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Contents

1. Sentido da colonização e relação com doutrina mercantilista: ........................................ 2


2. Elementos Fundamentais da estrutura e dinâmica de funcionamento do Antigo sistema
colonial. ................................................................................................................................. 4
3. Ligação entre rentabilidade do negócio açucareiro, estrutura de distribuição fundiária e
regime de trabalho implantado. ............................................................................................ 6
4. Ligação entre a empresa açucareira e as atividades econômicas que se projetam dela. . 7
5. Fluxo de renda nos períodos de auge e decadência do complexo açucareiro (sécs. XVI e
XVII) e do complexo mineiro (séc. XVIII)................................................................................. 8
6. Evolução da economia cafeeira, sua tendência à superprodução e sua relação com o
desenvolvimento capitalista do Brasil. ................................................................................. 12
7. Formação do Estado nacional brasileiro considerando suas peculiaridades históricas
(com relação à formação de outros Estados nacionais) e os limites ao liberalismo que se
impunham ........................................................................................................................... 14
8. A gestação da economia cafeeira, os problemas do financiamento e da mão-de-obra.
Em seguida diga: sobre que base se assentam as divergências interpretativas entre Celso
Furtado e João Manuel Cardoso de Mello............................................................................ 16
9. Tendência ao desequilíbrio externo no fim do século XIX e mecanismo capaz de manter
o nível de atividade, mas com características concentradoras de renda. ............................. 18
10. Evolução dos complexos regionais brasileiros no início do século XX e como se
constitui a concentração industrial em São Paulo. ............................................................... 20
11. Industrialização brasileira (controvérsias)................................................................... 25
12. Trajetória da economia brasileira no pós-guerra. ....................................................... 27

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1. Sentido da colonização e relação com doutrina
mercantilista:
• A colonização toma o aspecto de uma grande empresa
comercial, que se destina a explorar os recursos naturais do
território colonizado em proveito do comércio europeu. É o
sistema colonial do mercantilismo: as colônias devem dar à
metrópole um maior mercado para seus produtos e fornecer uma
maior quantidade dos artigos de que precisa.
• A ideia metalista (mercantilista) era a orientadora da política
econômica: o nível de riqueza é proporcional ao montante de
metal nobre existente dentro de cada nação.
• Dentro dessa orientação mercantilista, as metrópoles buscavam,
então:
o Garantir balanças comerciais favoráveis, promovendo a
entrada líquida de metais.
o Políticas protecionistas que fomentassem a produção
nacional.
Defesa da saída das matérias-primas
Estímulo às exportações de manufaturas
Estímulo à entrada de produtos primários.

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Dificuldade ou mesmo proibição de importação de
manufaturados.
o Restrições ao consumo interno, a fim de concorrer no
exterior.
• A colonização foi, portanto, um fator essencial à acumulação
primitiva de capital na metrópole, que contribuiu à passagem
dessa última do feudalismo para o capitalismo. Esse é o sentido
da colonização que, por meio da doutrina mercantilista, foi
elemento constitutivo do processo de formação do capitalismo
moderno.

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2. Elementos Fundamentais da estrutura e dinâmica de
funcionamento do Antigo sistema colonial.
• Colonização como sistema, que se apresenta como um tipo
particular de relações políticas, com dois elementos: um centro
de decisão (metrópole) e outro (Colônia) subordinado.
• Colonização de natureza comercial, voltada para a produção
para o mercado externo e o fornecimento de produtos tropicais
e metais nobres à economia europeia, cuja organização se dava
na grande propriedade escravista e baseada no monopólio
colonial, ou regime do exclusivo metropolitano. Regime que
consistiu na reserva do mercado das colônias para a metrópole,
e que foi o mecanismo fundamental gerador de lucros
excedentes, através do qual, a economia central metropolitana
conseguia transferir renda real da colônia para a metrópole.
• Tanto a produção quanto o ritmo dela devem se ajustar ao
sistema. A produção deve ajudar a promover a transição na
Europa do feudalismo para o capitalismo, sendo orientada para
aqueles produtos indispensáveis às economias centrais,
ajustando-se à flutuação de suas demandas.
• Esse sistema exigia assim:

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o Formas de trabalho compulsório, pois do contrário, não se
produziria para o mercado europeu.
o Produção em larga escala, para a produção no volume e no
ritmo definido pelas colônias.
o Concentração de renda, que retroalimenta o sistema.

