Sei sulla pagina 1di 10

O POTENCIAL USO DO ÓLEO DE AMENDOIM, MORINGA E PINHÃO-MANSO

PARA O SETOR METAL MECÂNICO

THE POTENTIAL USE OF PEANUT, MORINGA AND JATROPHA OILS FOR


INDUSTRY METAL MECHANIC

Milena Chanes de Souza1


Telefone: +55 (12) 3947-6948. E-mail: milena@ita.br
Samir Yuji Sudo Lutif1
Janaina Fracaro de Souza Gonçalves2
Kamila Pereira Cardoso1
Jefferson de Oliveira Gomes1

Resumo: A busca por produtos mais sustentáveis tem motivado o setor metal mecânico a
substituir seus lubrificantes de base mineral por produtos renováveis. A grande demanda por
produtos que causem menores impactos tem apontado os óleos de origem vegetal como
alternativa devido ao seu alto poder de lubrificação. O objetivo do estudo foi buscar maiores
informações sobre o potencial uso do óleo de Moringa para processos de usinagem. Para
avaliar o perfil de ácidos graxos das amostras dos óleos de Amendoim, Moringa e Pinhão-
manso utilizou-se ensaio de cromatografia gasosa. Objetivando analisar o poder de
lubrificação em ensaio aplicado de usinagem (fresamento em material ferroso), utilizou-se a
metodologia de Mínima Quantidade de Lubrificantes – MQL. Este ensaio possibilitou a
avaliação da força necessária para fazer o corte, o consumo de energia gasto durante o
processo e o acabamento superficial da peça. Com a identificação do perfil de ácidos graxos
dos óleos em estudo foi possível notar que eles apresentam em sua composição grande
concentração de ácidos graxos insaturados o que favorece a formação de um biofilme mais
estável e capaz de proteger o sistema peça-ferramenta do desgaste, diminuindo o atrito. Com
este trabalho foi possível concluir que os óleos avaliados apresentam boas capacidades
lubrificantes. No entanto, os óleos de Moringa e Pinhão-manso proporcionaram menores
esforços para a realização do corte, demonstrando grande potencial para a aplicação no setor
metal mecânico.
Palavras-chave: Óleos vegetais. Sustentabilidade. Lubrificantes. Setor metal mecânico

Abstract: The search for more sustainable products has motivated the metal-mechanic
industry to replace its mineral-based lubrication for renewable products. The great demand for
products that cause less environmental impact has pointed to vegetable oils as an alternative
because of their high lubricity. The objective was to gather information about the potential use
of Moringa oil for machining processes. It was used the gas chromatography test to evaluate
the fatty acids profile from Peanut, Moringa and Jatropha oil samples. It was used the
methodology of the Minimum Quantity Lubrication – MQL – aiming to analyze lubrication
power in an applied machining test (ferrous material milling). This test made possible the
evaluation of the necessary cutting force, energy consumption during the process and
workpiece surface finish. With fatty acids profile identification, it was possible to notice a
1
Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, Centro de Competência em Manufatura – CCM,
Praça Marechal Eduardo Gomes, 50, Vila das Acácias, CEP:12228-900, São José dos
Campos/SP - Brasil
2
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Divisão de Engenharia Mecânica,
Avenida dos Pioneiros, 3131, CEP:86036-370, Londrina/PR – Brasil.
large amounts of unsaturated fatty acids in the oil’s composition which favors the formation
of a more stable biofilm, capable of protecting the cutting tool-workpiece system from wear,
reducing the friction. With this study it is possible to conclude that the oils evaluated present
good lubrication capacity. However, the Moringa and Jatropha oils provided less cutting
effort, showing great potential for application in the metal mechanic sector.
Keywords: Vegetable oils. Sustainability. Lubricants. Metal mechanical industry

1. INTRODUÇÃO
A usinagem é um dos processos mais utilizados na manufatura em geral. Trata-se de um
processo que confere forma, dimensões e acabamento superficial de peças, através da
remoção de cavaco com auxilio de uma ferramenta de corte. Os fluidos de corte são utilizados
na usinagem para facilitar a remoção de material, pois auxiliam na redução do atrito
(propriedade de lubrificação) e consequentemente facilitam na refrigeração (Castro, 2010;
Oliveira e Alves, 2007).

