Sei sulla pagina 1di 6

1

Grande Oriente do Brasil


Grande Oriente do Distrito Federal
Loja Maçônica Acácia do Planalto nº 1.635 - Estrela da Distinção Maçônica
Apr Francisco Celso de Melo Murta

INFERNO DAS PAIXÕES

Descer a um inferno interior é buscar um


conjunto de valores – pedra cúbica – que
“se forma no centro do ser pensante,
quando ele toma consciência da certeza
fundamental em torno da qual se
realizará a cristalização construtiva do
Templo de suas convicções”, conforme
Oswald Wirth nos ensina em seu livro
“Os Mistérios da Arte Real – Manual do
Adepto”,

BRASÍLIA, MARÇO DE 2017.


2

Este caminhar exige um primeiro passo: definir para se conhecer o que seja
Inferno das Paixões, inferno interior, terreno fértil, dormente, a partir de onde pode
germinar um grão de trigo; ao soltar sua tênue casca de proteção ou máscara; persona
ou phersu.

Uma precisão nessa definição nos conduz a uma certeza de que a “descida ao
Inferno das Paixões”, ou interior, é o nosso âmago. O nosso mais profundo
relacionamento entre o corpo e a alma, ou seja, a essência do sopro de Deus agindo num
corpo efêmero.

Descer a um inferno interior é buscar um conjunto de valores – pedra cúbica ou


polida – que “se forma no centro do ser pensante, quando ele toma consciência da
certeza fundamental em torno da qual se realizará a cristalização construtiva do Templo
de suas convicções”, conforme Oswald Wirth nos ensina em seu livro: “Os Mistérios da
Arte Real – Manual do Adepto”, página 59.

A referência infernal é delimitada pelas paixões, as inquietudes, os preconceitos,


os erros, a ganância, a ambição do poder centralizador, as vaidades, os egoísmos, a
insensibilidade, a intolerância, os vícios, o orgulho, a preguiça, a cólera, a inveja, a gula,
a luxúria, a avareza. Tudo isso em contrapartida a uma incessante busca interior, que
queima e ardem no calor infernal extremo do coração através da pureza, da superação e
do domínio dessas “qualidades negativas” que, de forma incessante e reiterada, se
mantêm arraigadas no ser humano e impedem a ascensão e compreensão do espírito
interior quanto ao seu destino e designíos, traçados pelo Criador. Destino este que deve
ser trilhado pelo livre arbítrio individual e pela livre consciência do que seja justo e
perfeito. É uma busca solitária e única, feita à sua própria sombra, proporcionada por
ações externas e iniciáticas intencionais que possibilitam a autoaprendizagem e a busca
incessante, o que gera um turbilhão frenético de emoções e pensamentos adormecidos
no âmago interior.
“... E toda planta do campo antes que houvesse na terra e toda erva do campo
antes que germinasse; porque não tinha feito chover o Eterno Deus sobre a
terra, e homem não existia para cultivar a terra. E vapor subia da terra e
regava toda a face da terra. E formou o Eterno Deus ao homem (Adám), pó
da terra, e soprou em suas narinas o alento da vida; e foi o homem alma
viva...” (Gênesis, 2,5. Torá).

Ao despertar, iniciaticamente, com a Luz da Verdade, o homem regressa à sua


origem primitiva de barro exposto ao vapor intenso que “subia da terra e regava toda
3

a face da terra”, no momento de sua criação. É um sentimento intenso, muito intenso.


Pois, é “criado à Sua Imagem” e formado homem com a “semelhança espiritual” à de
Deus. Uma demonstração da “imortalidade do homem” (Nachmânides, 1194-1270).
“Enquanto outros opinam que esta sentença se refere ao fato de que só o homem possui
autoconsciência, isto é, ele sabe que vive e que deve morrer. Geralmente é aceita a
interpretação de Rachi, que entende nesta expressão “o privilégio do raciocínio”, a
capacidade de observar a realidade e deduzir conclusões racionais”.(Rabino Menahem
M.Diesendruck-Sermões-1978).

