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Sumário 1
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA.....................................................................................1
DEFINIÇÃO...........................................................................................................................2
IMPORTÂNCIA......................................................................................................................2
BACTERIOLOGIA (estudo das bactérias).................................................................................2
BACTÉRIAS............................................................................................................................2
ESTRUTURA MICROBIANA..................................................................................................2
MORFOLOGIA BACTERIANA..............................................................................................2
CITOLOGIA BACTERIANA...................................................................................................3
Coloração de GRAM..........................................................................................................4
MECANISMO DE REPRODUÇÃO........................................................................................5
Métodos Utilizados para o controle de crescimento bacteriano.........................................7
Métodos Físicos de Controle Microbiano...........................................................................7
Métodos Químicos de Controle Microbiano.......................................................................8
Cultivo e Meios de Cultura.................................................................................................8
BACTÉRIAS CAUSADORAS DE DOENÇAS.......................................................................10
MICOLOGIA (Estudo dos fungos)...........................................................................................10
BREVE HISTÓRICO SOBRE FUNGOS...............................................................................11
TAXONOMIA DE FUNGOS...............................................................................................11
MORFOLOGIA E REPRODUÇÃO DOS FUNGOS............................................................12
IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS...........................................................................................12
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS.....................................................13
RELAÇÃO ENTRE A MICROBIOTA NORMAL E O HOSPEDEIRO..................................13
FLORA MICROBIANA NORMAL........................................................................................14
Microrganismos representativos da microbiota normal humana......................................14
VIROLOGIA............................................................................................................................15
ESTRUTURA E MORFOLOGIA DOS VIRUS......................................................................15
CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS.........................................................................................16
REPRODUÇÃO DOS VÍRUS.............................................................................................16
PRINCIPAS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS..........................................................17
PARASITOLOGIA...................................................................................................................21
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE PARASITOLOGIA......................................................21
CICLO VITAL (ONTOGÊNICO, BIOLÓGICO OU DE VIDA) DOS PARASITAS...............21
ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA......................................................................................22
MECANISMOS DE INFECÇÃO (MECANISMOS DE TRANSMISSÃO).............................22
PERÍODOS CLÍNICOS E PARASITOLÓGICOS.................................................................23
DIAGNÓSTICO....................................................................................................................24
Detecção de formas parasitárias........................................................................................24
PRINCIPAIS GRUPOS DE IMPORTÂNCIA EM PARASITOLOGIA MÉDICA...................25
Protozooses.......................................................................................................................25
Helmintoses.......................................................................................................................35
Nematelmintos (asquelmintos):........................................................................................40
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
DEFINIÇÃO
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Microbiologia e Parasitologia 2
É a ciência que estuda os pequenos seres vivos (organismos microscópicos). Alguns seres são
constituídos de uma única célula (unicelulares) e outros podem ser constituídos por várias
células (pluricelulares). Esta divisão da biologia compreende o estudo das bactérias, fungos,
protozoários, vírus, etc.
IMPORTÂNCIA
Nenhum ser vivo pode fugir da interação com os micróbios. Nós os usamos para ajudar a criar
produtos farmacêuticos, higienizar lixos perigosos e fazer produtos alimentícios. Eles também
podem causar danos a todas as criaturas inclusive o homem, invadindo-os e originando
distúrbios e infecções. Portanto, a compreensão da maneira como eles funcionam é essencial
para a vida na terra.
BACTÉRIAS
-São seres pertencentes ao reino monera;
- Podem ser classificadas em autótrofas, aquelas que conseguem sintetizar seu próprio
alimento e as heterótrofas que precisam recorrer a uma fonte orgânica qualquer para obter
energia.
Exemplo: Muitas bactérias atuam como aliadas dos interesses humanos na agricultura. É o
caso das bactérias que se associam às raízes de leguminosas como: soja, feijão e a ervilha.
Uma vez instaladas nas raízes, as bactérias fixam o nitrogênio atmosférico e o transformam
em sais nitrogenados, que são assimilados pelas plantas.
ESTRUTURA MICROBIANA
MORFOLOGIA BACTERIANA
As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e
arranjo.
- Forma e arranjo:
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Microbiologia e Parasitologia 3
2) Forma de bastonete: são células cilíndricas, que apresentam grande variação no tamanho
(longos e delgados, pequenos e grossos, extremidade reta, convexa ou arredondada).
Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares. Estreptobaci40s: bastonetes agrupados em
cadeias.
. Espírilos: possuem corpo rígido e se movem às custas de flagelos externos, dando uma ou
mais voltas espirais em tomo do próprio eixo. Espíroquetas: São flexíveis e locomovem-se
provavelmente à custa de contrações do citoplasma, podendo dar várias vo4tas completas em
torno do próprio eixo.
CITOLOGIA BACTERIANA
- Citoplasma: é formado por água, ácido nucléico, proteínas (enzimas), carboidratos, lipídeos,
íons inorgânicos.
- Nucleóide: cromossomo circular constituído por uma única molécula de DNA não
delimitado por membrana nuclear.
- Flagelos são organelas especiais de locomoção, constituídas por uma estrutura protéica
denominada flagelina.
- As fímbrias ou "Pili" são organelas filamentosas mais curtas, constituídas por uma proteína
chamada pilina. Tem a função de troca de material genético durante a conjugação bacteriana
(fímbria sexual), e também com a aderência às superfícies mucosas.
