sabia que estava
ria a medida que fizesse o seu melhor para
˜
cumprir essa designaçao desafiadora. — Sal.
inteiramente a salvo
18:25.
` ˜
13 As vezes, Deus nos pede para fazer nas maos de seu
´
algo que talvez achemos difıcil, ate mesmo
´ ´
´ ´ Deus leal, Jeova
impossıvel. Mas em sua Palavra ele nos da
muitos motivos para confiarmos nele e nos
˜
colocarmos em suas maos, assim como Ma-
´
ria fez. (Pro. 3:5, 6) Sera que faremos isso? Se fizermos, ele nos re-
´ ´
compensara, dando-nos motivos para desenvolver uma fe ainda
mais forte nele.
Visita a Elisabete
14As palavras de Gabriel sobre Elisabete foram muito signifi-
cativas para Maria. Que mulher no mundo poderia entender me-
˜ ˜
lhor a sua situaçao? Maria partiu rapidamente para a regiao mon-
´ ˆ
tanhosa de Juda, uma viagem de talvez tres ou quatro dias. Assim
´
que entrou na casa de Elisabete e Zacarias, o sacerdote, Jeova lhe
ˆ ´ ´
deu mais evidencias solidas para fortalecer sua fe. Elisabete ouviu
ˆ
o cumprimento de Maria e imediatamente sentiu o bebe em sua
´ ´ `
11, 12. (a) Como ate mesmo homens fortes e fieis as vezes reagiram a desig-
˜
naçoes desafiadoras da parte de Deus? (b) O que Maria revelou sobre si
mesma em sua resposta ao anjo Gabriel?
´ ´ ´ ´
13. Se achamos difıcil, ate mesmo impossıvel, fazer o que Deus pede de nos,
como podemos nos beneficiar do exemplo de Maria?
´
14, 15. (a) Como Jeova recompensou Maria quando ela visitou Elisabete e
Zacarias? (b) O que as palavras de Maria, registradas em Lucas 1:46-55, reve-
lam a respeito dela? 149
´
IMITE A SUA FE MARIA
´
barriga pular de alegria. Ela ficou cheia de espırito santo e cha-
˜
mou Maria de “mae de meu Senhor”. Deus tinha revelado a Eli-
sabete que o filho de Maria se tornaria seu Senhor, o Messias.
´ ˆ
Alem disso, ela foi inspirada a elogiar Maria por sua obediencia
´ ´
fiel, dizendo: “Feliz tambem e aquela que acreditou.” (Luc. 1:39-
´
45) De fato, tudo o que Jeova tinha prometido a Maria ia se cum-
prir!
15 Depois disso, Maria falou, e suas palavras foram cuidado-
´ ´ ´
apreço ao louvar a Jeova por abençoa-la com o privilegio de ser a
˜ ´
mae do Messias. Mostram a profundidade de sua fe ao falar de
´ ´
Jeova como alguem que rebaixa os soberbos e os poderosos e aju-
´ ˜
da os humildes e os pobres que procuram servi-lo. Tambem dao
uma ideia do conhecimento que ela tinha. Segundo certa estima-
ˆ `
tiva, ela fez mais de 20 referencias as Escrituras Hebraicas!1
16 Fica claro que Maria meditava profundamente na Palavra
16, 17. (a) Como Maria e seu filho mostraram uma atitude que precisamos
ˆ ˜
imitar? (b) A visita que Maria fez a Elisabete nos lembra de que bençao?
´
18. O que Maria contou a Jose, e como ele reagiu? 151
´
IMITE A SUA FE MARIA
´
muito difıcil para Maria ver esse homem bondoso sofrer por cau-
˜ ˜ ´
sa dessa situaçao sem igual. Mas ela nao ficou ressentida por Jose
˜
nao ter acreditado nela.
19 Jeova´ bondosamente ajudou Jose´ a tomar a melhor deci-
˜
sao. Num sonho, o anjo de Deus lhe disse que a gravidez de Ma-
´ ´
ria era mesmo um milagre. Que alıvio isso deve ter sido! Jose fez
˜ ´
entao o que Maria tinha feito desde o inıcio — agiu em harmo-
˜ ´
nia com a orientaçao de Jeova. Casou-se com ela e se preparou
para assumir a responsabilidade sem igual de cuidar do Filho de
´
Jeova. — Mat. 1:20-24.
20 Os casados — e os que pensam em se casar — devem apren-
´
der algo desse jovem casal que viveu uns 2 mil anos atras. Ao ver
sua jovem esposa cumprir os deveres e as responsabilidades de
˜ ´
mae, Jose com certeza ficou contente por ter sido orientado pelo
´ ˆ ´
anjo de Jeova. Ele deve ter visto a importancia de confiar em Jeova
˜ ´
ao tomar decisoes de peso. (Sal. 37:5; Pro. 18:13) Sem duvida, ele
˜
continuou sendo consciencioso e amoroso ao tomar decisoes
´
como chefe de famılia.
21 Por outro lado, o que podemos concluir da disposiçao ˜
de
´ ´
Maria de ainda se casar com Jose? Embora de inıcio ele talvez te-
´ ´
nha achado a historia dela difıcil de entender, ela esperou ele de-
´ ´
cidir o que fazer, pois ele seria o chefe da famılia. Sem duvida,
ˆ ´
ela aprendeu a importancia de ser paciente, e isso e uma boa li-
˜ ˜ ´ ´
çao para as mulheres cristas hoje. Por fim, e provavel que esses
´
acontecimentos tenham ensinado tanto a Jose como a Maria o
˜
valor da comunicaçao franca e honesta.
´
— Leia Proverbios 15:22.
ˆ 22 Sem duvida, ´
aquele jovem casal co-
PARA VOCE PENSAR . . . meçou seu casamento com o melhor ali-
˙ O que podemos aprender de cerce de todos. Ambos amavam a Jeova
´
Maria sobre a humildade? ´
Deus acima de tudo e desejavam agrada-´
ˆ ´
˙ Em que sentido a obediencia lo como pais responsaveis e amorosos. E
´ ˆ ˜ `
de Maria foi notavel? claro que eles teriam bençaos maiores a
´
˙ De que maneiras Maria frente — e desafios maiores tambem. Ti-
´ ´
fortaleceu a sua propria fe? nham diante de si a perspectiva de criar Je-
ˆ
˙ De que maneiras voce gostaria sus, aquele que seria o maior homem que
´ ´
de imitar a fe de Maria? o mundo ja conheceu.
´ ´
19. Como Jeova ajudou Jose a tomar a melhor de-
˜
cisao?
20, 21. O que os casados e os que pensam em se
´
casar podem aprender de Maria e Jose?
´
22. Qual era o alicerce do casamento de Jose e
152 Maria, e que perspectiva eles tinham diante de si?
´
CAPITULO DEZOITO
˜
Ela tirou “conclusoes
˜
no seu coraçao”
˜ ´ ´
MARIA mudou de posiçao tentando ficar mais confortavel. Ela ja
estava viajando por horas montada num pequeno animal de car-
` ´ `
ga. Logo a frente ia Jose conduzindo o animal, rumo a distante Be-
´ ˆ
lem. Maria sentiu de novo o bebe se mexer no seu ventre.
2 Ja´ fazia alguns meses que ela estava gravida;
´ ´
a Bıblia usa a
frase “estado avançado de gravidez” para descrever como ela esta-
˜ `
va nessa ocasiao. (Luc. 2:5) A medida que o casal passava por um
´
campo apos outro, alguns dos lavradores que estavam arando ou
semeando talvez olhassem para eles e se perguntassem por que
˜
uma mulher naquela condiçao estaria viajando. O que Maria esta-
˜ ´
va fazendo tao longe de sua casa em Nazare?
3 Tudo começou meses antes, quando essa jovem judia rece-
˜ ´
beu uma designaçao sem igual em toda a historia humana. Ela te-
ria um filho que se tornaria o Messias, o Filho de Deus. (Luc. 1:35)
A necessidade de fazer essa viagem surgiu quando se aproximava
` ´
o tempo de Maria dar a luz. Durante a viagem, ela enfrentou va-
` ´
rios desafios a sua fe. Vejamos o que a ajudou a permanecer espi-
ritualmente forte.
´
A viagem para Belem
4 ´ ˜ ´
Jose e Maria nao eram os unicos que estavam viajando na-
´ ´
quela epoca. Pouco antes, Cesar Augusto havia decretado que fos-
´
se feito um registro no paıs, e para cumprir esse decreto as pessoas
´
tinham de viajar para a sua cidade de origem. O que Jose fez? O re-
´ ´
lato diz: “Jose, naturalmente, subiu tambem da Galileia, da cidade
´ ` ` ´
de Nazare, e foi a Judeia, a cidade de Davi, que se chama Belem,
´
por ser membro da casa e famılia de Davi.” — Luc. 2:1-4.
5 Nao˜ ˆ ´
foi por coincidencia que Cesar emitiu esse decreto
1, 2. Descreva a viagem de Maria, e explique o que tornava essa viagem des-
´
confortavel para ela.
˜
3. Que designaçao Maria recebeu, e o que vamos aprender sobre ela?
´ ´
4, 5. (a) Por que Jose e Maria estavam viajando para Belem? (b) O decreto de
´
Cesar levou ao cumprimento de que profecia?
153
´
IMITE A SUA FE MARIA
´ ´
naquela epoca. Uma profecia escrita uns sete seculos antes predis-
´
se que o Messias nasceria em Belem. Havia uma cidade chamada
´ ˆ ´
Belem que ficava a apenas 11 quilometros de Nazare. No entanto,
´
a profecia especificava que era em “Belem Efrata” que o Messias
`
nasceria. (Leia Miqueias 5:2.) Para chegar aquele pequeno povoa-
´ ˆ
do a partir de Nazare, os viajantes percorriam uns 130 quilometros
´
de estradas montanhosas, passando por Samaria. Foi nessa Belem
´
que Jose teve de ir se registrar, pois essa cidade era o lar ancestral
´ ´ ´
da famılia do Rei Davi — a famılia a que Jose e sua esposa perten-
ciam.
6 Sera´ que Maria apoiaria a decisao ˜ ´
de Jose de obedecer a esse
´ ´ ´
decreto? Afinal, a viagem seria difıcil para ela. E provavel que fos-
˜
se o começo do outono e, visto que a estaçao seca estava terminan-
´
do, talvez ocorressem chuvas leves. Alem disso, a frase ‘subiu da Ga-
´ ´
lileia’ e apropriada, porque Belem ficava a uma altitude de mais de
760 metros — uma subida e tanto, e um fim exaustivo de uma via-
´
gem de varios dias. Essa subida talvez demorasse mais do que o
˜
normal, pois na situaçao de Maria pode ser que ela precisasse pa-
´ ´ ´
rar varias vezes para descansar. E nesse estagio da gravidez que a
´
mulher mais deseja ficar perto de casa, onde a famılia e os amigos
´
6, 7. (a) Por que a viagem para Belem talvez fosse desafiadora para Maria?
´ ˜
(b) Ser esposa de Jose fez que diferença nas decisoes tomadas por Maria?
´
(Veja tambem a nota.)
˜ ˜
E L A T I R O U “ C O N C L U S O E S N O S E U C O R A Ç A O ”
˜
estao prontos para ajudar quando começam as dores de parto. Sem
´
duvida, Maria precisava de coragem para fazer essa viagem.
7 Apesar disso, Lucas escreveu que Jose´ partiu “a fim de ser re-
´
gistrado com Maria”. Ele tambem mencionou que Maria “fora dada
´
[a Jose] em casamento, conforme prometido”. (Luc. 2:4, 5) Ser ca-
´ ˜
sada com Jose fez uma grande diferença nas decisoes de Maria. Ela
o considerava seu cabeça espiritual e aceitou de bom grado o pa-
˜
pel de ajudadora, que Deus lhe deu, apoiando as decisoes do ma-
˜
rido.1 Assim, ser submissa ao marido com respeito a essa decisao
´
poderia ser um teste de fe para Maria, mas ela simplesmente obe-
deceu.
8 O que mais pode ter motivado Maria a obedecer? Sera´ que
´
ela sabia que o Messias nasceria em Belem, conforme predito? A
´ ˜ ˜
Bıblia nao diz, mas nao podemos descartar essa possibilidade, pois
´
tanto os lıderes religiosos como o povo em geral conheciam bem
˜
esse fato. (Mat. 2:1-7; Joao 7:40-42) Com respeito ao conhecimen-
˜
to das Escrituras, a jovem Maria nao era nada ignorante. (Luc.
1:46-55) De qualquer forma, quer Maria tenha decidido viajar em
˜
1 Note o contraste entre essa passagem e a descriçao de uma viagem anterior: “Ma-
˜ ˜
ria levantou-se . . . e foi” visitar Elisabete. (Luc. 1:39) Nessa ocasiao, ela ainda nao
˜ ´
era casada e talvez tenha tomado essa decisao sem consultar Jose. Depois que os dois
˜ ´ ´ ´ ´ ˜
se casaram, a decisao de fazer a viagem para Belem e atribuıda a Jose, nao a Maria.
´ ´
8. (a) O que mais pode ter motivado Maria a viajar para Belem com Jose?