Em uma análise mais ampla, a escolha do fluido de corte é fator relevante na usinagem,
como por exemplo, em operações de fresamento de componentes estruturais aeronáuticos,
devido a três funções clássicas dos fluidos de corte: refrigeração do sistema
peça/máquina/ferramenta, lubrificação da interface ferramenta/cavaco e escoamento de
material da região de corte (Gonçalves, 2013). Segundo Diniz et al. (2001); Reis e Abrao
(2005), a propriedade de refrigeração refere-se à alta absorção de calor por parte das peças
estruturais em ligas de alumínio aeronáutico, o que leva a situações de empenamento, caso
não seja aplicado o fluido de corte. Quanto melhor a lubrificação, mais fácil é o escoamento
do cavaco. Como, aproximadamente, 90% de material da peça bruta é retirada em forma de
cavaco para a fabricação de um componente estrutural aeronáutico, a capacidade de facilitar a
retirada de cavaco da zona de corte é um atributo de engenharia que o fluido de corte deve ter.

Machado et al. (2009), relataram que no processo de usinagem, praticamente todas as


energias consumidas são convertidas em calor nas três zonas de cisalhamento (primária,
secundária e terciária). Diante disto, a escolha correta do fluido de corte para o controle da
temperatura na usinagem diminui a possibilidade de retrabalho na peça.

Com foco em fatores sustentáveis, devido à multiplicidade dos efeitos negativos


gerados pela utilização dos fluidos de corte, tais como danos à peça, ao meio ambiente e
agressão à saúde do operador, especial atenção está sendo voltada à seleção eficiente de tais
fluidos de corte, por garantir menores impactos ao meio ambiente (Gomes, 2008).

Aproximadamente 85% dos óleos lubrificantes utilizados são de base mineral. Os óleos
minerais apresentam boa capacidade lubrificante e elevada estabilidade, garantindo uma
prolongada vida útil. Porém, estes produtos podem causar diversos efeitos indesejáveis sobre
a saúde e ao meio ambiente. Fomentando assim, a busca por produtos que causem menores
impactos negativos ao homem e meio ambiente. Pesquisas apontam que os óleos vegetais
provenientes de fontes renováveis possuem grande potencial para substituir os óleos de
origem mineral (Gonçalves, 2013).

Produtos a base de óleos vegetais são constituídos de cadeias longas de carbono e


grande quantidade de ácidos graxos insaturados, características essenciais para um bom
biofilme estável e com alto poder de lubrificação. A formação de uma película lubrificante
garante um menor atrito da peça-ferramenta e consequentemente, um menor desgaste da
ferramenta de corte. Os lubrificantes também desempenham outras funções importantes,
como por exemplo, controle de corrosão, isolamento, transmissão de potência, amortecimento
de choques, remoção de contaminantes e vedação (Stoeterau, 2004; Mang e Dresel, 2007;
Cardoso et al., 2011; Cardoso, 2012).

A presença dos ácidos graxos insaturados está diretamente ligada à estabilidade


oxidativa do produto. Quanto maior a presença no óleo, menor é sua estabilidade química,
indicando maior propensão à oxidação. Por outro lado, sua presença indica melhor
desempenho de lubrificação, requisito essencial para o setor metal mecânico. A porção de
ácidos graxos insaturados encontrados em óleos vegetais não depende somente da espécie da
planta, mas também das condições edafoclimáticas. (Jorge, 2009; Cardoso, 2012; Ramalho e
Suarez, 2013).