- Parede celular: Confere rigidez e forma as células. O tipo de estrutura é responsável pela
divisão das bactérias em quatro grandes grupos (Gram positivas, Gram negativas).
Coloração de GRAM
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Microbiologia e Parasitologia 5
MECANISMO DE REPRODUÇÃO
- As bactérias podem se reproduzir com grande rapidez, dando origem a um número muito
grande de descendentes em apenas algumas horas. A maioria delas reproduz-se
assexuadamente, por cissiparidade, também chamada de divisão simples ou binária; onde,
cada bactéria, divide-se em duas outras bactérias geneticamente iguais, supondo-se que não
ocorram mutações, isto é, alterações em seu material genético. Porem, existem também
formas de reprodução sexuada, na conjugação bacteriana; duas bactérias unem-se
temporariamente através de uma ponte citoplasmática. Uma das células, denominada doadora,
duplica parte do cromossomo e passa para outra célula, denominada receptora, unindo-se ao
cromossomo dessa célula. A célula ficará com constituição genética diferente daquela das
duas células iniciais.
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Microbiologia e Parasitologia 6
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Microbiologia e Parasitologia 7
-Autoclave (vapor sob pressão): É o método mais efetivo de esterilização com calor úmido.
-Pasteurização: Uma alta temperatura é usada por um curto período (75ºc por 15 segundos)
para destruir os patógenos sem alterar o sabor do alimento.
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Microbiologia e Parasitologia 8
- Consistência (presença de Agar). Os meios líquidos são úteis para a obtenção de grande
biomassa de microrganismos e revelação de provas bioquímicas. Os meios semi-sólidos
permitem o crescimento no local de inoculação e a observação da motilidade.
- Os meios sólidos são os mais indicados na obtenção de colônias isoladas (cultura pura).
- Pode ser adicionado sangue, soro animal, glicose, etc., possui o pH de 6,5 a 7,5.
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Microbiologia e Parasitologia 9
- Meios de enriquecimento - são variações dos meios seletivos empregados para se estimular
o crescimento de certos microrganismos exigentes.
- Quando o inoculo (material colocado não meio de cultura), é colocado dentro ou sobre um
meio (Agar), as células são imobilizadas e cada uma irá se multiplicar produzindo uma
colônia isolada.
1. Técnica de esgotamento por estrias: através de uma alça ou agulha de semeadura esgota-se
o material por meio de estrias na superfície do meio.
3. Método de pour-plate: uma suspensão de células é misturada com Agar fundido a 45ºC, que
se verte em uma placa de Petri. Quando o Agar se solidifica, as células são nele imobilizadas e
crescem, formando colônias.
Cultivo de aeróbios
- Após a semeadura em placas ou tubos com meio de cultura, estes são mantidos em estufa a
37º C em presença de oxigênio do ar atmosférico.
Cultivo de anaeróbios
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Microbiologia e Parasitologia 10
- JARRAS DE ANAEROBIOSE: os meios inoculados são colocados em uma jarra juntamente com
um envelope que contém substâncias químicas que geram hidrogênio e dióxido de carbono.
- Heterótrofos por absorção (necessitam de substâncias orgânicas a partir das quais constroem
os seus próprios constituintes orgânicos);
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Microbiologia e Parasitologia 11
processo leva à formação de descendentes geneticamente iguais entre si e aos seus ancestrais,
formando o que podemos chamar clone) e parassexuais ;
- Sua respiração pode ser aeróbia (só ocorre quando há oxigênio) ou anaeróbia facultativa
(tanto na presença quanto na ausência de oxigênio);
- Podem ser encontrados na água, no solo, nos vegetais, nos animais e em detritos.
TAXONOMIA DE FUNGOS
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- Nos fungos a reprodução assexuada pode ser por brotamento (seres unicelulares), por
fragmentação do micélio, onde um micélio se fragmenta originando muitos outros e por
esporulação, acima dos corpos de frutificação estão os esporângios que produzem os esporos,
estruturas imóveis e resistentes a ambientes desfavoráveis. Já a reprodução sexuada requer a
fusão de duas hifas haplóides, quando isso não ocorre, originam-se hifas geneticamente
distintas denominadas dicários.
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Microbiologia e Parasitologia 13
- São causadores de doenças nos homens, nos animais e nas plantas. Nos humanos e nos
animais podem causar alergias respiratórias e cutâneas leves ou intensas, infecções em
mucosas e outros tecidos subcutâneos, como também infecções crônicas e letais.
- Meningite fúngica- É uma inflamação nas meninges, membranas que revestem a medula
espinhal e o cérebro. A doença é causada por fungos Cryptococcus, e o contágio ocorre pela
inalação do ar com pequenas células contaminadas.
- Peniciliose- É uma infecção causada pelo fungo Penicillium marneffei. A doença é
considerada grave, pois pode atingir diversos órgãos vitais do corpo, como o pulmão, os rins e
fígado.
- Histoplasmose - Doença fúngica que atinge, principalmente, o pulmão do paciente infectado.
O fungo Histoplasma capsulatum, causador da doença, é encontrado nas fezes de morcegos e
pássaros, e a doença é transmitida por meio da inalação de esporos do fungo presentes no ar.