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3. Ligação entre rentabilidade do negócio açucareiro, estrutura
de distribuição fundiária e regime de trabalho implantado.
• O crescimento da economia açucareira era de caráter puramente
extensivo, mediante incorporação de terra e mão-de-obra
escrava, não implicando modificações estruturais que
repercutissem nos custos de produção e na produtividade.
• A renda que se gerava estava fortemente concentrada em mãos
da classe de proprietários de engenho e se expressavam no valor
das exportações. Parte considerável dessa renda se despendia
com bens de consumo importados. O fluxo da renda se
estabelecia, portanto, entre a unidade produtiva, considerada em
conjunto, e o exterior.
• Reduzia a expressão dos custos monetários, isto é, a pequena
proporção dos salários e da compra de serviços de outras
unidades produtivas, tornava a economia resistente aos efeitos
a curto prazo de uma baixa de preços. Convinha continuar
operando mesmo diante de uma forte baixa de preços pois os
fatores de produção não tinham uso alternativo.

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4. Ligação entre a empresa açucareira e as atividades
econômicas que se projetam dela.
• Os empresários açucareiros, tendo alta rentabilidade nos seus
negócios, não queriam desviar seus fatores de produção para
atividades secundárias, levando a economia à elevada
especialização.
• Porém ao expandir-se a economia açucareira, a necessidade de
animais de tiro tendeu a crescer mais que proporcionalmente,
pois a devastação das florestas litorâneas obrigava a buscar a
lenha a distância cada vez maiores. A economia criatória se
constituiu como uma economia separada da açucareira, mas
dependente dela, de ocupação extensiva, itinerante até certo
ponto e cuja rentabilidade era relativamente baixa.
• Quanto menos favoráveis fossem as condições da economia
açucareira, maior seria a tendência imigratória para o interior.
Nesse processo, a pecuária se converteria em economia de
subsistência. A expansão durante o período de decadência
consistiu num processo de involução econômica, em que o setor
de alta produtividade perdia importância relativa e a
produtividade do setor pecuário diminuía com o aumento de sua
população.

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5. Fluxo de renda nos períodos de auge e decadência do
complexo açucareiro (sécs. XVI e XVII) e do complexo
mineiro (séc. XVIII)
• Complexo açucareiro:
o Como os fatores de produção em quase sua totalidade
pertenciam ao empresário, a renda monetária gerada no
processo produtivo revertia em sua quase totalidade às
mãos desse empresário, ficando essa renda fortemente
concentrada em suas mãos.
o Essa renda expressava-se no valor das exportações, sendo
despendida nos pagamentos a fatores de produção mais os
gastos de reposição do equipamento e dos escravos
importados. Como quase toda a renda monetária era dada
pelo valor das exportações, a quase totalidade do gasto
monetário teria de se expressar no valor das importações.
A diferença entre o gasto total monetário e o valor das
importações traduziria o movimento das reservas
monetárias e a entrada líquida de capitais, mais o serviço
financeiro dos fatores de produção de propriedade de não
residentes. O fluxo da renda se estabelecia, portanto, entre
a unidade produtiva, considerada em conjunto, e o exterior.