Algumas espécies oleaginosas possuem um vasto histórico de pesquisa nas áreas de


produção de óleos e de agroenergia. As culturas de Soja, Girassol, Mamona, Algodão, Colza e
Palma, por exemplo, já são de domínio tecnológico. Já a Moringa, Pinhão-manso, Macaúba,
Tucumã, Inajá e o Babaçu são espécies que ainda demandam estudos (Durães, 2009). Este
desconhecimento tem sido foco de novas pesquisas e vem objetivando o estudo de outros
óleos vegetais para o desenvolvimento de produtos mais sustentáveis, que causem menor
impacto ambiental. O presente trabalho tem por objetivo estudar o potencial lubrificante do
óleo de Amendoim, Moringa e Pinhão-manso para o setor metal mecânico, visando adquirir
maiores conhecimentos tecnológico, assim, contribuindo para a sociedade.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
A extração do óleo de Moringa foi realizada no laboratório de cromatografia adjunto ao
Departamento de Química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. As
análises de cromatografia gasosa foram feitas no laboratório de Bioquímica, do Departamento
de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR do
câmpus de Londrina. Os ensaios de usinagem foram realizados no Centro de Competência em
Manufatura – CCM, laboratório pertencente ao Departamento de Engenharia Mecânica do
Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA.

Para atingir o objetivo proposto do estudo, foi aplicado três diferentes óleos de origem
vegetal (Amendoim, Moringa e Pinhão-manso) na interface ferramenta de corte/peça usinada
utilizando a tecnologia de Mínima Quantidade de Lubrificantes – MQL externo.
Possibilitando verificar o desempenho do óleo de Moringa quando comparados a dois óleos
vegetais conhecidos pela equipe de pesquisa.

A tecnologia de MQL é uma alternativa interessante, porque combina a funcionalidade


da refrigeração com um consumo extremamente baixo de fluidos de corte. Estas mínimas
quantidades de óleo são suficientes em muitos casos, para reduzir o atrito da ferramenta e
ainda evitar as aderências de materiais.

Para este trabalho tomou-se como ensaio referência a usinagem a seco, sem utilização
de nenhum fluido de corte. Os experimentos seguiram a metodologia conforme mostra a
Figura 1.
Figura 1 - Metodologia para avaliar o potencial do óleo de Moringa para o Setor Metal Mecânico.

2.1. Óleos Vegetais


Os óleos vegetais de Pinhão-manso e de Amendoim foram utilizados devido ao seu alto
poder de lubrificação em processos de usinagem, resultados já alcançados pelo grupo de
pesquisa (Cardoso, 2012; Gonçalves, 2013; Rodrigues et al., 2013; Souza et al., 2013). Os
óleos vegetais utilizados no estudo foram isentos de adição de qualquer aditivo, objetivando
estudar o potencial das bases oleosas. Foi necessário cerca de 50 mL de cada óleo vegetal para
estudar a relação do poder de lubrificação, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 - Amostras de óleos vegetais utilizados nos ensaios de usinagem.

O óleo refinado de Amendoim da marca Sementes Esperança foi adquirido


comercialmente. O óleo de Moringa foi obtido pelo método de extração por solvente
(Soxhlet), com sementes oriundas de Brejo Alegre, SP. O óleo refinado de Pinhão-manso da
região de Campina Grande/PB foi doado pela empresa SADA bioenergia. E os perfis de
ácidos graxos dos óleos vegetais foram avaliados por cromatografia gasosa, utilizando um
cromatógrafo de gás CG-15.
Para avaliar potencial do óleo de Moringa no setor metal mecânico optou-se em realizar
ensaios de fresamento em Ferro Fundido Vermicular – CGI com insertos de metal duro da
marca Sandvik Coromant® (Figura 3A). Utilizou-se um centro de usinagem Romi D800
(Figura 3B) equipado com sensor para medir grandezas elétricas da marca KRON (Figura 3C)
e plataforma piezelétrica da marca Kistler® (Figura 3D).

Figura 3 - A) Fresa e inserto de metal duro, B) Centro de usinagem Romi D800, C) Sensor para medir
grandezas elétricas com rotina em LabVIEW e D) Plataforma piezelétrica para medir força de corte.

Para aplicar o óleo na interface ferramenta de corte e peça usinada, utilizou-se um


equipamento de Mínima Quantidade de Lubrificante – MQL externo com vazão de 150 mL/h.
Este nebulizador modelo IV da empresa Quimatic Tapmatic possibilitou pulverizar o óleo
puro para avaliar seu potencial de lubrificação em ensaios de máquina-ferramenta, conforme
mostra Figura 4.

Figura 4 - A) Máquina-ferramenta equipada com o equipamento de Mínima Quantidade de Lubrificantes - MQL


externo e B) Reservatório para adição de óleos lubrificantes.