- Candidíase- Considera-se candidíase todas as infecções causadas pelas espécies do fungo
Candida. Essas infecções podem ocorrer em diversas áreas do corpo, como a genitália
feminina, genitália masculina, pele, boca e esôfago. Por se tratar de uma doença bastante
comum, muitas pessoas negligenciam o seu tratamento, o que é muito perigoso. A candidíase
pode chegar ao sangue e espalhar-se pelos órgãos vitais, podendo ser fatal.
- Onicomicose- É difícil imaginar que algo simples, como uma micose na unha, pode
representar um grande perigo para sua saúde. A infecção fúngica nas unhas é bastante comum
e deve ser tratada assim que surgirem sintomas como unhas frágeis, deformadas e quebradiças
ou dor nos dedos.
- A maioria das doenças causadas por fungos pode ser preocupante e apresentar risco de
morte, principalmente para pacientes com HIV, pessoas debilitadas e com baixa imunidade.
- Estudando essas relações podemos avaliar a importância do papel e da ação de cada ser
existente sobre os demais e sobre o ambiente.
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PREDAÇÃO: É a relação em que um ser vivo (predador) mata o outro (presa) para alimentar-se.
Ex: Leão x Coelho, cobra x sapo.
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VIROLOGIA
- Os vírus são agentes infecciosos acelulares que, fora das células hospedeiras não possuem
metabolismo próprio, mas dentro delas, seu ácido nucléico torna-se ativo, podendo se
reproduzir.
- O capsídeo pode ou não ser revestido por um envelope lipídico derivado das membranas
celulares.
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- São classificados de acordo com o material genético que possuem, RNA e/ou DNA;
-Vírus de DNA (divididos em vírus de DNA de cadeia dupla e vírus de DNA de cadeia
simples), vírus de RNA (divididos em vírus de RNA de cadeia simples de sentido
positivo, vírus de RNA de cadeia simples de sentido negativo e os vírus de RNA de
cadeia dupla muito menos comuns) e vírus de transcrição reversa (vírus de DNA de
transcrição reversa de cadeia dupla e vírus de RNA de transcrição reversa de cadeia
simples, incluindo retrovírus).
- Podem ser classificados também pelo hospedeiro que ocupam, vírus de plantas, de animais,
de fungos e de bactérias.
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-Praticamente todos os organismos vivos podem ser infectados pelos vírus, animais, vegetais,
fungos, bactérias e protozoários.
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Agente
Doença Forma de transmissão Sintomas Tratamento Profilaxia
Etiológico
Não há cura – O
tratamento
Contato com os
consiste na
seguintes líquidos Educação sexual, uso de preservativos nas relações
Febre, calafrios, dores utilização de
AIDS - Vírus da corporais infectados: sexuais, controle dos bancos de sangue, utilizar
musculares, medicamentos
(Síndrome da Imunodeficiê sangue, esperma, somente seringas descartáveis e não as compartilhar,
aparecimento de ínguas que inibem a
Imunodeficiênci ncia humana secreções vaginais, esterilização de instrumentos cirúrgicos e
no pescoço, náusea, reprodução viral
a Humana) (HIV) leite materno e através odontológicos, evitar a amamentação quando as mães
vômito. e aumentam
da placenta pode são soropositivas.
dessa maneira a
infectar o feto.
sobrevida dos
pacientes.
Vias aéreas (oral e
Não possui.
respiratória); contato
Geralmente o
CATAPORA – Varicela pessoa-pessoa; contato Lesões na pele que Vacinação na infância e evitar contato com pessoas
sistema imune
(VARICELA) zoster com objetos causam ardor e coceira infectadas.
consegue
contaminados com o
eliminar o vírus.
vírus.
Vias aéreas (oral e
Aumento das glândulas
respiratória); contato
Vírus da parótidas (salivares).
pessoa-pessoa; contato
CAXUMBA Parótida Raramente pode Não possui. Vacinação (tríplice viral)
com objetos
infecciosa acometer o sistema
contaminados com o
nervoso e os testículos.
vírus.
DENGUE Vírus da Através da picada da Dores lombares, O tratamento Eliminação de criadouros do mosquito (objetos que
dengue fêmea do mosquito tonteiras, desmaios e consistem apenas acumulem água parada) e utilização de inseticidas e
Aedes aegypti e Aedes febre aguda. Na forma na tentativa de repelentes.
abopictus. hemorrágica causa remediar os
febre alta e súbita, dor sintomas. A
nos olhos e juntas e aspirina é contra-
falta de apetite. indicado por
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Microbiologia e Parasitologia 19
interferir na
coagulação
sanguínea.
Vias aéreas (oral e
respiratória); contato Não existe. Há
Febre, calafrios, dores Evitar o contato com pessoas infectadas, evitar
Vírus pessoa-pessoa; contato medicamentos
GRIPE de cabeça e permanecer por longos períodos em ambientes
Influenza com objetos que aliviam os
musculares. fechados e vacinação.
contaminados com o sintomas.
vírus.
Formação de bolhas e
feridas no tecido
epitelial dos lábios.
Acomete cerca de 90%
da população mundial.