É nesse contexto de vapores sulfúricos que se encontra o neófito à busca de suas


paixões interiores e infernais. Isolado com a sinceridade, a coragem e a perseverança de
sua própria sombra. Um fervor intenso diante da perplexidade da Luz que se lhe
apresenta.
“A Força, incontrolada ou mal controlada, não é apenas desperdiçada no
vazio, tal como a pólvora queimada a céu aberto e o vapor não confinado
pela ciência; mas, golpeando no escuro e seus golpes atingindo apenas o ar,
ricocheteia e se auto atinge. É destruição e ruína. É o vulcão, o terremoto, o
ciclone, não crescimento ou progresso. É Polifemo cego, batendo sem
direção, precipitando-se entre as rochas pelo ímpeto de seus próprios golpes.
A Força cega do povo é uma Força que deve ser economizada e também
controlada, como a Força cega do vapor, que levanta os poderosos braços
de ferro e gira as grandes rodas, é feita para furar e tornear o canhão e
para balançar o laço mais delicado. Precisa ser regulada pelo Intelecto. O
Intelecto é para as pessoas e para a Força das pessoas o que a delicada agulha
da bússola é para o navio – sua alma, sempre orientando a enorme massa de
madeira e ferro, e sempre apontando para o norte. Para atacar as cidadelas
construídas por todos os lados contra a raça humana por superstições,
despotismos, preconceitos, a Força deve ter um cérebro e uma lei. Então, ela
ousa conquistar resultados permanentes, e aí há progresso real. E
acontecem conquistas sublimes. O Pensamento é uma força e a filosofia
deve ser uma energia, encontrando seu alvo e seus efeitos no
aprimoramento da humanidade. Os dois grandes motores são a Verdade
e o Amor. Quando todas estas Forças se combinam, guiadas pelo Intelecto,
reguladas pela RÉGUA do Direito e da Justiça, e com movimento e esforço
combinados e sistemáticos, a grande revolução para a qual as eras se
prepararam e começaram a marchar. O PODER da Própria Divindade está
em equilíbrio com Sua SABEDORIA. Em consequência, o único resultado é
a Harmonia.” (Moral e Dogma do REAA. Albert Pike-2002).

Essa busca interior, na lapidação da pedra bruta, direciona os esforços individuais


pela sabedoria moral. Esta se inicia no Jardim do Éden. A serpente tomou o fruto
proibido da árvore da Sabedoria e deu a Eva, que por sua vez deu a Adão e ambos
comeram dela.
“O Homem recebeu o poder de escolha. É neste domínio de escolha, do livre
arbítrio e de sua consciência responsável, que se trabalha para alcançar a
filosofia moral. (Manual do Councelor Candidato”, VOL. 19, INVERNO
1998, Nº 8; Páginas 228, 229, 230 e 231- Grande Loja F & AM de Ohio-
EUA).
4

Quando Deus soube disso, expulsou-os do jardim porque, tendo comido do fruto
proibido, tinham se tornado em parte como Deus.
"E o Senhor Deus disse: 'Eis que o homem se tornou como um de nós,
conhecendo o bem e o mal." (Gênesis 4,22).

Conforme o pensamento Hermetista, Visita Interioria Terrae Rectificando


Invenies Occultum Lapidem - vitriol, é a busca de seu próprio interior, a fim de se
descobrir, se corrigindo e se aprimorando, à busca da sua própria Pedra Filosofal
escondida pelos Sábios. Descer ao Inferno das Paixões é encontrar e desbastar a pedra
bruta das qualidades inferiores transformando-as em sua própria pedra polida, que se
forma no centro (lado esquerdo e inferior do coração) do ser pensante, quando se toma
consciência da certeza fundamental em torno da qual se realizará a cristalização
construtiva do Templo de suas convicções.

É na Câmara de Reflexões, expressão do “Ovo Hermético”, fechado, onde o


neófito é levado a se decompor e a nascer, através da germinação lenta e gradual da
alma, como a casca de trigo, impulsionado por um correto e intencional processo
iniciático e pela internalização de questionamentos expressos nas paredes da longa e
escura noite dos tempos e da evolução:
Se é a curiosidade que aqui te conduz, vai-te.
Se temes ser esclarecido sobre teus defeitos, estarás mal entre nós.
Se és capaz de dissimulação, treme, serás descoberto.
Se te aténs às distinções humanas, sai; aqui não se reconhece nenhuma delas.
Se tua alma sente pavor, não vá mais longe.
Se perseverares, será purificado pelos elementos, sairás do abismo das trevas, verás a luz.