Para avaliar o potencial de lubrificação, escolheu-se um parâmetro de corte com alta


velocidade e baixo avanço. Pois, a ferramenta de corte fica maior tempo em contato com a
peça, necessitando de maior lubrificação. O parâmetro de corte adotado como padrão foi de
velocidade de corte (vc) de 200 m/min, avanço por dente (fz) de 0,1 mm/dente, profundidade
de corte (ap) de 0,5 mm e com 40% da ferramenta trabalhando (ae), sendo que a ferramenta de
corte possui diâmetro de 50 mm.
O ensaio consistiu em usinar um comprimento linear de 217 mm do corpo de prova
teste de CGI, totalizando cerca de 103 segundos de corte para cada ensaio. Os sensores
instalados na máquina ferramenta possibilitaram a aquisição de dados de potência trifásica
ativa e de força nos eixos x e y. Também se analisou o acabamento superficial da peça
usinada com um rugosímetro da marca Mitutoyo. Os dados de força e grandezas elétricas são
salvos em formato (.txt), porém analisou-se em Excel. Este procedimento foi repetido para
cada ensaio utilizando MQL com óleo de Amendoim, Moringa e Pinhão-manso e a seco.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados de perfil de ácidos graxos dos óleos vegetais em estudo, pode-se
observar que o óleo de amendoim apresenta aproximadamente 50% de ácidos graxos
insaturados, seguido pelo da Moringa com 82% e Pinhão-manso com 90%, estão apresentados
na Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3, respectivamente. De acordo com a literatura pode-se
observar que amostras oriundas de outras regiões com condições edafoclimáticas diferentes,
bem como, o método de colheita, armazenamento e extração dos óleos, podem influenciar
diretamente no perfil final de ácidos graxos (Cardoso, 2012). Como por exemplo, o óleo de
Pinhão-manso da região de Pelotas/RS que possui cerca de 70,5% de ácidos graxos
insaturados. (Lemões et al., 2011).

Tabela 1: Perfil de ácidos graxos do óleo de Amendoim.


Óleo de Amendoim
Ácidos Graxos Estrutura Valores de Referência (%)
Ácido Mirístico C14:0 < 0,6
Ácido Palmítico C16:0 6,0 - 16,0
Ácido Palmitoleico C16:1 < 1,0
Ácido Margárico C17:0 < 0,1
Heptadecenoico C17:1 < 0,1
Ácido Esteárico C18:0 1,3 - 6,5
Ácido Oleico (Omega 9) C18:1 35,0 - 72,0
Ácido Linoleico (Omega 6) C18:2 13,0 - 45,0
Ácido Linolênico (Omega 3) C18:3 < 0,3
Ácido Araquídico C20:0 1,0 - 3,0
Ácido Eicosenoico C20:1 0,5 - 2,1
Ácido Behênico C22:0 1,0 - 5,0
Ácido Erúcico C22:1 < 0,3
Ácido Lignocérico C24:0 0,5 - 3,0
Ácidos Graxos Insaturados ~50
Tabela 2: Perfil de ácidos graxos do óleo de Moringa.
Óleo de Moringa
Ácidos Graxos Estrutura Valores de Referência (%)
Ácido Miristico C14:0 0,1
Ácido Palmítico C16:0 6,0
Ácido Palmitoleíco C16:1 1,3
Ácido Esteárico C18:0 3,4
Ácido Oléico C18:1 78,77
Ácido Linoleico C18:2 0,49
Ácido Linolenico C18:3 0,13
Ácido Araquidico C20:0 2,46
Ácido Gadoleico C20:1 1,71
Ácido Behenico C22:0 5,59
Ácido Ligonocerico C24:0 0,06
Ácidos Graxos Insaturados 82

Tabela 3: Perfil de ácidos graxos do óleos de Pinhão-manso.