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o Reduzida a expressão dos custos monetários, isto é, a
pequena proporção dos salários e da compra de serviços de
outras unidades produtivas, tornava a economia resistente
aos efeitos a curto prazo de uma baixa de preços. Convinha
continuar operando mesmo diante de uma forte baixa de
preços pois os fatores de produção não tinham uso
alternativo.
• Complexo mineiro:
o A região mineira era mais propícia ao desenvolvimento de
atividades ligadas ao mercado interno do que havia sido a
economia açucareira.
A renda na economia mineira estava menos
concentrada, pois a população livre era muito maior.
A procura por bens de consumo corrente aumentou
relativamente aos bens de luxo.
A população estava mais dispersa, reunida em grupos
urbanos.
A grande distância existente entre a região mineira e
os portos contribuía para encarecer relativamente os
artigos importados.

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o Contudo o desenvolvimento endógeno, baseado no próprio
mercado, era praticamente nulo:
A causa principal foi talvez a própria incapacidade
técnica dos imigrantes para iniciar atividades
manufatureiras numa escala considerável.
• O desenvolvimento manufatureiro brasileiro tinha
como primeira condição o próprio
desenvolvimento manufatureiro de Portugal.
• O acordo de Methuen (1703) atrapalhou esse
desenvolvimento e sua consequente acumulação
técnica manufatureira. Impactando, assim, uma
possível posterior transferência técnica ao Brasil.
• O ouro brasileiro começa a fluir exatamente
quando entra em vigor o acordo, criando as
condições para que ele funcionasse.
o Graças às circunstâncias que envolviam a Inglaterra e
Portugal, o ouro brasileiro acabou por fluir para aquele
país, tendo contribuído para leva-lo à vanguarda da
Revolução Industrial iniciada no século XVIII.
o A decadência se processava através de uma lenta
diminuição do capital aplicado no setor minerador. A

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ilusão de que uma nova descoberta poderia vir a qualquer
momento induzia o empresário a persistir na lenta
destruição de seu ativo, em vez de transferir algum saldo
liquidável para outra atividade econômica. Todo o sistema
ia se atrofiando para finalmente se converter em uma
economia de subsistência.

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6. Evolução da economia cafeeira, sua tendência à
superprodução e sua relação com o desenvolvimento
capitalista do Brasil.
• O último decênio do século XIX a produção cafeeira deparou-
se com uma situação favorável à sua expansão, com: diminuição
da concorrência externa, grande fluxo imigratório para trabalhar
nas lavouras de café, disponibilidade de terras, de crédito para
a abertura de novas terras para plantio e câmbio desvalorizado
que elevava o preço do produto em moeda nacional.
• As condições excepcionais que oferecia o Brasil valeram aos
empresários brasileiros a oportunidade de controlar grande
parte da oferta mundial e a sua manipulação.
• Já na segunda metade da década de 1890, com a depressão no
mercado mundial e queda dos preços do café, o governo
brasileiro não conseguia desvalorizar mais a moeda nacional,
muito devido a pressões de classes urbanas. É nesse período que
se configura o problema de superprodução, que se estende ao
início do século XX.
• Em 1906 é celebrado o convenio de Taubaté a fim de
restabelecer o equilíbrio no mercado, através de compras
governamentais, cujo financiamento se faria com empréstimos
estrangeiros e o seu serviço seria cobrado em ouro sobre cada
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saca de café. A contrapartida seria os governos estaduais
desencorajarem a produção. Essa política de valorização do café
funciona bem até a Grande Depressão, proporcionando uma
situação privilegiada para os produtores e estimulando o
aumento da oferta e a superprodução.
• A economia cafeeira foi o principal centro da acumulação de
capital no Brasil durante o período da República Velha (1889-
1930), e é na região do café que o desenvolvimento das relações
capitalistas é mais acelerado e onde se encontra a maior parte
da indústria nascente brasileira.

