Performance: Aprendendo Uma Arte

SUMÁRIO

CAPA

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1

Memória

1.1 Tipos de memória

1.2 Trajeto da informação na memória

1.3 Memória sensorial

1.4 Memória de curto prazo

1.5 Memória de longo prazo

1.6 Consolidação na memória de longo prazo

1.7 Relação entre memória e aprendizado na preparaçãode uma performance musical

1.8 Utilizando a memória em seu potencial máximona preparação de uma performance musical

CAPÍTULO 2

A Prática Deliberada

2.1 Música, uma linguagem comunicativa

2.2 Ansiedade na performance musical

2.3 Prática deliberada como amenizador da ansiedade

2.4 Concentração na execução musical

2.5 Prática deliberada

CAPÍTULO 3

Motivação

3.1 Motivação e sua importância no aprendizadoe na preparação de uma performance musical

3.2 Razões intrínsecas e extrínsecas

3.3 Flow, a Teoria do Fluxo de Mihaly Csikszentmihalyi

3.4 A relação do estado de fluxo com o prazer durante o estudo

3.5 Motivação intrínsecas e extrínsecas

3.6 Como se motivar?

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

SOBRE O AUTOR

SOBRE OS COAUTORES

SOBRE A OBRA

CONTRACAPA

Performance

Aprendendo uma arte

Editora Appris Ltda.

1.ª Edição - Copyright© 2023 dos autores

Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.

Catalogação na Fonte

Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

Bibliotecária CRB 9/870

Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

Editora e Livraria Appris Ltda.

Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

Curitiba/PR – CEP: 80810-002

Tel. (41) 3156 - 4731

www.editoraappris.com.br

Printed in Brazil

Impresso no Brasil

Francisco Vanderlei Alves dos Santos

Coautores:

Daniel Souza de Araújo

Johnson Joanesburg Anchieta Machado

Performance

Aprendendo uma arte

Ao inspirador Maestro Joaquim Jayme (in memoriam).

Um verdadeiro maestro da vida, cheio de carisma, que para muitos ensinou o verdadeiro sentido da música.

AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O criador da vida e de todo o universo. O dono de toda ciência, sabedoria e poder que iluminou о meu caminho agraciando-me com inteligência durante esta caminhada, sem a qual não alcançaria tal objetivo.

Aos meus pais, Manoel Alves Vanderlei e Elisete Rodrigues dos Santos, por serem meu alicerce; por toda a educação dada a mim; pela ajuda, muitas vezes, sacrificial; pela compreensão da minha ausência no ambiente familiar em virtude da longa distância em que vivo; e por sempre me incentivarem a acreditar que meus sonhos poderiam ser realizados.

Aos meus dois amáveis irmãos, Chanxerlley Alves e Danrley Alves, por todas as brincadeiras na minha infância e por contribuírem na formação do meu caráter.

À querida professora Regina Amorim, que em meu primeiro dia de aula no ensino fundamental ao perceber que eu não sabia ler, doou seu valioso tempo a ensinar-me a incrível e bela arte de ler.

Ao professor Libonato e sua esposa Glória, por acreditarem em meu potencial e oferecerem uma bolsa de estudo no colégio Copérnico que foi essencial para minha formação ética e escolar.

Ao meu espetacular professor durante os anos de graduação, Johnson Machado, por todos os ensinamentos musicais e por sempre acreditar que minha vida artística seria bem-sucedida, mesmo quando eu não acreditava ser possível.

Ao JC Woodwinds, nas pessoas de Jâmson Costa e Marconi Andrade, pela verdadeira amizade, pelos verdadeiros ensinamentos para a vida, os verdadeiros ensinamentos musicais no ambiente orquestral e por mostrarem-me como de fato é ser um verdadeiro profissional.

À querida professora Dr.a Nilceia Protásio Campos, por toda disposição, paciência e todos os ensinamentos que muito contribuíram para a descoberta do mundo da pesquisa.

Ao meu precioso amigo Daniel Araújo, por contribuir para esta obra e, sobretudo, por toda a amizade desenvolvida principalmente no ambiente do IFG, lugar em que tive o privilégio de trabalhar com esse profissional exemplar.