´ ´ A viagem
(b) Em que sentido a atitude de Maria e um exemplo para as pessoas fieis? ´
para Belem
˜ ´
nao foi facil
155
´
IMITE A SUA FE MARIA
ˆ ` ´
obediencia a seu marido, a um decreto governamental, a propria
´ ˜
profecia de Jeova, quer por causa de uma combinaçao desses fato-
´ ´
res, ela foi um excelente exemplo. Jeova da muito valor a um es-
´
pırito humilde e obediente, tanto em homens como em mulheres.
˜
Em nossos dias, quando a submissao muitas vezes parece ser uma
´
das qualidades mais ignoradas, a atitude de Maria e um exemplo
´
para pessoas fieis em todo o mundo.
O nascimento de Cristo
´
9 Maria deve ter dado um suspiro de alıvio quando avistou Be-
´
lem. Ao subir as encostas dos montes, passando por olivais — en-
´ ´
tre as ultimas safras a serem colhidas —, Maria e Jose talvez tenham
´
pensado na historia daquele pequeno povoado. A cidade era insig-
´
nificante demais para ser contada entre as cidades de Juda, assim
como havia dito o profeta Miqueias; mas era o lugar onde nasce-
ram Boaz, Noemi e, mais tarde, Davi, todos mais de mil anos antes.
10 Maria e Jose´ encontraram o povoado lotado. Outras pessoas
˜
tinham chegado antes deles para se registrar, por isso nao havia
˜ ˜
mais lugar no alojamento.1 Eles nao tinham escolha a nao ser pas-
´ ˜ ´ ´ ˜
sar a noite num estabulo. Nao e difıcil imaginar a preocupaçao de
´
Jose ao ver sua esposa sentir uma dor muito forte, que começou a
aumentar. Ela nunca tinha sentido uma dor assim! E foi justo ali,
naquele lugar, que Maria começou a ter dores de parto.
11 As mulheres do mundo todo entendem bem o que Maria
´
passou. Uns 4 mil anos antes, Jeova havia predito que as mulheres
sofreriam dores durante o parto por causa do pecado herdado.
ˆ ˜
(Gen. 3:16) Nada indica que Maria era uma exceçao. O relato de
´
Lucas e bem discreto, por assim dizer puxando uma cortina de pri-
`
vacidade em torno daquele momento. Diz apenas: “Ela deu a luz
ˆ ˆ
o seu filho, o primogenito.” (Luc. 2:7) De fato, o seu “primogeni-
´
to” havia nascido — o primeiro dos muitos filhos de Maria, no mı-
˜
nimo sete. (Mar. 6:3) Mas ele sempre se destacaria. Ele nao era ape-
ˆ ˆ ˜
nas o primogenito dela, mas o “primogenito de toda a criaçao” de
´ ˆ ´
Jeova, o Filho unigenito do proprio Deus. — Col. 1:15.
´
12 E nesse ponto que o relato acrescenta um detalhe bem co-
´
1 Naqueles dias era costume encontrar nas cidades um quarto publico para o uso de
viajantes e caravanas de passagem.
´
9, 10. (a) No que Maria e Jose talvez tenham pensado ao se aproximar de Be-
´ ´ ´
lem? (b) Por que Jose e Maria passaram a noite num estabulo?
11. (a) Por que as mulheres do mundo todo entendem bem o que Maria pas-
ˆ
sou? (b) Em que sentidos Jesus era o “primogenito”?
ˆ
12. Onde Maria colocou o bebe, e em que sentido a realidade foi diferente
˜
156 das encenaçoes, pinturas e cenas da natividade?
˜ ˜
E L A T I R O U “ C O N C L U S O E S N O S E U C O R A Ç A O ”
´
Cristo, o Messias, tinha acabado de nascer em Belem. Eles encon-
trariam a criança deitada numa manjedoura, enrolada em faixas.
´
Daı, aconteceu algo ainda mais impressionante: apareceu uma po-
˜
derosa multidao de anjos, louvando a Deus! — Luc. 2:8-14.
˜ ´
15 Nao e de admirar que esses homens humildes tenham vin-
´
do correndo para Belem. Devem ter ficado emocionados de ver um
´
recem-nascido deitado ali exatamente como o anjo havia descrito.
˜ ´
Eles nao esconderam essas boas notıcias. “Fizeram saber a declara-
˜
çao . . . E todos os que ouviram isso maravilhavam-se com as coi-
sas que os pastores lhes contavam.” (Luc. 2:17, 18) Pelo visto, os
´
lıderes religiosos daqueles dias desprezavam os pastores. No entan-
´ ´
to, fica claro que Jeova valorizava esses homens humildes e fieis.
Mas como essa visita afetou Maria?
16 Com certeza, Maria estava exausta
˜
Mais declaraçoes para preservar
18 ˆ ´
Quando o bebe tinha oito dias, Maria e Jose o levaram para
ser circuncidado, conforme a Lei mosaica exigia, e lhe deram o
´
nome de Jesus, como tinham sido orientados. (Luc. 1:31) Daı, no
´ ´
quadragesimo dia, eles o levaram de Belem para o templo em Je-
´ ˆ ˆ
rusalem, cerca de 10 quilometros de distancia, e apresentaram as
˜
ofertas de purificaçao que a Lei permitia aos mais pobres: duas ro-
las ou dois pombos. Caso tenham sentido vergonha por oferecer
menos que um carneiro e uma rola, ofertas que outros pais tinham
˜
condiçoes de oferecer, eles deixaram esses sentimentos de lado. De
qualquer forma, receberam muito encorajamento enquanto esta-
vam ali. — Luc. 2:21-24.
19 Um homem idoso chamado Simeao ˜
se aproximou deles e
˜ ˜
proferiu mais declaraçoes a Maria, para ela guardar no coraçao. Ele
havia recebido a promessa de que, antes de morrer, veria o Mes-
´ ´
sias; e Jeova, por meio do espırito santo, indicou-lhe que o meni-
˜ ´
no Jesus era o predito Salvador. Simeao tambem alertou Maria so-
˜
bre a dor que um dia ela teria de suportar. Seria uma dor tao forte
´
como se uma longa espada a tivesse traspassado. (Luc. 2:25-35) Ate
´ `
18. (a) Como Maria e Jose obedeceram a Lei mosaica nos primeiros dias de
´
´ vida de Jesus? (b) O que a oferta que Jose e Maria fizeram no templo revela
Maria e Jose ˜
sobre a situaçao financeira deles?
receberam muito ˜ ˜
19. (a) Que outras declaraçoes Simeao proferiu a Maria, para ela guardar no
encorajamento no ˜ ˜
´ coraçao? (b) Qual foi a reaçao de Ana ao ver Jesus?
templo de Jeova
´
em Jerusalem
˜ ˜
E L A T I R O U “ C O N C L U S O E S N O S E U C O R A Ç A O ”
ˆ
PARA VOCE PENSAR . . .
˙ Como Maria deixou um
˜
exemplo de submissao
ˆ
e obediencia?
˙ O que podemos aprender
do modo como Maria lidou
com a pobreza?
˙ Como Maria mostrou ser
uma mulher espiritual
˜
e de reflexao?
ˆ ´
˙ De que maneiras voce esta
determinado a imitar o
exemplo de Maria?
161
´
CAPITULO DEZENOVE
162
´ ˜ ´
Jose agiu com determinaçao e de modo altruısta para proteger seu filho
´ ´
IMITE A SUA FE JOSE
` ˜
garam a casa de Jesus e o viram com sua mae, deram-lhe presen-
tes sem pedir nada em troca. Deve ter sido muito estranho para
´ ˜
Jose e Maria de repente passar a ter produtos tao valiosos como
´ ´
“ouro, olıbano e mirra”. Os astrologos pretendiam voltar e contar
´
ao Rei Herodes exatamente onde estava a criança, mas Jeova inter-
feriu. Num sonho, ele os instruiu a voltar por outro caminho.
— Leia Mateus 2:1-12.
10 Pouco depois de os astrologos ´
irem
´
embora, um anjo disse a Jose: “Levanta-te,
˜ ´
toma a criancinha e sua mae, foge para o
´
Jose sacrificou seu
Egito e fica ali ate eu te avisar; porque He- ´
´
rodes esta prestes a procurar a criancinha pr oprio conforto para
´ ´
para destruı-la.” (Mat. 2:13) Como vimos
´ ´ ´
o bem de sua fam ılia
no inıcio deste capıtulo, Jose obedeceu
ˆ
imediatamente. Ele pos a segurança de seu
filho acima de qualquer outra coisa e levou
´
sua famılia para o Egito. Com aqueles presentes caros que os as-
´ ´
trologos haviam trazido, Jose agora tinha recursos que poderiam
´
ajudar sua famılia em sua estadia no Egito.
11 Mais tarde, lendas e mitos apocrifos ´
fantasiaram a viagem
para o Egito, afirmando que o menino Jesus milagrosamente abre-
˜ ´ ´
viou a viagem, impediu ladroes de prejudica-los e ate fez com que
tamareiras se curvassem para Maria pegar seus frutos.1 Na verda-
´
de, a viagem foi longa e difıcil, uma jornada para o desconhecido.
12 Os pais podem aprender muito de Jose. ´
Ele prontamente
˜ ´
abriu mao de seu trabalho e sacrificou seu proprio conforto para
´ ´
proteger sua famılia. E evidente que ele a encarava como uma he-
´
rança sagrada de Jeova. Os pais hoje criam os filhos num mundo
´
perigoso, cheio de forças que podem ameaçar, corromper ou ate
˜ ´
mesmo destruir os jovens. Muitos pais e maes, assim como Jose,
˜
agem com determinaçao, fazendo de tudo para proteger seus fi-
ˆ
lhos dessas influencias prejudiciais. Com certeza, eles merecem
muitos elogios.
´ ˜ ´
Jose fez provisoes para sua famılia
13 ˜
Parece que eles nao ficaram muito tempo no Egito, porque
´
logo depois o anjo informou Jose que Herodes tinha morrido.
´ ´
1 A Bıblia mostra claramente que o primeiro milagre de Jesus, o “princıpio dos seus
´ ˜
sinais”, so ocorreu depois de seu batismo. — Joao 2:1-11.
12. O que os pais que criam seus filhos neste mundo perigoso podem apren-
´
der de Jose?
´ ´
13, 14. Por que Jose e Maria foram criar seus filhos em Nazare? 165
˜ ´ ´
Entao, Jose levou sua famılia de volta para
Israel, cumprindo uma antiga profecia de
´
que Jeova chamaria seu Filho “do Egito”.
(Mat. 2:15) Mas em que cidade eles mora-
riam agora?
14 Jose´ foi cauteloso. Ele temia Arque-
´
lau, o sucessor de Herodes, que tambem
˜
era cruel e assassino. Por orientaçao divina,
´
ele levou sua famılia para o norte, longe de
´
Jerusalem e de todas as suas intrigas. Assim,
´
ele voltou para Nazare, sua cidade natal na
´
Galileia. Foi ali que Jose e Maria criaram
seus filhos. — Leia Mateus 2:19-23.
15 A vida deles era simples, mas nao ˜
era
´ ´
facil. Ao se referir a Jose como o carpintei-
´
ro, a Bıblia usa uma palavra que abrange
muitas formas de trabalhar com madeira,
´
como cortar arvores, transportar toras e
´ ˜
prepara-las para a construçao de casas, bar-
cos, pequenas pontes, carroças, rodas, ju-
´
´ gos e todo tipo de ferramentas agrıcolas.
Jose ensinou
(Mat. 13:55) Era um trabalho pesado. Um
seu filho a ser ´
carpinteiro carpinteiro nos tempos bıblicos em geral trabalhava perto da en-
trada de sua humilde casa ou numa oficina ao lado dela.
16 Jose´ usava uma grande variedade de ferramentas, algumas
´ ´
talvez deixadas por seu pai. E possıvel que ele usasse esquadro, pru-
´
mo, giz de linha, machado, serrote, enxo, martelo, malho, for-
˜ ´
moes, arco de pua artesanal, varios tipos de cola e talvez alguns
´
pregos, embora fossem muito caros na epoca.
17 Imagine Jesus, ainda pequeno, observando seu pai adotivo
˜
trabalhar. Com os olhos bem abertos, ele prestava muita atençao
´ ´
em cada movimento de Jose. Sem duvida, Jesus admirava a força
˜ ˆ ´
de seu pai, a habilidade de suas maos e sua inteligencia. Jose tal-
vez tenha começado a ensinar seu filho a realizar tarefas simples,
´
como lixar as partes asperas da madeira usando pele seca de pei-
´ ´ ´
xe. E provavel que tenha ensinado a Jesus a diferença entre as va-
ˆ
rias madeiras que usava, incluindo sicomoro-figueira, carvalho e
oliveira.
18 Jesus aprendeu tambem ´ ˜
que aquelas maos fortes que corta-
´
15, 16. Como era o trabalho de Jose, e que ferramentas ele talvez usasse?
´
17, 18. (a) O que Jesus aprendeu com seu pai adotivo? (b) Por que Jose teve
˜
166 de trabalhar ainda mais na sua profissao?
ELE FOI PROTETOR, PROVISOR E PERSEVEROU FIELMENTE
´
vam arvores, preparavam toras e martelavam cavilhas eram as mes-
˜ ` ˜
mas maos gentis que davam carinho a ele, a sua mae, bem como
˜ ´
a seus irmaos. De fato, Jose e Maria com o tempo tiveram pelo
´ ´
menos seis filhos alem de Jesus. (Mat. 13:55, 56) Jose teve de tra-
balhar ainda mais para sustentar a todos.