Vias aéreas (oral e A grande maioria das
Utilização de
respiratória); contato pessoas possuem o
Herpes pomadas que Evitar o contato com pessoas que apresentam os
HERPES pessoa-pessoa; contato vírus, mas são
simplex tipo inibem o sintomas e evitar o compartilhamento de copos e
BUCAL com objetos assintomáticas. Os
I desenvolvimento talheres.
contaminados com o sintomas aparecem
viral.
vírus. quando a pessoa
apresenta elevados
níveis de stress,
disfunção hormonal ou
excessiva exposição à
raios solares.
Formação de
ferimentos na base do Utilização de
Herpes pênis e na região pomadas que
HERPES Abstinência sexual quando os sintomas estiverem
simplex tipo Contato sexual externa da vagina. Os inibem o
GENITAL presentes e utilização de preservativos.
II principais sintomas desenvolvimento
são: dor, coceira, ardor viral.
e dificuldade ao urinar.
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Microbiologia e Parasitologia 20
Lesões precursoras do
HPV – câncer no colo uterino, Retirada das
Uso de preservativos nas relações sexuais, realização
(PAPILOMA aparecimento de lesões através de
Vírus HPV Contato sexual. de exames periódicos (papanicolau) para detecção de
VÍRUS verrugas na pele e procedimentos
lesões no útero.
HUMANO) principalmente nos cirúrgicos.
órgãos genitais.
O vírus atinge o
Ingestão de água e sistema nervoso, onde
Poliovírus
alimentos sua multiplicação pode Não possui
(vírus da
POLIOMIELITE contaminados com o levar à destruição de tratamento Não possui cura
paralisia
vírus e contato pessoa- neurônios motores, específico.
infantil)
pessoa. levando a paralisia de
membros.
Vias aéreas (oral e
respiratória); contato Vacinação (tríplice viral), Exame pré-natal em
Surgimento de
Vírus da pessoa-pessoa; contato mulheres grávidas. Vacinação de mulheres que estão
RUBÉOLA manchas vermelhas na Soro.
Rubéola com objetos no período fértil, mas que ainda não estão imunes ao
pele
contaminados com o vírus.
vírus.
Vias aéreas (oral e
Não possui.
respiratória); contato
Febre alta, tosse seca, Geralmente o
Vírus do pessoa-pessoa; contato Vacinação na infância (tríplice viral – sarampo,
SARAMPO aparecimento de sistema imune
sarampo com objetos caxumba e rubéola)
manchas vermelhas. consegue
contaminados com o
eliminar o vírus.
vírus.
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PARASITOLOGIA
- Parasitologia é uma ciência relacionada ao estudo dos parasitas e suas relações com o
hospedeiro, englobando os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda e
Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal.
Parasitoses Infectados
Toxoplasmose 1 – 2 bilhões
Ascaridíase 1 bilhão
Leishmanioses 1 – 2 milhões
- De 60 milhões de óbitos anuais no mundo, 30 milhões são de crianças com idade abaixo de
5 anos e 15 milhões morrem devido à combinação entre má nutrição e infecção intestinal. De
forma que a maioria das infecções parasitárias ocorrem nos países tropicais, devido
principalmente às condições climáticas favoráveis e ao sub desenvolvimento nestas regiões.
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Microbiologia e Parasitologia 22
2- Heteroxeno: Onde são necessários mais de um hospedeiro para que o ciclo se complete,
existindo pelo menos uma forma do parasita exclusivo de um tipo de hospedeiro.
Quando existem dois hospedeiros, é denominado ciclo dixeno (P.e. Gên. Taenia e
Trypanosoma cruzi); entretanto, quando são necessários mais de dois hospedeiros, de ciclo
polixeno (P.e. Gên. Diphyllobothrium).
ESPECIFICIDADE PARASITÁRIA
- É a capacidade que o parasita tem de se adaptar a determinado número de hospedeiros, o que
geralmente acarreta sua maior ou menor dispersão geográfica.
4- Mecanismos particulares: Em alguns casos, para que fique mais claro o real mecanismo de
infecção, empregamos expressões características como:
* Transplacentário
* Transmamário
* Transfusional
* Por Transplantação.
2- Períodos Parasitológicos:
B. Período patente: Período em que os parasitas podem ser detectados, ou seja, podem-se
observar estruturas parasitárias com certa facilidade.
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Microbiologia e Parasitologia 24
DIAGNÓSTICO
- Os sinais e/ou sintomas apresentados pelos hospedeiros humanos infectados, normalmente
não fornecem, como ocorre na maioria das afecções de outra natureza, condições para um
diagnóstico definitivo. Pelo exposto acima, a confirmação da hipótese diagnóstica deve ser
feita através de testes laboratoriais ou mais raramente por outras formas de exames
complementares. Será citado a seguir, de forma geral, os alguns métodos de confirmação
diagnóstica utilizados em Parasitologia Médica.
A. Pesquisa visual:
- Sangue: Exame direto entre lâmina e lamínula: P.e. Trypanosoma cruzi e esfregaço
(distensão delgada) P.e. Gênero Plasmodium; Métodos de concentração: gota espessa (P.e.
Gênero Plasmodium), Strout (T. cruzi); Knott (P.e. Wuchereria bancrofti e Mansonela
oozardi); Filtração em sistema MilliporeM.R. P.e. Wuchereria bancrofti e Mansonela oozardi.
