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O PODER DO EVANGELHO

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus


para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do
grego.Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está
escrito: Mas o justo viverá pela fé.
Romanos 1:16-17

INTRODUÇÃO

I – A NOITE ESCURA DA IRA DE DEUS

A ira de Deus é um conceito que nos vem do AT, e refere-se à hostilidade divina
a tudo que é mau. A ira de Deus comumente designa um conceito escatológico, 1 Ts
1,10 a denomina de ira que há de vir (NVI). Porém, este conceito também abrange o
presente relacionamento entre Deus e os seres humanos no pecado, pois, enquanto
sob o pecado, éramos filhos da ira (Ef 2,3).

Para melhor compreendermos este termo, convém relacioná-lo ao Juízo de


Deus, o dia em que a justiça de Deus será revelada de forma definitiva. Neste dia,
Paulo afirma que Deus retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: vida eterna
aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade;
mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem a verdade e obedecem a
injustiça (Rm 2,6). Isso tanto ao judeu quanto ao não-judeu.

A fim de descrever o horror da ira de Deus aos pecadores, a tradição cristã fez
uso de imagens do AT que se referiam ao Dia do Senhor, o dia do juízo de Deus sobre
os seres humanos. Sobre esse dia o profeta Amós diz em repreensão aos seus
contemporâneos: é dia de trevas e não de luz (5,18b).

Essa imagem também é alimenta por outra referência ao profeta Sofonias, que
diz: aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia alvoroço e desolação, dia de
escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas (1,15). – A ira de Deus é
semelhante a uma noite escura!

Ao lermos as Escrituras devemos levar em consideração que a revelação é um


processo, e não “cai do céu” em meio ao nada, mas se dá em meio as experiências e
expectativas do povo de Deus. Assim aconteceu com a ideia da justiça de Deus. Em
meio à pergunta e anseio pela justiça divina em meio a história dos seres humanos
marcada muitas vezes pelo triunfo dos maus, o Espírito Santo revelou a ideia de
ressurreição. No livro do profeta Daniel encontramos que muitos dos que vivem no pó
da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror
eterno (12,2). Aqui vemos o anseio de que a justiça de Deus não falhará, e Deus haverá
de retribuir a cada um segundo seu procedimento. – Uma justiça retributiva.

Porém, se a nossa salvação depender de nosso proceder, devemos nos


perguntar, é possível sermos salvos ante o juízo justo de Deus? Paulo responde a esta
questão de forma negativa; não! Pois, ninguém será justificado diante dele por obras
da lei (Rm 3,20). E por que não?

Em Rm 1,18-3,20 Paulo faz uma análise da condição dos não-judeus e dos


judeus. Quando aos não-judeus, Paulo afirma que são ímpios e perversos, e suprimem
a verdade pela injustiça (Rm 1,18b NVI). Estes, devido a sua rebeldia, foram entregues
por Deus a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas
inconvenientes, cheios de toda injustiça... (1,28-31).

Os judeus, da mesma forma, mesmo conhecendo a lei de Deus, que é santa


justa e boa, também desonram a Deus pela transgressão da Lei (2,23), e encontram-se
sob a ira de Deus, tal qual os não-judeus. Paulo os descreve em 2,17-23.

Sobre a possibilidade de salvação através da obediência a lei de Deus, Martinho


Lutero, no Capítulo de Heidelberg, em 1518, afirma que “a lei de Deus, mui salutar
doutrina da vida, não pode levar o ser humano à justiça”, pois, embora a lei nos torne
cônscios do pecado, a letra mata (2 Co 3,6).

A conclusão a que Paulo chega é a seguinte: todos, tanto judeus quanto não-
judeus, estão debaixo do pecado (3,9). A imagem desta humanidade sob o pecado é
descrita em 3,11-18. Longe de Deus a humanidade se descaracteriza, e o ser humano
passa a viver do desumano – Diante de Deus, todos são culpados!

Transição: esta é a noite escura sob a ira de Deus. Dela, por nós mesmos, não teríamos
condição de vislumbrar a luz da salvação. Estaríamos condenados a uma noite sem
esperança. No entanto, em Cristo, revela-se...

II – O PODER DO EVANGELHO: A PROMESSA DO RAIAR DO DIA

Ante a ira de Deus a única possibilidade de vislumbrarmos o alvorecer da


salvação repousa exclusivamente em Deus. Sendo assim, a mensagem de Paulo
proclama a justiça de Deus se revela no evangelho (1,17). E em 3,21 ele diz: mas
agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos
profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os
que creem (3,21-22).

A justiça divina se revela em Cristo, e somente pela fé nele somos justificados –


i.é, ante a ira de Deus somos considerados justos em Cristo. Lutero afirma: “justo não é
quem pratica muitas obras, mas quem, sem obra, muito crê em Cristo” (Heidelberg,
1518, Tese 25). Rm 3,28 diz: o homem é justificado pela fé, independentemente das
obras da lei.

A justiça que encontramos em Cristo não é uma justiça retributiva, mas sim
uma justiça justificadora, pois ela nos é atribuída pela fé. Isso se dá através da
redenção que há em Cristo Jesus (3,24b), a fim de que Deus manifestasse a sua justiça
no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em
Jesus (3,26).

Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele
salvos da ira (Rm 5,9). E, em 1 Ts 1,10 afirma que Jesus nos livra da ira vindoura.