19 No entanto, Jose´ sabia que o mais importante era cuidar das
´
necessidades espirituais de sua famılia. Assim, ele gastava tempo
´
ensinando seus filhos a respeito de Jeova Deus e Suas leis. Ele e
`
Maria sempre os levavam a sinagoga local, onde a Lei era lida e
´ ´
explicada. Jesus talvez ficasse com muitas duvidas, e Jose se esfor-
´ ´
çava para satisfazer sua necessidade espiritual. Jose tambem leva-
´
va sua famılia a festividades religiosas em
´
Jerusalem. Todo ano, ele talvez precisasse
de duas semanas para fazer a viagem de ´
ˆ ` ´
120 quilometros, assistir a Pascoa e voltar Jose sabia que o mais
para casa.
20 Hoje, os chefes de famılia ´ ˜ importante era cuidar das
cristaos fa-
˜
zem algo parecido. Dao de si a seus filhos, necessidades espirituais
˜ ´
colocando a instruçao espiritual deles aci- de sua famılia
ma de qualquer outra coisa, incluindo bens
materiais. Eles se esforçam muito para rea-
˜ ´
lizar a adoraçao em famılia em casa e para
` ˜ ˜
levar os filhos as reunioes cristas, grandes ou pequenas. Como
´ ˜ ´
Jose, sabem que nao existe melhor investimento em benefıcio de
seus filhos.
˜
“Em afliçao mental”
21 Quando Jesus tinha 12 anos, Jose´ como sempre levou sua
´ ´ ´ ´
famılia a Jerusalem para a Pascoa. Era uma epoca festiva, e gran-
´ ´
des famılias viajavam juntas em longas caravanas atraves da pai-
˜
sagem verdejante da primavera. Ao se aproximarem das regioes
´ ´
mais aridas perto de Jerusalem, que ficava no alto, muitos canta-
ˆ
vam
´ os conhecidos salmos, ou canticos, das subidas. (Sal. 120-134)
´
E provavel que a cidade fervilhasse com centenas de milhares de
´
pessoas. Depois da festividade, as famılias começavam a voltar para
´
casa. Jose e Maria, talvez ocupados com muitos deveres, acharam
´
que Jesus estava viajando com outros, possivelmente familiares. So
´ ´ ´
quando ja estavam a um dia de viagem de Jerusalem e que se de-
´
ram conta de algo terrıvel: Jesus tinha sumido! — Luc. 2:41-44.
´ ´
19. Como Jose cuidava das necessidades espirituais de sua famılia?
´ ˜ ´
20. Como os chefes de famılia cristaos podem seguir o exemplo de Jose?
´ ´ ´ ´ ´
21. Como era a epoca da Pascoa para a famılia de Jose, e quando Jose e Maria
perceberam que Jesus tinha sumido? 167
´
Jose sempre levava
´
sua famılia para
´ 22 Desesperados, Jose´ e Maria voltaram pelo mesmo caminho
adorar a Jeova no
´ ´ ´
templo em Jerusalem ate Jerusalem. Imagine como a cidade agora parecia vazia e estra-
nha, enquanto andavam pelas ruas, chamando pelo seu filho.
ˆ ´ ´
Onde ele poderia estar? Depois de tres dias de busca, sera que Jose
começou a se perguntar se havia falhado completamente em cum-
´
prir a tarefa sagrada que Jeova lhe tinha dado? Por fim, eles foram
´
ao templo e procuraram em todos os cantos ate chegar a uma sala
´
onde estavam reunidos homens instruıdos, versados na Lei — e Je-
´
sus estava no meio deles! Imagine como Jose e Maria ficaram ali-
viados! — Luc. 2:45, 46.
´
22, 23. O que Jose e Maria fizeram ao perceber que seu filho tinha sumido, e
168 o que Maria disse quando finalmente o encontraram?
23 Jesus ouvia aqueles homens e fazia muitas perguntas. Eles
estavam admirados com o entendimento e as respostas do meni-
´
no. Mas Maria e Jose estavam transtornados. De acordo com o re-
´ ´ ˜
lato bıblico, Jose nao disse nada. Mas as palavras de Maria expres-
sam muito bem os sentimentos dos dois: “Filho, por que nos tratas
˜ `
deste modo? Eis que teu pai e eu, em afliçao mental, estivemos a
tua procura.” — Luc. 2:47, 48.
24 Assim, com poucas pinceladas, a Palavra de Deus pinta um
´ ˜
quadro realista do que e ser pai ou mae. Pode ser estressante
´ ˜
— mesmo quando o filho e perfeito! Os que sao pais no mundo
˜
perigoso de hoje talvez sofram muita “afliçao mental”, mas podem
´ ´ ˜
24. Como a Bıblia pinta um quadro realista do que e ser pai ou mae? 169
´ ´
Quando Jose morreu? se consolar de saber que a Bıblia reconhe-
´ ´ ce o desafio que eles enfrentam.
A Bıblia diz que Jose estava vivo
25 Jesus estava no lugar onde se sentia
quando Jesus tinha 12 anos. Nessa ida- ´
de, muitos jovens em Israel começavam mais perto de seu Pai celestial, Jeova, ab-
˜ ´ ´
a aprender a profissao do pai e, aos sorvendo o maximo possıvel de tudo que
15 anos, passavam a trabalhar como ouvia. Ele disse a seus pais com toda a sin-
´ `
aprendizes. Pelo visto, quando Jose ceridade: “Por que tivestes de ir a minha
´ ˜ ´
morreu, ele ja tinha ensinado carpinta- procura? Nao sabıeis que eu tenho de estar
´ ´
ria a Jesus. Mas sera que Jose ainda na casa de meu Pai?” — Luc. 2:49.
estava vivo quando Jesus, com cerca de 26 Jose´ com certeza pensou muitas ve-
´ ´
30 anos, iniciou seu ministerio? Isso pa- zes nessas palavras. Talvez tenha ate sorri-
´ ˜ ˜
rece bem improvavel. A mae, as irmas
˜ ˜ do com orgulho ao se lembrar delas. Afi-
e os irmaos de Jesus sao mencionados
´ ´ ˜ nal, ele tinha se esforçado muito para
nessa epoca, mas Jose nao. Certa vez,
Jesus foi chamado de “filho de Maria”, ensinar seu filho adotivo a ter esses sen-
˜ ´ ´ ´
nao filho de Jose. (Mar. 6:3) Algumas timentos por Jeova Deus. Nessa epoca,
´ quando Jesus ainda era bem jovem, a pa-
passagens bıblicas falam de Maria agir ´
´ lavra “pai” ja tinha um significado muito
por conta propria, sem consultar o mari-
˜ forte e especial para ele, em grande par-
do. (Joao 2:1-5) Isso era incomum nos
´
tempos bıblicos, a menos que a mulher te por causa dos anos que passou com
´ ´
fosse viuva. Por fim, quando Jesus estava Jose.
´ ˜
morrendo, pediu que o apostolo Joao 27 Se voceˆ e´ pai, percebe que e´ um
˜ ˜ ´
cuidasse de sua mae. (Joao 19:26, 27) grande privilegio ajudar seus filhos a for-
˜ ´ ´
Nao haveria necessidade disso se Jose mar um conceito de como e um pai amo-
ainda estivesse vivo. Assim, parece que
´ roso e protetor? E caso tenha enteados ou
Jose morreu quando Jesus ainda era re-
lativamente jovem. Como filho mais filhos adotivos, lembre-se do exemplo de
´ ´ ´
velho, Jesus sem duvida assumiu o ne- Jose e trate cada um deles como unico e
´ ´ precioso. Ajude-os a se achegar a seu Pai
gocio de carpintaria de Jose e cuidou ´ ´
´ ´ celestial, Jeova Deus. — Leia Efesios 6:4.
da famılia ate o seu batismo.
´
Jose perseverou fielmente
´ ´
A partir daı, a Bıblia revela pouco
28
´
sobre a vida de Jose, mas vale a pena exa-
minar o que ela diz. Por exemplo, ela diz
que Jesus ‘continuou a estar sujeito’ a seus
´
pais. Diz tambem que “Jesus progredia em sabedoria e em desen-
´
volvimento fısico, e no favor de Deus e dos homens”. (Leia Lu-
´ ´
cas 2:51, 52.) O que essas palavras revelam sobre Jose? Varias coi-
´
25, 26. Que resposta Jesus deu a seus pais, e como Jose deve ter se sentido
`
com respeito as palavras do seu filho?
´ ˆ
27. Como pai, que grande privilegio voce tem, e por que deve se lembrar do
´
exemplo de Jose?
´
28, 29. (a) O que as palavras de Lucas 2:51, 52 revelam sobre Jose? (b) Que
´
170 papel Jose teve em ajudar seu filho a progredir em sabedoria?
ELE FOI PROTETOR, PROVISOR E PERSEVEROU FIELMENTE
´ ´
sas. Vemos que Jose continuou a tomar a liderança na sua famı-
lia, pois seu filho perfeito respeitava sua autoridade e continuava
sujeito a ele.
29 Vemos tambem ´
que Jesus continuou a progredir em sabe-
´
doria. Nesse sentido, Jose com certeza contribuiu muito para o pro-
´ ´
gresso de seu filho. Naquela epoca, havia um antigo proverbio en-
´
tre os judeus que ficou registrado e pode ser lido ate hoje. Ele diz
˜
que apenas os homens que nao precisam trabalhar podem se tor-
´ ˜
nar sabios, ao passo que carpinteiros, lavradores e ferreiros ‘nao
˜ ˜ ˜
sao capazes de declarar justiça e fazer julgamentos; e nao sao en-
´ ´
contrados onde se pronunciam parabolas’. Mais tarde, porem, Je-
´
sus provou que esse proverbio era falso. Ainda menino, ele mui-
tas vezes tinha ouvido seu pai adotivo, um simples carpinteiro,
´ ´
ensinar com eficacia sobre a ‘justiça e os julgamentos’ de Jeova.
´ ´ ˜
Sem duvida, em inumeras ocasioes.
´
30 Tambem podemos ver a influencia ˆ ´
de Jose no desenvolvi-
´
mento fısico de Jesus. Por ter sido bem cuidado quando era crian-
´ ´
ça, Jesus se tornou um homem forte e equilibrado. Alem disso, Jose
ensinou seu filho a ser habilidoso em seu trabalho braçal. Jesus
˜
era conhecido nao apenas como o filho do carpinteiro, mas tam-
´
bem como “o carpinteiro”. (Mar. 6:3) Assim, o treinamento que
´ ´
Jose deu ao seu filho foi bem-sucedido. Os chefes de famılia sabia-
´ ´
mente imitam a Jose, cuidando de maneira pratica do bem-estar
de seus filhos e garantindo que consigam
sustentar a si mesmos quando crescerem.
31 Depois que Jesus foi batizado, com ˆ
´ PARA VOCE PENSAR . . .
cerca de 30 anos de idade, o relato bıblico ´
˜ ´ ˆ ˙ De que maneiras Jose agiu para
nao menciona mais Jose. As evidencias in- ´
´ proteger sua famılia?
dicam que Maria era viuva quando Je- ´
´ ˙ Como Jose proveu o sustento
sus iniciou seu ministerio. (Veja o qua- ´
´ para sua famılia?
dro “Quando Jose morreu?”.) Ainda assim, ´
´ ˙ O que mostra que Jose perseverou
Jose deixou sua marca; ele foi um excelen-
´ em cumprir a responsabilidade
te exemplo de pai, que protegeu sua famı- que Deus lhe deu?
˜
lia, fez provisoes para ela e perseverou fiel- ˆ
´ ˙ De que maneiras voce gostaria
mente ate o fim. Qualquer pai, qualquer ´
´ ˜ de imitar o exemplo de Jose?
chefe de famılia ou qualquer outro cristao
´ ´ ´
fara muito bem em imitar a fe de Jose.
´
30. Que exemplo Jose deixou para os chefes de fa-
´
mılia hoje?
ˆ ´
31. (a) Segundo as evidencias, quando Jose mor-
´
reu? (Inclua o quadro.) (b) Que exemplo Jose
deixou para imitarmos? 171
´
CAPITULO VINTE
‘Eu acredito’
˜ ´
MARTA nao conseguia parar de pensar naquela imagem — o tu-
˜
mulo onde estava seu irmao, uma caverna fechada com uma pe-
˜
dra. A dor que ela sentia era tao grande quanto aquela pedra. Era
´ ˜
difıcil acreditar que seu querido irmao tinha morrido. Os quatro
´ ´
dias apos a morte dele foram muito difıceis para ela; pessoas iam
ˆ
e vinham, havia muito choro e condolencias.
´
2 E agora, ali perto de Marta estava aquele de quem Lazaro
172
‘EU ACREDITO’
´ ´
tantes, Jesus Cristo. Lazaro, Marta e Maria eram uma famılia in-
ˆ ˜
comum — tres irmaos adultos que pelo visto moravam na mes-
ma casa. Alguns pesquisadores acham que Marta talvez fosse a
ˆ ˜
mais velha dos tres, porque parece que ela agia como anfitria e
` ´ ˜ ˜ ´ ´
as vezes e mencionada primeiro. (Joao 11:5) Nao e possıvel sa-
´
ber se algum deles ja havia sido casado. De qualquer forma, eles
´
se tornaram grandes amigos de Jesus. Durante seu ministerio na
˜
Judeia, onde enfrentou muita oposiçao e hostilidade, Jesus sem-
´
pre se hospedava na casa deles. Sem duvida, ele apreciava mui-
to aquele ambiente de paz, onde recebia apoio.
