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02/08/2018 Entrevista sobre a importância da Criança Interior - parte 3 | Somos Todos UM

Entrevista sobre a importância da Criança Interior - parte 3


por Rosemeire Zago

Terceira e última parte da entrevista sobre a importância da criança interior.

"Volta ao começo;
Torna-te outra vez criança".
Tao Te Ching

- A depressão tem algo a ver com a perda da criança?


Rosemeire: Acredito que sim. A depressão é causada pelo fato da criança ter que se adaptar a um
"falso eu", abandonando seu eu verdadeiro, o que cria um sentimento de vazio. Jung diz que a
depressão é antes de tudo um convite à introspecção, olhar para dentro de si. Dizia que a depressão
pode ser concebida como um mergulho no inconsciente, com o propósito de dar início a uma viagem
pelo seu próprio interior, ou seja, uma oportunidade para crescer, proporcionando e aumentando seu
autoconhecimento. E entrar em contato com sua criança interior pode proporcionar esse encontro.

Não só a depressão, mas qualquer outro sintoma, momentos de dor, solidão, devem ser
considerados um convite para as pessoas refletirem e renascerem para uma vida diferente, pois
neste momento podem perceber os recursos interiores e que são capazes sim de realizarem tudo
que quiserem. É o momento que poderá proporcionar um encontro com seu verdadeiro eu.

- E pessoas agressivas?
Rosemeire: Em geral, o comportamento agressivo é o resultado da violência na infância, da mágoa
e da dor não resolvidas. Os agressivos não assumem a responsabilidade por seu comportamento,
porque geralmente agem assim de forma inconsciente, ou seja, não percebem muito bem o que
fazem, apenas repetem um padrão conhecido.

A energia emocional do passado, não resolvida, ou seja, não tendo com quem expressar e suportar
suas dores na infância, acaba sendo expressa da única forma conhecida, com agressividade. Um
adulto agressivo demonstra que mesmo não sendo mais agredido, ele próprio o faz, agredindo a si
mesmo ou aos outros, contra pessoas que não têm nenhuma relação com a origem. Essa agressão
aos outros é mais uma maneira de tentar se defender para não ser mais agredido do que já foi em
seu passado. Ou seja, as crianças precisam da segurança do exemplo de emoções saudáveis.

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Quando o ambiente familiar é de violência, quando adultos, tendem a repetir o que experimentaram
na infância. Inconscientemente, tendemos a repetir alguns padrões negativos, até que, através do
sofrimento intenso, consigamos perceber as mensagens e modificar nossa realidade. A violência não
é apenas as agressões físicas, mas principalmente as palavras que ferem, ou ainda, a agressão
silenciosa, como a indiferença, o silêncio, a ausência de atenção, afeto, carinho, amor.

- Como ajudar alguém a encontrar sua criança interior?


Rosemeire: Apoiando e permitindo que expresse seus reais sentimentos, dando muito colo e
validando seus sentimentos. E também participando do meu workshop.

- Há relação entre criança interior e emoção?


Rosemeire: Tudo. A criança é pura emoção. Quem não consegue ter controle das suas emoções, é
porque não reconhece as necessidades da criança e nem sabe que seus descontroles são reações
dela.

Quando você está triste, chorando, na verdade é sua criança que faz você sentir tudo isso, pois é o
que ela está sentindo desde sua infância. Se ela não for tratada com o amor que esperava, vai ficar
esperando e muitas vezes buscando nas outras pessoas este amor, mas só uma pessoa pode dar
isso a ela: você! Quando há dificuldade em identificar e vivenciar as próprias emoções, fica mais
difícil o processo de encontro consigo mesmo, sua essência.

- Uma pessoa fria e amargurada pode encontrar sua criança?


Rosemeire: Pode e deve. A pessoa que é mais fria tende a ser alguém mais racional, que reprimiu
seus sentimentos por todos os motivos já ditos acima, e pode tornar-se consciente do que aconteceu
ao entrar em contato com a criança interior. Deve ter desenvolvido quando criança a arte de não
sentir seus sentimentos, pois uma criança só pode assumir e sentir seus sentimentos quando existe
ali alguém que os possa aceitar completamente, entendendo e dando apoio. A quem Alice Miller
chama de "testemunha auxiliadora", e raramente tivemos essa testemunha na infância.

É preciso acolher essa criança e entrar em contato com suas emoções e sentimentos reprimidos,
oferecendo tudo aquilo que não teve quando criança. Com certeza fará uma diferença significativa
em sua vida.

- E o que você diria dos workaholics?


Rosemeire: Os fanáticos pelo trabalho ou que não conseguem parar de trabalhar, nem desfrutar dos
benefícios de seus esforços, podem obter com o trabalho uma satisfação suficiente da imagem de si
mesmos, que dissimula seu vazio interior. Pode ser uma fuga, inconsciente, de algo que não vai bem
nas outras áreas de sua vida, ou ainda, a busca incansável pelo reconhecimento. Há ainda aqueles
que trabalham em excesso por terem aprendido que não é certo ter momentos de lazer.