Em Cristo somos feitos justos, mediante a fé, e agora temos paz com Deus (Rm
5,1). Antes, nossa única possibilidade de futuro era uma noite de densas trevas, sem
esperança. No entanto, agora, é aberto o nosso futuro em Deus. Se outrora todos
carecemda glória de Deus (3,23), hoje podemos viver na esperança da glória de Deus
(Rm 5,2).

1 Jo 3,2 diz que ainda não se manifestou o que haveremos de ser. No


momento ainda estamos sujeitos aos sofrimentos do tempo presente, porém estes,
segundo Paulo, não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm
8,18). Ainda não vivemos a plenitude da manifestação da glória de Deus em nós.

Hoje aguardamos a redenção do nosso corpo (8,23), quando seremos todos


vivificados em Cristo (1 Co 15,22), a fim de desfrutarmos a nova criação. Aos que
morreram, Deus ressuscitará. Aos que estiverem vivos, transformados seremos todos
(1 Co 15,51).

Quais as garantias da nossa ressurreição ou transformação no futuro de


salvação de Deus? Aqui menciono duas:

1. Em 1 Co 15,23, a respeito da vivificação de Cristo, diz: Cristo, as primícias (1


Co 15,23). Ora, as primícias são apenas os primeiros frutos colhidos,
anunciando uma grande colheita que virá. Jürgen Moltmann, um renomado
teólogo alemão, diz, a respeito da ressurreição de Cristo: Jesus “ressuscitou
antes de todas as outras pessoas e que, com ele, o processo da ressurreição
dos mortos entrou em ação, na medida em que esse mundo da morte e o
mundo vindouro da vida já não estão mais separados como duas épocas
que se contrapõe... o futuro já começou” (O Deus Crucificado, 213). Como a
argumentação a respeito da ressurreição de Jesus em 1 Co 15 baseia-se na
fé da ressurreição escatológica, podemos dizer com base nas palavras de
Paulo no v.13: se Cristo ressuscitou, é certo que ressuscitaremos.

2. A respeito da ressurreição de Jesus, as Escrituras nos dizem que: Cristo


ressuscitou (1 Co 15,14). Mas, como isso se deu? At 10,40 diz: Deus, porém,
o ressuscitou. Romanos 8,11 complementa ao dizer que o Espírito de Deus
ressuscitou a Jesus dentre os mortos. Esse mesmo Espírito habita em nós.
Assim, a habitação do Espírito em nós é nossa garantia/ penhor: Deus nos
selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração (2 Co 1,22b); fostes
selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa
herança, até ao resgate da sua propriedade (Ef 1,13-14)

Transição:Em nós mesmos nada tínhamos, mas fomos justificados em Cristo e selados
com o Espírito da Vida. Ainda vivemos na noite do mundo, porém, na ressurreição de
Cristo, já vislumbramos o romper dos raios da salvação. Paulo diz que a noite está
quase acabando; o dia logo vem... comportemo-nos com decência, como quem age à
luz do dia (Rm 13,12-13). No vislumbre da salvação uma nova vida se nos impõe aqui e
agora!

III – UMA NOVA VIDA SOB A PROMESSA DO RAIAR DO DIA

Justificados em Cristo e habitados pelo Espírito Santo somos colocados por


Deus em uma nova experiência de vida. Rm 6,4 nos desafia: andemos nós em
novidade de vida. A tradução de Eugene Peterson, na Bíblia A Mensagem é
significativa: já que a vida do Espírito é o tipo de vida que escolhemos, convém
lembrar que isso não apenas uma ideia ou um sentimento no coração. Suas
implicações devem ser realidade em cada área da nossa vida.

O Espírito Santo é um espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba,


Pai (Rm 8,15). Ora, se somos filhos de Deus, somos devemos ser guiados pelo Espírito
(8,14). Porém, em direção a que o Espírito nos conduz?
O Espírito conhece as nossas fraquezas, entretanto, em contrapartida Ele
também conhece a vontade de Deus para nós. Para sabermos para onde o Espírito nos
conduz, basta olharmos para o propósito de Deus. Quanto a isso Paulo nos ajuda: aos
que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem
do seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmão (8,29). É com
base nesta vontade que o Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos
inexprimíveis (8,26).

Diante desta realidade, a nossa vida acontece em meio a tensão entre CARNE x
ESPÍRITO. Por carne aqui devemos entender a natureza humana não regenerada, em
rebelião contra Deus, e pautada no egoísmo. E por Espírito, esta nova vida que somos
chamados a viver na tensão da abertura do Reino de Deus – entre seu já e ainda não.

Uma das passagens clássicas que mencionam este conflito encontra-se em Gl 5,


19-21 (as obras da carne) e 22-23 (os frutos do Espírito). Em Rm 1,7-25 Paulo descreve
a experiência de um ser humano escravo do pecado. Porém, no capítulo 8
vislumbramos uma nova realidade, a vida sob o Espírito de Deus. Ainda é luta, porém o
desafio é sermos moldados aqui e agora pelo poder do Espírito, que haverá de
manifestar a sua plenitude em um futuro próximo. Há uma expressão em Hebreus que
parafraseio aqui: viver o hoje provando os poderes do mundo vindouro (6,5).

CONCLUSÃO

Cambé, janeiro de 2014

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