5 Marta contribuıa ´
muito para o conforto e a hospitalidade
ˆ
daquele lar. Ela era uma mulher dinamica e trabalhadora, e pa-
rece que estava sempre ocupada com muitas tarefas. Quando Je-
˜
sus os visitou desta vez nao foi diferente. Ela logo pensou numa
˜
refeiçao especial com pratos variados para seu ilustre visitante e
´
talvez para alguns que viajavam com ele. Naquela epoca, a hos-
pitalidade era muito importante. Quando um convidado chega-
´
va, era recebido com um beijo, suas sandalias eram retiradas,
´ ´
seus pes eram lavados e um refrescante oleo perfumado era der-
ramado em sua cabeça. (Leia Lucas 7:44-47.) Com respeito a
˜ ˜ ´
acomodaçoes e alimentaçao, tudo era cuidado nos mınimos de-
talhes.
6 Marta e Maria tinham muita coisa para fazer. Maria, que as `
´ ´
vezes e considerada a mais sensıvel e ponderada das duas, com
˜
certeza ajudou sua irma no começo. Mas as coisas mudaram de-
˜
pois que Jesus chegou; ele achou que era uma boa ocasiao para
˜ ´
ensinar — e foi isso que fez! Jesus nao era como os lıderes reli-
´ ˜
giosos daquela epoca. Ele respeitava as mulheres e nao hesitava
em lhes ensinar sobre o Reino de Deus, que era o tema do seu
´
ministerio. Maria ficou maravilhada com essa oportunidade. Ela
´
se sentou aos pes dele e assimilou cada palavra.
7 Podemos ate´ imaginar Marta ficando cada vez mais tensa.
Com todos os pratos que tinha para preparar e tudo que preci-
sava fazer pelos convidados, ela foi ficando mais ansiosa e desa-
´ ´ ˜
tenta. Ao passar para la e para ca e ver sua irma sentada sem fa-
´ ´
zer nada para ajuda-la, sera que ficou um tanto irritada, talvez
˜ ˜
suspirando ou olhando com reprovaçao? Isso nao seria de admi-
˜
rar. Afinal, ela nao conseguiria fazer tudo sozinha.
5, 6. (a) Por que Marta estava muito ocupada durante a visita de Jesus? (b) O
que Maria fez quando Jesus visitou sua casa?
7, 8. Por que Marta ficou cada vez mais tensa, e como ela por fim expressou
isso? 173
´
IMITE A SUA FE MARTA
˜ ˆ ˜
Por fim, Marta nao pode mais conter a frustraçao. Inter-
8
˜ ˜
rompeu Jesus e disse: “Senhor, nao te importa que minha irma
me deixou sozinha para cuidar das coisas? Dize-lhe, portanto,
que venha ajudar-me.” (Luc. 10:40) Essas foram palavras fortes.
Ela pediu que Jesus corrigisse Maria e a mandasse voltar ao tra-
balho.
9 Marta deve ter ficado surpresa com a resposta de Jesus, e
´ ´
muitos leitores da Bıblia tambem. Ele disse bondosamente: “Mar-
´
ta, Marta, estas ansiosa e perturbada com muitas coisas. Poucas
´ ˜ ´
coisas, porem, sao necessarias, ou apenas uma. Maria, por sua
˜ ˜ ´
parte, escolheu a boa porçao, e esta nao lhe sera tirada.” (Luc.
´
10:41, 42) O que Jesus quis dizer com isso? Sera que ele estava
´
chamando Marta de materialista? Sera que estava fazendo pou-
˜
co caso do esforço dela de preparar uma boa refeiçao?
˜
10 Nao. ˜ ˜
Jesus nao duvidava das boas intençoes de Marta.
´ ˜
Alem disso, ele nao achava que ser muito hospitaleiro fosse ne-
cessariamente errado. Ele tinha aceitado o convite para uma
˜
“grande festa de recepçao” que Mateus tinha lhe oferecido. (Luc.
˜ ˜
5:29) O problema nao era a refeiçao, mas as prioridades de Mar-
˜
ta. Ela estava tao preocupada em preparar algo requintado que
˜ ˆ
deixou de dar atençao ao que era mais importante. O que?
ˆ ´
11 Jesus, o Filho unigenito de Jeova Deus, estava na casa de
9, 10. (a) Qual foi a resposta de Jesus a Marta? (b) Como sabemos que Jesus
˜
nao estava fazendo pouco caso do esforço de Marta?
174 11, 12. Como Jesus gentilmente corrigiu Marta?
‘EU ACREDITO’
˜
coisas”. Uma refeiçao simples de um ou dois pratos seria sufi-
`
ciente, em especial quando havia um banquete espiritual a dis-
˜ ˜
posiçao. Por isso, Jesus jamais tiraria “a boa porçao” que Maria
havia escolhido, ou seja, aprender de Jesus.
13 Esse breve episodio´ ˜
ensina valiosas liçoes para os seguido-
˜
res de Cristo hoje. Nao devemos permitir que nada nos impeça
de satisfazer nossa “necessidade espiritual”. (Mat. 5:3) Queremos
´
imitar o espırito generoso e diligente de Marta, mas nunca de-
˜
vemos ficar tao ‘ansiosos e perturbados’ com a parte menos es-
´
sencial da hospitalidade a ponto de perder o que e mais impor- Apesar de
˜ estar “ansiosa e
tante. O motivo principal de nos associarmos com nossos irmaos
perturbada com
˜ muitas coisas”,
13. Que liçoes podemos aprender do modo como Jesus corrigiu Marta?
Marta humildemente
˜
aceitou a correçao
´
IMITE A SUA FE MARTA
˜ ´ ˜
nao e servir ou usufruir uma refeiçao muito elaborada, mas
ˆ
transmitir dons espirituais e ter um intercambio de encorajamen-
˜
to. (Leia Romanos 1:11, 12.) Essa associaçao pode ser edifican-
˜
te mesmo que a refeiçao seja bem simples.
˜ ˜
Morte e ressurreiçao de um irmao querido
´ ˜
14 Sera que Marta aceitou a correçao branda de Jesus e apren-
´ ´
deu algo dela? A Bıblia da a resposta. Ao introduzir um relato
˜ ´ ˜
emocionante sobre o irmao de Marta, o apostolo Joao disse:
˜ ´ ˜
“Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irma, e a Lazaro.” (Joao 11:5)
´ ˆ
Ja haviam se passado meses desde aquela visita de Jesus a Beta-
´ ´ ˜
nia. E obvio que Marta nao tinha ficado aborrecida nem estava
ressentida com Jesus por causa de seu conselho amoroso. Ela o
˜ ´ ´
acatou de coraçao, dando um excelente exemplo de fe para nos.
˜ ˜
Afinal, quem nao precisa de uma pequena correçao de vez em
quando?
15 Quando seu irmao ˜
ficou doente, Marta com certeza cui-
˜ ˆ
dou dele com dedicaçao. Fez tudo o que pode para aliviar sua
´ ´ ´
dor e ajuda-lo a melhorar. Apesar disso, a saude de Lazaro pio-
˜
rou. As horas foram passando e suas irmas permaneceram ao seu
lado, cuidando dele. Quantas vezes Marta deve ter olhado para
˜
o rosto abatido de seu irmao e se lembrado dos muitos anos de
alegrias e tristezas que tinham passado juntos!
16 Quando parecia que nao ˜ ´
havia mais o que fazer por Laza-
˜
ro, suas irmas mandaram avisar Jesus. Ele estava pregando a uma
ˆ
distancia de cerca de dois dias. A mensagem delas era simples:
˜ ´
“Senhor, eis que aquele por quem tens afeiçao esta doente.”
˜ ´ ´
(Joao 11:1, 3) Elas sabiam que Jesus amava Lazaro e tinham fe
´ ´
em que ele faria todo o possıvel para ajudar seu amigo. Sera que
esperavam que Jesus chegasse antes que fosse tarde demais? Se
´
esse foi o caso, suas esperanças foram frustradas. Lazaro morreu.
17 Marta e Maria choraram a morte do seu irmao, ˜
cuidaram
dos detalhes do enterro e receberam muitas pessoas que vieram
ˆ ˜ ˜ ´ `
de Betania e da regiao. Jesus ainda nao tinha dado notıcias. A me-
dida que o tempo passava, Marta talvez tenha ficado cada vez
mais intrigada com essa demora. Por fim, quatro dias depois da
14. Por que podemos ter certeza de que Marta deu um bom exemplo em
˜
aceitar correçao?
˜
15, 16. (a) O que Marta com certeza fez quando seu irmao ficou doente?
(b) Por que as esperanças de Marta e Maria foram frustradas?
˜
17. O que deixou Marta intrigada, e qual foi a reaçao dela quando soube que
`
176 Jesus estava chegando a cidade?
´
A fe que Marta
tinha em Jesus foi
´ ` recompensada quando
morte de Lazaro, ela soube que Jesus estava chegando a cidade. ela e Maria viram seu
ˆ ´ ˜
Dinamica como sempre, mesmo nessa hora difıcil, Marta saiu irmao ser ressuscitado
˜
sem avisar Maria e se apressou para encontrar Jesus. — Leia Joao
11:18-20.
18 Quando avistou seu Mestre, Marta expressou os sentimen-
tos que por dias atormentavam tanto a ela quanto a Maria: “Se-
˜ ˜
nhor, se tivesses estado aqui, meu irmao nao teria morrido.” Mas
˜ ´
Marta nao tinha perdido a esperança nem a fe. Ela acrescentou:
“E, contudo, sei atualmente que quantas coisas pedires a Deus,
´
Deus te dara.” Nesse momento, Jesus disse algo para fortalecer
´ ˜ ´ ˜
sua fe: “Teu irmao se levantara.” — Joao 11:21-23.
˜
19 Marta achou que Jesus estava falando sobre a ressurreiçao
´
no futuro, por isso disse: “Sei que ele se levantara na ressurrei-
˜ ´ ˜ ´
çao, no ultimo dia.” (Joao 11:24) Sua fe nesse ensinamento era
´ ´
18, 19. Qual era a esperança de Marta, e por que sua fe era notavel? 177
´
IMITE A SUA FE MARTA
´ ´
notavel. Alguns lıderes religiosos judeus, chamados saduceus,
˜ ˜
afirmavam que nao haveria uma ressurreiçao, apesar de esse ser
um ensinamento claro nas Escrituras inspiradas. (Dan. 12:13;
Mar. 12:18) Mas Marta sabia que Jesus tinha ensinado sobre a es-
˜ ´
perança da ressurreiçao e ate mesmo realizado algumas, embora
˜ ´
nao tivesse ressuscitado ninguem que estivesse morto havia tan-
˜
to tempo. Ela nao sabia o que estava para acontecer.
20 A seguir, Jesus fez uma declaraçao ˜ ´
memoravel: “Eu sou a
˜ ´
ressurreiçao e a vida.” De fato, Jeova deu ao seu Filho autoridade
para ressuscitar pessoas em escala global no futuro. Jesus pergun-
˜
tou a Marta: ‘Acredita nisso?’ Entao ela deu a resposta mencio-
´ ´ ´
nada no inıcio deste capıtulo. Ela tinha fe em que Jesus era o
´
Cristo, ou Messias, que ele era o Filho de Jeova Deus e que era
aquele que os profetas tinham predito que viria ao mundo.
˜ ˜
— Joao 5:28, 29; leia Joao 11:25-27.
21 Sera´ que Jeova´ Deus e seu Filho, Jesus Cristo, valorizam o
´ ˜
tipo de fe que Marta demonstrou? O que Marta viu a seguir nao
´ ˜
deixa nenhuma duvida. Ela correu para avisar sua irma. Depois,
percebeu que Jesus estava muito emocionado ao falar com Maria
e com as pessoas ali. Marta notou que os olhos dele se enche-
´
ram de lagrimas enquanto expressava sua tristeza por causa da
dor que a morte traz. Ela ouviu Jesus mandar que a pedra na en-
´ ˜ ˜
trada do tumulo de seu irmao fosse retirada. — Joao 11:28-39.
´
22 Pratica como sempre, Marta questionou a ordem de Jesus,
´
dizendo que o corpo ja devia estar cheirando, por terem se pas-
˜
sado quatro dias. Jesus lembrou a ela: “Nao te disse eu que, se
´
cresses, verias a gloria de Deus?” Ela realmente acreditou, e viu
´ ´
a gloria de Jeova Deus. Naquele mesmo instante, ele deu poder
´ `
ao seu Filho para trazer Lazaro de volta a vida. Pense nos mo-
mentos que devem ter ficado gravados na mente de Marta pelo
´
resto de sua vida: Jesus dando a ordem “Lazaro, vem para fora!”;
´
o som abafado vindo da caverna enquanto Lazaro se levantava
ainda enfaixado e caminhava lentamente para fora; Jesus dizen-
´
do “soltai-o e deixai-o ir”; e, sem duvida, Marta e Maria corren-
˜ ˜
do para dar um abraço emocionado em seu irmao. (Leia Joao
˜
11:40-44.) A dor no coraçao de Marta desapareceu.