- Fezes: Exame direto entre lâmina e lamímula: Encontro de ovos (P.e. Ancilostomídeos) e
larvas (Strongyloides stercoralis) pertencentes a helmintos e cistos e formas trofozoíticas de
protozoários (Giardia lamblia). Métodos de concentração (P.e. Faust e col; Lutz; Ritchie):
pesquisa de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários e de tamisação em: malha
média (proglotes de Taenia sp) e malha fina (adultos de Enterobius vermicularis).
- Raspado cutâneo: Exame direto entre lâmina e lamínula associado ao uso de clarificadores:
Estágios evolutivos de ácaros causadores da sarna humana (Sarcoptes scabei) e fungos
determinantes de lesões superficiais são as principais indicações diagnósticas por esta técnica.
- Biópsia: Tegumentares (P.e. Gên. Leishmania), Medula óssea (P.e. Gênero Plasmodium) e
retais (válvulas de Houston) no caso de infecção pelo Schistosoma mansoni. Podem ser feitas
mais raramente biópsias de vários tecidos tais como: hepático, esplênico, ganglionar entre
outros.
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Microbiologia e Parasitologia 25
Protozooses
- Protozoários são seres unicelulares, na maioria heterótrofos, mas com formas autotróficas e
com mobilidade especializada.
- Sua forma de nutrição é muito diferenciada, pois podem ser predadores ou filtradores,
herbívoros ou carnívoros, parasitas ou mutualistas.
- A digestão é intracelular, por meio de vacúolos digestivos, sendo que o alimento é ingerido
ou entra na célula por meio de uma "boca", o citóstoma.
Leishmanioses
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- Agente etiológico: A LTA é causada por parasitos do gênero Leismania Ross, 1903. Este
protozoário tem seu ciclo completado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado
(heteroxeno).
- Hospedeiros invertebrados são pequenos insetos da ordem Diptera, família Psycodidae, sub-
família Phlebotominae, gênero Lutzomyia.
Morfologia:
- Promastigotas: formas alongadas em cuja região anterior emerge um flagelo livre. São
encontradas no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura.
- Paramastigotas: formas ovais ou arredondadas com flagelo livre. São encontradas aderidas
ao epitélio do trato digestivo do vetor através de hemidesmossomas.
Ciclo:
- No vetor: o inseto pica o vertebrado contaminado para fazer o seu repasto sanguíneo e
ingere macrófagos contendo as formas amastigotas do parasito. Ao chegarem ao estômago do
inseto, os macrófagos se rompem liberando as amastigotas. Estas sofrem uma divisão binária
e se transformam rapidamente em promastigotas, que se multiplicam ainda no sangue
ingerido, que é envolto pela membrana peritrófica. Esta membrana se rompe no 3º ou no 4º
dia e as formas promatigotas ficam livres. As formas promastigotas permanecem se
reproduzindo por divisão binária, podendo seguir dois caminhos, de acordo com a espécie do
parasito. As leishmanias do “complexo brasiliensis” vão migrar para as regiões do piloro e do
íleo (seção peripilária). Nestes locais elas se transformam de promastigotas para
paramastigotas, aderindo ao epitélio do intestino do inseto. Nas leishmanias do “complexo
mexicana” o mesmo fenômeno ocorre, porém a fixação das paramastigotas se dá no estômago
do inseto. Novamente se transformam em promastigotas e migram para a região da faringe do
inseto. Neste local se transformam novamente em paramastigotas e à partir daí vão se
transformando em pequenas promastigotas infectantes, altamente móveis, que se deslocam
para o aparelho bucal do inseto.
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Microbiologia e Parasitologia 27
- Profilaxia:
- Tratamento:
- Introduzido pelo médico brasileiro Gaspar Vianna, em 1912, com o uso de uma
antimonial tártaro hermético.
- O ciclo é semelhante a da LTA, com o inseto ingerindo as formas amastigotas durante o seu
repasto sanguíneo e sofrendo divisões e transformações dentro do inseto. A figura abaixo
representa o ciclo da LVC:As formas promastigotas injetadas pela picada do flebotomíneo são
fagocitadas por macrófagos, transformam-se em amastigotas e reproduzem-se dentro dos
macrófagos. Quando os macrófagos estão densamente parasitados rompem-se e as
amastigotas são fagocitadas por outros macrófagos.
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Microbiologia e Parasitologia 28
- Aspectos clínicos:
- Reservatórios:
- Profilaxia:
- Combate ao vetor;
- Vacinação.
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Microbiologia e Parasitologia 29
- Ciclo:
- Mecanismos de Transmissão:
- Transfusão sanguínea;
- Transmissão congênita;
- Acidentes de laboratório;
- Transmissão oral;
- Coito;
- Transplantes.
-Profilaxia:
- Combate ao barbeiro;
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Microbiologia e Parasitologia 30
- Vacinação.
Tricomoníase
- Agente etiológico:
- Ciclo de vida: É monoxeno e não possui forma cística, somente a trofozoítica. Reprodução
por divisão binária longitudinal.
- Local da infecção:
- Transmissão:
- Doença venérea, transmitida pela relação sexual e pode sobreviver por mais de um
mês no prepúcio de um homem sadio, após o coito com uma mulher infectada.