Óleo de Pinhão-manso
Ácidos Graxos Estrutura Valores de Referência (%)
Ácido Mirístico C14:0 0,156
Ácido Palmítico C16:0 0,86
Ácido Palmitoleico C16:1 12,675
Ácido Esteárico C18:0 0,774
Ácido Oleico (Ômega 9) C18:1 5,6
Ácido Linoleico (Ômega 6) C18:2 36,354
Ácido Linolênico (Ômega 3) C18:3 35,02
Ácidos Graxos Insaturados 90

Notou-se que os óleos de Pinhão-manso e Moringa possuem maior presença de ácidos


graxos insaturados, indicativo que podem ser melhores lubrificantes. Porém, com estabilidade
oxidativa menor, indicando a necessidade de adicionar aditivos antioxidantes. Os resultados
de lubrificação podem ser observados nos ensaios de fresamento, pois a Força de corte média
foi menor para o processo de usinagem quando pulverizado óleo de Moringa e Pinhão-manso
na interface ferramenta de corte e peça. E como era de se esperar, o corte a seco, sem o uso de
óleos lubrificantes, apresentou uma Força de corte superior aos ensaios com a utilização de
lubrificantes vegetais. Confirmando que a força necessária para cortar o ferro fundido é menor
utilizado um óleo lubrificante de base vegetal quando comparado à usinagem a seco.
Também foi possível analisar o consumo energético para fazer o corte na peça, sem
levar em consideração o consumo de ar comprimido utilizado para gerar a névoa de óleo do
MQL. Notou-se que o consumo energético para cortar o material ferroso também foi menor
quando utilizado o lubrificante natural, principalmente os óleos de Moringa e Pinhão-manso
com maior presença de ácidos graxos insaturados. Esse maior potencial de lubrificação
também refletiu no acabamento superficial das peças apresentando menores valores de
rugosidade média, apresentado na Tabela 4. Para melhor observação foram confeccionados
gráficos comparativos do desempenho de usinagem, conforme mostra Figura 5.
Tabela 4: Resultado comparativo da usinagem de Ferro Fundido Vermicular a seco e quando utilizando MQL
com óleo de Amendoim, Moringa e Pinhão-manso.
MQL
Dados Seco
Amendoim Moringa Pinhão-manso
Força de corte média (N) 110,16 108,64 108,58 116,81
Consumo energético (Wh) 5,76 5,41 5,60 6,16
Rugosidade - Ra (µm) 0,14 0,14 0,14 0,17

Figura 5 - Resultados dos ensaios de usinagem a seco e com MQL utilizando óleos vegetais.

As cadeias carbônicas longas dos óleos vegetais e os ácidos graxos insaturados


favorecem a formação de um biofilme mais estável e capaz de proteger o sistema peça-
ferramenta de corte, quando comparado a um óleo mineral. Este benefício pode ser notado
nos ensaios de usinagem com os óleos vegetais aplicados por MQL externo, apresentado na
Figura 6. Este estudo pode ser considerado preliminar para demonstrar o potencial do óleo da
moringa para o setor metal mecânico. Os lubrificantes de corte requerem um maior estudo
quanto a modificações químicas que melhorem os poderes de lubrificação e aumentem sua
estabilidade oxidativa.

Figura 6 - Ensaios de fresamento com MQL utilizando óleos vegetais.


4. CONCLUSÕES
Com o presente estudo pode-se concluir que os óleos vegetais estudados apresentaram
boas capacidades lubrificantes quando aplicados na interface ferramenta de corte/peça
usinada. Dentre os óleos avaliados, o de Moringa e Pinhão-manso resultaram em menores
esforços para a realização do corte, demonstrando grande potencial como óleo lubrificante
para o setor metal mecânico. Novos estudos estão sendo desenvolvidos pelo grupo de
pesquisa visando aplicar os óleos vegetais estudados em outros processos de usinagem e ligas
metálicas, além de caracterizações físico-químicas.

6. AGRADECIMENTOS
A contribuição da equipe multidisciplinar (Centro de Competência em Manufatura no
Instituto Tecnológico de Aeronáutica - CCM/ITA, Universidade Tecnológica Federal do
Paraná- UTFPR e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN), a empresa
SADA bioenergia pelo fornecimento do óleo de Pinhão-manso, a empresa SANDVIK pelo
fornecimento das ferramentas de corte e ao CNPq pelo aporte financeiro, estrutural e técnico
viabilizando o estudo.