23 Esse relato mostra que a ressurreiçao ˜ ˜ ´
dos mortos nao e
´ ˜
20. Explique o significado da memoravel declaraçao de Jesus e da resposta de
˜
Marta, registradas em Joao 11:25-27.
21, 22. (a) Como Jesus revelou seus sentimentos para com os que perdem al-
´ ˜ ´
guem na morte? (b) Descreva a ressurreiçao de Lazaro.
´ ˆ ˆ
178 23. O que Jeova e Jesus querem fazer por voce, e o que voce precisa fazer?
‘EU ACREDITO’
´ ´
mera fantasia; e um ensinamento bıblico animador e um fato
´ ´ ˆ
historicamente comprovado. (Jo 14:14, 15) Jeova e seu Filho tem
´
prazer em recompensar a fe de seus servos, como fizeram no caso
´ ´ ˜ ´
de Marta, Maria e Lazaro. Eles tambem vao recompensa-lo se
ˆ ´
voce desenvolver uma forte fe.
“Marta ministrava”
´ ´
24A Bıblia menciona Marta apenas mais uma vez. Era o inı-
´
cio da ultima semana de Jesus na Terra. Ciente das dificuldades
que o aguardavam, Jesus novamente decidiu ficar naquele lar
ˆ ˆ ˆ ´
tranquilo em Betania. Dali, ele andaria os tres quilometros ate Je-
´ ´ ˜
rusalem. Jesus e Lazaro estavam tomando uma refeiçao na casa
˜ ´ ´
de Simao, o leproso, e e ali que ouvimos falar de Marta pela ul-
˜
tima vez. O relato diz: “Marta ministrava.” — Joao 12:2.
25 Isso era bem tıpico ´
dessa mulher trabalhadora. Na primei-
´ ´ ´
ra vez que a Bıblia fala dela, ela esta trabalhando; na ultima vez,
´ ´
ela tambem esta trabalhando, fazendo o seu melhor para cuidar
` ˜
das necessidades das pessoas a sua volta. As congregaçoes dos se-
˜
guidores de Cristo hoje sao abençoadas por terem em seu meio
mulheres como Marta — determinadas e generosas, sempre colo-
´ ˜ ´
cando sua fe em açao por dar de si mesmas. Sera que Marta con-
´ ´
tinuou fazendo isso? E provavel que sim. Nesse caso, ela agiu
com sabedoria, pois ainda tinha de passar por outras dificulda-
des.
26 Poucos dias depois, Marta teve de enfrentar a terrıvel ´
mor-
˜
te de seu amado Mestre, Jesus. Como se isso nao bastasse, os mes-
´
mos assassinos hipocritas que o mataram estavam determinados
´ ´
a matar Lazaro tambem, visto que sua res-
˜ ´
surreiçao estava fortalecendo a fe de mui-
˜
tos. (Leia Joao 12:9-11.) E naturalmente, ˆ
PARA VOCE PENSAR . . .
com o tempo, a morte acabou rompendo
os laços que uniam Marta a seus irmaos.
˜ ˙ O que podemos aprender do
˜ conselho que Jesus deu a Marta?
Nao sabemos como ou quando isso acon-
teceu, mas uma coisa e certa: a notavel fe
´ ´ ´ ˙ De que maneiras Marta mostrou
´ que era trabalhadora e que dava
de Marta a ajudou a perseverar ate o fim.
´ ˜ de si mesma?
E por isso que os cristaos hoje fazem bem ´ ´
´
em imitar a fe que ela demonstrou. ˙ Como Marta mostrou notavel fe?
ˆ
´ ´ ˜ ´ ˙ De que maneiras voce gostaria
24. Qual e a ultima declaraçao que a Bıblia faz so- ´
de imitar a fe de Marta?
bre Marta?
˜ ˜
25. Por que as congregaçoes hoje sao abençoadas
por ter mulheres como Marta?
´
26. O que a fe de Marta a ajudou a fazer? 179
´
CAPITULO VINTE E UM
cado sozinho na costa. Naquele dia, eles tinham visto Jesus alimen-
tar milhares de pessoas famintas com
˜ ˜
apenas alguns paes e peixes. A reaçao
do povo foi tentar fazer de Jesus rei, Em dois anos,
˜
mas ele nao queria ter nada a ver
´ ´
com a polıtica. Tambem estava deter- Pedro havia
minado a ajudar seus seguidores a
˜ aprendido
nao desenvolver esse tipo de ambi-
˜
çao. Esquivando-se da multidao, Je-
˜ bastante com
´
sus convenceu seus discıpulos a en- Jesus, mas ele
trar no barco e a ir para o outro lado
do lago, enquanto ele subiu a mon- ainda tinha
tanha sozinho para orar. — Mar. 6:35-
˜
muito a aprender
45; leia Joao 6:14-17.
3 A Lua, quase cheia, estava bem
´ ´
acima no ceu quando os discıpulos partiram; agora mergulhava
˜ ´
lentamente em direçao ao horizonte. Mas eles so tinham conse-
ˆ
guido navegar alguns quilometros. Por causa do cansaço e do ba-
´ ´
rulho constante do vento e das ondas, era difıcil conversar. E pro-
´
vavel que Pedro estivesse pensativo.
4 Havia tanto em que pensar! Pedro tinha conhecido Jesus de
1-3. O que Pedro viu durante um dia cheio de acontecimentos, e o que ocor-
reu naquela noite?
´
4. O que faz com que Pedro seja um exemplo notavel para imitarmos?
180
´
ELE LUTOU CONTRA O MEDO E A DUVIDA
´
Nazare mais de dois anos antes. Ele havia aprendido bastante, mas
´
ainda tinha muito a aprender. Sua vontade de lutar contra obsta-
´ ´
culos como a duvida e o medo fazem dele um exemplo notavel
ˆ
para imitarmos. Vejamos por que.
“Achamos o Messias”!
5 Pedro jamais esqueceria o dia em que conheceu Jesus. Seu ir-
˜ ´ ´
mao, Andre, lhe trouxe a notıcia surpreendente: “Achamos o Mes-
sias”! Com essas palavras, a vida de Pedro começou a mudar. Ela
˜
nunca mais seria a mesma. — Joao 1:41.
6 Pedro morava em Cafarnaum, uma cidade ao norte de um
´ ´ ´
lago de agua doce chamado mar da Galileia. Ele e Andre eram so-
˜
cios de Tiago e Joao, filhos de Zebedeu, no ramo da pesca. Pedro
˜ ´
morava com sua esposa, sua sogra e seu irmao, Andre. Sustentar
´ ´
uma famılia assim com a pesca com certeza exigia trabalho arduo,
´
energia e criatividade. Podemos imaginar as incontaveis e longas
noites de trabalho pesado — os homens lançando as redes de ar-
rasto entre dois barcos e recolhendo todos os peixes que conse-
´ ´
guissem pegar. Tambem podemos imaginar as arduas horas de tra-
balho de dia, separando e vendendo os peixes, consertando e
limpando as redes.
7 A Bıblia ´ ´ ´ ˜
diz que Andre era discıpulo de Joao Batista. Pedro
˜
com certeza escutava com vivo interesse as coisas que seu irmao
˜ ´ ˜
lhe contava sobre a mensagem de Joao. Um dia, Andre viu Joao
´
apontar para Jesus de Nazare e dizer: “Eis o Cordeiro de Deus!”
´
Andre logo se tornou seguidor de Jesus e prontamente levou esta
´ ˜
notıcia emocionante a Pedro: ´ o Messias tinha chegado! (Joao 1:35-
´ ˜ ´
41) Apos a rebeliao no Eden, uns quatro mil anos antes, Jeova Deus
´
prometeu que alguem especial viria para dar uma esperança ver-
` ˆ ´
dadeira a humanidade. (Gen. 3:15) Andre tinha conhecido esse
´ ´
Resgatador, o proprio Messias! Pedro tambem se apressou para ir
conhecer Jesus.
8 Ate´ aquele dia, Pedro era conhecido pelo nome de Simao, ˜
ou
˜ ´ ˜
Simeao. Mas Jesus olhou para ele e disse: “ ‘Tu es Simao, filho de
˜ ´ ´ ˜
Joao; seras chamado Cefas’ (que, traduzido, e Pedro).” (Joao 1:42)
´
“Cefas” e uma palavra que significa “pedra”, ou “rocha”. Essas pa-
´
lavras de Jesus com certeza eram profeticas. Ele previu que Pedro
ˆ ´ ´
seria como uma rocha — uma influencia estavel, firme e confiavel
´
entre os seguidores de Cristo. Sera que Pedro se via dessa maneira?
5, 6. Como era a vida de Pedro?
´
7. Que notıcia Pedro ouviu sobre Jesus, e por que isso era emocionante?
8. Qual o significado do nome que Jesus deu a Pedro, e por que alguns ainda
questionam a escolha desse nome? 181
´
IMITE A SUA FE PEDRO
´ ˜
Dificilmente. Ate mesmo alguns leitores dos Evangelhos hoje nao
acham que Pedro se pareça com uma rocha. Com base no relato
´ ´
bıblico, alguns dizem que ele parecia ser instavel, inconstante e in-
deciso.
´
9 E verdade que Pedro tinha suas falhas, e Jesus as conhecia.
´ ´
Mas, assim como seu Pai, Jeova, ele sempre procura o que e bom
nas pessoas. Jesus via muito potencial em Pedro e o ajudou a pro-
´
gredir com base em suas boas qualidades. Hoje, Jeova e seu Filho
´ ´ ´ ´
tambem procuram o que e bom em nos. Talvez seja difıcil acredi-
´
tar que haja muita coisa boa em nos para eles verem. No entanto,
precisamos confiar no ponto de vista deles e estar dispostos a ser
˜
treinados e moldados, assim como Pedro. — Leia 1 Joao 3:19, 20.
“Para de estar com medo”
´ ´
10 E provavel que Pedro tenha acompanhado Jesus por um
˜
tempo na viagem de pregaçao que se seguiu. Por isso, talvez tenha
´
visto Jesus realizar seu primeiro milagre: transformar agua em vi-
´
nho numa festa de casamento em Cana. Mais importante, ele ouviu
a mensagem maravilhosa e cheia de esperança de Jesus a respeito do
˜
Reino de Deus. Apesar disso, mesmo nao querendo, deixou Jesus e
´
voltou para sua atividade de pesca. Alguns meses depois, porem, Pe-
dro se encontrou de novo com Jesus, e dessa vez Jesus o convidou
para ser seu seguidor por tempo integral, como modo de vida.
´
11 Pedro havia tido uma pessima noite de trabalho. Os pesca-
´
dores haviam baixado suas redes vez apos vez, mas elas sempre
ˆ
voltavam vazias. Com certeza, Pedro usou toda a sua experiencia
˜ ´
e habilidade nessa situaçao, tentando varios pontos do lago para
´
encontrar o lugar onde os peixes se alimentavam. Sem duvida, ha-
via momentos em que ele, assim como muitos outros pescadores,
´ ´
desejavam poder ver atraves das aguas turvas e achar os´ cardumes
ˆ
de peixe ou de alguma forma faze-los entrar nas redes. E claro que
´ ´
pensamentos assim so poderiam deixa-lo mais frustrado. Para Pe-
˜ ˜
dro, a pesca nao era uma diversao. Havia pessoas que dependiam
˜
dele. Por fim, ele voltou para a costa de maos vazias. Mesmo as-
˜
sim, era preciso limpar as redes. Entao, quando Jesus se aproxi-
mou, ele estava bem ocupado.
12 Uma multidao ˜
começou a cercar Jesus, atenta a cada pala-
vra dele. Com falta de espaço, Jesus entrou no barco de Pedro e
´ ´ ˆ
9. O que Jeova e seu Filho procuram em nos, e por que voce acha que deve-
mos confiar no ponto de vista deles?
10. O que Pedro talvez tenha presenciado, mas para o que ele voltou?
11, 12. (a) Como foi a noite de trabalho de Pedro? (b) Ao ouvir Jesus, que
182 perguntas talvez tenham passado pela mente de Pedro?
´
ELE LUTOU CONTRA O MEDO E A DUVIDA
˜
pediu-lhe que se afastassem um pouco da margem. A multidao po-
´
dia ouvir claramente a voz de Jesus ressoando sobre a agua, e ele
˜
começou a ensinar. Pedro escutou com muita atençao, assim como
aqueles que estavam na margem. Ele nunca se cansava de ouvir Je-
˜
sus falar sobre o tema principal de sua pregaçao — o Reino de Deus.
´
Que privilegio seria ajudar o Cristo a divulgar essa mensagem de
˜ ´ ˜
esperança por toda aquela regiao! Mas sera que ele teria condiçoes
´
de fazer isso? Como sustentaria sua famılia? Talvez Pedro tenha
pensado de novo na longa e frustrante noite anterior. — Luc. 5:1-3.
13 Quando Jesus terminou de falar, disse a Pedro: “Rema para
´
onde e fundo, e abaixai as vossas redes para uma pesca.” Pedro es-
´
tava cheio de duvidas. Ele disse: “Preceptor, labutamos toda a noi-
˜
te e nao apanhamos nada, mas, ao teu
pedido, abaixarei as redes.” Pedro tinha
acabado de lavar as redes. Com certeza, a
´
ultima coisa que ele queria fazer era baixa-
´ Pedro nunca se cansava
las outra vez — ainda mais agora que os pei- de ouvir Jesus falar
xes nem estariam se alimentando! Mesmo
assim, ele atendeu ao pedido de Jesus, pro- sobre o tema principal
´ ˜
vavelmente acenando para que seus socios de sua pregaçao
no outro barco os seguissem. — Luc. 5:4, 5.