Patologia
- Mulher:
- Homem:
- Se sintomática, apresenta como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma
leve sensação de prurido na uretra.
- Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro,
viscoso e pouco abundante, com desconforto para urinar (ardência miccional).
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Microbiologia e Parasitologia 31
- Profilaxia:
- Se um dos parceiros estiver infectado, o outro também tem de ser tratado, prevenindo
a reeinfecção.
Giardíase
- Ciclo:
- A forma aguda se apresenta como uma diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor
fétido, acompanhada de gases, com distensão e dores abdominais.
- Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos
com diarréias virais e bacterianas.
- Profilaxia
- Higiene pessoal;
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Microbiologia e Parasitologia 32
- Tratamento de água;
- Ferver a água;
Amebíase
Classificação
- Filo Sarcomastigophora
- Sub-filo Sarcodina
- Ordem Amoebida
- Família Entamoebida
• Entamoeba histolytica
• E. coli
• E. hartmanni
• E. gingivalis
• Endolimax nana
- Ciclo:
- Profilaxia
- Saneamento básico;
- Educação sanitária;
- Vacinas.
- Tratamento
Toxoplasmose
- Agente Etiológico:
- Morfologia e hábitat:
- Formas:
-Oocisto. É a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às
condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felinos não imunes e
são eliminados ainda imaturos junto com as fezes. Após a esporulação no meio ambiente,
cada oocisto contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.
- Fase assexuada:
- Fase sexuada
- Ocorre somente nas células epiteliais do intestino de gatos e outros felinos jovens
(não imunes). São por isso considerados hospedeiros definitivos. Assim, o gato não imune se
infecta ingerindo oocistos, taquizoítos ou cistos tissulares (quem sabe comendo um rato?),
desenvolverá o ciclo sexuado. Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos, ao penetrarem no
epitélio intestinal do gato sofrerão um processo de multiplicação por endodiogenia e
merogonia, dando origem á vários merozoítos. Alguns merozoítos penetrarão em novas
células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas masculinas e femininas: os
gametócitos, que após um processo de maturação se transformam no gameta masculino
móveis (microgameta) e no feminino imóvel (macrogameta). O macrogameta permanece
dentro da célula epitelial enquanto os microgametas móveis irão sair da sua célula e fecundar
o macrogameta, formando o ovo ou zigoto. Este evoluirá dentro do epitélio, formando uma
parede externa dupla, resistente, dando origem ao oocisto. A célula epitelial se rompe e os
oocistos são liberados na luz do intestino e levados ao meio ambiente pelas fezes, e num
período de quatro dias, ficará maduro com dois esporocistos com quatro esporozoítos cada. O
gato jovem é capaz de eliminar oocistos por um mês, aproximadamente. O oocisto, em boas
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Microbiologia e Parasitologia 35
- Epidemiologia e profilaxia
- Incinerar as fezes dos gatos e trocar a areia das caixas pelo menos uma vez por dia,
para evitar a maturação dos oocistos.
- Tratamento
- Só eficaz na fase aguda, não existindo uma droga eficaz na fase crônica da doença.
Os medicamentos só agem nas formas proliferativas, e não nos cistos tissulares.
Helmintoses
- São um grupo muito numeroso, composto de vários filos, sendo três mais importantes em
termos de parasitologia: Platyhelminthes, Aschelminthes e Acantocephala.
Platelmintos
Esquistossomose
-Introdução:
- Filo Platyhelminthes
- Classe Trematoda
- Schistosoma mansoni
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- Morfologia
- A morfologia do S. mansoni deve ser estudada nas variadas fases do seu ciclo
biológico: adultos (macho e fêmea), ovo, miracídio e cercaria.
- Macho: Mede cerca de 1 cm. Tem cor esbranquiçada, com o corpo coberto de
minúsculas projeções (tubérculos). O corpo pode ser dividido em duas porções: a anterior, na
qual encontramos a ventosa oral e ventosa ventral (acetábulo) e a posterior, onde encontramos
o canal ginecóforo; este é formado por dobras das laterais do corpo para albergar a fêmea e
fecundá-la.
- Fêmea: Mede cerca de 1,5 cm. Tem cor mais escura, devido ao ceco com sangue
semidigerido, com tegumento liso.
- Ovo: Mede cerca de 150 m de comprimento por 60 de largura, com formato oval e na
parte mais larga apresenta uma espícula voltada para trás (fig.7). O que caracteriza o ovo
maduro é a presença de um miracídio formado, visível por transparência da casca. É a forma
normalmente encontrada nas fezes.
- Miracídio: Apresenta forma cilíndrica, com o corpo recoberto de cílios que lhe
permitem a movimentação dentro da água (fig. 8). Possuem “glândulas de penetração” que os
ajudam a penetrar nos moluscos e terminações sensoriais que permitem existir um tipo de
quimiotropismo para os moluscos.
- Cercária: Formada pelo corpo cercariano e a cauda bifurcada (fig.9), possui duas
ventosas: a oral, que apresenta as glândulas de penetração e a ventosa ventral, com a qual a
cercária se fixa na pele do hospedeiro no momento da penetração.