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7. Formação do Estado nacional brasileiro considerando suas
peculiaridades históricas (com relação à formação de outros
Estados nacionais) e os limites ao liberalismo que se
impunham
• A expansão relativa do mercado interno depois da descoberta
do ouro nas Gerais tornou cada vez mais penosas as restrições
impostas pela metrópole, generalizando-se na colônia um
ambiente hostil ao sistema colonial e receptivo às ideias
revolucionárias. Aos olhos dos colonos os interesses da Coroa
identificaram-se com os da metrópole e, por isso, as críticas
feitas na Europa pelo pensamento iluminista ao absolutismo
assumiram no Brasil o sentido de críticas ao sistema colonial.
Criticar a realeza significava lutar pela emancipação dos laços
coloniais.
• A abertura dos portos em 1808 e a entrada de estrangeiros em
número crescente a partir dessa data, intensificando os contatos
entre Europa e Brasil, facilitaram mais ainda a divulgação de
ideias revolucionarias.
• Às vésperas da Independência eram mais fortes os laços das
várias províncias com a Europa do que entre si. Os movimentos
revolucionários anteriores à Independência tiveram um caráter
local, irradiando-se, quando muito, às regiões mais próximas.
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• A unidade territorial seria, no entanto, mantida depois da
Independência, menos em virtude de um forte ideal nacionalista
e mais pela necessidade de manter o território íntegro, a fim de
assegurar a sobrevivência e a consolidação da Independência.
• O nacionalismo brasileiro manifestava-se sob a forma de um
antiportuguesismo generalizado.
• Para as elites que tiveram a iniciativa e o controle do
movimento, liberalismo significava apenas a liquidação dos
laços coloniais, a liberdade de comercio e a autonomia
administrativa e judiciária. Não pretendiam reformar a estrutura
de produção nem a estrutura da sociedade. Por isso a estrutura
tradicional de produção baseada na grande propriedade, , na
exportação de produtos tropicais e na escravidão, que
constituiria o limite do liberalismo no Brasil. Ficariam
excluídas do poder as camadas populares.
• Vale dizer que outra peculiaridade do liberalismo brasileiro
nessa fase é sua conciliação com a Igreja e com a religião.

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8. A gestação da economia cafeeira, os problemas do
financiamento e da mão-de-obra. Em seguida diga: sobre
que base se assentam as divergências interpretativas entre
Celso Furtado e João Manuel Cardoso de Mello.
• No século XVIII a produção de café começa a tomar espaço na
pauta de exportações brasileiras, assumindo grande relevância
a partir da metade do século. O seu desenvolvimento se
concentrou na região montanhosa próximo à capital do país.
• Muitas fazendas de café foram organizadas com capitais
transferidos diretamente do setor mercantil nacional, encarnado
no comissário que financiou a montagem da economia cafeeira.
Comissários e bancos se apropriavam dos lucros e se
encarregavam de sua concentração e canalização para novos
investimentos.
• O aumento da oferta brasileira fez baixar os preços
internacionais e acabou por provocar a generalização do seu
consumo, ampliando a demanda e, por fim, estimulando o
crescimento da própria oferta.
• A produção surge então como latifúndio escravista, produzindo
em larga escala, utilizando intensivamente mão-de-obra
escrava, mais rentável, e de forma extensiva e predatória o fator
terra, recursos esses preexistentes e subutilizados desde a
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decadência da mineração, e que no fim das contas eram
condições para o desenvolvimento da economia cafeeira.
• As primeiras terras utilizadas para o plantio do café foram no
Vale do Paraíba, próximas a portos de embarque. À medida que
a produção se expandia, terras mais distantes eram ocupadas
(interiorização) e custos de transporte se elevavam.
• Com a proibição do tráfico negreiro um outro problema teve
que ser resolvido: a questão da mão-de-obra. A solução a esse
problema foi a imigração europeia. De início, grande parte do
custo real da imigração se dava por conta do imigrante, mas
posteriormente o governo central e os estados cafeeiros
passaram a patrocinar essa vinda do europeu.