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- Os adultos que vivem brincando, contando piadas, que agem como criança, estão sempre
em contato com sua criança interior?
Rosemeire: Não! É muito diferente o adulto infantil e a criança interior. Muitas vezes, os adultos que
estão sempre brincando, demonstram muita dificuldade para entrar em contato com seus reais
sentimentos por algum motivo. Seria muito mais uma fuga ou dissimulação do que sentem, do que
alegria genuína, pois ninguém tem motivos para brincar 24hs.

Quando me refiro a reencontrar a criança interior, não é para resgatar a sombra infantil, que nos leva
de volta para a dependência, preguiça, fuga dos problemas e responsabilidades da vida. Mas sim da
criança que representa a renovação, a espontaneidade e criatividade. Estar em contato com a
criança interior é muito diferente de estar sempre brincando. É ser uma pessoa equilibrada, porque
aprendeu a lidar com suas emoções.

- Adultos que maltratam ou têm dificuldade em lidar com crianças demonstram algo?
Rosemeire: Com certeza. O modo como o adulto trata uma criança pode estar relacionado com
suas próprias experiências quando criança. A forma como tratamos as crianças, sejam filhos, alunos,
ou ainda, como nos tratamos quando adultos, reflete a forma como fomos tratados.

Muitas pessoas que se dizem "profissionais": médicos e, lamentavelmente, a maioria dos psicólogos,
ignoram as dores e o sofrimento reprimido da infância de quem os procura, porque na verdade não
conseguiram ainda enfrentar suas próprias dores. E Alice Miller descreve muito bem isso em seu
livro: Não Perceberás.

É muito importante que pais, ou quem pretende ter filhos, tenha consciência da tendência em recriar
padrões conhecidos de comportamento e aprendam a cuidar e reconhecer sua própria criança para
que possam diminuir as chances de repetirem os padrões da infância nos próprios filhos.

- É importante o adulto brincar?


Rosemeire: Sim, pois ao brincar o adulto estará em contato com sua própria criança. Para os
adultos, brincar é ir a restaurantes, cinema, beber, comprar um carro novo. Brincar é muito diferente,
é o que acontece espontâneo, não planejado, como quando você rola no chão, quando se entrega
ao que está fazendo. Você já observou uma criança brincando? Ela fica no momento presente,
totalmente focada naquilo que faz e lhe dá prazer.

Por exemplo, muitos pais acabam brincando quando compram um carrinho de controle remoto para
o filho, como única forma de se permitir brincar.

Por que não permitir-se comprar um brinquedo para si? O dia das crianças está chegando e pode

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ser uma ótima oportunidade!

- Quais as consequências de não reencontrar a criança interior?


Rosemeire: Todos nós temos dois aspectos em nossa personalidade: o Adulto e a Criança. Quando
não estão conectadas por terem sido feridas, a sensação interior é de conflito, vazio, solidão,
dependência. Sentimo-nos sós quando perdemos a conexão com nós mesmos, quando aprendemos
a nos abandonar desde muito cedo. E isso é muito triste!

A perda da criança interior é uma das maiores tragédias do processo de crescimento, pois nossas
necessidades emocionais podem continuar sendo negligenciadas. Perdemos grande parte da magia
e do mistério de viver, da parte mais rica que temos, podendo comprometer nossas mais sagradas
aspirações e sonhos. A maior parte das crianças não foi amada pelo que eram, mas sim pelo seu
desempenho, em serem obedientes ou pelo que representavam. Em algum momento, sentirão a
necessidade de viver de acordo com seu verdadeiro eu.

- O que melhora ao entrar em contato com a criança interior?


Rosemeire: Tudo, pois ao identificar as dores e o sofrimento da infância, aprenderá a validar todos
os seus sentimentos e que a criança não é culpada do que lhe fizeram e assim, se libertar das
amarras do passado.

A criança é nossa maior fonte de criação e amor.

Há uma transformação, uma mudança de perceber a vida. Transformamos nossa consciência,


crescemos, transcendemos, vivenciamos mais poder pessoal e de escolhas. Não permitimos mais
relacionamentos doentes e destrutivos e começamos a assumir mais a responsabilidade pela nossa
felicidade, a ter respeito pelos nossos sentimentos e o principal:
conquistamos nossa independência emocional.

- Existem preconceitos com toda essa teoria (criança interior)?


Rosemeire: Sim, existe, mas acredito que seja fruto da falta de informação.

Nos Estados Unidos há muitos cursos baseados nessa teoria, mas no Brasil ainda é pouco divulgado
e quando acontece, muitas vezes não é realizado com a seriedade que o assunto requer, sendo na
maioria das vezes citado em livros de autoajuda e de forma superficial.

- Como é o workshop para resgatar a criança interior que você realiza?


Rosemeire: São dois dias de mergulho na infância, com músicas, filmes, brincadeiras, reencontro
com a criança interior através da meditação, amigo secreto de brinquedos, e muita teoria para
entender como ocorre esse processo.

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As pessoas resgatam muitas lembranças, identificam sentimentos, apesar de que ninguém irá contar
seus problemas, pois não há vínculo para isso. Cada um faz sua própria análise e quem faz
psicoterapia/análise, pode levar o material para conversar com o profissional.
É um resgate da magia de viver, identificação das dores reprimidas,
acolhimento da criança ferida, libertação e um verdadeiro encontro consigo mesmo. É
mágico!!!

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