- Ciclo:
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- Sinais e Sintomas
- No momento da contaminação pode ocorrer uma reação do tipo alérgica na pele com
coceira e vermelhidão, desencadeada pela penetração do parasita. Esta reação ocorre
aproximadamente 24 horas após a contaminação. Após 4 a 8 semanas surge quadro de febre,
calafrios, dor-de-cabeça, dores abdominais, inapetência, náuseas, vômitos e tosse seca. O
médico ao examinar o portador da parasitose nesta fase pode encontrar o fígado e baço
aumentados e ínguas pelo corpo (linfonodos aumentados ou linfoadenomegalias). Estes sinais
e sintomas normalmente desaparecerem em poucas semanas. Dependendo da quantidade de
vermes a pessoa pode se tornar portadora do parasita sem nenhum sintoma, ou ao longo dos
meses apresentar os sintomas da forma crônica da doença: fadiga, dor abdominal em cólica
com diarréia intermitente ou disenteria. Outros sintomas são decorrentes da obstrução das
veias do baço e do fígado com conseqüente aumento destes órgãos e desvio do fluxo de
sangue que podem causar desde desconforto ou dor no quadrante superior esquerdo do
abdômen até vômitos com sangue por varizes que se formam no esôfago.
- Tratamento
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- Profilaxia
Teníase e cisticercose
- Na família Taeniidae, dois cestódeos que tem o homem como hospedeiro definitivo e
obrigatório são: Taenia solium e T. saginata, popularmente conhecidas como solitárias.
- A teníase e a cisticercose são entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie
porém em fases da vida diferentes.
- A teníase é estimada em 2,5 milhões em todo mundo e a cisticercose entre 300 mil pessoas
infectadas.
- Morfologia
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- Apresenta quatro ventosas formadas por tecido muscular. A Taenia solium possui um
rostelo (coroa de espinhos) com uma fileira de 25 a 50 acúleos.
- Estróbilo: É o corpo do cestoda, formado pela união das proglotes (anéis), podendo
ter de 800 a mil proglotes e atingir de três metros (T. solium) e oito metros (T. saginata).
-As proglotes são divididas em jovens, maduras e grávidas. Cada proglote tem a sua
individualidade alimentar e reprodutiva. O tegumento das proglotes apresenta microtríquias,
que tem a função de absorver alimentos. Os cestoda se alimentam através da absorção do
alimento do hospedeiro pelo tegumento das proglotes.
- Ovos
- Eles são esféricos e medem cerca de 30m de diâmetro. São constituídos por uma
casca protetora denominada embrióforo e dentro dela encontramos o embrião hexacanto ou
oncosfera, com dupla membrana e três pares de acúleos (espinhos).
- Cisticerco
- Ciclo
- O homem parasitado elimina as proglotes cheias de ovos no meio exterior junto com
as fezes. Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para T. solium e bovino para T.
saginata) ingere os ovos. No estômago, os embrióforos sofrem a ação da pepsina, e no
intestino as oncosferas sofrem a ação dos sais biliares, importantes para a ativação e liberação.
As oncosferas saem de dentro do embrióforo e penetram nas veias mesentéricas, atingindo a
corrente circulatória e sendo distribuído para todos os órgãos e tecidos do corpo. As
oncosferas se desenvolvem em cisticercos em qualquer tecido mole. A infecção do homem se
dá através da ingestão de carne crua ou mal-cozida de porco ou boi contendo cisticercos. O
cisticerco ingerido sofre ação do suco gástrico, desenvagina-se e fixa-se através do escólex, na
mucosa do intestino delgado, onde se transforma numa tênia adulta. Três meses após a
ingestão da larva, inicia-se a liberação de proglotes grávidas. A T. solium pode viver até três
anos no hospedeiro e a T. saginata 10 anos. Estes cestoda liberam de 3 a oito proglotes por
dia. O colo, produzindo novas proglotes, mantém o parasito em crescimento constante.
- Profilaxia
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- Tratamento
- Neurocisticercose
-Cirurgia.
Nematelmintos (asquelmintos):
Ascaridíase
- Ocorre no mundo inteiro, sendo mais comuns em áreas tropicais e subtropicais com baixo
nível de saneamento básico.
- Morfologia
- Hábitat
- Podem ficar presos a mucosa, com o auxílio dos lábios, ou migrar pela luz intestinal.
- Ciclo:
- Do tipo monoxênico.
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- Cada fêmea é capaz de ovipor cerca de 200.000 ovos não embrionados que chegam ao
exterio com as fezes. Na presença de temperatura adequada (25 a 30oC), umidade mínima de
70% e oxigênio, tornam-se embrionados em trinta dias. A larva de 1o estádio ou L1 é
rabditóide e se forma dentro do ovo. Cerca de uma semana após essa larva sofre muda e se
transforma em L2 e após outra muda, se transforma na L3 infectante, com o seu esôfago
rabidtóide. A forma infectante para os humanos é L3 dentro do ovo, que pode permanecer
vários meses no solo antes de ser ingerido pelo hospedeiro. Após a ingestão, os ovos contendo
a L3 atravessam todo o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. A eclosão
ocorre graças a estímulos fornecidos pelo hospedeiro, como presença de agentes redutores, o
pH, a temperatura e principalmente a concentração de CO2. As larvas liberadas atravessam a
parede do intestino, caem nos vasos linfáticos e veias e invadem o fígado. Dois a três dias
após chegam ao coração, através da veia cava inferior ou superior, e em quatro ou cinco dias
são encontradas no pulmão. Cerca de oito dias após a infecção as larvas sofrem mudas para
L4, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde sofrem mudas para L5. Sobem pela
árvore brônquica e traquéia, chegando até a faringe. Daí podem podem ser expelidas com a
expectoração ou deglutidas, atravessando incólumes o estômago e se fixando no intestino,
transformando-se em adultos jovens 20 a 30 dias após a infecção. Em 60 dias alcançam a
maturidade sexual e começam a eliminar ovos que saem pelas vezes. Os vermes podem viver
de um a dois anos.