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9. Tendência ao desequilíbrio externo no fim do século XIX e
mecanismo capaz de manter o nível de atividade, mas com
características concentradoras de renda.
• Em um país primário exportador como o Brasil, com alto
coeficiente de importação, na alta cíclica, quanto maior a renda
do setor externo, maior a massa de pagamentos a fatores
internos e, pelo efeito multiplicador, maior será a renda gerada
na economia. Esse aumento da renda levará ao aumento das
importações, provocando o desequilíbrio externo. O empresário
consegue, diante da reserva de mão-de-obra e da
disponibilidade de terras, apropriar-se das melhorias da
produtividade, havendo nesse processo uma concentração de
renda.
• Diante de uma crise nos países industriais, os preços dos
produtos primários caem e com eles o valor das exportações dos
países primário-exportadores, há retorno de capitais àqueles
países, mas as importações continuam a crescer durante um
tempo devido a efeitos anteriores. Essas circunstâncias acabam
pressionando o balanço de pagamentos de países não
industrializados. Ao responder com uma desvalorização
cambial, o governo buscava corrigir o desequilíbrio, proteger a
renda do empresário e com isso, manter o nível de atividade,
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mas como contrapartida a coletividade arcava com os custos
dessa desvalorização com diminuição de seu poder aquisitivo.

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10. Evolução dos complexos regionais brasileiros no início
do século XX e como se constitui a concentração industrial
em São Paulo.
• Amazônia:
o Permanece até início da metade do século XIX como
economia extrativista, de baixa produtividade e nenhuma
integração com o restante do território nacional. Sua
expansão deu-se entre 1870 e 1912 com a grande
exportação de borracha. Não teve condições de firmar
raízes para um processo de desenvolvimento econômico.
Vinda a conhecida crise amazônica da borracha, antes da
Primeira Guerra, sua economia mergulharia novamente em
estagnação e decadência. Permaneceria assim até fins da
década de 1930 e início da década seguinte, quando então
encontraria novas articulações de sua economia, agora mais
vinculada ao mercado nacional
• Nordeste:
o Vinha de grande crise de longa duração – o açúcar estava
decadente desde fins do século XVII; o algodão era
igualmente marginal no mercado internacional; a pecuária
proporcionou a gravitação de imenso contingente
demográfico que permitiu a reprodução de grande massa de
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mão-de-obra nacional. Com a expansão cafeeira do Sul, o
açúcar encontraria mercados para sua produção; o algodão
só voltaria a ser produto importante com o advento da
indústria têxtil do Sul, a partir da década de 1880. Após a
crise de 29, o Nordeste sofreria mais um golpe: a
reestruturação da agricultura paulista faria com que a
economia de São Paulo se tornasse a maior produtora de
açúcar e algodão, os dois produtos básicos da economia
nordestina
• Extremo Sul:
o Beneficiou-se da expansão do mercado interno, com o
impulso do setor pecuário. O traço comum aos três estados
seria tanto a estrutura fundiária, representando a economia
camponesa tipificada pela pequena e média propriedade,
quanto a industrial, que também se estruturou na base do
pequeno e do médio estabelecimento. A integração da
oferta sulina deu-se muito mais com os mercados da zona
urbana do Rio de Janeiro e com os principais centros do
Nordeste do que com São Paulo. É com a recuperação da
crise que a economia sulina se integra mais ao mercado
nacional, em virtude da intensidade no corte de

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importações de bens de consumo, porém limitada pelo
tamanho de sua indústria.
• Estados cafeeiros:
o No Rio de Janeiro, o encarecimento de escravos, de
transporte e de terras resultou na eliminação de sua
agricultura de subsistência, especializando ainda mais a
economia cafeeira e levando à importação de alimentos.
Ampliou, assim, a necessidade de gastos monetários da
fazenda e seu estrangulamento financeiro e o domínio do
capital mercantil. Essas condições precárias levaram o Rio
de Janeiro à derrocada em detrimento da Guanabara, onde
o capital pôde se transformar, com a implantação de
indústrias de grande porte, sobretudo a têxtil. Em Minas
Gerais, embora também escravista, o café foi produzido na
pequena e média propriedade. Após a abolição não se
dissemina o trabalho assalariado, prevalecendo a parceria.
Submeteu-se também ao capital mercantil da Guanabara.
Pôde desenvolver lavoura e pecuária, exportava gado vivo
e laticínios e vivenciou uma expansão imobiliária e o
surgimento de um sistema financeiro. Proliferaram a
pequena e média indústria em pequenas e esparsas cidades

