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O apóstolo Paulo desfrutou com autoridade a liberdade cristã. Sua maturidade espiritual revela
completa emancipação de inibições e tabus religiosos sem ferir nenhum princípio bíblico. Não sendo
conivente com qualquer padrão antibíblico, Paulo se adaptava aos mais diversos ambientes com a
finalidade de apresentar Cristo (1Co 9.22), porém, sabia que muitos cristãos não eram
completamente emancipados como ele. Por isso, na carta aos Romanos, exigiu que os “fracos”
fossem tratados com cuidado, paciência e sabedoria pelos mais “fortes”.
I. Os fracos e os fortes
Romanos 14.1-15.13 tem seu foco voltado para dois grupos da comunidade cristã em Roma,
identificados por Paulo como “os fracos” e “os fortes”.
1. Os fracos
A palavra grega para “fraco” é astheneo que indica “fraqueza, indigência, impotência, falta de força
por variados motivos”. No NT, a palavra foi usada cerca de quarenta vezes para designar doentes
físicos. Dessa forma, não é exagero dizer que Paulo apontava para um tipo de “fé enferma”. Em
paralelo com a ideia da liberdade cristã, John Stott afirma: “o que falta ao fraco não é força de
vontade, mas liberdade de consciência” (A Mensagem de Romanos, p.429).
Quem eram os fracos? John Stott propõe quatro possibilidades.
Sabendo que os cristãos maduros entenderiam melhor esse conflito, Paulo direciona a eles dois
conselhos práticos em relação aos mais imaturos:
a. “Acolhei ao que é débil [fraco] na fé”. Aceitem genuinamente e de boa vontade os imaturos na fé.
Recebam-nos amorosamente em seu círculo de amigos íntimos.
b. “… não, porém, para discutir opiniões”. Não discutam assuntos controvertidos. Não entrem em
conflitos de consciência pessoal.
2. O cristão não deve ser juiz de seu irmão (Rm 14.3-4,7-12)
Não foi a única vez que Paulo escreveu condenando formas de julgamento humano. Em 1Coríntios,
ele diz: “A mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu
tampouco julgo a mim mesmo… quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo,
até que venha o Senhor” (1Co 4.3-5). O texto parece ecoar as palavras de Jesus: “Não julgueis, para
que não sejais julgados” (Mt 7.1).
O apelo fundamental do apóstolo é que não devemos julgar irmãos que discordam de nós. O fraco
deve ser aceito entre os cristãos como parte da igreja. Ao explicar esse apelo, Paulo mostra que a
razão da aceitação mútua é que Deus aceitou os dois grupos (Rm 14.2-3). A questão não está entre
crer ou não crer, mas entre ter ou não maturidade na fé. John MacArthur resume esse pensamento ao
dizer: “O cristão forte come o que lhe agrada e agradece ao Senhor. O irmão fraco come de acordo
com a sua dieta cerimonial e agradece ao Senhor por ele ter feito um sacrifício em seu favor. Em
ambos os casos, o cristão agradece ao Senhor, assim a motivação é a mesma para o Senhor. Seja
fraco ou forte, a motivação por trás das decisões de um cristão sobre os assuntos referentes à
consciência deve ser agradar ao Senhor” (Bíblia de Estudo MacArthur, p.1519).
3. Cada pessoa tem as próprias convicções (Rm 14.5-6)
Se antes o apóstolo usou o alimento para exemplificar a liberdade cristã, agora ele reforça o ensino
usando o exemplo da diferença entre dias: “um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais
todos os dias” (Rm 14.5). O cristão judeu fraco na fé ainda se preocupava em guardar o sábado, e
dias especiais associados à lei e aos costumes judaicos (Gl 4.8-10). O cristão gentio fraco na fé
buscava completo distanciamento de qualquer dia ou festividade associada ao paganismo. Já o
cristão maduro não era afetado por nenhuma dessas preocupações.
Na sequência, Paulo argumenta: “cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Rm
14.5). “Paulo não está incentivando um comportamento irresponsável. Tampouco está se mostrando
favorável a tradições irrefletidas. Mas, partindo do pressuposto de que cada um deles (o fraco e o
forte) tenha refletido na questão e chegado a uma firme conclusão, ele os faz ver que a sua prática
deve ser parte integrante do discipulado cristão. ‘Aquele que considera um dia como especial, assim
o faz para o Senhor’ (Rm 14.6). Ou seja, ‘para honrar o Senhor’ (BLH), com a intenção de agradar a
Ele e honrá-lo (‘para adorar ao Senhor’, NTV)” (A Mensagem aos Romanos, p.437).
4. O cristão não deve ser tropeço para ninguém (Rm 14.13,15-16,21)
Nesses versos, o apóstolo exorta o fraco a não criticar o forte, e chama a atenção do forte para
deixar de apontar defeitos no fraco. Os dois grupos não deveriam colocar qualquer tipo de obstáculo
para causar tropeço no caminho de seus irmãos. Paulo ensina que a liberdade cristã não pode ser
usada para prejudicar o irmão.
É necessário aplicar o amor no exercício da liberdade. Por exemplo: o esposo tem direito e liberdade
de dormir com a janela do quarto aberta, para passar a noite sentindo a brisa da madrugada. Mas se
isso importuna a esposa ou lhe faz mal, ele deve abrir mão do privilégio em benefício do conforto e
da segurança dela. Nem uma de nossas ações pessoais vale mais do que o bem-estar do povo de Deus.
Dessa forma, devemos procurar o que realmente contribui para a edificação dos irmãos em vez de
permanecer obstinados em nossos direitos.
Devemos ter certeza de que nossa consciência está limpa diante de Deus. Também precisamos
lembrar que não podemos fazer nada que cause a queda de um irmão. Nesse caso, o que é bom para
nós pode levar outros ao pecado. Então, o nosso bem se torna mal para ele (1Co 8.10-11). Tal
alternativa motivou Paulo a concluir que não devemos fazer nada que sirva de tropeço ao nosso
irmão (Rm 14.21; 1Co 8.13).
1. Liberdade total – também chamada “libertinagem” – atribui que o cristão tem o direito
a total independência de atos – inclusive da vontade de Deus.
A liberdade, em primeiro lugar, é uma conquista de Cristo para nós, envolvendo uma
série de benefícios, gratuitamente ofertados e aceitos pela fé, como:
Observe que liberdade não se confunde com insubmissão – pois somos exortados a ser
submissos a Deus – 1 Pe 5.6.
Minha liberdade, em Cristo, não me dá o direito de escolher, por exemplo, entre perdoar
e não perdoar – Lc 17.3-4. Ou ainda, deixar de dar frutos – Jo 15.
Liberdade não significa fazer o que se quer – pois isto é típico dos animais – mas fazer
as escolhas de acordo com meu amor e serviço a Cristo. Ele, que é Deus, se submeteu ao
Pai, por causa do amor a nós – uma escolha voluntária!
Somos livres para amar. Somos livres para servir. Somos livres para adorar. Para
escolher nossa hora de oração, e os trechos da Bíblia para nossa meditação. Podemos
escolher a igreja a que nós queremos congregar – mas nossa liberdade não significa que
deixaremos de congregar – Hb 10.25.
Uma grande vantagem de nossa liberdade em Cristo é que não precisamos mais
depender de nossos próprios esforços e atos para salvação! Livres do pecado, pela graça
de Deus, estamos desembaraçados para servir nosso Senhor e Salvador!