- Profilaxia
- Educação sanitária;
- Tratamento
Enterobiose
- Conhecido popularmente como oxiúros, devido ao fato que este verme pertencia
anteriormente ao gênero Oxyuris.
- O gênero Enterobius apresenta 17 espécies, todas parasitas de primatas, mas somente uma
atinge o homem, o E. vermicularis.
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- Morfologia
- Ovo:
- Ciclo:
- É do tipo monoxênico, após a cópula os machos morrem e são eliminados nas fezes.
- Profilaxia
- A roupa de dormir do paciente não deve ser sacudida, mas enrolada e lavada em água
fervente.
- Corte rente das unhas, aplicação de pomada mercurial na região perianal ao deitar-se,
banho ao levantar e limpeza doméstica com aspirador de pó.
- Das mais de 100 espécies de Ancylostomidae descritas, apenas três são agentes etiológicos
das ancilostomoses humanas: Ancylostoma duodenale, A. ceylanicum e Necator americanus.
- Ciclo:
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- Controle
- Educação sanitária;
- Utilização de anti-helmínticos;
- Evitar as reinfecções:
- Usar calçados.
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- Tratamento
- O uso destes fármacos deve ser acompanhado por um médico, devido aos efeitos
colateriais.
Larva migrans
- Os animais domésticos e silvestres possuem uma série de parasitos, cujas larvas infectantes
só são capazes de completar o ciclo quando alcançam seu hospedeiro próprio.
- Várias espécies de helmintos e alguns insetos podem causar esta enfermidade, mas
normalmente ela é causada pela larva do Ancylostoma braziliensis e A. caninum.
- Epidemiologia e controle
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- O tratamento pode ser feito de maneira tópica, com cloretila e neve carbônica, que
mata a larva pelo frio, ou pomada a base de tiabendazol, quatro vezes ao dia. No caso de
infecções múltiplas, associa-se o tiabendazol oral ao tratamento tópico.
Estrongiloidíase
- Morfologia
-Esôfago tipo rabditóide, dividido em três porções. Útero com até 28 ovos em
diferentes estados evolutivos.
- Ovos
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- Excepcionalmente os ovos podem ser vistos nas fezes de indivíduos com diarréia
severa ou após a utilização de laxantes.
- Ciclo
- As larvas rabditóides eliminadas nas fezes dos indivíduos podem seguir dois ciclos: o
direto ou partenogenético e o indireto ou de vida livre. Isto ocorre devido à constituição
genética das fêmeas partenogenéticas, que são triplóides (3n) e podem produzir,
simultaneamente, três tipos de ovos, dando origem a três tipos de larvas rabditóides:
- A fase dos ciclos que se passa no solo tem exigências semelhantes ás dos
ancilostomídeos: solo arenoso, umidade alta, temperatura entre 25oC a 30oC e
sombreamento.
- As larvas filarióides não se alimentam e apresentam uma sobrevida menor que as dos
ancilostomídeos, podendo permanecer no solo durante quatro semanas.
- Algumas larvas atingem a circulação sanguínea e através dela chega ao coração e aos
pulmões.
- Controle
- Contato com alimento contaminado por água de irrigação poluída com fezes;
Filarioses
- São vermes finos e delicados, que parasitam os sistemas circulatórios, linfático, tecido
subcutâneo, cavidade peritoneal ou mesentério de um vertebrado, e necessitam de um
hospedeiro invertebrado.
- Das espécies encontradas em nosso meio parasitando humanos, somente Manzonella ozzardi
é originária das Américas, sendo as demais originadas da África e da Ásia.
- Das nove espécies que parasitam humanos, três são encontradas no Brasil: Wuchereria
bancrofti, Manzonella ozzardi e Onchocerca volvulus. A Dirofilaria immitis é encontrada
parasitando cães, mas já foram assinalados casos humanos.
- Morfologia
- Microfilária: Forma também conhecida como embrião. A fêmea grávida faz a postura
de microfilárias, sendo que estas possuem uma membrana extremamente delicada, que
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funciona como uma “bainha flexível”. Mede de 250 a 300 m e se movimentam ativamente na
corrente sanguínea do hospedeiro.
- Larvas: São encontradas no inseto vetor, nas formas L1, L2 e L3, a forma infectante.
- Ciclo
- É do tipo heteroxênico.
- Quando o inseto vetor vai fazer um outro repasto sanguíneo, as larvas L3 escapam
pelo lábio, penetram pela solução de continuidade da pele, migram para os vasos linfáticos,
tornam-se adultos e em sete a oito meses as fêmeas já produzem as primeiras microfilárias.
- Profilaxia e tratamento
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