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das várias regiões do estado. Vinda a grande crise cafeeira
do fim do século XIX, a decadência cafeeira em Minas só
seria superada em 1920. A integração comercial com outros
estados permitiu-lhe excelente desempenho econômico.
Em São Paulo, a disponibilidade de terras aptas ao cultivo
do café e a introdução da rede ferroviária a partir de 1860 e
das máquinas de beneficiamento reduziram drasticamente
os custos de transportes e de produção. Ampliaram-se as
margens de lucro do setor e o potencial de acumulação. A
vinda do imigrante no fim do século XIX criou um mercado
de trabalho com oferta abundante de mão-de-obra tanto
para o café quanto para o segmento urbano da economia, e
ampliou de modo considerável o mercado de bens de
consumo corrente, estimulando as inversões em São Paulo.
A crise cafeeira de 1897-1908 reorientou parte de terras do
café mais velhas e improdutivas à agricultura produtora de
alimentos, poupando a região divisas antes gastas com
importações de alimentos. De 1886 a 1913, nasce a
indústria em São Paulo. Altas margens de lucro do auge
cafeeiro e moderadas na crise permitiram alta taxa de
inversão na indústria.

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• Concentração industrial de São Paulo:
o A Primeira Guerra Mundial (1914-18) contraiu o comércio
exterior do país. Uma vez que fora em São Paulo que a
indústria e a agricultura mais se desenvolveram e
diversificaram, os mercados periféricos da nação foram
abastecidos pela economia paulista. A reabertura do
comércio exterior na década de 1920, com os altos lucros
acumulados durante a guerra, permitiu a São Paulo mais
uma vez se adiantar na acumulação industrial. Na década
de 1920, no Brasil, dá-se importante incursão de
investimentos estrangeiros diretos no setor industrial,
sobretudo em São Paulo, completando assim sua estrutura
industrial e ampliando suas condições para a conquista do
mercado nacional. A crise de 1929 e sua recuperação
deslocaram o centro dinâmico para o setor industrial: as
restrições à importação forçariam a periferia nacional a
importar produtos manufaturados de São Paulo. Este, por
sua vez, deveria importar mais alimentos e matérias-primas
de outros estados. Passava-se, portanto, a integrar o
mercado nacional sob o predomínio de São Paulo.

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11. Industrialização brasileira (controvérsias)
• Furtado entende que a processo de industrialização se originou,
a partir da crise de 29. O governo brasileiro ao estabelecer a
nova política de defesa do café com compra de estoques e
queima da parte invendável, utilizando-se de expansão do
crédito, fomentava na verdade a renda nacional. Ao mesmo
tempo, diante das restrições internas, a demanda deveria ser
atendida pelo mercado interno provocando um deslocamento do
centro dinâmico da economia, antes situado nas exportações e
agora passando ao setor interno.
• Pelaez tinha duas críticas ao argumento de Furtado: a política
de defesa do café não teria sido baseada na expansão do crédito
e sim com empréstimo externo e recursos provenientes de
imposto sobre as vendas de café; o crescimento industrial não
decorreria da crise e da intervenção heterodoxa do Estado.
• Existiam duas grandes linhas interpretativas da industrialização
na Primeira República:
o A Teoria dos Choques adversos
A indústria nacional crescia nos momentos de crise das
exportações.
o A tese da industrialização induzida pelas exportações.
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A expansão das exportações de café criava tanto o
mercado consumidor quanto as condições para o
estabelecimento de indústrias no país.
• Industrialização por substituição de importações
o Um acréscimo substancial dos preços relativos das
importações resultou em um estímulo considerável à
produção interna substitutiva.
• A crise prolongada dos anos 30 pode ser encarada como ponto
crítico de ruptura do funcionamento do modelo primário-
exportador.
• O setor externo tem um novo papel de diversificar a estrutura
produtiva mediante importações de equipamentos e bens
intermediários.

