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CRISE E CRÍTICA
O limite interno do capital e as fases do definhamento do
marxismo.
Um fragmento. Segunda parte
Não pode passar em claro que uma tal subjectivação da crise, que
seria posta em cena como “encenação” consciente, dá o flanco às
famigeradas teorias da conspiração, cujo cerne histórico consiste
na síndrome anti-semita. Apontar este contexto não tem nada a ver
com uma denúncia barata; ele resulta involuntariamente da
ideologia de uma pretensa superação da “contradição em
processo” através da sua redução a relações imediatas de vontade
e de poder. Se “o capital”, através das suas instâncias centrais de
poder e fracções dominantes, encena conscientemente a crise, isso
só é verdadeiramente pensável em concreto se para esse fim são
puxados os cordelinhos atrás dos bastidores, ocorrem acordos
secretos e se impõem decisões de poder assim construídas,
incluindo uma interpretação mediática também urdida
clandestinamente. (19)
Mas, uma vez que já não existe qualquer conceito crítico da forma
comum da vontade, a falsa imediatidade vira-se num constructo
absurdo, como se vê já nas abordagens de Hardt/Negri e mais
claramente nas de Holloway: os dois sujeitos da vontade que se
batem um contra o outro transformam-se às escondidas num único
do qual o outro incompreensivelmente é posto fora de si. O sujeito
criador divinizado verdadeiramente abrangente (“classe”,
“multitude”, “NÓS”) é simultaneamente o seu próprio contrário,
com o que se volta implicitamente aos velhos temas literários do
sósia ou da sombra autonomizada e à estrutura esquizofrénica da
consciência (21), cuja remissão imanente à constituição de fetiche
fica por tematizar (e é mesmo explicitamente rejeitada). Não há
assim nenhuma solução analítica e conceptual do enigma, mas
apenas a mistificação de um meta-sujeito da vontade paranóico,
que se entrega à adoração laudatória.
NOTAS
Nota do tradutor
Bibliografia
Kurz, Robert (2003 b): Tabula Rasa. Wie weit soll, muss oder
darf die Kritik der Aufklärung gehen? [Tabula Rasa. Até onde é
desejável, obrigatório ou lícito que vá a crítica ao Iluminismo?],
Krisis 27, Bad Honnef; reimpressão em Kurz 2004
Kurz, Robert (2007): Grau ist des Lebens goldner Baum und
grün die Theorie. Das Praxis-Problem als Evergreen verkürzter
Gesellschaftskritik und die Geschichte der Linken [Cinzenta é a
Árvore Dourada da Vida e Verde é a Teoria. O problema da práxis
como evergreen de uma crítica truncada do capitalismo e a história
das esquerdas], Exit! 4, Bad Honnef
Löw, Konrad (1996): Der Mythos Marx und seine Macher. Wie
aus Geschichten Geschichte wird [O Marx mítico e os seus
fazedores. Como a história se faz de histórias], München
Werder, Lutz von (2009): Geht die Welt unter – und wenn ja,
warum? Kritik des apokalyptischen Bewusstseins [O mundo vai
acabar – e, se sim, quando? Crítica da consciência apocalíptica],
Milow