14 Pedro sentiu um peso inesperado
— o Reino de Deus
quando começou a recolher as redes. Sem
acreditar no que estava acontecendo, pu-
xou as redes com mais força e logo viu uma grande quantidade de
peixes se debatendo. Desesperado, acenou para que os homens no
outro barco ajudassem. Ao chegar, eles perceberam que todos
˜ ´
aqueles peixes nao caberiam em um so barco, por isso encheram
˜
as duas embarcaçoes. Mas os peixes eram tantos que os barcos co-
meçaram a afundar com o peso. Pedro ficou completamente abis-
´ ˜
mado. Ele ja tinha visto o poder de Cristo em açao, mas esse mi-
lagre teve um significado especial para ele. Ali estava um homem
´
que era capaz ate de fazer os peixes entrar nas redes! O medo to-
mou conta de Pedro. Caindo de joelhos, ele disse: “Afasta-te de
˜
mim, porque sou homem pecaminoso, Senhor.” Pedro nao se con-
´
siderava digno de acompanhar Aquele que usava o proprio poder
de Deus daquela maneira. — Leia Lucas 5:6-9.
15 Jesus disse bondosamente: “Para de estar com medo.
´
13, 14. Que milagre Jesus realizou em benefıcio de Pedro, e como Pedro rea-
giu?
´
15. Como Jesus ensinou a Pedro que suas duvidas e seu medo eram infunda-
dos? 183
´
IMITE A SUA FE PEDRO
´ ˜
Doravante apanharas vivos a homens.” (Luc. 5:10, 11) Nao era o
´ ´
momento para duvida ou medo. As duvidas de Pedro sobre como
se sustentar eram infundadas; seu medo sobre suas falhas e inca-
´ ˜
pacidades tambem nao tinham base. Jesus tinha um grande traba-
´ ´
lho a fazer, um ministerio que mudaria a Historia. Ele servia a um
´
Deus que ‘perdoa amplamente’. (Isa. 55:7) Jeova cuidaria das ne-
´
cessidades fısicas e espirituais de Pedro. — Mat. 6:33.
16 Pedro reagiu prontamente, assim como Tiago e Joao.˜
‘Trou-
`
xeram os barcos de volta a terra, abandonaram tudo e o seguiram.’
´
(Luc. 5:11) Pedro depositou fe em Jesus e Naquele que o enviou.
˜ ˜
Foi a melhor decisao que podia ter tomado. Os cristaos que hoje
˜
“Sou homem 16. Como Pedro, Tiago e Joao reagiram ao convite de Jesus, e por que essa foi
˜
pecaminoso, a melhor decisao que podiam ter tomado?
Senhor”
´
ELE LUTOU CONTRA O MEDO E A DUVIDA
´
vencem suas duvidas e seu medo para se empenhar no serviço a
´ ˜ ´ ´
Deus tambem estao demonstrando fe. Essa confiança em Jeova
´
nunca os desapontara. — Sal. 22:4, 5.
` ´
“Por que cedeste a duvida?”
17 Haviam se passado cerca de dois anos desde que Pedro co-
nheceu Jesus. Agora ele estava remando no mar da Galileia duran-
´
te aquela noite tempestuosa, conforme mencionado no inıcio des-
´ ˜
te capıtulo. Nao podemos saber o que ele estava pensando; havia
muita coisa para se lembrar. Ele viu Jesus curar sua sogra, proferir
˜ ´
o Sermao do Monte e, vez apos vez, por meio de seus ensinamen-
´
tos e obras poderosas, demonstrar que era o Escolhido de Jeova, o
Messias. Com o passar dos meses, as falhas de Pedro, como sua
ˆ ` ´
tendencia de ceder ao medo e a duvida, com certeza tinham se
´
tornado menos frequentes. Pedro ate tinha sido escolhido por
´ ˜
Jesus para ser um dos 12 apostolos. Mesmo assim, Pedro ainda nao
´
tinha vencido o medo e a duvida, como ele logo veria.
18 Durante a quarta vigılia ´ ˜
da noite, entre as 3 horas da manha
e o nascer do sol, Pedro parou de remar e se endireitou de repen-
´
te. Ao longe, sobre as aguas, algo estava se movendo! Seria o mo-
˜
vimento da espuma das ondas refletindo a luz da lua? Nao, era algo
´ ´
mais estavel, que parecia estar de pe. Era um `homem! Sim, um ho-
´
mem, e ele estava andando sobre as aguas! A medida que se apro-
ximava, parecia que ele ia simplesmente passar por eles. Apavora-
´ ˜
dos, os discıpulos pensaram que era uma apariçao. O homem disse:
˜
“Coragem! Sou eu; nao temais.” Era Jesus! — Mat. 14:25-28.
19 Pedro disse: “Senhor, se es ´
tu, ordena-me ir ter contigo por
´
cima das aguas.” Seu primeiro impulso foi de coragem. Emociona-
´
do com esse milagre fantastico, Pedro quis fortalecer ainda mais a
´
sua fe. Ele queria fazer o mesmo que Jesus. Bondosamente, Jesus
´ ´
o chamou. Pedro desceu do barco e colocou os pes sobre as aguas
˜ ´ ´
agitadas. Imagine a sensaçao dele ao encontrar uma superfıcie so-
´ ´
lida e ficar em pe sobre as aguas. Com certeza, ele ficou maravi-
˜
lhado enquanto andava na direçao de Jesus. No entanto, outro im-
pulso logo tomou conta dele. — Leia Mateus 14:29.
20 Pedro precisava manter o foco em Jesus. Afinal, era Jesus,
´
com o poder de Jeova, que estava mantendo Pedro sobre as ondas
´
agitadas pelo vento. E ele estava fazendo isso por causa da fe que
ˆ
17. Que lembranças Pedro tinha dos seus dois anos de convivencia com Jesus?
18, 19. (a) Descreva o que Pedro viu no mar da Galileia. (b) Como Jesus aten-
deu ao pedido de Pedro?
˜
20. (a) Como Pedro perdeu o foco, e qual foi o resultado? (b) Que liçao Jesus
ensinou a Pedro? 185
´
IMITE A SUA FE PEDRO
188
˜
E L E F O I L E A L A O E N F R E N T A R P R O V A Ç O E S
˜
pensava. E nessa ocasiao o que ele disse ficou registrado nestas be-
´
las e inesquecıveis palavras: “Senhor, para quem havemos de ir?
˜ ˜
Tu tens declaraçoes de vida eterna.” — Joao 6:68.
9 Nao fica comovido com essas palavras? A fe´ que Pedro tinha
˜
em Jesus o havia ajudado a desenvolver uma valiosa qualidade — a
´
lealdade. Pedro entendeu claramente que Jesus era o unico Salva-
´
dor que Jeova tinha provido, e que Jesus salvava por meio de suas
palavras — seus ensinamentos sobre o Reino de Deus. Pedro sabia
que, mesmo que houvesse algumas coisas que o deixavam confu-
˜
so, nao havia outro lugar para onde ir, se ele quisesse o favor de
ˆ ˜
Deus e a bençao da vida eterna.
´
10 E assim que voceˆ se sente? Infelizmente, muitas pessoas no
˜
mundo hoje dizem que amam a Jesus, mas nao passam no teste
da lealdade. A verdadeira lealdade a Cristo exige que encaremos os
ensinamentos de Jesus assim como Pedro encarava. Precisamos
aprender esses ensinamentos, entender seu significado e viver em
harmonia com eles — mesmo quando entram em conflito com
ˆ
nossas expectativas ou preferencias pessoais. Apenas se formos
leais poderemos esperar obter a vida eterna que Jesus deseja para
´
nos. — Leia Salmo 97:10.
Leal mesmo quando corrigido
11 ˜
Nao muito tempo depois desses dias cheios de atividade, Je-
´ ´
sus levou seus apostolos
` e alguns discıpulos numa longa viagem
˜ ´
em direçao ao norte. As vezes, mesmo ali, das aguas azuis do mar
da Galileia, podia-se ver o pico coberto de neve do monte Her-
mom no extremo norte da Terra Prometida. Aos poucos, a monta-
´
nha parecia ficar maior, dominando o cenario, ao passo que o gru-
˜ ´
po se aproximava e subia em direçao aos povoados proximos de
´
Cesareia de Filipe.1 Nesse lindo cenario, de onde se podia avistar
uma grande parte da Terra Prometida ao sul, Jesus fez uma per-
gunta importante aos seus seguidores.
12 “Quem dizem as multidoes ˜
que eu sou?”, perguntou ele. Po-
demos imaginar Pedro observando os olhos atentos de Jesus, per-
ˆ
cebendo novamente a bondade e a grande inteligencia de seu Mes-
ˆ
1 Nessa viagem de cerca de 50 quilometros, saindo das margens do mar da Galileia,
´
o grupo subiu de uns 200 metros abaixo do nıvel do mar para 350 metros acima do
´ ˜
nıvel do mar, passando por regioes de grande beleza natural.
16 ˜
Com certeza, a intençao de Pedro foi boa, por isso a respos-
ˆ
ta de Jesus deve te-lo surpreendido. Ele virou as costas para Pedro,
´
olhou para os outros discıpulos — que provavelmente estavam
´ ´
pensando a mesma coisa — e disse: “Para tras de mim, Satanas! Tu
´ ˜
es para mim pedra de tropeço, porque nao tens os pensamentos
de Deus, mas os de homens.” (Mat. 16:23; Mar. 8:32, 33) As pala-
ˆ ´ ´ ´ ´
vras de Jesus contem conselhos praticos para nos. E muito facil
permitir que pensamentos carnais tenham prioridade sobre os pen-
samentos de Deus. Caso isso aconteça, mesmo quando temos a in-
˜
tençao de ajudar, podemos sem querer servir aos objetivos de Sa-
´ ´
tanas em vez de apoiar o proposito de
Deus. Mas como Pedro reagiu?
17 Pedro deve ter percebido que Jesus
Apenas se aceitarmos ˜
nao estava dizendo que ele era Satanas, o
´
˜
humildemente a disciplina Diabo, em sentido literal. Afinal, Jesus nao
falou com Pedro da mesma maneira que fa-
e aprendermos dela ´ ´
lou com Satanas. Para Satanas, Jesus tinha
poderemos continuar dito: “Vai-te”; para Pedro, ele disse: “Para
´ ˜
tras de mim.” (Mat. 4:10) Jesus nao rejei-
a nos achegar mais a ´
tou esse apostolo em quem ele via muitas
Jesus Cristo e a seu Pai, boas qualidades, simplesmente corrigiu os
´ pensamentos errados de Pedro sobre esse
Jeova Deus
assunto. A ideia era clara: Pedro precisava
sair da frente de seu Mestre como uma pe-
´
dra de tropeço e voltar para tras dele como
um seguidor que o apoiava.
18 Sera´ que Pedro discutiu, ficou furioso ou emburrado? Nao; ˜
˜
ele aceitou humildemente a correçao. Assim, mais uma vez ele de-
`
monstrou lealdade. Todos os seguidores de Cristo as vezes preci-
˜
sam de correçao. Apenas se aceitarmos humildemente a disciplina
e aprendermos dela poderemos continuar a nos achegar mais a Je-
´ ´
sus Cristo e a seu Pai, Jeova Deus. — Leia Proverbios 4:13.
Lealdade recompensada
19 ˜
Pouco depois, Jesus fez outra declaraçao surpreendente:
´ ˜
“Deveras, eu vos digo que ha alguns dos parados aqui que nao pro-
˜ ´
varao absolutamente a morte, ate que primeiro vejam o Filho do
´
16. Como Jesus corrigiu Pedro, e que conselhos praticos podemos encontrar
nas palavras de Jesus?
´
17. O que Jesus quis dizer a Pedro com as palavras “para tras de mim”?
´
18. Como Pedro demonstrou lealdade, e como podemos imita-lo?
˜
192 19. Que declaraçao Jesus fez, e o que Pedro talvez tenha pensado?
Pedro foi leal mesmo
quando teve de ser
´ corrigido
homem vir no seu reino.” (Mat. 16:28) Sem duvida, essas palavras
deixaram Pedro muito curioso. O que Jesus queria dizer? Talvez
˜
Pedro tenha pensado que, por ter recebido uma correçao forte um
´ ˜
pouco antes, esses privilegios especiais nao seriam mais dados a
ele.
20 No entanto, cerca de uma semana depois, Jesus levou Tia-
˜
go, Joao e Pedro a “um alto monte” — talvez o monte Hermom,
ˆ ˆ
que ficava apenas a alguns quilometros de distancia. Provavelmen-
ˆ
te era noite, visto que os tres homens lutavam contra o sono. Mas,
enquanto Jesus orava, aconteceu algo que os fez ficar bem desper-
tos. — Mat. 17:1; Luc. 9:28, 29, 32.