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12. Trajetória da economia brasileira no pós-guerra.
• Dutra
o Política econômica pode ser delimitada por dois marcos: o
primeiro foi a mudança na política de comércio exterior,
com o fim do mercado livre de câmbio e a adoção do
sistema de contingenciamento às importações, entre
meados de 1947 e 1948; o segundo foi a passagem de uma
política econômica contracionista e ortodoxa para outra,
com maior flexibilidade nas metas fiscais e monetárias.
o As autoridades monetárias se tornaram vítimas de uma
espécie de “ilusão de divisas”, que se apoiava na ideia de
que o país estava bastante confortável com relação às suas
reservas internacionais. Julgavam-se ainda credores dos
EUA pela ajuda dada na Segunda Guerra. Com isso o
governo brasileiro acreditava que uma política liberal de
câmbio seria capaz de atrair fluxos de investimentos
estrangeiros.
o Confiante na evolução favorável do setor externo, o
governo Dutra identificou na inflação o problema mais
grave a ser enfrentado, cuja causa seriam os déficits
orçamentários da União.
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o A política externa de Dutra nessa primeira etapa poderia ser
resumida em taxa de câmbio fixa com relaxamento dos
controles cambiais e tinham como objetivos atender à
demanda de bens de capital e insumos para a indústria,
forçar a baixa dos preços industriais e estimular o ingresso
de capitais.
o Uma vez desfeita a ilusão de superação das restrições
externas, o governo adotou controles cambiais e de
importações, tendo contribuído com o avanço do processo
de industrialização.
• Governo Vargas
o A conjuntura herdada por Vargas pode ser sintetizada pela
volta do processo inflacionário e pela recorrência do
desequilíbrio financeiro do setor público. No setor externo,
as condições favoráveis do café e a mudança da atitude em
relação à América Latina.
o Em decorrência dessa mudança de posicionamento dos
EUA, foi constituída a CMBEU (Comissão Mista Brasil-
EUA) para financiar projetos de desenvolvimento.
o O seu projeto de governo se daria em duas fases: na
primeira haveria a estabilização da economia, com

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equilíbrio das contas públicas e, assim, reduzir a inflação;
na segunda, ocorreriam as realizações e os
empreendimentos.
o A política de comércio exterior dos dois primeiros anos
manteve a taxa de cambio fixa e sobrevalorizada e o regime
de concessão de licenças para importar, ainda que bastante
frouxo nos primeiros sete meses.
o Com os desequilíbrios da balança comercial, o governo
viu-se obrigado a limitar a concessão de licenças. Mesmo
assim, as reservas internacionais de moedas conversíveis se
esgotaram.
o Em 1953, o governo baixou a Instrução 70 da Sumoc
introduzindo mudanças no sistema cambial brasileiro,
como o monopólio cambial do BB, a extinção do controle
quantitativo das importações, a instituição de leilões de
cambio e um sistema de bonificações incidentes sobre a
taxa oficial.
o Vargas ainda estabeleceu um aumento de 100% do salário
mínimo.
• Café Filho

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o A prioridade da política econômica era o enfrentamento da
situação cambial, fruto da queda dos preços do café e do
vencimento de créditos de curto prazo.
o Em 1955 foi baixada a Instrução 113 da Sumoc que
consolidava a legislação anterior e dava autorização à
Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil a emitir
licenças de importação sem cobertura cambial
o A gestão de Gudin no Ministério da Fazenda foi um dos
mais ortodoxos planos de estabilização da história, gerando
ampla crise de liquidez e substancial elevação do número
de falências e concordatas.

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