7. REFERÊNCIAS
CARDOSO, K. P.; SOUZA, J. F.; SOUZA, M. C.; KAWACHI, E. Y.; GOMES, J. O.
Caracterização do óleo de Pinhão-manso como base para fluidos lubrificantes. II
Congresso Brasileiro de Pesquisas de Pinhão-Manso. Brasília, 2011.
CARDOSO, K. P. Óleo de Pinhão-manso e fluido de corte emulsionável: estabilidade
oxidativa e propriedades lubrificantes. Tese de mestrado – Instituto Tecnológico de
Aeronáutica, São José dos Campos, Brasil. 108f., 2012.
CASTRO, A. F. D. Reaproveitamento dos resíduos de usinagem: estudo de caso na indústria
automotiva. Trabalho de conclusão de curso – Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, Brasil, 68f., 2010.
DINIZ, A. E., MARCONDES, F. C. E COPPINI N. L. Tecnologia da usinagem dos
materiais. v.4, São Paulo, Brasil, 2001.
DURÃES, F. O. M. Pinhão-manso (Jatropha curcas L): PNPB – Óleos e Resíduos.
Audiência Pública do Senado Federal. Alternativas para a Produção de Biodiesel –
Pinhão-manso. Brasilia, DF, 2009.
GOMES, R.C.; PIUBELI, F.A.; BIANCHI, E.C., ARRUDA, O.S.; THOMÉ, R., AGUIAR,
P.R. Correlações entre baixas temperaturas e o controle da confirmação
microbiológica nos fluidos de corte. Revista Iberoamericana de Ingeniería Mecânica. v.
12, p. 35-41, 2008.
GONÇALVES, J. F. S. Proposição de método de desenvolvimento de fluido de corte de base
vegetal. Tese de doutorado - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos
Campos, Brasil. 223f., 2013.
JORGE, N. Química e Tecnologia de Óleos Vegetais. São Paulo: Cultura Acadêmica:
Universidade Estadual Paulista, Pró-Reitoria de Graduação, 165 p., 2009.
LEMÕES, J. S.; POTES, M. L.; OLIVEIRA, R. J. P.; LMÕES, L. S.; SILVA, S. D. A.
Determinação do teor de óleo e perfil graxo de acessos de Pinhão-manso na
EMBRAPA clima temperado. II Congresso brasileiro de pesquisas de Pinhão-manso.
Brasília, 2011.
MACHADO, A.R.; COELHO, R.T.; ABRÃO, A.M.; DA SILVA, M.B. Teoria da Usinagem
dos Materiais. 8ª ed. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2009, 384 pp.,
ISBN: 9788521204527.
MANG, T.; DRESEL, W. Lubricants and lubrication. Wiley-VCH Verlag Gmbh, 2nd Ed.,
Weinheim, Germany, 2007, 850 p.
ALVES, S. M.; OLIVEIRA, J. F. G. Adequação ambiental dos processos usinagem utilizando
Produção mais Limpa como estratégia de gestão ambiental. Prod.[online], vol.17, n.1,
p. 129-138. ISSN 0103-6513, 2007.
RAMALHO, H. F.; SUAREZ, P. A. Z. A química dos óleos e gorduras e seus processos de
extração e refino. Revista Virtual Química, vol 5, No.1, p. 2-15, Niterói, Rio de Janeiro,
2013.
REIS, D. D.; ABRÃO, A. M. The machining of aluminium alloy 6351. J. Engineering
Manufacture, v. 219, p. 27-33, 2005.
RODRIGUES, M. M.; LUTIF, S. Y. S.; SOUZA, M. C.; CARDOSO, K. P.; BORILLE, A.
V.; KAWACHI, E. Y. Avaliação de óleos vegetais e derivados. 15º Congresso de
Tecnologia da Fatec, São Paulo, 2013.
SOUZA, M. C.; LUTIF, S. Y.; GONÇALVES, J. F. S.; KHOURI, S.; GOMES, J. O.;
BORILLE, A. V. Importance of microbiological control in the management of cutting
fluid. 22nd International Congress of Mechanical Engineering, Ribeirão Preto, São
Paulo, Brasil, 2013.
STOETERAU, R. L.; LEAL, L. C. Apostila de Tribologia. Departamento de Engenharia
Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

Potrebbero piacerti anche