21 Jesus começou a se transformar diante dos olhos deles. Seu
´
rosto passou a emitir luz ate ficar brilhante como o Sol. Suas
˜
20, 21. (a) Descreva a visao que Pedro presenciou. (b) Como a conversa entre
˜
as pessoas na visao ajudou a corrigir o ponto de vista de Pedro? 193
´
IMITE A SUA FE PEDRO
´ ´
roupas tambem ficaram brancas e reluzentes. Daı, duas pessoas
´
apareceram ao lado de Jesus, uma representando Moises e a outra,
Elias. Eles começaram a conversar com Jesus sobre “sua partida,
´
que ele estava destinado a cumprir em Jerusalem” — pelo visto sua
˜
morte e ressurreiçao. Ficou muito claro que Pedro estava errado ao
˜ ˆ
dizer que Jesus nao passaria por essa experiencia dolorosa! — Luc.
9:30, 31.
22 Pedro tambem ´ ˜
quis participar de alguma forma nessa visao
´ ˆ
extraordinaria, talvez tentando faze-la durar mais. Parecia que Moi-
´
ses e Elias estavam indo embora. Por isso, Pedro disse: “Preceptor,
´ ˆ
e excelente que estejamos aqui; armemos, pois, tres tendas, uma
´ ´
para ti, e uma para Moises, e uma para Elias.” E claro que os per-
˜ ´
sonagens dessa visao, servos de Jeova que tinham morrido muito
˜ ˜
tempo antes, nao precisavam de tendas. Pedro realmente nao sa-
ˆ ˜ ´
bia o que estava dizendo. Mas voce nao se sente atraıdo a esse ho-
˜
mem tao animado e caloroso? — Luc. 9:33.
23 Pedro, Tiago e Joao ˜
receberam outra recompensa naquela
noite. Uma nuvem se formou e pairou sobre eles. Dessa nuvem
´ ´
saiu uma voz — a voz de Jeova Deus! Ele disse: “Este e meu Filho,
˜
aquele que foi escolhido. Escutai-o.” Depois a visao terminou, e
eles ficaram sozinhos com Jesus no monte. — Luc. 9:34-36.
24 Que presente a visao ˜ ˜
da transfiguraçao foi para Pedro — e
´ ´ ´
para nos tambem! Decadas mais tarde, ele escreveu a respeito do
´
privilegio que teve naquela noite, de ter
tido um vislumbre de Jesus como o glorio-
ˆ so Rei celestial e de ser uma das “testemu-
PARA VOCE PENSAR . . . ˆ
´ nhas oculares da sua magnificencia”. Aque-
˙ Como a fe de Pedro o motivou ˜
la visao confirmou muitas profecias da
a ser leal quando muitos aban- ´
Palavra de Deus e fortaleceu a fe de Pedro
donaram Jesus? ˜
´ para enfrentar as provaçoes que ainda vi-
˙ De que maneira a fe e a leal- ´
riam. (Leia 2 Pedro 1:16-19.) Ela tambem
dade de Pedro o ajudaram ´
˜ pode fortalecer a nossa fe se, como Pedro,
a aceitar correçao? ´
˜ ˜ permanecermos leais ao Mestre que Jeova
˙ Como a visao da transfiguraçao ´
´ designou sobre nos, aprendendo dele, acei-
fortaleceu a fe de Pedro? ˜
ˆ tando sua disciplina e correçao, e seguin-
˙ De que outras maneiras voce do-o humildemente dia apos dia.
´
´
gostaria de imitar a fe de
´
Pedro? 22, 23. (a) Como Pedro mostrou um espırito ani-
mado e caloroso? (b) Que outra recompensa
˜
Pedro, Tiago e Joao receberam naquela noite?
˜ ˜
24. (a) Como a visao da transfiguraçao beneficiou
˜
Pedro? (b) Como podemos nos beneficiar da visao
˜
194 da transfiguraçao?
˜ ˜
Junto com Tiago e Joao, Pedro foi recompensado com uma visao emocionante
´ ˆ
CAPITULO VINTE E TRES
Ele aprendeu
a ser perdoador
com o seu Mestre
´
PEDRO nunca mais esqueceria aquele momento terrıvel em que
´
Jesus olhou bem para ele. Sera que ele viu no olhar de Jesus algum
˜ ˜
sinal de desapontamento ou de reprovaçao? Nao podemos dizer;
o registro inspirado diz apenas que “o Senhor voltou-se e olhou
´
para Pedro”. (Luc. 22:61) Mas, naquele unico olhar, Pedro viu a
gravidade de seu erro. Percebeu que tinha feito exatamente o que
´
Jesus havia predito, a unica coisa que Pedro jurou que nunca fa-
´
ria: negar seu amado Mestre. Para Pedro deve ter sido bem difıcil,
talvez o pior momento do pior dia da sua vida.
2 Mas nem tudo estava perdido. Pedro era um homem de gran-
´
de fe e ainda tinha oportunidade de se recuperar de seus erros
˜
e aprender uma das maiores liçoes que Jesus ensinou. Tem a ver
˜ ´ ˜
com o perdao. Cada um de nos precisa aprender essa mesma liçao.
´
Sendo assim, acompanhemos Pedro nessa difıcil jornada.
Um homem que tinha muito para aprender
3 Uns seis meses antes, em Cafarnaum, cidade em que mora-
´
va, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, quantas vezes ha de pecar
˜ ´
contra mim o meu irmao e eu lhe hei de perdoar? Ate sete vezes?”
´
Pedro talvez pensasse que estava sendo generoso. Afinal, os lıde-
´ ´ ´
res religiosos daquela epoca ensinavam que so era necessario per-
ˆ ˜ ´
doar tres vezes. Jesus respondeu: “Nao te digo: Ate sete vezes, mas:
´
Ate setenta e sete vezes.” — Mat. 18:21, 22.
4 Sera´ que Jesus estava incentivando Pedro a manter um regis-
˜
tro detalhado dos pecados das pessoas? Nao. Em vez disso, ao mu-
dar o 7 sugerido por Pedro para 77, ele estava dizendo que o amor
˜ ´ ˜
nao permite que estabeleçamos um limite rıgido para o perdao.
(1 Cor. 13:4, 5) Jesus mostrou que Pedro tinha sido influenciado
1. Qual talvez tenha sido o pior momento da vida de Pedro?
˜
2. Que liçao Pedro precisava aprender, e como podemos nos beneficiar de sua
´
historia?
3, 4. (a) Que pergunta Pedro fez a Jesus, e o que Pedro talvez estivesse pen-
sando? (b) Como Jesus mostrou que Pedro tinha sido influenciado pelo
´
espırito que prevalecia naqueles dias?
196
“O Senhor voltou-se e olhou para Pedro”
´
IMITE A SUA FE PEDRO
´
pelo espırito duro e intolerante que prevalecia naqueles dias, em
˜
que o perdao era aplicado friamente como se fosse registrado num
˜ ´
livro de contabilidade. No entanto, o perdao divino e abrangente
˜
e generoso. — Leia 1 Joao 1:7-9.
˜
5 Pedro nao ´
questionou a resposta de Jesus. Mas sera que a li-
˜ ˜ ` ˆ
çao realmente tocou o seu coraçao? As vezes, a importancia de per-
´ ´
doar fica mais clara para nos quando percebemos o quanto nos
˜
mesmos precisamos de perdao. Assim, vamos relembrar o que
´
aconteceu antes da morte de Jesus. Naquelas horas difıceis, Pedro
˜
ia precisar muito do perdao de seu Mestre.
˜
Uma necessidade cada vez maior de perdao
6 ´
Foi uma noite marcante — a ultima de Jesus como humano.
˜ ´
Ele ainda tinha muitas liçoes para ensinar a seus apostolos. Uma
delas era sobre a humildade. Jesus deu o exemplo ao lavar humil-
´ ´
demente os pes de seus apostolos, uma tarefa que em geral era rea-
´
lizada pelo servo mais simples da casa. De inıcio, Pedro questio-
˜
nou aquele gesto de Jesus. Depois, disse que nao queria que Jesus
´ ˜
lavasse os seus pes. A seguir, insistiu para ele lavar nao apenas os
´ ´ ˜ ˜ ˆ
pes, mas tambem as maos e a cabeça. Jesus nao perdeu a pacien-
ˆ
cia, mas calmamente explicou a importancia e o significado do que
˜
ele estava fazendo. — Joao 13:1-17.
7 Pouco depois disso, Pedro testou novamente a paciencia ˆ
de
´
Jesus. Os apostolos começaram a discutir sobre qual deles era o
´
maior, e Pedro com certeza participou nessa lamentavel demons-
˜
traçao de orgulho humano. Ainda assim, Jesus os corrigiu bondo-
´
samente e ate os elogiou pelo que tinham feito de bom; eles ti-
´
nham sido fieis e leais ao seu Mestre. Mas Jesus predisse que todos
eles o abandonariam. Pedro reagiu dizendo que ficaria do lado de
Jesus mesmo se enfrentasse a morte. Jesus profetizou que, pelo
´ ˆ
contrario, Pedro negaria seu Mestre tres vezes naquela mesma noi-
˜ ˜ ´
te antes de um galo cantar pela segunda vez. Entao, Pedro nao so
contradisse Jesus como se vangloriou, dizendo que seria mais fiel
´
do que todos os outros apostolos! — Mat. 26:31-35; Mar. 14:27-31;
˜
Luc. 22:24-28; Joao 13:36-38.
8 Sera´ que Jesus estava a ponto de perder a paciencia
ˆ
com Pe-
´ ´
dro? Na verdade, durante todo esse perıodo difıcil, Jesus continuou
´
a olhar para o lado bom de seus apostolos imperfeitos. Ele sabia que
´ ˆ ´
5. Quando e que a importancia de perdoar fica mais clara para nos?
˜ ˜
6. Qual foi a reaçao de Pedro quando Jesus tentou ensinar uma liçao de hu-
´
mildade aos apostolos, mas como Jesus o tratou?
ˆ
7, 8. (a) Como Pedro testou novamente a paciencia de Jesus? (b) Como Jesus
´
198 continuou a demonstrar um espırito bondoso e perdoador?
ELE APRENDEU A SER PERDOADOR COM O SEU MESTRE
´
Pedro o decepcionaria, mas ainda assim disse: “Tenho feito supli-
´ ˜
ca por ti, para que a tua fe nao fraquejasse; e tu, uma vez que tiveres
˜
voltado, fortalece os teus irmaos.” (Luc. 22:32) Assim, Jesus mos-
˜
trou que acreditava na recuperaçao espiritual de Pedro e que ele vol-
´
taria a prestar um serviço fiel. Que espırito bondoso e perdoador!
ˆ
9 Mais tarde, no jardim de Getsemani, Pedro precisou nova-
˜ ˜
mente de correçao. Jesus pediu que Pedro, Tiago e Joao ficassem
vigilantes enquanto ele orava. Jesus estava muito angustiado e pre-
cisava de apoio. Mas Pedro e os outros adormeceram mais de uma
´
vez. Jesus, mostrando empatia e um espırito perdoador, disse: “O
´ ´ ´
espırito, naturalmente, esta ansioso, mas a carne e fraca.” — Mar.
14:32-41.
10 Logo depois chegou uma multidao ˜
com tochas, espadas e
pedaços de pau. Era hora de agir com cautela. Mas Pedro, de ma-
˜
neira impetuosa, entrou em açao. Pegou uma espada e atacou Mal-
co, um escravo do sumo sacerdote, decepando uma de suas
orelhas. Jesus calmamente corrigiu Pedro, curou o ferimento e ex-
´ ´
plicou um princıpio que orienta seus seguidores ate hoje — o de
˜ ˆ ˜
nao usar violencia. (Mat. 26:47-55; Luc. 22:47-51; Joao 18:10, 11)
´ ˜
Pedro ja tinha precisado muito do perdao de seu Mestre. Isso nos
´
faz lembrar que todos nos pecamos muitas vezes. (Leia Tiago 3:2.)
´ ˜ ˜
Quem de nos nao precisa do perdao divino todos os dias? E, no
caso de Pedro, aquela noite estava longe de terminar. O pior ain-
da estava por vir.
A pior falha de Pedro
11 ˜ ´
Jesus tentou convencer a multidao a deixar seus apostolos
´
ir embora, ja que era a ele que procuravam. Enquanto amarravam
Jesus, Pedro ficou olhando sem poder fazer nada. Depois fugiu, as-
´
sim como os outros apostolos.
˜
12 Pedro e Joao talvez tenham parado perto da casa do ex-
´
Sumo Sacerdote Anas, onde Jesus foi interrogado inicialmente.
˜
Quando Jesus foi levado dali, Pedro e Joao o seguiram, mas “duma
ˆ ˜ ˜
boa distancia”. (Mat. 26:58; Joao 18:12, 13) Pedro nao era covarde.
´ ´ ˜
So o fato de seguir Jesus ja exigia coragem, visto que a multidao es-
´ ˜
tava armada e Pedro ja havia ferido um deles. No entanto, ele nao
˜
estava mostrando o tipo de amor leal que disse ter — a disposiçao
de morrer ao lado de seu Mestre se fosse preciso. — Mar. 14:31.
ˆ ˜
9, 10. (a) No jardim de Getsemani, de que correçao Pedro precisou? (b) Os
ˆ
erros de Pedro nos fazem lembrar do que?