O neófito recolhido e aprisionado, sob uma luz mística, é levado a esquecer


completamente o mundo exterior e voltar-se sobre si mesmo atingindo o mais profundo
de sua consciência interior, despojado de todos os metais vis que descrevem as
qualidade negativas e interiores: o ouro(orgulho), a prata(preguiça), o ferro(cólera), o
mercúrio(inveja), o estanho(gula), o cobre(luxúria), o chumbo(avareza). Ao responder,
com sua própria alma, indagações sobre os deveres do homem em relação a Deus, a ele
mesmo e a seus semelhantes, se inicia o turbilhamento interior e filosófico de sua
existência efêmera ante sua responsabilidade com o meio que vive e que convive. É o
próprio calor extremo das chamas do inferno de suas paixões que se arde em seu interior

Assim, o dever individual do neófito em relação a Deus é o de se conformar à Sua


Vontade e Desígnios, de associar-se à Sua obra de criação eterna, de ser o obreiro dócil,
5

enérgico e inteligente do Arquiteto, que dirige a evolução e assegura o progresso. Além


de se desenvolver pela instrução, aplicação ao trabalho e ajudar os semelhantes,
conhecidos ou não, a instruírem-se e a trabalharem contentes e satisfeitos.

Nesta descida ao Inferno das Paixões, resta tão somente a própria força e a própria
energia ativa do neófito. Para buscar, com sinceridade, os pontos fortes e promover o
florescimento das qualidades conquistadas. Deve se familiarizar-se com o sentir, com o
agir e com o pensar. Deve, o neófito, refletir e praticar. Obedecer às leis do país. Viver
segundo os ditames da honra. Praticar a Justiça, amar o próximo como a si mesmo.
Trabalhar incessantemente pela felicidade do gênero humano e para conseguir a sua
emancipação progressiva e pacífica. Afastar-se do desejo, da ambição e da cobiça.
Conhecer a si próprio e morrer para as ambições deletérias da vaidade, do vício e do
orgulho. Seu objetivo não é outro senão o do seu aperfeiçoamento moral e espiritual e
da sociedade em que vive: calar, escutar, observar, meditar e praticar com sua
responsável e livre consciência. Sem procurar agradar ou massagear o ego alheio. Pois
quando as decepções, as tristezas, os infortúnios, as incompreensões, o cansaço, a rotina
diária, a desilusão, os desapontamentos chegarem, a base moral e intelectual do neófito
deve estar sólida, pois estará – também – sozinho com seus próprios valores e seu livre
arbítrio para decidir o caminho a seguir. Base esta construída sobre seu próprio
pensamento, sua atitude e exclusivas decisões a partir do cumprimento dos seus deveres
de ser responsável, presente, atuante, participativo, fraterno, preocupado com o bom
desempenho da Ordem. Agindo sempre pela geometria do compasso. Usando a régua
para medir seus limites. O esquadro para endireitar o caminho. O nível para equilibrar
as emoções. O prumo para alinhar o caráter. O Maço para expressar sua força de
vontade e, principalmente, o cinzel para agir com sabedoria: prudência, perseverança,
paciência, prontidão, percepção, tolerância e perfeição.

Somente após a descida áspera, íngreme e difícil ao Inferno das Paixões, à custa
de sua própria sombra, retornando com sua própria Pedra Filosofal, pode-se, o neófito,
despertar para uma vida mais rica e bela na filosofia da Arte Real.

À Glória do Grande Arquiteto do Universo, Deus.


6

OBRAS CONSULTADAS E REFERÊNCIAS:

1. Sermões - Rabino Menahem Mendel Diesendruck- -1978.

2. Templo Maçônico. Dentro da Tradição Kabbalística. São Paulo. 2012.


Helvécio de Resende Urbano Junior. Editora Madras.

3. A Lei de Moisés. Torá. Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov. Editora e


Livraria Sêfer Ltda. 2001. São Paulo Brasil. Comentários do Rabino
Menahem Mendel Diesendruck.

4. O Significado dos Versículos do Alcorão Sagrado. Prof. Samir El Hayek.


2016. São Paulo. Marsa M Editora Jornalística. 6ª edição

5. Os Mistérios da Arte Real- Ritual do Adepto. Oswald Wirth.

6. Manual do Aprendiz Franco Maçon. Introdução ao Estudo da Ordem e da


Doutrina Maçônica. Aldo Lavagnini (Magister) Guia de Aplicação. Grau
de Aprendiz Maçom.

7. Manual do Ritual 1º Grau – Aprendiz Maçom – R.E.A. A – Grande


Oriente do Brasil, de 2009.

Potrebbero piacerti anche