Aos meus primeiros professores de clarineta, Wilker Marques e Francisco Santos, por ensinarem-me muitas lições musicais e incentivarem-me a persistir no aprendizado desse instrumento tão especial — clarineta.

Ao meu grande amigo Hugo Macêdo, por toda a amizade, carinho e respeito construídos ao longo do tempo e por contribuir de várias formas, sobretudo por acompanhar meu crescimento musical.

Ao querido Fred Marroquim, por todas as lições de história da música, experiências vividas contadas à minha pessoa e por todo o incentivo que sempre recebi desse ser humano incrível.

Ao amigo Martin Hinojosa, um mexicano graduado pela universidade da vida, por me dar a oportunidade de aprender com sua experiência e exemplo de ser humano o significado das coisas simples que nos tornam felizes.

À Michele Zukovsky e ao James Prendergast, por acreditar em meu talento e me oferecer o privilégio de ter uma família em Los Angeles que diariamente compartilha verdade e amor.

E, por fim, quero agradecer ao David Cranmer, um britânico-português de alma brasileira que a vida decidiu me presentear como amigo.

Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos a altura. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.

(Os irmãos Karamazov, Fiódor Dostoiévski)

PREFÁCIO

Uma amizade pode ter início a qualquer momento, nas circunstâncias menos esperadas, entre seres com pouco de óbvio para os ligar. Conhecemo-nos num evento organizado, em 2015, pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), na pequena cidade de Pirenópolis, no interior de Goiás — eu musicólogo de origem inglesa, radicado em Portugal havia mais de 30 anos e docente da Universidade Nova de Lisboa, e Vanderlei, então jovem clarinetista e estudante da graduação em música na UFG, que entendeu assistir a um minicurso que eu lecionava.

O Vanderlei integrou também um grupo que tocou numa breve atuação musical, no primeiro dia do evento, e foi então que reparei que o seu clarinete era ligeiramente diferente dos instrumentos dos outros clarinetistas. Curioso, perguntei-lhe, quando surgiu uma oportunidade, qual era a diferença exata e qual a sua função. Dessa conversa cresceu a semente da nossa amizade, baseada não só na empatia que qualquer amizade requer, mas num respeito mútuo profissional e numa paixão partilhada pela música.

Fundamental no que nos une como amigos é a importância que cada um de nós atribui à articulação entre a música e a musicologia. Se o Vanderlei procurou no meu minicurso uma contextualização pela prática musical, eu abordo a musicologia, em parte, como músico praticante — como organista e pianista.

Existe, contudo, uma diferença importante entre nós. Ao longo dos sete anos que nos conhecemos, tenho testemunhado um florescimento que nunca imaginei na maneira como o Vanderlei toca o seu instrumento, em termos quer técnicos, quer artísticos, enquanto eu continuo mais ou menos estagnado como organista e pianista. E os motivos por detrás dessa diferença estão expostos neste livro. O seu autor não só se informou sobre os três aspectos que descreve (a memória, a prática deliberada e a motivação), como também os aplica no seu dia a dia. Assim, tornou-se o excelente profissional que é hoje, o que permite prever um futuro prodigioso como clarinetista. Eu, pelo contrário, tendo outras prioridades como musicólogo e, apesar da plena consciência do que é necessário para tocar verdadeiramente bem, tenho de me contentar com o estatuto de amador bem-intencionado, com as limitações que essa realidade impõe. Tocar dá-me bastante prazer, sem dúvida, mas não posso nem sonhar com interpretar as grandes obras que adoraria dominar.

A minha mensagem, portanto, é bem simples. A presente obra não é um texto de dicas ou truques fáceis ou simplistas, mas um trabalho fundamentado e metódico. Tornar-se músico de alto nível exige. Exige muito. Porém, com a ajuda desta abordagem sistemática de aprendizagem, terá o apoio firme de um amigo fiel.

Salvador, Bahia (de visita), outubro de 2022

David Cranmer

Professor na Universidade Nova de Lisboa

INTRODUÇÃO

A performance musical é a realização artística em um instrumento musical.