11, 12. (a) Como Pedro mostrou certa medida de coragem depois que Jesus
˜
foi preso? (b) Por que a atitude de Pedro nao correspondia ao que ele tinha
dito? 199
´
IMITE A SUA FE PEDRO
17 ´
Nessa hora, Jesus apareceu numa sacada que dava para o pa-
´ ´
tio. Naquele momento, descrito no inıcio deste capıtulo, ele olhou
´ ´
para Pedro. Foi aı que Pedro se deu conta da terrıvel falha que ti-
´
nha cometido contra seu Mestre. Pedro saiu do patio, esmagado
pelo peso de sua culpa. Seguiu sem rumo
pelas ruas da cidade, iluminadas pela Lua
˜
cheia que descia em direçao ao horizonte.
´
Seus olhos se encheram de lagrimas, e ele Pedro precisou muito
˜
passou a ver tudo embaçado. Nao conse- ˜
guindo mais se conter, Pedro chorou amar- do perdao de seu Mestre,
gamente. — Mar. 14:72; Luc. 22:61, 62. ´ ˜
18 Quando uma pessoa se da´ conta de
mas quem de nos nao
´ ˜
ter cometido uma falha dessa gravidade, e precisa de perdao
´ ˜
muito facil achar que seu erro foi tao gran-
˜
de que nao pode ser perdoado. Pedro tal-
todos os dias?
´
vez tenha pensado o mesmo. Mas sera que
isso era verdade?
´ ´ ˜
Sera que Pedro estava alem de perdao?
´
19 E difıcil´ ˜
imaginar a dimensao da dor de Pedro quando ama-
´
nheceu. E os acontecimentos daquele dia so aumentariam essa dor.
Como ele deve ter se culpado quando Jesus morreu mais tarde na-
´
quele dia, apos horas de sofrimento! Pedro deve ter ficado bem aba-
lado ao pensar que tinha aumentado a dor de seu Mestre naquele
´
que veio a ser o ultimo dia dele como humano. Apesar de estar pro-
˜
fundamente triste, Pedro nao se entregou ao desespero. Sabemos
disso porque o relato mostra que logo depois ele estava novamente
˜ ´
reunido com seus irmaos espirituais. (Luc. 24:33) Sem duvida, to-
´
dos os apostolos lamentaram o modo como tinham agido naquela
˜ ´
noite tao difıcil, e devem ter tentado encorajar um ao outro.
20 De certa forma, este relato mostra Pedro num dos seus me-
21 ˜
Visto que estava com seus irmaos espirituais, Pedro ouviu a
´
chocante notıcia de que o corpo de Jesus tinha desaparecido do
´ ˜ ´
tumulo. Ele e Joao correram para o tumulo de Jesus, cuja entrada
˜
havia sido fechada. Joao, que provavelmente era mais novo, che-
gou primeiro e encontrou a entrada aberta, mas hesitou em entrar.
˜ ˆ
Pedro nao hesitou. Mesmo sem folego, entrou sem pensar duas ve-
´ ˜
zes. O tumulo estava vazio! — Joao 20:3-9.
22 Sera´ que Pedro acreditou que Jesus tinha sido ressuscitado?
´ ˜ ´
No inıcio nao, mesmo depois de ouvir algumas mulheres fieis di-
zer que anjos haviam aparecido a elas e dito que Jesus tinha sido
levantado dentre os mortos. (Luc. 23:55–24:11) Mas, no fim da-
´ ´ ˜
quele dia, todos os vestıgios de tristeza e de duvida no coraçao de
Pedro desapareceram. Jesus estava vivo, e agora como um podero-
´ ´
so espırito! Ele apareceu a todos os apostolos. Mas antes disso ele
´
tinha feito outra coisa, algo mais particular. Os apostolos disseram
˜
naquele dia: “O Senhor foi de fato levantado e apareceu a Simao!”
´ ´
(Luc. 24:34) Alem disso, o apostolo Paulo mais tarde escreveu so-
bre aquele dia marcante em que Jesus “apareceu a Cefas, depois
˜
aos doze”. (1 Cor. 15:5) Cefas e Simao eram outros nomes de Pe-
dro. Jesus apareceu a ele naquele dia — pelo visto, quando Pedro
estava sozinho.
23 A Bıblia ´ ˜ ´
nao da detalhes daquele encontro comovente; o
que aconteceu ficou apenas entre Jesus e Pedro. Mas podemos ima-
ginar como Pedro deve ter ficado emocionado de ver seu amado
Senhor vivo novamente e de ter a oportunidade de expressar sua
profunda tristeza e arrependimento. O que Pedro mais queria era
ser perdoado. Quem pode duvidar que Jesus realmente o perdoou?
˜
Os cristaos que hoje cometem algum erro precisam se lembrar do
´
caso de Pedro. Nunca devemos concluir que estamos alem do al-
˜
cance do perdao divino. Jesus imita perfeitamente seu Pai, que
´
“perdoara amplamente”. — Isa. 55:7.
˜
Mais uma prova de perdao
24 ´ `
Jesus disse a seus apostolos para irem a Galileia, onde se en-
contrariam de novo com ele. Quando chegaram, Pedro decidiu ir
˜ ´
21. Visto que estava reunido com seus irmaos espirituais, que notıcia Pedro
ouviu?
´ ´ ˜
22. O que fez com que todos os vestıgios de tristeza e de duvida no coraçao
de Pedro desaparecessem?
˜
23. Por que os cristaos que hoje cometem algum erro precisam se lembrar do
caso de Pedro?
24, 25. (a) Descreva a noite de pesca de Pedro no mar da Galileia. (b) Como
˜
202 Pedro reagiu ao milagre de Jesus na manha seguinte?
ELE APRENDEU A SER PERDOADOR COM O SEU MESTRE
pescar no mar da Galileia. Outros foram com ele. Pedro estava no-
vamente no lago onde havia passado boa parte de sua vida. O ran-
´
ger do barco, o barulho das ondas, o toque aspero das redes em
˜
suas maos, tudo isso fazia com que ele se sentisse em casa. Mas,
˜
durante toda aquela noite, os homens nao pegaram nenhum pei-
˜
xe. — Mat. 26:32; Joao 21:1-3.
25 No entanto, ao amanhecer, alguem´
na praia chamou os pes-
cadores, dizendo para lançarem as redes do outro lado do barco.
˜ ´
Eles fizeram isso e pegaram 153 peixes! Pedro nao tinha duvidas
´
de quem era aquela pessoa. Pulou do barco e nadou ate a costa.
203
´
IMITE A SUA FE PEDRO
´ ˜
Na praia, Jesus ofereceu a seus amigos fieis uma refeiçao de peixe
˜ ˜
grelhado na brasa, e voltou sua atençao para Pedro. — Joao 21:4-14.
26 Jesus perguntou a Pedro se ele amava seu Senhor “mais do
´ ˆ
‘Sejam imitadores daqueles que pela fe e pela paciencia
herdam as promessas.’ — HEBREUS 6:12.
´ ´ ´
A FE e uma palavra bonita, que representa ele forneceu exemplos para imitarmos. Jeova
´
uma qualidade muito atraente. Mas, quando inspirou o apostolo Paulo a escrever: ‘Sejam
´
vemos ou ouvimos essa palavra, devemos imitadores daqueles que pela fe e pela pa-
˜ ˆ
pensar em outra: “Urgente!” Afinal, se nao ciencia herdam as promessas.’ (Heb. 6:12)
´ ´ ˜ ´
temos fe, precisamos urgentemente adquiri-la. E e por isso que a organizaçao de Jeova nos
´ ´ incentiva a nos esforçar para imitar o exem-
E, se ja temos fe, precisamos urgentemente
ˆ ´ ˆ ´
protege-la e alimenta-la. Por que? plo de homens e mulheres de fe, como os que
2 Imagine que voceˆ esteja atravessando consideramos neste livro. Mas o que devemos
ˆ fazer agora? Temos de nos lembrar de duas
um enorme deserto. Voce precisa desespera-
´ coisas: (1) precisamos continuar a fortalecer
damente de agua. Quando a encontra,
ˆ ´ ´
precisa protege-la do sol. Tambem precisa nossa fe; (2) precisamos manter nossa espe-
´ rança bem viva na mente.
reabastecer seu suprimento de agua para
´ ˆ 4 Continue a fortalecer sua fe. ´ ´
que ela dure ate que voce chegue ao seu A fe tem
´
destino. Hoje, vivemos num deserto espiri- um grande inimigo — Satanas. O governante
´ do mundo transformou o sistema em que vi-
tual, um mundo onde a verdadeira fe — como
´ ´ ´ ´ ´
aquela agua — e rara e tende a evaporar rapi- vemos num deserto onde e difıcil manter a fe.
´ ´ ´
damente a menos que seja protegida e rea- Ele e muito mais forte do que nos. Sera que
´ devemos perder as esperanças de que conse-
bastecida. Nossa necessidade e urgente;
˜ ´ ´
assim como nao podemos viver sem agua, guiremos desenvolver e fortalecer nossa fe?
˜ ´ ´
nao podemos sobreviver espiritualmente Jamais! Jeova e o grande Amigo de todos os
´ ´
sem fe. — Rom. 1:17. que buscam a verdadeira fe. Ele nos garante
3 Jeova´ sabe que precisamos urgentemente que, com ele ao nosso lado, podemos nos
´ ´ ´ ˆ ´
de fe, e sabe como e difıcil desenvolve-la e opor ao Diabo e ate fazer com que ele fuja de
ˆ ´ ´ ´ ´
mante-la hoje. Sem duvida, e por isso que nos! (Tia. 4:7) Nos nos opomos ao Diabo por
´ ´
tirar tempo todo dia para fortalecer e desen-
1, 2. Por que e vital desenvolver fe? Ilustre. ´
´ volver nossa fe. Como?
3. O que Jeova forneceu para nos ajudar a desen-
´ ´ ´
volver fe, e de que duas coisas temos de nos 4. Como Satanas tem sido um inimigo da fe, mas
˜
lembrar? por que nao devemos perder as esperanças?
206
5 ´ 7 ´ ´
Como vimos, os homens e mulheres fieis Tambem fortalecemos nossa fe por meio
´ ˜ ´ ˜ ´ ´
mencionados na Bıblia nao nasceram com fe. de açoes. Afinal, “a fe sem obras esta morta”.
´ ´
Eles se tornaram uma prova viva de que a fe e (Tia. 2:26) Imagine como os homens e mu-
´ ´ ´
produzida pelo espırito santo de Jeova. (Gal. lheres que consideramos ficariam felizes se
´
5:22, 23) Eles oraram pedindo ajuda, e Jeova fossem designados para fazer o trabalho que
´ ´
continuou a fortalecer a fe deles. Façamos Jeova nos designou para fazer hoje!
´ ˜
como eles, nunca nos esquecendo que Jeova 8 Por exemplo, e se Abraao ficasse sabendo
´ ´ ´ ˜
da generosamente seu espırito aos que o pe- que poderia adorar a Jeova, nao em altares
˜ ´
dem e agem em harmonia com suas oraçoes. rusticos de pedra erguidos no deserto, mas
(Luc. 11:13) O que mais podemos fazer? entre grupos organizados de outros servos de
6 Neste livro, consideramos apenas alguns ´ ´ ˜
Jeova em confortaveis Saloes do Reino e em
´ ´ ´
exemplos de notavel fe. Ha muitos, muitos ou- grandes congressos, onde as promessas que
` ˜
tros! (Leia Hebreus 11:32.) Cada um — a sua ele viu apenas “de longe” sao analisadas e
´ ´
propria maneira — fornece bastante materia explicadas com fascinantes detalhes? (Leia
˜
para estudo profundo e meditaçao. Se sim- Hebreus 11:13.) E se Elias ficasse sabendo que
plesmente lermos com pressa os relatos ˜
seu trabalho envolveria, nao executar perver-
´ ´ ˜
bıblicos sobre pessoas de fe, nao desenvol- sos profetas de Baal enquanto tentava servir
´ ´ ´
veremos uma fe forte. Para nos beneficiar a Jeova durante o reinado de um rei apostata
plenamente da leitura, precisamos gastar tem- e mau, mas visitar pacificamente as pessoas
po pesquisando a fundo o contexto e o fundo para lhes transmitir uma mensagem de conso-
´ ´ ˜
historico dos relatos bıblicos. Se sempre nos lo e esperança? Nao acha que os homens e
lembrarmos que esses homens e mulheres ´ ´
mulheres de fe mencionados na Bıblia teriam
imperfeitos tinham “sentimentos iguais aos aproveitado prontamente a oportunidade
´ ´
nossos”, o exemplo deles se tornara mais real de adorar a Jeova assim como fazemos hoje?
´ ˜ ´
para nos. (Tia. 5:17) Por nos colocar no lu- 9 Entao, continuemos a fortalecer nossa fe
gar deles, podemos imaginar como eles se ˜
por meio de açoes. Ao fazer isso, estaremos
sentiriam ao enfrentar desafios e problemas ´
pondo em pratica o que aprendemos do
similares aos nossos. ´
exemplo dos homens e mulheres de fe
´ ´
5. Como os homens e mulheres fieis mencionados 7-9. (a) Como alguns homens e mulheres de fe dos
´ ´ ´
na Bıblia adquiriram fe? Explique. tempos bıblicos se sentiriam se pudessem adorar a
´ ´
6. Como podemos nos beneficiar plenamente do Jeova assim como nos hoje? (b) Por que devemos
´ ´ ˜
estudo de relatos bıblicos? fortalecer nossa fe por meio de açoes?
207
˜
CONCLUSAO
˜
Gostaria de obter mais informaçoes?
´
Contate as Testemunhas de Jeova pelo site www.jw.org